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Gestão Ambiental Metais contaminantes do Vinho

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CONTAMINAÇÃO DO VINHO POR METAIS PESADOS: COBRE, FERRO E MANGANÊS
Jefferson Erthal
Jéssica Nunes Cavelheiro
Eduardo Antonio Molon
Volmar Centenaro
	
Acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Câmpus Bento Gonçalves.
Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
A Serra Gaúcha é a região vitivinícola mais importante do Brasil, pois tem a produção de 90% dos vinhos de mesa brasileiros;
Vinhedos situados em altitudes de 200 a 800 m; 
Solos de origem vulcânica, pH baixo e de estrutura argilo-arenosa.
Introdução
A uva possui uma composição variada em elementos minerais, os quais são absorvidos através do sistema radicular da videira. 
Os teores de minerais presentes nos vinhos podem estar relacionados com o tipo de solo, de clima, de cultivar e de porta-enxerto da videira, as adubações efetuadas e os tratamentos fitossanitários para controle das doenças fúngicas; a tecnologia de vinifica­ção, os produtos e as práticas enológicas adotadas; e o contato do mosto e do vinho com materiais e equipamentos durante sua elaboração, conservação, estabilização e engarrafamento.
	O cobre, ferro e manganês são componentes naturais da uva normalmente presentes em pequenas quantidades do mosto.
Usado na produção de fios e outros equipamentos eletrônicos;
Elemento indispensável para o funcionamento dos tecidos vegetais por ser fator para a ocorrência de numerosas reações enzimáticas ;
A contaminação acidental do solo por cobre ocorre, comumente, por meio do uso de fertilizantes e fungicidas aplicados nos vinhedos, seja de forma direta ou indireta como a decomposição das folhas , nos vinhos deve-se à própria constituição das uvas e principalmente a utilização de tratamentos contra fungos;
Cobre
Os mostos podem apresentar teores na ordem dos 10 a 20 mg/L, precipitando em grande parte, no decorrer da fermentação juntamente com as leveduras, originando vinhos com teores pequenos, de 0,1 a 0,2 mg/L.. 
A OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) permite a utilização de sulfato de cobre (CuSO4) em até 1 g/hL para eliminação de espécies químicas com odores indesejáveis, o que poderá contribuir para o enriquecimento do vinho neste metal;
A biodisponibilidade de cobre não é influenciada somente pelas propriedades físicas e químicas do solo, mas também, por fatores ambientais como o clima e a população de plantas, além de fontes contaminantes de diversos tipos;
Compostos a base de cobre são amplamente utilizados, pois atuam no ecossistema a fim de combater uma ampla gama de doenças deixando, porém, resíduos no solo, entende-se que a aplicação de compostos de cobre nos vinhedos pode impactar o ecossistema através da lixiviação e transporte deste elemento para camadas mais profundas do solo. 
Cobre
A deficiência de ferro no organismo produz anemia, que está associada à fadiga, perda de apetite, pele pálida e dificuldade na respiração, o vinho é uma excelente fonte de ferro onde quarenta por cento da necessidade diária pode ser encontrada em meia-garrafa;
A presença do ferro no vinho vem principalmente do solo e depende da própria variedade para a assimilação, parte deste ferro se precipita durante e após a fermentação, normalmente encontra-se de 4 a 20 mg/dm3 no vinho, quantidade que não levaria a problemas toxicológicos;
Quando em teores acima de 10 mg/dm3 pode provocar turvações ou alteração na cor dos vinhos, porém desempenha papel importante na oxidação e envelhecimento do vinho.
A legislação brasileira determina que a quantidade de ferro presente nos vinhos comercializados seja de até 0,30 ppm (concentração em partes por milhão, equivalente a aproximadamente 3,3 mg/dm3).
Ferro
É um cátion encontrado, regularmente, nos vinhos e nos vinagres em pequenas quantidades , menos de 3,0 mg/L;
É utilizado na produção de pilhas, esmalte porcenalizado, fertilizantes e em soldadores, constituinte importante de quase todos os aços e utilizado nas ligas de alumínio, além de ser empregado na indústria do vidro, é um metal abundante que ocorre na forma de mineral 
Micronutriente fornecido pelo solo que parti­cipa de importantes processos metabólicos como a respiração, a fotossíntese e a síntese da clorofila, além de ser um ativador en­zimático. 
Essencial para todas as formas de vida;
No ser humano é absorvido no intestino delgado, acabando a maior parte no fígado e é encontrado, ainda, nos ossos, nas cartilagens, na pele e nos rins, é necessário o consumo entre 10 a 20 mg por dia;
Manganês
Promove o crescimento, o desenvolvimento e as funções celulares dos organismos, os sintomas primários da deficiência de manganês incluem comprometimento do crescimento, anormalidades ósseas, distúrbios das funções reprodutivas e defeitos no metabolismo de lipídios e carboidratos, em excesso é tóxico podendo provocar efeitos adversos no sistema nervoso (hiperirritabilidade, atos violentos e alucinações, denominado de loucura mangânica) e na respiração celular (mitocôndrias), outras consequências são a oclusão das coronárias, a artrite reumatoide e os efeitos mutagênicos.;
O manganês presente nos vinhos é oriundo do solo, dos tratamentos fitossanitários empregados na videira e das sementes, que possuem altos conteúdos deste elemento, a natureza exógena deste elemento é associada à utilização de produtos contendo sais de Mn, sendo empregados na conservação, alguns tipos de aço inoxidável, bentonites e enzimas pectolíticas.  
Manganês
Metais como cobre, ferro e manganês são responsáveis por alterações na estabilidade de vinhos envelhecidos e modificações da qualidade sensorial dos vinho, ocasionando efeitos depreciativos, envolvendo uma série de reações oxidativas dos compostos orgânicos contidos nos vinhos, ocasionando a perda do aroma e frescor e o aparecimento de precipitados tanínicos; porém esses metais são importantes na atividade fermentativa, durante o processo de produção de vinho, são também indispensáveis no desenvolvimento de leveduras e bactérias lácticas, auxiliando na manutenção de processos biológicos.
O presente trabalho contribuiu para a avaliação da necessidade da presença de minerais no vinho, bem como a importância deles para a saúde humana.
Conclusão 
	CATARINO, Sofia Cristina Gomes. Metais contaminantes nos vinhos: ocorrência por influência das bentonites. 2006.
	CATARINO, Sofia; GARCIA, A.S. Curvelo. Os metais contaminantes dos vinhos: origens da sua presença, teores, influência dos fatores tecnológicos e definição de limites. Estação Vitivinícola Nacional. Portugal, 1998.
	CATARINO, Sofia; GARCIA, António Sérgio Curvelo; PINTO, Daniela. Validação e comparação de métodos de análise em espectrofotometria de absorção atómica com chama para doseamento de cobre e ferro em vinhos e aguardentes. Ciência Téc. Vitiv, v. 18, n. 2, p. 65-76, 2003.
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	JESUS, Robson Mota de. Desenvolvimento de método analítico para a determinação de cádmio em vinho e estudo preliminar de especiação de cádmio, ferro, manganês, zinco e cobre em vinho. Universidade Federal da Bahia, Instituto de Química, Salvador, 2011.
	MANFREDINI, Sadi; RIZZON, Luiz Antenor; ZANUS, Mauro Celso. Como elaborar vinho de qualidade na pequena propriedade. Bento Gonçalves : Embrapa Uva e Vinho, 1994. 
	MANOSSO, José. O vinho como alimento saudável. UVIBRA. Disponível em <http://www.uvibra.com.br/vinho_alimento_base.pdf>, acesso em 12 de novembro de 2015.
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	MIRANDA, Luisa Helena Silva de. Análise dos metais pesados e sua relação com o meioambiente e a saúde na bacia do Ribeirão Anicuns. Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2007.
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Referências

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