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Demonstração financeira 6

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Demonstrações 
Financeiras Básicas
Demonstrações Financeiras
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Alexandre Saramelli
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fatima Furlan
5
• Arte e Tecnologia;
• Demonstrações Financeiras: De um instrumento 
essencialmente de uso particular ao uso público;
• A Contabilidade Financeira e as necessidades dos 
usuários externos;
Em particular, você irá aprender as seguintes demonstrações/informações obrigatórias: 
» Balanço Patrimonial ao final do período;
» Demonstração do Resultado do período;
» Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do período;
» Relatório de Administração;
» Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis 
» significativas e outras informações elucidativas;
» Parecer dos Auditores Independentes (se houver);
» Parecer do Conselho Fiscal (se existir).
Há outras demonstrações financeiras e informações obrigatórias complementares, que serão estudadas em 
outra disciplina, em um caminhar continuo. 
Ao final do estudo de Demonstrações Financeiras Básicas, espera-se que você tenha a autoconfiança de 
conhecer essas demonstrações e suas especificidades, ou seja, se envolver com esse assunto com facilidade! 
· Em Demonstrações Financeiras Básicas não iremos estudar uma 
mera formalidade, como em alguns momentos pode parecer, devido 
a enorme quantidade de detalhes da nossa legislação que podem 
dar a impressão de que tudo o que estamos fazendo é seguir um 
roteiro ou regras que não têm nenhuma possibilidade de mudança. 
· A ênfase do estudo não é o “tem que ser assim”, mas “o porquê 
é necessário que seja assim”. E conhecendo a estrutura básica e 
as expectativas em torno das demonstrações financeiras, você vai 
perceber que cada demonstração financeira, por mais parecida que 
seja com inúmeras outras, é única e conta toda uma história de 
esforço e dedicação de profissionais.
Demonstrações Financeiras
• As Demonstrações Financeiras no mercado brasileiro.
6
Unidade: Demonstrações Financeiras
Contextualização
São 20h00min e os analistas de mercado Jorge e André estão na mesa de um restaurante, próximo à 
corretora. Eles não estão nada felizes... 
Jorge ― André, tenho um segredo para te contar.
(Todo misterioso!)
André ― Ah é? E que segredo é esse?
(bocejando)
Jorge ― Encontrei um jeito de a gente ficar rico! Ricos!
(Todo entusiasmado!)
Ajeita o nó da gravata
André ― Outra vez? Já é a quinta vez este mês. E estamos no quinto dia útil. 
(Desanimado e sarcástico)
Tira a gravata e joga desgraçadamente na mesa
Jorge ― Veja isto aqui. 
(Esboçando certa dó de o André estar tão desanimado!)
Retira algumas folhas de sulfite impressas do bolso do paletó
André ― Esse pessoal de novo? Já te disse essa empresa não tem mais jeito.
(Bocejando)
Jorge ― Veja a nota explicativa sobre empréstimos de longo prazo!
(Desafiador, com tom de voz de quem realmente achou o mapa da mina)
André ― E o que é que tem?
(Recusando o papel, com preguiça, mas lendo.)
Jorge ― Lê aí!
(Ainda mais desafiador)
André ― Deixa eu ver aqui... NOOOOOOOOOOSSSA!!!!!!!!!!
(Pasmo de surpresa!)
Jorge ― Isso mesmo! Eles não disseram nada disso na conferência de imprensa. 
E ninguém se deu conta. 
Eles conseguiram!
E aí? Vai ligar amanhã para aquele investidor? 
(Todo contente)
André ― Não! Vou ligar agora mesmo! Dá aí o celular corporativo
(Apressado)
Alguns minutos depois os dois homens saem do restaurante contentes da vida, rindo muito e 
comemorando como se fosse um gol na copa do mundo. O Garçon Plínio então olha para o cozinheiro 
(ou melhor, CHEF Rui) e pergunta: 
Plínio ― Oh, Rui... O que você pôs na comida desse pessoal?
(Admirado, sem entender nada)
7
Arte e Tecnologia
“Os antigos comerciantes do Oriente Próximo numeravam os seus sacos de 
grãos e frascos de vinho com entalhes acompanhados por pictogramas incisos 
ou demarcados sobre tabuletas de barro e de pedra e, presumivelmente, 
também de madeira. Na língua inglesa, uma vintena de tais incisões ainda 
é chamada de um score, e os scorekeepers, aqueles que fazem a contagem, 
ainda a anotam sobre tabuletas. Estas incisões demarcadas, os ancestrais dos 
adjetivos e substantivos, deram origem à linguagem escrita. Com o passar do 
tempo, os pictogramas, reduzidos aos seus fonemas ― alfa, beta e assim por 
diante ― tornaram-se alfabetos, e uns quinhentos anos atrás essa poderosa 
tecnologia foi imensamente engrandecida pela invenção do tipo móvel, que 
em sua versão europeia trouxe à luz a Reforma, o Iluminismo, as revoluções 
científica e industrial e as sociedades daí resultantes: em outras palavras, o 
nosso mundo atual, e com todas as suas maravilhas e pesares. Os livros nos 
quais as histórias são guardadas para uso futuro podiam ser carregados aos 
confins do mundo e acabariam se transformando em mercadoria para os 
livreiros.” EPSTEIN (2002 p. 12)
O texto de Epstein (2002 p. 12), autor reconhecido como um dos grandes livreiros dos Estados 
Unidos, nos mostra a saga da criação da linguagem escrita que, observe, em sua origem teve 
interesses comerciais. Os comerciantes, em seu trabalho de aproximar produtores, artesãos e 
consumidores precisavam de algum controle para suas mercadorias e estoques. Mais do que 
isso, ao longo do tempo, surgia a necessidade de “contar histórias com letras e símbolos”, que 
depois eram guardadas em livros para serem difundidas e lidas. 
Você já deve ter ouvido autores e expoentes famosos da contabilidade dizerem que a 
contabilidade é “a linguagem universal dos negócios, que ficou de fato “universal” com as 
Normas Internacionais de Contabilidade. E olhando para a própria origem da linguagem escrita 
fica ainda mais fácil de entender que contabilidade é comunicar, contar histórias! 
Para efeitos deste livro, “comerciantes” são empresários, administradores, o próprio Estado e 
qualquer agente na economia.
Mas, por que as histórias são importantes para as pessoas? A resposta a essa pergunta nos 
remete a uma necessidade humana. Indo ao encontro dessa necessidade do ser humano de 
ouvir e contar histórias, sempre foi de muito interesse das pessoas saber como os comerciantes 
agiam, prosperavam e/ou fracassavam.
Para Pensar
Outra forma de fazer essa pergunta é “Como essa pessoa ficou rica? Ou Por que essa 
pessoa é rica?
Esse interesse continua muito forte atualmente, seja pela necessidade de se fazer negócios 
e se prevenir de riscos e desconfianças ou apenas por mera curiosidade. As pessoas gostam 
de acompanhar os comerciantes e aplaudir seus acertos ou criticar (ou ainda até zombar, 
escarnecer) seus erros. 
8
Unidade: Demonstrações Financeiras
Assim, proponho as seguintes perguntas a você norteando o nosso estudo da disciplina de 
Demonstrações Financeiras Básicas: 
» Como avaliar se um comerciante está tendo sucesso?
» Como entender as histórias que as demonstrações financeiras podem nos mostrar?
Figura: Selo comemorativo aos 500 anos do documento “Della Summa de Arithmetica 
Geometria Proportioni Et Proportionalitá
Fonte da Imagem: IPZS - L’Istituto Poligrafico dello Stato – Itália
Demonstrações Financeiras: De um Instrumento Essencialmente 
de Uso Particular ao Uso Público. 
O matemático Luca Pacioli, o “Pai da contabilidade Moderna” também foi um grande 
curioso a respeito da ação e atuação dos comerciantes. Logo ele percebeu que os comerciantes 
de sua época usavam controles sofisticados para conhecer seu patrimônio e principalmente, 
seus ganhos e perdas. Ele estudou esses procedimentos, publicando-os no histórico livro 
“Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proportionalitá” de 1494.
Como diz Sá (2004 p. 135), Pacioli descreveu em detalhes o quê e como os comerciantes 
deveriam registrar suas ações nos livros contábeis: 
[Todo o dinheiro em espécie de tua propriedade, que ganhares em qualquer época, 
ou que te for deixado por parentes falecidos, ou doados por qualquer príncipe, farás 
credor a ti mesmo e devedora a Caixa. 
9
[Todo o dinheiro em espécie de tua propriedade,que ganhares em qualquer época, 
ou que te for deixado por parentes falecidos, ou doados por qualquer príncipe, farás 
credor a ti mesmo e devedora a Caixa. 
Todas as joias e mercadorias de tua propriedade, que ganhaste ou deixadas por 
testamento, ou doadas, e que devem ser avaliadas cada uma de per si, em expressão 
monetária, quantas sejam tantas registrarás no Razão, fazendo-as cada uma 
devedoras; e dirás: por tanto que avalio neste dia para tal bem, no valor tal... tudo 
levando a teu crédito, de cada uma de tais referidas contas.
Observe, todavia, a exatidão de cada partida, ou seja, que nem ducados faltem nos 
registros, mas, lembrando que coisas irrelevantes em valor no Razão não se registram. 
Todos os bens imóveis que possuíres, como casas, possessões, lojas, deves fazer dos 
mesmos devedores, avaliando-os a teu modo, em moeda e fazendo-te credor na tua 
supra referida conta. Assim, cada possessão debitarás e avaliarás uma por uma, tudo 
a ti creditado. Isto renova a lembrança de que cada lançamento deve ter: o dia, o 
valor e o histórico ou explicação do motivo.
O que comprares, sejam mercadorias ou quaisquer outras coisas, deves debitar tais 
mercadorias e coisas e creditar à Caixa] 
Mas... será que todo esse trabalhão descrito por Pacioli era de fato praticado pelos comerciantes 
da época? E dava resultado? 
Sá (2004 p.59) mostra que pesquisadores como Vincenzo Masi e Joseph H. Vlaémminck 
mostram que sim, os comerciantes naquela época praticavam contabilidade (em alguns casos 
já com um impressionante nível de sofisticação), porém com uma característica importante: A 
contabilidade era algo particular, tradicional, “secreta”, feita exclusivamente para o comerciante 
e ensinada de forma oral de geração em geração.
Trocando Ideias
Sempre bom lembrar que estamos falando de 1490, uma época em que mal havia papel 
para se escrever! É claro que já havia algum nível de conhecimento e tecnologia, mas 
a maioria das pessoas era analfabeta. Nesse contexto, quem detinha conhecimento contábil eram 
apenas umas poucas pessoas.
Foi a inquietação cultural de Luca Pacioli, um frei da ordem dos Franciscanos que rompeu 
a “tradição oral do conhecimento contábil” para desviá-la para a literatura, o que encerrou um 
período medieval da contabilidade para um período moderno. Sá (2004 p. 59) nos alerta que 
o mérito de Pacioli não foi nem o de ter levado esse conhecimento à literatura, mas foi o de 
“inaugurar uma fase evolutiva de difusão”. O intuito não era o de apenas relatar o que já era de 
conhecimento e prática de muitos profissionais, mas o de incentivar a que tratadistas em toda a 
Europa “se interessassem em escrever sobre assuntos da contabilidade.” 
10
Unidade: Demonstrações Financeiras
Para Pensar
Foi possível então que a contabilidade pudesse ser estudada por livros, como este aqui! E livros 
poderiam ser carregados de uma parte a outra, como disse Epstein (2002 p.12). Hoje, com as 
tecnologias de telecomunicações e a EaD, independente do lugar onde você vive, você está tendo acesso a esse 
conhecimento. E mais do que aprender, muitos de nós iremos ser incentivados a escrever sobre contabilidade. 
Você, por exemplo, já está convidado a produzir o seu trabalho de iniciação científica! 
Exatamente o que Luca Pacioli já havia incentivado há mais de 500 anos atrás! 
Nesse sentido, com espírito de difusão e de incentivo a que as pessoas se preocupassem com 
contabilidade e negócios, Schmalenbach (1955) relatou em seu histórico livro Dynamische 
Bilanz (o balanço dinâmico) que até a idade média, a contabilidade era normalmente produzida 
para o empresário, de forma particular.
Eugen Schmalenbach é um dos mais importantes autores da contabilidade alemã, sendo considerado 
o “pai da contabilidade de custos (e gerencial) alemã” e muitos de seus conceitos são usados nos 
modernos sistemas de Tecnologia da Informação “ERP” utilizados atualmente. 
Era muito comum, nesse período, que os demonstrativos contábeis fossem apurados somente 
em períodos especiais, sem uma preocupação de uma apuração periódica. Schmalenbach 
(1955) cita um exemplo das navegações e caravanas. Sempre que um desses empreendimentos 
chegava ao seu fim, apurava-se um balanço contábil com o que havia sido ganho e descontava-
se todas as despesas, perdas de animais, mercadorias eventualmente roubadas ou estragadas e 
chegava-se a um resultado. Era a chamada contabilidade de “ganhos e perdas”. 
As caravanas, expedições e navegações eram verdadeiras aventuras que os comerciantes 
empreendiam, sendo que tinham que enfrentar além das distâncias e o desconforto, ladrões, 
piratas e toda a sorte de perigos. 
É claro que esses empreendimentos eram motivadores, levando muitos a transportarem 
mercadorias por lugares perigosos, pensando nos lucros que poderia obter. Surgiram então na 
Europa e entre a Europa e o ocidente diversas rotas comerciais. Veneza, a cidade onde Luca 
Pacioli viveu parte de sua vida, era uma importante ligação comercial que trazia pessoas de 
diferentes culturas e origens
Fonte: Reproduzido de Franco Júnior e Andrade Filho (2000 p. 27)
11
Schmalenbach (1955) relatou ainda o caso da próspera família alemã 
“Os Fugger”, que ao lado dos Médice na atual Itália eram poderosíssimos. 
Jacob Fugger, que ficou conhecido como “o rico”, conheceu o método das 
partidas dobradas que conheceu em Veneza e mantinha uma contabilidade 
para seus negócios. Jocob Fugger era muito organizado e além de 
manter uma estrutura contábil também tinha uma estrutura gerencial e 
administrativa bem desenvolvida. 
Você Sabia ?
Jacob Fugger foi o primeiro investidor estrangeiro (não português) no Brasil. Tão logo 
soube do descobrimento das terras brasileiras, por meio de seu representante comercial 
em Portugal, Fernão de Noronha, ainda em 1503. 
Porém, Jacob Fugger tinha a característica de manter a contabilidade restrita aos seus 
propósitos. Foi justamente Luca Pacioli que começou a incentivar os comerciantes a apurar 
balanços contábeis com frequência e a divulgar esses balanços. Schmalenbach (1955 p. 11) 
ressaltou uma frase muito significativa de Luca Pacioli e que sintetiza o porquê, o que motiva os 
empresários a fazer pública suas demonstrações financeiras:
Entretanto, é sempre uma boa coisa fechar os balanços uma vez por ano, particular-
mente para aqueles que negociam por parceiros e terceiros. É como o provérbio diz: 
Ragio Spessa, Amista Longa
Figura: A frase de Luca Pacioli sobre a importância de demonstrações financeiras frequentes. 
Fonte: Schmalenbach (1955 p. 11)
Fonte: Deutsche Bundespost 
Correio Alemão
12
Unidade: Demonstrações Financeiras
Iniciavam-se, então, as bases da chamada “Contabilidade Financeira”, uma contabilidade feita 
para uso interno na empresa sim, mas principalmente para atender o chamado “usuário externo”. 
Veja o filme “O Mercador de Veneza”, baseado na obra de Willian Shakespeare
Dirigido por Michael Radford Com Al Pacino, Jeremy Irons, Joseph Fiennes. Drama, EUA, (2h18min) 
» http://youtu.be/mdbzRtxVtns
A Contabilidade Financeira e as Necessidades dos Usuários Externos 
Os autores das áreas administrativas e contábeis costumam dizer que o papel principal ou 
crucial da área contábil é o registro das operações e posterior captação, organização e compilação 
de dados contábeis. Matarazzo (2010 p.5) disse que “Sua matéria-prima são fatos de significado 
econômico-financeiro expressos em moeda. Seu produto final são as demonstrações financeiras”. 
Assim, a metodologia contábil é expressa no seguinte fluxo: 
Você deve ter notado que em alguns momentos os autores costumam usar as expressões 
“demonstrações contábeis” e em outras “demonstrações financeiras”. A priori, demonstrações 
contábeis seriam aquelas que emanam do processo contábil, e financeiras as que não emanaram 
13
do processo contábil em si. De fato, há essa confusão em diversos locais, até mesmo na legislação. 
Por esse motivo, para este livro convencionamos denominar “demonstrações financeiras,mas 
no geral considere demonstrações financeiras ou contábeis sinônimos, representam exatamente 
a mesma coisa!”.
Se o trabalho final dos contadores é o de apresentar e publicar as demonstrações financeiras, essas 
passam a ser a “matéria prima” para os “usuários externos”, particularmente os analistas financeiros 
que trabalham com mercado de capitais. É como explicam Martins, Miranda e Diniz (2014): 
Os analistas partem das informações disponíveis nas demonstrações contábeis 
para chegar a informações que suportem a tomada de decisões. Ou seja, eles 
fazem o caminho inverso para chegar aos fatos econômico-financeiros relevan-
tes à vida da empresa.
 Como “usuários externos das demonstrações contábeis”, podemos citar diversos grupos de 
interesses, como o que vemos na figura abaixo: 
Nas ciências contábeis atualmente, para efeito de estudo, costuma-se dividir a contabilidade entre 
“usuários internos” e “usuários externos”. 
Figura: Usuários das demonstrações contábeis divulgadas
Fonte: Reproduzido de Martins, Miranda e Diniz (2014)
Há inúmeros outros grupos de interesse, poderíamos citar, por exemplo, os ambientalistas 
e exagerando um pouco, mas sem sair do conceito, até mesmo os animais, a fauna e a flora 
estejam eles representados por associações, ONG´s (organizações não governamentais) ou 
não. Cada um desses grupos tem seus interesses próprios e que podem [normalmente o são] 
ser divergentes.
14
Unidade: Demonstrações Financeiras
Glossário
No mercado de capitais, também se usa a palavra em língua inglesa stakeholders para a expressão 
em língua portuguesa “grupos de interesse”. 
No mercado de capitais, também se usa a palavra em língua inglesa stakeholders para a expressão 
Os investidores certamente vão querer um retorno maior sobre o capital que aplicaram 
na empresa, o que é uma reinvindicação absolutamente legítima. Ao mesmo tempo, os 
empregados que se esforçaram pela empresa, não raramente arduamente e com sacrifício de 
suas vidas pessoais, normalmente vão querer salários e benefícios mais altos, o que também é 
uma reinvindicação absolutamente legítima! Cabe aos administradores da empresa negociar e 
decidir o que deve ser feito. Mas não apenas o administrador, o contador também tem um papel 
fundamental nesse processo.
Para Pensar
Certamente um golfinho para viver precisa nadar em um mar sem poluição. Um desastre 
ambiental ou financeiro que para uns pode ser facilmente resolvido com um seguro de danos 
ambientais e de lucros cessantes pode representar a morte desse animal! Portanto, ele também tem 
“interesse” sobre a boa condução dos negócios de uma empresa, ou de boa “governança corporativa”
Por isso, Ludícibus et al (2010 p. 13) comentam que o contador está no “centro dos interesses 
divergentes. Ao prover informações para fins de decisão, mais o contador inevitavelmente acaba 
se envolvendo com esses interesses e também colabora para que melhores decisões sejam 
tomadas e muitas vezes realizam julgamentos. Assim, Ludícibus et al (2010 p. 14) comentam 
com muita propriedade que é necessário saber viver entre interesses conflitantes, “está aí toda a 
beleza, todo o conflito e toda a dificuldade da profissão”. E complementam dizendo:
Mas ela [a profissão contábil só assume esse papel todo quando de fato se tem essa 
prevalência da essência sobre a forma, um conjunto de normas bem estruturado, 
a capacidade de conhecer todos os tipos de operação, de analisá-las, de julgar os 
melhores critérios e decidir por eles. Não quando se tem apenas o papel de mero 
cumpridor de regrinhas preestabelecidas que não exijam crítica. 
No caso, Ludícibus et al (2010) se referem ao período anterior ao das Normas Contábeis 
Internacionais. Apesar de toda uma preocupação em manter uma contabilidade de qualidade, 
principalmente após a crise da bolsa de valores de Nova York de 1929 (O Crack da Bolsa), 
surgiram nas últimas décadas inúmeros escândalos contábeis como os do Banco Nacional, 
Enron e da Parmalat. Há poucos anos o planeta sofreu a Crise Financeira Internacional de 2008, 
que está provocando, entre outras coisas, a uma atuação mais ética e analítica do contador.
A essência sobre a forma é um conceito muito importante para as IFRS. O contador não 
deve se prender apenas a legislação e aos contratos, precisa saber analisar as operações em 
sua essência, o que de fato está acontecendo. Sobre as IFRS e as Normas Internacionais de 
Contabilidade, estudaremos ao longo do curso. 
15
Agora, se os usuários externos, particularmente os analistas financeiros que trabalham com 
mercado de capitais, precisam analisar as demonstrações financeiras para entender o que 
houve na empresa, sendo que eles também se utilizam de outras informações de mercado, 
especialmente as que são divulgadas pelo jornalismo, imagine a perplexidade desse trabalho! 
Os analistas encontram nas Demonstrações Financeiras informações seguras e confiáveis. É o 
que diz Padovese (2003 p. 83):
[...] os demonstrativos contábeis básicos apresentam uma quantidade de informações 
de extrema relevância para os investidores, por serem seguras e de qualidade, bem 
como apresentam-se naturalmente com caráter preditivo, característica intrínseca da 
informação contábil.
Mas isso não é simples. É necessário entender quais são os atributos necessários à análise das 
demonstrações contábeis. Uma empresa merece crédito? Uma empresa é solvente, é rentável? 
O executivo ou gestor de uma empresa é confiável?
Para melhor entender esse processo de análise, Martins, Miranda e Diniz (2014) esquematizaram 
o trabalho de análise das demonstrações financeira da seguinte forma, como ilustra a figura:
Figura: Linha do tempo das influências das escolas contábeis no Brasil
Fonte: Preparada pelo autor
Para alcançar esse objetivo, Martins, Miranda e Diniz (2012) comentam que boas análises de 
demonstrações financeiras (popularmente conhecidas como “análise de balanços”) dependem 
de que o analista tenha como habilidades: 
a. Conhecimento do negócio;
b. Conhecimento do modelo contábil.
Ou seja, o analista precisa conhecer as especificidades do ramo de negócio, pessoas, quais 
são os procedimentos e julgamentos normalmente utilizados. Por exemplo, um analista que se 
disponha a analisar uma empresa do ramo metalúrgico, certamente encontrará aspectos muito 
diferentes de uma empresa de telefonia celular. 
16
Unidade: Demonstrações Financeiras
Além desses dois aspectos que são inerentes ao analista, uma boa análise também depende 
de dois outros aspectos: qualidade e quantidade de informações disponíveis. Martins, Miranda 
e Diniz (2012) comentam que: 
A quantidade de informações disponibilizadas é importante, pois quem está de 
fora da empresa só poderá conhecer determinados aspectos do empreendimento 
se as informações forem divulgadas. Mais importante ainda é que as informações 
constantes nas demonstrações analisadas sejam confiáveis e acuradas, caso contrário 
as conclusões não serão confiáveis. 
Assim, entende-se que é necessário que as empresas sigam um padrão mínimo de qualidade e 
quantidade de informações e demonstrações financeiras que devem ser divulgadas. Assim, cada 
país estabelece qual é esse conjunto de informações mínimas que cada vez mais é influenciado 
pelas normas contábeis internacionais. Com isso, é possível estabelecer uma verdadeira 
linguagem dos negócios, aceita, compreendida, praticada e incentivada por todos os agentes 
no mercado. A seguir, iremos estudar esse aspecto. 
As Demonstrações Financeiras no mercado brasileiro
“O Relatório Anual é para a companhia aberta um dos mais importantes instrumentos de relações 
com investidores. Entretanto, é algo mais geral que isso: trata-se de um canal de comunicação 
institucional extremamente eficaz tanto para empresas quanto para instituições sem fins lucrativos”. 
Roberto Castello Branco
Presidente do IBRI
Instituto Brasileiro de Relações com Investidores
A Legislação básica sobre Demonstrações Financeiras é a Brasil (1976), a lei das SociedadesAnônimas, a Lei 6.404/76, artigos 176 e 186, que estabeleceu um conjunto mínimo de 
demonstrações financeiras obrigatórias, de acordo com os princípios fundamentais da 
contabilidade, em especial o da entidade, que afirma a autonomia patrimonial.
Antes da Lei 6.404/76, a escola europeia era a maior influência na contabilidade brasileira. A 
Lei 6.404/76 foi concebida com influência na escola contábil norte-americana, que nessa época 
representava o que de mais avançado era possível ser encontrado em termos de mercados de 
capitais e contabilidade em geral. E a partir de 2007, a lei 11.638 incorporou no ordenamento 
jurídico brasileiro as Normas Internacionais de Contabilidade. Isso não significa que a lei 
6.404/76 (ou mesmo outras leis) teria sido revogada, ela foi complementada. A seguir, uma 
linha do tempo das influências das escolas contábeis no Brasil. 
A lei 6.404/76 é a Lei das Sociedades Anônimas, portanto indicada para as entidades jurídicas 
constituídas como sociedades anônimas. No entanto, também é aplicável para as demais sociedades. 
Por isso, suas orientações se estendem a toda à contabilidade. 
17
Fonte: Preparada pelo autor
Assim sendo, conforme Brasil (1976), a legislação, já ajustada às Normas Contábeis 
Internacionais, estabelece como um conjunto mínimo de informações que devem ser 
obrigatoriamente publicadas os seguintes aspectos:
Lei 6.404/76
Seção II
Disposições gerais
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que 
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações 
ocorridas no exercício:
I. balanço patrimonial;
II. demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III. demonstração do resultado do exercício;
IV. demonstração dos fluxos de caixa (redação dada pela lei nº 11.638, de 2007); 
V. se companhia aberta, demonstração do valor adicionado (Incluído pela lei nº 
11.638, de 2007).
Almeida e Freitag (2009) comentam que de acordo com a FIPECAFI (2007, p.6), as 
demonstrações contábeis, em geral, compreendem: 
» Balanço Patrimonial (BP);
» Demonstração do Resultado do Exercício (DRE),
» Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
» Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
18
Unidade: Demonstrações Financeiras
Essas demonstrações contábeis não são as únicas informações obrigatórias requeridas. 
Também é necessário que as empresas publiquem um conjunto de informações que representam 
uma “prestação de contas”, o que abrange: 
» O Relatório de Administração;
» Notas Explicativas;
» Parecer dos Auditores Independentes (se houver);
» Parecer do Conselho Fiscal (se existir).
Esse conjunto de informações é popularmente conhecido no mercado como “Balanço Anual” ou 
simplesmente “Balanços”. Apesar do anual e da legislação, na maioria dos casos, fixar realmente um 
período mínimo de um ano calendário (ou gregoriano) para sua publicação, tanto no Brasil como 
em outros países exige-se que prestações de contas sejam publicadas trimestralmente.
Então, a cada trimestre ocorre o que se chama no mercado de “temporadas de balanços”, 
período que os analistas e usuários externos em geral podem conhecer os dados das empresas 
e analisá-los em conjunto. 
Atualmente há muito cuidado pelas empresas na divulgação de seus balanços anuais, 
quase todas as sociedades anônimas costumam realizar encontros (conferências) 
abertos para o público em geral e/ou para jornalistas, não raramente transmitidos 
ao vivo pela internet, além de manter em seus sites páginas especiais de “Relações 
com Investidores”, com equipes dedicadas ao atendimento a qualquer interessado. 
Sugerimos que você escolha uma empresa sociedade anônima e acompanhe esses 
eventos regularmente. 
Martins, Miranda e Diniz (2014 p. 12) enfatizam que “o poder informativo das demonstrações 
contábeis é potencializado quando analisadas em conjunto”. Nesse sentido, eles reproduzem o 
que diz literalmente o CPC 00 (R1) Conceitual Básico (2012):
As partes componentes das demonstrações contábeis se inter-relacionam porque refletem 
diferentes aspectos das mesmas transações ou outros eventos. Embora cada demonstração 
apresente informações que são diferentes das outras, nenhuma provavelmente se presta a um 
único propósito, nem fornece todas as informações necessárias para necessidades específicas 
dos usuários. 
O pronunciamento conceitual básico, de uma forma geral, reconheceu que os contadores 
vinham publicando informações quantitativas (referentes a números) muito boas, porém não 
estava havendo relevância em torno de informações qualitativas (sobre ações e situações) 
que em alguns casos são imprescindíveis para os usuários externos. Por isso instituiu algumas 
características qualitativas que também devem ser verificadas pelos contadores. Essas 
características são demonstradas abaixo: 
19
Figura: Características qualitativas da informação contábil
Fonte: Reproduzido de Martins, Miranda e Diniz (2014)
Criou-se também o conceito de “relatório contábil-financeiro de propósito geral”, definido da 
seguinte forma no CPC 00 (R1) Conceitual Básico (2014): 
OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer 
informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação 
(reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a 
credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao 
fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender 
ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, 
e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito.
Por esse conceito, o contador deve sempre produzir demonstrações financeiras para uso geral, 
no entanto, deve considerar que essa informação seja útil em particular a investidores existentes 
e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, que são provavelmente os que 
mais se utilizam dessa informação. Mas isso não significa que as demonstrações são produzidas 
para esse público em específico, apenas que o contador precisa ter a sensibilidade de reconhecer 
necessidades desse público. 
Assim, no CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Financeiras, encontramos o conjunto 
completo de demonstrações e informações que o contador deve disponibilizar. Apresentamos o 
texto na íntegra: 
10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
(a) balanço patrimonial ao final do período;
(b1) demonstração do resultado do período;
(b2) demonstração do resultado abrangente do período;
(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
(d) demonstração dos fluxos de caixa do período;
(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações elucidativas;
20
Unidade: Demonstrações Financeiras
ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado 
nos itens 38 e 38A; (Incluída pela Revisão CPC 03)
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente 
apresentado, quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente 
ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, 
ou ainda quando procede à reclassificação de itens de suas demonstrações 
contábeis e
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente 
apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente 
ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, 
ou quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis 
de acordo com os itens 40A a
40D; e (Alterada pela Revisão CPC 03)
(g) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento 
Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se 
apresentada voluntariamente.
(f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme PronunciamentoTécnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se 
apresentada voluntariamente. (Alterada pela Revisão CPC 03)
A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados neste 
Pronunciamento Técnico, desde que não contrarie a legislação societária brasileira vigente.
10A. A entidade pode, se permitido legalmente, apresentar uma única demonstração do 
resultado do período e outros resultados abrangentes, com a demonstração do resultado e 
outros resultados abrangentes apresentados em duas seções. As seções devem ser apresentadas 
juntas, com o resultado do período apresentado em primeiro lugar seguido pela seção de 
outros resultados abrangentes. A entidade pode apresentar a demonstração do resultado como 
uma demonstração separada. Nesse caso, a demonstração separada do resultado do período 
precederá imediatamente a demonstração que apresenta o resultado abrangente, que se inicia 
com o resultado do período. (Incluído pela Revisão CPC 03)
10B. Quando da aprovação deste Pronunciamento Técnico, deve atentar-se para o fato 
importante de que a legislação societária brasileira requer que seja apresentada a demonstração 
do resultado do período como uma seção separada. (Incluído pela Revisão CPC 03)
Para fins de estudo, dividimos essas demonstrações contábeis e informações obrigatórias em 
dois tipos: Básicas e Complementares. A seguir:
Demonstrações Financeiras Básicas: 
» Balanço Patrimonial ao final do período;
» Demonstração do Resultado do período;
» Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do período;
» Relatório de Administração;
» Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e 
outras informações elucidativas;
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» Parecer dos Auditores Independentes (se houver);
» Parecer do Conselho Fiscal (se existir).
Demonstrações Financeiras Complementares:
» Demonstração do Resultado Abrangente do período;
» Demonstração dos Fluxos de Caixa do período;
» Demonstração do Valor Adicionado.
Você irá estudar nesta disciplina as Demonstrações Financeiras Básicas e haverá uma 
disciplina para as Demonstrações Financeiras Complementares. 
É altamente recomendável que você leia na íntegra o CPC Conceitual Básico e o 
CPC 26, apresentação das demonstrações contábeis. .
Todos os Pronunciamentos Contábeis do CPC podem ser encontrados na página 
do CPC na internet: 
https://bit.ly/2GpcRdq
22
Unidade: Demonstrações Financeiras
Material Complementar
Leia o material a seguir com muita atenção!
12º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade
São Paulo/SP 26 e 27 julho de 2012
Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas: Uma Análise das Práticas Adotadas 
pelos Profi ssionais Contábeis
Gerson Roberto Rower Universidade Comunitária Regional De Chapecó 
Andrea Carla Bordignon Universidade Comunitária Regional De Chapecó
Silvana Dalmutt Kruger Universidade Comunitária Regional DeChapecó
Resumo
Para regulamentar a contabilidade das pequenas e médias empresas o Conselho Federal de 
Contabilidade, em conjunto com outras entidades, aprovaram o Pronunciamento Técnico PME – 
Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, por meio da Resolução CFC nº 1.255/09. Neste 
contexto, o estudo tem por objetivo analisar se as práticas contábeis adotadas pelos profissionais 
contábeis atendem estas novas normas. Os procedimentos metodológicos utilizados caracterizam 
a pesquisa como descritiva, com utilização da técnica de levantamento ou survey, por meio da 
aplicação de questionários aos profissionais contábeis prestadores de serviços contábeis do Município 
de Chapecó-SC. A amostra foi constituída por 19 entidades prestadoras de serviços contábeis. A 
pesquisa demonstra que cerca de 84% das empresas-clientes dos prestadores de serviços contábeis 
estão sujeitas ao Pronunciamento Técnico PME, embora apenas 32% dos profissionais contábeis 
afirmaram conhecer e entender a referida norma. Dos pesquisados, 42% elaboram as Demonstrações 
Contábeis em conformidade com a norma PME, porém apenas 16% estão mensurando o ativo 
imobilizado, com base no Pronunciamento Técnico PME. Constatou-se também, que os profissionais 
não contemplam a avaliação e reconhecimento dos estoques, conforme a Resolução CFC nº 1.255/09. 
De modo geral os resultados do estudo evidenciam a necessidade de qualificação profissional para o 
cumprimento das exigências do Pronunciamento Técnico PME.
Palavras-chaves: 
» Pronunciamento Técnico PME. Contabilidade para pequenas e médias empresas. Resolução 
CFC nº 1.255/09.
Arquivo disponível em:
https://bit.ly/3lrPkxP
23
Referências
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FILHO, José Francisco; LOPES, Jorge; PEDERNEIRAS, Marcleide. Estudando Teoria da 
Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. p. 266-277.
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relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos 
casos em que específi ca. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 15 abr. 2014.
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6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração 
e divulgação de demonstrações fi nanceiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 15 abr. 2014.
___. Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
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em: 15 abr. 2014.
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Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília) (org.). Pronunciamento 00 conceitual 
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IUDÍCIBUS, S. (Coord.) et al. Contabilidade introdutória. 10. ed. Equipe de professores da 
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Unidade: Demonstrações Financeiras
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