Buscar

TUTELA DE URGENCIA ANTECIPADA

Prévia do material em texto

I. DOS FATOS. 
Antonia Moreira Soares é casada com Pedro Soares há 30 anos, na constância do matrimônio tiveram dois filhos, ambos maiores e capazes, também construíram um vasto patrimônio, fruto do esforço comum do casal.
Ocorre que a Autora descobriu que o Réu, está com um relacionamento extraconjugal, razão pela qual resolveu se divorciar. 
Pedro, após saber da vontade da mulher em não manter o casamento, deseja doar seus dois automóveis, para sua irmã, Isabel Soares, assim como passou a proferir sucessivos saques em uma das contas conjuntas do casal, sem comunicar à Autora e sem motivo justificável, tudo devidamente comprovado junto ao banco. 
II. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA. 
Pelos motivos já elencados, a Autora decidiu pela dissolução do vínculo conjugal, nos termos da permissão legal inserta no art. 2º, IV e parágrafo único da Lei nº. 6.515/77. Todavia, diante da urgência da medida que se requer, à vista do fato de que o Réu vem diligenciando na tentativa de dilapidar o vasto patrimônio acumulado pelo casal ao longo dos últimos 30 (trinta) anos, a Autora optou pelo procedimento da tutela cautelar antecedente.
Dando prosseguimento, nos moldes do disposto no art. 1.658 do Código Civil, no regime da comunhão parcial, os bens adquiridos pelo casal na constância do casamento comunicam-se entre si. Portanto, tais bens devem ser partilhados entre a Autora e o Réu com a consumação do divórcio, e não ser admitida a postura do Réu que vêm buscando dilapidar o patrimônio do casal com a realização de saques vultuosos e doação de veículos para sua irmã.
III. DA TUTELA DE URGÊNCIA DE NA TUREZA CAUTELAR
A Autora busca resguardar seu direito de desfrutar do vasto patrimônio construído pelo casal ao longo de 30 (trinta) anos, e por ter sido a aquisição de tal patrimônio fruto do esforço comum do casal, não deve ser admitido por este r. Juízo que somente o Réu desfrute deste patrimônio, que deve ser repartido entre as partes, visto ser a Autora meeira dos bens adquiridos.
Todavia, diante da demora que se daria com a espera da tutela definitiva a ser obtida somente através de ampla dilação probatória, haveria o risco do perecimento do direito da Autora de desfrutar de dos bens que também lhe pertencem, direito este que vem lhe sendo ceifado pelo cunho dilapidador das medidas adotadas pelo Réu, o que demonstra que este possui a intenção de se apropriar do patrimônio construído em comum esforço pelo casal durante o longos anos em que perdurou o vínculo conjugal.
É justamente em razão da demora que o legislador optou por permitir que a tutela provisória de urgência possa ser concedida em caráter antecedente, como nos mostra a leitura do parágrafo único do artigo 294 do CPC. Ao dispor que a chamada tutela provisória pode ser fundamentada em urgência ou evidência, procura o legislador separar as situações jurídicas de direito material e processual que podem desencadear antecipação de decisões e resultados efetivos ao processo de forma antecipada. Nos termos da lição de Luis Carlos de Araújo e Cleyson de Moraes Mello#, fica clara a distinção feita no parágrafo único do art. 294 do CPC, em que “a distinção da tutela concedente de direito material daquela que concede mera cautela para o melhor agir processual das partes e do próprio juiz ou tribunal”.
No sentido de que nas ações de divórcio poderá ser concedida a tutela provisória de urgência para garantir o direito da parte e a efetividade da jurisdição, nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil de 2015
IV. DO PERIGO DE DANO OU O RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO - TUTELA DE URGÊNCIA
O acolhimento do pedido de tutela provisória de urgência é fundado na demonstração do “periculum in mora” que, no presente caso, está demonstrado documentalmente através dos extratos bancários que demonstram que nos últimos três anos o Réu nunca realizou saques em grande montante e nas últimas duas semanas realizou 23 (vinte e três) saques, em valores de aproximadamente R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) cada, o que destoa de toda a movimentação financeira em outras ocasiões.
Além destes saques vultuosos, foi ainda acostado aos autos Escritura de doação de 02 (dois) veículos marca X/modelo Y para sua irmã Isabel Soares, o que demonstra a busca pelo Réu de dilapidação do patrimônio com o nítido intuito de privar a Autora do desfrute dos bens adquiridos pelo casal através de esforço mútuo.
A demora na concessão da tutela de urgência poderá gerar o perecimento do direito da Autora em desfrutar dos bens acumulados pelo casal ao longo dos últimos 30 (trinta) anos, não podendo ser admitido por este r. Juízo que somente o Réu possa usufruir do patrimônio construído pelo esforço de ambos, Autora e Réu. 
V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
A. Seja concedida liminarmente, “inaudita altera pars” a tutela provisória de urgência cautelar para determinar o arrolamento dos bens do casal (ou sequestro dos bens), sendo designado por Vossa Excelência depositário fiel dos bens, até decisão final do pedido principal.
B. A citação do réu para contestar a demanda no prazo de 5 dias.
C. Seja julgado PROCEDENTE o pedido cautelar, para que sejam protegidos os bens da Autora através do deferimento da tutela provisória de urgência cautelar antecedente. 
D. A condenação do réu em custas processuais e nos honorários advocatícios.
VI. DAS PROVAS
Requer a produção de provas, conforme artigo 369 do CPC, especialmente testemunhal, documental e pericial.
VII. DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).
Nestes termos, 
Espera deferimento
Local e data 
OAB/UF
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE … DO ESTADO …
 ANTONIA MOREIRA SOARES, portuguesa, casada, médica, portadora do documento de identidade nº:, inscrito no CPF sob o nº:, endereço eletrònico, residente e domiciliada à rua, bairro, cidade, Estado, vem à presença de Vossa Excelência, através de seu advogado, com endereço profissional à Rua, nº, Bairro, CEP, que indica para os fins do art. 77, inciso V do CPC, com fulcro no art. 305 e seguintes do CPC, propor
 AÇÃO EM CARÁTER ANTECEDENTE COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA CAUTELAR
com pedido liminar “inaudita altera pars”
 pelo rito especial dos artigos 693 e seguintes do CPC, em face de PEDRO SOARES, brasileiro, casado, dentista, portador do documento de identidade nº:, inscrito no CPF sob o nº:, endereço eletrònico, residente e domiciliada à rua, bairro, cidade, Estado, pelos fatos e fundamentos a seguir elencados:

Continue navegando