Buscar

MÚSICA PARA EDUCADORES CRC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 234 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 234 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 234 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÚSICA PARA EDUCADORES
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Música para Educadores – Profª. Ms. Regina Luzia Marcondes de Arruda Lima 
 
Olá! Meu nome é Regina Luzia Marcondes de Arruda Lima. Sou 
mestre pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social na 
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP 
– Franca. No mestrado, desenvolvi meu trabalho sobre Cotas: 
uma política de inclusão, trabalhando educação e inclusão 
escolar. Sou graduada em Pedagogia e em Educação Artística 
pela Universidade de Franca. Sou pianista de formação, estudei 
no Instituo Musical “ARS NOVA” em Franca, sob a orientação 
da professora Lúcia Helena Garcetti Ribeiro. Atuei como 
professora de música, mas me encontrei profissionalmente na área de administração 
escolar. Fui diretora do Instituto Musical ARS NOVA, onde dirigia as atividades dos cursos 
profissionalizantes de piano, violão e ballet. Atualmente, sou integrante da equipe 
editorial da revista on line CAMINE: Caminhos da Educação = Camine: Ways of Education, 
na UNESP de Franca, e Coordenadora Pedagógica do Colégio Pessoa, também, em Franca.
E-mail: reginaarrudalima@claretiano.edu.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
MÚSICA PARA EDUCADORES
Caderno de Referência de Conteúdo
Regina Luzia Marcondes de Arruda Lima
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
 
 
 
780 L696m 
 Lima, Regina Luzia Marcondes de Arruda 
 Música para educadores / Regina Luzia Marcondes de Arruda 
 Lima – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 
 234 p. 
 ISBN: 978-85-67425-51-1 
 
 1. Educação musical. 2. Música e educadores musicais. 3. Música e sua estrutura. 
 4. Fontes sonoras. 5. Grupos musicais. 6. Música brasileira: erudita, popular e 
 folclórica. 7. Música na sala de aula. I. Música para educadores. 
 
 
 CDD 780
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ............................................................................. 9
3 E-REFERÊNCIA .................................................................................................... 24
UNIDADE 1 – PERCORRENDO OS CAMINHOS DA EDUCAÇÃO MUSICAL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 25
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 25
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 26
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 26
5 O CAMINHO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO BRASI-LEIRA ...................................... 27
UNIDADE 2 – MÚSICA E EDUCADORES MUSICAIS
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 41
2 CONTEÚDO ........................................................................................................ 41
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 42
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 42
5 MUSICALIZAÇÃO ................................................................................................ 43
6 PENSADORES MUSICAIS DA ATUALIDADE .......................................................... 48
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 56
8 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 56
9 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 57
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 57
UNIDADE 3 – MÚSICA E SUA ESTRUTURA
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 59
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 59
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 60
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 60
5 LINGUAGEM MUSICAL ....................................................................................... 61
6 SIGNOS SONOROS .............................................................................................. 63
7 PROPRIEDADES DO SOM .................................................................................... 68
8 MELODIA ............................................................................................................ 71
9 RITMO ................................................................................................................ 72
10 ANDAMENTO ..................................................................................................... 79
11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................... 81
12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................... 87
13 CONSIDERAÇÕES................................................................................................ 88
14 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 88
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 89
UNIDADE 4 – MÚSICA: FONTES SONORAS E GRUPOS MUSICAIS
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 91
2 CONTEÚDOS .......................................................................................................91
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 92
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 92
5 FONTES SONORAS .............................................................................................. 93
6 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 141
7 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 142
8 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 143
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 146
UNIDADE 5 – MÚSICA BRASILEIRA: ERUDITA, POPULAR E FOLCLÓRICA
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 147
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 147
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 148
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 148
5 DEFINIÇÃO DE MÚSICA ERUDITA, POPULAR E FOLCLÓRICA .............................. 148
6 MÚSICA ERUDITA DO BRASIL ............................................................................. 150
7 NOSSA MÚSICA POPULAR .................................................................................. 159
8 NOSSA MÚSICA FOLCLÓRICA ............................................................................. 196
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 199
10 CONSIDERAÇÕES................................................................................................ 200
11 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 200
UNIDADE 6 – COMO TRABALHAR MÚSICA NA SALA DE AULA
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 203
2 CONTEÚDO ........................................................................................................ 203
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 204
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 204
5 PRÁTICA DOS CONTEÚDOS ESTUDADOS ............................................................ 204
6 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 231
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 233
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 234
EA
D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Música na Educação Infantil: a criança pequena cientista do som. Os brinquedos 
musicais. O som e suas propriedades. Os sons, os silêncios e os ruídos. Re-
pertório da educação infantil. Música no Ensino Fundamental: os instrumentos 
Musicais. A música de todos os tempos e lugares. Compositores brasileiros e os 
ritmos daqui. Produzir e cantar. Escutar.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao estudo de Música para Educadores! É 
um prazer recebê-lo. Acredito que este Caderno de Referência 
de Conteúdo lhe trará enorme prazer, pois a música sempre nos 
envolve e deixa marcas em nossas vidas. 
O presente Caderno de Referência de Conteúdo está dividido 
em seis unidades. Durante os estudos você deverá participar dos 
Fóruns e Portfólios com seus colegas de sala e seu tutor. Participe 
de todas as atividades e ouça todas as músicas solicitadas, pois 
precisamos aprender a escutar. 
© Música para Educadores8
Estudaremos música como uma linguagem e sua importância 
na vida e na formação de nossas crianças. Veremos que a criança 
que vivencia e experimenta a prática musical se torna um cidadão 
mais engajado perante um mundo que se torna cada vez mais 
sensível e mais crítico. Precisamos de adultos comprometidos na 
sociedade em que vivemos. 
Por meio da história da legislação educacional brasileira, 
entenderemos o percurso e as dificuldades que os professores e a 
disciplina Música enfrentaram na escolarização brasileira até que, 
em 2008, foi finalmente aprovada a Lei n. 11.769, que altera da LDB 
n. 9.394/96 no seu artigo 26, dispondo sobre a obrigatoriedade do 
ensino de música na educação Básica. É realmente uma grande 
vitória esse apoio legal, pois os estudiosos em aprendizagem já 
comprovam os benefícios que a música apresenta no decorrer da 
aprendizagem. 
Você, como um futuro educador, pode estar pensando: como 
vou aprender música e, ainda mais, ensinar música para meus 
alunos? Estudaremos música como uma linguagem! Assim como 
aprendemos a linguagem gramatical e a linguagem matemática, 
aprenderemos a linguagem musical. Através de sons, melodias, 
ritmos, compassos, instrumentos musicais, músicas folclóricas, 
descobriremos um extenso e rico material para ser trabalhado 
em nossas salas de aulas. A música está relacionada com a cultura 
de seu povo, seus gostos e épocas, portanto, faz parte integral de 
nossa cultura. 
Esses ensinamentos são apenas um começo para um logo 
caminho que se inicia. Não tenha medo, mergulhe nesse novo 
conhecimento. Vença tabus, quebre barreiras, estude, conheça, 
ouça. Aproveite o material humano que temos em nossas escolas. 
Sempre teremos muitos alunos que se destacarão na linguagem 
musical. O brasileiro é extremamente musical. Aproveite essa 
Claretiano - Centro Universitário
9© Caderno de Referência de Conteúdo
qualidade. Não deixe que a mídia, sufoque e apague o conhecimento 
na escuta musical que podemos oferecer para nossas crianças. 
Temos que desenvolver a sensibilidade, o belo e a crítica 
em nossos alunos. Nosso objetivo é educacional e não podemos 
omitir os benefícios que a música realiza na formação dos alunos. 
Esperamos que a partir da leitura e estudo deste material, 
a música esteja sempre presente em sua formação e na formação 
de seus alunos. 
Sucesso!
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral 
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará 
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma 
breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões 
no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral 
visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do 
qual você possa construir um referencial teórico com base sólida 
– científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis-
são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi-
lidade social. 
Percorrendo os caminhos da educação musical
Nessa primeira unidade, estudaremos o histórico que a 
disciplina Música percorreu até os dias de hoje na Educação 
Brasileira. Para tanto, começaremos com a catequese dos Jesuítas. 
Foram eles que introduziram a música como uma ferramenta a ser 
usada na catequese dos índios. Por meio da música, ensinavam 
a fé católica, o trabalho educativo, a moral, os costumes e a 
© Música para Educadores10
religiosidade europeia. A linha pedagógica era intolerante e 
autoritária, porém, foi responsável pela unificação do pensamento 
brasileiro. 
No Período Colonial, a Educação continuava vinculada à 
Igreja que se preocupava com a catequese, pois a população era 
agrária e escravista, não se interessando pela Educação, daí uma 
grande massa de analfabetos. A música que os Jesuítas ensinavam 
era simples e singela, porém, ganharam admiração dos nativos 
desde o início da colonização. 
Com a vinda da Família Realpara o Brasil, as artes recebem um 
tratamento especial e vislumbram o começo de um novo período. 
A cidade do Rio de Janeiro foi “preparada” e teve que se adequar 
para receber a Família Real. A cidade ostentou suntuosidade, luxo, 
diversão, cultura e prazeres para se tornar sede da Coroa. 
Segundo Ana Mae (1998, p. 31):
Quando D. João VI aportou no Brasil, para daí governar Portugal, 
criou as primeiras escolas de educação superior: Faculdade de 
Medicina, para preparar médicos para cuidar da saúde da Corte; 
Faculdades de Direto, para preparar a elite política local; Escola 
Militar para defender o país de invasores e uma Academia de Belas-
Artes. Portanto, o ensino das Humanidades começou no Brasil pela 
arte. 
O Brasil recebeu uma grande influência europeia, 
principalmente francesa, que na época era modelo de 
modernidade. A atividade artística inseriu-se no país e grande 
parte de nossa formação cultural desenvolveu-se com sotaque 
estrangeiro, no caso francês.
No período que a Família Real esteve no Brasil, a música não 
se limitou à Igreja, pois com a construção do Teatro São João o 
Brasil recebeu, continuadamente, companhias estrangeiras que 
traziam seu repertório europeu, principalmente a música italiana 
que estava em voga.
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
Com a Independência veio, também, a primeira Constituição 
Brasileira que, em seu artigo 179, garantia a educação primária 
gratuita a todos os brasileiros e previa a criação de colégios e 
Universidades.
Música foi incluída como disciplina no currículo escolar 
em 1851, por meio do decreto nº 630. O artigo 6 desse decreto, 
dispunha que na classe de 1ª série deveria ser ministrado a língua 
nacional, aritmética, álgebra, geometria, leitura dos evangelhos, 
história sagrada, geografia, história nacional, desenho linear, 
música e canto. 
A partir dessa data, a Música foi inserida como disciplina nas 
escolas brasileiras, apesar de ter um percurso muito tumultuado 
e pedregoso. 
No período da Primeira República, a legislação foi diferente 
em cada região e cada qual seguia as necessidades de sua região, 
com suas características próprias. 
Com o final da primeira Guerra Mundial e as mudanças 
impostas pela industrialização, o Brasil também foi se adequando 
e fazendo as adaptações necessárias que o mundo moderno 
suscitava. Essas mudanças no Brasil culminam com a Semana de 
Arte Moderna em 1922. 
Baseados nos princípios igualitários, em 1932, um grupo de 
estudiosos da educação, liderados por Anísio Teixeira e Fernando 
Azevedo, expressam um manifesto, conhecido historicamente 
como O manifesto dos pioneiros da educação nova. É nesse 
período que foram criadas as universidades. 
Na década de 1930, um importante projeto educacional, 
comandado por Villa-Lobos desenvolveu-se em todo Brasil. Foi 
o Projeto do Canto Orfeônico que implantou o Canto-Coral nas 
escolas públicas do país. 
© Música para Educadores12
Em 1946, uma Nova Constituição de cunho democrático 
e liberal, determinava a obrigatoriedade do ensino primário e 
determinava que a União deveria responder pela legislação das 
diretrizes e bases da educação nacional. Com a nova Constituição, 
ficou garantido a todos os brasileiros o direito de educação.
Em 1961, foi aprovada a LDB nº 4.024. Nela, a educação 
musical substituiu o Canto Orfeônico. 
Educação Artística substituiu Educação Musical na LDB 
nº 5.692/71. Música deveria compor uma das quatro áreas de 
Educação Artística, ou seja, música, artes plásticas, artes cênicas e 
desenho. Outra mudança dessa lei: Educação Artística passou a ser 
atribuída como atividade obrigatória e não como disciplina. 
Em 1996, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 
9.394, que norteou e reforçou os direitos à educação. Seu artigo 21 
diz a respeito à educação escolar, que ela se compõe de Educação 
Básica (formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental, 
Ensino Médio) e Educação Superior. Descentralizou, portanto, a 
responsabilidade da educação escolar. A partir dessa lei vemos o 
surgimento da atividade musical nas escolas como componente 
curricular. A área Arte refere-se às linguagens artísticas: Artes 
Visuais, a Música, o Teatro e a Dança. Na LDB, a Arte é tratada 
como componente curricular e é obrigatória na Educação Básica.
Em 1998, para dar cumprimento a LDB e dar uma maior 
unidade na amplitude e base nacional, o MEC publica os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os quais abordam as 
áreas de conhecimento obrigatórias no Ensino Fundamental: Língua 
Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, 
Arte e Educação Física. Os três últimos tratam dos cinco Temas 
Transversais: Meio Ambiente, Saúde, Ética, Pluralidade Cultural e 
Orientação Sexual.
Arte deixa de ser uma atividade e volta a ser considerada 
como componente curricular. Essa conscientização que a nova 
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
legislação trouxe foi muito importante para a educação musical, 
pois conscientizou o reconhecimento da música na formação do 
conhecimento e desenvolvimento de nossos alunos. 
Em agosto de 2008, temos a aprovação da Lei nº 11.769 que 
altera a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, dispondo sobre a 
obrigatoriedade do ensino da música na Educação Básica. A notícia 
ganhou aplausos e adeptos entre os educadores. 
Vejamos a legislação:
Art. 1º O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa 
a vigorar acrescido do seguinte § 6o:
“Art. 26. § 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não 
exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste 
artigo.” (NR).
Art. 2º (VETADO)
Art. 3º Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se 
adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei 
(BRASIL, 2012).
Segundo a legislação, a partir de 2011, todas as escolas 
deveriam incluir música como componente obrigatório, porém, 
até agora, as dificuldades em cumprir essa legislação são inúmeras, 
devido à falta de professores habilitados para a disciplina. Não 
podemos, contudo, deixar de reconhecer que a aprovação da lei é 
uma grande vitória para a Educação Brasileira. 
Música e educadores musicais
Na segunda unidade, estudaremos a temática da 
Musicalização, os principais educadores musicais e metodologias 
da atualidade. A musicalização favorece e desenvolve a vivência 
musical em nossos alunos, tornando-os mais sensíveis e críticos.
Dentro da musicalização, existem alguns pedagogos com 
metodologia própria, tais como: Carll Orff, Dalcroze, Willems, 
Delalande. 
© Música para Educadores14
Edgar Willems nasceu em Lanaken, na Bélgica, em 1890, e 
morreu em 1978 em Genebra. Considera a música como a expressão 
mais profunda do ser humano e não um prazer superficial.
Carll Orff nasceu em Munique, em 1895, e morreu, também, 
em Munique em 1982. Foi compositor, mas seu nome ficou 
marcado no círculo dos músicos por sua contribuição na área da 
pedagogia musical, com o Método Orff de ensino de música para 
crianças, baseado em canto e percussão.
Émile Henri Jacques adotou o nome artístico de Dalcroze. 
Nasceu em 1865 em Viena e morreu em Genebra no ano de 1950, 
mas é considerado um músico suíço. Foi criador de um método 
rítmico de ensino musical por meio dos passos da dança.
Delalande, compositor e pesquisador francês, mostra-nos 
que sempre devemos, como educadores, observar e respeitar o 
universo sonoro e musical de nossos alunos. Ele afirma que os 
educadores devem proporcionar às crianças sempre o acesso à 
experiência musical. Segundo Delalande, a experiência sonora 
musical deve sempre passar por três etapas: a exploração, a 
expressão e a construção.
Música e a sua estrutura 
Na Unidade 3, vamos estudar a parte estrutural da música, 
ou seja, vamos falar de som, ruído, silêncio, timbre, altura, ritmo, 
melodia, pulsação, compasso. Começaremos pela definição de 
música e faremos uma reflexão sobre ela enquanto linguagem 
musical. 
Ao estudarmose definirmos o som, você entenderá, por 
meio de estudos comprovados pela física, como o som é emitido e 
como ele se propaga. Muito interessante, também, é o estudo feito 
por Murray Schafer, um estudioso canadense, que se preocupou 
com o ato de escutar. 
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
Terminaremos essa terceira unidade com algumas canções 
folclóricas, que são marcadas coma a pulsação e o compasso. Esse 
é um ótimo exemplo de material para se exercitar o ritmo em sala 
de aula. 
Música: fontes sonoras e grupos musicais
Na quarta unidade, estudaremos e escutaremos as fontes 
sonoras, ou seja, os instrumentos musicais. Nessa unidade, é 
imprescindível escutar todas as músicas que serão indicadas. 
Começaremos com a tradicional divisão dos instrumentos 
que são usados para a formação de uma Orquestra. Dentro dessa 
Organologia, veremos os instrumentos de corda, de sopro, de 
percussão e os elétricos ou eletrônicos. Conheceremos, também, 
os naipes musicais que formam uma Orquestra. Para cada 
instrumento, será indicada uma música. Escute todas! Assim, você 
irá formando o seu repertório musical. Não podemos estudar 
música sem escutar música. 
Estudaremos, ainda, nessa unidade, a divisão dos 
instrumentos Hornbostel-Sachs através da maneira que produzem 
os sons. 
Nessa classificação, os instrumentos são divididos em: 
Idiofones, Membranofones, Aerofones, Cordofones e Eletrofones. 
Toda essa classificação será abordada detalhadamente na unidade.
Para finalizar, estudaremos os instrumentos folclóricos nas 
diversas regiões do Brasil. 
Música brasileira: erudita, popular e folclórica
Agora conheceremos a história musical brasileira, como foi o 
seu início, as fases pelas quais seus músicos e compositores passaram, 
quais as influências que recebemos e a quem influenciamos, quais 
as fontes sonoras mais usadas no Brasil, nosso folclore, nossa 
bagagem popular, nossa cultura, enfim, como a nossa música se 
desenvolveu durante esses 500 anos de formação do nosso país. 
© Música para Educadores16
Definiremos o que se entende por música erudita, folclórica e 
popular. Estudaremos a nossa história musical. Dentro da música 
erudita, estudaremos a música na época do descobrimento e do 
Brasil Colônia. A música do nativo, do europeu que colonizava, do 
negro que veio ajudar na mão de obra. 
Quando D. João VI veio morar no Brasil com toda a corte 
portuguesa, as cidades que o recebiam foram transformadas 
rapidamente. O Rio de Janeiro, por exemplo, sofreu muitas 
adaptações, como a construção da Capela Real e da Biblioteca 
e o Teatro que sofreu reformas. A vida artística borbulhava com 
shows e espetáculos, óperas italianas em um cenário que antes era 
considerado pacato. 
Mas foi no período da proclamação da República que a música 
brasileira começa a surgir com características próprias. 
Dentre os representantes do nacionalismo musical, temos o 
maior músico erudito do Brasil: Heitor Villa-Lobos. 
Com relação à música popular, abordaremos os dois primeiros 
séculos de colonização e como a nossa música foi se formando na 
diversidade racial da população. Nossas primeiras músicas surgem 
no final de 1800, resultado do amálgama de culturas, costumes 
e raças. Nesse período, as cidades estavam se formando e com 
o comércio, surgiram os primeiros fonógrafos e gramofones, que 
foram os responsáveis pela divulgação de nossa música. 
As músicas dessa época eram as mazurcas, os schottisch, 
a polca, o lundu, a modinha, o maxixe, os choros, tocados 
pelos chorões. Surgiu, também, nessa época, o samba, que tão 
magnificamente representa o Brasil. A música de carnaval invadiu 
as casas no início do século 19. O povo brasileiro ficou extasiado 
com os novos ritmos, com o carnaval e com o samba. A partir 
de 1920, na fase ouro da MPB, o músico brasileiro começou a 
ocupar a rádio, as gravações de disco, portanto, começou a sua 
profissionalização. Foi uma época com grande número de músicos 
de altíssima qualidade, fazendo florescer a criatividade e a 
musicalidade do povo brasileiro. 
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
Na década de 1960, a Bossa Nova nasceu entre os novos 
músicos nos apartamentos da classe média do Rio de Janeiro num 
movimento egresso das universidades. Após esse movimento, que 
reuniu a nata dos intelectuais brasileiros, a cultura brasileira passa 
a ser admirada e respeitada em todo o mundo. 
Nessa mesma década, outro movimento aconteceu 
paralelamente com a Bossa Nova, o advento do Iê-iê-iê ou Jovem 
Guarda. Wanderléia, Erasmo Carlos e Roberto Carlos estavam no 
comando do movimento que revolucionou a música, os costumes 
e os hábitos dos adolescentes. O Tropicalismo, décadas de 1970, 
1980 e 1990, também será estudado e ouvido nessa unidade. 
Terminaremos a Unidade 5 falando um pouco sobre nossa 
música folclórica, tão rica e tão cheia de influências. Conhecendo 
o folclore de um país, podemos dizer que conhecemos a cultura 
de seu povo. As cantigas, as brincadeiras, os mitos e as lendas, 
os objetos de ornamentação, as cerâmicas, os tecidos em tear, os 
objetos de madeira e couro, os rituais de trabalho, as rendas, os 
bordados, todos fazem parte do folclore. Você perceberá que o 
panorama do folclore brasileiro é muito vasto e rico.
Como trabalhar música na sala de aula
Na última unidade, apresentaremos algumas sugestões 
de como trabalhar a música em sala de aula. Daremos alguns 
exemplos de como trabalhar o som, o ruído, a altura, a intensidade, 
o compasso, a pulsação, o ritmo e a melodia. As crianças gostam 
muito das atividades que envolvem a construção de instrumentos 
musicais. É uma atividade muito rica, com a qual podemos explorar 
a interdisciplinaridade e a música em muitas visões. Abordaremos 
a construção de muitos instrumentos, inclusive alguns feitos de 
sucatas, que podem ter a inter-relação com o meio ambiente. 
Acreditamos que você, como futuro educador, poderá 
formar, explorar e vivenciar a música, o belo e o sensível. 
Bom estudo!
© Música para Educadores18
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta 
rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de 
Conteúdo. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Auto: “[...] peça dramática – religiosa ou profana repre-
sentada no Brasil nos primeiros séculos da colonização. 
[...] a forma compreende música cantada e instrumental 
e partes declamadas. O Padre Anchieta compôs vários 
em português e Tupi” (ANDRADE, 1989, p. 47).
2) Bachianas Brasileiras: são composições escritas por Hei-
tor Villa-Lobos no período de 1930 a 1945, totalizando 
uma série de nove composições. Villa-Lobos desenvol-
ve as canções brasileiras, colhidas de suas viagens pelo 
Brasil de maneira belíssima e fantasticamente seguindo 
as formas do estilo Bach, daí o nome de Bachianas Brasi-
leiras. São famosos dessa série de Bachianas, a Tocata do 
Trenzinho do Caipira e a ária da Bachiana nº 5. 
3) Canto gregoriano: é uma das mais antigas manifestações 
da música ocidental e tem suas raízes nos cantos reli-
giosos das sinagogas, tempos dos primeiros cristãos. As 
principais características do canto gregoriano, também 
conhecido como cantochão, são: melodias cantadas em 
uma só melodia (monódica), homofônicas, ou seja, todas 
as vozes uniformizadas, sem nenhum destaque; ritmo 
livre, não medido, seguindo apenas o fraseado das fra-
ses litúrgicas; sem acompanhamento instrumental; letras 
sempre em latim, tiradas das liturgias católicas, principal-
mente dos Salmos. O nome é uma homenagem ao Papa 
Gregório Magno (504-604), que coletou vários cânticos 
em dois livros O Antifonário e o Gradual Romano. 
4) Cravo: instrumento musical de corda beliscada com for-
mato semelhante ao piano de cauda. Seu som é suave 
e descontínuo, pois suas cordas são beliscadasao invés 
Claretiano - Centro Universitário
19© Caderno de Referência de Conteúdo
de serem percutidas como a do piano. O cravo foi muito 
usado durante o período Barroco. 
5) Escola espanhola: reforma do ensino espanhol, liderado 
por César Coll Salvador, em 1990. Também conhecido 
como Escola Nova. 
6) Ostinato: em música, é uma célula ou frase musical ou 
que se repete persistentemente. 
7) Rotare Cali: é um canto do tempo do Advento, sendo 
tradicional na liturgia da Igreja Católica. Inspirado no 
texto do profeta Isaías 45, apresenta louvores, enquanto 
espera a vindo do Salvador Jesus. 
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações 
entre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
se que, por meio da organização das ideias e dos princípios 
em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o 
seu conhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, 
ganhos pedagógicos significativos no seu processo de ensino e 
aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem 
escolar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
© Música para Educadores20
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que 
estabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, 
apenas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é 
preciso, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se 
configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é 
importante considerar as entradas de conhecimento e organizar 
bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e 
os novos conceitos devem ser potencialmente significativos para o 
aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes 
estruturas cognitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é 
você o principal agente da construção do próprio conhecimento, 
por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações 
internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por 
objetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando 
o seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou 
seja, estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou 
de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de 
mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.
br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. 
Acesso em: 11 mar. 2010). 
Claretiano - Centro Universitário
21© Caderno de Referência de Conteúdo
MÚSICA
SENSIBILIDADE
HUMANIZAÇÃO CRITICIDADE
CONHECIMENTO
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave – Música para Educadores. 
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre 
um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem. 
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos 
de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no 
ambiente virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem 
como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas 
realizadas presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno 
EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio 
conhecimento. 
© Música para Educadores22
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões pode ser 
uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante 
a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você 
estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. 
Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus 
conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática 
profissional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um 
gabarito, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as 
questões autoavaliativas (as de múltipla escolha e as abertas 
objetivas).
As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta 
apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por 
resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as 
bibliografias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte 
integrante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente 
Claretiano - Centro Universitário
23© Caderno de Referência de Conteúdo
ilustrativas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados 
no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os 
conteúdos estudados, pois relacionar aquilo que está no campo 
visual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida 
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo 
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente 
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes 
nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas 
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas 
aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda 
não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido 
percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos 
impele à maturidade. 
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade 
EaD e futuro profissional da educação, necessita de uma formação 
conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda 
do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação 
com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo 
e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu 
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão 
ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções 
científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
© Música para Educadores24
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa 
resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu 
amadurecimento intelectual.
Lembre-sede que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
3. E-REFERÊNCIA
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. 
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/lei/L11769.htm>. 
Acesso em: 3 maio 2012.
1
EA
D
Percorrendo os Caminhos 
da Educação Musical
1. OBJETIVOS
• Conhecer o histórico do ensino da música no Brasil.
• Analisar criticamente os acontecimentos que influencia-
ram o ensino da educação musical no Brasil.
• Identificar os processos de sistematização do ensino da 
música e suas origens.
• Identificar a legislação e os documentos oficiais que nor-
teiam a Educação Musical no Brasil.
2. CONTEÚDOS
• Histórico do ensino da música.
• Transformações no ensino da música.
• Espaço da música e sua inserção na educação como dis-
ciplina.
© Música para Educadores26
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de 
Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades 
deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu 
desempenho. 
2) Nesta unidade, vamos estudar a parte histórica que 
a disciplina Música percorreu na História da Educação 
Brasileira. Este estudo se faz necessário para que você, 
educador, entenda as dificuldades e precariedades que a 
disciplina, os educadores e mesmo os educandos trilha-
ram até que a Música, finalmente em 2008, fosse inseri-
da no currículo escolar da Educação Básica. 
3) É importante, para um melhor entendimento do con-
teúdo desta unidade, que você reveja nomes, fatos e 
legislações importantes da História da Educação. Alguns 
fatos históricos podem ser relembrados por meio das se-
guintes legislações:
a) Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
b) Constituição Federal de 1934, 1946, 1967, 1969, 
1988, nos artigos sobre a Educação. 
c) Gestão Capanema.
d) LDB nº 4.024/61.
e) Lei nº 5.692/71.
f) LDB nº 9394/96.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Vamos começar o nosso estudo sobre música conhecendo 
o seu percurso histórico desde o início da educação brasileira 
até os nossos dias. Esse trajeto ajudará você a compreender 
as dificuldades, as conquistas, enfim, como foi que a Música 
participou da educação dos brasileiros, na formação dos nossos 
Claretiano - Centro Universitário
27© U1 - Percorrendo os Caminhos da Educação Musical
estudantes como seres críticos, sensíveis, como cidadãos engajados 
e participantes.
5. O CAMINHO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO BRASI-
-LEIRA
A Educação Musical no Brasil começou com os Jesuítas, 
que usavam a música como meio para catequizar os indígenas 
que aqui moravam. No Sul do Brasil, os Jesuítas construíram as 
Missões que além de alfabetizar os índios guaranis, ensinavam 
religião, procedimentos na agricultura, música vocal e instrumental, 
formando orquestras só de guaranis. 
Segundo Lima (2008, p. 25):
Em 1549, foi fundada a cidade de Salvador, com a chegada 
ao Brasil do primeiro Governador Geral, Tomé de Souza, para 
servir como sede do governo. A comitiva trazia Padre Manuel 
da Nóbrega que chefiava o grupo dos padres jesuítas. Eles 
fundaram, em Salvador, a primeira escola elementar que seria, 
mais tarde, reconhecida como o marco inicial da História da 
Educação no Brasil. Os jesuítas se dedicaram à pregação da fé 
católica e ao trabalho educativo, porém, trouxeram a moral, 
os costumes, a religiosidade europeia. A linha pedagógica era 
intolerante e autoritária, mas, mesmo assim, foi responsável 
pela unidade do pensamento brasileiro.
 Não podemos esquecer que herdamos dos europeus os 
instrumentos e a literatura musical e que, no nosso caso, a música 
era uma arma poderosa para evangelizar os nativos e atender às 
intenções da Coroa de Portugal. Os franciscanos e, ainda mais, os 
jesuítas desempenharam papel importante como os primeiros 
educadores musicais. A música que eles transmitiam era simples 
e singela, com linhas puras, porém, encantaram os nativos desde 
a primeira missa aqui celebrada. Com as caravelas de Cabral, 
desembarcaram dois músicos, um organista, o Padre Raffco, e um 
regente de coral, o Padre Pedro Mello. 
© Música para Educadores28
Durante o período colonial, a música continuava vinculada à 
Igreja, sendo que a prática musical e o canto seguiam as formas e 
os padrões europeus. 
Com a vinda de Dom João VI para o Brasil, foram necessárias 
muitas adaptações nas cidades para receber a família Real que aqui 
decidiu morar. O Brasil começava a experimentar um novo tempo 
e os brasileiros passaram a ter acesso a escolaridades diversas, 
possibilitando a formação de mão de obra especializada, além, é 
claro, do contato com outras áreas do conhecimento científico e 
acadêmico. O país se abriu para um novo tempo e uma nova época, 
repleta de inovações e novidades que vinham com facilidade da 
Europa, pois a Família Real Portuguesa aqui residia. A literatura, 
a pintura, a música, o comércio intensificavam-se a cada dia com 
muitas novidades e o Rio de Janeiro crescia aceleradamente. É 
importante saber que com Dom João VI nascia o Ensino Superior 
no Brasil, com a finalidade de educar a elite aristocrática e nobre 
que fazia parte da corte. O país, nessa época, recebeu as influências 
dos ideais iluministas da Independência dos EUA e da Revolução 
Francesa. 
Com a vinda da família real para o Brasil, as artes receberam 
um tratamento especial e a música também começava a 
vislumbrar um novo período. A cidade do Rio de Janeiro passou 
de uma cidade tranquila e pacata, à sede da Coroa, ostentando 
suntuosidade, diversão, cultura, luxos e prazeres. Para a Capela 
Real, foi indicado o Padre José Maurício Nunes Garcia, que 
rapidamente se tornou um dos maiores nomes da música 
brasileira, sendo considerado um dos maiores compositores 
daquela época. Ele foi responsável por três anos pelas atividades 
musicais da Corte no Rio de Janeiro. 
Transformações no ensino da música 
A música desse período não se limitou à Igreja. Com 
a construção do Teatro São João, o Brasil passou a receber 
Claretiano - Centro Universitário
29© U1 - Percorrendo os Caminhos da Educação Musical
companhias estrangeiras, porém o repertório continuava sob a 
influência europeia. A música estava sempre presente na vida dos 
brasileiros, entretanto não se tem referências de como se dava o 
ensino da música. 
Com a Independência do Brasil em 1822, foi necessária 
a criação de uma Constituição. Assim, em 1824, é outorgada 
a primeira Constituição Brasileira, inspirada no liberalismo da 
Constituição francesa. O seu artigo 179 garantia a instrução 
primária gratuita a todos os cidadãos e previa, para essa garantia, a 
criação de colégios e universidades. Foi convocada uma Assembleia 
Nacional Constituinte e Legislativa de 1823, que apontava, dentre 
suas propostas, a necessidade de uma legislação para a Instrução 
Pública, que só ocorreu em 1827 com a promulgação da primeira 
Lei de Instrução Elementar no Brasil. Em 1841, Francisco Manuel 
da Silva fundou o Conservatório do Rio de Janeiro, autorizado pelo 
Decreto nº 238/41. Em 1851, a partir do Decreto nº 630, a música 
é incluída nas Escolas Públicas de Instrução Primária, apenas nas 
primeiras séries, conforme podemos verificar no artigo 6º:
[...] nas aulas de primeira classe o ensino deve, além disso, abranger 
a gramática da língua nacional, e aritmética, noções de álgebra e 
de geometria elementar, leitura explicada dos evangelhos,e notícia 
da história sagrada, elementos de geografia, e resumo da história 
nacional, desenho linear, música e exercícios de canto (BRASIL, 
2012c). 
Com o Decreto Federal de 1854, chamado de “Reforma 
Couto Ferraz”, temos a inclusão de música também para a segunda 
série e na Instrução Secundária, como consta nos Artigos 47 e 80:
Art. 47 – O ensino primário nas escolas públicas compreende [...] 
noções de música e exercícios de canto.
A instrução pública secundária continuará a ser dada no Colégio de 
Pedro II e nas aulas existentes.
[...]
Art. 80 – Além das matérias das cadeiras mencionadas no Artigo 
antecedente, que formam o curso de bacharelado em letra, se 
© Música para Educadores30
ensinarão no Colégio uma das línguas vivas no meio da Europa, e 
as artes de desenho, música e dança. 
No período da Primeira República, a legislação foi diferente 
em cada região e seguiram as necessidades de cada Estado com 
características próprias da região, não apresentando uma unidade 
nacional. Em 1890, com a aprovação do Decreto Federal nº 891, 
pela primeira vez, passa-se a exigir a “formação especializada do 
professor de música”, iniciando, assim, o começo da profissão do 
professor de música. 
Após a primeira Guerra Mundial, o Brasil começa a sofrer as 
mudanças próprias da industrialização. Gostos, comportamentos, 
referências foram mudando e se adaptando com a industrialização 
e o crescimento das cidades. O país necessitava realizar mudanças 
e investimentos na área da educação. Em 1922, acontece em São 
Paulo, a Semana de Arte Moderna, que introduz o país numa 
valorização da cultura nacional. O meio cultural e a sociedade 
vivem um burburinho de novas ideias. No final dos anos 30, Mário 
de Andrade, Magdalena Tagliaferro e Eros Volúsia apresentaram 
a Gustavo Capanema (Ministro da Educação de 1937 a 1945, 
que foi responsável por uma série de projetos importantes de 
reorganização do ensino no país, assim como pela organização do 
Ministério da Educação, em moldes semelhantes ao que ainda é 
hoje) vários projetos para possíveis reformas do ensino artístico no 
Brasil, porém, essas reformas nunca saíram do papel. 
Segundo Lima (2008, p. 28):
Em 1932, um grupo de educadores liberais, entre eles Anísio 
Teixeira e Fernando de Azevedo, expressa um manifesto – O 
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, contendo princípios 
igualitários. O seu programa de reforma da educação incluía a 
criação de uma verdadeira universidade, gratuita, mantida pelo 
Estado.
 Surgem, assim, as Universidades oficiais do país: a 
Universidade do Rio de Janeiro (1920), a Universidade de Minas 
Gerais (1927) e a Universidade de São Paulo (1934). 
Claretiano - Centro Universitário
31© U1 - Percorrendo os Caminhos da Educação Musical
Espaço da música e sua inserção na educação como disciplina 
Entramos, agora, em um dos momentos mais ricos da 
educação musical no Brasil: as décadas de 1930/1940. Nesse 
período, foi implantado o ensino de música nas escolas em âmbito 
nacional, pois foi criado por Anísio Teixeira a Superintendência 
de Educação Musical e Artística (SEMA) e para a qual convidou 
Villa-Lobos para a direção. Villa Lobos foi uma das figuras mais 
importantes da Educação Musical, pois escreveu o Canto Orfeônico, 
responsável pela implantação do projeto conto-coral em todas as 
escolas públicas do país. Villa Lobos viajou pelo Brasil coletando 
músicas e canções nativas e folclóricas, resgatando a diversidade e 
a musicalidade brasileira. Seu trabalho, porém, foi muito criticado, 
pois sendo ligado ao Estado Novo de Getúlio Vargas, impunha 
ideias de moral e civismo. Esse trabalho de coleta desenvolvido 
por Villa Lobos, independentemente da questão política, deve ser 
reconhecido por todos educadores brasileiros. Ele foi responsável 
pelo resgate de muitas canções, versos, costumes, instrumentos, 
danças de regiões que dificilmente seriam conhecidos e, muitas 
vezes, teriam se perdido na cultura popular. Além desse regaste, 
esse trabalho deu unidade à nossa música nativa e folclórica. Villa 
Lobos promoveu no Rio de Janeiro duas grandes concentrações 
cívico-artísticas envolvendo, no primeiro evento, em 1931, 12 
mil estudantes coralistas do curso primário e secundário de todo 
o Brasil e, no segundo, em 1935, 18 mil. Apesar de o projeto do 
Canto Orfeônico ser obrigatório, encontrou-se muitas dificuldades, 
principalmente com a falta de mão de obra especializada em 
música em todo o país. 
Com o fim do Estado Novo, uma nova Constituição (1946), 
de cunho liberal e democrático, foi promulgada no país. Na área da 
Educação, essa nova Constituição determinava a obrigatoriedade 
do ensino primário e determinava que a União deveria responder 
pela legislização das diretrizes e bases da educação nacional. Com 
a nova Costituição, ficou garantido a todos os brasileiros que a 
educação seria direito de todos. Esse fato deve-se aos princípios 
© Música para Educadores32
proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova, nos primeiros anos da década de 1930. 
Em 1961, após 13 anos de tramitação no Congresso, a Lei 
de Diretrizes e Bases nº 4.024 é promulgada. A educação musical 
foi apresentada em substituição ao Canto Orfeôncio, provocando 
muitas mudanças no meio musical escolar. As concepções artístico 
estéticas dessa época, estavam embasadas nos ideais pós-moder-
nistas. Surgem, assim, as oficinas de música, onde se desenvolviam 
a criação musical, explorando novos recursos sonoros e onde ha-
via a preocupação com a educação auditiva, como componentes 
fundamentais da Educação Musical. Não podemos deixar de citar, 
também, dessa época, o Movimento de Cultura Popular em Per-
nambuco, que é popularmente conhecido como “método Paulo 
Freire de Alfabetização de Adultos”. O país sonhava por mudanças 
apoiadas na cultura popular e em movimentos sociais. 
Em 1971, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
promulgada pelos militares, Lei nº 5.692/71, institui o curso de 
licenciatura em Educação Artística, substituindo o curso de Edu-
cação Musical. Portanto, Educação Musical, foi substituída pela 
Educação Artística, disciplina que deveria compor-se das quatro 
áreas artísticas: música, artes plásticas, artes cênicas e desenho. 
Assim, Educação Artística foi instituída como atividade obrigatória 
(veja que não foi instituída como disciplina) no currículo do 1º e 2º 
graus, em substituição às disciplinas de música, artes industriais e 
desenho. Para se adequar ao profissional solicitado à Lei Federal 
nº 5.692/71, as escolas de cursos superiores em música passaram 
a oferecer a Licenciatura em Educação Artística de caráter poliva-
lente, com habilitação em música, artes plásticas, artes cênicas ou 
desenho ou Bacharelado em Música, com habilitação em instru-
mento, canto, regência ou composição. 
Baseada na Constituição de 1988, em 1996, foi aprovada a Lei 
de Diretrizes e Bases, Lei nº 9.394, que norteou e reforçou os direi-
tos à educação. Seu Artigo 21, dispõe a respeito da educação esco-
Claretiano - Centro Universitário
33© U1 - Percorrendo os Caminhos da Educação Musical
lar, que ela se compõe de Educação Básica, (formada pela Educação 
Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio) e Educação Superior. 
Descentralizou a responsabilidade da educação escolar. Aos Municí-
pios, ficou a responsabilidade do Ensino Infantil e Fundamental; aos 
Estados e Distrito Federal, a responsabilidade pelo Ensino Médio. 
A partir da Lei nº 9.394/96, vemos o surgimento da ativida-
de musical nas escolas como componente curricular. A área Arte 
refere-se às linguagens artísticas: Artes Visuais, Música, Teatro e 
Dança. 
Nessa referida Lei, especificamente em seu Artigo 26, Pará-
grafo 2º, arte é tratada como componente curricular e é obrigató-
ria na educação básica: “O ensino da arte constituirá componente 
curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de 
forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (BRA-
SIL, 2012a). 
Nesse artigo,fica claro o reconhecimento da Arte como área 
do conhecimento. Nas quatro primeiras séries do Ensino Funda-
mental, o ensino da música consta do conteúdo de Arte e é res-
ponsabilidade do professor da sala, um só, polivalente, sem uma 
formação específica em música. O país necessitaria de um grande 
investimento para a formação desses professores. Do 5º ao 9º ano, 
as aulas de música são ministradas pelo professor de Educação Ar-
tística, que pode também não ter a habilitação específica em mú-
sica. Essa é a realidade do ensino público atual. 
Segundo Bréscia (2003, p. 81):
Parece evidente que o ensino musical na escola pública não é uma 
prioridade para os responsáveis pela educação no Brasil, embora 
seja do conhecimento de todos que o aprendizado de música, além 
de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a ativi-
dade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contri-
bui para integrar socialmente o indivíduo.
Em 1998, para reforçar a LDB e dar uma maior unidade na 
amplitude e base nacional, o MEC publica os Parâmetros Curricu-
lares Nacionais (PCNs). Os PCNs são diretrizes elaboradas por uma 
© Música para Educadores34
equipe do Governo Federal, orientada por César Coll, professor de 
psicologia evolutiva e da educação, na faculdade de psicologia da 
Universidade de Barcelona, e que foi um dos pensadores que in-
fluiu na reforma educacional da Espanha. Figurou, também, como 
um dos responsáveis pela reforma brasileira, sendo um dos seus 
consultores. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais passaram por um pro-
cesso nacional em 1996 e 1997, do qual participaram docentes 
das universidades particulares e públicas, responsáveis das se-
cretarias municipais e estaduais de educação, e pessoas ligadas à 
área de conhecimentos e educadores. Em 1997, o MEC publicou 
um conjunto de dez livros, lançados em 15/10/1997, destinados 
aos professores de 1ª a 4ª série. Enquanto os professores de 1ª a 
4ª série trabalhavam com os dez primeiros livros editados, o MEC 
continuaria o trabalho para a elaboração dos livros destinados à 5ª 
até 8ª série. 
Os PCNs são subsídios para apoiar a escola na elaboração do 
currículo escolar e servem, também, como material de apoio para 
a formação continuada de professores. Os dez volumes dos PCNs 
trazem a seguinte divisão: o primeiro, de Introdução, explica as 
opções feitas e o porquê dos Temas Transversais. Do segundo ao 
sétimo, abordam as áreas de conhecimento obrigatórias no Ensino 
Fundamental: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, 
História, Geografia, Arte e Educação Física. Os três últimos tratam 
dos cinco Temas Transversais: Meio Ambiente, Saúde, Ética, Plura-
lidade Cultural e Orientação Sexual. 
Temos, nos PCNs, que:
O conjunto de documentos dos Temas Transversais comporta uma 
primeira parte em que se discute a sua necessidade para que a es-
cola possa cumprir sua função social, os valores mais gerais e uni-
ficadores que definem todo o posicionamento relativo às questões 
que são tratadas nos temas, a justificativa e a conceitualização do 
tratamento transversal para os temas sociais e um documento es-
pecífico para cada tema: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade 
Cultural e Orientação Sexual, eleitos por envolverem problemáticas 
sociais atuais e urgentes, consideradas de abrangência nacional a 
até mesmo de caráter universal (BRASIL, 2001, p. 64).
Claretiano - Centro Universitário
35© U1 - Percorrendo os Caminhos da Educação Musical
Você consegue perceber a importância da legislação que nos 
apoia? 
Apesar de os PCNs terem limitações, serem às vezes mal 
interpretados, a educação brasileira conseguiu grandes conquis-
tas com as novas legislações dos anos 90. Na área de música, por 
exemplo, o termo “interdisciplinaridade” tem um uso e um enfo-
que muito grande. Não se pode pensar em arte, sem pensar em 
história, em etnias, em localização geográfica, em cultura local, 
em costumes. Portanto, “interdisciplinaridade”, “temas transver-
sais”, “transdisciplinaridade”, “pluralidade cultural”, “multicultura-
lidade” (termos e expressões usados nos PCNs), enfim, qualquer 
que seja o termo ou a expressão que você queira usar, existe uma 
postura e uma atitude assumida para com os diferentes. Voltamos 
a falar de diferentes etnias, costumes, locais, áreas geográficas, 
histórias. Esse novo olhar é proposto pelos PCNs nos temas trans-
versais para que sejam objetos de estudo em todas as disciplinas. 
Com o estudo dos PCNs, será possível notar que nossas escolas se 
tornaram mais humanas. Esse ganho tem que ser comemorado e 
aplaudido. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte têm como objeti-
vo levar as artes visuais, a dança, a música e o teatro para serem 
aprendidos na escola. Por muito tempo, essas práticas foram con-
sideradas atividades importantes apenas para recreação, equilíbrio 
psíquico, expressão criativa ou simplesmente treino de habilidades 
motoras. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, entretanto, Arte 
é apresentada como área de conhecimento que requer espaço e 
constância, como todas as áreas do currículo escolar (BRASIL, 1998, 
p. 62-63). 
Temos que ressaltar algumas mudanças que aconteceram 
nas escolas e com os professores de arte, desde que Arte foi trans-
formada em componente curricular e, no nosso caso, Música, que 
é uma das linguagens da Arte. Vejamos:
1) Um grande cuidado em situar os artistas em sua cultura 
e história, ou seja, local, época, pensamentos culturais. 
2) Grande preocupação com o fazer, conhecimento da obra 
e contextualização.
© Música para Educadores36
3) Preocupação com a aprendizagem do aluno em relação 
ao conhecimento da cultura de um país ou comunidade 
em conhecer a sua Música. 
4) A criatividade não está só com ênfase no belo. Incenti-
va-se muito o fazer arte, as leituras, o conhecimento, a 
crítica, a construção, inserindo o aluno no mundo coti-
diano. 
5) A alfabetização visual por meio das linguagens artísticas 
e leituras dos signos. 
6) O compromisso com as diversidades de linguagens em 
função das raças e etnias, tendo um grande zelo pela di-
versidade cultural. 
Conforme consta nos PCNs: 
O conjunto de documentos de temas transversais discute a ne-
cessidade de a escola considerar valores gerais e unificadores que 
definam seu posicionamento em relação à dignidade da pessoa, 
à igualdade de direitos, à participação e à co-responsabilidade de 
trabalhar pela efetivação do direito de todos à cidadania (BRASIL, 
1998, p. 65). 
A conscientização da atual legislação em reconhecer arte na 
formação do conhecimento e desenvolvimento de nossos alunos é 
muito importante, pois mobiliza dentro e fora da escola a expres-
são e a comunicação dos nossos alunos como cidadãos, e você, 
como educador, deve zelar por esse aspecto. A arte deixa de ser 
apenas uma atividade social e passa a ser um modo de praticar a 
cultura. 
Segundo Ana Mae (2008, p. 14):
Somente a ação inteligente e empática do professor pode tornar a 
Arte ingrediente essencial para favorecer o crescimento individual 
e o comportamento de cidadão como fruidor de cultura e conhece-
dor da construção de sua própria nação.
A partir de 1990, o ensino das artes nas escolas foi mudando 
com esse “novo olhar” para a arte como formadora de um indiví-
duo mais participante, mais crítico, mais sensível, mais humani-
zado. Pesquisas, estudos, debates sobre o ensino da música nas 
escolas foram ganhando espaço e resultados positivos apareceram 
Claretiano - Centro Universitário
37© U1 - Percorrendo os Caminhos da Educação Musical
entre os educadores. Aos poucos, foi-se comprovando a importân-
cia da música na formação de nossos estudantes. 
Bréscia (2003, p. 75) comenta que:
A grande massa de pesquisas e documentação disponíveis graças 
às contribuições de antropólogos, historiadores da educação e mu-
sicólogos, deixa bem claro que a música faz parte da aprendizagem 
e do ensino desde tempos imemoriais. Estudiosos de sociedades 
pré-letradas asseveram que não existem grupos humanosdespro-
vidos de música, ainda que sob formas extremante rudimentares, 
e tanto o canto como a confecção e o emprego de instrumentos 
musicais toscos são ensinados e aprendidos, garantindo-se, assim, 
a sua preservação de uma geração para outra.
Em agosto de 2008, foi aprovada a Lei nº 11.769 que alte-
ra a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, dispondo sobre a obri-
gatoriedade do ensino da música na Educação Básica. Com essa 
aprovação, as discussões e os debates sobre o ensino da música 
tornaram-se temas em discussão nas principais reuniões e simpó-
sios sobre educação. A notícia ganhou aplausos e adeptos entre os 
educadores. 
Confira a legislação:
Art. 1o O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa 
a vigorar acrescido do seguinte § 6o:
Art. 26. § 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não 
exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste ar-
tigo. (NR).
Art. 2o (VETADO)
Art. 3o Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se 
adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei 
(BRASIL, 2012b). 
Portanto, em 2011, todas as escolas de Educação Básica de-
verão incluir música em seus conteúdos obrigatórios. É grande vi-
tória a aprovação dessa Lei, pois os educadores que estudam esse 
tema já comprovaram os benefícios que a música traz no decorrer 
da aprendizagem. 
© Música para Educadores38
6. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar 
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta 
unidade, ou seja, Música: percurso histórico da Educação Musical. 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades 
em responder a essas questões, procure revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal 
para que você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, 
na Educação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de 
forma cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas 
descobertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu 
desempenho no estudo desta unidade:
1) Elabore um texto, com suas palavras, relatando o ensino da música 
nos primeiros anos da colonização brasileira, ou seja, como os jesuítas 
procederam nesse ensinamento. 
2) A cidade do Rio de Janeiro passou por uma grande transformação em 1808. 
Qual foi esse fato e quais os benefícios ocorridos para a área de música 
nesse período?
3) Qual a importância de Dom Pedro I no campo musical? Relate com suas 
palavras esse período.
4) Em 1922, acontece em São Paulo a Semana de Arte Moderna, que introduz 
o país numa valorização da cultura nacional. O meio cultural e a sociedade 
vivem um burburinho de novas ideias. Quais são essas ideias e quais 
os participantes da Semana? E no campo da música, quais os fatos que 
contribuíram para uma música moderna?
5) Redija um texto, com suas palavras, sobre a importância de Villa Lobos no 
programa do Canto Orfeônico. 
6) Relate o estudo da música nas seguintes LDB:
a) LDB 4.064/61.
b) Lei no 5.692/71.
c) LDB 9.394/96.
7) Qual a modificação que a Lei no 11.769/08 acarretou?
Claretiano - Centro Universitário
39© U1 - Percorrendo os Caminhos da Educação Musical
7. CONSIDERAÇÕES
Esperamos que, com o estudo dessa primeira unidade, 
você tenha entendido o caminho trilhado pela Arte na educação 
brasileira. Foram décadas e décadas de lutas feitas de pequenas 
conquistas que sempre foram se armazenando na vida escolar e 
nos educadores de Arte. Hoje, após essas transformações, ainda 
não chegamos à posição confortável de que quase todas as 
batalhas foram conquistadas, porém, conquistamos um lugar de 
contribuição do conhecimento teórico e prático, social e histórico 
de aprendizagem de aluno, de professor, escola e comunidade, de 
construções nos relacionamentos. Lembre-se de que a escola tem 
de estar sempre nesse estado de fecundidade permanente para 
que o conhecimento nela se realize.
Como educadores, temos de lembrar que o processo 
ensino-aprendizagem só será possível se os conteúdos trazidos 
pelos alunos puderem estabelecer ligações para a construção 
do conhecimento elaborado nas salas de aulas por professores e 
alunos. Essa contextualização é que faz com que os professores, 
educadores, estudantes assumam uma postura de cidadãos 
participantes. 
Na próxima unidade, vamos estudar a musicalização infantil 
e a sua importância na formação dos educandos. 
Até lá! 
8. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>. Acesso em: 3 maio 2012a.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. 
© Música para Educadores40
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/lei/L11769.htm>. 
Acesso em: 3 maio 2012b.
______. Decreto nº 630 - de 17 de Setembro de 1851. Autoriza o Governo para reformar 
o ensino primario e secundario do Municipio da Côrte. Disponível em: <http://www6.
senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=79595&tipoDocumento=DEC&tipo
Texto=PUB>. Acesso em: 5 jun. 2012c.
HISTEDBR. Coleção das Leis do Impe´rio do Brasil. Disponível em: <http://www.histedbr.
fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/3_Imperio/artigo_004.html>. Acesso em: 5 
jun. 2012.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARANHA, M. L. de A. História da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996. 
BARBOSA, A. M. (Org.). Inquietações e mudanças no ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 
2008.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: A Secretaria, 2001.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil. Brasília: A Secretaria, 1998.
BRÉSCIA, V. L. P. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. Campinas: 
Átomo, 2003.
LIMA, R. L. M. A. Cotas: uma política de inclusão. Franca: UNESP, 2008.
PALMA FILHO, J. C. Política educacional brasileira. São Paulo: Cte, 2005.
ROMANELLI, O. O. História da Educação no Brasil (1930/1973). Petrópolis: Vozes, 2003.
EA
D
2
Música e Educadores 
Musicais
1. OBJETIVOS
• Sensibilizar o aluno em relação à Musicalização. 
• Reconhecer a música como uma linguagem de importân-
cia singular na construção do conhecimento.
• Fazer música, vivenciar e entender questões relativas à 
produção do som.
• Identificar os educadores que criaram métodos de Musi-
calização. 
2. CONTEÚDO
• Musicalização segundo Carll Orff, Edgar Willems, Émile 
Henri Jacques (Dalcroze) e François Delalande.
© Música para Educadores42
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Nesta unidade, vamos estudar como devemos iniciar 
nossos alunos no conhecimento musical, ou seja, na mu-
sicalização. O que devemos fazer, como devemos fazer 
para que nossos alunos vivam a música em suas vidas 
e estabeleçam um modo de ser mais crítico e sensível 
diante do mundo que os cerca. Assim, é importante que 
você fique atento ao assunto abordado, releia-o se ne-
cessário e faça pesquisas para aprofundá-lo. 
2) Para aprofundar seu conhecimento, sugerimos que pes-
quise um pouco mais sobre Carll Orff, Edgar Willems, 
Émile Henri Jacques (Dalcroze) e François Delalande; 
pensadores musicais da atualidade que nos orientam 
quanto ao modo de iniciar e ingressar nossas crianças no 
mundo musical, os quais estudaremos, também, nesta 
unidade. Identifique-se com algum dos métodos que se-
rão citados, aprofunde seus estudos musicais que muito 
o ajudarána sua vida profissional.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, estudamos toda a legislação que ampa-
rou a disciplina de Música na Educação Brasileira. 
Nesta segunda unidade, vamos estudar sobre Educação 
Musical, Música, Musicalização, enfim, independentemente da 
nomenclatura recebida, vamos refletir como a disciplina Música 
contribui no conhecimento, na formação, no equilíbrio, na fruição 
e na humanização de nossos alunos.
Claretiano - Centro Universitário
43© U2 - Música e Educadores Musicais
5. MUSICALIZAÇÃO
Vamos refletir um pouco sobre quais as mudanças 
comportamentais que a música gera nas pessoas. Sabemos que 
ela proporciona prazer para quem a ouve. Você já percebeu como 
a música une as pessoas, os relacionamentos? 
Quando se ouve uma boa música, passamos horas com os 
amigos e parentes apenas “curtindo” e “saboreando” os momentos 
que a música proporciona. Portanto, sabemos que é muito 
importante o acesso a música, pois ela não pode ser privilégios de 
poucos, ela deve estar acessível ao conhecimento de todos. 
Nesse sentido, falaremos de música, sobre a importância 
de sua presença na vida das crianças e na Educação Infantil e 
apontaremos a sua contribuição na formação de seres humanos, 
críticos, mais sensíveis, reflexivos, enfim, como um cidadão mais 
humanizado, participante e engajado na sociedade em que vive. 
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil:
A música está presente em diversas situações da vida humana. 
Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os 
mortos, para conclamar o povo a lutar, o que remonta à sua função 
ritualística. Presente na vida diária de alguns povos, ainda hoje é 
tocada e dançada por todos, seguindo costumes que respeitam as 
festividades e os momentos próprios a cada manifestação musical. 
Nesses contextos, as crianças entram em contato com a cultura 
musical desde muito cedo e assim começam a aprender suas 
tradições musicais (BRASIL, 1998, p. 47). 
Vamos refletir juntos e pensar no mundo sem música...
Brincar de rodas sem música, churrasco com os amigos sem 
música, noite de Natal sem música, formatura sem música, namorar 
sem música, assistir a um filme sem música, ninar uma criança 
sem música, como seria? Perderia o encanto, a sensibilidade e as 
emoções do momento. A música “marca” com emoções, ocasiões, 
momentos, sentimentos, afeições, lugares e pessoas. 
© Música para Educadores44
Você já escutou uma música e lembrou-se de uma 
determinada pessoa? Ou de um determinado lugar? 
A musicalização é um trabalho que favorece uma rica expe-
riência e uma vivência com as estruturas musicais, além, é claro, 
de facilitar as convivências entre as pessoas, desenvolvendo as 
expressões, os pensamentos e as emoções por meio de sua lin-
guagem musical. A musicalização torna o indivíduo ou a criança re-
ceptível ao mundo sonoro, respondendo de uma maneira musical. 
Segundo Bréscia (2003, p. 15):
Temos hoje consciência de que é muito importante e, muito mais, 
sabemos que não deve ser privilégio de pouco, o acesso à música, 
mas antes, esta deve ser dirigida a todos. Um meio para que isto 
aconteça é o trabalho de musicalização, [...] que favorece uma rica 
vivência e um manuseio hábil de estruturas musicais, além de esti-
mular o desenvolvimento dos meios mais espontâneos de expres-
são, recuperando, assim, a música, a sua condição de linguagem 
natural, viva, de pensamentos e emoções.
Assim como a criança utiliza as palavras para se comunicar, 
na musicalização, ela irá aprender por meio da linguagem musical, 
expressar seus sentimentos, suas angústias, sua felicidade, enfim, 
seus sentimentos. Aprenderá a usar mais uma ferramenta de co-
municação que estará sempre ao seu alcance. Na musicalização, 
a criança vivencia a música e o universo sonoro, sem, no entanto, 
iniciar seu aprendizado em iniciação musical, ou teoria musical, ou 
manuseio técnico de um instrumento. Na musicalização, deve-se 
trabalhar o mundo sonoro com a coordenação motora, lateralida-
de, lógica, estética, criatividade. 
Bréscia (2003, p. 15) salienta que:
O trabalho de musicalização deve ser encarado sob dois aspectos: 
os aspectos intrínsecos à atividade musical, isto é, inerentes à vi-
vencia musical: alfabetização musical e estética e domínio cogni-
tivo das estruturas musicais; e os aspectos extrínsecos à atividade 
musical, isto é, decorrentes de uma vivência musical orientada por 
profissionais conscientes, de maneira a favorecer a sensibilidade, 
a criatividade, o senso rítmico, o ouvido musical, o prazer de ou-
vir música, a imaginação, a memória, a concentração, a atenção, a 
auto-disciplina, o respeito ao próximo, o desenvolvimento psicoló-
Claretiano - Centro Universitário
45© U2 - Música e Educadores Musicais
gico, a socialização e a afetividade, além de originar a uma efetiva 
consciência corporal e de movimento.
Nesse sentido, precisamos realizar um trabalho pedagógico 
musical que, segundo Brito (2003, p. 46), “[...] deve se realizar em 
contextos educativos que entendam a música como processo con-
tínuo de construção, que envolve perceber, sentir, experimentar, 
imitar, criar e refletir”. 
Temos que ter em mente que a musicalização é a construção 
do conhecimento e vivência musical, que contribui para o desen-
volvimento da inteligência e integração social da pessoa. 
No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 
consta que:
Pesquisadores e estudiosos vêm traçando paralelos entre o desen-
volvimento infantil e o exercício da expressão musical, resultando 
em propostas que respeitam o modo de perceber, sentir e pensar, 
em cada fase, e contribuindo para que a construção do conheci-
mento dessa linguagem ocorra de modo significativo. O trabalho 
com a Música proposto por esse documento fundamenta-se nesses 
estudos, de modo a garantir à criança a possibilidade de vivenciar e 
refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressi-
vo que também oferece condições para o desenvolvimento de ha-
bilidades, de formulação de hipótese e de elaboração de conceitos 
(BRASIL, 1998, p. 48). 
Devemos, com a musicalização, desenvolver o gosto pela 
música e a experiência musical que nos ajuda na formação e equi-
líbrio do ser humano. A musicalização, por meio da vivência mu-
sical, faz com que a criança elabore a busca pelo belo, pelo pleno, 
pela satisfação. 
Conforme consta nos PCNs:
O aluno aprende com mais sentido para si mesmo quando estabe-
lece relações entre seus trabalhos artísticos individuais, em grupos 
e a produção social da arte, assimilando e percebendo correlações 
entre o que faz na escola e o que é e foi realizado pelos artistas 
na sociedade no âmbito local, regional, nacional e internacional. 
Aprender Arte envolve, além do desenvolvimento das atividades 
artísticas e estética apreciar e situar a produção da arte de todas as 
épocas nas diversas culturas (BRASIL, 1998, p. 63). 
© Música para Educadores46
A mídia de hoje impõe seus gostos e trabalha fortemente 
para que o indivíduo por ela envolvido seja tragado por suas opi-
niões. Muitas vezes, não sabemos se gostamos ou não, se é um 
produto que nos traz prazer ou se é realmente um produto que 
“engolimos” por meio de tanta propaganda. 
Já a musicalização leva o aluno a entender esteticamente o 
belo, o artisticamente construído, vivenciando o sensível. Portan-
to, esses alunos serão certamente adultos muito mais críticos, res-
gatando o sentido do belo e modificando suas atitudes em relação 
à mídia e ao justo. 
Ainda segundo o Referencial Curricular Nacional para a Edu-
cação Infantil:
Há que se tomar cuidado para não limitar o contato das crianças 
com o repertório dito “infantil” que é, muitas vezes, estereotipado 
e, não raro, o mais inadequado. As canções infantis veiculadas pela 
mídia, produzidas pela indústria cultural, pouco enriquecem o co-
nhecimento das crianças. Com arranjos padronizados, geralmente 
executados por instrumentos eletrônicos, limitam o acesso a um 
universo

Outros materiais