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ECONOMIA POLÍTICA APLICADA

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ECONOMIA POLÍTICA APLICADA
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Rodolfo dos Santos Silva
TEMA 4 – MALTHUS, SAY E MILL: CONTRIBUIÇÕES À ECONOMIA POLÍTICA E SOCIAL
Thomas Malthus (1766-1834)
Em 1798, foi publicado por Thomas Robert Mathus, o seu livro mais conhecido, intitulado “Um Ensaio sobre o Princípio da População e como ele afeta o Futuro e o Desenvolvimento da Sociedade”. O livro provocou uma revolução no pensamento romântico inglês, já que se imaginavam que ele refletia um universo harmonioso e um futuro brilhante para as pessoas, mas ao invés disso, o livro apresentava uma perspectiva de um futuro sombrio e cheio de calamidades. Conforme Malthus, no futuro não haveria sustentação para um crescimento tão grande da população, que dobrava a cada 25 anos. Isso levaria a humanidade a beira de um precipício que culminaria em seu fim.
Assim, os seres humanos seriam levados a grandes batalhas por alimentos, cujo estoque seria reduzido devido a sua limitada produção. De acordo com HEILBRONER (1992) “numa desconcertante manifestação intelectual, Malthus apagou todas as esperanças de uma época orientada para autossatisfação e com uma confortável visão de progresso”
Malthus foi odiado por muitos, dado a sua defesa intransigente das pestes como forma de controle da população, assim como era contrário a qualquer tipo de auxílio aos mais pobres e a favor do fim dos casamentos precoces. Ele defendeu o fim de qualquer ajuda aos mais pobres temendo que isso pudesse os levar a ter mais filhos. Percebendo que a sociedade se dirigia a um futuro sombrio, apontados pelos seus estudos, esse clérigo inglês afirmava que a culpa de todos os males era a fertilidade humana. Para ele, as guerras eram necessárias para evitar que aumentasse ainda mais o número de pessoas. Quando escreveu o seu segundo livro “Princípios de Economia Política”, em 1820, Malthus expôs uma ideia totalmente divergente daquilo que estava sendo posto por Jean Baptiste (1767-1832), que para toda oferta havia procura, e a Lei de Say, que afirma haver superprodução.
Suas ideias vão ser fervorosamente combatidas pelo seu amigo David Ricardo e por outros teóricos da época. Mas para Malthus, haveria superprodução, somente se houvesse a oferta de muitos produtos e poucos compradores, o que para ele era dado como certo, tendo em vista o aumento dos preços e o alto nível de desemprego. Como possuía uma argumentação frágil na defesa de suas ideias, as que prevaleceram foram as de Say e de Ricardo. Só 100 anos mais tarde, no Livro “Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda”, Keynes (18883-1946) retornará as ideias de Malthus e desenvolverá o princípio da demanda efetiva.
Jean Baptiste Say (1767-1832)
Jean Baptiste Say (1767-1832), foi um industrial e economista francês que afirmou que a economia política representa o conhecimento sobre como se forma a riqueza e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado.
Say foi um dos maiores defensores das ideias de Adam Smith e seu principal propagador. Em 1803, escreveu sua principal obra: “Tratado de Economia Política”, onde desenvolveu uma teoria que ficou conhecida como Leis de Mercado de Say. De acordo com essa teoria a produção criaria sua própria demanda. É também atribuída a Say a teoria dos três fatores de produção: terra, trabalho e capital. Foi um grande estudioso do mundo dos negócios, desenvolvendo uma teoria que estabelecia as funções e o papel a ser desempenhado pelos empresários na sociedade.
John Stuart Mill (1806 – 1873)
Para John Stuart Mill (1806-1873), em seu livro: “Princípios de Economia Política com algumas de suas Aplicações à Filosofia Social”, publicado em 1848, delineia a Economia Política como sendo o conhecimento sobre a formação da riqueza e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado. Para esse autor, a economia estuda como se constitui historicamente a diversidade entre a riqueza e a pobreza e a razão pela qual ela é apropriada no presente e como poderá ocorrer essa apropriação no futuro, bem como as leis que as regulam. Inspirado por seu pai James Mill (1773-1836), outro grande economista, Mill buscou fundamentar as suas teses nas teorias desenvolvidas por David Ricardo e Thomas Malthus, em que questionava a posição de Adam Smith sobre a não intervenção do Estado na economia e defendia a tributação da renda.
Esse intelectual inglês, também afirmou que a falta de concorrência levava ao aumento nos preços ao perceber que grandes empresas passavam a ter o domínio sobre a oferta de determinado bem ou serviço. Alertou para o perigo dessa falta de concorrência para alguns setores da economia, inclusive no mercado de trabalho, em que alguns trabalhadores poderiam ser muito melhor remunerados do que outros, dados a sua qualificação profissional. Entendia como necessária a organização dos trabalhadores em sindicatos e o direito à greve. Em sua publicação de 1869, “A Sujeição das Mulheres”, defendeu o direito das mulheres ao voto. Seus livros tornaram-se leitura fundamentais para o conhecimento de economia e política a partir de meados do século XIX.
TROCANDO IDEIAS
Diante dos assuntos abordados nesta rota, dentre eles a pobreza e o aumento da população, problematize sobre essa relação e descreva como alguns dos economistas políticos estudados reagiriam às políticas sociais existentes atualmente.
NA PRÁTICA
Vamos a alguns exercícios práticos? Clique nas opções corretas.
1. Com o desenvolvimento do mercantilismo e o surgimento das cidades e da infraestrutura criada para ligar uma cidade a outra, a burguesia europeia acumulou riquezas com o comércio proporcionando a implantação de manufaturas. As cidades de grande comércio, onde estavam estabelecidas as manufaturas e viviam os grandes comerciantes, foi denominada de:
a. Pólis
b. Burgos
c. Comunidade
d. Metrópole
e. Metápoles
2. O economista político que afirmou que a falta de concorrência levava ao aumento nos preços ao perceber que grandes empresas passavam a ter o domínio sobre a oferta de determinado bem ou serviço e que também alertou para o perigo dessa falta de concorrência para alguns setores da economia, inclusive no mercado de trabalho, foi:
2. Adam Smith
2. David Ricardo
2. Jean Baptiste Say
2. John Stuart Mill
2. Thomas Malthus
Confira as respostas no material online.
SÍNTESE
A Economia Política representa o conhecimento acumulado de muitos pesquisadores e estudiosos do assunto. Neste texto, foi possível conhecer a contribuição de alguns dos mais importantes economistas da Escola Clássica como Adam Smith (1723-1790) que escreveu em 1776, um livro chamado “A Riqueza das Nações: investigação sobre a sua natureza e causas” que foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo e a propagação do liberalismo como teoria econômica.
Você também aprendeu sobre David Ricardo (1722-1823), um dos principais economistas do Século XIX. Esse lorde inglês percebeu que seu país estava dividido em duas grandes classes que disputavam o poder, a classe dos grandes proprietários de terras, produtores rurais e latifundiários e a dos novos ricos, grandes industriais e comerciantes. As ideias de David Ricardo dominaram a economia clássica por mais de meio século. Você também estudou sobre Thomas Malthus (1766-1834), um dos mais polêmicos economistas do Século XIX, dado a sua principal obra “Um Ensaio sobre o Princípio da População e como ele Afeta o Futuro e o Desenvolvimento da Sociedade”, publicado em 1798.
Entendeu que Jean Baptiste Say (1767-1832), criou a teoria que ficou conhecida como Leis de Mercado de Say, na qual afirma que a produção cria a sua própria demanda. E ainda, observou que John Stuart Mill (1806-1873) em seu livro: “Princípios de Economia Política com algumas de suas Aplicações à Filosofia Social”, publicado em 1848, delineia a Economia Política como sendo o conhecimento sobre a formação da riqueza e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do Pensamento Econômico: uma abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 2006.FRANCO JUNIOR, Hilário e CHACON, Pulo Pan. História Econômica Geral. São Paulo: Atlas, 1992.
GALBRAITH, John Kenneth. O Pensamento Econômico em Perspectiva. São Paulo: Edusp, 1989.
HEILBRONER, Robert. A História do Pensamento Econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
HUNT, E. K. e SHERMAN, HOWARD, J. Sherman. História do Pensamento Econômico. Petrópolis: Vozes, 1977.
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
MAGALHÃES FILHO, Francisco de B. B. História Econômica. São Paulo: Saraiva, 1987.
MALTHUS, Thomas Robert. Princípios de Economia Política e Considerações sobre sua Aplicação Prática. Ensaio sobre a população. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
MARX, Karl. Manuscritos Econômicos-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004.
MILL, John Stuart. Princípios de Economia Política: com algumas de suas aplicações à filosofia social. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
SAES, Flávio Azevedo Marques de. SAES, Alexandre Macchione. História Econômica Geral. São Paulo: Saraiva, 2013.
SANDRONI, Paulo. Dicionário de Economia do Século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2007.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Coleção: Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
VASCONCELLOS, Marco A. S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2014.

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