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1 Relações Interpessoais Goiânia 2 Relações Interpessoais Núcleo Integrado de Educação a Distância Sesi/Senai Goiás Goiânia, 2015 3 Sumário Apresentação do Curso ......................................................... 04 Plano de Estudos ................................................................... 05 Unidade 1: Relações Intrapessoais Aula 01: O que é Relacionamento Interpessoal ..................................................................... 06 Aula 02: Processos Psicológicos na Compreensão do Comportamento ..................... 08 Aula 03: Personalidade ...................................................................................................... .............. 13 Aula 04: Diversidade ........................................................................................................................ 16 Aula 05: Inteligência Emocional ............................................................................................. ...... 19 Aula 06: Janela de Johari .............................................................................................................. ... 21 Aula 07: Motivação ........................................................................................................ .................... 23 Unidade 2: Relações Interpessoais Aula 08: Habilidades na Comunicação Interpessoal ............................................................ 25 Aula 09: Feedback .............................................................................................................................. 29 Aula 10: Administração de Conflitos ......................................................................................... . 32 Aula 11: Relações de Poder ........................................................................................................... 38 Unidade 3: Ambiente de Trabalho Aula 12: Ética Profissional ................................................................................................. .............. 40 Aula 13: Etiqueta Profissional .............................................................................................. .......... 45 Aula 14: Relacionamentos no Trabalho .................................................................................... 49 Referências ............................................................................. 55 4 Apresentação do Curso Olá! Seja bem-vindo ao curso de Relações Interpessoais. Aqui iremos analisar o homem como um ser relacional, ou seja, que se desenvolve através das relações com o outro, interagindo de várias formas. As nossas características individuais únicas e as relações interpessoais geram ações e reações nas convivências pessoais e profissionais. Segundo Moscovici (1985), para haver boas relações interpessoais há necessidade do desenvolvimento dessa competência, orientadas para três níveis de consequências: o individual, o grupal e o organizacional, com as seguintes características: Nível individual: o foco é intrapessoal, onde são trabalhadas as motivações, objetivos pessoais, a problemática das inter-relações, a afetividade e a intimidade, procurando obter autoconhecimento, conscientização e habilidades de percepção, análise e expressão verbal e emocional. Nível grupal: o foco é interpessoal, intragrupal e grupal, onde são trabalhadas as motivações, os objetivos comuns, as relações de poder, a liderança e os conflitos. Nível organizacional: o foco é o sistema, onde são trabalhados os objetivos individuais, grupais, organizacionais e suas compatibilidades e incompatibilidades. • Relações Intrapessoais: componentes e fatores da própria pessoa que formam sua personalidade e consequentes comportamentos. • Relações Interpessoais: mecanismos que facilitam as relações entre as pessoas. 5 Plano de Estudos Carga Horária: 16 horas Ementa Conceituação; Processos Psicológicos; Tipo de personalidade; A diversidade humana, Inteligência Emocional; A Janela de Johari; Teorias das Necessidades; Habilidades na Comunicação Interpessoal, Feedback; Administração de Conflitos; Relações de Poder; Ética Profissional; Etiqueta Profissional e Relacionamentos no Trabalho. Objetivos Objetivo Geral Promover o conhecimento e reflexão sobre como ser e conviver com as pessoas no ambiente laboral e social. Objetivos Específicos Reconhecer a importância do equilíbrio emocional na sua vida pessoal e profissional; Conhecer e identificar teorias sobre a personalidade e as influências nas relações interpessoais; Identificar mecanismos e ferramentas que facilitam a comunicação e a administração de conflitos; Conhecer as atitudes que proporcionam melhor relacionamento no trabalho. 6 Unidade 1: Relações Intrapessoais Aula 01: O que é Relacionamento Interpessoal Pessoas convivem com pessoas o tempo todo, quer seja em casa ou mesmo no trabalho, esse contato gera uma reação, onde as pessoas: comunicam-se, simpatizam-se e sentem atrações, antipatizam-se e sentem aversão, aproximam-se, afastam-se, entram em conflito, competem, colaboram e desenvolvem afeto. Pode-se considerar que as relações interpessoais desenvolvem-se a partir do processo de interação, que são as influências mútuas que os indivíduos exercem uns sobre os outros. Para Moscovici (1985) as relações interpessoais acontecem a partir do processo de interação, de acordo com a autora: “... as interferências ou reações voluntárias ou involuntárias, intencionais ou inintencionais, constituem o processo de interação humana em que cada pessoa na presença de outra pessoa, não fica indiferente a essa situação estimuladora. O processo de interação humana é complexo e ocorre permanentemente entre pessoas sob forma de comportamentos manifestos e não-manifestos, verbais e não-verbais, pensamentos, sentimentos, reações mentais e/ou físico-corporais” (p. 24). Neste sentido, no processo de interação não saímos ilesos, de alguma forma tocamos ou somos tocados pelo outro, seja positivamente ou negativamente. O processo de interação social é uma troca de experiências que influi em cada um de nós. Na verdade não existe um responsável, no mínimo corresponsável, visto que a interação humana não é unilateral, tudo que acontece é decorrente de duas fontes: EU e o OUTRO. Por um lado o relacionamento interpessoal, em qualquer contexto, pode tornar-se e manter-se harmonioso e prazeroso, permitindo o trabalho cooperativo, em equipe, com a reunião dos esforços, dos conhecimentos e das experiências para um produto maior que é a soma das partes, ou seja, a tão buscada sinergia. Por outro lado, tornar-se tenso, conflitivo, levando a desintegração de esforço, a divisão de energias e a dissolução do grupo. A eficácia dessa relação está intimamente ligada à competência interpessoal dos líderes e dos membros da equipe. Entende-se por competência interpessoal a habilidade de lidar eficazmente com as relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às exigências de cada um e às exigências da situação. 7 Disponível em: www.ceresrh.com.br. Acesso em 04 ago.2015 Segundo Argyris (1986, apud MOSCOVICI, 1985), competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais de acordo com três critérios: a) Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis relevantes; b) Habilidade de resolver realmente os problemas interpessoais, de tal modo que não haja regressões; c) Solução alcançada de tal forma que as pessoas envolvidas continuam trabalhando juntas de forma produtiva. Contextualizando: a pessoa com competência interpessoal tem um olhar mais criterioso e realístico, uma vez que conseguever uma mesma situação a partir de vários ângulos. Essa competência favorece à tomada de decisões e à resolução de conflitos de maneira mais equilibrada e produtiva, de modo a fortalecer a autenticidade e durabilidades dos relacionamentos seja no âmbito pessoal ou profissional. 8 Aula 02: Processos psicológicos na compreensão do comportamento Você já ouviu falar sobre, como aprender a conviver com outras pessoas? Ou sobre como trabalhar em grupo? Conviver em grupo é uma tarefa fácil? Sim? Não? Nesta aula sobre os processos básicos na compreensão do comportamento, você acompanhará uma abordagem introdutória sobre a temática. Como esse é um assunto complexo, é evidente que não pretendemos esgotar o assunto. Aqui, apontaremos os principais aspectos para a compreensão do comportamento e as relações interpessoais. E, para iniciar o estudo, vamos falar sobre percepção. Você sabe o que é? Percepção Com certeza você já ouviu o termo “percepção” nas mais diversas situações. As pessoas utilizam muito essa palavra no cotidiano. Por exemplo, no ambiente de trabalho, alguém poderá dizer que Antônio não teve a mesma percepção de Pedro. Reflita da seguinte forma. A qualidade de nossas relações com as pessoas depende em grande medida da nossa capacidade de perceber, de forma adequada, o comportamento e a experiência do outro. Perceber a experiência da outra pessoa? Isso mesmo. Essa atitude pode fazer a dife- rença! Quando você olha, toca, ouve, faz isso pela emoção e pela inteligência. Isso resulta em ideias que o fazem compreender e distinguir os estímulos. Mas veja bem! A capacidade do ser humano de apreender o mundo exterior é limitada. Isto acontece em decorrência da dinamicidade do mundo, da complexidade de nosso sistema perceptivo e das limitações de nossos sentidos. Já parou para pensar que a cada momento estamos em contato com diversos tipos de estímulos, vindos por diversos meios e percebidos por todos os nossos sentidos? A percepção é um processo pelo qual indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais a fim de dar um sentido ao meio ambiente. O comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade em si, ou seja, a vivência de mundo é diferente para cada um de nós, cada indivíduo percebe um objeto uma situação de acordo com suas experiências e valores. A partir 9 do momento que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera, por isso a importância da percepção para a influência do comportamento. Perceber o outro é uma arte, pois é a impressão que direciona o nosso comportamento interpessoal, e esta impressão será formada a partir da observação das ações, voz, gestos e movimentos expressivos. Tipos de Percepções: Disponível em: http://anaedudaciencias.spaceblog.com.br Acesso em 04 ago.2015 Os fatores que influenciam a percepção: Intensidade: despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade. Ex: Som alto insistente. Contrate: despertada por um contraste que chame atenção. Ex: sinais de trânsito. Movimento: é o elemento principal no despertar da atenção. Ex: reação a algo em movimento é maior do que com algo parado. Incongruências: algo absurdo que foge ao padrão. Ex: Pessoa com cachecol numa praia. Visual: compreende formas, relações espaciais, cores intensidade. Auditiva: timbres, alturas, frequência, intensidade sonora, percepção rítmica e localização auditiva. Olfativa: discriminação de odores e alcance olfativo. Gustativa: doce, salgado, amargo e azedo. Tátil: distingue objetos, calor e dor. Percepção temporal: é a passagem tempo, durações, produção de ritmos. Percepção espacial: estimativa de distância dos objetos tanto visual como auditiva e de tamanho. 10 Teste sua percepção: O jovem na Torre de Pizza! Há movimento na figura? Uma questão importante a ressaltar é que nossas características pessoais podem facilitar ou dificultar o processo perceptivo. Mas de que forma nossas características interferem em nossa percepção? Indivíduos com problemas de relacionamento apresentam dificuldade em perceber os outros e o mundo à sua volta de forma acurada, sem deformações. A pessoa que, continuamente, busca uma maior consciência sobre si, sobre o outro e o mundo, tem maior probabilidade de perceber as situações e de se relacionar, diferentemente daquela que se comporta de maneira rígida, preconceituosa, em face dos valores dos outros, quando estes são diferentes dos seus. (MENDES, 2002, p. 4). Soto (2002) ressalta que percepção é o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais, visando dar significado ao seu ambiente. A palavra “percepção” provém do latim per capiere, que significa “obtido por captura, ou captação”. Ah, agora sim! Já que percepção significa capturar, podemos pensar em um contexto mais amplo. Vamos refletir sobre nossas atitudes dentro de um grupo? Em frente! 11 Atitudes Compreender um aspecto do comportamento humano, que são as atitudes, é de extrema importância. Quer saber por quê? A partir da percepção do meio social, vamos organizando as informações recebidas e as relacionando como afetos, positivos ou negativos, o que nos predispõe favorável ou desfavoravelmente com relação às pessoas, objetos e situações. A estas predisposições chamamos de atitudes. Receber a aprovação de pessoas importantes ou do grupo social do qual participamos exerce um efeito reforçador em nossas atitudes, o que faz com que estas atitudes sejam incorporadas ao nosso repertório de comportamento. Enquanto que, aquelas atitudes que são criticadas, costumam ser rejeitadas. (MENDES, 2002, p. 4). Nesse sentido, atitudes são apreendidas e podem ser modificadas. Um exemplo disso é o mundo da publicidade, onde milhões de dólares são gastos em propagandas com o objetivo de mudar as atitudes das pessoas, muitas vezes de acordo com os interesses políticos, econômicos e sociais. Para Chiavenato (2004, p. 219), atitude significa “um estado mental de prontidão que é organizado pela experiência e que exerce uma influência específica sobre a resposta da pessoa aos objetos, situações e outras pessoas”. Você entendeu? Tem dúvidas? Então veja um conceito de atitude. Asendorpf (2004) ressalta que atitude designa em psicologia a disposição ligada ao juízo de determinados objetos da percepção ou da imaginação. Ou seja, é a tendência de uma pessoa de julgar tais objetos como bons ou ruins, desejáveis ou indesejáveis. A atitude se diferencia da postura pelo maior grau de concretude dos objetos a que se refere. Assim, o limite entre esses dois construtos não é claro. No caso das posturas, há grande dificuldade na busca de uma classificação abrangente de todas as atitudes possíveis, pois os objetos a que uma atitude pode se referir são muito heterogêneos e concretos. Agora que você já verificou dois aspectos do comportamento humano, que tal conhecer o terceiro para ter uma compreensão dinâmica sobre o assunto? Vamos estudar os valores? Valores Alguma vez você já se perguntou a maneira como as pessoas vêem a vida, os outros e o mundo? Vai depender dos valores que a pessoa tem. 12 Mas o que são valores? São componentes de nossos modelos mentais. Modelos mentais? Isso mesmo. Têm-se modelos de boa qualidade, onde existe uma melhor representação da realidade. Se forem de má qualidade, teremos uma visão mutilada e deturpada do mundo. Para entender melhor, vamos a um exemplo. Para uma pessoa que valoriza a integridade e a competência, suas escolhas, decisões e execuções serão sustentadas por valores. Desse modo, como as pessoas têmseus valores, e esse é o ponto de partida para uma relação saudável entre as pessoas, dentro das organizações também as relações se constroem sobre seus próprios valores. Disciplina, lealdade, honestidade, perseverança e respeito encontram-se presentes na missão de organizações e têm sido responsáveis pela longevidade e credibilidade por longas décadas (MENDES, 2002). Hoje, fala-se muito em valores morais. Mas, afinal, o que são esses valores? Quais os seus critérios? Quem os define ou quem os deveria definir? Esses padrões de comportamento devem existir? Depende de pessoa para pessoa? Qual a sua opinião? Contextualizando: Por isso a importância de ter o máximo de informações sobre um fato, objeto ou pessoa para evitar entendimentos conflitantes. Nossa convivência fica mais compreensiva quando temos consciência de como percebemos o mundo e os fatos, e que nossas percepções, atitudes e valores são diferentes das demais pessoas. 13 Aula 03: Personalidade O termo “personalidade” tem origem na palavra latina “persona”, (nome das máscaras usadas pelos atores no antigo teatro grego). O estudo da personalidade sempre gerou reflexões complexas sobre a origem e motivos das atitudes humanas. O processo de desenvolvimento dos indivíduos fundados em conceitos psicológicos e fisiológicos define a personalidade do ser humano. Em razão de tantas particularidades, sugiram também várias abordagens sobre a personalidade, que basicamente divergem uma da outra quanto à personalidade ser decorrentes de influências genéticas, influências do meio ambiente, ou uma relação entre as duas possibilidades (HANSENNE, 2003). Vamos nos ater à abordagem de Carl Jung, referência quanto aos estudos sobre a personalidade. Segundo o autor a personalidade é o resultado de preferências individuais na utilização das diversas funções e atitudes mentais básicas, desde o início da vida. Jung criou os Tipos Psicológicos, sem que haja tipos melhores ou piores, mais inteligentes ou menos inteligentes, mais saudáveis ou doentes, utilizados para melhor compreender os comportamentos e as relações interpessoais. Classificação dos Tipos de Personalidade A classificação do tipo de personalidade se dá pela combinação de 4 critérios, opostos e excludentes, e para que uma personalidade seja formada, é preciso escolher 1 quesito de cada critério, e no final a combinação dos 4 critérios escolhidos será revelado o seu tipo de personalidade. Confira abaixo os 4 critérios de classificação: Tipos de Personalidade: Extrovertidos ou Introvertidos A primeira classificação dos tipos de personalidade é quanto à maneira com que interagimos com o mundo, relativo a esse quesito podemos ser: Extrovertidos ( E ) ou Introvertidos ( I ): 14 Fonte: http://www.lipappi.com.br/menteaberta Tipos de Personalidade: Sensoriais ou Intuitivos A segunda classificação dos tipos de personalidade é relativa à maneira com que observamos e absorvemos as informações do mundo, relativo a este critério podemos ser: Sensoriais ( S ) ou Intuitivos ( N ): Fonte: http://www.lipappi.com.br/menteaberta Tipos de Personalidade: Pensadores ou Sentimentais A terceira classificação dos tipos de personalidade diz respeito aos modos com que julgamos as ações das outras pessoas e também o modo com que tomamos decisões. Relativo a este critério podemos ser: Pensadores (T) ou Sentimentais (F): Sensoriais (S): Corresponde ao tipo de personalidade mais materialista, obtêm a informação através da observação de fatos e detalhes concretos. São pessoas realistas e práticas. Intuitivos (N): São as pessoas que tem um perfil mais imaginativo, ao invés de fatos concretos, preferem observar e tirar as conclusões finais a partir dos seus próprios pensamentos e crenças. São as pessoas mais criativas e complexas. . São pessoas realistas e práticas. Extrovertidos (E): Quem tem este tipo de personalidade são pessoas extremamente sociáveis e que gostam de conversar e interagir com outras pessoas. Não tem medo de expor suas opiniões e são muito comunicativos. Concentram a sua energia no mundo real. Introvertidos (I): Em geral são pessoas que se sentem melhor sozinhas, são menos sociáveis e interagem com menos pessoas. Em geral, não se abrem facilmente. Concentram a sua energia no mundo dos pensamentos. 15 Fonte: http://www.lipappi.com.br/menteaberta Tipos de Personalidade: Julgadores ou Perceptivos A quarta classificação dos tipos de personalidade tem relação com o modo com que preferimos viver, se preferimos agir de forma espontânea ou se preferimos pensar bem antes de agir. Relativo a estes critérios podemos ser: Julgadores (J) ou Perceptivos (P): Fonte: http://www.lipappi.com.br/menteaberta Contextualizando: Monte sua personalidade, identifique em qual dos quatro tipos você se enquadra e quais as principais características da sua personalidade, após o teste você se conhecerá melhor e desenvolverá a habilidade de reconhecer essas características de personalidade nas outras pessoas, podendo assim se relacionar melhor no meio social. Pensadores (T): Tomam as decisões e julgam as pessoas sempre com base na lógica, em geral pesando os prós e contras, são objetivos e justos, raramente deixam os sentimentos influenciarem em suas decisões. Valorizam a lógica, a justiça e a igualdade entre as pessoas. Sentimentais (F): Pessoas com essa personalidade julgam as pessoas e tomam as suas decisões guiadas pelos seus instintos e sentimentos (decidem com base no momento). Valorizam a harmonia e a empatia, não seguem regras rígidas e aceitam exceções. Julgadores (J): Quem tem o tipo de personalidade julgador fica satisfeito depois que as decisões foram tomadas, toma decisões rapidamente, fica angustiado de deixar os problemas se acumularem. Em geral não pensa muito antes de agir, prefere se arrepender. Perceptivos (P): Ficam mais satisfeitos em tomar decisões bem pensadas e mais acertadas, demoram para agir. Os perceptivos ficam angustiados se tem que tomar uma decisão rapidamente. Em geral pensam bastante antes de agir, pois tem medo de se arrepender. 16 Aula 04: Diversidade Qual sua opinião sobre preconceito dentro de uma sociedade. Você acha que ele ainda existe? A partir de agora, você estudará questões sobre o caráter preconceituoso da nossa sociedade. Resgataremos assuntos ligados aos valores sociais da sociedade do século XXI. Para iniciarmos nosso estudo, reflita sobre o pensamento de MENDES sobre a diversidade: A pressão da sociedade sobre a questão da responsabilidade social das empresas, a competitividade, a necessidade de produtos inovadores, talvez seja uma das razões para a emergência dessa nova postura. É inegável que a forma como fomos educados não nos permite olhar para a diversidade sem certa parcialidade. Desde criança, somos ensinados a ser iguais e a encarar a desigualdade como indicador de anormalidade, problema e outras tantas designações. Nos primeiros anos da escola, onde realizamos grandes aprendizagens, somos solicitados a nos vestir da mesma forma, a nos sentarmos sempre na mesma carteira, a pintarmos o céu de azul e os campos de verde. Quando adultos, na empresa, aprendemos que as diferenças são desagregadoras e geradoras de conflitos (MENDES, 2002, p. 7). A questão da diversidade é bem importante, não é mesmo? E note que desde cedo as pessoas são estimuladas a excluírem o que é diferente. Já havia pensado sobre isso? Para Alexim (1999), o conceito de diversidade, a partir do interesse econômico das empresas, visa à adequação, a um mercado mais exigente em termos de imagem e desempenho, aglutinando eficiência e compromisso social; e, sob o ponto de vista da sociedade, visa à superação das práticas discriminatórias e de exclusão.Disponível em: http://portal.ifrn.edu.br. Acesso em 04 ago.2015 O que você pode tirar de conclusões dessa leitura? Veja que o assunto suscita várias reflexões. E quais os aspectos que você considera que impede uma boa relação social? Partindo dessa reflexão, vamos pensar no contexto do ambiente de trabalho. Existem Ao mesmo tempo, a prática da diversidade significa a efetivação do direito à diferença, criando condições e ambientes em que as pessoas possam agir em conformidade com seus valores individuais (INSTITUTO ETHOS, 2000). 17 situações que podem ferir a integridade dos trabalhadores. Essas situações são conhecidas por assédio moral. Acompanhe! Barreto (2002) define assédio moral como um sentimento de ser ofendido, menosprezado, rebaixado, inferiorizado, submetido, vexado, constrangido e ultrajado pelo outro. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado, revoltado, perturbado, mortificado, traído, envergonhado, indignado e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento. Segundo Mendes (2002), o assédio moral é muito mais que a ocorrência de situações humilhantes, depreciativas e manipuladoras. É, principalmente, uma falta de respeito pelo ser humano. A tirania de muitas empresas pode vir manifestada pelas seguintes posturas. Impor sobrecarga de trabalho. Sonegar informações e criar dificuldades para a realização de um trabalho. Desqualificar as pessoas, não respondendo a solicitações, perguntas, cumprimentos, como forma de menosprezo, humilhação. Desmoralizar o trabalho ou colocar em dúvida a competência das pessoas. Mostrar indiferença pelas condições em que as pessoas trabalham ou fazer cobranças desmedidas. Exaltar-se nas suas comunicações ao funcionário. Ameaçar constantemente com a possibilidade de desemprego ou demissão. Esses casos são muito sérios, você não acha? Que tal saber mais sobre o assunto? Confira uma dica para enriquecer seus conhecimentos! Assista ao filme O diabo veste Prada, que mostra um conjunto de condutas de desqualificação de um profissional pelo seu superior hierárquico: Miranda Priestly (Meryl Streep). No filme, podemos ver um exemplo desse tipo de patologia empresarial por meio de vários comportamentos: críticas ácidas sobre contribuições no trabalho ou sobre o modo de vestir de subordinados; estabelecimento de tarefas difíceis a serem realizados em prazos inexequíveis; desqualificação profissional das pessoas ao redor (todos são incompetentes), bem como exigências frequentes e descabidas de extrapolação de funções e do horário de trabalho. É, essa realidade impressiona, não é mesmo? E você, alguma vez já presenciou algum caso de assédio moral no trabalho? Saiba que essas situações são bastante comuns. Você percebeu que todo ser humano tem um limite de resistência a situações adversas? Isso mesmo! A partir desse ponto, começa-se a observar sintomas de sensibilidade exagerada, crises de choro, baixa autoestima, pouco nível de tolerância, irritabilidade, pensamentos negativos, ansiedade, tremores, taquicardia, insônia ou muita sonolência. 18 Essas manifestações interferem no desempenho do trabalho, resultando em queda da produtividade e da qualidade, baixa motivação, medo de tomar decisões e pouca criatividade. O assédio moral acaba acontecendo e se repetindo em muitas empresas em razão do medo, por parte daqueles que são vítimas, de perder o emprego, pois as denúncias de assédio, em sua maior parte, apontam como autores pessoas hierarquicamente superiores. Você pôde vê a questão do assédio moral na sociedade atual e quais as consequências dele para a saúde psicológica do cidadão? Contextualizando: ninguém é igual a outro alguém, pois somo todos diferentes uns dos outros. A diversidade é conhecer diversas culturas, e diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente, e está presente em todos os níveis, do individual ao coletivo. Adotar a diversidade implica reconhecer as diferenças e, a partir delas, realizar a sua valorização. Somos e queremos ser diferentes, do jeito que nascemos ou nos tornamos, sem que isso implique discriminações. 19 Aula 05: Inteligência Emocional O psicólogo Daniel Goleman, PhD, em seu livro "Inteligência Emocional", traz o conceito da inteligência emocional como importante fator responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. Moscovici (1985) faz uma ressalva de ordem conceitual e técnica em relação ao termo Inteligência utilizada por Goleman. Para a autora inteligência passa a ideia de algo quantitativo, considera mais apropriado o termo competência que é decorrente de treinamento, de desenvolvimento, de educação, por possibilitar maior precisão e exatidão no conceito que está sendo abordado. Goleman (2000) procura enfatizar que não é só a razão que influencia nos nossos atos, mas a emoção também é responsável por nossas respostas e tem grande poder sobre as pessoas. O controle das emoções visto por muito tempo como algo desejável, agora é considerado um requisito indispensável para o sucesso, já que o descontrole emocional traz prejuízos ao desenvolvimento. Disponível em: http://www.sinepe.com.br. Acesso em 04 ago.2015 Componentes da inteligência emocional: Goleman (2000) apresenta os seguintes níveis de Inteligência Emocional: Auto-Conhecimento: Autoconsciência: Conhecimento que o ser humano tem de si próprio, de seus sentimentos. Este componente é fundamental para que o homem tenha confiança em si (autoconfiança) e conheça seus pontos fortes e fracos. Autocontrole: capacidade de gerenciar suas emoções. A pessoa que sabe controlar seus próprios sentimentos reage melhor em qualquer lugar que esteja ou ato que realize. Automotivação: ter vontade de realizar otimismo, por as emoções a seu serviço. A pessoa otimista consegue realizar o que planeja, pois tem consciência que os problemas podem ser resolvidos. 20 Empatia: Saber se colocar no lugar do outro. Sociabilidade: aptidão social capacidade que a pessoa deve ter para lidar com emoções no grupo. Saber trabalhar em equipe, capacidade de liderar, negociar e resolver conflitos. Contextualizando: permitir que as emoções fiquem em segundo plano parece equivocado e perigoso, pois é fundamental conhecer e amadurecer as emoções para apreender a persistir diante das frustrações, controlar impulsos, automotivar-se contribuindo assim para uma convivência mais saudável e sinérgica consigo e com o outro. Você sabe o que significa a palavra sinergia? s.f. Ação cooperativa entre trabalhadores, empregadores e consumidores, buscando um melhor resultado do que àqueles obtidos por ações isoladas. Busca de objetivos comuns através da união entre os membros de um grupo; trabalho cooperativo; cooperação. Disponível em: http://www.dicio.com.br/sinergia/ Acesso em 25 Jun. 2015 21 Aula 06: Janela de Johari O processo de como um indivíduo percebe a si e aos outros foi esquematizado em quadrantes que formam a Janela de Johari, criada por Joseph Luft e Harry Ingham (FRITZEN, 2010). Cada uma das quatro áreas representa uma personalidade e como ocorrem as relações interpessoais e os processos de aprendizagem em grupo: Janela de Johari Conhecimento por você Desconhecido por você C o n h e c id o p e lo s o u tr o s Estilo interpessoal Eu Aberto: é o nosso comportamento conhecido por nós e pelos outros. Menor erros de interpretação Norma de franqueza Menos gasto de energia Confiança mútua Criatividade Estilo Interpessoal Eu Cego: é o nosso comportamento conhecido pelos outros mas nós não estamos cientes dele. Crítico Egocêntrico Exagerado nas convicções Autoritário Gera hostilidadeD e sc o n h e c id o p e lo s o u tr o s Estilo Interpessoal Eu Secreto: é o nosso comportamento que conhecemos, mas que escondemos dos outros. Pergunta sobre si Sabe a posição dos outros Sentimento de rejeição Baixo risco Controle dos outros Desconfiança/reserva Estilo Interp Eu Desconhecido: sujeitos nessa área não estão cientes de seus comportamentos e os outros também os desconhecem. Potencial inexplorado Criatividade reprimida Comportamentos rígidos Aversão a riscos Observador burocrata Conforme o tamanho de cada área, a Janela de Johari ressalta o predomínio de estilo interpessoal conhecido ou desconhecido, vejamos: 22 Estilo interpessoal Eu Aberto: é o nosso comportamento conhecido por nós e pelos outros, caracterizado pela nossa maneira de falar, atitudes em geral e nossas habilidades. Quanto maior essa área mais se busca feedback , permitindo franqueza e demonstrando empatia pelos outros, através de comportamentos abertos para o grupo e em consequência com menor erro de interpretação das atitudes. Estilo Interpessoal Eu Cego: é o nosso comportamento conhecido pelos outros, mas nós não estamos cientes dele, caracterizado reações nervosas, agressivas e discordantes. Quanto o estilo é predominante nessa área somos mais críticos com o comportamento dos outros sem perceber o nosso próprio comportamento. Estilo Interpessoal Eu Secreto: é o nosso comportamento que conhecemos, mas que escondemos dos outros, caracterizado por solicitar feedback (replica analítica), mas ao mesmo tempo evitar se expor e se comprometer. Estilo Interpessoal Eu Desconhecido: sujeitos predominantes nessa área não estão cientes de seus comportamentos e nem tão pouco são conhecidos pelos outros, caracterizando por potenciais não identificados e explorados. As pessoas desse estilo podem ter atitudes de aversão a riscos, preferindo mais observar a participar. Contextualizando: identifique em qual quadrante seu “EU” se posiciona como, mais conhecido ou menos conhecido por você e pelas outras pessoas. Conhecendo em qual quadrante da Janela de Johari você se percebe e é percebido, poderá desenvolver competências que facilitem suas relações em todos os níveis: intrapessoal, interpessoal e grupal. A partir dessa identificação, ou seja, o que você sabe de você mesmo e o que os outros conhecem de você, poderá tomar decisões sobre qual janela ampliar ou não, favorecendo seus objetivos e relações pessoais e profissionais. 23 Aula 07: Motivação O que motiva as nossas ações? Nosso comportamento invariavelmente é motivado para atender uma necessidade, alcançar um objetivo, que nem sempre temos consciência, fazendo com que a motivação seja mais um fator de diferenciação dos comportamentos. O motivo pode ser definido como necessidade, desejo ou impulso para chegar a um objetivo. Assim, os motivos são as respostas dos comportamentos para satisfazer as necessidades, que são processos pessoais e internos, percebíveis ou subjetivos. Teorias das Necessidades Teoria das Necessidades Adquiridas, de Maclelland: desenvolvida pelo psicólogo David McClelland, conforme essa teoria as pessoas são motivadas por três necessidades básicas: realização, associação e poder, conforme as experiências com outras pessoas e o meio ambiente: Necessidade de Realização: é a busca por desafios e de aperfeiçoamento pessoal e profissional. Necessidade de Associação: é a busca por relações pessoais mais amigáveis, evitando conflitos que prejudiquem as relações. Necessidade de Poder: é a busca pelo controle e pela influência, procurando se destacar no grupo. Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow: Abraham Maslow desenvolveu um esquema em forma de pirâmide onde se enquadram sequencialmente cinco níveis de necessidades humanas: Motivação / Necessidades COMPORTAMENTO Processo interno ou subjetivo Processo individual Motivos para a ação Objetivos / Satisfação 24 Disponível em: http://www.quanticaconsultoria.com. Acesso em 04 ago.2015 Teoria dos dois Fatores, de Hersberg: para Frederick Hersberg há dois tipos de fatores motivacionais, os que causariam insatisfação e aqueles que causam satisfação no ambiente de trabalho, nomeando os fatores que agradavam aos funcionários de Motivadores e os que desagradavam de Higiene. Fatores que levam à insatisfação (Higiene) Fatores que levam à satisfação (Motivadores) Política da Empresa Crescimento Condições do ambiente de Trabalho Desenvolvimento Relacionamento com outros funcionários Responsabilidade Segurança Reconhecimento Salário Realização Contextualizando: Conhecer o que nos move para as ações motivadoras nos auxilia a compreender nossos comportamentos. Assim, identificando quais as necessidades procuramos satisfazer com as atitudes, proporcionará melhores ações para se alcançar objetivos pessoais e profissionais. Necessidades Básicas: são as necessidades de alimentação e descanso, e visam à manutenção da existência do indivíduo. Necessidades de Segurança: são as necessidades de proteção e moradia. Necessidades de Associação: são as necessidades de pertencimento, interesses com familiares, de amizade, lazer e trabalho. Necessidade de Reconhecimento: são as necessidades de prestígio, poder e valorização pessoal e profissional. Necessidade de autorrealização: são as necessidades que visam atingir objetivos pessoais e ampliar suas potencialidades. 25 Unidade 2: Relações Interpessoais Aula 08: Habilidades na Comunicação Interpessoal A comunicação é uma ferramenta muito importante, dependendo de como for usada pode até destruir uma relação e, muitas vezes, até uma organização. A palavra comunicação vem do latim comunicare que significa “transmitir”, é um processo de interação no qual compartilhamos mensagens, idéias, sentimentos e emoções, podendo influenciar o comportamento das pessoas que, por sua vez, reagirão a partir de suas crenças, valores, história de vida e cultura. Esta habilidade é condição fundamental nas relações interpessoais. A comunicação interpessoal se refere à troca de mensagens ou informações entre as pessoas. Ou seja, diz respeito à capacidade de dialogar, trocar ideias e conversar, seja por meio do contato físico direto ou por meio de dispositivos técnicos criados pelo homem com a finalidade de transmitir mensagem ou informação. O processo de comunicação A comunicação é uma ação bastante comum no cotidiano das pessoas. Estamos o tempo todo nos comunicando. Para que haja comunicação, existe um processo. Vamos conhecê-lo a seguir? Observe a figura! A comunicação é uma ação bastante comum no cotidiano das pessoas. Estamos o tempo todo nos comunicando. Para que haja comunicação, existe um processo. Vamos conhecê-lo a seguir? Observe a figura! 26 Note que os elementos citados na figura anterior são comuns a qualquer tipo de comunicação. Existe um emissor, que é aquele que possui uma ideia ou um sentimento e que deseja transmitir uma mensagem. O que é a mensagem? É a expressão dessa ideia ou desse sentimento. Um conjunto de enunciados que formam a comunicação. Para que uma mensagem seja transmitida, é necessário definir a melhor forma de fazê- la. Ou seja, escolher o melhor canal que pode ser uma conversa pessoalmente, por telefone, um texto escrito, um desenho, um cartaz ou qualquer outra forma. Lembre-se de que a escolha do canal é de fundamental importância, pois garante que a mensagem chegue ao seu receptor – aquele que recebe a mensagem. Após a mensagem ser transmitida, para consolidação do processo de comunicação, é necessário garantir que o receptor recebeue entendeu a mensagem transmitida. É o que chamamos de feedback. É nessa etapa que o processo de comunicação se consolida. O problema é que, muitas vezes, a compreensão do receptor é diferente do significado pretendido pelo emissor. Situações como essas podem trazer prejuízos à organização, como o não cumprir com os objetivos, conflitos entre emissor e receptor, entre outras situações. Qual o motivo dessas falhas na compreensão do receptor? É simples! Pode ser que tenha ocorrido algum ruído na comunicação. Os ruídos são perturbações, obstáculos ou barreiras que distorcem a compreensão da mensagem transmitida. Eles podem decorrer por vários motivos, tanto por parte do emissor como do receptor. Da parte do emissor, temos: falta de clareza das ideias, vergonha ou receio de falar, uso de palavras incomuns etc. Por parte do receptor, pode haver um desinteresse em ouvir a mensagem, ter impressões errôneas a respeito do que está sendo transmitido, envolvimento emocional, avaliação antecipada do assunto, entre outros. Quais são as habilidades que precisam ser desenvolvidas para se comunicar bem? Habilidades na comunicação Para o exercício de qualquer atividade, não se pode desprezar a comunicação eficiente e constante. No entanto, há muitas falhas na comunicação, e um dos motivos pode ser a tendência das pessoas a se tornarem cada vez mais egoístas e autocentradas. Como estão voltadas para dentro e preocupadas mais consigo, desenvolvem pouco a habilidade de se comunicar. 27 Disponível em: http://noticias.universia.com.br. Acesso em 04 ago.2015 Você sabia que, de tudo o que conseguimos comunicar, 7% é por meio de palavras, 38% pelo modo como falamos e os 55% restantes, por sinais do corpo? (CASTRO; SILVA, 2001). A partir disso, podemos perceber que uma comunicação adequada será resultado não apenas de palavras corretas, mas de um conjunto de fatores em que a intenção será mais importante do que aquilo que se está falando. Quer conhecer algumas dicas para se comunicar bem? Elas serão muito importantes para o convívio pessoal e profissional. Acompanhe! Seja simpático: sua expressão facial e seu tom de voz serão determinantes para demonstrar sua boa disposição para com as pessoas e predispô-las positivamente para você. Isso tornará a comunicação mais fácil. Chame o interlocutor pelo nome: o que acontece quando você está em meio a uma multidão e ouve o seu nome? Sua atenção é automaticamente aguçada e você começa a procurar quem o chamou. Assim, ao falar o nome do outro, você “ligará” o cérebro dele e, de quebra, personalizará a comunicação. Use uma linguagem clara: a clareza da sua fala é medida pelo quanto às pessoas entendem o que você está falando. Evite usar palavras que seu interlocutor não entenderia. Meça suas palavras pelo nível de conhecimento dele. Faça boas perguntas: quando perguntamos, estimulamos a participação dos outros na conversa. Isso dá mais vigor ao diálogo. Ouça as respostas: pare para ouvir o que a outra pessoa tem a dizer e comente suas ideias. Deixe-a certa de que isso é importante para você. Evite interromper: em uma conversa, poucas coisas são tão irritantes e frustrantes quanto ser interrompido antes de completar uma ideia. Portanto, seja paciente e deixe as pessoas falarem. Olhe para o rosto das pessoas: sempre que falar com as pessoas, olhe para elas. Não precisa ser sempre para seus olhos. O rosto é o alvo certo do nosso olhar quando queremos nos comunicar bem. 28 Use gestos adequados: gesticular torna nossa comunicação mais clara. Mas evite gestos muito rápidos ou duros, pois podem dar a ideia de rispidez ou violência. Evite brigar para provar que tem razão: o que você pensa é importante, mas isso não é motivo para discussões acaloradas. Não se prenda a debates ou à braveza para tentar impor o que parece melhor a você. Depois de expor seu ponto de vista e considerar o que os outros membros da equipe pensam, tome as decisões e encaminhe as ações. Assuma a responsabilidade de liderar. Seja empático, coloque-se na “pele” do outro: imagine como você se sentiria se estivesse no lugar da outra pessoa e trate os outros do modo como gostaria de ser tratado nessas circunstâncias. Guiando-se por essas duas linhas mestras, você certamente acertará na comunicação e na ação. Seja humilde: por mais que você saiba, seja experiente e tenha estudado um tema, nunca terá todas as informações e percepções possíveis. Sempre terá algo a aprender com outras pessoas. Verifique se o outro realmente entendeu: evite perguntar: “Entendeu?” As pessoas quase sempre respondem sim a essa pergunta. Em vez disso, pergunte se existe alguma dúvida, se você conseguiu ser claro, se explicou direito. Assim, elas poderão ser mais sinceras. Contextualizando: a boa comunicação é importante para o bom relacionamento na vida pessoal e no dia a dia do trabalho. Saber se comunicar é uma habilidade que precisa ser desenvolvida na prática cotidiana. Para ser bem-sucedido na vida é importante lembrar que ela tem como alvo o outro, quando nos comunicamos, expressamos ideias e fatos para alguém. Assim, é preciso escolher os recursos mais adequados para exprimir o conteúdo que precisa ser transmitido e a impressão que se quer passar a quem ouvirá. 29 Fornecer informações sobre o comportamento de forma objetiva, correlacionando ao processo de aprendizagem e desenvolvimento. Aparecem quando as coisas saem erradas, através de comentários generalizados, maldosos, apontando características pessoais. Aula 09: Feedback O feedback é uma crítica construtiva. É parte fundamental no processo que visa orientar as pessoas a apresentarem um comportamento adequado a situação. Saber realizar feedback é uma habilidade interpessoal muito importante. De acordo com Moscovici (1985), o feedback é um processo de ajuste para mudança de comportamento, contribuindo assim para a melhoria do desempenho individual ou grupal. Quando queremos atingir o nosso melhor desempenho, precisamos de feedback . Ele é fundamental quando envolve trabalho em equipe, gestão e desenvolvimento de pessoas, facilitando direcionar o foco das pessoas, incentivar e reforçar um bom desempenho, oferecer alternativas de mudança de comportamento e incentivar a busca de desenvolvimento. A prática do feedback requer o desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal para que seja eficaz. O feedback pode vir de forma negativa e o interlocutor absorver esta informação, ou ser positivo e a informação não ser absorvida. Há necessidade de saber também se o momento é oportuno ou não para a transmissão do feedback. Diferença entre Crítica Construtiva e Destrutiva ≠ A importância do feedback O que fazer para que um feedback seja útil a quem o recebe? Algumas dicas para tornar útil o seu feedback: Seja claro. Não use termos genéricos ou fique rodeando uma discussão. Seja específico, claro e objetivo. Não faça avaliações da situação, apenas a descreva. CRÍTICA CONSTRUTIVA CRÍTICA DESTRUTIVA 30 Leve em consideração se quem vai recebê-lo, necessariamente, precisa ouvir o que você tem a dizer. Escolha o momento certo para fazê-lo. Inicie a conversa ressaltando os pontos fortes, detalhando o lado positivo do profissional. Utilize argumentos baseados em fatos. Não confunda feedback com superioridade. Mas, quando a situação se inverte, e você recebe o feedback? Veja algumas dicas para saber agir nesse momento: Esteja sempre aberto e preparado para receber as críticas construtivas. Escute o que as pessoas têm a lhe dizer até o final. Não fique interrompendo o emissor frase a frase para se defender. Entenda que o feedback é uma grande oportunidade de crescimento. Admita seus pontos fracos, lembre-se de que temos sempre a melhorar. Agradeça o feedback, por pior que ele seja. Disponível em: https://www.digitalents.com.br/feedback. Acesso em 04 ago. 2015 Lembre-se de que dar e receber feedback é algo que está ligado intimamente ao comportamento humano. Não é uma ferramenta administrativa que se aprende por meio de capacitações e treinamentos. Requer o desenvolvimento de muitas habilidades e é construído em um ambiente onde haja respeito e confiança. Será que você está preparado para isso? Contextualizando: O feedback designa a capacidade de dar e receber críticas e opiniões a respeito de vários aspectos como desempenho, conduta, realização de Lembre-se de que dar e receber feedback é algo que está ligado intimamente ao comportamento humano. Não é uma ferramenta administrativa que se aprende por meio de capacitações e treinamentos. Requer o desenvolvimento de muitas habilidades e é construído em um ambiente onde haja respeito e confiança. Será que você está preparado para isso? 31 tarefas, resultados e atuação. O objetivo é orientar e reorientar ações de melhoria para atividades a serem realizadas futuramente. É uma poderosa ferramenta que pode ajudar você a melhorar suas relações interpessoais. Ao dar um feedback, é sempre importante ser claro, objetivo e saber o momento certo de fazê-lo. Ao recebê-lo, entenda-o como uma dica para melhorar o desempenho. 32 Aula 10: Administração de Conflitos Quando se fala em administração de conflitos, a qual conclusão você chega? Já parou para pensar quantos conflitos você já teve em sua vida e quantas vezes administrou esses conflitos? Pois bem, veja você que administrar conflitos envolve ter capacidade de negociação. Capacidade de negociação? Sim, e ela é muito importante! Qualquer método de negociação precisa resultar em um acordo sensato, eficiente e contribuir para aprimorar, ou pelo menos não prejudicar, o relacionamento. Que tal agora estabelecer alguns princípios importantes no processo de administração de conflitos? Pessoas: separe as pessoas do problema. Interesses: concentre-se nos interesses, não nas posições. Opções: crie uma variedade de possibilidades antes de decidir o que fazer. E persiga os ganhos mútuos. Critérios: insista para que o resultado tenha por base algum padrão objetivo. A importância dos conflitos Você já sabe que os conflitos existem desde o início da humanidade? Pois bem, eles fazem parte do processo de evolução dos seres humanos e são necessários para o desenvolvimento e o crescimento de qualquer sistema familiar, social, político e organizacional. É possível pensar inúmeras alternativas para indivíduos e grupos lidarem com os conflitos. No entanto, eles podem ser ignorados ou sanados e transformados em elementos auxiliares para a evolução de uma sociedade ou organização. Se observarmos a história, até pouco tempo a ausência de conflitos era encarada como expressão de bom ambiente, boas relações e, no caso das organizações, como sinal de competência (MENDES, 2002). Alguns profissionais viam o conflito de forma negativa, como resultante da ação e do comportamento de pessoas indesejáveis, associado à agressividade, ao confronto físico e verbal e a sentimentos negativos, os quais eram considerados prejudiciais ao bom relacionamento entre as pessoas e, consequentemente, ao bom funcionamento das organizações. (MENDES, 2002, p. 47). 33 Disponível em: http://www.empresassa.com.br. Acesso em 04 ago.2015 Visão positiva do conflito Você sabia que muitas vezes o conflito é salutar para o equilíbrio psicológico dos envolvidos? Sim? Não? Para entender melhor, pense da seguinte maneira: o conflito é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assuntos. Isso é muito positivo, você não acha? E permite a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores. Em alguns momentos, o conflito pode ser considerado necessário para não entrar em um processo de estagnação. Assim, os conflitos não são necessariamente negativos. A maneira como lidamos com eles é que pode gerar algumas reações. Administrando conflitos A administração de conflitos consiste exatamente na escolha e implantação das estratégias mais adequadas para lidar com cada tipo de situação. O conflito é um processo em que uma das partes envolvidas percebe que a outra parte frustrou ou frustrará seus interesses. Isso quer dizer que no dia a dia vivemos o conflito de diferentes maneiras. Pense na seguinte situação: quantas vezes as pessoas atravessam seu caminho, dificultando ou impedindo que você atinja seus objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa percepção e termina com a adoção de uma ação adequada e positiva. Possíveis causas do conflito Segundo Mendes (2002, p. 48), para a correta administração do conflito é importante que sejam conhecidas as possíveis causas que levaram ao seu surgimento. Dentre elas, é possível citar: Mas preste atenção. A ausência de conflito nem sempre é sinônimo de crescimento para uma equipe! 34 Experiência de frustração de uma ou ambas as partes; incapacidade de atingir uma ou mais metas e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental. As diferenças de personalidade são invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida. Metas diferentes também podem gerar conflito. É muito comum estabelecermos e/ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance. Níveis de conflito Quais são os tipos de conflitos? Existem conflitos de interesses, de opinião e de necessidade. Conflitos de valor, de recursos e de caminhos. Cada um tem uma ou mais razões que podem ser avaliadas, discutidas e resolvidas pacificamente. O mais importante, além de entender a natureza de cada conflito, é saber separar as pessoas dos problemas, pois em qualquer conflito a tendência é rotular o oponente e achar que o problema está nele e não na origem do conflito. Quando assim ocorre, surgem as brigas, os impasses, as desavenças, as injúrias, as calúnias, as ameaças e as vinganças. O lado positivo dos conflitos nas organizações é que, quando resolvidos com base na razão e na natureza, a mobilização dos recursos e da energia entre as partes promove a busca criativa de soluções, eleva a habilidade das pessoas para o trabalho em equipe e, acima de tudo, estimula a confiança e o relacionamento entre as partes. Como acabamos de descrever, você observou que o conflito pode surgir de uma pequena diferença de opiniões, podendo se agravar e atingir um nível de hostilidade que chamamos de conflito destrutivo. Níveis em que os conflitos podem ocorrer: Nível 1 – Discussão: é o estágio inicial do conflito; caracteriza-se normalmente por ser racional, aberta e objetiva. Nível 2 – Debate: neste estágio, as pessoas fazem generalizações e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir. Nível 3 – Façanhas: as partes envolvidas no conflito começam a mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa escolhida pela outra parte envolvida. 35 Nível 4 – Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconcebidascom relação à outra parte, fruto de experiências anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas assumam posições fixas e rígidas. Nível 5 – Loss of face (Perder o respeito dos outros): trata-se da postura de insistir em um conflito, onde custe o que custar persiste até o fim, o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire. Nível 6 – Estratégias: neste nível, começam a surgir ameaças e as punições ficam mais evidentes. E o processo de comunicação, uma das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez mais restrito. Nível 7 – Falta de humanidade: no nível anterior evidenciam-se as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita frequência os primeiros comportamentos destrutivos. As pessoas passam a se sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos. Nível 8 – Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se autopreservar e se proteger passa a ser a única preocupação. A principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado. Nível 9 – Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de fato e não há outra alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um deles. Áreas de conflito Os conflitos podem ser divididos nas seguintes áreas (MENDES, 2002, p. 51): o Conflito social: surge em decorrência do grau de complexidade e implicação social. Devemos lembrar que vivemos em uma sociedade altamente evoluída do ponto de vista social e tecnológico, mas bastante precária em termos de habilidade para negociações. Além disso, no decorrer da história, a violência tem sido um dos instrumentos mais utilizados na tentativa de sanar conflitos. Talvez a fantasia dos humanos seja eliminar uma ideia adversa à sua, em vez de ter de questionar sua própria posição. o Conflitos tradicionais: pertencem à história e são aqueles que reúnem indivíduos ao redor dos mesmos interesses, fortalecendo sua solidariedade. Os conflitos aparecem por três razões principais: pela competição entre as pessoas, por recursos disponíveis, mas escassos; pela divergência de alvos entre as partes; e pelas tentativas de autonomia ou libertação de uma pessoa em relação à outra. 36 Disponível em: http://www.grupodestra.com.br. Acesso em 04 ago.2015 Conflitos interpessoais nas organizações Segundo Mendes (2002, p. 52), os conflitos se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros, por diferenças de papéis, podendo ser divididos em dois tipos nas relações interpessoais. Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade existente. Ocorre quando a pessoa é responsável por algum grupo, não encontrando apoio nos seus subordinados e vice-versa. Neste caso, as dificuldades encontradas no dia a dia deixam a maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada. Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar decisões. As rixas pessoais fazem com que as pessoas não se entendam e, portanto, não se falem. Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca abordadas entre os interessados. O resultado é um confronto tácito que reduz em muito a eficiência das relações. Como administrar os conflitos Mas o que é preciso para solucionar os conflitos? Lembre-se que, para uma eficaz resolução dos conflitos, é preciso compatibilizar alguns passos a serem seguidos. Conhecer e aplicar alguns saberes e definir o estilo a ser adotado são de suma importância para extinguir os conflitos. a Criar uma atmosfera afetiva. b Esclarecer as percepções. 37 c Focalizar em necessidades individuais e compartilhadas. d Construir um poder positivo e compartilhado. e Olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado. f Gerar opções de ganhos mútuos. g Desenvolver passos para a ação a ser efetivada. h Estabelecer acordos de benefícios mútuos. Para que a negociação possa ocorrer, é necessário que ambas as partes tenham as seguintes capacidades: saber comunicar, saber ouvir e saber perguntar. Para ficar mais claro, vamos observar alguns estilos e algumas características definidas por Mendes (2002, p. 55). Competição: busca satisfação dos interesses, independentemente do impacto que isso possa causar na outra parte envolvida; tenta convencer a outra parte de que sua conclusão está correta e a dela está equivocada; leva a outra parte a aceitar a culpa por um problema qualquer. Colaboração: contempla os interesses das partes envolvidas no conflito; busca um resultado benéfico para todas as partes envolvidas. Evitação: trata-se de estilo considerado não assertivo e não cooperativo; evita todo e qualquer envolvimento com o conflito, chegando a negar sua existência e o contato com as pessoas que podem causá-lo. Acomodação: trata-se de estilo considerado não assertivo e cooperativo; a parte que utiliza este estilo tende a apaziguar a situação, chegando a colocar as necessidades e os interesses da outra parte acima dos seus. Compromisso: este estilo encontra-se no padrão médio de assertividade e cooperação, em que uma das partes envolvidas no conflito desiste de alguns pontos ou itens, levando a distribuir os resultados entre ambas as partes. Contextualizando: o manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades de crescimento mútuo. Inúmeros fatores podem influenciar o surgimento do conflito, e os mais comuns são as diferenças individuais, os diversos níveis de competência interpessoal, as diferentes visões de mundo, entre outros. Não devemos esquecer que somos seres com capacidade e habilidade para ouvir e entender melhor nossos semelhantes. Com esta postura, silenciamos nossa voz interna e deixamos crescer a voz do outro, permitindo que soe clara dentro de nós. O desejo mais profundo do coração humano é o de ser compreendido, e perceber isto é possibilitar um processo eficaz nas relações. (MENDES, 2002, p. 55). 38 Aula 11: Relações de Poder Definiremos poder como a habilidade de influenciar pessoas por meio do controle dos recursos organizacionais, ou seja, a habilidade para conseguir que a outra pessoa faça aquilo que se quer. O poder é o potencial que o indivíduo tem para influenciar, modificar, persuadir o comportamento e decisões de outros indivíduos. Ele pode ser sutil ou imperceptível e por isso às vezes não é questionado. Pode acontecer em situações de decisões e negociações, sobre o comportamento dos indivíduos e pensamento, estando embutida na estrutura e na criação das crenças. Hersey (1986) faz a diferença entre poder pessoal e poder de posição, destacando que o poder deriva de uma função organizacional ou de influência pessoal, ou de ambos. Os gerentes que conseguem a realização de um trabalho em virtude de sua posição na organização induzem o comportamento, possuem o “poder sobre”, portanto possuem o poder de posição; e os que derivam seu poder dos seus subordinados, influenciam o comportamento, possuem o “poder junto a”, portanto o poder pessoal. A melhor situação para os líderes é quando eles possuem os dois tipos de poder: pessoal e de posição. O poder é o potencial que o indivíduo tem para influenciar, modificar, persuadir o comportamento e decisão de outro indivíduo. De início pode ser sutil ou imperceptível e por isso às vezes não é questionado. Pode acontecer em situações de decisões e negociações, sobre o comportamento dos indivíduos e pensamento, estando embutida na estrutura e na criação das crenças. Disponível em: http://portalrecursoshumanos.blogspot.com.br. Acesso em04 ago.2015 39 Foram efetuados por Aguiar (1997) estudos sobre as fontes de poder social, ou seja, a capacidade de exercer influência interpessoal, considerando como base do poder: Poder Legítimo – Está relacionado à hierarquia organizacional. Deriva do local específico ocupado por uma pessoa dentro da organização. As bases do poder legítimo são os valores culturais, aceitação da estrutura social, especialmente da hierarquia de autoridade, e a nomeação por uma autoridade legítima. Quando o individuo deixa o cargo, o poder continua a existir na posição e não pode seguir com o individuo. Poder de Recompensa – Esse tipo de poder influencia o comportamento através do uso de recompensas, podendo ser pessoais, como um sorriso ou o reconhecimento que pode ser financeiro, prêmios ou outros benefícios. Poder Coercitivo – Está relacionado à capacidade de punir como meio de influenciar o comportamento de outras pessoas. A punição se manifesta de várias maneiras, seja pelo uso da força física seja retirando privilégios ou liberdades. Geralmente, este tipo de poder é exercido sob a forma de ameaças verbais ou não verbais, ocorrendo no mundo do trabalho, nas relações sociais e familiares. É uma poderosa ferramenta de intimidação. Poder de Especialização – Está relacionado às habilidades, à capacidade de influenciar pelo conhecimento, habilidade e experiência. Não basta o indivíduo possuir conhecimentos especializados, é necessário que os demais percebam. Poder de Referência – É o poder de influenciar o outro pela força do seu carisma ou por características pessoais que são admiradas e servem como referência. Tem como base a identificação com o outro, desejo de ser semelhante ao outro. Os três primeiros tipos de poder têm como base o poder de posição, enquanto os outros dois as bases de poder são pessoais, podendo existir três tipos distintos de respostas ao tipo de poder, de como reagimos ao poder: obediência, identificação e internalização. 40 Unidade 3: Ambiente de Trabalho Aula 12: Ética Profissional Ética profissional é definida como um conjunto de normas de conduta a serem seguidas no exercício de qualquer profissão. Aplicável a todos os campos de conhecimento, a ética profissional embasa também os instrumentos normativos e jurídicos que regem o exercício das atividades regulamentadas. No campo pessoal, muitos são os conflitos que envolvem a ética profissional. Um deles é o individualismo. O homem, por natureza, tende a defender em primeiro lugar seus próprios interesses. Sempre que ele prioriza seus interesses individuais, sua consciência de grupo diminui, perdendo o interesse pelo que ocorre na comunidade e na sociedade. Isso pode trazer sérios problemas para o desenvolvimento de qualquer atividade que necessite do trabalho coletivo. Assim, a ética profissional mostra-se como um instrumento justo e adequado para balancear os interesses individuais e coletivos em benefício de todos. Na sociedade contemporânea, situações de falta de ética e individualismo são frequentes. Por sua vez, essa mesma sociedade está cada vez mais atenta à ética nas ações de qualquer profissão. A corrida por novas abordagens e conceitos destaca a relevância da ética nos relacionamentos profissionais. O conceito ética profissional em geral é aplicado no sentido normativo e jurídico, estabelecendo normas e regulamentos a partir de estatutos e códigos específicos das diferentes profissões. Além de ter um papel regulador do desempenho profissional, a ética também estuda o relacionamento do profissional com o cliente, buscando tanto o bem-estar como a dignidade no exercício da profissão. Existem aspectos relevantes que, mesmo não sendo considerados na regulamentação profissional, como o aborto, a eutanásia, a aids, o preconceito, entre outros, devem fazer parte da “ética profissional” por se tratar de aspectos morais inerentes à vida humana. Dessa forma, sendo a ética profissional inerente à vida humana – pois envolve pessoas que dela se beneficiam –, está presente tanto nas responsabilidades individuais como nas sociais de cada profissional. 41 Outros aspectos que tornam a ética profissional essencial são “o fazer” e “o agir”. O primeiro está ligado à capacidade do profissional e o segundo as atitudes e condutas do profissional no desenvolvimento das atividades inerentes à profissão. Portanto, a ética profissional deve ser vista não somente como normas e instrumentos de regulação profissional, mas como uma filosofia de valores morais compatíveis com o meio e a expectativa do ser humano. Isto é, estar em conexão com as duas premissas consideradas básicas pela ética: “o que é” o homem e “para que vive”. Ética profissional: o dever da ajuda na prática da virtude. O “ajudar”, entre os deveres éticos, talvez seja o mais importante dentre os deveres que um profissional deve ter, pois envolve um conjunto de atitudes que proporcionam o fortalecimento social, excluindo apenas a conivência com o vício, com o erro e com a fraude. A princípio, não se deve condenar uma pessoa por ela ter cometido enganos, pois o erro é inerente à natureza humana. Inexperiência, falta de orientação, educação insuficiente, más companhias, circunstâncias adversas, desilusões, depressões e problemas de saúde podem levar ao erro. Dessa forma, estando o ser humano constantemente suscetível ao erro, o “ajudar” figura como uma especial assistência àqueles que necessitam dela e a aceitam para a recondução ao caminho da verdade. Disponível em: https://artigosecronicas.wordpress.com. Acesso em 04 ago.2015 Portanto, uma boa prática do “ajudar” pode ocorrer pela aproximação de um colega que tenha cometido erros, pelo incentivo e pela orientação para que ele se recupere por meio de bons exemplos e boas palavras. 42 Reflexões sobre a ética profissional A prática profissional, em qualquer atividade, inicia-se a partir da escolha de uma profissão, pois, consecutivamente, os deveres inerentes à profissão tornam-se obrigatórios. Entretanto, as reflexões necessárias ao exercício profissional devem anteceder o período da escolha pela profissão desejada. Assim, é primordial à formação profissional que o aprendizado das competências e habilidades inclua reflexões quanto aos deveres, ao comprometimento, à prática e à ética profissional. Nesse contexto, reflexões como “Estou sendo um bom profissional?”, “Estou agindo corretamente?” ou “Desenvolvo corretamente minhas atividades?” são mecanismos a serem utilizados como busca da melhoria à “prática profissional”. Glock e Goldim (2003) lecionam que o varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do que com os deveres profissionais, com as pessoas. As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, faz a coisa certa. Individualismo e ética profissionalEstudiosos acreditam que a defesa de interesse próprio ao coletivo seja uma tendência do ser humano. Porém, a valorização ética do esforço humano é fruto de uma relação com a comunidade em seu entorno. Por exemplo, trabalhos realizados por amor em benefício de terceiros são vistos como de expressão social. Aqueles que têm por finalidade somente o acúmulo de renda e/ou lucros são vistos como restritos, tendem a ter menor consciência de grupo, pois a preocupação monetária torna desprezível a preocupação com o entorno e a sociedade em que está inserido. Entretanto, como é grande o número de pessoas que trabalham primordialmente em busca do maior rendimento econômico, os grupos profissionais procuram defender-se 43 da dilapidação de sua imagem e de seus conceitos. Essa defesa é feita pela tutela do trabalho e pelo zelo para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa por contratos. Esse tipo de luta, fruto de individualismos exacerbados, manifesta-se na forma de guerra de preços, propaganda enganosa, boataria e tramas para eliminar concorrentes e maximizar os próprios benefícios. Essa consciência de grupo tem surgido mais por interesses de mercado que por altruísmo. Quando a liberdade de trabalho está garantida, o individualismo poderá resultar em agressão mútua se não houver regulação e tutela da conduta. A tutela do trabalho é imposta por meio de conselhos profissionais e de agremiações classistas. As normas devem estar em consonância com as diversas formas de prestar o serviço de organização profissional para esse fim. Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a ética tem sido o caminho justo e adequado, para o benefício geral. Vocação para coletivo É fácil reparar que a espécie humana tem uma forte tendência ao individualismo, não é mesmo? Com a divisão do trabalho, a necessidade de proteção e o desenvolvimento cultural da humanidade, a espécie ficou cada vez mais voltada para as ações coletivas que resultam em benefícios maiores do que os possíveis de serem alcançados por cada um dos indivíduos. Entretanto, a vocação para a ação coletiva precisa ser constantemente percebida, aprendida, compreendida, estudada, planejada e fomentada para que possa tornar-se algo presente e internalizado nas pessoas e nos grupos sociais. Você deve perceber o grande número de estímulos e convites que recebe constantemente para o seu engajamento coletivo em diferentes níveis da vida social. Disponível em: http://hypescience.com. Acesso em 04 ago.2015 Comunidades, escolas, clubes, associações, religiões, partidos e muitas outras formas de organização coletiva clamam constantemente pela participação dos indivíduos, representando, em contrapartida, possibilidades de desenvolvimento e realização 44 pessoal. No mundo empresarial, a ação coletiva representada pelo associativismo classista é também uma forma de busca da representação e da legitimação dos interesses comuns. Ainda nas empresas, a ação coletiva coordenada é cada vez mais valorizada. Expressões e conceitos, como saber trabalhar em grupo, cooperar com a equipe, sinergia dos indivíduos e gerenciamento de projetos estão presentes no dia a dia das corporações e são constantemente ensinados e treinados. O profissional do tipo “deixa que eu resolvo sozinho” ou “eu não preciso de vocês” e até mesmo o “vocês só me atrapalham” estão obsoletos e não terão futuro no universo corporativo. Contextualizando: a ética profissional embasa os instrumentos normativos e jurídicos que regem o exercício das atividades regulamentadas e é aplicável a todos os campos de conhecimento. Com a divisão do trabalho, a necessidade de proteção e o desenvolvimento cultural da humanidade, a espécie ficou cada vez mais voltada para as ações coletivas que resultam em benefícios maiores do que os possíveis de serem alcançados por cada um dos indivíduos. 45 Aula 13: Etiqueta Social e Profissional Etiqueta é sinônimo de boa educação, imprescindível na vida pessoal e também no mundo dos negócios. Ser competente é primordial para ter sucesso em qualquer carreira, mas saber se comportar em qualquer situação que se apresente é da mesma forma importante. Afinal de contas, é a sua imagem pessoal que está em jogo! O que fazer se você sentir necessidade de espirrar, tossir, bocejar ou assoar o nariz? Parece simples, mas requer cuidados para não ser descortês com as pessoas que estão ao nosso redor. Veja: Espirros: ao sentir que vai espirrar, o melhor é pegar rapidamente o lenço e evitar fazer estardalhaço. Se alguém espirra ao seu lado, evite os clássicos “saúde” ou “Deus te ajude”. É inútil e fora de propósito. Quem espirra deve pedir desculpas imediatamente. Assoar: conserve-se tranquilamente em seu lugar e use o lenço com descrição e sem assoar demais. Dê preferência ao lenço de papel, é mais higiênico e não se esqueça de jogá-lo fora e lavar as mãos em seguida. Tosse: deve-se tossir usando a mão como proteção. Tossir não é um gesto anticonvencional, mas limpar a garganta como se tentasse expelir o muco do mundo é de total mau gosto. À mesa, ao tossir, desculpe-se e peça um copo de água. Em teatros, cinemas e concertos, o correto é abafar a tosse com o lenço e, se estiver tossindo muito, é melhor ficar em casa. Bocejo: o mais grave do bocejo é que ele esta associado ao tédio ou aborrecimento da companhia. Ele está associado também ao estômago vazio, cansaço e sono. Não podendo evitá-lo é preciso proceder discretamente, colocando a mão diante da boca, embora o gesto não passe despercebido, não é mesmo? Nesse caso, desculpe-se alegando sobrecarga de trabalho. É uma boa saída. E quanto às apresentações? A forma como você apresenta a seus amigos e conhecidos revela se você está habituado ao convívio social e são a partir das apresentações que se iniciam os contatos sociais, profissionais e amistosos. Veja algumas dicas. Quando se apresenta um cavalheiro a uma senhora, o homem deve se levantar e a mulher permanecer sentada. A mulher somente se levantará quando o cavalheiro for uma autoridade, uma pessoa idosa ou eclesiástico. Em sociedade, a mulher nunca se levanta para cumprimentar ao ser apresentada a outra mulher, a não ser que a outra seja anfitriã, uma idosa ou alguém de alta posição social. Quando duas pessoas são apresentadas, o aperto de mão não é obrigatório. Beijos, então, são proibidos! O beijo é uma demonstração de afeto, e como podemos nutrir afeição por alguém que acabamos de conhecer? 46 Da mesma forma, as expressões “muito prazer”, “encantado”, “é uma honra”, etc. estão absolutamente fora de uso. A expressão correta é um simpático “como vai?”, ou ainda “olá!” e “tudo bem?”. Deixe o “muito prazer” para a hora da despedida, quando então você poderá demonstrar tal satisfação, se de fato houve, com um “foi um prazer conhecê-lo”. Caso não tenha sido um prazer, limite-se a despedir-se de forma cordial. Socialmente, o marido sempre se refere à sua esposa como “minha mulher” e não como “minha senhora, patroa ou esposa”. Socialmente, a mulher sempre se refere ou apresenta seu esposo como “meu marido”. Disponível em: http://ecommercenews.com.br. Acesso em 04 ago.2015 Na convivência diária evite: Reclamações e descontentamentos frequentes com coisas de pequena importância. Esnobismo, presunção e arrogância. Beber em excesso. Utilizar celular em reuniões, festas, solenidades, shows, missas e velórios. Se houver necessidade de utilizá-lo, seja o mais discreto possível. Fofocar e criticar sobre quem está ausente. Chegar atrasado a qualquer evento social. Fumar a mesa ou em local proibido. Colocar cotovelos sobre a mesa. Palitar dentes, mascar chiclete ou comer com a boca aberta. Retocar maquiagem em público. Pararem uma escada para cumprimentar ou conversar com alguém. Esteja atento: 47 Ao entrar, seja qual for o lugar, a regra de circulação diz que devemos ceder lugar a quem estiver saindo, essa norma se aplica ao ônibus, hotel, restaurante, empresa, sala de reuniões, entrada de um edifício, enfim, a todo local com entrada e saída próximas ou por uma mesma circulação. Em elevadores, o homem sempre segura a porta para que a mulher entre; qualquer pessoa sempre segura à porta para que entre o mais idoso. Quando duas pessoas descem num mesmo andar, o homem ou a pessoa mais jovem abre a porta do elevador e segura para que a mulher ou o mais idoso possa sair. Quando entramos num elevador, cabe a quem entra cumprimentar quem já esteja dentro dele. Evite conversar dentro de elevadores, exceto se você estiver só com seu acompanhante. Jamais segure o elevador em seu andar, sob qualquer pretexto. Essa atitude é mostra de grande incivilidade, é um atestado de sua falta de tato para conviver num condomínio ou escritório com outras pessoas. Ao entrar em um ônibus, verifique se à sua volta existem pessoas idosas, mulheres grávidas ou com criança no colo e ceda sua vez para que subam e acomodem-se primeiro. Ao descer do ônibus, faça-o com simpatia e delicadeza e agradeça ao motorista. Não discuta em público nem alongue demais conversas com pessoas com as quais tenha encontrado por acaso. Nunca fale com o cigarro preso aos lábios e, sobretudo, com o cigarro pendurado no lábio inferior. Não entre em uma sala com cigarro aceso. Deve-se jogá-lo fora. Nunca fume na presença de seu chefe ou superiores. Se receber alguma ligação e não puder atender, por favor, retorne posteriormente. Faz parte da cortesia. Quanto aos e-mails, proceda da mesma forma: responda. Evite enviar correntes, simpatias e campanhas publicitárias para colegas de trabalho. Trabalho é trabalho! Não atenda ao telefone e nem converse com cigarro na boca. O som de sua voz fica alterado. A expressão “apareça lá em casa” é somente uma expressão, não se aparece jamais na casa de alguém, ainda que de nosso círculo mais íntimo, sem avisar nossa intenção de fazê-lo. Uma visita bem vinda é aquela que sabe a hora de chegar e a hora de partir. Não ultrapasse mais que 10 minutos do horário marcado para chegar e não se alongue demais em uma visita. 48 Ao anunciar o desejo de partir, só fique mais um pouco se os anfitriões insistirem. Contextualizando: há muitas regras que precisamos conhecer e colocar em prática em nosso dia a dia para convivermos de forma civilizada em ambientes públicos, no trabalho e na convivência com nossos amigos e colegas de trabalho. É importante para o bom convívio conhecer e praticar regras como: maneira de se portar ao tossir, espirrar e bocejar; postura diante de cumprimentos; posturas que devemos evitar no convívio diário; conduta que devemos ter ao andar de ônibus e quando estamos dentro do elevador; postura do fumante; e conduta ao telefone. 49 Aula 14: Relacionamentos no Trabalho Assédio no ambiente de trabalho Você já deve ter ouvido falar de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. O que caracteriza esse assédio? O assédio moral e sexual no ambiente de trabalho é caracterizado pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho. É uma atitude “violenta e sem ética” nas relações de trabalho, praticada por um ou mais chefes contra seus subordinados. Trata-se da exposição de trabalhadoras e trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes durante o exercício de sua função. É o que chamamos de violência moral. “Esses atos visam humilhar, desqualificar e desestabilizar emocionalmente a relação da vítima com a organização e o ambiente de trabalho, o que põe em risco a saúde, a própria vida da vítima e seu emprego.” (BRASIL, 2015). Esse tipo de situação não é comum apenas nas organizações privadas, mas também nas instituições públicas, fortalecendo a discriminação no trabalho, a manutenção da degradação das relações de trabalho e a exclusão social. A agressão moral pode causar vários transtornos emocionais, atingindo a dignidade e a identidade da pessoa humana, alterando valores, causando danos mentais, interferindo negativamente na saúde, na qualidade de vida, podendo até levar à morte. De um modo geral, os principais alvos de assédio moral são mulheres, homens, doentes, acidentados, pessoas que possuem etnias ou orientação sexual divergente. Já o assédio sexual é uma das violências mais comuns contra as mulheres. Geralmente são vítimas de piadinhas, brincadeiras consideradas machistas ou comentários cons- trangedores sobre a figura feminina. Esse tipo de situação tem componentes de extrema violência moral à medida que coloca a vítima em situações vexatórias, provocando insegurança profissional pelo medo de perder o emprego, de ser transferi- da para setores indesejados, de perder direitos etc. Os homens e as mulheres respondem de maneiras diferentes ao assédio: as mulheres, quando assediadas, demonstram seu abalo por meio de choro, tristeza, ressentimentos e mágoas. Sentimento de inutilidade, fracasso e baixa autoestima, tremores e palpitações, insônia, depressão e diminuição da libido geralmente são manifestações características desse trauma. Já os homens sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de se vingar. Sentem-se envergonhados diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa autoestima. Podem surgir ideias de suicídio e tendência ao alcoolismo. 50 Para as organizações o assédio também causa enormes danos, gerando a queda da produtividade e menor eficiência, imagem negativa da empresa perante os consumidores e o mercado de trabalho; a alteração na qualidade do serviço/produto e baixo índice de criatividade; doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos aos equipamentos; troca constante de empregados, ocasionando despesas com rescisões, seleção e treinamento de pessoal; aumento de ações trabalhistas, inclusive com pedidos de reparação por danos morais. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível. Para que isso aconteça, é preciso vigilância constante e cooperação. Contudo, quanto menos organizadas forem as empresas, maiores serão os problemas relacionados ao assédio, principalmente se houver tolerância do empregador em relação às praticas de assédio moral. Algumas ações preventivas também podem evitar tais ocorrências nas organizações, tais como: [...] estabelecer diálogo sobre os métodos de organização de trabalho com os gestores (RH) e trabalhadores; realização de seminários, palestras e outras atividades voltadas à discussão e sensibilização sobre tais práticas abusivas; criar um código de ética que proíba todas as formas de discriminação e de assédio moral. (BRASIL, 2015) . Disponível em: http://www.portugalsenior.org/?p=7127. Acesso em 04 ago.2015 51 Virtudes profissionais Segundo Silva (2007), além dos deveres comuns de um profissional, devem ser levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão. Muitas dessas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando, nesse caso, o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais e sociais. Virtudes como responsabilidade, lealdade e iniciativa são fundamentais para a formação dos recursos humanos. Para Augusto (2010), o senso de responsabilidadefortalece a autoestima de cada pessoa. Só pessoas que têm autoestima e sentimento de poder próprio são capazes de assumir responsabilidades. Elas têm sentido para a vida e, desse modo, alcançam metas com as quais concordaram previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de maneira consciente. As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar significado para suas vidas, e seu comportamento é regido pelas recompensas e sanções de outras pessoas. A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Uma pessoa leal se alegra quando a organização em que trabalha ou o seu departamento é bem-sucedido, defende a organização, toma medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala positivamente sobre ela e a defende contra críticas. Ser leal não quer dizer que você fará tudo o que a pessoa ou a organização, a qual você quer ser fiel, peça para você fazer. Lealdade não é sinônimo de obediência cega. Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas mantê-las dentro do âmbito da organização. Significa agir com a convicção de que seu comportamento promoverá os legítimos. Tomar a iniciativa de fazer algo de interesse da organização significa, ao mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto de interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por sua complementação e implementação. Existem outras qualidades que são importantes no exercício de uma profissão (AUGUSTO, 2010) Honestidade – está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos. É muito fácil encontrar a falta de honestidade quando existe a fascinação pelos lucros, 52 privilégios e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a confiança coletiva de uma coletividade. Sigilo – O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois se trata de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória. Competência – sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Prudência – todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança. A prudência, fazendo com que o profissional analise situações complexas e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurança, principalmente das decisões a serem tomadas. A prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis. Coragem – todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde.” (ARISTÓTELES). A coragem nos ajuda a reagir às críticas quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes ou colegas. Perseverança – qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas. Compreensão – qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceito pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento profissional. É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para que o profissional não se deixe levar por opiniões ou atitudes nem sempre válidas para a eficiência do seu trabalho e, para que não se percam os verdadeiros objetivos a serem alcançados pela profissão. Imparcialidade – é uma qualidade tão importante que assume as características do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, técnica, sexo...), a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a justiça depende muito da imparcialidade. Humildade – o profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas. 53 Otimismo – em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser otimista para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom humor. Disponível em: http://ligadonafacul.com.br. Acesso em 04 ago.2015 Isso não significa, todavia, que se deve abandonar ou condenar definitivamente um colega porque ele cometeu enganos. Todos podem cometer erros e é natural que sejam cometidos em situações de inexperiência, falta de orientação, educação insuficiente, más companhias, circunstâncias adversas, fortes desilusões, depressões mentais, problemas de saúde, em suma, muitos fatores adversos podem conduzir ao rompimento com a virtude. Ninguém deve julgar-se absolutamente perfeito e todos estão sujeitos a enganos maiores ou menores. A ajuda, portanto, inclui essa especial assistência a um colega para que possa reconduzir-se ao caminho do bem, para que possa retornar a virtude ou até absorver exemplos que, em verdade, não havia ainda sido despertado para eles (YUKA, 2008). Contextualizando: o assédio moral e sexual são atos que caracterizam uma atitude violenta e sem ética nas relações de trabalho, praticada por um ou mais chefes contra seus subordinados, e que o medo do desemprego e a vergonha de vir a ser humilhado, associados ao estímulo constante da concorrência profissional, torna a pessoa conivente com a conduta do assediador. As virtudes profissionais, como responsabilidade, lealdade e iniciativa, são fundamentais para a formação dos recursos humanos. Porém, existem outras qualidades que são importantes no exercício de uma profissão, como honestidade, sigilo, competência, prudência, coragem, perseverança, compreensão, humildade, imparcialidade e otimismo. 54 Parabéns, você chegou ao final do curso! Esperamos ter contribuído para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. É importante lembrar que os conteúdos aqui estudados não se encerram neste curso, nem têm a pretensão de oferecer uma fórmula mágica para lidar com as situações do dia a dia. Durante o curso você pôde conhecer um breve resumo sobre a temática das relações interpessoais. Pois, conhecer e compreender porque agimos de uma ou outra maneira nos auxilia a desenvolver relações saudáveis e construtivas. Sabe-se que aquele que consegue estabelecer bons relacionamentos se autodesenvolve e tem maiores chances de ascender profissionalmente. Pense nisso! “Ao lidar com pessoas, lembre-se de que você não está lidando com seres lógicos e sim com seres emocionais!” Dale Carnegie 55 Referências AGUIAR, M. A. F. Psicologia Aplicada à Administração. São Paulo: Excellus, 1997. ALEXIM, J. As questões de diversidade e o papel da educação profissional. Brasília: Projeto OIT/MTb/CERT/DIV, 1999. ASENDORF, J. B. Psychologie der personlichekeit. Berlin: Springer, 2004. AUGUSTO, J. O alvo que ninguém está salvo!!! Crônica. 2010. Disponível em: http://www.almg.gov.br/bancoconhecimento/tematico/eti-cid.pdf. Acesso em 27 julho 2015. BARRETO, M. Umajornada de humilhações. 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