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Curso_ 222RGR0128A - ARTE E CULTURA LATINO-AMERICANA3

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02/12/2022 11:54 Arte e Cultura Latino-Americana
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18238 1/49
Autoria: Ma. Janaina Fornaziero Borges 
Revisão técnica: Ma. Vivian Berto de Castro
ARTE E CULTURA LATINO-AMERICANA
ARTE, COLONIZAÇÃO E
ACADEMICISMO
02/12/2022 11:54 Arte e Cultura Latino-Americana
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18238 2/49
Introdução
Caro(a), estudante!
Que tal conhecer como eram retratados os povos originários da América Latina
entre os séculos XVI e XIX, além dos principais artistas-viajantes que
construíram narrativas visuais sobre o Brasil e seu entorno latino-americano?
Será um trajeto entre a arte, a colonização e o academicismo.
Nesta unidade, você vai estudar a arte e a colonização do imaginário na América
Latina, por um viés histórico, artístico e antropológico, localizando a emergência
em relação à alteridade latino-americana na iconogra�a. Primeiramente, será
tomada a América Latina entre os séculos XVI e XVII e, posteriormente, os
séculos XVIII e XIX.
Não podemos deixar de mencionar os preconceitos de estereótipos indígenas e
africanos presentes nas criações, assim como suas representações no
imaginário ocidental. Mas, por outro lado, veremos que o estilo artístico do
Barroco Mestiço surgiu como um movimento singular de resistência latino-
americana aos padrões estéticos europeus impostos à época.
Podemos aferir melhor, por meio dos principais aspectos da arte acadêmica no
Brasil e seu entorno, qual foi o discurso iconográ�co o�cial no processo de
construção da identidade e da genealogia das nações latino-americanas. Além
disso, vamos identi�car a estética presente nas produções da época que estão
relacionadas à Missão Francesa e à Academia Imperial de Belas Artes no Brasil,
principalmente.
Ao �nal da unidade, você terá compreendido, por meio do contexto histórico, dos
movimentos de independência na América Latina e da arte acadêmica, como
identi�car a recusa do negro e o lugar-comum ocupado pelos indígenas na
formação da identidade e genealogia da nação brasileira no discurso imagético
artístico. Acompanhe o conteúdo com atenção, será primordial para você
relacionar o universo do imaginário colonial e da arte acadêmica com outros
novos horizontes artísticos e políticos latino-americanos.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 60 minutos. 
3.1 Arte e colonização do imaginário
02/12/2022 11:54 Arte e Cultura Latino-Americana
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18238 3/49
Ao pensarmos em arte e colonização, precisamos entender que a América Latina
foi colonizada por uma maioria composta por espanhóis e portugueses. Dentro
de um grande processo colonizador, os estrangeiros se depararam com diversos
povos e culturas que por aqui habitavam – os povos pré-colombianos,
originários. É importante relembrar que na arte e cultura pré-colombiana, em
síntese, “[...] suas representações artísticas resumem sua expressão política,
social, cultural e religiosa e cumprem, a priori, uma função estética. (BIANCHINI,
2017, p. 25).
De acordo com Stephen Farthing, os espanhóis, quando tiveram seu primeiro
contato com os nativos da América em 1518, “descobriram uma região sem
unidade política e que consistia de vários grupos distintos com características
culturais semelhantes.” (FARTHING, 2011, p. 112). Podemos pensar, então, que
isso se deu de maneira semelhante ao que aconteceu com os portugueses no
momento que atracaram na América do Sul, no Brasil.
Em ambos os casos, os conquistadores, ao deslocarem armamentos para o
combate com os povos que habitavam o nosso continente, usaram também
muitas “imagens, construções e monumentos como forma de dominação,
transformando a arte em instrumento principal para imprimir e sobrepor uma
nova cultura aos povos nativos.” (BIANCHINI, 2017, p. 31).
Todo esse decurso de expansão e dominação motivou-se por atritos religiosos,
econômicos e comerciais, o que signi�cou explorar as civilizações que já
habitavam as regiões latino-americanas. Por exemplo, os estrangeiros jesuíticos
construíram igrejas sobre monumentos pré-colombianos, locais onde a religião
cristã passou a se incorporar nas crenças dos povos, tornando-se, assim, uma
forma de domínio sobre a cultura nativa, a cruz e a espada são os principais
instrumentos de colonização, assim como: 
a pintura são adotados pelos evangelizadores, já que a leitura
da língua europeia era um tanto mais complexa e lenta a ser
passada aos povos locais. A interpretação simbólica faz-se
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A partir dessa exploração, os espanhóis e os portugueses levavam o contato que
tiveram por aqui para as cortes europeias, por meio de viagens de ordem
religiosa ou privada, acontecendo, então, as primeiras trocas culturais. Assim, o
ideário da colonização se converte em ideologia, justi�ca a dominação europeia
segundo ideias de que somente eles – os europeus – seriam capazes de
extirpar  o mal da Terra.
Segundo Silva (2001), os viajantes, ao descreverem o mundo vivenciado
juntamente com o outro não conhecido, transformavam as narrativas de viagens
em grandes fábulas. Os relatos sobre os habitantes locais tomaram  proporções
imaginárias fantasiosas.
Podemos citar os principais nomes que relataram as primeiras impressões sobre
esse novo continente, veja a seguir. 
A autora Marilena Chauí (1994, p. 11) complementa: 
O italiano Américo Vespúcio (1454-1512), navegador do
oceano e relator das histórias sobre as terras na qual passava.  
Posteriormente, Hans Staden (1525-1576), também um
aventureiro. 
Assim também era o missionário francês Jean Léry (1536-
1613). 
Por �m, o português Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580). 
elemento fundamental ao contexto colonial. (BIANCHINI, 2017, p.
32).    
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As primeiras representações imagéticas são testemunhos da surpresa. Há
muitas distorções de perspectiva e pontos de vista, pois os europeus retratam
criaturas, seres bizarros, demoníacos, bestiais, índios canibais, mostrando a sua
visão do Novo Mundo. Essas �guras, certamente esboçadas pelos estrangeiros,
tendem a ser confeccionadas em dimensões compatíveis com o grau do espanto
que eles tiveram em relação às coisas que por aqui encontraram.
A principal imagem que os colonizadores �zeram dos indígenas foi de nativos
estilizados, com corpos idealizados, fortes, o típico modelo canônico europeu
para uma realidade que não existia em terra latinas; e quando o europeu passava
a ser retratado junto aos índios nas imagens, ele assumia o lugar �gurativo
daquele ser capaz de “puri�car” a cena. 
Quem lê os primeiros relatos sobre o Novo Mundo - diários e
cartas de Colombo, Vespúcio, Caminha, Las Casas – observa
que a descrição dos nativos da terra obedece a um padrão
sempre igual: são seres belos, fortes, livres, ‘sem fé, sem rei e
sem lei’. As descrições de Vespúcio, mais do que as dos outros,
são de deslumbramento, particularmente quando se referem
aos homens jovens e às mulheres. A imagem dos ‘índios’ não é
casual: os primeiros navegantes estão convencidos de que
aportaram no Paraíso Terrestre e descrevem as criaturas belas
e inocentes que viveriam nas cercanias paradisíacas.
Nesse contexto, as imagens surgidas a partir de idealizações
sobre o mundo tropical tão distante, mesmo parecendo referir-
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A partir dessa premissa, se construiu o imaginário do colonizador europeu sobre
o Continente Latino-Americano, formado por um viés um tanto quanto fantástico.
Mas lembramos que essa “admiração” pelo desconhecido, por esses diferentes
povos, encaminhou-se para opressões históricas, entretanto, “cada povo, cada
nação, cada local, permanece com suas características próprias, onde a
preservação desta essência será a diferenciação com os demaiscontextos
trazidos pelo europeu. (BIANCHINI, 2017, p. 31). 
Leia a situação a seguir:
“O interesse no grupo humano é tão grande que a terra quase
�ca indistinta num cenário de praias e arvoredos e rios de muitas
águas. Com o correr dos dias, porém, e o vagar para aproveitar
da terra, as descrições começam a surgir. Primeiro um rio,
depois a feição de um porto seguro onde todos se abrigaram.
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
se a algo bem diferente do cotidiano do Velho Mundo, diziam
muito mais sobre o meio e a cultura que as produziram do que
sobre aquilo que pretendiam representar. (OLIVEIRA, 2014, p. 21).
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Logo depois se descreve o ilhéu, lugar de "folguedo" e de
pescarias, onde será rezada a primeira missa no Brasil.”
(BETTENCOURT, 1994, p. 39).
 
BETTENCOURT, L. Cartas brasileiras: visão e revisão dos índios
In: GRUPIONI, L. (Org.). Índios no Brasil. Brasília: Ministério da
Educação e do Desporto, 1994.
 
Considerando esse contexto, avalie as seguintes proposições:
 
I. Américo Vespúcio. 
II. Pero de Magalhães Gândavo. 
III. Jean Léry.
IV. Cristóvão Colombo.
 
Assinale a alternativa que apresenta os viajantes que
escreveram as primeiras impressões sobre o Brasil.  
a.I e IV.
b. II e IV.
c.I e III.
d. I, II e IV.
e. I, II e III.
VERIFICAR
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Agora, acompanhe a representação iconográ�ca latino-americana elaborada por
esses viajantes, nos séculos XVI e XVII. 
A autora Berta Ribeiro (1992) identi�ca que as grandes navegações marcaram a
exploração dos territórios latino-americanos e estavam acompanhadas por
muitos viajantes aventureiros, que escreviam inúmeras narrativas fantásticas. O
imaginário medieval europeu da época fora transportado para esse novo
continente, e as imagens elaboradas por esses desbravadores acabaram
promovendo �guras demoníacas e de superstições para descrever o homem do
nosso continente.
Segundo Ribeiro (1992) houve também outra visão nesses registros, que
aparecia nas crônicas, a visão do “bom selvagem”, o índio americano vivendo
uma vida em total harmonia com a natureza, assim como viveram Adão e Eva,
antes da transformação do paraíso. Talvez essa visão se explique devido ao
europeu da Idade Média, estar “oprimido pela rigidez da vida comunitária
medieval, e sucumbido pela severidade da moral cristã, o europeu pressentia na
vida livre e despreocupada do índio no paraíso terrestre.” (RIBEIRO, 1992, pp. 37-
38).  
Segundo Silva (1992), o desbravador Cristóvão Colombo (1451-1506), em um
primeiro momento, recusou-se a ver a América. Depois, imaginou apenas que a
América seria o lugar possível para ele extrair seus sonhos em imagens. “Este
processo de negação da realidade, inaugurado por Colombo, permite ao
colonizador montar cenogra�camente o seu universo cultural.” (SILVA, 1992, p.
19).
A autora ainda destaca que a maioria das iconogra�as elaboradas na Europa no
século XVI representavam a América pobre em vegetação, mostrando o
continente como um deserto, e não uma �oresta tropical. Da mesma forma, eles
denegavam a imagem do índio na representação imagética.
Ana Cristina Guilhotti (1992) relata que a partir de 1493 criou-se uma série de
gravuras para retratar imageticamente a carta de Colombo. Na Europa do século
XVI, produziam-se gravuras, ilustrações, mapas e cartogra�as sobre esse novo
continente; em sua maioria, os desenhos serviram para ilustrar as inúmeras
crônicas e narrativas. Foi com os gravuristas que, a partir de descrições orais,
eles elaboravam as ilustrações.
Ainda segundo Guilhotti (1992, p. 28), falta referência sobre a existência de
artistas-desenhistas nas primeiras navegações do século XVI em direção ao
“Novo Mundo”, pois sabe-se apenas sobre os que faziam esses relatos de
maneira escrita; mas 
3.1.1 América Latina entre os séculos XVI e XVII
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Muitas gravuras foram sendo reproduzidas por outros artistas europeus a partir
de suas próprias imagens. Nesse sentido, Guilhotti (1992) destaca a obra do
francês André Thevet como signi�cativa, o Retrato do Cacique Cunhambebe,
1584, que foi um exemplo de uma �gura modi�cada desde a sua primeira versão,
em 1558. A �gura apresenta um famoso chefe indígena Tupinambá, habitante do
território do Brasil.   
parece que, se algumas imagens são realizadas é
porque um tripulante, soldado ou marinheiro, possuía dotes
artísticos para retratar a paisagem descoberta. Este é o caso
das gravuras que aparecem na obra de Jean de Léry. Em sua
primeira edição, em 1578, são mostradas cinco pranchas que o
autor afirma terem sido executadas por um marinheiro, sob a
sua orientação. 
in loco,
 
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Figura 1 - Retrato do Cacique Cunhambebe
Fonte: THÉVET, 1584.
#PraCegoVer
A imagem está retratando uma figura humana de
porte atlético, com adereços de penas na cabeça
e na parte traseira. Em seu rosto há perfurações,
semelhante a piercings. A figura também usa
adereços no pescoço. Em uma das mãos, segura
um bastão atravessado em frente ao seu corpo.
Guilhotti (1992) cita o sucesso do livro publicado em 1557 por Hans Staden, com
quatro edições em um único ano, além das obras do artista belga Theodor de Bry,
publicadas entre os anos 1590 e 1634. Na produção de ambos, os artistas
recorrem a cenas de canibalismo dos indígenas, como se vê na obra Canibais, a
partir de “Americae Tertia Pars”, gravura colorida, 1592 – um tema bastante
recorrente na iconogra�a dos séculos XVI e XVII, com ilustrações elaboradas a
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partir de xilogravuras para, posteriormente, circularem entre a aristocracia e a
classe dos navegantes e comerciantes europeus, que buscavam informações
sobre a América.  
Essas publicações serviram como uma espécie de glossário ilustrativo do Novo
Mundo, uma vez que possuíam um caráter de “alfabetização”, retratando os
“seres” que habitavam esse novo continente.  
Em “As sacerdotisas do sol: imagens sagradas e profanas do feminino nas
crônicas espanholas do século XVI” (2002), da autora Susane Rodrigues
de Oliveira, há “uma análise das representações elaboradas acerca das
sacerdotisas do sol, – as acllas, – veiculadas nas crônicas de três
espanhóis do século XVI: o jesuíta – Jose de Acosta, o funcionário da
Coroa – Sarmiento de Gamboa e o frei mercedário Martín de Murúa. Trata-
se de uma desconstrução de enunciados que identi�cam tais mulheres
ora com o sagrado, ora com o profano, – reveladores das concepções
espanholas de gênero e religião que presidiram a construção das
diferenças, desigualdades, hierarquias e relações entre incas e espanhóis,
e entre homens e mulheres no processo de conquista e colonização dos
incas.”
Acesse (https://www.scielo.br/pdf/cpa/n19/n19a07.pdf )
VOCÊ QUER LER?
https://www.scielo.br/pdf/cpa/n19/n19a07.pdf
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Figura 2 - Canibais, a partir de “Americae Tertia Pars”, gravura colorida
Fonte: DE BRY, 1592.
#PraCegoVer
A imagem colorida está representando uma cena
de canibalismo. Na parte central, há uma
churrasqueira com partes de um corpo humano
sobre o fogo. Em volta, encontram-se oito índios,
retratados devorando pedaços de corpo
humano, como braços e pernas. Ao fundo da
imagem está a figura de um homem de barbas
ruivas e uma cabana.
Ainda representando o século XVI, a autora Guilhotti (1992) expõe a obra do
autor desconhecido: gravura do livro Uma festa brasileira – e a Dedução da
Suntuosa Ordem, Rouen, 1551 – uma imagem que condensa os atributos
essenciais presentes no imaginário do NovoMundo. 
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Basicamente, a obra está retratando os indígenas em solo europeu, quando eles,
os índios Tupinambás, foram levados pelos estrangeiros para participar de uma
festa do rei Henrique II e da Rainha Catarina de Médicis, na cidade de Rouen, na
França, em outubro de 1550 – e esse retrato comemorativo só foi publicado um
ano depois.
Na imagem, encontram-se cabanas indígenas, papagaios, macacos nas árvores,
prostitutas, marinheiros, “a gravura que nos referimos representará esta América
‘transportada’ para a Europa”. (GUILHOTTI, 1992, p. 30).    
Em “A imagem de Malinche pelas crônicas da conquista espanhola do
México (século XVI)” (2012), da autora Maria Emília Granduque José, há
análises de “relatos produzidos sobre a conquista espanhola do México
no século XVI, com a intenção de perceber qual a imagem que os
diferentes cronistas construíram sobre a Malinche.” Malinche ou Marina
foi uma importante �gura histórica da época da colonização do México.
Foi companheira e tradutora do conquistador espanhol Hernán Cortez, que
dominou com suas tropas a Cidade do México em 1521, derrubando o
império asteca.
Acesse
(https://periodicos.ufes.br/index.php/dimensoes/article/view/5411)
VOCÊ QUER LER?
https://periodicos.ufes.br/index.php/dimensoes/article/view/5411
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Figura 3 - Goujon: Gravura do livro Uma festa brasileira – e a Dedução da Suntuosa Ordem (1551)
Fonte: Houghton Library, 2021.
#PraCegoVer
A imagem apresenta um desenho cheio de
elementos, formas, e figuras bem pequenas,
representando os nativos.
Ao se referir à gravura do livro Uma festa brasileira – e a Dedução da Suntuosa
Ordem, Rouen, 1551, Guilhotti (1992) considera algumas observações
importantes a se fazer sobre a imagem: notam-se atos de antropofagia, �guras
de guerreiros, inexistência de uma suposta hierarquia social e divisão política,
como se a América ainda vivesse um estado “natural”, sem regras, em que o
pudor e o pecado pudessem ser praticados. 
O suposto retrato apresenta um continente onde a realização dos desejos
carnais parece ser livremente cometida, sem pudor; uma ideia reforçada pela
�gura da representação da mulher indígena, que somente aparece em atos
afetivos e/ou sexuais.
Também, podemos observar os movimentos das �guras exercendo ações de
colheita de frutos, caça e carregando troncos de árvores. 
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As imagens produzidas no século XVI se con�guram a partir dos relatos orais e
narrativos dos viajantes que estiveram pelas terras do Novo Mundo. No entanto,
o começo do século XVII, foi marcado pelo domínio holandês na região nordeste
do Brasil. Segundo Belluzzo (1996) a comitiva holandesa deixou um legado pré-
cientí�co, pois, os viajantes forneceram as primeiras evidências do momento da
construção histórica do “observador”.
Os viajantes da comitiva em solo brasileiro, estavam preocupados em agrupar os
seres da natureza e classi�cá-los por meio de métodos e ordens cienti�cas, visto
que se atentavam a singularidade de cada estrutura e dimensão visível dos
seres. Pois, “a relação que os holandeses estabelecem com a natureza denota
regras de uma observação puramente física ou cientí�ca, como se poderia dizer
de acordo com o entendimento moderno.” (BELLUZZO, 1996, p. 17).
Esse caráter classi�catório também esteve presente na concepção da arte
holandesa de inventariar e submeter as coisas encontradas por aqui, nos
gabinetes de "curiosidades". Uma vez que aquela visão fantasiosa reproduzida
no século XVI sobre o Novo Mundo é substituída pelas imagens retratadas in
loco pelos holandeses. “A nova noção de imagem diz respeito aos simulacros
visíveis dos corpos, às emanações luminosas das coisas no espaço, ao vazio
que torna possível a construção do volume dos corpos.” (BELLUZZO, 1996, p.
18). 
 
Esta ênfase num aspecto muito particular da vida econômica
europeia, transferida aos americanos, num plano simbólico, a
possibilidade de o europeu enriquecer-se na exploração de
novas terras, comercializando pau-brasil na Europa e utilizando
a força de trabalho indígena. Nas várias cenas que compõe a
imagem de Rouen, estão ausentes os europeus ou qualquer
traço material de sua civilização. A Europa, todavia, está
presente, e de forma marcante. Com efeito, o fluxo ininterrupto
do transporte do pau-brasil remete ao processo de
acumulação de mercadorias numa Europa iminentemente
capitalista. (GUILHOTTI, 1992, p. 32). 
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Para Belluzzo (1996) “a pintura holandesa feita no Brasil pelos artistas e
cientistas que acompanharam Johan Maurits de Nassau introduz os novos
parâmetros de visualidade” (p. 17). Com a vinda dessa comitiva artística
holandesa ao Brasil, com Nassau, os artistas passaram a representar com maior
exatidão a fauna, a �ora, a paisagem e os grupos étnicos. Entre os tripulantes
dessa comitiva, destacam-se os artistas Albert Eckhout (1610-1666) e Frans Post
(1612-1680) o primeiro a retratar a paisagem do nordeste do Brasil – bem como
a presença de colonos e indígenas na produção dos engenhos de açúcar em
suas produções.
Porém, o olhar ocidental sobre a América continua exercendo tons pejorativos,
pois revela-se uma certa institucionalização do imaginário. Guilhotti (1992),
nesse sentido, comenta sobre a obra Americque, óleo sobre cobre, 1666, do
artista �amenco Jan Van Kessel. Essa produção do século XVII, faz parte de um
conjunto de mais três quadros referentes às “Quatro partes do Mundo”, incluindo
a Europa, a Ásia e a África. A autora enumera também os dezesseis pequenos
quadros que circundam a cena central, referente ao Brasil.  
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Figura 4 - Van Kessel: The Continent of America (1666)
Fonte: Alte Pinakothek, 2021.
#PraCegoVer
A imagem apresenta uma fotografia de uma
pintura composta por uma cena central de
grande dimensão e mais dezesseis pequenos
quadros, que estão agrupados em torno do
quadro central. Exibem cenas deturpadas da
realidade.
Para Guilhotti (1992) a pintura de Van Kessel, “The Continent of America” assume
um grande gabinete de curiosidades pictórico, em que a imagem atribui
elementos metafóricos em um plano alegórico do Mundus Novus. 
Já não se trata mais de elaborar uma imagem da América, que
se preocupe em multiplicar os atos do homem das novas
terras, como fez a iconografia quinhentista. Importa, agora,
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Tendo em vista os aspectos mencionados e visualizados nas imagens das obras
artísticas, conhecemos e podemos identi�car as sugestões dos preconceitos
presentes na criação de estereótipos indígenas na iconogra�a do período, os
quais perduraram na representação do imaginário ocidental. “Uma história que
traz a miscigenação e a riqueza dos povos originários como forma de
representação e ambiguidade, pois, recai até os dias de hoje a dúvida sobre o
que poderíamos ter sido.” (BIANCHINI, 2017, p. 31).
Nesse cenário latino-americano de descoberta do Novo Mundo, também houve
as doutrinações dos “exércitos” religiosos mandados pelos estados espanhóis e
portugueses iniciando evangelizações, portando em mãos imagens com
símbolos “de apresso religioso, a atenção e ligação com os indígenas. Numa
missão propagandista e dominadora, a Companhia de Jesus elabora seu enredo
imagético voltado à manutenção e ao aumento de �eis.” (BIANCHINI, 2017, p. 34-
35).
Segundo Bianchini (2017, p. 35), a Companhia de Jesus foi um movimento
militante católico cristão, que se estendeu por toda a América, porém cada
região guarda sua particularidadee in�uências:
 
selecionar e hierarquizar o material americano – os corpos
indígenas, a diversidade da fauna e, com menos importância, a
cultura material – que deverão dar-se ao olhar da Europa para
serem apreciados, guardados e inventariados e, mais tarde,
estudados. Encerrados em salas de habitações principescas,
estes referencias irão impor-se como padrões, estereótipos
constitutivos do Novo Mundo, no momento de seu
descobrimento. (GUILHOTTI, 1992, p. 35).
No Brasil, a influência portuguesa e da cultura africana trazida
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A autora continua relatando a disseminação dos grupos jesuítas pela América
Latina, como na região do México, por exemplo, em que as imagens barrocas
europeias já haviam se tornado uma forte in�uência na evangelização indígena,
passando a atender demandas para construção de templos religiosos e para
produção de imagens pictóricas ligadas aos próprios temas da igreja católica,
como a feitura de imagens de santos.
No lado da dominação espanhola, o grupo jesuíta era mais avançado em seus
projetos de catequização, o que incluía a criação de reduções independentes,
que serviam diretamente à coroa. Na segunda fase das reduções jesuíticas
espanholas, estas eram grandes exportadoras de matéria prima para a Europa, e
os indígenas não trabalhavam mais para os jesuítas, mas para a manutenção do
povoado (redução) e para o seu sustento.
As imagens usadas didaticamente na América Latina foram sendo absorvidas
pela experiência de crenças e para a construção de novas ideias e narrativas,
transformando o estilo do Barroco Europeu em um novo estilo, com um novo
recorte. O barroco foi se adaptando à realidade local, de cada região em que se
instaurou na América Latina, tal como os:
 
pelos negros escravos emergem em cidades como Ouro Preto,
Pernambuco e Rio de Janeiro. A partir de 1609, os missionários
jesuítas se instalam na selva paraguaia e no nordeste
argentino, território este dos Guaranis, e doutrinam através da
pintura, escultura, música e construção. [...] Em geral, na
América Latina, o que se mantém é a ligação com a cultura
indígena, suas distintas características, em diferentes regiões.
No entanto, o que observamos em sua maioria, é uma simbiose
das tradições europeia e indígena. Uma junção persistente e de
assimilação do outro, em relação ao que pode ser visto,
entendido e relacionado com o que lhe faz sentido.
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No Brasil colonial, enquanto o território estava sob o vice-reino de Portugal, o
país enfrentava um regime escravocrata, no qual muitos negros africanos foram
trazidos ao país como mão-de-obra escrava para trabalhar em regimes cruéis, na
economia da cana-de-açúcar. O Brasil foi um dos últimos territórios a abolir essa
prática escravista: só no �nal do século XVIII, em 1888, com a lei Áurea, houve
o�cialmente o �m da escravidão. Como consequência, realizou-se uma
miscigenação entre culturas, sucedidas por esse intercâmbio continental de
populações.
Foi nesse período colonial no Brasil que o estilo Barroco foi instaurado na
produção artística local, aparecendo em maiores proporções nos estados de
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. O estilo barroco europeu, ao
se arraigar em solo tropical, tomou novas proporções estéticas, como na forma
das imagens e das esculturas, com acréscimos de características particulares da
 
Cultos antes produzidos pelos nativos, como o exemplo da
adoração à Pachamama, agora se refletem na adoração da
imagem da Virgem, da Santa, adotada pelos indígenas. Como
exemplo, a Virgem de Copacabana, padroeira da Bolívia; a
Virgem de Cocharcas reproduzida no Perú; a Virgem de
Guadalupe, padroeira dos mexicanos. Todas em suas
respectivas representações formam o elo entre as culturas.
Todas em formatos triangulares, que para os Incas é a
representação do Apu – montanha sagrada – ou a própria
Pachamama, e que demonstra a tríade entre passado,
presente e futuro. As virgens latino-americanas despontam em
suas representações com mechas de cabelo lisas e escuras,
assim como as mulheres andinas. É o sincretismo desenvolvido
em símbolo. (BIANCHINI, 2017, pp. 40-41).
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região onde fora estabelecido. Nesse sentido, destacou-se o Barroco Mestiço,
um estilo que se con�gurou a partir de certa resistência na arte, pois quem o
praticava eram, em sua maioria, negros. Pois, se mantém como testemunho de
um período escravocrata, da mescla de valores e contribuições culturais. 
Considerando as trocas sociais, comerciais e culturais que os negros
mantiveram com a produção artística barroca portuguesa, podemos concebê-lo
como um estilo de resistência aos padrões estéticos europeus impostos à época
para serem produzidos no Brasil, que vivia outra realidade no momento.
O século XVIII foi um período de muitas descobertas, em razão da expansão
territorial da colonização na América. De acordo com Jacqueline Medeiros
(2015), houve inúmeros registros pictóricos de diversas viagens realizadas por
artistas, a �m de conhecer a difusão da história natural e paisagística dos países
latino-americanos.
3.1.2 América Latina entre os séculos XVIII e XIX
 
Compõe parte da história da formação mestiça da América
Latina e contribui aos contextos artísticos até os dias atuais.
Cada comunidade encontra sua forma de se apropriar das
imagens que lhes haviam sido impostas na evangelização. O
Barroco americano, mestiço, crioulo é o novo protagonista do
drama bíblico na América Latina. A fusão com o passado pré-
colombiano emerge com uma nova ordem narrativa dentro da
cultura dominante ocidental como forma de resistência.
(BIANCHINI, 2017, p. 42).
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De início, a autora logo destaca o artista português José Conrado Roza, com a
obra La mascarade nuptiale, oléo sobre tela, 1788, encomendada pela Corte de
Portugual, com a intenção de retratar uma das “curiosidades” do Novo Mundo. 
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Figura 5 - Roza: La mascarade nuptiale, oléo sobre tela (1788)
Fonte: Musée du Nouveau Monde, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem há um retrato pictórico de um grupo
de sete negros anões e um indígena. Na parte
inferior do quadro, há quatro negros mais a
figura do indígena apontando uma flecha para
cima; este está vestido com cocar e saia de
penas. Na parte superior do quadro, há três
figuras negras em cima de uma charrete e um
pássaro, no lado esquerdo, empoleirado no
galho de uma árvore. Todo usam indumentária
nobre, do reinado da corte portuguesa.
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Segundo Medeiros (2015, p. 2), a imagem da obra de José Conrado Roza retrata
um quadro alegórico, de um cortejo nupcial composto por oito �guras de anões
negros escravos agrupados em pirâmide, um deles se destaca:
Contudo, essa é uma obra que guarda algumas incertezas. Segundo a autora,
muitas obras realizadas no século XVIII �guravam uma certa imaginação
combinada com utopia, “[...] sem contar que muitos deles nada guardavam de
presença testemunhal do autor, o que permite supor que José Conrado Roza
nunca esteve em terras do Novo Mundo” (MEDEIROS, 2015, p. 4).
Ao pensar na �guração dos personagens negros trajando vestes coloniais,
Medeiros (2015) aponta para �guras que mais se assemelham a bonecos
importados, a título de colocá-los como objetos, dentro de um “gabinete de
curiosidades”, destinado à história natural e aos herbários. 
 
chamado Siriaco   - com vitiligo, e que torna branca quase toda
a sua pele; é o único sem trajes nobres, comose a pele
esbranquiçada fosse uma vestimenta ou como para expor tal
estado anormal. Esses anões vieram de variados locais dos
territórios das colônias portuguesas e são identificados por
pequenas biografias escritas em suas roupas, quase
imperceptíveis; no entanto, é o que nos coloca mais próximo
dos percursos dessas pessoas que são afetadas por tais
anomalias físicas. Essa prática pode ser vista nas chamadas
pinturas de ‘viagens pitorescas’, um gênero que misturava
textos explicativos com ilustrações coloridas e referências a
locais para ampliar os repertórios dos leitores. 
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De certa forma, essa representação dos negros em solo tropical, se torna uma
imagem emblemática, da qual a imaginação europeia se questiona:  
A obra do século XVIII, de José Conrado Roza, retratou apenas uma maneira pela
qual o artista pode representar o Novo Mundo; é claro que existem outras visões
e percepções. Por exemplo, diferentes temáticas são retratadas pelos artistas
viajantes em passagem pelo novo continente, como as cenas de costumes, as
pinturas históricas, os retratos, as cenas de paisagens da América Latina.
No século XIX, o continente recebeu diversos artistas estrangeiros provindos de
algumas missões e expedições náuticas. Nelas, “[...] as idealizações
paradisíacas, visões da �oresta frequentada pelo homem ‘natural’, são
novamente revividas por artistas românticos [...] a visão territorial e a paisagem
impõem-se como representações privilegiadas.” (BELLUZZO, 1996, p. 16). No
caso do Brasil, alguns dos artistas vieram junto à corte portuguesa quando ela se
instalou na colônia, mas principalmente após a independência, em 1822. 
Podemos citar alguns dos artistas viajantes que estiveram no Brasil, entre eles 
Joaquim José Codina (s.d.-1790) e José Joaquim Freire
(1760-1847), expedicionistas no interior do Brasil.
São selvagens ou humanos? Seus corpos têm ou não têm
alma? A resposta para essas perguntas estabelece um duplo
vínculo de identificação e diferenciação presentes nas
catalogações das etnias das raças na América Central, nas
tradições do gosto e cultivo das aberrações, dos estudos
científicos, dos gabinetes de curiosidades e da própria
representação pictórica desses seres incompreensíveis que
perpassam a análise dos retratos do Novo Mundo. (MEDEIROS,
2015, pp. 13-14).
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Com a vinda da missão artística francesa para o Brasil, aportam Jean-Baptiste
Debret (1768-1848), Nicolas Antoine Taunay (1755-1830), Félix Taunay (1795-
1881), entre outros:
Segundo Carolina Duprat (2009), o artista Eduard Hildebrandt (1818-1868) foi um
aquarelista viajante que esteve na costa brasileira em meados de 1844,
acompanhando uma expedição cientí�ca comandada pelo governo da Prússia. O
artista conheceu São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. O cenário que mais
lhe chamou atenção foi o das paisagens tropicais, além de ter �cado encantado
Thomas Ender (1793-1875), acompanhando uma expedição
austríaca.
Hercule Florence (1804-1879), Adrien Taunay (1802-1828) e
Johann Moritz Rugendas (1802-1858), que estavam na
expedição de Georg Heinrich von Langsdorff.
[...] profissionais, diletantes com domínio do desenho. [...]
Possuem uma visão educada na estética do pitoresco e
buscam desfrutar paisagens características. Mais do que a
descrição naturalista, predominam entre eles a abordagem
romântica do passeio pelos arredores e pelos jardins, a visão do
homem ‘original’ na floresta virgem ou a forte sensação da
grandiosidade do universo. (BELLUZZO, 1996, p. 18). 
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com a diversidade étnica dos negros e indígenas, com suas relações com a
natureza. Observamos a obra de Eduard Hildebrandt: Paisagem com pessoas
negras, óleo sobre tela, 1845.
Figura 6 - Hildebrandt: Paisagem com Negros, óleo sobre tela (1845)
Fonte: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima há um retrato pictórico de
uma paisagem em um campo natural de cores
quentes. No centro da imagem, há um grupo de
três pessoas: duas adultas e uma criança, sob as
sombras de um conjunto de bananeiras. No lado
direito inferior há um casal de patos nadando em
uma poça de água. Ao fundo, há uma barraca e
mais um pato.
Segundo Vera Beatriz Siqueira (2015, p. 3), Johann Moritz Rugendas foi um dos
artistas viajantes que mais conseguiu explorar as regiões da América Latina: “[...]
sua viagem começa, então, em 1831, com a ida ao México; de 1834 a 1844 viajou
para Chile, Argentina, Uruguai, Peru e Bolívia; em 1845 retornou ao Rio, onde
permaneceu até 1846.” 
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Ele produziu uma variedade de temas sobre o continente, pois sua intenção
consistia em publicar um livro de caráter enciclopédico e artístico. Segundo a
Siqueira (2015, p. 6): “[...] O rapto de uma mulher pelos araucanos é tema
recorrente em seus trabalhos no Chile.  Rugendas  acerca-se literariamente do
tema, enfatizando o drama e incorporando elementos da visualidade romântica.” 
O Google disponibilizou uma plataforma muito interessante, chamada Arts
and Culture. Encontra-se por lá uma lista gigantesca de museus brasileiros
e internacionais disponíveis para visitação virtual. Destaco um deles: o
Museu de Belas Artes, do Rio de Janeiro. Vale muito a pena visitar as
exposições online!
Disponível em: https://artsandculture.google.com/partner/museu-
nacional-de-belas-artes
(https://artsandculture.google.com/partner/museu-nacional-de-belas-
artes).
VOCÊ SABIA?
https://artsandculture.google.com/partner/museu-nacional-de-belas-artes
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Figura 7 - O rapto de Trinidad Salcedo, óleo sobre tela
Fonte: RUGENDAS, 1836.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma pintura de uma cena
na natureza. Ela se passa embaixo de uma
árvore. Na cena central, destaca-se a figura de
uma mulher branca nos braços de um indígena
mapuche, com outros quatro homens em sua
volta; no lado direito da imagem há outro índio
em pé, encostado em um cavalo branco.
Hoje, todo esse repertório iconológico referente ao continente latino-americano
no período da colonização tornou-se, de certa forma, uma catalogação do
território e uma documentação sobre nossos antepassados. Porém, só cabe a
nós re�etirmos sobre o conteúdo dessas imagens de obras de arte já
consagradas.  
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Em que medida devemos descolonizar o nosso olhar sobre essas produções e
procurar, por meio das imagens, detalhes sobreviventes que possam contar
histórias sob outras perspectivas, seja partindo de um cenário brasileiro, ou de
um amplo cenário latino-americano?  
Conheça o projeto “Brasiliana Iconográ�ca” - um portal web de fontes
imagéticas, com desenhos, aquarelas, pinturas, gravuras e impressos
sobre o Brasil. São obras datadas desde o século XVI até as primeiras
décadas do século XX.
O projeto prevê que o Brasiliana Iconográ�ca se transforme numa espécie
de “museu virtual”, espaço destinado ao debate e à re�exão sobre o tema.
Acesse (https://www.brasilianaiconogra�ca.art.br/explore/linha-do-tempo)
VOCÊ QUER VER?
https://www.brasilianaiconografica.art.br/explore/linha-do-tempo
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Continue acompanhando!
A partir do catálogo da exposição “Abdias
Nascimento: um espírito libertador”, realizada no
Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em
2019, disponível em:
https://issuu.com/institutopesquisaestudosafrob
rasile/docs/abdias_miolo_�nal_web3
(https://issuu.com/institutopesquisaestudosafrobrasile/docs/abdias_miolo_�nal_web3), vamos
fazer uma leitura temática das imagens da obra
desse artista brasileiro.
Comece a re�etir sobre o que você vê nas
imagens: qual é o conteúdo? Quais símbolos e
signos aparecem na obra e que dizem sobre o
passado? O que a obra diz? Qual é a temática
poética do artista Abdias que re�ete em nossos
dias? Como podemos interpretar questões de
um passado sob a luz do presente?
Essas são algumas questões para pensarmos
sobre a produção pictórica de um artista que
tanto lutou pelos direitos humanos das
populações negras no Brasil.
VAMOS PRATICAR?
https://issuu.com/institutopesquisaestudosafrobrasile/docs/abdias_miolo_final_web3
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Na segunda metade do século XIX, segundo Maria Ligia Coelho Prado (2008), os
artistas latino-americanos elegeram os movimentos de independências, as
“políticas das ex-colônias” para serem retratadas em produções artísticas. No
horizonte da arte latino-americana, a política e a história se entrelaçam de forma
amálgama, estabelecem diálogos constantes a partir do nascimento de novas
nações e novas origens, para constituírem as nacionalidades, a �m de
“despertar” no povo à Pátria, eleger heróis nacionais após a conquista da
independência. A questão nacional:  
3.2 Movimentos de independência e arte
acadêmica: horizontes latino-americanos
artísticos e políticos
No México, no Brasil ou na Argentina, mostravam-se as
peculiaridades do torrão natal, em suas diversas facetas, nos
jornais, nos púlpitos, nos museus, nas escolas, nos banquetes
políticos. Assim, além dos problemas econômicos, das disputas
políticas, das convulsões sociais, das guerras civis, que
mobilizaram as energias das sociedades, aconteceram
integrados a eles debates apaixonados sobre a construção da
nação e a constituição de identidades. Os dilemas, as
indagações e os desafios foram semelhantes em ambas as
Américas, que haviam acabado de romper com o domínio das
metrópoles portuguesa e espanhola. (PRADO, 2008, p. 17).
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A autora continua ao dizer que, na época, a separação entre os ditos “civilizados”
das elites econômicas começou a se atenuar, os “brancos racionais e letrados”
da corte, ou seja, aqueles que possuíam posses territoriais, podiam assumir
postos do governo. Já a população negra, indígenas, mestiços, mulheres [...]
pobres, os não proprietários, os camponeses, incapazes – para as elites - de
compreender a ‘res-publica’, eram meros coadjuvantes que deveriam ter papel
subordinado e controlado na sociedade. (PRADO, 2008, p. 18).
Em contrapartida, “[...] é preciso lembrar que, nesse período, alguns artistas se
deixaram seduzir pela ‘cor local’, permitindo que temas da vida cotidiana e
modelos de gente simples entrassem em suas telas e ganhassem relevância.”
(PRADO, 2008, p. 18). Nesse sentido, no Brasil, o artista italiano Antonio Ferrigno
retrata na obra Mulata Quitandeira, em 1893, uma escrava negra vendedora,
“coberta de adereços da cultura africana, cochila ao lado de sua mercadoria -, a
qualidade da representação mostra o cansaço em cada parte de seu corpo e os
chinelos jogados enfatizam o momento de entrega.” (DUPRAT, 2009, p. 52).
Observe a �gura a seguir.
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Figura 8 - Ferrigno: Mulata Quitandeira (1893)
Fonte: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima há uma pintura retratando
uma mulher negra, sentada no chão da soleira
da porta. Com uma aparência cansada, uma de
suas mãos está ancorando a cabeça, enquanto
chochila. Suas sandálias estão ao lado esquerdo,
na tela. Ao fundo, no lado direito, estão seus
pertences de trabalho.
Segundo Duprat (2009), Antonio Ferrigno (1863-1940) �xou-se por doze anos em
São Paulo e, junto dos artistas Almeida Junior e Pedro Alexandrino, integrou o
meio artístico da época, recebendo diversas encomendas dos barões de café.
Ainda morando na Itália, seus trabalhos retratavam questões sociais, e no Brasil
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não foi diferente. As cenas litorâneas, com os pescadores, e as interioranas, das
lavouras, com os operários, as lavadeiras e os lavradores no ato de trabalho
passaram a ser seus personagens “anônimos” pictóricos. 
A priori, suas pinturas são elaboradas a partir de um rascunho, para depois
serem executadas no ateliê – assim, garantia retratos entre a observação e a
imaginação. 
Retomando os movimentos de Independência latino-americanos, a autora Prado
(2008) a�rma que a [...] pintura histórica da América Latina do século XIX é como
parte integrante da elaboração de imaginários sociais que, ao mesmo tempo,
absorvem e produzem símbolos políticos de�nidores das identidades nacionais.”
(PRADO, 2008, pp. 19-20)
À vista disso, a autora Prado (2008) identi�ca o artista Juan Manuel Blanes
(1830-1901), de Montevidéu, Uruguai, com a obra El juramento de los Treinta y
Tres Orientales, 1825. A obra retrata “[...] o juramento de 33 homens, em 25 de
agosto de 1825, data que marca, na história do Uruguai, o início simbólico da
chamada Cruzada Libertadora que culminará com a independência nacional.”
(PRADO, 2008, p. 23).  
Figura 9 - Blanes: El juramento de los Treinta y Tres Orientales
Fonte: Museo Juan Manuel Blanes, 2021.
#PraCegoVer
A pintura retrata uma cena histórica à beira mar,
com trinta e três homens comemorando, com o
gesto de levante com as mãos, um ato simbólico
de independência. Na parte central, recuada à
direita, encontra-se uma bandeira azul, branca e
vermelha, erguida.
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Há destaque para presença do “povo” na composição de Blanes, apesar de ser
um pouco atípico a representação da classe operária junto aos seus na tela
pictórica. A pintura foi:  
A exaltação de líderes políticos se tornou tema crucial para as pinturas históricas
da América Latina. Segundo Bianchini (2017), um exemplo foi Simón Bolívar, líder
venezuelano, [...] comparado a Napoleão, e aparece em inúmeras telas onde suas
vestes, postura, elementos de �gura de fundo, são apropriações das obras
europeias, para que haja de fato uma releitura destes heróis. (BIANCHINI, 2017,
p. 46).
Nessa perspectiva, a arte acadêmica se apresentou como um discurso
iconográ�co “o�cial”, buscando a construção de uma identidade e de uma
genealogia para as recém-formadas nações latino-americanas.
No Brasil, a produção da arte acadêmica se deu, em sua maioria, pelos artistas
ligados à Missão Artística Francesa e, posteriormente, praticada na Academia
Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. De modo geral, podemos sintetizar e
dizer que um dos principais aspectos da AIBA consistia, a princípio, em praticar o
ensino artístico por meio de “diretrizes” estilísticas neoclássicas e românticas,
seguindo cânones europeus um tanto quanto estereotipados e tradicionalistas, a
partir de práticas exercida de observação, cópias de grandes modelos pré-
estabelecidos. 
[...] concebida de tal forma que não se pode pensar nos dois
líderes sem a forte presença de seus liderados que estão
movidos pela mesma causa. Colocados no mesmo plano,
formam um grupo político, não havendo uma distância abissal
entre eles. (PRADO, 2008, p. 24). 
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Nesse sentido, Bianchini (2017) ressalta que os mestiços não tinham suas
realidades representadas, pois, com o desenvolvimento das artes plásticas
iniciado na América Latina, o olhar dos pintores volta-se para a academia, para a
cidade: 
O Museu da Escola Catarinense, em Florianópolis/SC, é um prédio do �nal
do século XIX, que foi inauguradoem 1926 para ser o Colégio de
Educação da cidade de Florianópolis. Atualmente, é um patrimônio
histórico tombado pelo Iphan.
O edifício passou por uma restauração completa, e muitas características
do começo do século XX foram preservadas.
Podemos, por meio de um tour virtual, conhecer um pouco mais sobre a
história desse edifício e saber como se estruturavam as escolas
antigamente.
Acesse (http://mesc.tourvirtual360.com.br/)
VOCÊ O CONHECE?
[...] como marco da civilização, enaltecendo a ideia de ‘ordem e
progresso’, diferente do campo, lugar que aparece como
atrasado e ignorante. É o impacto da modernização. [...]
Desenho, aulas de modelo vivo, a fotografia, são aparatos
utilizados pelos artistas da academia. No entanto, na maioria
das obras, a representação dos povos originários e escravos,
ainda são representados de forma negativa. (BIANCHINI, 2017, p.
48).
http://mesc.tourvirtual360.com.br/
02/12/2022 11:54 Arte e Cultura Latino-Americana
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Rafael Cardoso (2008, s/p) apresenta outra modalidade de ensino de arte
praticada no Brasil: o Liceu de Arte e Ofício. Ali, disponibilizava-se o estudo
artístico para públicos de outras classes sociais, pois “o Liceu estruturou um
curso pro�ssional bem mais completo do que as aulas noturnas da AIBA
incluindo, além de desenho e geometria, matérias tão diversas quanto mecânica
aplicada” à música entre outras atividades do saber.
A partir desse cenário, apresenta-se o artista Pedro Peres (1841-1923) como ex-
aluno do Liceu de Arte e Ofício. Duprat (2009), ao comentar sobre Peres, o
destaca por ser um exímio retratista; nesse ponto, a obra Fascinação, de 1902, é
um bom exemplo. 
A autora relaciona uma descrição feita pelo crítico de arte Gonzaga Duque a essa
obra: Pedro Peres “[...] não faz retratos como todos [...]. Ele os faz por uma
maneira fora do comum, procura entrar na intimidade de seus retratados, busca
lhes a nota, o característico, a feição típica, a impressão �sionômica.” (DUQUE
apud DUPRAT, 2009, p. 92).   
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Figura 10 - Peres: Fascinação (1902)
Fonte: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2021.
#PraCegoVer
A pintura retrata uma cena no interior de uma
residência burguesa. À esquerda, está figurada
uma boneca loira, de vestido azul, sobre uma
cadeira; à direita, encostada na porta, uma
criança negra descalça e de vestido cor-de-rosa;
sua expressão é de deboche ao observar a
boneca.
Duprat (2009, p. 92) salienta a expressão dita por Gonzaga Duque: “[...] a ‘feição
típica’ nota-se na expressão do rosto, boquiaberto diante da visão, e na postura
de seu corpo, imobilizado diante da cena, sem poder se aproximar”, e conclui,
a�rmando que nessa representação con�gura-se certo tom de crítica, se
pensarmos a imagem da criança negra.
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Por �m, podemos identi�car de modo geral, que a arte acadêmica apresenta
certos estereótipos tradicionalistas para �gurar a presença do negro e do
indígena em obras de arte. De certo modo, exerce uma recusa na representação
visual desses personagens e os exclui na formação identitária e genealógica da
nação brasileira no discurso iconográ�co o�cial, visto que , como já foi dito
acima, “[...] na maioria das obras, a representação dos povos originários e
escravos, ainda são representados de forma negativa.” (BIANCHINI, 2017, p. 50).
Dito isto, a respeito dessa representação negativa da população de ascendência
negra, Lotierzo (2013, p. 253) apresenta uma leitura e análise sobre a obra “A
redenção de Cã”, 1895, do artista Modesto Broncos. Para a autora, o “quadro se
torna uma espécie de indagação sobre a cor/raça no Brasil”.
Trata-se de uma pintura composta por quatro personagens bastante distintos
entre si: uma senhora negra, à esquerda, com as mãos erguidas para o céu; no
centro da imagem está uma mulher com um tom mais claro de pele, sentada,
segurando um bebê no colo, esse com um tom mais claro de pele que o dele; no
lado direito está um homem sentado na soleira da porta, com braços e pernas
A dissertação de mestrado “A produção pictórica de Sebastião Vieira
Fernandes” (2020), do autor Marco Antonio Baptista, resulta em uma
publicação de um artista brasileiro “que infelizmente é pouco lembrado ou
comentado na atualidade”. Sebastião Vieira Fernandes (Desterro, 1866 –
Rio de Janeiro, 1943), pintor catarinense, foi aluno da AIBA (Academia
Imperial de Belas Artes), restaurador da ENBA (Escola Nacional de Belas
Artes) e professor do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.
O autor buscou investigar as condições atuais das obras do artista, a
prática pictórica dos retratos, cópias e demais pinturas, e analisou de que
forma estas práticas se inseriram dentro do universo artístico no �m do
século XIX e início do século XX.
Conheça o trabalho em:
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000081/0000819d.p
df
(https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000081/0000819d.p
df) 
ESTUDO DE CASO
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000081/0000819d.pdf
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cruzados, observando a criança de canto de olho e com um sorriso tímido.
Outros elementos compõem a cena: uma palmeira à esquerda e umas roupas no
varal ao fundo, além da indumentária particular dos retratados.
Lotierzo (2013) chama a atenção para a diferença de tom na pele das
personagens. São quatro tons de pele, variando entre a da senhora negra com o
tom marrom mais escuro e a do bebê, mais clara. Em conjunto com a postura e
os gestos da �guração, a obra manifesta-se como uma espécie de “alegoria”. Em
1988, o crítico de arte José Roberto Teixeira Leite já havia publicado, no
“Dicionário Crítico da Pintura no Brasil”, um verbete sobre essa obra: “muito
embora muitíssimo bem pintada, trata-se, sem dúvida, de uma das pinturas mais
reacionárias e preconceituosas da Escola Brasileira”. (LEITE, 1998, p. 177, apud
LOTIERZO, 2013, p. 23). Nesse sentido, de acordo com Lotierzo (2013), a obra
vista sob o olhar contemporâneo se converte em uma importante iconogra�a
para pensarmos e re�etirmos sobre o caráter preconceituoso que a imagem do
�nal século XIX carrega. 
A autora Tatiana Lotierzo publicou em 2014, o artigo “Racismo e pintura
no Brasil: notas para uma discussão sobre cor, a partir da tela A redenção
de Cam”. No Artigo ela vai discutir a respeito dessa obra que intriga tanto
o campo da arte quanto o campo das ciências sociais.
Acesse (http://www.dezenovevinte.net/obras/tl_redencao_cam.htm)
VOCÊ QUER VER?
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
http://www.dezenovevinte.net/obras/tl_redencao_cam.htm
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Leia o trecho a seguir:
“[...] no Brasil - onde o chamado ‘academismo’ tem sido vítima de
ataques tão furiosos justamente pelo seu elitismo - a Academia
e os seus integrantes ocuparam-se de modo persistente com a
questão do ensino técnico para �ns artísticos.  É fato notório que
a Missão Francesa contava entre seus integrantes uma maioria
de indivíduos ligados a ofícios mecânicos e/ou industriais, além
dos artistas mais famosos ligados às belas-artes propriamente
ditas.” (CARDOSO, 2008, s.p.)
 
CARDOSO, R. A Academia Imperial de Belas Artes e o Ensino
Técnico. In: Revista 19&20, Rio de Janeiro, v. 3, n.1, jan. 2008.
Disponível em:
http://www.dezenovevinte.net/ensino_artistico/rc_ebatecnico.ht
m (http://www.dezenovevinte.net/ensino_artistico/rc_ebatecnico.htm).
Acesso em: 15 maio. 2021.
 
Considerando esse contexto, avalie as seguintes proposições:
 
I. Uma das principais diretrizes da Academia Imperial de Belas
Artes consistia em seguir cânones tradicionais europeus.
II. O artista Pedro Peres foi um ex-aluno do Liceude Arte e
Ofício.
III. A produção da arte acadêmica fora produzida, em sua
maioria, pelos artistas ligados à Missão Artística Francesa.
IV. A Escola Nacional de Belas Artes e o Liceu de Arte e Ofício
são as mesmas instituições, porém com os nomes
ressigni�cados com o passar do tempo. 
 
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E assim chegamos ao �m desta unidade. Não deixe de conferir as próximas! 
Marque a alternativa correta.
a. I, II e III.
b. I.
c. III e IV.
d. I e IV.
e. I, II, III e IV.
VERIFICAR
Concluímos a unidade tendo identi�cado questões relativas a arte , colonização
e academicismo, buscando compreender como operava o imaginário dos
artistas-viajantes que estiveram pela primeira vez no continente latino-
americano, por meio de iconogra�as referentes aos séculos XVI até o �m do
século XIX.
Além disso, encerramos com os movimentos de independência e a arte
acadêmica, salientando um horizonte artístico e político em relação à
representação iconográ�ca o�cial.  
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
conhecer um pouco sobre o imaginário do colonizador
europeu;
entender sobre as primeiras iconogra�as elaboradas da
América Latina;
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compreender a apropriação imagética realizada do
indígena e do negro;
diferenciar as características da arte acadêmica;
aprender sobre a importância de re�etirmos sobre arte e
colonização.
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_El_Juramento_de_los_Treinta_y_Tres_Orientales.jpg
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_Cest_la_deduction_du_sumptueux_ordre,_1551.jpg)https://commons.wik
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Paisagem_com_negros_
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Continent_of_America_1666_Jan_van_Kessel_the_Elder.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Continent_of_America_1666_Jan_van_Kessel_the_Elder.jpg
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ochelle).png)https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La_Mascarade_Nu
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