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PROVA_RESUMO DE ESTUDO_PSICOLOGIA SOCIAL_Mar2022

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MATÉRIA: PSICOLOGIA SOCIAL
	Psicologia Social
	· A Psicologia Social estuda o comportamento social do indivíduo dentro de um grupo. Seu enfoque é estudar o comportamento do indivíduo no que ele é influenciado socialmente, ou seja, a relação essencial entre indivíduo e sociedade. E isso acontece desde o momento em que nascemos. O indivíduo transforma o meio e é transformado por ele.
· O homem é produto histórico de sua Sociedade. A Psicologia Social busca conhecer como o homem se insere em seu processo histórico e, principalmente, como ele pode transformar a sociedade em que vive (Ex.: somos determinados a agir de acordo com o que as pessoas que nos cercam julgam adequado). 
· As leis da Psicologia dizem que se aprende quando reforçado. Mas é a história do grupo que dirá o que é reforçador ou o que é punitivo. 
· Estuda a relação essencial entre o indivíduo e a sociedade. 
· O indivíduo não só é influenciado como também influencia.
· Importante: O reforço determina nossos comportamentos – o que dá certo tende a ser repetido e quando é punido tende a diminuir a frequência (o que nos alegra, entristece, dá medo...é definido socialmente. 
 
	Características do Indivíduo
	· Cada indivíduo tem suas características peculiares, que o tornam único (JUNG: Tipos psicológicos).
· Segundo Jung, nós temos os 2 lados da característica, porém um deles predomina / prepondera. 80/20, 70/30, nunca 50/50. 
E = Extrovertido (energia exterior) / I = Introvertido (energia interior)
S = Sensação (pé no chão) / N = Intuição (desvairado – voa mais)
T = Racional (exigente em termos de regras) / F = Emocional (mais afetivo, sentimental)
J = Julgamento (quer consertar o mundo) / P = Percepção (reclama na hora, mas depois esquece)
Obs.: em ambos os tipos, existem os pontos potenciais (positivos/negativos).
· Cada organismo humano (individuo), mesmo que geneticamente idêntico, porém, as primeiras interações do indivíduo com o ambiente já o modificam (onde 2 pessoas interagem, já é um campo social).
· As emoções são respostas do organismo (universais), que sofrem influências sociais ao se relacionarem com o que nos alegra, nos entristece, nos dá medo, etc.
· Assim, é muito difícil encontrarmos comportamentos humanos que não envolvam componentes sociais.
· A linguagem foi elemento essencial para que se desenvolvesse a comunicação entre os indivíduos, na necessidade de sustentar a sua sobrevivência. 
	Surgimento / História da Sociedade
	· A sociedade surgiu da necessidade de sobrevivência do indivíduo. 
· Historicamente, a Sociedade está compreendida desde como seus membros se organizam para garantir sua sobrevivência até seus costumes, valores e instituições necessários para sua existência.
· A história se movimenta e muda ao longo do tempo, levando a sociedade a transformações qualitativas, daí a necessidade de acompanhar suas transformações. Com isso, a grande preocupação da Psicologia Social é conhecer como o homem se insere nesse processo histórico, buscando entender, não apenas como o homem é determinado, mas como ele se torna agente da história ou como pode transformar a sociedade onde vive. 
	Como nos tornamos sociais? 
	· Os outros: Pela necessidade de sobrevivência, o ser humano ao nascer necessita de outras pessoas para a sua sobrevivência (no mínimo uma), o que já faz dele membro de um grupo (díade). E toda a sua vida será caracterizada por participações em grupo. 
· Desde o primeiro momento da vida, o individuo está inserido num contexto histórico; pois as relações entre adulto e criança seguem o modelo padrão que cada sociedade considera correta.
· É através das nossas relações com os outros, que elaboramos nossas representações do que é o mundo (Jemima mostra em um de seus vídeos o perigo da “História Única”). 
· Aqui surgem exemplos: o corpo fala, nossos gestos revelam muito de nós, abri o peito – interação com a plateia.
· Para que haja contexto Social, tem de haver hierarquias, estruturas sociais de organização; há a necessidade de haver hierarquia; sempre haverá alguém que domina uma orientação e esse dominador muda/pode mudar de acordo com o contexto. Ex: Dia a dia da Família (pai, mãe) Natal (qualquer membro da família); 
· Num contexto social, tem de haver dominação para que haja organização e os papéis são essenciais para reproduzir as relações de manutenção, necessários para a manutenção de uma sociedade de classes, onde alguns dominam e outros são dominados. 
· É muito difícil encontrar comportamentos humanos que não envolvam componentes sociais. 
	O ser humano em Sociedade
	· Na vida, exercemos vários papéis: pai, mãe, filho, chefe, funcionário etc., onde um papel determina o outro: só existe o dominador, se existir o dominado. Ex.: Fulano age de uma forma, porque beltrano permite que seja assim (por trás de um folgado, sempre existirá um estressado). Outro ex.: a patologia de um depende da patologia do outro. Ex.: casal, reclamam, mas não se separam. 
· É muito difícil encontrarmos comportamentos humanos que não envolvam componentes sociais.
· Temos diversos tipos de comportamentos, que são influenciados de acordo com o contexto social. O contexto social no educa; a sociedade traz diversos reforçadores. 
· Em cada grupo social encontramos normas que regem as relações entre os indivíduos. Estas normas são o que, basicamente , caracteriza os papéis sociais e determina as relações sociais. 
· É a história do grupo que dirá o que é reforçador e o que é punitivo. E o que é reforçador para um, pode não ser para o outro. Ex.: Jiló 
· O que deve ser aprendido também é determinado socialmente. 
· Quando estamos em ambiente social não fazemos coisas que fazemos quando estamos sozinhos.
· Na convivência em grupo, temos atitudes que nem sempre gostaríamos de ter, porém, fazemos para pertencer ao grupo. 
	A Individualidade
Onde ficam as características que individualizam cada um de nós?
	· Como parte de grupos sociais, podemos fazer as variações que quisermos, desde que as relações sejam mantidas, isto é, mantidas as características do papel, que são essenciais para que a sociedade se mantenha tal e qual. 
· O nosso querer é limitado. A liberdade se restringe a um estilo. Ex.: Você pode se casar com quem quiser, desde que seja o João. Ou seja, a ordem é: façam o que quiserem, sabendo que o querer é limitado.
	
	· Introversão e Extroversão: Nós temos os 2 lados, porém um deles é predomina (preponderância). Lembrar do Ex.: garota sensação / rapaz intuição (+desvairado).
	A Identidade Social
	· A identidade social é o que nos caracteriza como pessoa; é o que respondemos quando alguém nos pergunta “Quem é você?”.
· Ao respondermos essa pergunta, além de darmos informações de nossas características pessoais, damos informações que são dicas de como são os grupos com os quais convivemos. Os nossos relatos expressamos características peculiares, que dizem respeito à maneira como nos relacionamos com os outros; características estas que foram sendo apreendidas nas relações grupais. Essa diversidade em nossa identidade social é o que nos diferencia uns dos outros. Ex.: ?? 
· O conjunto de papéis que desempenhamos atendem, basicamente, à manutenção das relações sociais representadas, no nível psicológico, pelas expectativas e normas que os outros envolvidos esperam que sejam cumpridas (sou expansiva, brincalhona, alegre etc).
· Como você é? Nós somos produto de nossos papéis e esses papéis mudam de acordo com cada contexto. 
Segundo BOAL, dentro de cada um de nós há tudo (assassino, anjo, bailarina, palhaço etc.), porém, afloramos de acordo com o que somos reforçados, de acordo com o meio. 
· De um modo geral, nós não nos conhecemos. Mas, cada um de nós tem uma “força” potencial para realizar coisas das quais não temos noção de que podemos! Devemos sempre acreditar em nossa capacidade. 
· Um ponto importante é 
 
	Consciência de Si
(O viver em grupos permite o confronto entre as pessoas e cada um vai construindo o seu "eu" neste processo de interação, atravésde constatações de diferenças e semelhanças entre nós e os outros. É neste processo que desenvolvemos a individualidade, a nossa identidade social e a consciência-de-si-mesmo.)
	· São as condições sociais decorrentes da produção da vida material que determinam os papéis e a nossa identidade social. Questionamento: devemos questionar o quanto a “identidade social” e “papéis” exercem uma mediação ideológica, ou seja, criam uma “ilusão” de que os papéis são “naturais e necessários” e que a identidade é consequência de “opções livres”. É diante dessa questão que se julga necessário levantar o problema Consciência de Si. 
· IMPORTANTE: Temos consciência de nós mesmo quando nosso pensamento confronta nossas ações e nossas experiências com o nosso falar e não apenas reproduzimos representações sociais que nos foram transmitidas. Só assim somos capazes de perceber o que é ideológico em nossas representações e ações consequentes. 
· A consciência de si poderá alterar a identidade social, na medida em que, dentro dos grupos que nos definem, questionamos os papéis quanto à sua determinação e funções históricas — e, na medida em que os membros do grupo se identifiquem entre si quanto a esta determinação e constatem as relações de dominação que reproduzem uns sobre os outros, é que o grupo poderá se tornar agente de mudanças sociais. "
· Porém este processo não é simples, pois os grupos e os papéis que os definem são cristalizados e mantidos por instituições que, pelo seu próprio caráter, estão bem aparelhadas para anular ou amenizar os questionamentos e ações de grupos, em nome da "preservação social".
· Pensar a realidade e questionar os significados à ela atribuídos é o que nos fará ter consciência de nós mesmos, de nosso grupo social e de nossa classe como produtos da história. Devemos ser agentes transformadores!
	Como Apreendemos o mundo que nos cerca? 
	· Como apreendemos / captamos o mundo que nos cerca? É necessário haver uma base para que isso aconteça.
· Linguagem: é aquilo através do que se generaliza a experiência da prática sócio-histórica da humanidade. É uma forma de generalizar e transferia a prática. É instrumento e produto social histórico. 
· A linguagem foi um dos primeiros instrumentos que surgiu e possibilitou a manutenção da sobrevivência (letras, código morse, pintura e entre outros). Através da linguagem, somos capazes de apreender infinitos novos conhecimentos. 
· É na distinção entre palavra e objeto a que se refere, que podemos detectar como a linguagem se torna uma arma de dominação (dominador: fala bem, fala corretamente e se apresenta com autoridade para explicar, justificar, dominar). Com esses artifícios, as explicações encobrem as relações de poder e as contradições decorrentes, exercendo uma função ideológica falseadora, idealizam uma realidade diferente do que ela realmente é. Claro, cabe aqui relacionar o discurso ao contexto. 
· À medida em que as relações entre os homens se tornam mais complexas, a linguagem também vai se tornando mais complexa. A aquisição da linguagem ou comportamento verbal é essencial para o desenvolvimento intelectual. 
· Importante: se eu tento entender um ponto de vista ou uma estrutura diferente da minha, eu amplio a minha capacidade de raciocínio (amplia o nosso corredor). Nessa oportunidade, nos tornamos um pouco mais inteligente. Não precisa gostar, aceitar, apenas abrir a escuta para novos aprendizados.
· É impossível separarmos AGIR – PENSAR e FALAR (agir sem pensar (ser autômato, mecânico); falar sem pensar (papagaio, repetição); falar sem agir (inércia humana). 
· A palavra se torna poderosa quando alguma “autoridade” social impõe um significado único e inquestionável, que determina uma ação automática (Ex.: serviço militar, lavagem cerebral, etc).
· Portanto, podemos concluir que a contra-arma do poder da palavra se encontra na própria natureza do significado: é ampliá-lo, questioná-lo, é pensar sobre ele e não, simplesmente, agir em resposta a uma palavra. Entre a palavra e a ação, deverá sempre existir o pensamento. 
· É através das relações com os outros que elaboramos nossas representações do que é o mundo. 
· A mediação social de pessoas, consideradas autoridades, desempenhem uma função essencial na formação da representação e de como surgem as crenças: Deus, eternidade, morte, infinito... É nesse momento que se dá a imposição da ideologia dominante (intelectual x braçal).
· Quando o nosso pensamento não confronta as nossas ações e experiências com o nosso falar, quando apenas reproduzimos as representações sociais que nos foram transmitidas, e toda e qualquer inconsistência ou incoerência é atribuída a "exceções".
· Apenas quando confrontamos as nossas representações sociais com as nossas experiências e ações, e com as de outros do nosso grupo social, é que seremos capazes de perceber o que é ideológico em nossas representações e ações consequentes Daí a necessidade de desenvolver novas formas de agir, que serão objeto do nosso pensar.
· Cabe a nós — agentes de nossa história pessoal e social — decidir se mantemos ou transformamos a nossa sociedade.
	A História via Família e Escola
	· É importante analisar a inserção do indivíduo na Sociedade, através de sua vinculação a grupos institucionalizados e que determinam necessariamente a vida social, caracterizando o conjunto de relações sociais que as definem. 
· A Família é o grupo necessário para garantir a sobrevivência do indivíduo e por isto tende a ser vista como “natural” e “universal” na sua função de reprodução dos homens (do contrário, a humanidade desaparece). À ela cabe também a reprodução da força de trabalho e a perpetuação da propriedade; objeto de controle social bastante rigoroso para aqueles que detêm o poder. 
· Os nossos atos não dizem respeito só a nós, mas a toda uma geração (peso do sobrenome, que representa, carrega, simboliza todos os seus ancestrais). Devemos honrar o sobrenome de nossa família. 
· Quanto mais nós amamos uma pessoa, mais cobramos dela. As ações de nossos pais ficam em nós...tanto é que na terapia, buscamos entender a história da infância. 
· A instituição familiar é regida por leis, normas e costumes que definem direitos e deveres de seus membros. Os papéis de marido, mulher e filhos deverão reproduzir as relações de poder da sociedade em que vivem. 
· Numa sociedade patriarcal, a valorização da virgindade da mulher, como condição de garantir a legitimidade dos filhos. Aspecto muito marcante no desenvolvimento do Capitalismo, até hoje mantido em famílias tradicionais, nas quais durante gerações, só eram admitidos os casamentos dentro da própria família, para garantir e manter o controle do bens por um mesmo grupo familiar. garantindo e mantendo o controle do no 
· Com o desenvolvimento industrial, os donos de propriedades se veem obrigados a abrir conceções a casamentos fora do núcleo familiar, a fim de manter sua hegemonia de poder. Porém, o poder ainda devia ser mantido, através da estrutura familiar, incutindo na criança a figura de “autoridade”, “ da família”. 
· Dentro dessa lógica, se atribuem características peculiares aos homens: Menino não chora; Homem tem que ser forte; Menino não brinca de boneca. Mulheres: Ela é tão sensível; Menina não brinca na rua; Menina não sai de madrugada. Em relação à autoridade: Respeite seus pais; respeite os mais velhos; Quando você crescer, vai entender. 
· Quando nascemos e ao crescermos, somo envolvidos por uma visão única de mundo (emocional-afetivo), de onde são construídos os nossos valores e os significados que a eles são atribuídos. Esta visão única de mundo e de um sistema de valores só irá ser confrontada no processo de socialização secundária, isto é, através da escolarização, profissionalização, principalmente na adolescência, época em que o jovem, através questiona os “outros significados”, alcançados através de outras relações sociais e outros laços afetivos. Através de suas experiências sociais e/ou intelectuais, o jovem se depara com outras alternativase com outras visões de mundo. 
· Os animais lutam instintivamente para garantir a sobrevivência da espécie, os homens lutam para garantir a manutenção do poder de alguns, na sociedade em que vivem. 
· Da mesma forma que a família, a educação também é institucionalizada, a fim de que ela reproduza conhecimentos e valores, de gerações anteriores para as novas. (leis, regras e normas advindas do governo). Aqui o foco é o individualismo e a competição, porque a instituição da autoridade já foi garantida anteriormente, através da família. 
· Escola tradicional: o professor é autoridade absoluta e tem o poder de aprovar ou reprovar; atividades intelectuais são mais valorizadas e mais decisivas para a aprovação, já se caracterizando uma oposição entre trabalho intelectual e manual. A escola vai selecionando não os melhores, mas aqueles que mais se identificam com a visão de mundo inerente aos padrões dominantes. Os inúmeros e frequentes abandonos da escola, consagram a separação ideológica entre trabalho manual e intelectual. A luta de classes está presente também no processo educacional (ideologia dominante). 
· Daí a necessidade de que o ensino se dê através de situações em que os conteúdos teóricos impliquem numa prática e numa reflexão sobre ambos, na qual conceitos e teorias sejam confrontados pela interação dos sujeitos reais com o mundo real que os cerca, permitindo a elaboração de novos significados e novas práticas. 
· A Escola Crítica: na escola crítica, não tem verdade absoluta; é onde tem debate; onde as relações sociais possam ser questionadas e reformuladas, tem movimento, tem diálogo. Portanto, vai formar membros conscientes, que debatem, que questionam, que não aceitam qualquer coisa.
· Só existe o dominante se houver o dominado: considerando o reverso da moeda, quando falamos de dominantes e dominados, o que de fato ocorre é que os dominados têm como necessário ter alguém que tome decisões por eles, pois é mais fácil para eles acompanharem os que pensam, os que tomas a iniciativa, do que assumir a responsabilidade das decisões e da própria participação. 
 
	Trabalho e Classe Social
	· O trabalho humano, na sua relação com as classes sociais. Em que condições ele pode gerar consciência de classe?
· O trabalho que modifica a natureza ao produzir a subexistência do Homem, também produz o homem. 
· Quando tratamos de linguagem, mencionamos a sua origem relacionada à necessidade de cooperação entre os homens para produzirem seus meios de sobrevivência, isto é, o trabalho. 
· A linguagem é instrumento e produto social histórico, que se articula com significados objetivos, abstratos, metafóricos, etc. Tem um caráter instrumental muito importante no desenvolvimento da sociedade, sendo ela representada de várias maneiras e não apenas na palavra em si: símbolos, comportamentos verbais, código morse, pinturas, arte, etc
· A origem social da linguagem: a linguagem surge para transmitir ao outro o resultado, os detalhes de uma atividade ou da relação entre uma ação e uma conseqüência.
· Dada a complexidade crescente, foram criadas novas relações de produção da vida material, novas formas de produção da vida material, ou seja novas formas de sobrevivência que geram relações sociais necessárias para manter as relações de produção. 
· Numa sociedade capitalista, a produção de bens e materiais, além de atender a subexistência, viso o lucro e o aumento de capital, e consequentemente a exploração da força de trabalho de muitos. A mercadoria acaba sendo não só o produto fabricado, mas também a força de trabalho e as próprias relações sociais decorrentes. Os homens se tornam mercadorias (Nós somos fazedores de coisas e nós nos transformamos nesse processo de fazer). 
· Desta forma, o Capitalismo implica na existência de 2 classes sociais: uma que detém o capital e os meios de produção, através da acumulação crescente de bens e outra que vende sua força de trabalho, sendo explorada e dominada pelos poucos proprietários de fazendas, bancos, etc (contradição fundamental à ideologia dominante). Com esta ideologia dominante decorre da divisão do trabalho em intelectual e manual. 
· É importante analisar dentro desse contexto, no nível psicossocial, o significado de trabalho como atividades realizadas por indivíduos; atividades estas produzidas pela sociedade à qual eles pertencem. 
· Numa sociedade capitalista, o indivíduo está inserido numa classe social, onde a produção depois de atender as necessidades de sobrevivência, cria novas necessidades de consumo e de objetos que satisfaçam essa necessidade. Ou seja, o objeto está impregnado da atividade do homem assim como na ação de fazer o objeto o homem se modifica. 
· É através do trabalho que nos objetivamos socialmente e também é através dele que nos modificamos. Esse movimento nos liga ao mundo das coisas e também a outros indivíduos, produzindo linguagem e pensamento que, por sua vez, produzirá atividades que se concretizam nas relações sociais. 
· Resumindo, podemos ver como através do trabalho produtivo da sociedade se constituem classes sociais antagônicas, que, por sua vez, determinam as relações sociais entre os indivíduos.
· É através do trabalho humano que nos objetivamos socialmente e é também através dele que nos modificamos continuamente, ou seja, nos produzimos, nos realizamos
· Portanto, podemos constatar que a separação entre trabalho manual e intelectual se dá apenas no nível ideológico, pois qualquer atividade implica no pensar sobre aspectos da realidade e em ações concretas na realidade objetiva, a qual, por sua vez, será pensada e resultante de transformações ocorridas tanto no indivíduo quanto na própria realidade (as transformações são constantes e contínuas).
· Alienação ou consciência social: no mecanismo automático de uma linha de produção, o trabalhador tem ações mecânicas e tem ínfima participação no produto final, o que despersonaliza suas ações, que se tornam apenas força de trabalho, que ele vende; são mercadorias e, como tal, alienáveis-alienadas, na medida em que ele deixa de pensar suas próprias ações (cooperação mediada pela máquina e não mais pela comunicação). 
· Capitalismo: Hoje o homem continua transformando o mundo, mas não cabe a ele decidir sobre esta transformação e, com isso, suas ações são mecanizadas pelo processo das máquinas. A nossa sociedade capitalista, industrializada e complexa, promove esta dissociação do homem do produto de sua atividade, excluindo-o de sua relação com o outro e colocando-o numa esfera de competição. 
· Esta fragmentação ocorre também no trabalho dito especializado, quando observamos que ao especialista, caberá a tarefa de analisar o produto e sua transformação, cabendo a ele dizer se ela é boa ou má. Ou seja, se ao operário é negado o pensar sobre suas atividades, ao intelectual é negado o fazer. A este último, cabe apenas produzir ideias, desenvolver estudos. Se pensarmos que a atividade humana, que, subjetivamente, se objetiva em um produto, numa sociedade complexa, só pode ocorrer pela comunicação e cooperação entre muitos, implicando necessariamente a transformação dos homens, fica clara a lógica da fragmentação para a manutenção das relações de produção e assim se mantém a hegemonia do poder. 
· Enquanto o homem não recuperar para si a sua atividade que é, psicológica, social e historicamente , pensamento e ação, e que só ocorre através da relação com outros homens, ele estará alienado de sua própria realidade objetiva. 
· O trabalho social, assim como a atividade do indivíduo, é a própria vida humana que se constrói continuamente. A qualidade desta construção dependerá sempre da comunicação e cooperação entre os homens e somente através destes é possível recuperar a história e detectar a contradição fundamental na relação de dominação de uma classe sobre a outra. 
· A sequência desta análise permite constatar um fato crucial: a consciência de si, a consciência social e a consciência de classe são apenas produtos de um único processo, decorrente da atividadehumana, que é pensamento e ação, teoria e prática, que se concretizam através da cooperação entre homens na produção de suas próprias vidas. 
	O Indivíduo na Comunidade
(Psicologia Comunitária)
	· Se no capítulo anterior, as saídas parecem ser poucas e difíceis, analisaremos agora as Propostas da Psicologia Comunitária, que vem sendo sistematizada dentro da Psicologia Social, como atividades de intervenção que visam a educação e o desenvolvimento da consciência social de grupos de convivência os mais diversos.
· É necessário lembrar que, apesar de central para a vida do indivíduo, o trabalho remunerado não é a única atividade socialmente produtiva que ele desenvolve. Há uma série de necessidades que não são satisfeitas exclusivamente através dos salários e que podem ser motivos para agrupamentos de pessoas, visando sua satisfação. 
· É em torno destas atividades que a Psicologia Comunitária propõe uma sistemática de intervenção, principalmente em sociedades capitalistas, onde a mediação da ideologia dominante se faz sentir nas relações sociais desempenhadas na família, na escola e no trabalho, impedindo a criação de novas formas de relacionamento. 
· O objetivo central de atividades comunitárias é o de desenvolver relações de comunicação e cooperação entre pessoas, dando-se por meio de procedimentos educativos e preventivos e onde não haja dominação de uns sobre os outros. Podem se desenvolver em novas relações “familiares”, escolas, hospitais, grupos de vizinhança etc., desde que estes se identifiquem por necessidades comuns a serem satisfeitas, através de atividades planejadas em conjunto, com a ação de vários indivíduos, a fim de atingir o objetivo proposto. 
· O caráter educativo decorre da reflexão que é feita sobre o porquê das necessidades, de como as atividades vêm sendo realizadas. Isso possibilita que as pessoas envolvidas recuperem, através do pensamento e ação, da comunicação e cooperação entre elas, as suas histórias individuais e social, e, consequentemente, desenvolvem a consciência de si mesmas e de suas relações historicamente determinadas. 
· Quando um grupo se reúne para discutir seus problemas, a princípio sentidos como exclusivos de cada um, descobrem existirem aspectos comuns, decorrentes das próprias condições sociais de vida. Diante disso, o grupo poderá se organizar para uma ação conjunta, visando a solução de seus problemas e atividades que antes não podiam fazer sozinhos, passam a ser possíveis pela força de cooperação entre eles. Ex.: mães organizando e mantendo creches p/ seus filhos; mutirões entre moradores p/ construção de moradias, reivindicação de direitos como água, esgoto etc. 
· É através da participação comunitária que os indivíduos desenvolvem consciência de classe social e de seu papel de produtores de riquezas que não usufruem. Essa consciência é o que pode levá-los a irem se organizando em grupos maiores, visando uma ação transformadora da história de sua sociedade. 
· O desenvolvimento de uma comunidade se dá de forma lenta, com avanços e recuos, pois o sistema social mais amplo a todo momento exerce pressões, diretas ou indiretas, para a manutenção de soluções individualistas, promovendo a competição e valorizando status e prestígio de posse da propriedade. 
· Além disso, há todo um processo de aprendizagem por parte do indivíduo envolvido numa experiência comunitária. Cada grupo desenvolve um processo próprio em função de suas condições reais de vida. 
· Transformar as relações sociais aprendida na família, na escola, não é fácil, pois elas se apresentam como espontâneas do cotidiano. Portanto, se não houver uma reflexão conjunta dentro desses novos grupos comunitários, esses tendem a novamente se separar, cada um cuidando de seus problemas individuais. 
· O trabalho remunerado e todas as suas implicações como prestígio, ascensão e, principalmente, o consumir, constantemente estão minando e influindo nas relações sociais que se propõem comunitárias. 
· A atividade comunitária numa sociedade de classes antagônica só se consolidará se os movimentos e as reflexões forem feitos em conjunto.
· Numa comunidade, o cidadão respeitável é aquele que participa de grupos que decidem sobre o comum e que trabalha produtivamente para o bem de todos.
· Já o anti-social é aquele cujas ações visam apenas benefícios próprios, considerando-se melhor que os outros. 
	A Psicologia Social no Brasil 
	· Augusto Comte, considerado por muitos o fundados da Psicologia Social, escreveu longas obras sobre a natureza das ciências, nas quais o psíquico seria o objeto de estudo da Biologia, da Sociologia e da Moral, todas as ciências abstratas que fornecem subsidio para as ciências concretas, entre elas a Psicologia Social, como subproduto da Sociologia e da Moral; para ele, seria a ciência que poderia responder a uma questão fundamental: “Como pode o individuo ser, ao mesmo tempo, causa e consequência da sociedade?
· A Psicologia Social só iria se desenvolver como estudo cientifico, sistemático, após a Primeira Guerra Mundial, procurando compreender as crises e convulsões que abalavam o mundo. 
· Um desafio era formulado aos cientistas sociais: “Como é possível preservar os valores da liberdade e direitos humanos em condições crescentes de tensão social e arregimentação? Poderá a ciência dar uma resposta?”
· E os Psicólogos se puseram a campo para estudar fenômenos de liderança, opinião, propaganda, preconceito, mudança de atitudes, comunicação, relações raciais, conflitos de valores, relações grupais, etc. 
· É nos EUA, que a Psicologia Social atinge seu auge, após a Segunda Guerra Mundial, através de pesquisas e experimentos que procuravam procedimentos e técnicas de intervenção nas relações sociais para garantir uma vida melhor para os homens. Todos se voltavam à procura de fórmulas de ajustamento e adequação de comportamentos individuais ao contexto social. 
· A sociedade era um dado, um pano de fundo onde o individuo atuava e, desta forma, procurava-se explicar o seu comportamento por “causas” internas, tais como traços de personalidade, atitudes, quando não por instintos. É uma Psicologia Social que isola o individuo, criando uma dicotomia entre ele e a sociedade – um poderia influenciar o outro, mas se tratavam de fenômenos distintos. 
· Durante a década de 1950, parecia que a Psicologia Social daria todas as respostas a todos os problemas sociais. Após 1960, sem que se observasse grandes mudanças, o preconceito continuava gerando violências; nas fabricas, as greves se sucediam; no campo, a miséria aumentava e, nos centros urbanos, o homem se desumanizava. O acúmulo de dados de pesquisas vai permitir uma análise crítica dos conhecimentos até então obtidos, constatando-se que, se um estudo afirmava a relação positiva entre duas variáveis, um outro estabelecia uma relação negativa e um terceiro demonstrava não haver qualquer relação entre as duas. Caracterizava-se aí a “crise da Psicologia Social”.
· É na Europa, principalmente na França, onde surgem, no final da década de 60, as críticas mais incisivas à Psicologia Social norte americana, denunciando seu caráter ideológico e, portanto, mantenedor das relações sociais. 
· Nos Países da América Latina, a Psicologia Social, em maior ou menor grau, reproduzia os conhecimentos desenvolvidos nos EUA, aplicando-se os conceitos e adaptando-se técnicas de estudo e de intervenção à condições próprias de cada país. 
· A crise da Psicologia Social é denunciada no Congresso de Psicologia Interamericana, realizado em 1976, em Miami.
· No Congresso seguinte, em 1979, ocorrido em Lima, Peru, a situação se apresentou outra – as críticas eram mais precisas e novas propostas surgiram, visando uma redefinição da Psicologia Social. Houve a participação de cientistas do Mexico, Peru e Brasil, relatando os problemas sentidos e as perspectivas existentes para o pesquisador, em cada um dos seus países. Sem que antes houvesse relação das informações a serem apresentadas, no encontro da apresentação do Simpósio, forampercebendo uma estranha coincidência: eram três visões, mas através de uma só perspectiva, entre representantes de 3 países com pouco intercâmbio cientifico, mas com condições de trabalhos semelhantes, que geraram posturas semelhantes. No final do Simpósio, ressaltamos esta coincidência, chamando a atenção do seu significado, para o que deveria ser uma Psicologia Social voltada para as condições próprias de cada país latino-americano, descobrindo-se por fim que muitos outros psicólogos sociais se identificavam conosco. 
· Ainda neste Congresso foi discutido na Assembleia da Associação Latino-Americana de Psicologia Social – Alapso – a necessidade de maiores intercâmbios entre cientistas de cada país, para mais tarde fortalecer a entidade mais ampla. 
· No Brasil, a influência maior, na psicologia, foi sempre a norte-americana, através de seus centros de estudos, para onde iam se aperfeiçoar cientistas e professores, ou de onde vinham professores universitários, como foi o caso do Professor Otto Klineberg, que introduziu a Psicologia Social na Universidade de São Paulo, ainda na década de 50. Por sinal, a primeira obra de Psicologia Social publicada no Brasil foi a tradução de sua obra, em 1959. 
· Esta Psicologia Social continuou sendo ensinada, com pequenas reformulações devido a novas pesquisas, nos cursos de Psicologia, criados a partir de 1962, sem grandes alterações. A insatisfação existia, mas sem conteúdos alternativos. O que se procurava fazer era confrontar teorias, conceitos, resultados de pesquisas com fatos do nosso cotidiano, visando criticar modelos naquilo que não correspondiam a nossa realidade.
· Por outro lado, se estimulava a pesquisa sistemática, como forma de questionamento teórico. 
· O desafio era: “Compreendemos como o individuo é influenciado pela sociedade, mas como ele poderá se tornar autor desta sociedade, como poderá ser responsável pelo curso da história?” (estaca zero, igual a conte no incio do Sec. XIX).
· Após o último Congresso, ocorrido no Peru, a Alapso, resolveu promover um Encontro de Psicologia Social, com seminários sobre problemas urbanos e grupos de trabalho sobre temas pesquisados. Nesse encontro surgiu a proposta de criação de uma Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), visando um maior intercâmbio entre cientistas de diferentes regiões, baseada em preocupações comuns aos presentes (AQUI NO FINAL DESSA PARTE, NO LIVRO, TEM UMA DESCRIÇÃO DO QUE TRATA O DUCOMENTO PUBLICADO COMO RESULTADO DESSE ATO). Se tiverem interesse, leiam das paginas 81 a 84).

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