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Aluna: Elizabete Terezinha Kotryk Zurawski RA: 2019102323 O Artigo aborda a história da Previdência Social no Brasil, desde a criação das primeiras Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) em 1923 até as mudanças trazidas pelas Leis 8.212/91 e 8.213/91. As CAPs e os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) eram entidades do terceiro setor, que arrecadavam contribuições e gerenciavam recursos para conceder benefícios aos trabalhadores. Os institutos investiam em moradia para os trabalhadores, o que gerava superávit. No entanto, após o golpe militar de 1964, a Lei 4.380/64 transferiu a responsabilidade das carteiras imobiliárias dos Institutos para o Banco Nacional de Habitação (BNH), impactando negativamente as contas das instituições previdenciárias. Em 1966, o Decreto-Lei 72/66 criou o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) unificando os Institutos de Aposentadorias e Pensões e transferindo seus bens, direitos e obrigações para a União. A gestão da Previdência Social passou a ser deficitária e, em 1977, foi criado o IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social) para gerir a arrecadação das contribuições. Com a Constituição de 1988, o cenário mudou radicalmente e as Leis 8.212 e 8.213 foram publicadas, reestruturando a Previdência Social e estabelecendo novas diretrizes para o sistema previdenciário nacional. A Constituição de 1988 marcou uma transformação significativa no sistema de seguridade social do Brasil. A partir da promulgação dessa nova Carta Magna, a seguridade social passou a ser composta por um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Com essa nova configuração, a Previdência Social deixou de ser um serviço prestado por institutos e passou a ser uma obrigação da União. Além disso, a sociedade passou a ter um papel fundamental no financiamento do sistema de seguridade social. A Constituição de 1988 também estabeleceu que os recursos para financiar a seguridade social viriam de diferentes fontes, incluindo os orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além das contribuições sociais. Essa mudança não só garantiu os direitos previdenciários no texto constitucional, mas também transformou a previdência em um direito de todos, financiado por toda a sociedade. Apesar dessa mudança, muitos ainda não compreendem completamente essa ressignificação, incluindo membros do Estado, segurados, legisladores e operadores do Direito Previdenciário. Com a implementação do novo sistema pelas Leis nº 8.212/91 e 8.213/91, foram estabelecidos o Plano de Benefícios da Previdência Social e a Organização da Seguridade Social. No entanto, houve uma morosidade no processo, já que a Constituição determinou que o Congresso Nacional deveria receber os novos planos em seis meses, mas o Poder Executivo demorou mais tempo para apresentá-los. É importante ressaltar que as regras de custeio foram sendo implementadas de maneira mais rápida, com a arrecadação sendo priorizada em relação aos benefícios. A Lei de Custeio da Seguridade Social, publicada em 24 de julho de 1991, trouxe poucas novidades em relação ao que havia sido criado anteriormente, já que muitas medidas de arrecadação já estavam em vigor desde 1988 ou 1989. Em resumo, a Constituição de 1988 trouxe mudanças significativas para o sistema de seguridade social no Brasil, buscando garantir direitos fundamentais e envolvendo a sociedade no financiamento desse sistema. No entanto, ainda há desafios e dificuldades no entendimento e na implementação dessas mudanças por parte de diversos atores envolvidos. A Lei Orgânica da Seguridade Social (LOSS), também conhecida como Lei de Custeio (Lei nº 8.212/91), trata da organização da Seguridade Social e institui o Plano de Custeio. Ela é dividida em diversos títulos, abordando os princípios gerais da Saúde, Previdência Social e Assistência Social, bem como o financiamento e organização da seguridade social. A LOSS esclarece a responsabilidade da União em cobrir eventuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, indicando que o sistema previdenciário não precisa ser superavitário. Essa observação é importante, pois muitas reformas previdenciárias usam o argumento do déficit da previdência. A lei também estabelece as contribuições devidas pelos segurados, empresas e empregadores domésticos, além de regras específicas para produtores rurais, pescadores e garimpeiros. Há também disposições sobre o salário-de- contribuição, que é o somatório de todo o rendimento do trabalho obtido pelo segurado. No que se refere à arrecadação e recolhimento das contribuições, a LOSS aborda prazos, acréscimos legais, deduções, obrigações das empresas, penalidades, entre outras questões. Além disso, a lei discorre sobre disposições gerais, finais e transitórias, incluindo inscrição de empresas e obras de construção civil, cobranças em caso de falência ou concordata, modernização da previdência social, restituição ou compensação de pagamentos indevidos, multas e penalidades. A análise da LOSS deve ser feita sob a ótica tributária e sempre em conjunto com a Lei de Benefícios, pois, embora haja desconexão entre o valor das contribuições e o valor dos benefícios, existem conceitos e princípios que ligam uma norma à outra. Essa conexão facilita a interpretação de ambas e fortalece argumentos frequentemente necessários para a obtenção de melhores rendas nos benefícios previdenciários. A Lei de Benefícios da Previdência Social, Lei nº 8.213/91, juntamente com a Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei nº 8.212/91), foi criada após a promulgação da Constituição Federal de 1988, com o objetivo de estabelecer um sistema de proteção social mais abrangente e eficiente no Brasil. A Previdência Social é composta por dois regimes: o Regime Geral de Previdência Social e o Regime Facultativo Complementar de Previdência Social. É importante destacar que a Previdência Social não inclui os Regimes Próprios, que são os regimes de previdência social dos servidores públicos concursados. Esta distinção é fundamental para evitar confusões quando se discute finanças previdenciárias, já que muitas vezes o Regime Geral e os Regimes Próprios são misturados, resultando em informações incorretas e distorcidas. A Seguridade Social, conforme estabelecido na Constituição Federal, engloba ações de Saúde, Assistência Social e Previdência Social. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1990 pela Lei nº 8.080/90, e a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) foi promulgada em 1993 através da Lei nº 8.742/93, completando o sistema de Seguridade Social brasileiro. Apesar das dificuldades e atrasos na implantação, a Seguridade Social brasileira ainda é considerada um dos melhores sistemas de proteção social do mundo. Por isso, é fundamental que a sociedade lute pela sua preservação e aprimoramento, a fim de garantir a proteção e o bem-estar de todos os cidadãos.
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