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Introdução à Ventilação Subterrânea

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Definir a importância da ventilação em minas subterrâneas.
 > Descrever as possíveis consequências de uma ventilação ineficiente.
 > Apresentar casos específicos de ventilação em minas subterrâneas.
Introdução
Engana-se quem pensa que as minas subterrâneas consistem apenas em túneis 
espalhados pelo subsolo. As minas devem proporcionar condições de trabalho 
que preservem a segurança e a saúde ocupacional dos mineradores e demais 
colaboradores. Logo, a ventilação exerce um papel crucial em minas subterrâneas, 
sendo responsável por controlar os agentes químicos (poeira, gases, vapores, 
entre outros) e pelo conforto, sobretudo térmico, dos ambientes de trabalho.
Neste capítulo, vamos explicar a importância da ventilação em minas subter-
râneas e as possíveis consequências de uma ventilação falha ou ineficaz. Além 
disso, por meio de exemplos práticos, vamos descrever os tipos de ventilação 
em minas subterrâneas.
Introdução à 
ventilação em 
mina subterrânea
Ronei Tiago Stein
Importância da ventilação em minas 
subterrâneas
Conforme mencionam Curi (2017) e Botkin e Keller (2018), a mineração pode 
ocorrer na superfície (a céu aberto), a céu aberto, mas seguida de um estágio 
de transição à lavra subterrânea, ou de formas subterrânea (no subsolo) ou 
simultânea (combinação de métodos de lavra a céu aberto e subterrânea). 
Porém, normalmente são adotadas as minas a céu aberto ou subterrâneas, 
que se diferenciam pelos seguintes motivos.
 � Minas subterrâneas são muito menores que as minas a céu aberto.
 � Atividades de mineração em minas subterrâneas são menos visíveis, 
pois áreas menores na superfície são perturbadas.
 � Mineração subterrânea produz relativamente menos resíduos de rocha 
se comparada à mineração a céu aberto. 
 � Minas a céu aberto frequentemente produzem enormes volumes de 
resíduos de rocha, com impactos bem visíveis.
 � Mineração de superfície é mais barata, mas produz maiores efeitos 
ambientais diretos.
Na maioria dos casos, o ar de minas subterrâneas é seco, contendo 
um volume de 20,93% de O2, 79,04% de N2 e 0,03% de CO2. Além des-
ses gases, a atmosfera subterrânea contém pequenas quantidades de outros 
gases, como metano (CH4), monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio 
(Nox), hidrocarbonetos não oxidados e parcialmente oxidados, amônia (NH3), 
gás sulfídrico (H2S) e dióxido de enxofre (SO2), mesmo sob condições normais.
Segundo Gancev (2006), os gases presentes na atmosfera de minas subter-
râneas podem ser provenientes dos motores a combustão, das detonações, 
do maciço, da oxidação de madeira ou minérios sulfetados, entre outros. 
Esses gases podem ser divididos em gases tóxicos e gases explosivos. Dife-
rentes técnicas são utilizadas para manter os gases em níveis aceitáveis no 
interior de uma mina. Entre essas técnicas, as mais comumente adotadas são 
a prevenção da formação de gases, a prevenção da exposição de pessoas, a 
diluição dos gases e a remoção dos gases (GANCEV, 2006).
Introdução à ventilação em mina subterrânea12
Especificamente falando da remoção dos gases, um elemento essencial e 
que não pode faltar em minas subterrâneas é a ventilação (Figura 1). Existe, 
inclusive, uma legislação do Ministério de Minas e Energia que fala sobre 
a ventilação em minas, a Portaria nº 36, de 16 janeiro de 2015. Segundo o 
art. 6.1.2 da referida portaria, tem-se:
Para cada mina deve ser elaborado e implantado um projeto de ventilação com 
fluxograma atualizado periodicamente contendo no mínimo os seguintes dados: 
a) localização, vazão e pressão dos ventiladores principais; b) direção e sentido 
do fluxo de ar; c) localização e função de todas as portas, barricadas, cortinas, 
diques, tapumes e outros dispositivos de controle do fluxo de ventilação (BRASIL, 
2015, documento on-line).
Figura 1. Representação de um sistema de ventilação em uma mina subterrânea. 
Fonte: SRK Consulting (c2021a, documento on-line). 
Conforme a Portaria nº 36/2015, a ventilação em minas subterrâneas deve 
seguir alguns requisitos, como promover o suprimento de ar em condições 
adequadas para a respiração humana, renovação contínua do ar, diluição 
eficaz de gases inflamáveis ou nocivos e de poeiras do ambiente de traba-
lho, e temperatura e umidade adequadas ao trabalho humano. Ainda, deve 
ser mantida e operada de forma regular e contínua. Mesmo em dias em que 
não haja operação em subsolo, no mínimo um terço do sistema principal 
Introdução à ventilação em mina subterrânea 13
de ventilação deve estar funcionando, e minas com emanações de gases 
nocivos, inflamáveis ou explosivos devem manter o sistema de ventilação 
integral (BRASIL, 2015).
Costa (1998) descreve que o modo como as galerias da mina estão conec-
tadas interfere na distribuição do ar e na queda de pressão de um sistema de 
ventilação. Essas conexões podem ocorrer basicamente de duas maneiras: 
em série e em paralelo. Contudo, normalmente os sistemas de ventilação 
de minas são formados por galerias conectadas de uma forma complexa, 
envolvendo os dois tipos de circuito combinados, recebendo a denominação 
de redes, ou sistema, de ventilação.
Costa (2005) menciona que existem diferentes técnicas para realizar a 
ventilação em minas subterrâneas, como as listadas a seguir.
 � Exaustão: o ar é retirado das frentes de trabalho com auxílio de venti-
ladores, os quais são instalados na boca da mina e ligados ao interior 
dela por condutos de aspiração, geralmente executados em lona es-
truturada, chapa soldada ou madeira. 
 � Insuflamento: o ar é levado até as frentes de trabalho através de ven-
tiladores, os quais são colocados na boca da mina e ligados ao interior 
por condutos de insuflamento executados com os mesmos materiais 
que os de aspiração. 
 � Modo misto: reúne as duas técnicas anteriores, fazendo a exaustão após 
as detonações de dinamite e demolições intensas, e insuflamento nas 
horas de trabalho normal durante as quais não se verificam formação 
de poeiras e fumaças em excesso. 
 � Insuflamento pela entrada: o insuflamento de ar ocorre pela própria 
galeria de acesso, através de ventiladores adaptados à boca da mina, 
cuja entrada é estanque. Porém, a mineração deve ocorrer por duas 
galerias paralelas, de forma simultânea, fazendo-se o insuflamento 
por uma e a saída pela outra (Figura 2). 
Figura 2. Ventilação de galerias pelo sistema de insuflamento pela entrada. 
Fonte: Costa (2005, p. 81). 
Introdução à ventilação em mina subterrânea14
Pela técnica de insuflamento pela entrada, as galerias vão sendo 
interligadas à medida que a mineração progride, fechando-se as 
interligações anteriores. Nas galerias mortas, as quais não são atingidas pela 
ventilação geral, ocorre a ventilação secundária, com auxílio de pequenos 
ventiladores, os quais “coletam” o ar da ventilação geral e o colocam na frente 
de trabalho através de ramais especiais de insuflamento. 
Consequências de uma ventilação 
ineficiente em minas subterrâneas
Os sistemas de ventilação em minas subterrâneas apresentam um papel 
fundamental. Entre os principais objetivos da ventilação, estão:
 � assegurar que o ar puro seja levado para dentro das minas subterrâneas; 
 � criar melhores condições para o trabalho dos mineradores;
 � prevenir a estrutura de explosões e demais consequências quanto à 
reação do acúmulo de pós e gases explosivos;
 � remover o calor produzido pelas máquinas e pelos homens; 
 � manter a temperatura mais baixa, visando a um maior conforto dos 
mineiros e demais colaboradores. 
As minas subterrâneas são consideradas espaços confinados, ou seja, áreas 
que não são destinadas à ocupação humana, com insuficiência de oxigênio, 
riscos potenciais de gases, vapores, eletricidade, com entrada restrita (SOUZA; 
MINICHELLO, 2014). Os trabalhos em espaços confinados são abordados pela 
Norma Regulamentadora (NR) nº 33. Nesses ambientes, os riscos provenien-
tes de uma entrada sem as devidas precauções podem gerar de pequenos a 
grandes infortúnios, podendo, inclusive,provocar a morte dos mineradores.
Um sistema de ventilação auxilia no controle do nível de oxigênio dentro 
das minas. Segundo Souza e Minichello (2014), o nível de oxigênio recomen-
dado para trabalhos em ambientes confinados é de 19,5%, mas esse valor 
não pode ultrapassar os 23% em volume, pois, caso contrário, o ambiente se 
torna explosivo. Caso o nível de oxigênio caia na faixa de 15%, o minerador 
vai apresentar desorientação e problemas de coordenação. Com níveis de 
oxigênio abaixo de 6%, os colaboradores podem ir a óbito em até 8 minutos.
Introdução à ventilação em mina subterrânea 15
No século XIX, era comum colocar gaiolas com canários nas minas 
a fim de monitorar os índices de gases tóxicos. Esses pássaros são 
sensíveis a ambientes contaminados. Como não existiam equipamentos para 
fazer esse monitoramento, os mineradores ficavam de olho nos pássaros; caso 
eles morressem, era hora de deixar a mina. 
Outra função dos sistemas de ventilação é garantir condições favoráveis 
(temperatura e umidade) para que os mineradores desempenhem as suas 
funções. O fato de estarem expostos a temperaturas diferentes do que podem 
suportar por um determinado período os faz vulneráveis a disfunções orgâ-
nicas. A referência de temperatura corpórea do homem é de 36 a 37°C, não 
suportando bem temperaturas ambientais acima de 40°C. Ambientes acima 
dessa temperatura são inóspitos: o corpo não consegue amenizar o calor 
fazendo a troca com o ambiente, uma vez que a evaporação não é realizada 
adequadamente, e o seu bem-estar fica, então, comprometido.
O sistema de ventilação em minas subterrâneas também visa a renovar o ar 
no interior da mina, visto que os poluentes e poeiras podem causar patologias 
nos mineradores. Algumas substâncias podem provocar queimaduras, outras 
irritações, asfixias (quando a pessoa fica sem poder respirar), problemas na 
pele, tonturas e problemas em várias outras partes do corpo, que poderão 
acarretar doenças facilmente curáveis até outras mais graves, como câncer. 
Algumas substâncias provocam efeitos a curto prazo, isto é, logo que elas 
entram em contato com o corpo ou caem sobre a pele. Outras apresentam 
efeitos retardados, de modo que os danos só começam a aparecer após 
alguns anos de trabalho ou mesmo após a aposentadoria do trabalhador 
(FREITAS; ARCURI, 2000; ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2014). 
Dessa forma, quando o sistema de ventilação na mina é ineficaz, uma série 
de problemas podem assolar os mineradores, como descrevem Freitas e Acuri 
(2000). Vejamos esses problemas a seguir.
 � Respiração: a forma mais frequente de entrada de poluentes no corpo 
é por meio da respiração. Os danos que as substâncias poderão causar 
vão depender do tipo de substância que se está respirando. Algumas 
poderão provocar irritação logo no nariz e na garganta; outras provo-
cam dor e pressão no peito; outras podem ir até o pulmão. É comum 
mineradores respirarem sílica e amianto, provocando a silicose e a 
asbestose, doenças pulmonares consideradas graves. As substâncias 
Introdução à ventilação em mina subterrânea16
que vão até o pulmão também podem passar para o sangue, sendo 
levadas para outras partes do corpo.
 � Irritação na pele: algumas substâncias/poeiras podem provocar lesões 
na pele, causando lesões superficiais ou penetrando na pele. Algumas 
substâncias podem provocar reação alérgica, acarretando ferimentos ou 
inchaços. Quando as substâncias penetram na pele, acabam penetrando 
na corrente sanguínea e sendo, então, levadas para outras partes 
do corpo. Nesse caso, o dano vai depender do tipo de substância. O 
benzeno, por exemplo, pode provocar danos na produção do sangue. 
Outras provocam problemas nos rins, no fígado, no coração ou em 
outras partes do corpo.
 � Irritação nos olhos: algumas substâncias exercem ação irritante ou 
corrosiva direta nos olhos.
 � Forma digestiva: normalmente ocorre de forma acidental, como por 
contaminação quando se tem o hábito de comer, beber ou mesmo fumar 
no ambiente de trabalho, ou devido formas inadequadas de trabalho. 
Nesse caso, a substância pode provocar queimadura ou irritação já 
na boca ou no caminho entre a boca e o estômago. Em outros casos, a 
substância pode ser levada pelo sangue para outras partes do corpo.
Conforme Machado (2011), em minas (sejam subterrâneas ou superficiais), 
é comum haver a presença de sílica, que é o elemento mais abundante na 
superfície da Terra, constituindo-se em 97,6% da crosta terrestre. A sílica 
é desprendida quando as rochas são cortadas, serradas, polidas, moídas, 
esmagadas, entre outros tipos de beneficiamento mineral.
O maior problema está relacionado com o dióxido de silício, que pode 
existir em duas variedades: amorfa e cristalina. A sílica amorfa, na forma 
diatomácea, aparentemente oferece baixo risco à saúde; já a forma cristalina 
e livre de combinações oferece alto risco, sendo que os mineradores podem 
apresentar silicose com o passar do tempo. Esse risco vai depender de três 
fatores: concentração de poeira respirável, porcentagem de sílica livre e 
cristalina na poeira, e duração da exposição. 
Silicose se refere a uma pneumoconiose, doença pulmonar causada 
pelo acúmulo de poeira nos pulmões decorrente da inalação de 
partículas de sílica. A sílica se deposita nos alvéolos pulmonares, causando 
graves danos a eles e levando a uma fibrose pulmonar nodular irreversível 
(CAPITANI; ALGRANTI, 2006).
Introdução à ventilação em mina subterrânea 17
Com relação ao controle da poeira mineral no interior de minas, a NR nº 22 
estabelece algumas medidas, especialmente umidificação, como as descritas 
a seguir (GUIA TRABALHISTA, [201-?]).
 � Em toda a mina, deve estar disponível água em condições de uso, com 
o propósito de controlar a geração de poeiras nos postos de trabalho, 
onde rocha ou minério estiver sendo perfurado, cortado, detonado, 
carregado, descarregado ou transportado.
 � As operações de perfuração ou corte devem ser realizadas por pro-
cessos umidificados para evitar a dispersão da poeira no ambiente 
de trabalho.
 � Caso haja impedimento de umidificação em função das característi-
cas mineralógicas da rocha, impossibilitando a técnica, ou quando a 
água acarretar riscos adicionais, devem ser utilizados dispositivos ou 
técnicas de controle que impeçam a dispersão da poeira no ambiente 
de trabalho.
 � Os equipamentos geradores de poeira com exposição dos trabalhadores 
devem utilizar dispositivos para a sua eliminação ou redução e ser 
mantidos em condições operacionais de uso. 
Com o avanço tecnológico e a crescente escassez de recursos minerais, 
cada vez mais se está aumentando a profundidade de exploração das minas 
subterrâneas. É comum utilizar equipamentos a diesel, mas esses equipamen-
tos introduzem riscos relacionados com os subprodutos da sua combustão 
em ambientes confinados. Muitas vezes, esses ambientes podem se tornar 
irrespiráveis e causar danos irreversíveis à saúde humana. 
Exemplos de ventilação em minas 
subterrâneas
Conforme Saliba (2010), o sistema de ventilação deve atender a alguns requi-
sitos mínimos, como os elencados a seguir.
 � Ter ventilador de emergência com capacidade que mantenha a direção 
do fluxo do ar, de acordo com as atividades para esse caso, previstas 
no projeto de ventilação.
 � As entradas aspirantes dos ventiladores devem ser protegidas.
Introdução à ventilação em mina subterrânea18
 � O ventilador principal e o de emergência devem ser instalados de modo 
que não permitam a recirculação do ar. Ainda, devem ter sistema alter-
nativo de alimentação de energia proveniente de fonte independente da 
alimentação principal para acionar o sistema de emergência em caso de:
 ■ minas sujeitas a acúmulo de gases explosivos ou tóxicos;
 ■ minas onde a falta de ventilação coloque em risco a segurança das 
pessoas durante a sua retirada.
 � Na falta de alimentação de energia e de fonte independente da ali-
mentação principal, o responsável pela mina deverá providenciar a 
retiradaimediata das pessoas. 
 � A estação onde estão localizadas os ventiladores principais e de 
emergência deve estar equipada com instrumentos para a medição 
da pressão do ar.
 � O ventilador principal deve ser dotado de dispositivo de alarme que 
indique a sua paralisação.
 � Os motores dos ventiladores a serem instalados nas frentes com pre-
sença de gases explosivos devem ser à prova de explosão.
 � Todas as galerias de desenvolvimento, após 10 metros de avançamento, 
e as obras subterrâneas sem comunicação devem ser ventiladas por 
meio de um sistema de ventilação.
Um sistema de ventilação em uma mina subterrânea é constituído de 
diferentes elementos, como ventiladores, reguladores, portas, barragens e 
cruzamentos de ar (Figura 3). 
Figura 3. Principais elementos do sistema de ventilação. 
Fonte: Adaptada de Cardoso (2014). 
Exaustão
de ar
Entrada
de ar
Entrad
a
Entrad
a
Ventilador
principal
Cruzamento de ar
Fren
te
de t
raba
lho
Reg
ulad
or
Port
as
Barr
agem
Reto
rno
Introdução à ventilação em mina subterrânea 19
Cardoso (2014) descreve que os ventiladores (Figura 4) são utilizados para 
insuflar ou fazer a exaustão da vazão de ar para alimentar o sistema de venti-
lação de mina. Os ventiladores são turbomáquinas geratrizes ou operatrizes 
que se destinam a produzir o deslocamento dos gases. 
Figura 4. Exemplo de ventilador utilizado em minas subterrâneas. 
Fonte: SRK Consulting (c2021b, documento on-line). 
Já os reguladores consistem em um sistema que realiza a abertura e/ou 
fechamento de orifícios a fim de regular a vazão de ar necessária para ventilar 
uma seção da mina. Esse método compreende a instalação de uma porta 
com um sistema de persianas ou com um painel de correr a fim de regular a 
vazão de ar para determinada seção da mina pela abertura ou fechamento 
dessas estruturas. 
Por sua vez, as portas são instaladas onde é necessário manter um acesso 
entre um sistema de entrada de ar e de retorno de ar. No caso, é um sistema 
composto por duas portas separadas a uma determinada distância. A primeira 
porta, ao ser aberta, permite que determinado equipamento ou veículo acesse 
o espaço vago. Depois de fechada, abre-se a segunda porta para que o equi-
pamento ou veículo atravesse o sistema de portas. Assim, não há alteração 
nas vazões de ar ou inversão do sentido da vazão (CARDOSO, 2014). 
Introdução à ventilação em mina subterrânea20
Conforme determinada mina subterrânea vai sendo explorada, novas 
seções são abertas e outras são fechadas. Quando uma frente de trabalho é 
considerada exaurida, não há motivos para continuar mantendo a ventilação 
desses locais. Portanto, ocorre o isolamento da seção pela construção de 
uma parede (que pode ser de alvenaria, madeira ou aço). Esse fechamento 
da seção é denominado barragem. 
O cruzamento de ar ocorre onde a vazão de ar de entrada cruza com a 
vazão de ar de retorno, mas esses fluxos de ar não podem se misturar. Então, 
é realizada a construção de uma passagem, na qual a vazão de ar de retorno 
usará um caminho da passagem e a vazão de ar de entrada usará o outro 
caminho, de modo a não haver a mistura de ar (CARDOSO, 2014).
É importante mencionar que o sistema de ventilação deve ser levar 
em consideração as condições topográficas, limitações do espaço 
e outras características específicas do local de operação.
Os ventiladores, especificamente, podem ser divididos em dois modelos: os 
centrífugos e os axiais. Conforme Cristal Jr (2020), os ventiladores centrífugos 
(Figura 5) funcionam como bombas de ar. No mercado, há as seguintes três 
opções de modelos.
 � Centrífugos com as pás radiais: mais indicados para trabalho pesados, 
por ser um modelo robusto e barulhento.
 � Centrífugos com as pás para trás: são muito eficientes, mas não são 
indicados para locais que precisem “retirar” grande quantidade de 
poeira, devido à sua potência limitada.
 � Centrífugos com as pás para frente: são os modelos mais eficientes, 
já que têm uma alta capacidade de exaustão até mesmo em baixas 
velocidades.
Introdução à ventilação em mina subterrânea 21
Figura 5. Tipos de ventiladores centrífugos utilizados em minas subterrâneas.
Fonte: Adaptada de PosColheita (2018).
Pás radiais
retas
Pás curvadas
para trás
Pás curvadas
para frente
Com relação aos ventiladores axiais (Figura 6), são mais indicados para 
minas com altas profundidades, uma vez que apresentam um sistema de 
baixa “perda de carga”, buscando a combinação de alta vazão e baixos níveis 
de ruído e consumo. 
Figura 6. Ventilador axial utilizado em minas subterrâneas.
Fonte: Cristal Jr (2020, documento on-line).
Introdução à ventilação em mina subterrânea22
Conforme Candia et al. (2009), são várias as causas de acidentes em minas 
subterrâneas. Inclusive, Saliba (2010) menciona que a mineração é um dos 
ramos de atividades que apresentam maior índice de acidentes do trabalho, 
além da exposição aos fatores de risco físicos, químicos, biológicos e ergo-
nômicos passíveis de acarretarem doenças ocupacionais. Entre as principais 
causas dos acidentes na mineração, conforme Candia et al. (2009), estão:
 � eletricidade;
 � enclausuramento em espaços confinados; 
 � explosão de explosivos manufaturados;
 � explosão de dutos sob pressão;
 � queda e deslizamento de materiais; 
 � queda da face, suporte ou pilar da escavação; 
 � queda de rochas do teto da escavação; 
 � incêndios; 
 � manuseio de materiais, equipamentos e máquinas;
 � ferramentas manuais; 
 � carregamento de minério; 
 � transporte horizontal e vertical; 
 � ignição ou explosão de gases ou poeira; 
 � inundação.
Alguns desses acidentes/problemas podem ser evitados ou minimizados 
pela instalação de um sistema eficiente de ventilação na mina. Logo, percebe-
-se a importância da ventilação nas atividades mineradores no subsolo. 
Conforme Machado (2011), diferentes critérios são utilizados para o dimen-
sionamento de um sistema de ventilação em mina, como o número máximo 
de pessoas em subsolo, o consumo de explosivos, a quantidade e os tipos de 
veículos e equipamentos a óleo diesel, a tonelagem mensal desmontada, a 
velocidade mínima do ar, a vazão de ar por metro quadrado da área da frente 
em desenvolvimento, etc.
Referências
BOTKIN, D. B.; KELLER, E. A. Ciência ambiental: terra, um planeta vivo. Rio de Janeiro: 
LTC, 2018.
BRASIL. Portaria nº 36, de 16 de janeiro de 2015. Altera as normas reguladoras da 
mineraçãodo DNPM, NRM 04 — aberturas subterrâneas e a NRM 06 — Ventilação. Diário 
Oficial da União, Brasília, 20 jan. 2015. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/
asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32116566/do1-2015-01-20-portaria-n-36-
de-16-de-janeiro-de-2015-32116552. Acesso em: 1 set. 2021. 
Introdução à ventilação em mina subterrânea 23
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32116566/do1-2015-01-20-portaria-n-36-de-16-de-janeiro-de-2015-32116552
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32116566/do1-2015-01-20-portaria-n-36-de-16-de-janeiro-de-2015-32116552
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32116566/do1-2015-01-20-portaria-n-36-de-16-de-janeiro-de-2015-32116552
CANDIA, R. C. et al. Análise de acidentes fatais na mineração - o caso da mineração no 
Peru. Revista Escola de Minas, 62, nº 4, p. 517-523, 2009.
CAPITANI, E. M.; ALGRANTI, E. Outras pneumoconioses. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 
v. 32, suppl. 2, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/F3XmcXpX6W9s
Z6snFDF9qKD/?lang=pt. Acesso em: 1 set. 2021.
CARDOSO, R. R. Verificação do sistema de ventilação de uma mina subterrânea dividido 
em três estágios de mineração para uma mina de carvão baseado na mina do Leão II 
(RS). 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) — 
Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. 
COSTA, E. C. Ventilação. São Paulo: Blucher, 2005. 
COSTA, J. C. A. Análise de redes de ventilação de minas:estudo de caso – Mina Medrado 
– BA. 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Minas) — Centro de Ciências e 
Tecnologia, Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande, 1998. 
CRISTAL JR. Ventilação em mina subterrânea: como é feita e quais os tipos. 2020. Dispo-
nível em: http://cristaljr.com/ventilacao-em-mina-subterranea/. Acesso em: 1 set. 2021.
CURI, A. Lavra de minas. São Paulo: Oficina de Textos, 2017.
FREITAS, N. B. B.; ARCURI, A. S. A. Cadernos de saúde do trabalhador: riscos devido a 
substâncias químicas. 2000. Disponível em: http://www.coshnetwork.org/sites/default/
files/caderno2%20risco%20quimico.pdf. Acesso em: 1 set. 2021.
GANCEV, B. F. Avaliação de condições de qualidade do ar em mina subterrânea. 2006. 
Disponível em: http://www.mecanica-poliusp.org.br/wp-content/uploads/2012/08/
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