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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 30 VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Processo nº ZÍLIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade nº, inscrito no CPF sob nº, endereço eletrônico, domiciliado e residente na rua, bairro, São Paulo/SP, vem por seu advogado, com endereço profissional na rua, nº, bairro, São Paulo/SP, com base no artigo 525 e seguinte CPC, oferecer: IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO Ao CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, apresentado pelo DEUSTÊMIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade nº, inscrito no CPF sob nº, endereço eletrônico, domiciliado e residente na rua, bairro, cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir: O exequente apresentou cumprimento de sentença a este juízo para cobrar do executado a quantia de R$ … (a determinar). I) Incompetência Absoluta do Juízo Consoante o disposto no artigo 525, inciso VI, NCPC trata-se de incompetência absoluta do Juízo pois a sentença estrangeira homologada pelo STJ é título executivo judicial hábil a aparelhar a execução forçada, nos termos do artigo 515, inciso VIII do NCPC, pela Justiça Federal, conforme determina o artigo 109, inciso X da CRFB. Assim, o artigo 109, inciso X da CRFB, estabelece que aos juízes federais compete processar e julgar a execução de sentença estrangeira, após a homologação. CPC, art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; A competência para execução forçada é fixada em razão do critério funcional, sendo, em regra, absoluta. II. Excesso de Execução Há excesso de execução, nos termos do artigo 525, inciso V do NCPC, pois a execução está se processando em valor superior daquele constante no título (sentença estrangeira homologada pelo STJ). Observe-se que, no caso concreto o Executado alega que o Exeqüente, em excesso de execução postula quantia superior à resultante da sentença, assim deverá declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação, conforme o disposto no artigo, 525§ 4o do CPC. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. [...] § 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. III- Penhora incorreta Há que se reconhecer que a penhora incidiu incorretamente em um bem de terceiro, uma vez que o bem penhorado não é de propriedade do executado, conforme determina o artigo 525, inciso IV do CPC. OBS: Na impugnação caberá o efeito suspensivo quando os fundamentos do executado forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causa-lo grave dano de difícil ou incerta reparação, conforme disciplina o artigo 525, § 6o do CPC. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. [...] § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. Pedido: Diante do exposto, requer a V.Exa.: 1) Intimação do executado. 2) O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta do juízo, remetendo-se os autos para a Justiça Federal, anulando-se os atos decisórios. 3) O reconhecimento do excesso de execução, prosseguindo-se a execução pelo valor de R$ ... (determinar) 4) Reconhecer a penhora incorreta que incidiu sobre o veículo de propriedade do empregador do executado com a sua consequente desconstituição. 5) Condenação do exequente aos ônus da sucumbência. Provas: Documental. DOS FATOS: Pedro de Castro, em agosto de 2015, assinou nota promissória assumindo o encargo de avalista do empréstimo de mútuo financeiro contraído por Laura junto ao Banco Quero seu Dinheiro S.A., no valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais) a serem pagos em 30 parcelas mensais e sucessivas. Em março de 2016, foi informado pelo Banco que Laura havia deixado de cumprir sua obrigação, a partir da quarta parcela, vencida em dezembro de 2015. Preocupado e objetivando evitar maiores transtornos, Pedro quitou a dívida em 03/04/2016 sem, contudo, ter solicitado que lhe fosse entregue a nota promissória que havia assinado. Pedro descobriu que o Banco Quero Seu Dinheiro havia ajuizado Ação de Execução fundada em título executivo extrajudicial em face dele e de Laura, Acreditando tratar-se de um equívoco, Pedro compareceu no dia seguinte ao Cartório da para consultar os autos do processo, tendo verificado o seguinte: a) O Banco estava executando outro empréstimo contraído por Laura, no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), sendo que o mesmo não possuí qualquer garantia. b) b) Apesar da nota promissória assinada por Pedro estar vinculada ao contrato quitado em abril/2015, o Banco a utilizou para embasar a Execução, tendo, ainda o incluído no pólo passivo. c) c) O Banco requereu a penhora do consultório de Pedro, situado na rua Nóbrega n. 36, sala 801, Centro, Florianópolis, o que foi deferido pelo juiz. Como o embargante foi ao cartório, o Oficial de Justiça o intimou da penhora que incide sobre seu imóvel. DOS FUNDAMENTOS: Diante do exposto, há ausência de legitimidade ou de interesse processual, pois o embargante de forma alguma deu causa para que fosse executado, pois o título obrigacional no qual o embargante se comprometeu como fiador foi somente o primeiro, o qual foi devidamente quitado, apesar de não ter recolhido a promissória que assinou, desta forma o mesmo não assumiu nenhum novo vínculo com o segundo empréstimo por vontade própria, nem tinha conhecimento sobre tal transação. Conforme o artigo 337, XI do CPC. CPC, art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: (...) XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual. O Banco se aproveitou do documento que tinha posse para vincular o autor sem seu consentimento, podendo ser considerado má-fé indevida, o embargante não autorizou e nem foi comunicado sobre a utilização do documento para celebrar o novo empréstimo, sendo assim, não pode ter penhorado seus bens, pois em nenhum momento se comprometeu a assegurar a garantia desde novo empréstimo realizado. Desta forma tem seu direito garantido conforme o artigo citado em seguida: NCPC, art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I - Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; II - Penhora incorreta ou avaliação errônea; III - Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; (...) VI - Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. Do Efeito suspensivo: De acordo com o artigo 919,§ 1° do NCPC, caberá o efeito suspensivo, uma vez que o embargante está sendo cobrando por uma dívida que não é sua e ainda foi penhorado para pagamento da mesma a sala comercial onde fica seu consultório. CPC, art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. § 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. Como regra, os embargos à execução não terão efeito suspensivo. Contudo, o juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos à execução quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e, desde que, a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. Cessando as circunstâncias que motivaram o efeito suspensivo, a decisão relativa a este poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, artigo 919, § 1° e 2° do Novo CPC. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1) Que seja atribuído efeito suspensivo aos embargos à execução com a suspensão da execução ensejada contra o embargante. 2) Que seja ouvido o embargado no prazo de prazo de 15 dias. 3) Seja reconhecida a ilegitimidade passiva do embargado com a consequente EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO em face do mesmo, bem como seja DESCONSTITUÍDA A PENHORA que incide sobre a sua sala comercial. 4) Requer a condenação do embargado a arcar com as custas e despesas processuais, bem como a arcar com os ônus da sucumbência. DAS PROVAS Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a produção de prova documental, Pericial e testemunhal. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 300.000.,00 (trezentos mil reais) Nestes termos, Espera deferimento. São Paulo/SP e data. Advogado OAB/UF nº...
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