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CONCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A MÚSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL (2)

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Anais Vol. 12 (2017): Seminário de Educação do Vale do Arinos, Juara/MT, Brasil, 16-18 Outubro 2017, Faculdade de
Educação e Ciências Sociais Aplicadas, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT - Unemat Editora.
NASCIMENTO, D. S. D. C. D.; CAVALLARI, S. A. NASCIMENTO, W. F. D. CONCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A MÚSICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL AVANÇOS E RETROCESSOS In: XII Seminário de Educação do Vale do Arinos: Alfabetização, Letramento(s) e Práticas
Sociais, 12ª. (SEVA), 2017, Juara/MT. Anais... Juara/MT: Faculdade de Educação e Ciências Sociais Aplicadas, 2017. Vol. 12 (2017).
ISSN ONLINE 2358-9779.
CONCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A MÚSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
 AVANÇOS E RETROCESSOS
Autor(a): DAMARIA SANTOS DE CARVALHO DO NASCIMENTO¹
Coautores(as): WALINGTHON FERREIRA DO NASCIMENTO³
Instituição: unemat
Orientador(a): SANDRA APARECIDA CAVALLARI.²
damaria_wbb@hotmail.com¹
prof-sandracavallari@hotmail.com² walingthon@hotmail.com³
Ao trabalho intitulado �Concepção dos professores sobre a música no ensino fundamental: avanços
e retrocessos�. Possui enquanto finalidade: investigar no Ensino Fundamental de uma Escola
Estadual do município de Juara � MT, os avanços e retrocessos do ensino de Música. Para tanto
consideremos como fatores de avanços as Legislações Federais e Estaduais em torno da temática,
as proposições e iniciativas da própria escola, as ações coletivas e individuais de professores. A
finalidade se propõe a responder as questões pesquisada: Qual a percepção dos professores sobre
o ensino de música na escola? A metodologia utilizada foi levantamento bibliográfico. A abordagem
é qualitativa, o instrumento de pesquisa foi questionário. O Lócus pesquisado, uma escola Estadual
do Ensino Fundamental. A pesquisa evidenciou também que o professor não possui formação
musical, e trabalha minimamente a música, somente em datas comemorativas fator que contraria
a legislação vigente. O trabalho revelou ainda que não é proposto música enquanto instrumento de
aprendizagem, assim as dificuldades não são superadas, e o retrocesso aponta para ocupar o seu
lugar. A teoria revelou que, obter uma educação musical não significava somente aprender tocar
algum instrumento, mas sim aprender a ouvir e estudar todas as artes que de alguma forma
estavam ligadas a ela, como cantar, desenhar, dançar entre outras coisas. Para esses povos, a
educação consegue relacionar o corpo com a mente, pois com isso acontece uma harmonia entre
ambos, o que leva a educação a possuir um desempenho mais espiritual do que material, seu
principal objetivo era a formação do caráter e não apenas adquirir conhecimentos.
Palavras-chave: Educação musical. Música no Ensino Fundamental. Ensino aprendizado
 
 
CONCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A MÚSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: 
AVANÇOS E RETROCESSOS 
 
Autor(a): DAMARIA SANTOS DE CARVALHO DO NASCIMENTO¹ 
Coautores(as): WALINGTHON FERREIRA DO NASCIMENTO³ 
Instituição: unemat 
Orientador(a): SANDRA APARECIDA CAVALLARI.² 
damaria_wbb@hotmail.com¹ 
prof-sandracavallari@hotmail.com² walingthon@hotmail.com³ 
 
Resumo: Ao trabalho intitulado “Concepção dos professores sobre a música no ensino 
fundamental: avanços e retrocessos”. Possui enquanto finalidade: investigar no Ensino 
Fundamental de uma Escola Estadual do município de Juara – MT, os avanços e retrocessos 
do ensino de Música. Para tanto consideremos como fatores de avanços as Legislações 
Federais e Estaduais em torno da temática, as proposições e iniciativas da própria escola, as 
ações coletivas e individuais de professores. A finalidade se propõe a responder as questões 
pesquisada: Qual a percepção dos professores sobre o ensino de música na escola? A 
metodologia utilizada foi levantamento bibliográfico. A abordagem é qualitativa, o instrumento 
de pesquisa foi questionário. O Lócus pesquisado, uma escola Estadual do Ensino 
Fundamental. A pesquisa evidenciou também que o professor não possui formação musical, 
e trabalha minimamente a música, somente em datas comemorativas fator que contraria a 
legislação vigente. O trabalho revelou ainda que não é proposto música enquanto instrumento 
de aprendizagem, assim as dificuldades não são superadas, e o retrocesso aponta para 
ocupar o seu lugar. A teoria revelou que, obter uma educação musical não significava somente 
aprender tocar algum instrumento, mas sim aprender a ouvir e estudar todas as artes que de 
alguma forma estavam ligadas a ela, como cantar, desenhar, dançar entre outras coisas. Para 
esses povos, a educação consegue relacionar o corpo com a mente, pois com isso acontece 
uma harmonia entre ambos, o que leva a educação a possuir um desempenho mais espiritual 
do que material, seu principal objetivo era a formação do caráter e não apenas adquirir 
conhecimentos. 
 
Palavras-chave: Educação musical. Música no Ensino Fundamental. Ensino aprendizado 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O Governo Federal sancionou Lei nº 11.769/2008 que dispõe na disciplina de Artes a 
música ser desenvolvida como componente curricular obrigatório. Essa medida legal é 
justamente o resultado de muitas lutas e cobranças de músicos, musicistas, profissionais da 
educação com habilidades musicais, professores de música, alunos, enfim... Mas como tudo 
na educação é complexo, e o investimento estrutural para dar suporte às novas políticas é 
sempre um problema, muitas escolas não têm dado conta dessa nova realidade. 
A referida lei estabeleceu prazo de três (3) anos para os Estados e Municípios se 
adequarem. Em Mato Grosso, a Lei 9.437/2010 é sancionada com objetivo de regulamentar 
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a Lei Federal citada, contudo, a lei estadual ao regulamentar a lei federal cria uma nova 
disciplina curricular exclusiva: a Música. 
Assim compreendemos que a música está hoje assistida por duas determinações 
legais, em dois momentos distintos na escola: a) na disciplina curricular de Arte, conforme 
disposto na LDB/1996, Art. 26, parágrafo 6º, e b) na sua própria área curricular, pois agora há 
a disciplina curricular exclusiva de Música (Lei 9.437/2010). Assim sendo, com exceções a 
algumas, nas escolas não existe a disciplina curricular de música, nem os trabalhos musicais 
acontecendo na disciplina de Arte 
O trabalho possuiu enquanto finalidade: investigar no Ensino Fundamental de uma 
Escola Estadual do município de Juara – MT, os avanços e retrocessos do ensino de Música. 
Para tanto consideremos como fatores de avanços as Legislações Federais e Estaduais em 
torno da temática, as proposições e iniciativas da própria escola, as ações coletivas e 
individuais de professores. A finalidade se propôs a responder as questões de pesquisa: Qual 
a percepção dos professores sobre o ensino de música na escola? 
A música proporciona aprendizado, para Loureiro (2001) no desenvolvimento humano 
a música possui grande participação no contexto religioso e social, são fatores que contribuem 
na construção de hábitos e valores pessoais. A música veio do grego, povos que a ofereciam 
aos Deuses, com o intuito em alcançarem adoração perfeita. Conforme o autor, os gregos 
continham uma paixão muito grande pela música elevando a música enquanto arte, as 
crianças aprendiam a cantar, para essa capacidade de educar e civilizar reconhecia o valor 
que a música possui para a formação, assim surgiram às primeiras preocupações com a 
pedagogia musical. 
O artigo busca por proporcionar aos leitores deste, reflexão sobre as ações que a 
escola perde em trabalhar com os alunos, as leis ficam à mercê das gavetas, o professor sem 
capacitação e o educando sem trabalhar a habilidade. 
 
 
2. CONSIDERAÇOES TEORICAS 
1.2. Breve histórico sobre a inclusão do ensino da música nas escolas 
 
A música poderia exercer sobre o homem poder maléfico ou benéfico, porimitar a harmonia das esferas celestes, da alma e das ações. Com seu 
encanto sedutor, poderia conduzir perniciosamente o homem, através de um 
complexo de emoções não recomendável, como também teria condições de 
realizar o inverso, contribuindo, de modo eficaz, para a educação da 
juventude. Daí, a necessidade de se colocar a música sob a administração 
do Estado, sempre a serviço da edificação espiritual humana, voltada para o 
bem da polis, almejada como cidade justa (REIS 1993, p. 58). 
 
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Segundo Jaeger (1986) o raciocínio matemático é um elemento importante do 
pensamento musical, pois foi desenvolvido pelo matemático Pitágoras na Grécia, que 
desenvolveu as descobertas para a dimensão acústica sonora. Segundo Jaeger (1986, 
p.547), as idéias de Pitágoras influenciaram o pensamento dos gregos, fundamentando assim 
às doutrinas1 de Platão. Para este pensador, a primeira coisa a fazer é formar espiritualmente 
o homem na sua plenitude, entregando-lhe em seguida o cuidado de velar pessoalmente pelo 
seu corpo. 
Segundo Loureiro (2001), a música foi um recurso utilizado pelos jesuítas no método 
de escolarização da juventude europeia tinha enquanto alvo, o desenvolvimento cristão, com 
o intuito de constituir uma disciplina exigida no currículo das escolas, vindo enriquecerem as 
festas e os cultos religiosos, graças aos protestantes e os católicos, especialmente os jesuítas, 
até no final do século XVIII, educação musical nas escolas foi praticada com fins religiosos, 
mas também de Ensinar voltada as normas religiosas . 
 Configurado por Porto (1931), abriram no Brasil em 1549 as primeiras escolas e 
aqui se estabeleceram, os jesuítas criaram à catequese dos indígenas, conforme atestam os 
documentos da época, como a carta do Pe. Aspilcueta Navarro, de 28 de março de 1550: 
descrito na história por Rodrigues e Francisco na História da Companhia de Jesus na 
Assistência de Portugal: 
 
Aprouve a Deus que chegassem os padres mandados daí, e esperamos que 
façam grande fruto com os selvagens como fariam outros se tivessem muita 
caridade e castidade de par com as forças temporais para suprir as 
necessidades de tantos. As letras são o menos necessário, bem que, entre 
os cristãos e entre os mesmos gentios conversas, sejam as letras precisas 
para a solução de casos diversos que entre eles se dão.” (RODRIGUES, 
1931, p.287). 
 
 
Com a leitura da dissertação de Loureiro (2011) ficou compreendido que, quando os 
negros chegaram ao Brasil trouxeram consigo instrumentos de percussão, sendo esses o 
Ganzá2, Cuíca3 e o Atabaque4, resultando influencias na música brasileira, pois esses 
cantavam e dançavam lembrando seus costumes, esses negros tendo contato com os índios 
e os portugueses começaram a criar novos arranjos. 
Oliveira (1996) relata que, na semana de Arte Moderna em 1922 teve um marco na 
cultura artística do Brasil, pois renovou a proposta trazendo outros jeitos de compreender a 
 
1 Doutrinas é uma crença ou conjunto de crenças ensinadas por religiões, partidos políticos ou outros grupos. 
2 Ganzá, espécie de chocalho formado por um cilindro de metal contendo sementes ou seixos; canzá. 
3 Cuíca, um instrumento musical, semelhante a um tambor, com uma haste de madeira presa no centro da 
membrana do couro. 
4 Atabaque, Tambor feito com a pele de um animal distendida sobre um pau oco. 
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música e sua criação sugerindo novas propostas de ensinar a artes levando em consideração 
a expressão espontânea e verdadeira da criança: 
 
Villa-Lobos, ao introduzir o Canto Orfeônico, de certa forma abriu a 
concepção de ensino de música tanto para crianças como para as grandes 
massas. Através de sua prática, pode-se perceber que a sua intenção, além 
de ser cívica e disciplinadora, era também de formar público e divulgar música 
brasileira. O processo de ensino neste período pretendia musicalizar tanto 
pela prática como pela teoria da música, atendendo a toda a população 
estudantil. Pode-se observar nesta postura, que existe uma semente de 
abertura do conceito de educação musical, embora silenciosa. Oliveira (1996, 
p.66). 
 
 
A proposta da semana de Arte Moderna disponibilizou novas formas de 
compreender o fazer artístico, sugerindo uma redefinição do ensino de arte. O clima de 
nacionalismo dominante no país, a partir da Revolução de 1930, fez com que o ensino da 
música, em virtude de seu potencial formador, dentro de um processo de controle e persuasão 
social, crescesse em importância nas escolas, passando a ser considerado um dos principais 
veículos de exaltação da nacionalidade, o que veio determinar sua difusão por todo o país. 
Descrito em Oliveira (1996): 
 
Villa-Lobos, ao introduzir o Canto Orfeônico, de certa forma abriu a 
concepção de ensino de música tanto para crianças como para as grandes 
massas. Através de sua prática, pode-se perceber que a sua intenção, além 
de ser cívica e disciplinadora, era também de formar público e divulgar música 
brasileira. O processo de ensino neste período pretendia musicalizar tanto 
pela prática como pela teoria da música, atendendo a toda a população 
estudantil. Pode-se observar nesta postura, que existe uma semente de 
abertura do conceito de educação musical, embora silenciosa. (OLIVEIRA, 
1996, p.66). 
 
 
Para o autor, música está presente na população, é um instrumento que oportuniza 
aprendizado e educação. O compositor Villa Lobos se dedicou a desenvolver e disseminar 
uma metodologia de educação musical própria, mas, principalmente, a formar um repertório 
adequado ao Brasil, baseado no folclore nacional e na preservação da cultura do povo. Foi 
nesse período que criou “Guia Prático”, um de suas principais obras, utilizada como material 
didático contendo 138 versões de cantigas infantis populares, editado pela primeira vez em 
1938. 
Segundo Oliveira (1996) até Villa-Lobos, o ensino da música nas escolas era mais por 
conservatório5 de modelo europeu, por meio da prática do Canto Orfeônico, Villa-Lobos, de 
certa forma, trouxe uma nova concepção de ensino de música, tanto para as crianças como 
 
5 Conservatório, (do latim: conservatoriu), é um estabelecimento dedicado ao ensino da música, canto e 
matérias relacionadas. 
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para as grandes massas. Nota-se que, a intenção de introduzir o ensino da música nas 
escolas, e torná-lo obrigatório, extrapola a sua ação cívica e disciplinadora, pois objetivava 
também formar o público e divulgar a música brasileira. Pretendeu-se por meio de sua 
metodologia musicalizar não só pela prática, mas também pela teoria da música, atingindo 
toda a população estudantil. 
 
 
2.2. A música no ensino aprendizado 
 
Faria (2001), conceitua que a música é um importante fator na aprendizagem, pois a 
criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir, 
conhecida como “cantiga de ninar”, por meio de CDs e vídeos, assim, na aprendizagem a 
música é relevante uma vez que o educando convive com esta desde muito pequeno. De 
alguma forma o ser humano consegue comunicar-se, passar mensagens, experimir 
sentimentos por meio da música. 
 Proferido por Gainza (1988), a música é um elemento de fundamental importância, 
pois movimenta e mobiliza,por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento, na 
escola, desenvolve ações de forma direcionada proporciona habilidades para que o professor 
possa trabalhar a diversidade, relacionamentos pessoais entre educandos e educadores, 
educandos e educandos, compreender adversidades culturais. Descritos nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (1997) a música favorece o processo de aprendizagem, mas para isso 
acontecer é necessário que o aluno tenha a oportunidade de ouvir, produzir, interpretar e 
improvisar a música dentro do ambiente escolar. 
 
Aprender a sentir, expressar e pensar a realidade sonora ao redor do ser 
humano, que constantemente se modifica, nessa rede em que se encontra 
auxilia o jovem e o adulto em fase de escolarização básica a desenvolver 
capacidades, habilidades e competências em música. (BRASIL, 1998, p. 24) 
 
 
Conforme citado, os PCNs (1997) notificam que a música é um instrumento para 
contribuir com o ensino aprendizagem ou memorização de outros conteúdos ou disciplinas 
não musicais, a música faz parte da ludicidade. O livro Estudos de Psicopedagogia Musical 
da orientadora musical argentina Violeta, Gainza (1988), pode ser utilizado para fazer 
apresentações em datas festivas, o conteúdo musical é deixado de lado minimizando seu 
valor na formação do indivíduo, e isso acaba deixando de contribuir para a sua efetivação no 
currículo das escolas e na formação integral do educando. 
Seria relevante se a música não fosse somente um instrumento para favorecer outros 
conteúdos, ou animar datas comemorativas, Georg Lukács, apud Konder, 1996 p29) 
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configura que, a arte proporciona ao ser humano um 
 
[“...] conhecimento sensível insubstituível da realidade”, a música é arte, a música 
possui um importante papel na formação da criança, aumenta a percepção e a 
sensibilidade, move as fantasias e os desejos que transformarão os homens, 
tornando os cidadãos críticos e dispostos a mudar a sociedade e a si mesmos. 
 
Contudo é necessário que a Lei 11.769/08 seja colocada em prática pelos profissionais 
da educação e também nos currículos das escolas, que as estratégias metodológicas sejam 
trabalhadas, pois a música possui o seu real valor na formação do educando. A lei não sai do 
papel, a escola e os profissionais encontram tantas dificuldades e obstáculos que os levam a 
desistir mesmo antes de tentar. Os Referenciais Curriculares Nacionais de Arte 
(BRASIL/1998) buscam afirmar uma visão da música como linguagem e forma de 
conhecimento e trazem várias orientações: 
 
Importa que todos os conteúdos sejam trabalhados em situações expressivas 
e significativas para as crianças, tendo-se o cuidado fundamental de não 
tomá-los como fins em si mesmos. Um trabalho com diferentes alturas, por 
exemplo, só se justifica se realizado num contexto musical que pode ser uma 
proposta de Improvisação que valorize o contraste entre sons graves e 
agudos ou de interpretação de canções que enfatizem o movimento sonoro, 
entre outras possibilidades. Ouvir e classificar os sons quanto às alturas 
valendo-se das vozes dos animais, dos objetos e máquinas, dos instrumentos 
musicais, comparando, estabelecendo relações e, principalmente, lidando 
com essas informações em contextos de realizações musicais pode 
acrescentar, enriquecer e transformar a experiência musical das crianças. A 
simples discriminação auditiva de sons graves e agudos, curtos ou longos, 
fracos ou fortes, em situações descontextualizadas do ponto de vista musical 
pouco acrescenta à experiência das crianças. Exercícios com instruções 
como, por exemplo, transformar-se em passarinhos ao ouvir sons agudos e 
em elefante em resposta aos sons graves ilustram o uso inadequado e sem 
sentido de conteúdos musicais (BRASIL, 1998, p. 60). 
 
 
Conforme citado, o ensino da música na Educação Básica deve contribuir para a 
formação de crianças sempre mais saudáveis e equilibradas. A música proporciona para o 
homem diversas modificações ao seu interior, pois está ligada a comunicação o que propicia 
o derrubar de barreiras uma vez que as expressões e comunicações levam a reflexões 
sensibiliza, expele verdades e emoções. A atividade musical na escola se dedica à exploração 
da matéria sonora, trazendo novos objetos artísticos e musicais, novas técnicas e novas 
atitudes estéticas diante do fato criativo. 
No capítulo “Orientações Atuais da Pedagogia Musical” do livro, "Cor, Som, e 
Movimento" de Dulcimarta Lemos Lino, licenciada em Educação Artística, impresso no Brasil 
pela editora Mediação, 1999, Porto Alegre, a autora aborda as riquezas das brincadeiras, dos 
jogos, dos sons e das cores nas criações das crianças. O texto proporciona alegria da 
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educadora em sua interação com as crianças, do desejo de fazer um bom trabalho. O livro 
possui enquanto objetivo, demonstrar a importância em levar as crianças ao desenvolvimento 
acerca destas linguagens. Mostra a importância em levar a sério o trabalho de arte na escola 
infantil. O texto apresenta novos modelos de ensino da música e da expressão dramática, 
mostrando várias sugestões para trabalhar de forma criativa e com imaginação das crianças, 
usando tintas, cores, sons e movimento. 
Segundo Gaiza (1988) a exploração e o contato com materiais sonoros e a criatividade 
estão ligados à liberdade de criação da criança, a preocupação é de estimular e desenvolver 
a sua capacidade criadora que vem desde a época da nova pedagogia musical do século XX. 
A pedagogia musical teve uma auxilio de compositores atuais com livros, trabalhos e novos 
materiais didáticos dedicados aos professores. Era visível a transformação que se produziu 
no estilo geral da aula de música na escola, professores de classe e de música discutiam com 
os alunos, temas como o valor e a função social da música, a importância e a estima legítimo 
da música popular. 
A autora Violeta Gainza (1988) comenta sobre a presença de materiais novos na sala 
de aula, que não é suficiente para uma pedagogia moderna da música, que serão necessários 
novos meios ou métodos nas teorias atuais da aprendizagem, encerra-se o capitulo com o 
desejo de que, as autoridades de todos os países se interessem em pôr em prática o ensino 
da música para todas as classes sociais. 
A música na educação básica pode ser trabalhada de diversas maneiras: a criança 
inclusive manipula instrumentos musicais, dançar, ouvir, criar. A aprendizagem acontece, 
assim, de forma prazerosa, desenvolvendo o lado sensível e estético da criança e até mesmo 
o interesse delas. Com esse objetivo, aumenta a oportunidade do aluno compreender o 
assunto que está sendo trabalhado em sala de aula. 
Muitas atividades relacionam música com gesto e palavra, como as parlendas, 
brinquedos que cantam e que podem criar acompanhamentos simples, usando diferentes 
sons refletidos no corpo como batidas de pés ou mão ou até mesmo em diferentes partes do 
corpo, descobrindo outras possibilidades de produzir som. Brito sugere que 
 
Descobrir que materiais usar (sons vocais, corporais, de objetos) é tarefa a 
ser desenvolvida em conjunto [...], por meio de pesquisa de materiais 
disponíveis na sala de aula ou que se encontrem no pátio da escola etc. 
Sementes, folhas secas, pedrinhas, areia, água, bacias, diferentes tipos de 
papel, caixas de papelão, plásticos, enfim, tudo o que produz som pode ser 
transformado em material para sonorização de histórias, desde que tenhamos 
disposição para pesquisar, experimentar, ouvir e transformar. (BRITO, 2003,p. 164). 
 
 
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O mundo da música tem um repertório muito rico em canções instrumentais e também 
vocais, possibilitando o desenvolvimento da sensibilidade auditiva da criança, fazendo com 
que percebam os sons de diversos instrumentos, de entonações de vozes, como suave, 
aguda ou grave. “As crianças podem perceber, sentir e ouvir, deixando-se guiar pela 
sensibilidade, pela imaginação e pela sensação que a música lhes sugere e comunica” 
(BRASIL, 1998, p. 65). 
O educador pode aproveitar a oportunidade que possui em trabalhar uma forma lúdica, 
improvisando junto com as crianças a partir de canções apreciadas por elas, valorizando 
músicas de outras regiões do país, trazendo a cultura musical existente e preferida por cada 
uma. A música se configura essencialmente como elemento interdisciplinar e socializadora na 
escola, sendo capaz de provocar emoções nos alunos, o que é importante para o processo 
de ensino-aprendizagem. Na perspectiva de Vygotsky (2003, p. 121) “as reações emocionais 
exercem uma influência essencial e absoluta em todas as formas de nosso comportamento e 
em todos os momentos do processo educativo”. 
 
 
3. PROCEDIMENTOS E ANALISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA 
 
Para atingir nossos objetivos de pesquisa, utilizamos de pesquisa campo onde 
coletamos informações por meios de questionários semiestruturados, recorremos ao diálogo 
com três professores. Para interpretar os dados coletados da forma mais acertada possível, 
nos aprofundamos no levantamento bibliográfico, por meio de leituras de obras que tratam 
tanto da temática em questão quando da educação em geral e dos processos metodológicos 
em pesquisas educacionais. E esta pesquisa constituiu-se em uma pesquisa de abordagem 
qualitativa. A pesquisa qualitativa apresenta as seguintes características: 
 
Tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador 
como seu principal instrumento; os dados coletados são predominantemente 
descritivos; a preocupação do processo é muito maior do que com o produto; 
o “significado” que as pessoas dão as coisas e a sua vida são focos de 
atenção especial pelo pesquisador; a análise dos dados tende a seguir um 
processo indutivo (LUDKE, 1986, p. 11). 
 
 
Com relação à coleta de informações foi feita por meio de questionários respondidos 
por três professores de uma Escola Estadual do Ensino Fundamental. A identificação dos 
professores no texto se estabelece enquanto - Professor A- Professor B- Professor C, para 
melhor compreensão do leitor. 
 
 
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3.1 ANALISE DOS DADOS 
3.1.1 Perfis de formação dos sujeitos pesquisados 
 
Os profissionais pesquisados da escola campo, são graduados com Licenciatura Plena 
em Pedagogia, alguns com Especializações como Psicopedagogia; Educação Interdisciplinar 
e Docência no ensino superior. 
Os professores que participaram dos dados pesquisados declaram não ter formação 
musical e nem participado de cursos e oficinas de música. Para a maioria dos professores 
terem uma formação musical significa saber ler partituras ou até mesmo tocar algum 
instrumento e (Brito, 2005) revela que, o conhecimento normalmente é adquirido no 
aprendizado formal de música. 
Alguns professores do ensino Fundamental demonstraram com as respostas do 
questionário certa preocupação com relação ao ensino da música e a vontade de obter 
formação musical. Existem cursos de licenciatura com capacitação em música, porém não 
temos essa opção em nossa cidade, os profissionais poderiam se especializar se houvesse. 
 
3.1.2. Dificuldades enfrentadas em trabalhar a música no espaço de sala de aula 
 
Grandes partes dos instrutores musicais entendem que a produção de sentidos se dá 
por meio do conceito do material formador da linguagem musical sendo eles som e silêncio, 
sons graves e agudos, sons fortes e fracos, sons rápidos ou lentos. Acredita-se que os 
professores utilizam a música nas suas aulas, mas não entendem o que fazem, utilizando-a 
apenas como uma ação mecanizada, como na hora do lanche ou até mesmo na chegada e 
partida, no ensino fundamental utiliza bem menos. 
Para o (Professor A), “Sim. Por falta de capacitação”. Ela compreende que não 
desenvolve um bom trabalho por não ser capacitada no contexto discutido. (Professor B) “É 
ótimo, o professor que inclui a música em sua didática, pois o aluno aprende com mais 
facilidade e de forma descontraída”. Para o pesquisado, incluir a música é ensinar de modo 
mais fácil. A música, independentemente de ser tocada ou ouvida, proporciona contribuição 
para que o aprendiz memorize, construa rimas de modo espontâneo, trabalhando a atenção 
e percepção por meio da audição. O (professor C) – “A dificuldade sempre vai existir, mas ai 
entra a criatividade de cada professor, temos que pesquisar para produzir um bom trabalho 
bom!” Acreditar na potencialidade da música, e enxergar enquanto caminho metodológico é 
relevante. Snyder apud BARRETO; CHIARELLI, 2011, p.5) consolida que; 
 
A música torna o ambiente escolar mais alegre e favorável à aprendizagem 
por propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a dimensão essencial 
da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, 
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compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida no 
momento presente. 
 
 
Seguindo as considerações do autor, a música no espaço escolar favorece os 
caminhos de aprendizado, mas infelizmente existem controversas nesse sentido, pois a 
Educação Musical tem sido incluída e subtraída do currículo escolar brasileiro a cada reforma 
educacional, fator preocupante, principalmente para os que acreditam na música. Ora foi 
elencada como componente curricular, ora como conteúdo vinculado ao ensino de Artes. 
 
3.1.3 A música no espaço de aprendizagem do educando 
 
Para os que defendem a Educação Musical enquanto condição de aprendizado, a 
partir da Lei promulgada 11.769/08, sancionada em 18 de agosto de 2008, parece descortinar 
um novo caminho, quando alterada a redação da Lei nº 9.394/96, apontando que “[...] a 
música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que 
trata o §2º deste artigo” (BRASIL, 2008). São descrições que oportunizaram probabilidade da 
universalização do acesso à Educação Musical, enquanto bem cultural, a toda a população. 
Na atualidade a educação musical é feita por meio do rádio, televisão e internet. 
Para o (professor C), “A música bem trambalhada só tem a contribuir, pois é uma forma 
que os alunos gostam, e todos participam, mesmo que de maneira tímidos. E contribui na 
construção de um novo “valor” ao aluno, uma vez que alguns vêm com repertorio repleto de 
“apologias”. 
Trabalhar atividades pedagógicas fazendo uso da música é com certeza estimulante, 
pois oportuniza condições de observar a percepção musical da criança e a sua melhora na 
sensibilidade, na construção do conhecimento, no raciocínio e em sua expressão corporal. O 
pesquisado (Professor B) É ótimo o professor que inclui a música em sua didática, pois o 
aluno aprende com facilidade e de forma descontraída. 
A música é considerada enquanto instrumento de ensino no contexto escolar, mas não 
enquanto Educação Musical pelos professores. O (professor C) ressalta que “Sim. Podemos 
trabalhar um conteúdo usandoa música, pois será mais chamativo com um ambiente escolar, 
mais receptivo aos alunos do que uma aula expositiva e com resultado mais proveitoso aos 
discentes”. No campo escolar, a música é um conjunto de sons que combina entre si, e, que 
nos agrada aos ouvidos, é um instrumento de grande valia no aprendizado escolar. Para 
Tourinho (1993, apud MATEIRO, 2000, p.2): 
 
[...] a música não é tratada como um tipo de conhecimento a ser ensinado, 
estudado, compreendido e recriado... mas por outro lado, está sempre 
presente nos rituais do ambiente escolar, seja nas festas e celebrações, seja 
na organização e validação do tempo e do espaço das ações que acontecem 
no dia-a-dia escolar. 
Anais Vol. 12 (2017): Seminário de Educação do Vale do Arinos, Juara/MT, Brasil, 16-18 Outubro 2017, Faculdade de
Educação e Ciências Sociais Aplicadas, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT - Unemat Editora.
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O autor cita, como é visto a música por parte da sociedade, historicamente, a música 
já esteve presente na educação brasileira em diversos momentos, com finalidades 
específicas, refletindo diferentes concepções de mundo e da função da música na 
formação dos indivíduos, e na atualidade de alguma forma isso prossegue. 
No campo da linguagem, trabalhar a articulação correta das palavras contribui com a 
autoestima positiva, desenvolve a socialização, deixando a criança desinibida e extrovertida. 
A música é uma ferramenta que colabora para a formação integral do ser humano, na escola 
é vista como ludicidade, e leva a criança a ter acesso a novas buscas, onde a mesma se 
expressa e cria o mundo das letras. Ensinar utilizando a música como um meio de valorizar 
uma peça musical, o teatro os concertos, conhecendo assim os vários gêneros musicais, 
construindo assim uma autonomia, criatividade e a produção de novos conhecimentos. 
 
3.1.4 A contribuição da música para atenuar as violências que permeia na sociedade e 
a transformação do sujeito 
 
Realmente existe grande diversidade de expressões musicais, isso requer que a 
escola e os educadores conscientizem os alunos e abrange seus repertórios ensinando a 
selecioná-los de forma adequada, desenvolvendo neles a percepção crítica como ouvinte. 
Referente à contribuição da música para amenizar a violência o (Professor A), considera que: 
“Sim. Mais é preciso saber trabalhar a música de modo relacionado à realidade” 
A música é vista pelas creches e escolas de Educação Infantil enquanto instrumento 
de aprendizado, no Ensino Fundamental isso não se apresenta com tanta relevância, é 
respeitável que o professor relacione de forma metodológica a música com a realidade da 
criança, nesse sentido é relevante fazer escolha das músicas, e o que consta no seu contexto. 
Para o pesquisado (Professor C), A “música de verdade sim”, pois as que temos na atualidade 
só estão contribuindo com a expansão da violência física, moral e sexual. 
Todavia, deve existir diálogo. Rejeitar certas músicas não significa acabar a 
vulgaridade. Há gostos e necessidades diferentes que precisam ser compartilhados, se 
quisermos despertar no aluno a sensibilidade para a música, deve buscar por falar sobre os 
pontos positivos e negativos sobre ela. De acordo com Fonterrada (1994), a música é 
entendida como uma linguagem artística, organizada culturalmente é uma prática social, nela 
estão inseridos valores aos sujeitos e à sociedade que a constrói. 
 
O aprendizado da música envolve a constituição do sujeito musical, a partir 
da constituição da linguagem da música. O uso dessa linguagem irá 
transformar esse sujeito, tanto no que se refere a seus modos de perceber, 
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suas formas de ação e pensamento, quanto em seus aspectos subjetivos. Em 
consequência, transformará também o mundo deste sujeito, que adquirirá 
novos sentidos e significados, modificando também a própria linguagem 
musical (FONTERRADA, 1994, p.41). 
 
 
A música tem formidável papel em promover o ser humano, trabalha “talentos 
naturais”, ou seja, aquele que gosta de ouvir ou tenta cantar, possui afinação e facilidade, a 
linguagem musical defende a idéia de que, o conhecimento se constrói com base na vivência 
de cada ser, desse modo todos tem direito de cantar, mesmo que sejam desafinados, todos 
devem tocar um instrumento, mesmo que não tenham um senso rítmico, pois acreditamos 
que as competências musicais se dão com a prática regular, valorizando e estimulando 
sempre o aluno à criação musical. 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A aula de música é sempre uma sociedade em microorganismo, e cada tipo 
de organização social deve equilibrar as outras. Nela deve haver um lugar, 
no currículo, para a expressão individual; porém currículos organizados 
previamente não concedem oportunidade para isso, pelo fato de seu objetivo 
ser o treinamento de virtuoses e, nesse caso, geralmente falha. (SCHAFER, 
1991, p.279). 
 
 
A música tem demonstrado sua importância e é ponderada por vários filósofos como 
prazer para a alma e também como arte e ciência, pois são muitos os seus benefícios para o 
ser humano. 
O campo teórico revelou que a música é considerada como um aspecto que influência 
diretamente no desenvolvimento humano e na educação, o ensino musical na escola afeta 
positivamente o aprendizado, resultando em melhor desempenho até mesmo em outras 
disciplinas como aponta Parâmetros Curriculares Nacionais e, como ponte para as demais 
disciplinas “mesmo que não estejam diretamente ligadas ao campo da sonoridade”, como 
ressalta Ferreira (2002, p. 25).A música está presente em diversos momentos que marcam a 
vida das pessoas, como datas comemorativas, homenagens, momentos de lazer e diversão. 
Está presente de forma a interagir as pessoas e na sua forma de manifestações culturais e 
religiosas. Ela contribui no processo ensino-aprendizagem, e também, na formação da própria 
cidadania afirma Loureiro (2001). 
Este trabalho teve o objetivo de pesquisar como está a realidade da música na escola, 
e os dados evidenciaram que: mesmo estando amparada por lei a música não tem assumido 
o seu papel de disciplina curricular, ou de conteúdo. Pesquisas apontam que mesmo sendo 
notória a importância da musicalidade na escola e seu aparato por lei, a mesma ainda não se 
faz com peso na educação brasileira. 
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Outro aspecto que se observou é que muitos profissionais da educação não querem 
ou não sabem como trabalhar com a música em sala de aula e não buscam integrar outras 
áreas do conhecimento, outros saberes, e em parte isso também é resultado de uma formação 
profissional que não considera a arte ou a música em seus currículos de graduação, 
principalmente na pedagogia. 
É necessário que se favoreça a comunidade escolar e em especial, os professores, o 
conhecimento da proposta da escola e demais documentos (PCNs e subsídios afins sobre o 
trabalho com a música, talvez alguns projetos), dando especial ênfase ao trabalho integrado 
e articulado, tendo como princípio, a condição do constante aprendizado. 
 
 
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Brasília, 1998. 
 
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de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do 
ensino da música na educação básica. 
 
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Educação Fundamental. 3ª ed. 1997,Brasília: A secretaria, 2001. 130p. Vol.06. 
 
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de 1996. 
 
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Educacional Superior do Oeste Paranaense – CTESOP/CAEDRHS. 
 
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2000 
 
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GAINZA, Violeta Hemsy de Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo: 
Summus, 1988. 
 
JAEGER, W. Os sofistas. In: Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins 
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LOUREIRO, Alícia Maria Almeida. O ensino da música na escola fundamental: um estudo 
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VYGOTSKY, L. S. Psicologia Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
 
 
 
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