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RESIDÊNCIA EM SAÚDE DA FAMÍLIA DA SECRETARIA DE SAÚDE DO RECIFE RESIDENTE: MARCOS SOARES DE LIMA CATERGORIA PROFISSIONAL: ENFERMAGEM TERCEIRO PORTFÓLIO: RELATOS E REFLEXÕES ACERCA DAS VIVÊNCIAS DO RESIDENTE NOS ESPAÇOS DE SERVIÇO RECIFE 2023 SEGUNDO ANO DA RESIDÊNCIA EM SAÚDE DA FAMÍLIA E A AUTONOMIA DO RESIDENTE Inicio esse terceiro portfólio discutindo um pouco do inicio do segundo ano da residência em saúde da família e a sua importância no processo de autonomia, maior vivência e entrosamento do residente com a equipe/equipes do serviço. O segundo ano da residência em Saúde da Família é uma etapa crucial na formação do enfermeiro residente, em que ele tem a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos teóricos e práticos, adquiridos no primeiro ano. Durante essa fase, o residente é capaz de assumir responsabilidades mais complexas e desafiadoras, desenvolvendo habilidades essenciais para a prática clínica na atenção primária á saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). Uma das questões fundamentais a serem discutidas é a autonomia do enfermeiro residente nos serviços de saúde da família. Ao longo desse período, o residente é incentivado a tomar decisões clínicas, gerenciar casos e conduzir atividades de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, sempre em consonância com o plano de cuidados estabelecido pela equipe multiprofissional. A autonomia é gradualmente concedida ao residente, à medida que ele demonstra competência e segurança em suas ações. No segundo ano da residência, essa vivência se torna ainda mais intensa, proporcionando ao residente a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido no primeiro ano e consolidar sua capacidade de atuar de forma independente e responsável (MINISTÉRIO DA SAÚDE 20200. A inserção do residente nas unidades de saúde da família é de extrema importância para sua formação. Ao vivenciar o cotidiano desses serviços, o residente tem a oportunidade de compreender as demandas e necessidades da comunidade atendida, bem como as peculiaridades do trabalho na atenção primária. Além disso, a vivência no território permite que o residente estabeleça vínculos com os usuários, compreenda suas realidades e contextos socioeconômicos, o que contribui para uma assistência mais humanizada e integral (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2020). No início do segundo ano da residência em Saúde da Família, mais presente na unidade e tive a experiência de ficar responsável pelos atendimentos e outras demandas da equipe, atuando de forma mais autônoma e independente. Esse momento foi desafiador, mas também proporcionou uma sensação de crescimento e amadurecimento profissional. À medida que assumi essa responsabilidade, tive a oportunidade de aplicar meus conhecimentos teóricos na prática clínica e com isso ganhei confiança e segurança nas minas habilidades. Essa vivência mais intensa na unidade de saúde da família me permitiu desenvolver um senso de pertencimento e identificação com a comunidade atendida, fortalecendo minha capacidade de oferecer cuidados de qualidade e estabelecer vínculos significativos com os usuários e equipe/equipe no geral. MÍDIAS REFERENTE AOS INTERVALOS, ALMOÇOS, MOMENTOS DE CONVERSA E DIÁLOGO ENTRE OS PROFISSIONAIS DA UNIDADE CURSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SAÚDE No inicio do ano tivemos também o módulo de planejamento estratégico em saúde. Foi um módulo que ocorreu em diversos momentos no mês de fevereiro e março e ao mesmo tempo que estava no serviço, tive alguns turnos dedicados e esse módulo teórico de tamanha importância. No que se refere ao planejamento estratégico em saúde, este desempenha um papel fundamental na organização e no desenvolvimento dos sistemas de saúde, visando o alcance de resultados efetivos e sustentáveis. Ele envolve a definição de metas e objetivos claros, a identificação dos recursos disponíveis e a elaboração de estratégias para melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços prestados. Essa abordagem sistemática permite direcionar os esforços e os investimentos de forma mais eficaz, priorizando as necessidades da população e otimizando a utilização dos recursos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Ao adotar o planejamento estratégico em saúde, é possível promover a integração entre diferentes níveis de atenção e setores, fortalecendo a coordenação e a continuidade do cuidado. Ele também contribui para a redução das desigualdades em saúde, ao permitir a identificação e o enfrentamento das demandas específicas de cada grupo populacional. Além disso, o planejamento estratégico facilita a avaliação e o monitoramento dos resultados alcançados, possibilitando ajustes e correções de curso ao longo do processo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Diversos documentos e diretrizes nacionais e internacionais destacam a importância do planejamento estratégico em saúde. No contexto brasileiro, o Ministério da Saúde, por meio de sua Secretaria de Atenção à Saúde, tem enfatizado a necessidade de adoção de estratégias de planejamento para fortalecer a Atenção Primária à Saúde e melhorar a organização dos serviços de saúde. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o planejamento estratégico como uma ferramenta essencial para alcançar a cobertura universal de saúde (OMS, 2015). O conhecimento em planejamento estratégico em saúde é de suma importância para o residente em Saúde da Família, pois oferece uma base sólida para o desenvolvimento de suas habilidades e competências profissionais. Ao compreender os princípios e as ferramentas do planejamento estratégico, o residente é capaz de contribuir ativamente na definição de metas e objetivos alinhados com as necessidades e demandas da população. Ele pode identificar problemas e desafios específicos em sua área de atuação, buscando soluções inovadoras e efetivas para melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços de saúde da família. O conhecimento em planejamento estratégico permite ao residente tomar decisões embasadas em dados e evidências, promovendo uma abordagem mais direcionada e personalizada ao cuidado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Referente a minha categoria profissional e o planejamento estratégico em saúde, acredito que planejamento estratégico em saúde é essencial para o desenvolvimento da prática profissional do enfermeiro na atenção primária a saúde. O enfermeiro, como líder e gestor dos cuidados de enfermagem, desempenha um papel fundamental na organização e na coordenação dos serviços de saúde da família. Com o conhecimento em planejamento estratégico, o enfermeiro é capaz de planejar, implementar e avaliar ações de enfermagem de forma integrada e sistêmica, considerando as necessidades individuais e coletivas da população atendida. Isso possibilita uma assistência de qualidade, com foco reais necessidades dos usuários. MÍDIAS RETIRADAS NOS MOMENTOS PRESENCIAIS DO CURSO HARMONIA DO GRUPO E COORDENAÇÃO DA RESIDÊNCIA Nesse primeiro semestre do segundo ano da residência houve um importante encontro entre a coordenação da residência em Saúde da Família e os residentes, em que foram discutidas questões fundamentais referentes ao primeiro ano de formação. O momento proporcionou uma oportunidade para refletir sobre os estágios estratégicos, módulos teóricos, produtos desenvolvidos e entregues aos serviços, bem como a relação em grupo e a coordenação da residência. Durante a reunião, os residentes tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências e desafios enfrentados ao longo do primeiro ano da residência. Os estágios estratégicos foram amplamente discutidos, ressaltando a importância dessas vivências práticas para a consolidação dos conhecimentos teóricos adquiridos. Foi enfatizado o valor desses estágios como momentos de aprendizado e integração com a equipe multiprofissional, possibilitando o desenvolvimento de habilidades clínicas e o aprimoramento do cuidado na atenção primária. Foram ditos também os prols e contras de cada estágio, e a sua viabilidade para os novos residentesde 2023. Os módulos teóricos também foram abordados, reconhecendo sua relevância na formação dos residentes. Os residentes reconheceram que os módulos forma proveitosos, proporcionaram embasamento teórico, promoveram discussões científicas e aprofundaram o conhecimento em áreas específicas da Saúde da Família. A troca de experiências entre os residentes e os mediadores facilitou o entendimento dos conceitos e a aplicação prática dos conteúdos, fortalecendo a capacidade crítica e reflexiva dos residentes. Os produtos desenvolvidos e entregues aos serviços foram destacados como evidências concretas do trabalho realizado pelos residentes. Esses produtos, como protocolos, planos de intervenção e materiais educativos, contribuíram para a melhoria dos serviços de saúde, demonstrando o comprometimento e a criatividade dos residentes na busca por soluções inovadoras. A valorização desses produtos também evidenciou a importância do apoio e supervisão da coordenação da residência, que proporcionou o suporte necessário para a concretização dessas iniciativas. Por fim, a relação em grupo e a coordenação da residência foram temas abordados com ênfase na reunião. A troca de experiências entre os residentes, o apoio mútuo e o fortalecimento do trabalho em equipe foram destacados como aspectos fundamentais para a formação integral e o enfrentamento dos desafios. A coordenação da residência, ao mesmo tempo que foi elogiada pela sua disponibilidade, acolhimento e orientação ao longo do primeiro ano, desempenhando um papel essencial no desenvolvimento dos residentes e na construção de um ambiente de aprendizado saudável e estimulante, foi também criticada pela alta demanda de atividades e algumas questões referentes as pactuações no primeiro ano. Esse encontro entre a coordenação da residência e os residentes proporcionou um momento de reflexão, avaliação e valorização das conquistas e desafios enfrentados no primeiro ano de formação. Foi uma oportunidade enriquecedora para fortalecer a parceria e o compromisso mútuo na busca pela excelência na formação em Saúde da Família para os novos residentes e também para um segundo ano de residência rico e saudável para ambos. FOTOS DE ALGÚNS MOMENTOS PRESENCIAIS DO GRUPO AMPLIAÇÃO DE SERVIÇOS NO DIA DE COLETA DO EXAME CITOPATOLOGICO DO COLO DO ÚTERO O exame citopatológico do colo do útero, conhecido popularmente como exame de Papanicolaou, é um procedimento fundamental realizado pelos enfermeiros nas unidades de saúde da família. Esse exame consiste na coleta de células do colo do útero, que são analisadas em laboratório para detectar possíveis alterações pré-cancerígenas ou cancerígenas. Além de ser um método eficaz na prevenção e detecção precoce do câncer de colo do útero, esse momento de cuidado proporciona ao enfermeiro a oportunidade de realizar outras abordagens importantes com as mulheres (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). Durante a realização do exame citopatológico, o enfermeiro pode aproveitar o momento para oferecer outros serviços de saúde preventiva. A oferta de testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e C é uma prática que pode ser inserida nas unidades de saúde da família, visando o diagnóstico precoce dessas infecções e a adoção de medidas de tratamento e prevenção. Essa abordagem integrada permite que a mulher tenha acesso a diferentes testes de saúde em um único momento, facilitando o acesso aos serviços e agilizando o diagnóstico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Além disso, o exame citopatológico também pode ser aproveitado para a verificação de dados antropométricos, como peso, altura e circunferência abdominal, fornecendo informações valiosas sobre o estado nutricional da mulher. A verificação da pressão arterial também pode ser realizada nesse momento, contribuindo para a identificação precoce de possíveis problemas cardiovasculares. Essa abordagem mais ampla e integrada permite uma atenção mais abrangente à saúde da mulher, garantindo que outras necessidades de cuidado sejam identificadas e abordadas de forma oportuna (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). O exame citopatológico do colo do útero, além de ser uma importante estratégia de prevenção do câncer, abre espaço para o enfermeiro oferecer uma abordagem mais abrangente e integrada à saúde da mulher. Aproveitar esse momento para a oferta de testes rápidos, verificação de dados antropométricos e medição da pressão arterial fortalece a atenção primária e contribui para uma assistência mais completa e centrada na mulher. Durante essa abordagem mais abrangente e integrada à saúde da mulher, pude identificar casos importantes de condições de saúde, como hepatite C, sífilis, obesidade, sobrepeso e hipertensão arterial descontrolada. A detecção precoce dessas condições permitiu que eu iniciasse prontamente o tratamento adequado e adotasse as condutas necessárias para garantir o cuidado oportuno e efetivo. Através dessa abordagem integral, foi possível intervir de forma assertiva e encaminhar as mulheres para os serviços especializados, proporcionando um cuidado mais abrangente e contribuindo para a melhoria de sua saúde e qualidade de vida. SEMANA DO BEBE No mês de Março, Eu, a residente do Núcleo Ampliado em Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) e a equipe do NASF-AB realizamos uma ação na unidade de Saúde da Família (USF) Tia Regina e na Upinha Alto do Pascoal em comemoração à Semana do Bebê. Foram oferecidas orientações valiosas sobre o cuidado com a pele do bebê, os cuidados gerais, as vacinas, o uso de telas, os direitos das crianças e a importância da amamentação exclusiva. A ação foi destinada a mães, avós, pais e cuidadores de crianças que são usuários da USF Tia Regina. A equipe foi empenhada em proporcionar um momento de aprendizado e troca de experiências, visando a promoção da saúde e o bem-estar dos bebês e familiares. Durante a atividade, foram abordados diversos temas relacionados ao cuidado com o bebê. As mães e os pais tiveram a oportunidade de aprender sobre a importância de manter a pele do bebê limpa e saudável, com dicas sobre higiene adequada e a prevenção de assaduras. Além disso, foram fornecidas informações sobre os cuidados gerais, como banho, troca de fraldas, sono seguro e o fortalecimento do vínculo afetivo com o recém-nascido. A equipe também enfatizou a relevância das vacinas para a proteção do bebê contra doenças e ressaltou a importância de manter o calendário de imunizações em dia. Foram esclarecidas dúvidas e mitos comuns relacionados às vacinas, proporcionando confiança aos pais e cuidadores. Outro ponto discutido foi o uso de telas eletrônicas, como celulares, tablets e televisões, no cotidiano dos bebês. A equipe alertou sobre os riscos do uso desses dispositivos e orientou sobre a importância de não inserir essas ferramentas até os dois anos, e após isso, limitar o tempo de exposição, bem como de priorizar brincadeiras e interações sociais. Os direitos das crianças também foram abordados durante a ação, ressaltando a importância de garantir o pleno desenvolvimento e a proteção dos pequenos. Foram destacados os direitos à saúde, à educação, à alimentação adequada e ao afeto. A amamentação exclusiva foi um dos temas centrais da ação. A equipe enfatizou os benefícios do leite materno para o desenvolvimento saudável do bebê, oferecendo orientações sobre a correta técnica de amamentação, a importância do aleitamento materno em livre demanda e as vantagens do leite materno em relação a outros tipos de alimentação nos primeiros meses de vida. No final da ação, houve um momento para esclarecer dúvidas e trocar experiências entre os participantes. A equipe se colocou à disposição para oferecer suporte contínuo e acompanhar o desenvolvimento das crianças, reforçando o compromisso da USF Tia Regina em promover a saúde e o cuidado integral da família. A ação teve muito êxito e proporcionou um ambiente acolhedor e informativo para os pais, mães, avós e cuidadores de crianças. Comessa iniciativa, a equipe reafirmamos nosso compromisso com a saúde da família e com a promoção de uma infância saudável. Vale ressaltar que a Semana do Bebê e preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. É uma importante iniciativa que busca promover a saúde e o bem-estar das crianças nos primeiros anos de vida. Seguindo as diretrizes estabelecidas por essas instituições, os municípios têm a responsabilidade de organizar ações e eventos que sensibilizem a comunidade sobre a importância dos cuidados com os bebês. Essa abordagem integrada, que envolve as unidades de saúde, equipes do NASF-AB e outros setores da sociedade, visa garantir um desenvolvimento saudável e proteger os direitos das crianças desde a sua primeira infância (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019; OMS, 2018). FOTOS RETIRADAS NOS DOS DOIS MOMENTOS CURSO DE CUIDADOS PALIATIVOS NA ATENÇÃO PRIMARIA A SAÚDE Entre os meses de março e maio foi realizado um curso de cuidados paliativos direcionados a algumas equipes de saúde da família e NASF-AB do distrito sanitário II. O objetivo desse curso foi capacitar os profissionais da Atenção Básica para lidar de forma eficaz e compassiva com pacientes que necessitam de cuidados paliativos no território adscrito. Os cuidados paliativos são uma abordagem multidisciplinar que busca melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves, crônicas ou em estágio avançado. Eles são voltados para o alívio do sofrimento e para o oferecimento de suporte físico, emocional, social e espiritual, tanto para o paciente quanto para seus familiares (WHO, 2018). Essa abordagem se concentra em proporcionar conforto, controle de sintomas e suporte psicossocial, levando em consideração as preferências e valores do paciente. Os cuidados paliativos podem ser fornecidos em conjunto com tratamentos curativos, quando apropriado, e podem ser iniciados em qualquer estágio da doença (WHO,2018) . Os principais aspectos dos cuidados paliativos incluem o controle adequado da dor e de outros sintomas, como náuseas, falta de ar, fadiga e insônia. Além disso, é essencial o cuidado com a comunicação empática e efetiva, para que os profissionais possam compreender as necessidades e desejos do paciente, além de apoiar suas decisões (WHO, 2018; FERRELL, COYLE, 2015). Os cuidados paliativos também enfatizam o apoio psicossocial, que pode incluir aconselhamento individual ou em grupo, suporte emocional para pacientes e familiares, e orientação para lidar com as preocupações e incertezas decorrentes da doença avançada. Além disso, é importante considerar as necessidades espirituais do paciente, respeitando suas crenças e oferecendo suporte nesse aspecto (WHO, 2018; FERRELL, COYLE, 2015). Os profissionais da Atenção Básica desempenham um papel fundamental no fornecimento de cuidados paliativos, pois muitos pacientes recebem tratamento em suas próprias comunidades e em suas residências. Esses profissionais podem oferecer um suporte contínuo, monitorando os sintomas, ajustando medicamentos conforme necessário e fornecendo suporte emocional aos pacientes e seus familiares (FERRELL, COYLE, 2015). Além disso, os profissionais da Atenção Básica têm um conhecimento abrangente sobre os recursos disponíveis na comunidade, como serviços de apoio domiciliar, cuidadores, grupos de apoio e serviços de terapia. Eles podem ajudar os pacientes a acessar esses recursos e a coordenar seus cuidados com outras equipes de saúde. O curso de cuidados paliativos na Atenção Primária à Saúde foi extremamente enriquecedor em termos de conhecimento e habilidades. Ele proporcionou aos profissionais uma base sólida para identificar as lacunas existentes no cuidado de pacientes elegíveis para cuidados paliativos e, assim, agir de forma mais eficaz diante dessa situação. Durante o curso, nós tivemos a oportunidade de aprofundar o entendimento sobre os critérios de elegibilidade para os cuidados paliativos, bem como aprender sobre a abordagem adequada para comunicar e discutir esse tema sensível com os pacientes e suas famílias. Ao adquirir esse conhecimento, acredito que nós estamos mais aptos a identificar pacientes que se beneficiariam dos cuidados paliativos e a iniciar conversas importantes para entender suas necessidades e preferências. Isso permitirá uma abordagem mais individualizada e centrada no paciente, respeitando suas escolhas e desejos em relação aos cuidados. FOTO RETIRADA DURANTE O CURSO AÇÃO SOBRE IST E PREVENÇÃO COMBINADA No mês de Junho foi realizado na unidade de saúde uma ação conjunta das equipes de Saúde da Família e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e à prevenção combinada. Esse momento foi de grande relevância, pois permitiu a conscientização e educação da população sobre as principais ISTs, como o HIV, sífilis, hepatites B e C, além de destacar a importância da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como novas estratégias de prevenção eficazes. Durante essa ação, foram realizadas rodas de conversa com os usuários sobre a temática, trazendo os principais pontos de cada IST. O HIV, por exemplo, foi amplamente discutido, enfatizando os métodos de transmissão, como relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de seringas, bem como a importância do uso de preservativos como uma medida eficaz de prevenção. Além disso, foram ressaltados os benefícios da testagem regular, do diagnóstico precoce e do tratamento com antirretrovirais, promovendo uma melhor qualidade de vida para as pessoas vivendo com HIV. A sífilis também foi abordada, esclarecendo os modos de transmissão, incluindo relações sexuais desprotegidas e transmissão vertical. Foi destacada a importância do pré-natal adequado, com a realização de testes sorológicos para a detecção precoce da infecção e o início imediato do tratamento, quando necessário. No que diz respeito às hepatites B e C, foram destacadas as formas de transmissão, como relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de objetos cortantes contaminados. A vacinação contra a hepatite B foi fortemente enfatizada como uma estratégia eficaz de prevenção, além do uso de preservativos e da não compartilhamento de objetos pessoais. Também foram fornecidas informações sobre os testes diagnósticos e o tratamento adequado, visando a interrupção da progressão da doença e a prevenção da transmissão. Além das ISTs específicas, a prevenção de risco foi um tema recorrente durante a ação. Ressaltamos a importância de adotar medidas de proteção em todas as relações sexuais, como o uso correto e consistente de preservativos masculinos ou femininos, a fim de reduzir o risco de contrair ou transmitir qualquer IST. A educação sexual e a disponibilização de informações sobre saúde sexual e reprodutiva foram abordadas de forma a empoderar os indivíduos a tomarem decisões informadas e responsáveis sobre sua saúde sexual. Durante essa ação, foram também discutidos os conceitos e a importância da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) como estratégias fundamentais na prevenção do HIV. A PrEP refere-se ao uso contínuo de medicamentos antirretrovirais por pessoas não infectadas pelo HIV, mas que estão em situações de alto risco de contrair o vírus. Já a PEP consiste na administração imediata de medicamentos antirretrovirais após uma exposição de risco ao HIV, como relações sexuais sem preservativo ou acidentes com materiais perfurocortantes contaminados. Durante as discussões, foram fornecidas informações sobre como obter a PrEP e a PEP, os locais onde esses medicamentos estão disponíveis e a importância dessas estratégias na prevenção do HIV (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Essas ações realizadas nas unidades de saúde da família têm um impacto significativo na comunidade, pois promovem a conscientização, a prevenção e o acesso a serviços de saúde relacionadosàs ISTs. A disseminação de informações precisas e atualizadas, aliada ao fornecimento de testes diagnósticos e tratamentos adequados, contribui para a redução da transmissão das ISTs e a melhoria da qualidade de vida das pessoas afetadas por essas infecções. FOTOS DO EVENTO ESTÁGIO ESTRATÉGICO NO SAE/CTA DA POLICLÍNICA GOUVEIA DE BARROS O meu primeiro estágio no R2 foi o de redes de assistência a saúde. Optei por fazer o estágio no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Serviço de Atenção Especializada, da policlinica Gouveia de Barros, onde tive a oportunidade de conhecer de perto o processo de trabalho desse serviço e contribuir ativamente com as atividades realizadas. Essa experiência foi extremamente enriquecedora para a minha formação como residente em Saúde da Família, proporcionando um aprendizado significativo sobre o fluxo das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e HIV. No CTA, pude acompanhar e participar do atendimento às pessoas que buscavam realizar testes para detecção de ISTs, incluindo o HIV. Conheci as etapas do aconselhamento pré e pós-teste, bem como os cuidados necessários para garantir a privacidade, confidencialidade e acolhimento adequado dos usuários. Aprendi sobre a importância da escuta ativa, da empatia e da orientação assertiva, fornecendo informações precisas e relevantes sobre as ISTs e a prevenção. Já no Serviço de Atenção Especializada (SAE), pude vivenciar a rotina de atendimento especializado para pessoas vivendo com HIV/AIDS. Colaborei no acompanhamento clínico e na dispensação de medicamentos antirretrovirais, compreendendo a importância do tratamento adequado, da adesão aos medicamentos e do suporte emocional oferecido aos pacientes. Foi uma oportunidade valiosa para aprender sobre a abordagem multiprofissional, envolvendo médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, na promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV. Embora tenha percebido que, em algumas situações, o enfermeiro estava um pouco limitado nas suas atribuições no serviço, isso não foi um obstáculo para o meu aprendizado. Pelo contrário, pude compreender a importância do trabalho em equipe, da colaboração interprofissional e da valorização das competências individuais de cada profissional. Aprendi a aproveitar ao máximo as oportunidades de aprendizado, buscando contribuir com minhas habilidades e conhecimentos específicos, dentro dos limites estabelecidos. Esse período de estágio nos serviços de CTA e SAE foi de grande relevância para minha formação como residente em Saúde da Família. Além de adquirir conhecimentos técnicos e práticos, pude desenvolver habilidades de comunicação, trabalho em equipe e respeito à diversidade. A experiência me proporcionou uma visão mais ampla do cuidado em saúde, da importância da prevenção e do enfrentamento das ISTs, e reforçou meu compromisso com a promoção da saúde e bem-estar das pessoas. Em suma, essa vivência nos serviços de CTA e Serviço de Atenção Especializada foi extremamente valiosa para minha formação profissional. Contribuí com o serviço, aprendi sobre o fluxo das ISTs e HIV, e mesmo diante das limitações, tive uma experiência enriquecedora. Levo comigo as aprendizagens adquiridas e a certeza de que estou mais preparado para enfrentar os desafios da minha carreira como profissional de saúde da família. FOTO RETIRADA NO ÚLTIMO DIA DO ESTÁGIO CONSIDERAÇÕES De uma forma geral, foram meses bem intensos e cheios de vivências. Acredito que esta sendo no segundo ano que estou realmente vivendo o que é fazer parte de uma equipe de saúde da família. Sinto que conheço mais e melhor meus pacientes e com isso posso ajuda-los de forma mais integral. Sinto que estou mais inserido no programa, nas equipe e nas equipes com um todo. REFERÊNCIAS Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Programa Nacional de Incentivo ao Internato em Medicina de Família e Comunidade (PRÓ-RESIDÊNCIA). Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Organização Mundial da Saúde. Integrated Health Services – What and Why? Geneva:World Health Organization, 2008. Organização Mundial da Saúde. Global Strategy on People-centred and Integrated Health Services: Interim Report. Geneva:World Health Organization, 2015. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica - Saúde Sexual e Reprodutiva. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de Risco à Infecção pelo HIV. Brasília, DF, 2017. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. Brasília, DF, 2018. WHO. (2018). Definition of palliative care. World Health Organization. Recuperado em 11 de julho de 2023, de https://www.who.int/cancer/palliative/definition/en. Ferrell, B. R., & Coyle, N. (Eds.). (2015). Oxford textbook of palliative nursing. Oxford University Press. https://www.who.int/cancer/palliative/definition/en.