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Documento de Marcelo Fiapo

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Manual de Estágio
Manual de Estágio
Serviço Social
 
Manual de
 
Trabalho de Curso 
Educação Física
SumárioAPRESENTAÇÃO	3
1. ORIENTAÇÕES PARA OS ALUNOS	4
2. ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES DOS ALUNOS	4
3. ORIENTAÇÕES GERAIS	6
4. COMO SE ORGANIZA UM TC?	7
5. A LINGUAGEM DA MONOGRAFIA	29
6. ELABORAÇÃO FINAL DO TRABALHO DE CURSO	31
7. REFERÊNCIAS	33
APRESENTAÇÃO
Como já visto no semestre anterior, o Trabalho de Curso (TC), proporciona a vivência do estudante no que diz respeito à evolução da ciência, atividade que está, intrinsecamente, ligada ao desenvolvimento acadêmico do aluno de graduação.
É sabido que a disciplina que acompanha o desenvolvimento do TC está dividida em duas partes, sendo a primeira o Projeto Técnico Científico Interdisciplinar, na qual o aluno começa a desenvolver o seu tema, a delimitação do tema, os objetivos, o problema de pesquisa, a hipótese, a metodologia e os demais elementos que caracterizam uma proposta de trabalho científica. Toda essa construção é realizada sob a orientação de um docente.
A segunda etapa do desenvolvimento do TC, será acompanhada pela disciplina Produção Técnico Científica Interdisciplinar e se refere à continuidade da elaboração do tema proposto na 1º etapa, e, também, será acompanhada por um professor orientador.
O presente Manual irá revisar os aspectos formais da elaboração do trabalho final.
Serviço Social
3
REGULAMENTO COM DEFINIÇÃO DAS FORMAS DE ACOMPANHAMENTO/ORIENTAÇÃO
1. ORIENTAÇÕES PARA OS ALUNOS
Após a primeira postagem, o trabalho será encaminhado a um dos orientadores designados pelo curso, envolvido, diretamente, com a disciplina à qual se relaciona e que exercerá o papel de orientador do trabalho. A coordenação do curso, junto aos professores, poderá, também, sugerir orientadores para os trabalhos. 
Orientadores e alunos se comunicarão por meio das orientações para as postagens realizadas no sistema nas suas diversas fases. A frequência e a regularidade dessas postagens, serão controladas pelo professor orientador e todos os alunos deverão tomar ciência das tarefas a serem cumpridas, no período que transcorrerá entre uma postagem e outra. O TC poderá ser realizado em grupos de, até, cinco alunos. 
O TC deve ser, exclusivamente, uma pesquisa bibliográfica, não havendo a possibilidade de se realizar uma pesquisa de campo. Portanto, no capítulo de método, teremos o levantamento bibliográfico e serão discutidos os resultados obtidos do levantamento bibliográfico realizado.
2. ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES DOS ALUNOS
Durante o tempo previsto para pesquisa e elaboração do texto do TC, muitas atividades serão desenvolvidas pelos participantes. Essas atividades vão desde as práticas, de cunho organizacional (por exemplo, decidir sobre quem/quando os dados serão coletados, quando/ como serão transcritos, caso seja necessário), àquelas voltadas à construção de novos conhecimentos, envolvendo momentos de estudo e realização de tarefas relacionadas à cognição. É fundamental, portanto, que cada aluno escolha diferentes maneiras para estudar. Assim, é importante pensar em tipos de atividades a serem realizadas, a exemplo de:
· leitura e fichamento dos textos;
· buscas na internet;
· elaboração de pequenos trechos do referencial teórico, com o propósito de discutir o estilo do texto de cada um, reescrever e estabelecer características para o texto final do seu trabalho. 
Espera-se que, ao longo do desenvolvimento do relatório, o aluno desenvolva estratégias de aprendizagem que possam colaborar para o resultado final do trabalho.
Além disso, ao longo do período destinado à elaboração do relatório, o aluno deverá cumprir as seguintes etapas/diretrizes:
· comunicação regular com o orientador via sistema indicado pela Universidade; � entrega de partes do relatório, de acordo com as solicitações do professor orientador e do professor coordenador do curso, atendendo ao cronograma de postagens; � respeitar o número mínimo de postagens.
Para os alunos regulares e para alunos em dependência, no mínimo, três (3) postagens. Vale ressaltar que o aluno deverá efetuar, no mínimo, três postagens.
Desse modo, o estudante deve estar ciente de que se efetuar apenas a postagem final, o seu trabalho será, automaticamente, reprovado por falta de orientação, independentemente do que, ali, for apresentado.
A pesquisa é importante para a sua formação profissional e acadêmica. No entanto, ao utilizar um conteúdo pesquisado, é importante transcrevê-lo com as suas próprias palavras e citá-lo nas referências. Trabalhos considerados como plágio obterão a nota ZERO!
Em qualquer uma das postagens, caso o plágio seja caracterizado, o seu trabalho pode ser reprovado.
� Postagens devem ser realizadas obedecendo o cronograma divulgado no AVA, inclusive a postagem da versão final. 
Número de páginas a serem entregues 
A etapa final do TC, desenvolvida por meio da disciplina Produção Técnico Científica Interdisciplinar, deverá ter, entre 20 e 30 páginas.
Em seção posterior, as normas para a confecção do trabalho serão abordadas.
3. ORIENTAÇÕES GERAIS
As “dicas” a seguir podem ser úteis para a elaboração do relatório:
· elaboração do relatório pelo aluno, contendo os aspectos apresentados nas aulas gravadas ou em mensagens enviadas pelo professor;
· manutenção de um arquivo ou caderno para registro de todas as possíveis citações consideradas relevantes para o trabalho, assim como a referência bibliográfica correspondente;
· elaboração de diários de leitura de todos os textos lidos e considerados relevantes para o embasamento teórico do projeto;
· trabalhar sempre com a versão corrigida do trabalho e a nova versão, dando, tanto ao orientador quanto ao próprio aluno, a possibilidade de relembrar os comentários já feitos em etapa e orientação anteriores.
4. COMO SE ORGANIZA UM TC?
O TC se organiza a partir das seguintes partes:
� capa;
� elementos pré-textuais ou preliminares;
� elementos textuais;
� elementos pós-textuais.
Elementos que compõem o TC
Capa
Folha de rosto
Folha de dedicatória Elementos pré-textuaisFolha de agradecimentos
 ouFolha de epígrafe
Sumário
 PreliminaresLista de tabelas e gráficos
Resumo
Abstract
Escolha do tema
Justificativa da escolha do tema
Formulação do problema
Hipótese levantada para o problema formulado
IntroduçãoObjetivos gerais e específicos
Conceituação e relevância
Principais autores que embasarão a pesquisa
Método utilizado para realizar a pesquisa
Indicação da estrutura do trabalho
Exposição do tema
Fundamentação teórica, desenvolvimento
Elementos textuaisMetodologia do trabalho*
Argumentação e discussão
Considerações finais
Referências bibliográficas
Elementos pós-textuaisAnexos
Apêndices
Índices
Descreveremos a seguir cada uma das partes citadas, possibilitando aos autores do TC o exercício de rascunhar e refletir sobre os objetivos de cada u ma delas.
1. Capa
� Alto da página: nome da instituição/departamento.
� Centro da página: título do trabalho.
� À direita, abaixo do título: disciplina, professor, autores.
� Rodapé da página: local/data.
� Exemplo: como colocar o(s) nome(s) do(s) autor(es) do trabalho?
Em ordem alfabética do sobrenome:
ALBUQUERQUE, Sebastiana.
ANDRÉ, Luciana Souza.
ANGIULIANO, Andréa
SILVA, Adriana Aparecida
· Margens: superior – 3 cm; inferior – 2 cm; esquerda – 3 cm; dir eita – 2,5 cm. � Obs.: as linhas pontilhadas são demonstrativo da distância a ser feita, elas não devem estar no trabalho.
2. Elementos pré-textuais
Esses são os elementos que antecedem a introdução do trabalho e são constituídos por tudo aquilo que identifica o trabalho e orienta o leitor.
FOLHA DE ROSTO
Segue os mesmos procedimentos da capa em relação às margens e à distribuição dotexto, com pequenas modificações.
· Alto da página: nome(s) do(s) autor(es).
· Centro da página: título do trabalho.
· À direita, abaixo do título: explicação sobre a natureza do tra balho.
· Rodapé da página: instituição/local/data.
· Margens: superior – 3 cm; inferior – 2 cm; esquerda – 3 cm; dir eita – 2,5 cm. � Verso da página: ficha catalográfica(a ser elaborada pelo aluno no AVA, em “Biblioteca”).
FICHA CATALOGRÁFICA
Buscar no AVA avisos de onde e como confeccioná-la.
FOLHA DE DEDICATÓRIA E FOLHA DE AGRADECIMENTOS
Nessas páginas, que são opcionais, o autor apresenta mensagens pessoais. Na folha de dedicatória, o autor deverá elaborar um texto curto, dedicando o trabalho a alguém. Não há uma regra para a utilização da página, no entanto, é comum encontrarmos a dedicatória à direita, da metade da folha para baixo. Normalmente, escolhe-se para dedicar o trabalho alguém que tenha tido uma relação direta com o autor durante a elaboração do trabalho: um familiar, um professor etc. Já na folha de agradecimentos, o autor agradecerá àqueles que efetivamente contribuíram para a elaboração da monografia, por exemplo, o professor orientador, professores envolvidos com o trabalho, agências financiadoras.
Agradecimento
Quero agradecer...
A dedicatória e o agradecimento devem ficar em páginas diferentes. Na dedicatória, o autor oferece o trabalho a uma ou mais pessoas importantes; enquanto no agradecimento, o autor expressa sua gratidão pelo auxílio recebido para que o trabalho tenha sido realizado.
FOLHA DE EPÍGRAFE
Essa também é uma folha opcional. Nela, o autor da monografia apresentará um excerto de um texto de sua escolha (frase ou verso), cujo conteúdo tenha relação com o tema desenvolvido na monografia. Poderão ser escolhidas epígrafes para cada um dos capítulos da monografia, se for da preferência do autor.
SUMÁRIO
Aqui, o autor informa aos leitores o conteúdo que será tratado na monografia. A palavra sumário deverá aparecer no topo da página, em letras maiúsculas, sendo seguida, dois ou três parágrafos abaixo, de todos os intertítulos contidos no trabalho. A estética da página do sumário deverá ser observada de forma que os títulos e os subtítulos apareçam destacados de forma padronizada e obedecendo aos recuos da margem esquerda, também padronizados.
De acordo com a ABNT, a numeração em algarismos arábicos deverá ter início somente na página em que se iniciar o texto propriamente dito, porém leva-se em consideração as páginas que o antecedem. Tal numeração deverá aparecer no topo da página, do lado direito. Alguns autores optam por numerar com algarismos romanos as páginas a partir do sumário até o abstract. Assim, caso o trabalho apresente todas as folhas indicadas (da folha de rosto até a folha de epígrafe), a página do sumário deverá ser numerada com o algarismo romano vi (letras minúsculas) e a página que contiver a introdução do trabalho dará início à numeração em algarismos arábicos, porém, sem esquecer que as páginas anteriores participaram da contagem, portanto, não se começará pelo número 1, e sim pela continuação do que foi contado (5, 6, 7...).
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Nessa página o autor apresentará uma relação das ilustrações ou explicações (abreviaturas, siglas), na ordem em que aparecem no texto, indicando a(s) página(s) de sua localização.
RESUMO
Essa é uma página importante do trabalho monográfico e obrigatória. É ela que, em um primeiro momento, convida o leitor a mergulhar no texto apresentado. Deve ser um texto conciso, de 150 a 500 palavras, uma média de 300 palavras, no qual o autor apresenta uma síntese do conteúdo do trabalho, destacando os aspectos mais relevantes, a metodologia e a fundamentação teórica que deu sustentação às discussões apresentadas. O resumo visa a fornecer ao leitor elementos que permitam a ele decidir sobre ler ou não tal trabalho, em função da relevância para seu próprio contexto.
O resumo deve ser escrito na língua em que está redigido o trabalho, sem parágrafo e nunca em tópicos.
Entre o título e o texto devem conter 2 espaços e após o texto do resumo deverão aparecer as palavras-chave sugeridas pelo autor, como referência do trabalho em meio eletrônico. Segue um exemplo de resumo monográfico:
	RESUMO
1Com o apogeu da mídia como produtora de sentidos, o trabalho de educadores de diferentes segmentos da escolaridade vem sofrendo transformações e seu interesse tem se modificado em relação às atividades didáticas desenvolvidas em sala de aula no que diz respeito à língua portuguesa e à análise do discurso. A mídia televisiva brasileira mantém com o telespectador uma relação de poder, produz e reproduz valores, transmitindo textos persuasivos de alta qualidade, legitimando verdades, saberes, discursos e cristalizando, no imaginário coletivo, sem (quase) nenhum questionamento em relação à veracidade discursiva. Em se tratando do sistema educacional brasileiro, há um grande abismo e muita resistência em considerar as práticas discursivas da mídia televisiva como possíveis eventos pedagógicos favoráveis a uma formação mais crítica do futuro profissional. // 2 Assim sendo, este trabalho procura analisar o universo imaginário dos alunos de ensino médio de uma escola da rede pública, focalizando questões concernentes à linguagem midiática. // 3 Os passos metodológicos iniciaram-se com o levantamento do hábito televisual dos alunos, seguidos de audiência, discussões, análise e debate sobre o funcionamento discursivo da novela “Malhação” – Rede Globo de Televisão, de forma a oportunizar reflexões à luz da Análise do Discurso e da Análise da Conversação, evidenciando as relações entre sujeito, discurso, saber e poder. // 4 Os resultados das análises são apresentados neste trabalho, que se divide nas seguintes seções: Introdução – onde a problemática e os objetivos são apresentados; O Dizer e o Poder: relações discursivas – onde são apresentadas as referências teóricas sobre Análise do Discurso e Análise da Conversação; A Caminhada – seção que apresenta a metodologia do trabalho: procedimentos relacionados à escolha dos dados e encaminhamentos para a análise; Baixando o véu do discurso – seção que apresenta a análise de trechos transcritos da novela “Malhação”, discutidos à luz do referencial teórico; e Algumas Considerações – seção que encerra o trabalho, apresentando algumas conclusões e possíveis encaminhamentos, com o intuito de desencadear nos leitores o desejo de novas e mais aprofundadas pesquisas sobre o mesmo tema.
PALAVRAS-CHAVE: discurso, conversação, mídia, linguagem midiática
Observe, no resumo apresentado, os trechos destacados e separados com “//”. Eles mostram a organização do resumo: trecho 1 – contextualização do tema discutido na monografia; trecho 2 – propósito do trabalho; trecho 3 – metodologia utilizada no processo de pesquisa; trecho 4 – organização do documento monog ráfico.
ABSTRACT
Nessa página, esteticamente igual à página do resumo, deverá aparecer uma tradução para a língua inglesa do resumo do trabalho, seguida das palavr as-chave.
3. ELEMENTOS TEXTUAIS
Esses são os elementos que compõem o corpo do trabalho monográfico propriamente dito, podendo ser chamados de elementos nucleares, pois sem eles e sem a articulação entre eles, o texto monográfico perde a vida. Cada um dos elementos tem características próprias, porém se complementam, dando ao leitor a noção exata do caminho trilhado pelos pesquisadores sobre o tema desenvolvido.
INTRODUÇÃO
A introdução da monografia merece atenção especial dos autores. Muitas vezes, ela é considerada como de pouca importância, mas é exatamente nessa seção que todo o conteúdo do trabalho é apresentado ao leitor. Duas ou três páginas deverão ser reservadas para a introdução da monografia, é na introdução que o autor delimitará o assunto sobre o qual versará o trabalho e o justificará.
Segundo Machado (2001), é preciso compreender que apresentar justificativas para um determinado trabalho de pesquisa não é simplesmente dizer o que o motivou, do ponto de vista pessoal, a fazê-lo, isto é, por que fez o trabalho (porque gostou do tema, porque viveu a experiência etc.), mas sim dizer para que serve o trabalho, qual é a sua relevância, tendo em vista a problemática maior em que se insere, os estudos que já foram feitos a respeito, as lacunas que esses estudos ainda dei xaram etc.
Na introdução da monografia, o autor deve apresentar:
· o temado trabalho, em linhas gerais, oferecendo ao leitor não somente a possibilidade de estabelecer relações entre esse estudo e outros de seu conhecimento, mas também a opção pela leitura do trabalho em relação aos seus interesses e contexto de atuação;
· a delimitação do assunto, isto é, a extensão e a profundidade com que o trabalho tratará o assunto escolhido;
· os objetivos do trabalho: gerais (relacionados ao tema – contexto macro) e específicos (relacionados ao assunto escolhido – contexto micro) ;
· a justificativa da escolha do tema, evidenciando sua importância para o contexto no qual se encontra inserido; vale lembrar que justificar a escolha de um tema não significa dar a ele importância incomensurável e enaltecer sua complexidade de forma exagerada, mas sim apontar como esse estudo pode ser um fator contribuinte para o desenvolvimento da área em que se encontra inserido, ainda que não se proponha a ser conclusivo;
· conceituação e relevância, explicitando ao leitor a fundamentação teórica que apoiará as discussões, seguida de breves enunciados sobre os conceitos fundamentais discutidos e sua relevância para o estudo realizado; reserva-se a esse item, ainda, a necessidade de apresentar um resumo de obras e/ou pesquisas cujo tema se relaciona diretamente com o estudado, estabelecendo comparações a fim de possibilitar a discussão das lacunas que os demais trabalhos ainda não preench eram; � procedimentos adotados para a realização do trabalho de pesquisa e para a elaboração do texto monográfico, isto é, sua organização em seçõ es; � principais autores que darão base teórica à pesquisa.
Uma discussão relevante para a elaboração do texto monográfico diz respeito à escolha da pessoa do discurso. Embora haja práticas legitimadas sobre esse aspecto, cada vez mais os textos da introdução de trabalhos monográficos e das seções de desenvolvimento vêm sendo escritos em primeira pessoa (eu/nós). É importante, no entanto, que tal aspecto seja discutido com o orientador do trabalho.
Vale lembrar que, caso a opção seja pela linguagem científica, o autor deve redigir o texto na voz passiva – foi observado, foi elaborado –, na terceira pessoa do singular com o pronome se ou por meio de expressões como o presente estudo, a presente pesquisa. Há, ainda, a opção de desenvolver o texto em primeira pessoa do plural, considerando-se que o trabalho tenha sido desenvolvido pelo aluno (no caso de um aluno, apenas) e por seu orientador.
Ao desenvolver o texto em primeira pessoa do singular, o autor não necessariamente deve prescindir de fazer referência a outros estudos ou de posicionar-se como pertencente a um grupo com determinadas convicções e posicionamentos teóricos.
Carmo-Neto (1996) nos oferece algumas pistas para construirmos as justificativas de nosso trabalho:
· Por que mais um trabalho sobre esse tema?
· Em que este trabalho é diferente dos outros?
· Por que tal diferença é relevante?
· O que meu trabalho muda no conjunto de textos sobre o mesmo ass unto?
· Por que ele deve ser lido? Por quem?
· O que o leitor vai encontrar de interessante, de substancial e atrativo em meu trabalho?
Outro lembrete importante em relação ao desenvolvimento da monografia diz respeito à apresentação do objetivo do trabalho no decorrer do texto. Muitas vezes, o autor opta por retomar o objetivo em muitos momentos do desenvolvimento do texto, correndo o risco de apresentá-lo de diferentes maneiras e, inclusive, de cair em contradições. Para que isso não ocorra, sugerimos que sempre que o objetivo do trabalho for explicitado no texto, seja destacado ou indicado a partir de uma marca gráfica, possibilitando, no momento de revisão final, comparar tais enunciados e corrigir inadequações e/ou contradições.
DESENVOLVIMENTO
Essa é a parte mais extensa de um trabalho monográfico e também a mais importante. Estará subdividida em capítulos (que, por sua vez, dividem-se em subseções), sendo que cada capítulo deverá abrir uma página nova do trabalho.
Os capítulos deverão ser indicados por algarismos romanos, sendo o título do capítulo escrito em letras maiúsculas; as subseções deverão ser indicadas por algarismos arábicos, sendo os títulos escritos com maiúscula apenas nas letras iniciais das principais palavras. Há diferentes formas de identificação para as partes de uma monografia, apresentadas por diferentes autores. O que importa na verdade é que, uma vez utilizado um estilo, ele deverá ser padronizado no desenvolvimento de tod o o trabalho.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um dos itens apresentados no desenvolvimento da monografia refere-se ao arcabouço teórico, ou seja, toda a teoria na qual o trabalho está apoiado. Tal capítulo deverá ser desenvolvido em linguagem própria do autor, porém sustentada por citações de autores que já discutiram o mesmo assunto e elaboraram teorias sobre ele.
Todos os autores citados no decorrer do texto monográfico estão compondo, ao final do trabalho, o que denominamos referências bibliográficas. Em seção posterior serão apresentadas as orientações para a elaboração delas.
É importante lembrar que, nos capítulos de desenvolvimento, o autor deverá explicitar, sempre que possível, a relação entre o que está sendo dito e o objetivo do trabalho. Assim, é comum retomar o tema discutido, principalmente no desenvolvimento da seção de fundamentação teórica, pelo simples fato de que a teoria ali apresentada só é significativa na medida em que se relaciona diretamente com o objetivo proposto na pesquisa.
METODOLOGIA
Nesse capítulo, o autor da monografia deverá descrever em detalhes os procedimentos utilizados nas diversas fases da pesquisa e da elaboração do texto. Procedendo dessa forma, dará oportunidade a outros pesquisadores e aos leitores do trabalho de acompanhar todos os passos e os pensamentos do autor, entender sua lógica de pensamento em relação à análise dos dados e até mesmo iniciar uma nova pesquisa com base no encaminhamento apresentado. Quando o autor explicita claramente os procedimentos escolhidos para a condução da pesquisa, no capítulo do método, o leitor – mesmo que não conheça a teoria na qual o trabalho está sustentado – é capaz de compreender os resultados de sua análise de dados. Pressupõe-se também que, quando o método é apresentado de maneira clara, objetiva e detalhada, outros pesquisadores podem replica r o trabalho.
Um procedimento interessante para os pesquisadores é a manutenção de um diário de pesquisa, anotando tudo o que estiver sendo feito para chegar aos resultados da pesquisa. Frequentemente, fazemos muito mais coisas do que dizemos ter feito no capítulo de metodologia. Por isso, notas do diário poderão ser muito úteis (MACHADO, 2001).
Aspectos essenciais no capítulo do método dizem respeito a:
· contexto da pesquisa – descrição detalhada da situação (física/social) da pesquisa;
· participantes – caso a pesquisa envolva pessoas e/ou gravação d e dados orais; � procedimentos/instrumentos de coleta de dados – meios por meio dos quais os dados foram coletados, por exemplo: gravador, vídeo, coleta em jornal, filme etc.; � procedimentos de seleção de dados – critérios utilizados para escolher os dados a serem analisados (por que esses dados e não outros?); � método(s) de análise e as categorias utilizadas.
O capítulo do método deverá conter a explicação de como foram elaborados a pesquisa, os artigos, a dissertação, a teses, os livros... Como se organizou para realização da pesquisa e qual critério de escolha do material de leitura (exclusão e inclusão de textos). Não podemos esquecer que o nosso TC será exclusivamente um levantamento bibliográfico, um trabalho de aprofundamento sobre o tema.
ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO
Nesse capítulo, o autor de um texto monográfico não só exercita sua capacidade de argumentação como também trabalha com critérios de coerência e coesão na elaboração do texto, aspectos muito importantes para dar validade científica ao trabalho apresentado.
Os dados, analisados à luz da teoria apresentada na fundamentação teórica, estarão à mercê dos argumentos do autor. Para isso,ele recorrerá a explicações, análises, esclarecimentos de ambiguidades, descrições etc., que ofereçam ao leitor condições de compreender o encaminhamento do raciocínio na busca por comprovações do aspecto pesquisado. É importante ressaltar que discussões com base nas posições teóricas vão requerer sempre que o autor examine posições contrárias, estabeleça confrontos, compare, fazendo uso de um processo dialógico na elaboração do texto.
As análises realizadas em um trabalho monográfico deverão ser rigorosamente orientadas pelos professores orientadores, de acordo com sua área de saber metodológico e acadêmico.
Severino (2002) nos faz lembrar que o capítulo de discussão dos resultados requer do pesquisador a habilidade de tecer uma rede de significados que perpasse as informações, os dados, as teorias apresentadas no decorrer da monografia. É o momento de assumir posicionamentos e buscar a integração teoria/prática em direção ao objetivo proposto no início do trabalho. Esse fator é o mais relevante em se tratando de aferir os resultados da pesquisa e avaliar o seu significado para o crescimento do co nhecimento científico.
E mais: o capítulo de discussão é fundamentalmente um capítulo pautado em debates e questionamentos. Assim, o pesquisador precisa estar preparado para responder aos seus próprios porquês e apresentar essas respostas com clareza, pois serão elas, quando bem fundamentadas, que farão emergir os resultados da pesquisa.
CONSIDERAÇÃO FINAL
A conclusão de uma monografia, embora seja a parte menos extensa, apresenta importância fundamental, deve conter considerações e síntese a respeito das análises, apresentando aspectos convergentes e/ou divergentes observados ao longo do desenvolvimento do trabalho, além de comentários sobre sua aplicabilidade didáticopedagógica e sobre a sua contribuição sob a perspectiva discursiva.
Para Guidin (2003), a conclusão (aqui denominada de considerações finais) é o fechamento do trabalho que foi anunciado na introdução e desenvolvido ou retomado no desenvolvimento: o trabalho desembocará inevitavelmente na conclusão. Portanto, a conclusão não é um resumo ou algo que foi acrescentado no final do trabalho, sem sentido. É nela que proporcionamos ao leitor a recapitulação dos passos significativos do trabalho e, para isso, faz-se necessário retomar não somente o objetivo, mas também a caminhada do trabalho. A conclusão situa o leitor em relação às partes do trabalho.
É o momento culminante da monografia, em que as experiências pessoais e novas perspectivas dos autores podem vir à tona, de certo modo, resgatando os objetivos propostos inicialmente e as lacunas suscitadas na introdução.
É interessante lembrar que, enquanto na introdução existe a preocupação com a delimitação do tema; na conclusão, o sentido maior está em vislumbrar novas possibilidades para o tratamento desse mesmo tema. Essas possibilidades podem ser oferecidas ao leitor como sugestões para pesquisas posteriores, caracterizando, aliás, o movimento da ciência: avançar em mares pouco desbravados.
Quanto às qualidades do texto da conclusão, é importante lembrar que suas características são:
a) Brevidade – a conclusão deve ser breve e exata, concisa e convincente.
b) Objetividade – a conclusão é a síntese interpretativa dos elementos essenciais discutidos e analisados no transcurso da monografia.
c) Personalidade – a conclusão deve apontar claramente o ponto de vista dos autores por meio de marcas pessoais, não deixando de apresentar novas rotas para a continuidade do trabalho.
4. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Os elementos pós-textuais, também denominados elementos referenciais, compreendem as referências bibliográficas, os anexos e os apêndices, quando necessários. Esses são elementos orientadores para os leitores, que a eles recorrem sempre que, no decorrer da leitura do corpo do trabalho, houver indicações que lhes suscitem a curiosidade ou que possam auxiliar na compreensão da caminhada do pesquisador.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A exigência, não somente em relação às monografias, mas em qualquer publicação científica, é que seja elaborada uma seção de referências bibliográficas. No entanto, é importante que o autor conheça a diferença entre referências bibliográficas e bibliografia. As referências bibliográficas referem-se às obras (livros, artigos impressos ou presentes em fontes eletrônicas etc.) que foram citadas no corpo do trabalho. Isso significa que, ao fazer uso das vozes de diferentes autores, quer textualmente, quer parafraseando-os, o autor da monografia deve citá-los no corpo do trabalho e referenciá-los na seção referências bibliográficas. Já a bibliografia, usada como referencial em ementas de cursos ou em textos para uso didático, inclui todas as obras lidas e estudadas pelo autor para a elaboração do texto em questão.
Como as citações estão diretamente relacionadas às referências bibliográficas, apresentamos, a seguir, orientações para a elaboração de ambas.
Exemplo 1:
FREITAS, Maria Teresa; SOUZA, Solange J.; KRAMER, Sonia. (orgs.) Ciências humanas e pesquisa: leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Editora Cortez, 2003 (Coleção Questões da Nossa Época; v.107, p. 35-39).
MARSICK, Victória. Factors that affect the epistemology of group learning. Disponível em: http://www.eds.educ.ubc.ca/aerc/1997/97marsick.htm. Acesso em: 13 mai. 13.
ORELLANA, M. F.; BOWMAN, P. Cultural diversity research on learning and development: conceptual, methodological, and strategic considerations. In: American Educational Research Association; v. 32, nº 5, June/July – 2003, p. 26-32.
Preste atenção: a obra pertencente à coleção deve estar entre parênteses, com indicação de volume e páginas consultadas. As fontes eletrônicas devem indicar a data da consulta, a indicação de autor cujo artigo ou capítulo esteja inserido em uma obra organizada por outro autor ou em revista deve conter In seguido de dois pontos.
Exemplo 2:
FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy. 1996. A escola como organização aprendente: buscando uma educação de qualidade. 2a ed. Trad. Regina Garcez. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
BEDNY, Gregory Z. et al. Activity theory: history, research and application. In: Theor. Issues in Ergon. SCI. V.1, 2000, nº 2, p. 168-206.
Atente-se ao exemplo, com indicação de obra com dois ou três autores e indicação de obra com mais de três autores.
CITAÇÕES
De acordo com a Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) na NBR 10520, citação é uma informação retirada de uma obra tal qual ela se a presenta.
Exemplo 1:
Começaram trabalhando no litoral, no corte do pau-brasil e, posteriormente, no trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar. Depois, foram levados para o interior do território e regiões longínquas para trabalhar na mineração, na criação de gado, no cultivo de cacau, nas charqueadas, na exploração das “drogas do sertão”. Trabalhavam também no serviço doméstico, nas construções públicas de todos os tipos e no comércio de gêneros alimentícios (AMARAL, 2011, p. 12).
Exemplo 2:
Esclarece Pinsky (2000, p. 61): “Distante da imagem de mansidão e conformismo que costumavam lhe atribuir, o negro resistiu e revoltou-se contra sua condição de escravo. O jogo de capoeira era uma demonstração de resistência”.
A citação deve ser apresentada com o autor, ano e página utilizada; devendo haver uma uniformidade na apresentação para melhor organização.
Precisamos agora entender as diferentes citações existentes – até três linhas e mais de três linhas.
Quando estamos escrevendo um texto e citamos um trecho de um livro da mesma forma como está escrito e este tiver mais de três linhas, ele terá que ficar abaixo do texto, com recuo e fonte 11.
Exemplo 3:
Explica Amaral (2011) que o desembarque acontecia no Brasil, mais especificamente nos portos de Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Vicente. Logo após a chegada, eles eram distribuídos para várias regiões brasileiras e realizavam todo tipo de trabalho.
Começaram trabalhando no litoral, no corte do pau-brasil e, posteriormente, no trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar. Depois,foram levados para o interior do território e regiões longínquas para trabalhar na mineração, na criação de gado, no cultivo de cacau, nas charqueadas, na exploração das “drogas do sertão”. Trabalhavam também no serviço doméstico, nas construções públicas de todos os tipos e no comércio de gêneros alimentícios (AMARAL, 2011, p. 12).
Quando o trecho do texto não ultrapassa três linhas, poderá fica r no corpo do texto.
Exemplo 1:
Relatam Almeida et al. (2005) que o projeto de atração de imigrantes, em razão das novas condições políticas e econômicas, começou a vigorar após 1880. Conforme Almeida et al. (2005, p. 35): “No plano internacional, restrições à entrada de estrangeiros na Argentina e nos Estados Unidos e a estagnação econômica na Itália favoreceram o projeto brasileiro”.
Repare que, quando no meio do texto, a citação vem entre aspas.
Quando a frase que irá utilizar estiver dentro de um texto grande e você não pretender usá-la toda, e sim partes dela, é aconselhável utilizar [...] para designar que o texto foi cortado.
Exemplo 2:
“As propostas de melhorias de processo e tecnologia são coletadas e analisadas [...] com base nos resultados de projetos-piloto” (KOSCIANSKI; SOARES , 2007, p. 153).
Citação indireta
Caracteriza-se pelo resumo de uma obra ou trecho lido (parafrasear). Deve apresentar o nome do autor com o ano da obra.
Exemplo:
De acordo com Teixeira (2009), as imagens e as representações que estão nos livros didáticos são fundamentais para o desenvolvimento das crianças em período de aprendizado.
Citação de citação
A citação de citação não é muito utilizada, pois se recomenda ler os livros na íntegra, porém, se houver uma obra a que não se tem fácil acesso por ser de uma edição muito antiga, pode ser apresentada conforme exemplo a seguir:
Segundo Van Dijk (1983), citado por Fagundes (2001, p. 53), “no texto jornalístico é convencional apresentar-se um resumo do acontecimento abordado. Esse resumo pode ser expresso por letras grandes separadas do resto do texto ou na introdução no ‘lead’”.
Quando a citação se referir à ideia de algum autor citado por outro, deve-se empregar a expressão apud entre o nome do autor do qual você pretende utilizar a ideia e o autor do livro que você leu. Veja o exemplo a seguir:
Exemplo 1:
Podemos ver claramente o que se pensava da criança na obra de Ariès (1981), ao apontar que:
A ideia de infância está ligada à de dependência; só se sai da infância ao sair dessa condição. A criança pequena era vista como um animalzinho, fonte de diversão e entretenimento para os pais e habitantes do local. O elevado número de mortes de crianças pequenas não era sentido como perda, pois logo outra criança viria, em substituição. Não poderia haver, portanto, preocupação quanto à educação infantil (apud FONTERRADA, 2008, p. 37).
Exemplo 2:
Sobre este período, Bauab (1960, apud ALMEIDA, 2007) também traz seu pensamento ao considerar que este movimento [...].
ANEXOS E APÊNDICES
Anexos são documentos complementares à monografia, que esclarecem os conteúdos nela tratados. Aos anexos pertencem, por exemplo, as transcrições (na íntegra) de dados coletados, documentos, leis, pareceres etc. utilizados como suporte às discussões e que prejudicariam a estética do trabalho caso fossem inseridos em seu corpo.
Anexos são necessários, na maioria das vezes, para que os leitores do trabalho busquem a melhor compreensão das interpretações e das conclusões do autor. Em geral, são ordenados a partir de um critério lógico, por exemplo, sequenciados por data de utilização no trabalho e aparecem numerados ou são indicados por letras (Anexo 1 ou Anexo A). Essas denominações permitem que, ao fazer referência ao seu conteúdo no corpo do trabalho, o autor da monografia apresente a indicação de onde se encontra o trecho na íntegra. Exemplificando: “Conforme comentado no capítulo anterior, os dados referentes ao participante André (Anexo 5) foram coletados em seu ambiente de trabalho”.
anexos aparecem geralmente após as referências bibliográficas. No entanto, há controvérsias a esse respeito e muitos autores preferem inserir anexos antes das referências bibliográficas para que a numeração de suas páginas siga a numeração do próprio trabalho.
 Já os apêndices caracterizam-se por serem materiais produzidos pelo próprio autor da monografia. Fazem parte deles: questionários utilizados na coleta de dados, fichas e materiais preparados para coletar dados em entrevistas, tabelas elaboradas para sustentar discussões, trechos da análise dos dados.
APÊNDICES
Pouco utilizados nas monografias (que optam por apresentar, no início, um sumário com as indicações de assuntos e páginas), os índices, quando utilizados ao final da obra, têm objetivos diversos. Eles podem apresentar uma lista de assuntos (índice denominado sistemático), lista de termos referidos (índice denominado remissivo), lista de todos os nomes próprios presentes (índice denominado onomástico), lista de lugares (índice denominado toponímico) e lista de citações bíblicas (índice denominado escriturário).
5. A LINGUAGEM DA MONOGRAFIA
Considerando-se as diferentes partes que compõem o texto monográfico, é importante ressaltar que a linguagem se presentifica de diferentes e bem marcadas formas, influenciando na qualidade e na validade do texto construído. É possível perceber que a linguagem caminha entre diferentes tipos de discurso, com marcas ora expositivas, ora narrativas, percorrendo a descrição, a análise e a crítica (BRANDÃO, 2001), caracterizando essas tais partes da monografia.
Linguagem expositiva
A linguagem expositiva caracteriza-se, nas monografias, pelo discurso teórico presente tanto na introdução quanto na fundamentação teórica. A exposição exige que o autor seja objetivo, que apresente os conceitos teóricos relevantes ao trabalho, atribuindo a ele próprio ou a outros autores a responsabilidade enunciativa. Segundo Brandão (2001, p. 30):
Essa função “objetiva” não impede, entretanto, que seja permeada de elementos analíticos, argumentativos ou críticos. Em verdade, a participação do pesquisador se concretiza – o que não é pouco – desde a seleção do material, isto é, quando faz os recortes teóricos, criativos ou críticos incorporados em seu texto e no modo como distingue esses dados “objetivos” das suas próprias interpretações sobre eles. Embora, rigorosamente falando, não exista em estado “puro”, podemos chamar de “objetiva” aquela linguagem que procura apreender os fatos ou outra linguagem em seus próprios elementos constitutivos, independentes de interpretação do pesquisador e, “subjetiva”, aquela linguagem que expressa reflexões pessoais, opiniões ou propostas do pesquisador, devidamente fundamentadas e não confundidas com afirmações que apenas denunciam reações afetivas de agrado ou desagrado.
Linguagem descritiva
A linguagem descritiva caracteriza-se, nas monografias, pelos relatos fortemente presentes na metodologia. Nesse capítulo, o autor é convidado a detalhar os fatos relacionados ao contexto de pesquisa e a todos os procedimentos que vão desde a escolha do corpus para estudo e/ou coleta de dados aos critérios escolhidos para análise. A linguagem descritiva pressupõe a ausência de julgamentos e juízos de valor por parte do autor.
Linguagem analítica
A linguagem analítica caracteriza-se, nas monografias, pelo uso da explicação e da argumentação. Nesse sentido, faz uso de relações lógicas entre os elementos que se encontram explícitos no texto e aqueles implícitos, mas provocadores de sentido em relação ao objetivo da monografia.
É possível dizer que a linguagem analítica se presentifica com maior intensidade no capítulo de discussão e argumentação, no qual são discutidos e sustentados os pontos de vista do autor do trabalho à luz dos fundamentos teóricos selecionados.
Linguagem crítica
A linguagem crítica caracteriza-se, nas monografias, pela emissão de opiniões e conclusões do autor após o exaustivo questionamento a que submeteram os dados coletados ou o corpus de análise. Segundo Brandão (2001, p. 31):
É pela linguagem críticaque o estudioso pode efetivamente contribuir para o avanço das idéias em relação a determinado campo do saber, apresentando reflexões originais, nascidas seja de novos enquadramentos a partir dos elementos já conhecidos, seja aprofundando ou ampliando os referenciais de pesquisa para aspectos ou setores ainda não considerados.
6. ELABORAÇÃO FINAL DO TRABALHO DE CURSO
A produção do relatório final de TC, correspondente à disciplina Produção Técnico Científica Interdisciplinar, para os alunos regularmente matriculados no 7º e 8º semestres do curso de Graduação Plena em Educação Física, ou os alunos em regime de dependência, visa a desenvolver, no acadêmico, a capacidade de um estudo teórico-reflexivo a partir de atividades de pesquisa, da sua análise e dos seus procedimentos metodológicos, organizados de forma técnica, adequada às normas de produção de um trabalho científico. 
A produção científica objetiva oportunizar ao aluno dos cursos de graduação, na modalidade bacharelado, uma ocasião de demonstrar o grau de habilitação adquirido, o aprofundamento temático, o estímulo à produção teórica e à consulta de bibliografia especializada, segundo as normas formais de metodologia científica, e o aprimoramento da capacidade de interpretação e de análise de dados. Ainda, procura mostrar à sociedade que o graduado pleno em Educação Física está habilitado a efetuar uma pesquisa científica, bem como o seu relato. 
O relatório deve ser elaborado de acordo com as normas, as fases e o cronograma estabelecidos na disciplina que corresponderá a uma nota que gere a aprovação ou a reprovação nesse componente curricular obrigatório. 
A elaboração do relatório deverá adotar as regras da ABNT, conforme a indicação deste 
Manual. Lembre-se das orientações recebidas nas disciplinas “Metodologia do Trabalho Acadêmico” e “Métodos de Pesquisa” para a elaboração do trabalho final, ainda considerando o que se estabeleceu no Manual do Projeto Técnico Científico Interdisciplinar, ao qual o aluno já teve acesso. 
Como já visto, o TC é desenvolvido por meio de duas disciplinas, sendo o Projeto Técnico Científico Interdisciplinar desenvolvido no 6º e 7º semestres do curso, e a Produção Técnico Científica Interdisciplinar desenvolvida no 7º e 8º semestres do curso. O trabalho é uma continuidade, assim, o aluno deverá continuar a pesquisa já iniciada na etapa anterior.
Para a entrega final, todos os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais obrigatórios devem ser apresentados. Observe, atentamente, o cronograma de postagem, disponível em seu AVA, para saber o que deverá ser entregue em cada uma das postagens, e não esqueça de atender às solicitações do seu orientador.
Além disso, respeite o calendário previamente estabelecido para o atual semestre letivo, lembrando que o aluno deverá efetuar as postagens parciais para que faça jus às orientações, e finalize com a postagem de seu relatório completo em uma plataforma específica.
7. REFERÊNCIAS 
BRANDÃO, R. de O. Elementos de metodologia em nível de pós-graduação: áreas de Letras. São Paulo: Humanitas; FFLCH/USP, 2001. 
CARMO-NETO, D. Metodologia científica para principiantes. 3. ed. Salvador: Ed. Universitária Americana, 1996. 
DIAS, R.; TRALDI, M. C. Monografia passo a passo. Campinas/São Paulo: Alínea, 1998. 
D’ONOFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo: Atlas, 1999. 
GUIDIN, M. L. di R. Manual de TCC – UNIP. 2003. 
HUBNER, M. M. Guia para a elaboração de monografias, e projetos de dissertação de mestrado e doutorado. São Paulo: Mackenzie, 1998. 
LEFFA, V. J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. Disponível em: http:// www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/prod_mat.pdf. Acesso em: 28 jun. 2013.
MACHADO, A. R. (notas de aula). Gênero tese. São Paulo: LAEL – PUC-SP, 2001. 
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1997. 
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2010. 
VICTORIANO, B. A. D.; GARCIA, C. C. Produzindo monografia. São Paulo: Publisher Brasil, 1999. 
VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. 2. ed. Rio de Janeiro: ABL/ Block/Imprensa Nacional, 1998.
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