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Indaial – 2021 MaMografia e DensitoMetria Óssea Profa. Pamela Cristina Fagundes 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Profa. Pamela Cristina Fagundes Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: F156m Fagundes, Pamela Cristina Mamografia e densitometria óssea. / Pamela Cristina Fagundes. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 237 p.; il. ISBN 978-65-5663-630-6 ISBN Digital 978-65-5663-629-0 1. Radiologia. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 610 apresentação Caro acadêmico de radiologia, esta obra foi desenvolvida com o intuito de guiar os seus estudos para a área de Mamografia e Densitometria Óssea. Essas duas especialidades da radiologia, assim como todas as outras, estão em constante evolução e, todos os dias, surgem novos estudos. Por esse motivo, é importante que, além de fazer o estudo da apostila, você busque sempre outras referências para estar atualizado. A mamografia é o único método de rastreamento de câncer de mama, por isso, é um exame de grande importância para a sociedade. Podemos evidenciar várias campanhas de combate ao câncer de mama durante o ano inteiro, e tudo isso porque, segundo o Inca (2019), o câncer de mama é o primeiro no ranking nacional de causas de morte entre as mulheres, e a prevenção e o diagnóstico precoce devem andar juntos. Acadêmico, para melhor conduzir os seus estudos, este livro está dividido em três unidades. Na Unidade 1, abordaremos a parte que dará a introdução à mamografia. Falaremos dos aspectos históricos e do câncer de mama. Nesta unidade, você conhecerá o equipamento de mamografia e a formação da imagem mamográfica, podendo entender melhor a diferença dos métodos de aquisição de imagens analógica e digital e os processos de controle de qualidade na mamografia. Em seguida, na Unidade 2, daremos início ao conteúdo principal, que trata da anatomia da mama, assim como as principais patologias que a acometem. Essa é uma unidade de grande importância para os estudos nesta disciplina, pois, aqui, falaremos das técnicas e dos posicionamentos mamográficos e outros procedimentos, importantes para o seu conhecimento. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos acerca do exame de densitometria óssea e das particularidades. Nesta unidade, você tomará conhecimento de assuntos, como a osteoporose e o crescimento e o remodelamento ósseos. Com os assuntos abordados nessas três unidades, você poderá desenvolver habilidades técnicas para as suas vidas acadêmica e profissional, podendo exercer os processos aqui descritos com segurança. Desejamos, a você, uma ótima leitura! Bons estudos! Profᵃ. Pamela Cristina Fagundes Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA ...................................................................... 1 TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA .......................................... 3 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3 2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA MAMOGRAFIA ......................................................................... 3 3 O CÂNCER DE MAMA ...................................................................................................................... 7 3.1 FATORES DE RISCO ...................................................................................................................... 8 4 PREVENÇÃO E RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA ............................................. 11 4.1 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA ................................................................................. 11 4.1.1 Autoexame das mamas ....................................................................................................... 12 4.1.2 Exame clínico ........................................................................................................................ 12 4.1.3 Mamografia de rastreamento e diagnóstico .................................................................... 12 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16 TÓPICO 2 — EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM .................... 19 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 19 2 ACESSÓRIOS DO MAMÓGRAFO ............................................................................................... 20 3 FORMAÇÃO DA IMAGEM ........................................................................................................... 27 3.1 ETAPAS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM ................................................................................. 28 3.1.1 Efeito anódico na mamografia ........................................................................................... 29 3.2 REQUISITOS TÉCNICOS E DEFINIÇÕES DA IMAGEM ...................................................... 29 3.3 QUALIDADE DA IMAGEM ....................................................................................................... 32 3.3.1 Critérios médicos de qualidade da imagem .................................................................... 33 RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................35 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36 TÓPICO 3 — SISTEMAS DE MAMOGRAFIA DIGITAL E ANALÓGICO ............................ 39 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 39 2 MAMOGRAFIA ANALÓGICA ..................................................................................................... 39 2.1 COMPOSIÇÃO DO FILME RADIOGRÁFICO ....................................................................... 40 2.2 FORMAÇÃO DA IMAGEM LATENTE .................................................................................... 41 2.3 PROCESSAMENTO DO FILME RADIOGRÁFICO ................................................................ 42 2.3.1 Etapas do processo de revelação do filme ........................................................................ 43 2.4 CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DA MAMOGRAFIA ANALÓGICA....................... 44 3 MAMOGRAFIA DIGITAL .............................................................................................................. 45 3.1 CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM DIGITAL ........................................................................ 46 3.1.1 Diferenças entre a mamografia convencional e a digital ............................................... 47 3.2 SISTEMA DE MAMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CR ................................................. 47 3.2.1 Vantagens e desvantagens da utilização do CR .............................................................. 48 3.2.2 Formação da imagem no CR .............................................................................................. 49 3.2.3 Funcionamento da leitora CR ............................................................................................ 49 3.3 SISTEMA DE MAMOGRAFIA DIGITAL DR ........................................................................... 50 3.3.1 Formação indireta ................................................................................................................ 51 3.3.2 Formação direta ................................................................................................................... 52 3.3.3 Vantagens e desvantagens da utilização do DR .............................................................. 52 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 54 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 55 TÓPICO 4 — CONTROLE DE QUALIDADE EM MAMOGRAFIA.......................................... 57 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 57 2 TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE ................................................................................ 57 2.1 RESPONSABILIDADES DA EQUIPE NO CONTROLE DE QUALIDADE ........................ 61 3 EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA O CONTROLE DE QUALIDADE ..................... 62 3.1 SIMULADOR RADIOGRÁFICO DE MAMA “PHANTOM” ................................................ 64 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 68 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 72 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 73 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 75 UNIDADE 2 — ANATOMIA E TÉCNICAS MAMOGRÁFICAS ............................................... 77 TÓPICO 1 — ANATOMIA MAMÁRIA ........................................................................................... 79 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 79 2 ANATOMIA EXTERNA DA MAMA ............................................................................................. 80 2.1 ANATOMIA INTERNA DA MAMA ......................................................................................... 82 2.1.1 Histologia da mama ............................................................................................................ 84 3 COMPOSIÇÃO GERAL DA MAMA ............................................................................................ 87 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 90 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 91 TÓPICO 2 — PATOLOGIAS DA MAMA E CLASSIFICAÇÃO BI-RADS ............................... 93 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 93 2 ALTERAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DA MAMA ........................................................... 93 3 DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA ............................................................................................. 94 4 DOENÇAS MALIGNAS DA MAMA ............................................................................................ 95 4.1 CARCINOMA DUCTAL IN SITU E INVASIVO ...................................................................... 96 4.2 TIPOS HISTOLÓGICOS DE CARCINOMAS ........................................................................... 96 4.3 SINAIS RADIOLÓGICOS DO CÂNCER DE MAMA, DE ACORDO COM O BI-RADS .......................................................................................................................... 98 5 CLASSIFICAÇÃO BI-RADS ......................................................................................................... 106 5.1 CATEGORIAS DA CLASSIFICAÇÃO BI-RADS .................................................................... 107 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 111 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112 TÓPICO 3 — EXAME DE MAMOGRAFIA .................................................................................. 115 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 115 2 FATORES ESSENCIAIS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA MAMOGRAFIA ................... 115 2.1 INTRODUÇÃO AO EXAME MAMOGRÁFICO ................................................................... 116 2.2 TIPOS DE MAMOGRAFIA ...................................................................................................... 118 2.3 PROCEDIMENTOS QUE PODEM CONSTAR NA ANAMNESE ..................................... 118 2.4 IDENTIFICAÇÃO MAMOGRÁFICA ..................................................................................... 120 3 POSICIONAMENTO E COMPRESSÃO .................................................................................... 121 3.1 CONTROLE DE EXPOSIÇÃO AUTOMÁTICO (CAE) ......................................................... 122 3.1.1 Escolha do receptor de imagem ...................................................................................... 123 3.2 QUADRANTES E REGIÕES DA MAMA ............................................................................... 123 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 126 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................127 TÓPICO 4 — INCIDÊNCIAS MAMOGRÁFICAS ...................................................................... 129 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129 2 INCIDÊNCIAS MAMOGRÁFICAS BÁSICAS ......................................................................... 129 2.1 CRANIOCAUDAL (CC) ............................................................................................................ 129 2.2 MEDIOLATERAL OBLÍQUA (MLO) ...................................................................................... 131 3 INCIDÊNCIAS MAMOGRÁFICAS ADICIONAIS OU COMPLEMENTARES ............... 135 3.1 CRANIOCAUDAL LATERALMENTE EXAGERADA (XCCL) ........................................... 135 3.2 CRANIOCAUDAL MEDIALMENTE EXAGERADA XCCM OU (CLEAVAGE – CV) ..................................................................................................................... 136 3.3 CAUDOCRANIAL (REVERSE CRANIOCAUDAL – RCC) ............................................... 137 3.4 MEDIOLATERAL (ML ou P) ................................................................................................... 138 3.5 LATEROMEDIAL (LM) ............................................................................................................ 138 3.6 AXILAR ....................................................................................................................................... 139 4 MANOBRAS E COMPRESSÕES ................................................................................................. 140 4.1 MANOBRA DE COMPRESSÃO SELETIVA ........................................................................... 140 4.2 MANOBRA DE AMPLIAÇÃO GEOMÉTRICA OU AMPLIAÇÃO VERDADEIRA ............................................................................................................................ 141 4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPRESSÃO SELETIVA E AMPLIAÇÃO GEOMÉTRICA ............................................................................................................................ 142 4.4 MANOBRA ANGULAR ............................................................................................................ 142 4.5 OBLÍQUAS PROGRESSIVAS .................................................................................................... 143 4.6 MANOBRA ROTACIONAL OU ROLADA ............................................................................ 144 4.7 MANOBRA TANGENCIAL ..................................................................................................... 146 4.8 MANOBRA DE EKLUND ......................................................................................................... 147 5 POSICIONAMENTO DA MAMA MASCULINA ................................................................... 149 6 RADIOGRAFIA DE PEÇA CIRÚRGICA ................................................................................... 150 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 152 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 153 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 157 UNIDADE 3 — PROCEDIMENTOS INVASIVOS GUIADOS POR IMAGEM, NOVAS TECNOLOGIAS E DENSITOMETRIA ÓSSEA .............................. 159 TÓPICO 1 — PROCEDIMENTOS INVASIVOS GUIADOS POR IMAGEM NA MAMA .............................................................................................. 161 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 161 2 LOCALIZAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA ............................................................................................ 161 2.1 LOCALIZAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA: MÉTODO BIPLANAR .............................................. 162 2.2 LOCALIZAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA: MÉTODO ESTEREOTÁXICO .................................. 163 2.3 LOCALIZAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA ORIENTADA PELA ULTRASSONOGRAFIA ............ 165 2.4 LOCALIZAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA: RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .............................. 165 3 TIPOS DE BIÓPSIA ........................................................................................................................ 166 3.1 PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF) ....................................................... 166 3.2 BIÓPSIA PERCUTÂNEA DE FRAGMENTOS COM PISTOLA AUTOMÁTICA (CORE BIOPSY) ............................................................................................. 167 3.3 BIÓPSIA PERCUTÂNEA DE FRAGMENTOS ASSISTIDA A VÁCUO (MAMOTOMIA) ......................................................................................................... 167 3.4 SISTEMA DE ESTEREOTAXIA NO AUXÍLIO DOS PROCEDIMENTOS INVASIVOS DA MAMA ........................................................................................................... 169 4 DUCTOGRAFIA OU GALACTOGRAFIA................................................................................. 170 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 172 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 173 TÓPICO 2 — NOVAS TECNOLOGIAS NA MAMOGRAFIA ................................................. 175 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 175 2 TOMOSSÍNTESE MAMÁRIA ...................................................................................................... 175 3 MAMOGRAFIA COM CONTRASTE ......................................................................................... 178 4 ESTUDO DA MAMA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ................................................. 180 5 IMAGEM MOLECULAR MAMÁRIA ........................................................................................ 182 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 183 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 184 TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À DENSITOMETRIA ÓSSEA .................................................. 187 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 187 2 TECIDO ÓSSEO .............................................................................................................................. 187 2.1 ORGANIZAÇÃO MACROSCÓPICA ...................................................................................... 187 2.2 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA ....................................................................................... 189 2.2.1 Osteócitos ............................................................................................................................ 189 2.2.2 Osteoblastos ........................................................................................................................ 189 2.2.3 Osteoclastos ........................................................................................................................ 190 2.3 REMODELAMENTO ÓSSEO .................................................................................................. 190 2.3.1 Ativação ...............................................................................................................................191 2.3.2 Reabsorção .......................................................................................................................... 191 2.3.3 Formação ............................................................................................................................. 191 2.3.4 Mineralização ..................................................................................................................... 191 2.3.5 Repouso ............................................................................................................................... 191 3 OSTEOPOROSE............................................................................................................................... 192 3.1 SUBSTÂNCIAS QUE INFLUENCIAM NA REGULAÇÃO DO METABOLISMO ÓSSEO ........................................................................................................... 194 3.1.1 Vitamina D .......................................................................................................................... 194 3.1.2 Estrógenos e testosterona ................................................................................................. 194 3.1.3 Hormônio da paratireoide ................................................................................................ 194 3.1.4 Calcitonina ......................................................................................................................... 194 3.2 DIAGNÓSTICO DA OSTEOPOROSE ..................................................................................... 195 3.2.1 Medidas quantitativas ....................................................................................................... 196 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 199 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 200 TÓPICO 4 — MÉTODO DXA E EVOLUÇÃO DA DENSITOMETRIA ÓSSEA ................... 201 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 201 2 EVOLUÇÃO DAS TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DA OSTEOPOROSE........................ 201 2.1 TÉCNICAS DE ABSORCIOMETRIA ....................................................................................... 202 2.1.1 Single Photon Absorptiometry (SPA) ................................................................................ 202 2.1.2 Dual Photon Absorptiometry (DPA) ................................................................................... 203 3 ABSORCIOMETRIA POR DUPLA EMISSÃO DE RAIOS X (DXA) .................................... 204 3.1 FORMAÇÃO DA IMAGEM NO DXA .................................................................................... 205 3.1.1 Aparelhos com feixe penil bam e fan bam ......................................................................... 206 3.2 COMPONENTES PRINCIPAIS DO EQUIPAMENTO DXA ................................................ 206 4 OUTRAS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DA DENSIDADE ÓSSEA ..................................... 208 4.1 ULTRASSOM QUANTITATIVO DE CALCÂNEO (QUS) .................................................... 208 4.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA QUANTITATIVA (QCT).................................... 208 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 210 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 211 TÓPICO 5 — EXAME DE DENSITOMETRIA ÓSSEA............................................................... 213 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 213 2 CONTROLE DE QUALIDADE ..................................................................................................... 213 2.1 CUIDADOS COM O EQUIPAMENTO ................................................................................... 215 3 EXAME DE DENSIOMETRIA ÓSSEA ....................................................................................... 216 3.1 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA O EXAME DE DENSITOMETRIA ÓSSEA ........................................................................................................ 216 3.1.1 Indicações clínicas.............................................................................................................. 217 3.1.2 Contraindicações................................................................................................................ 218 3.2 SÍTIOS DE INTERESSE OU ROIs ............................................................................................. 218 3.3 REALIZANDO O EXAME DE DENSITOMETRIA ÓSSEA ................................................ 220 3.3.1 Posicionamento .................................................................................................................. 222 3.3.2 Posicionamento de coluna lombar .................................................................................. 222 3.3.3 Fêmur proximal .................................................................................................................. 225 3.3.4 Antebraço ............................................................................................................................ 227 3.3.5 Corpo total .......................................................................................................................... 228 4 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM DENSITOMETRIA ÓSSEA E MAMOGRAFIA ......... 230 4.1 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM DENSITOMETRIA ÓSSEA ........................................... 230 4.2 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA MAMOGRAFIA ............................................................. 231 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 233 RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 235 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 236 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 237 1 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender os aspectos históricos da mamografia, a importância e o desenvolvimento ao longo do tempo; • saber a respeito do câncer de mama, da taxa de incidência, como preve- nir e diagnosticar precocemente; • conhecer os princípios físicos e básicos de formação da imagem mamo- gráfica, assim como o equipamento de mamografia e os acessórios; • saber a diferença entre os métodos de aquisição das imagens mamográ- ficas analógica e digital. • compreender os processos e os objetivos do controle de qualidade em mamografia. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA TÓPICO 2 – EQUPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM TÓPICO 3 – SISTEMAS DE MAMOGRAFIA DIGITAL E ANALÓGICO TÓPICO 4 – CONTROLE DE QUALIDADE EM MAMOGRAFIA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA 1 INTRODUÇÃO A mamografia é um método de diagnóstico por imagem que vem se destacando, desde o início, como um método muito importante para questões de saúde pública. Ao contráriodo que algumas pessoas pensam, a mamografia não é um método que trata ou que evita o aparecimento de doenças na mama, pois é utilizada para diagnósticos precoces de câncer de mama. Como é uma área que está em constantes crescimento e desenvolvimento, é importante que os profissionais estejam sempre atualizados em questão de novas tecnologias e devem estar sempre buscando informações de qualidade nos posicionamentos e no atendimento aos clientes, pois, nesse meio, é comum atendermos pessoas com o estado psicológico mais fragilizado, e o profissional precisa saber lidar com cada situação. Acadêmico, além dos aspectos históricos da mamografia e dos breves relatos de câncer de mama, abordaremos muitos outros assuntos que darão base de estudos necessária para que você possa seguir para as outras unidades, como os princípios básicos de formação da imagem mamográfica, os equipamentos e os acessórios utilizados na mamografia e, também, as mamografias digital e analógica, além do controle de qualidade. 2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA MAMOGRAFIA Os estudos relacionados ao método da mamografia tiveram início em 1913, com os estudos radiográficos da mama realizados pelo médico-cirurgião Albert Salomon, da Alemanha. Salomon avaliou mais de três mil amostras de tecidos de mamas mastectomizadas e comparou os achados macroscópicos nas imagens com os sinais microscópicos das doenças mamárias (INCA, 2019). Logo em seguida, foram desenvolvidos outros trabalhos de vulto, com Kleinschmidt, Warren, Vogel, Seabold, Gerson-Cohen, Leborgne, Egan, Gallagher, Martin, Dodd, Strax e seus colegas. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 4 A década de 1920 já se iniciou com novas pesquisas e aplicações. Foi, nesse período, que se começou a tentar diagnosticar doenças na mama por meio de radiografias, mas, somente 40 anos depois, o diagnóstico do câncer de mama por meio de radiografias foi estabelecido (INCA, 2019). Acadêmico, a seguir, você poderá visualizar uma figura datada de 1927. Representa a imagem de uma radiografia da mama. FIGURA 1 – RADIOGRAFIA DA MAMA ADQUIRIDA EM MEADOS DE 1927 FONTE: <https://bit.ly/3gQT6MJ>. Acesso em: 18 abr. 2021. Um nome muito importante nessa história foi o de Leborgene, que, em 1949, começou a dar um novo rumo para os estudos da mamografia, chamando a atenção para a necessidade de qualificação técnica para o posicionamento e os parâmetros radiológicos utilizados. Foi um dos grandes precursores em relação à qualidade da imagem, dando a importância adequada para o diagnóstico diferencial entre calcificações benignas e malignas. Foi ele quem descobriu a importância e a necessidade da compressão da mama, concluindo que a compressão gera uma melhor qualidade da imagem. Quem, também, fez grandes contribuições nessa área foi Robert Egan, o qual ajudou a desenvolver e a padronizar técnicas de alta miliamperagem, com baixa quilovoltagem, além do desenvolvimento de filmes especiais para mamografia pela Kodak. Nessa mesma época, por volta de 1960 e 1970, segundo o Inca (2019), os equipamentos e as técnicas mamográficas começaram a evoluir. Isso trouxe, como resultado, padronizações dos parâmetros técnicos de exposição, além do posicionamento dos pacientes, chegando a obter imagens com qualidade para o diagnóstico. Em 1965, na França, Charles Gross desenvolveu a primeira unidade, especialmente para a mamografia. Era um aparelho com um tubo de raios-X de molibdênio, com 0,7 mm de ponto focal. Com ele, era possível adquirir alto TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA 5 contraste e diferencial entre parênquima, gordura e microcalcificações, sendo que possuía sistema de compressão. Gross trabalhou com grande dedicação e sempre chamando a atenção para o grande potencial da mamografia na detecção de câncer oculto. Price e Butler, em 1970, utilizaram écrans de alta definição e filmes industriais e, como resultado, obtiveram muito sucesso na redução dos níveis de radiação, tudo isso com a ajuda da Kodak e da Dupont. Em 1974, Myron Moskowitz e seus colaboradores apresentaram resultados preliminares do rastreamento mamográfico e chamaram a atenção da comunidade médica a respeito da capacidade da mamografia de diagnosticar câncer minimante invasivo. Em 1977, Sickles, Kunio Doi e Genant conseguiram publicar trabalhos acerca da magnificação mamográfica, deixando evidente que eram necessários novos acessórios para os equipamentos de mamografia. Sickles viu as necessidades de capacitação e de aprimoramento da parte técnica. Enfatizou o diagnóstico de tumores malignos não só pelos sinais já conhecidos, mas, também, por sinais indiretos e menos evidentes. Nessa mesma época, ficou popular o conceito da unidade móvel de mamografia. Em 1976, Frank, Ferris e Steer apresentaram a marcação pré-operatória com agulhamento metálico de lesões não palpáveis na mamografia e, em 1980, Kopans e DeLuca deixaram o método mais simples, aprimorando-o. Atualmente, as agulhas utilizadas recebem o nome de agulhas de Kopans. László Tabár e colaboradores, em 1985, obtiveram resultados com rastreamento de 134.867 mulheres entre 40 e 79 anos com a execução do posicionamento oblíqua-mediolateral, verificando redução de 31% de mortalidade. A mamografia passou a ser conhecida como o melhor método de exame de imagem para rastreamento do câncer de mama no início de 1970, quando surgiram os primeiros equipamentos de raios-X dedicados para o exame radiográfico da mama (INCA, 2019). Acadêmico, a seguir, você verá ilustrações dos mamógrafos das fases supracitadas. Primeiramente, o mamógrafo. Protótipo de 1965 chamado de Treipied, primeiro modelo comercial do Senographe, lançado em 1966 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 6 FIGURA 2 – (A) PRIMEIRO MAMÓGRAFO - PROTÓTIPO DE 1965, CHAMADO DE TREIPIED; (B) PRIMEIRO MODELO COMERCIAL DO SENOGRAPHE, LANÇADO EM 1966 FONTE: < https://bit.ly/3gQT6MJ >. Acesso em: 18 abr. 2021. Acadêmico, como você pode perceber, o uso da mamografia como método de diagnóstico por imagem só evoluiu com o passar dos anos. Veremos como foi essa evolução nas décadas seguintes. A utilização da mamografia para rastreamento do câncer de mama aconteceu na década de 1980, com vários outros programas. Segundo o Inca (2019), o resultado obtido foi mais que satisfatório. Logo após cinco a sete anos, houve uma redução da taxa de mortalidade em cerca de 20% a 35% em mulheres de 50 a 69 anos, e um pouco menos nas mulheres na faixa etária entre 40 e 49 anos. Já por volta de 1990, tivemos um grande avanço na tecnologia utilizada para aquisição de imagens mamográficas que eram adquiridas de forma convencional no sistema tela-filme, passando a ser estudado um novo método, já utilizado na radiologia digital. Essa tecnologia passou a se chamar de mamografia digital de campo total (FFDM, do inglês, Full-Field Digital Mammography). Nos anos 2000, a mamografia digital começou a ser utilizada no rastreamento mamográfico para mulheres assintomáticas e para mulheres com sinais e sintomas da doença como método de diagnóstico. Esse foi um grande avanço para a mamografia, que trouxe um benefício em questão da qualidade das imagens e, concomitantemente, resultados mais precisos. TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA 7 3 O CÂNCER DE MAMA Segundo o Inca (2019), o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama que, no fim, formam um tumor. Existem vários tipos de tumores de mama, sendo que cada um pode se desenvolver de formas diferentes. Alguns com crescimento/desenvolvimento mais rápido e, outros, mais lentos. Isso ocorre de acordo com cada célula que compõe o tumor. O câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais acomete as mulheres no Brasil e no mundo, sendo, de acordo com o Inca (2020), a causa mais frequente de morte por câncer nas mulheres, representando 29,7% em relação a todos os tipos de câncer que mais as acometem. O câncer de mama também pode acometer a classemasculina, mas a incidência nem se compara com a população feminina. Nos homens, a doença representa apenas 1% do total dos casos. Neste ponto, paramos para nos perguntar: por que a incidência de câncer de mama entre as mulheres só aumenta? Alguns especialistas explicam que os fatores de riscos são as causas mais prováveis e, dentre eles, está o envelhecimento da população, pois a expectativa de vida tem aumentado muito. A estimativa da OMS é a de que ocorre mais de um milhão de casos novos de câncer ao ano no mundo. Nas últimas décadas, foi evidenciado um aumento na taxa de detecção do câncer de mama, principalmente, em países europeus e norte-americanos, sendo acompanhado pela redução da taxa de mortalidade. Esse episódio tem sido explicado pela mamografia, por ser um ótimo método de rastreamento. Isso, alienado à detecção precoce da doença, trouxe um grande benefício em relação à eficiência dos tratamentos. Contudo, no Brasil, esse panorama se apresentou um pouco diferente. O aumento da incidência do câncer de mama veio acompanhado pelo aumento da taxa de mortalidade em, aproximadamente, 20%, entre 1995 e 2005 (INCA, 2019). Acadêmico, você pode aprofundar um pouco mais os estudos a respeito desses aspectos históricos e da contribuição que cada um teve na evolução da mamografia, acessando o link a seguir, de um artigo muito importante: https://www.scielo.br/pdf/rb/ v47n4/0100-3984-rb-47-04-0VII.pdf. DICAS https://www.scielo.br/pdf/rb/v47n4/0100-3984-rb-47-04-0VII.pdf. https://www.scielo.br/pdf/rb/v47n4/0100-3984-rb-47-04-0VII.pdf. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 8 De acordo com o Inca (2020), segue a estimativa de novos casos: 66.280 (2020 - INCA). Número de mortes: 17.763, sendo 17.572 mulheres e 189 homens (2018 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM). NOTA De acordo com o Inca (2020), a incidência do câncer de mama tende a crescer, progressivamente, a partir dos 40 anos de idade, assim como a mortalidade por essa neoplasia. Na população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres, já na faixa etária a partir de 60 anos, o risco é 10 vezes maior. FIGURA 3 – TAXAS DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA FEMININAS, ESPECÍFICAS POR FAIXAS ETÁRIAS, POR 100.000 MULHERES - BRASIL, 1990 A 2018 FONTE: <https://bit.ly/2Rhcrf8>. Acesso em: 18 abr. 2021. 3.1 FATORES DE RISCO Os fatores de risco são baseados em estudos realizados de acordo com a parte da população mais acometida pela doença que, nesse caso, estamos falando do câncer de mama. Existem vários fatores que podem aumentar as chances de um indivíduo ser acometido por essa neoplasia, fazendo com que possamos compreender melhor o desenvolvimento. TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA 9 De acordo com o Inca (2020), a idade é um dos grandes fatores de risco para o câncer de mama, sendo que, a cada cinco casos, quatro deles ocorrem após os 50 anos. Acadêmico, a seguir, você verá um quadro que evidenciará os fatores de riscos em relação ao câncer de mama. Você também pode ver um pouco mais desse assunto em https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama e https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude. FIGURA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA FONTE: <https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama>. Acesso em: 18 abr. 2021. Precisamos lembrar de alguns pontos importantes quando falamos dos fatores de risco, por exemplo: não é porque uma mulher possui um ou mais fatores de risco supracitados que ela deve ter o câncer de mama, mas, com certeza, as chances são mais elevadas de ter a doença. Acadêmico, é importante que você saiba que o fato de não ter amamentado não é um fator de risco, mas as mulheres que amamentam por mais tempo possuem um fator de proteção. Assim, o não aleitamento promove a perda de um fator de proteção, sendo diferente de representar um fator de risco (INCA, 2020). IMPORTANT E https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 10 Agora, falaremos um pouco de alguns dos fatores citados anteriormente, e outros, que ainda não foram abordados, de acordo com Dronkers (2003): • Envelhecimento: O avanço da idade é um dos maiores fatores de risco para as neoplasias de mama que não possuem relação com a hereditariedade. Após os 25 anos, a taxa de incidência aumenta significativamente. • Diagnóstico prévio de câncer de mama: Para mulheres com histórico anterior de câncer de mama, o risco de ter um segundo tumor primário na mama contralateral ou na mama afetada, após cirurgia conservadora, aumenta em torno de três a quatro vezes. • Predisposição genética: Esse, possivelmente, é um dos fatores que mais assusta as mulheres, e com toda a razão, pois a hereditariedade é um componente que está presente em cerca de 10% de todos os casos de câncer de mama, sendo ainda mais presente em 25% dos casos diagnosticados antes dos 40 anos de idade. A predisposição genética aumenta, significativamente, para indivíduos com histórico familiar de câncer de mama em mulheres com parentesco de primeiro grau, sendo, esse risco, aumentado, em torno de quatro a seis vezes quando há duas ou mais mulheres na família que tiveram a neoplasia, (contando sempre com parentes de primeiro grau). A maior parte dos casos genéticos é atribuída a mutações nas linhas germinativas dos genes supressores de tumor BRCA1 e BRCA2. • Dominância do estrogênio: Existem fatores que estão associados à estimulação hormonal do tecido glandular mamário, ou seja, à dominância do estrogênio. Menarca prematura e menopausa tardia também aumentam os riscos. A nuliparidade e a primeira gestação tardia também aumentam as chances de neoplasias na mama, assim como o uso de contraceptivos orais (estrogênio- progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa. • Fatores psicológicos: Existe uma pequena correlação entre o desenvolvimento do câncer de mama e a perda do comportamento emocional adequado, mas não se tem evidência da correlação do aparecimento da doença com eventos estressantes na vida. • Fatores ambientais e comportamentais: Segundo o Inca (2019), os fatores comportamentais/ambientais bem estabelecidos incluem ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade na pós-menopausa, e exposição à radiação ionizante. Já o tabagismo, fator estudado ao longo dos anos com resultados contraditórios, é, atualmente, reconhecido, pela International Agency for Research on Cancer (IARC), como agente carcinogênico com limitada evidência de aumento do risco de câncer de mama em humanos. O risco de câncer de mama, devido à exposição à radiação ionizante, é proporcional à dose e à frequência. Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou, até mesmo, doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama. TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA 11 4 PREVENÇÃO E RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA Já está comprovado que o melhor método para se prevenir o câncer de mama é evitar ou eliminar os fatores de risco, além de adotar um estilo de vida melhor e mais saudável, com hábitos alimentares mais “adequados”. Já foi evidenciado que o excesso de gordura na alimentação aumenta os riscos da doença. Nos dias atuais, percebemos que as campanhas de prevenção têm sido adotadas e aceitas pela população, pois o câncer de mama se tornou um grande problema de saúde pública. Infelizmente, mesmo com todos os programas que giram em torno da prevenção da doença, os médicos, hoje, têm passado mais tempo tratando do que prevenindo. É claro que sabemos que a prevenção do câncer de mama não é algo fácil de se fazer, por ser uma doença baseada em múltiplos fatores etiológicos (de origem), como ambientais e endógenos. 4.1 PREVENÇÃODO CÂNCER DE MAMA Para Santos (2010), existem três tipos de prevenção das doenças ou da morte: • Primária: eliminamos a causa, evitando que a doença aconteça. • Secundária: impedimos a evolução da doença com o diagnóstico precoce. • Terciária: prevenimos, reduzimos ou eliminamos as complicações, aumentando a qualidade e o tempo de vida. Na prevenção primária, o principal objetivo é identificar, além de remover os fatores de risco ou, até mesmo, inibir a ação. Essa prevenção pode ser realizada com quimiopreventivos ou cirurgias redutoras de risco. Acadêmico, neste momento, focaremos nas prevenções primária e secundária, pois a terciária será abordada mais adiante, como tratamento do câncer de mama. ESTUDOS FU TUROS UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 12 Como já citado, o principal objetivo da prevenção secundária é impedir a evolução da doença com o diagnóstico precoce, como exames mamográficos de rastreamento, e acompanhamento clínico. Esses métodos não impedem que a doença aconteça, mas o diagnóstico precoce do câncer na fase in situ (fase inicial) é essencial para a aplicação de um tratamento eficaz, assim, há a chance de impedir a evolução do câncer e, possivelmente, a cura do paciente. 4.1.1 Autoexame das mamas Atualmente, o autoexame das mamas não é recomendado como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. Os estudos a respeito desse assunto demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Contudo, as mulheres devem ter conhecimento do próprio corpo e reconhecer alterações suspeitas, procurando um serviço de saúde o mais breve possível, mantendo a conscientização acerca do assunto e que essa prática continua sendo importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Toda mulher deve ser incentivada a conhecer o próprio corpo e, através da observação e da palpação, poder identificar qualquer alteração suspeita que fuja à normalidade, sem a necessidade de periodicidade e de técnicas padronizadas, como acontecia com o método do autoexame das mamas, que já não é mais indicado pelo Ministério da Saúde (INCA, 2019). 4.1.2 Exame clínico O exame clínico é a inspeção e a palpação da mama realizado por um profissional capacitado, mastologistas, ginecologistas, enfermeiros etc., mas nunca excluindo a realização de exames, como a mamografia, utilizada para o rastreamento do câncer de mama. Você sabe o que são quimiopreventivos? São compostos naturais ou sintéticos utilizados para prevenir, inibir, desacelerar ou reverter a carcinogênese, antes mesmo que o evento clínico aconteça (SANTOS, 2010). NOTA TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS E O CÂNCER DE MAMA 13 4.1.3 Mamografia de rastreamento e diagnóstico A mamografia, para rastreamento e para diagnóstico, ainda é considerada o melhor método para detecção precoce do câncer de mama. Tem a capacidade de identificar lesões que não são palpáveis em exames clínicos, aumentando as chances de um ou de mais tratamentos eficazes, assim, reduzindo, significativamente, a taxa de mortalidade pela doença. Como qualquer outro método, a mamografia também possui limitações. Nem todas as lesões suspeitas de malignidade podem ser detectadas em um primeiro momento, apenas pela mamografia, principalmente, quando falamos de pacientes com a mama mais densa. Exames complementares também têm um papel muito importante na avaliação de pacientes de alto risco para câncer de mama, com mutação no gene supressor do câncer mamário BRCA1 e 2. Por esse motivo, a ultrassonografia e a ressonância das mamas têm sido utilizadas como métodos complementares em casos específicos, para um diagnóstico mais preciso. Para o Inca (2019), os fundamentos para o controle do câncer de mama se baseiam na prevenção, na detecção precoce e no tratamento. Para que isso aconteça, é necessário que sejam realizadas estratégias de conscientização da população, como realizar exames clínicos e obter imagens com técnicas adequadas, de modo que não venham a interferir no diagnóstico do paciente. • Mamografia para diagnóstico: É utilizada em pacientes com sinais e sintomas do câncer de mama, com os objetivos de diagnosticar e de investigar a doença. • Mamografia para rastreamento: Esta é utilizada em pacientes assintomáticas, como método de diagnóstico precoce do câncer de mama. O rastreamento mamográfico tem, como principal objetivo, reduzir a incidência de mortes pelo câncer de mama, em mulheres entre 40 e 74 anos. De acordo com o CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia), os estudos realizados mostram uma redução de 10% a 35% na taxa de mortalidade de pacientes rastreadas. O rastreamento é realizado em pacientes assintomáticas, com mamografias periódicas. Além da redução da taxa de mortalidade pela doença, objetiva, também, diminuir a probabilidade de mastectomias, quimioterapias, aumentando a taxa de sobrevida. Existe uma grande discussão em relação à idade do início do rastreamento mamográfico. A indicação, como já citado anteriormente, é que seja realizado a partir dos 40 anos de idade, mas vários estudos foram realizados e comparam a relação dos efeitos adversos que podem ser causados pela mamografia e a redução da taxa de mortalidade em pacientes entre 40 e 49 anos. Mesmo ainda não sendo comprovado, estudos mostram que, em muitos casos, os efeitos adversos, como exposições à radiação, resultados falso-positivos e overdiagnosis (tratamentos sem qualquer benefício), podem ser maiores nessa faixa etária, entre 40 e 49 anos. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 14 Observe o que o CBR menciona acerca do rastreamento mamográfico: As principais sociedades médicas no Brasil e no mundo são unânimes em recomendar o rastreamento mamográfico para as mulheres assintomáticas, iniciando a partir dos 40 anos ou 50 anos (dependendo do país), com uma periodicidade anual ou bienal (também variando em alguns países). No Brasil, as sociedades médicas recomendam o rastreamento mamográfico anual para as mulheres entre 40 a 75 anos. A ultrassonografia e a ressonância magnética são utilizadas para o rastreamento complementar, sempre após a mamografia, devendo ser reservadas para alguns grupos específicos de mulheres, como as de alto risco ou com mamas densas. FONTE: https://bit.ly/3ubaiAr. Acesso em: 18 abr. 2021. NOTA Acabamos de ver o que o CBR fala do rastreamento mamográfico. Aqui, no Brasil, o INCA (Instituto Nacional do Câncer), com o Ministério da Saúde, recomenda a realização do rastreamento mamográfico para mulheres de 50 a 69 anos com a periodicidade a cada dois anos. As informações acerca do rastreamento do câncer de mama são de fontes atualizadas, CBR (2020) e Inca (2019). • Mesmo que a dose de radiação nos exames mamográficos seja extremamente baixa, o risco aumenta, relativamente, com o número de exposições, levando a uma preocupação maior em relação ao risco da indução do câncer de mama pela radiação. • Para os resultados falso-positivos, o risco se refere, principalmente, à paciente com a mama mais densa, existindo um número maior de reconvocações para realização de exames adicionais, como ultrassom, levando, muitas vezes, à realização de biopsias com um resultado benigno. • Em questão da overdiagnosis, esses estudos mostram que os tratamentos que não dão resultados podem ocorrer em qualquer faixa etária. De acordo com o InRad (2017), isso pode acontecer quando o câncer diagnosticado não é progressivo ou apresenta progressão lenta, e o paciente pode morrer por outras causas. Em outros casos, a doença poderia regredir sozinha. Todos esses estudos ainda geram diversas discussões, pois tratar um câncer envolve identificar a função e o comportamento biológico. É evidente que não se discute a realização do rastreamento mamográfico, mas existe um intenso questionamento em relação à idade de início, término e periodicidade. 15 Acabamos de ver o que o CBR fala do rastreamento mamográfico. Aqui, no Brasil, o INCA (Instituto Nacional do Câncer),com o Ministério da Saúde, recomenda a realização do rastreamento mamográfico para mulheres de 50 a 69 anos com a periodicidade a cada dois anos. As informações acerca do rastreamento do câncer de mama são de fontes atualizadas, CBR (2020) e Inca (2019). Para saber um pouco mais acerca das recomendações de rastreamento mamográfico, leia a nota de esclarecimento do Colégio Brasileiro de Radiologia e a nota publicada pelo INCA e o Ministério da Saúde: https://bit.ly/3ubhlZz. DICAS 16 Neste tópico, você aprendeu que: • A história da mamografia teve início em 1913, e, nesse período, não existiam mamógrafos, então, eram realizadas radiografias da mama. • Com o passar do tempo, médicos e estudiosos começaram a se preocupar mais com as técnicas mamográficas, padronizando os posicionamentos e adquirindo imagens com potencial de diagnóstico do câncer de mama. • O câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais acomete as mulheres no Brasil e no mundo, sendo a causa mais frequente de morte por câncer nas mulheres. • Atualmente, o autoexame das mamas não é recomendado como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. • O rastreamento mamográfico tem, como principal objetivo, reduzir a incidência de mortes pelo câncer de mama em mulheres entre 40 e 74 anos, de acordo com o CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia). • No Brasil, o Inca (Instituto Nacional do Câncer), com o Ministério da Saúde, recomenda a realização do rastreamento mamográfico para mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 Os estudos relacionados ao método da mamografia tiveram início em 1913, com os estudos radiográficos da mama realizados pelo médico-cirurgião Albert Salomon, da Alemanha. Salomon avaliou mais de três mil amostras de tecidos de mamas mastectomizadas, e comparou os seus achados em microscópio com os sinais radiográficos das imagens. Contudo, não foi apenas ele que contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento da mamografia. De acordo com esse assunto, assinale a alternativa CORRETA, acerca das principais contribuições de Leborgene: a) ( ) Padronizou as técnicas de alta miliamperagem, com baixa quilovoltagem, com a Kodak b) ( ) Revitalizou o interesse pela mamografia, chamando a atenção para a necessidade de qualificação técnica para o posicionamento e os parâmetros radiológicos utilizados. c) ( ) Incluiu avaliação da mama e variações, de acordo com a idade e o estado menstrual, além das correlações radiológicas micro e macroscópica, com técnica de cortes histológicos seccionais da mama. d) ( ) Descreveu o aprimoramento de imagem obtido com a técnica de xeromamografia. 2 Os fatores de riscos são baseados em estudos realizados de acordo com a parte da população mais acometida pela doença, nesse caso, estamos falando do câncer de mama. Existem vários fatores que podem aumentar as chances de um indivíduo ser acometido por essa neoplasia, fazendo com que possamos compreender melhor o desenvolvimento. De acordo com esse assunto, analise as sentenças a seguir, acerca dos corretos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama: I- Alteração nos genes BRCA 3 e BRCA4, uso contínuo de anabolizantes; II- Obesidade, sedentarismo, não ter tido filhos. III- Exposições à radiação, menarca precoce, menopausa tardia. IV- Histórico familiar de câncer de mama em mulheres, com grau de paren- tesco de primeiro e segundo graus. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças II e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. AUTOATIVIDADE 18 3 Nos dias atuais, percebemos que as campanhas de prevenção têm sido adotadas e aceitas pela população, pois o câncer de mama se tornou um grande problema de saúde pública. Infelizmente, mesmo com todos os programas que giram em torno da prevenção da doença, os médicos, hoje, têm passado mais tempo tratando do que prevenindo. Acerca desse assunto classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas: ( ) Primária: impedimos a evolução da doença, com o diagnóstico precoce. ( ) Secundária: eliminamos a causa, evitando que a doença aconteça. ( ) Terciária: prevenimos, reduzimos ou eliminamos as complicações, aumentando a qualidade e o tempo de vida. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 A mamografia, para rastreamento e para diagnóstico, ainda é considerada o melhor método para a detecção precoce do câncer de mama, detectando lesões que não são palpáveis em exames clínicos. O aumento das chances de um tratamento mais eficaz reduz, significativamente, a taxa de mortalidade pela doença. De acordo com esse assunto, descreva o principal objetivo da mamografia para o rastreamento, e a classificação utilizada no Brasil. 5 Já sabemos que a prevenção é o principal foco e o objetivo dos órgãos públicos e privados para a redução da taxa de mortalidade pelo câncer de mama, apesar de sabermos que essa prevenção não é algo fácil, pois existem fatores que não podem ser controlados. Acerca desse assunto, descreva quais são as recomendações feitas para a realização do autoexame das mamas. 19 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM 1 INTRODUÇÃO A introdução da mamografia com emissão de raios-X foi aceita para uso clínico quando o alvo e o filtro de molibdênio foram introduzidos em 1966, e com a chegada do sistema tela-filme com emulsão em apenas um lado do filme, em 1972. Alguns acessórios e técnicas introduzidos em 1990 fizeram com que o exame de mamografia se tornasse uma técnica considerada excelente. São o estabelecimento da compressão mamaria, as técnicas mais estabelecidas, os geradores de alta frequência e o Controle Automático de Exposição (CAE) (BUSHONG, 2010). Por ser um exame desconfortável, os equipamentos de mamografia são projetados de forma que possamos posicionar os pacientes de maneira adequada, realizando a compressão necessária. FIGURA 5 – EXEMPLOS DE MAMÓGRAFOS - A, SENOGRAPH, DA GENERAL ELECTRICS; B, MAMMOMAT, DA SIEMENS FONTE: Adaptada de Bushong (2010) Acadêmico, além de falarmos dos acessórios do equipamento de mamografia, neste tópico, abordaremos o assunto de formação da imagem e algumas definições que nos ajudam a estabelecer a qualidade da imagem que adquirimos, pois, na mamografia, qualquer detalhe pode interferir nos resultados. 20 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 2 ACESSÓRIOS DO MAMÓGRAFO Acadêmico, no decorrer deste tópico, você verá os principais componentes e acessórios do aparelho de mamografia, mas, para que possamos entender como esses acessórios ficam dispostos no equipamento, veremos um breve resumo. De acordo com o Inca (2019), o mamógrafo possui um gerador de alta tensão; uma torre mecânica ou estativa, com um braço em forma de arco em “C”; e um painel de controle. Na extremidade superior do arco, fica alocado o cabeçote blindado com o tubo de raio-X. Na extremidade inferior, há o bucky, dentro dele, fica alocada a grade antidifusora, e, na parte inferior do bucky, há o CAE. No centro do braço em “C”, entre o tubo e o bucky, surge a bandeja de compressão da mama. O braço pode ser rotacionado sobre um eixo horizontal, permitindo a realização das diversas incidências. A altura do braço também pode ser ajustada para acomodar pacientes de diferentes alturas. FIGURA 6 – EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E PRINCIPAIS COMPONENTES FONTE: <https://bit.ly/3vzI9Do>. Acesso em: 18 abr. 2021. Os equipamentos de radiografia convencional são desenhados para que o campo de imagem seja centralizado abaixo da fonte de raios-X. Contudo, na mamografia, isso precisa ser diferente. Então, para os mamógrafos, a geometria do sistema é montada de forma que uma linha vertical imaginária saia da fonte de raios-X, passe rente à parede torácicae cruze, ortogonalmente, a borda do receptor de imagem mais próxima do paciente. Se deixássemos o feixe de raios-X centralizado sobre a mama, alguma parte do tecido próximo à parede torácica poderia ser projetada para o interior do corpo da paciente, não podendo ser registrada (INCA, 2019). https://docplayer.com.br/83894866-Avaliacao-da-dose-glandular-e-qualidade-da-imagem-de-pacientes-submetidas-a-mamografias-com-processamento-de-imagem-digital-marcio-alves-de-oliveira.html%3e. Acessado TÓPICO 2 — EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM 21 FIGURA 7 – GEOMETRIA BÁSICA DO FEIXE DE RAIOS-X - EM A, GEOMETRIA PARA MAMOGRA- FIA; EM B, GEOMETRIA NÃO ADEQUADA PARA MAMOGRAFIA, POIS PODE CAUSAR PERDA DA PORÇÃO POSTERIOR DA MAMA FONTE: <https://bit.ly/3gQT6MJ>. Acesso em: 18 abr. 2021. A seguir, você verá os principais componentes e acessórios que compõem um mamógrafo, além das funções: • Gerador de Alta Tensão: De acordo com Bushong (2010), o gerador de alta tensão está presente em todos os mamógrafos. Aceita uma entrada monofásica, que é retificada e suavizada por um capacitor para produzir uma forma de onda de tensão de corrente contínua (DC). A energia DC alimenta um circuito inversor, que converte a energia em um sinal de alta frequência (em geral, entre 5 e 10 kHz), que é novamente suavizado por um capacitor. A oscilação na voltagem aplicada ao tubo de raios-X é de, aproximadamente, 1% – um potencial praticamente constante. Quando comparados aos geradores antigos monofásicos e trifásicos, os geradores de alta frequência são menores e possuem um custo de produção menor. Conseguem fazer uma real reprodução da exposição, contribuindo para a aquisição de uma imagem de boa qualidade. O limite máximo de 600 mAs foi padronizado para prevenir doses de radiação excessivas para muitos pacientes. • Tubo de Raio-X: Conhecido, também, como ampola, possui um invólucro de vidro ou alumínio com vácuo. No interior, de um lado, há o ânodo, que é o lado positivo do tubo, chamado, também, de alvo, e, no outro lado, o cátodo, lado negativo do tubo que contém o filamento. Diferentemente dos aparelhos de raios-X convencionais, o mamógrafo possui um tubo projetado especialmente 22 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA para esse tipo de exame. De acordo com o INCA (2019), na parte interior do tubo, existe um filamento aquecido, que permite que elétrons sejam emitidos e acelerados por um campo elétrico e focados para atingir um alvo carregado positivamente, chamado de ânodo. FIGURA 8 – PRODUÇÃO DE FÓTONS DE RAIOS-X NO TUBO FONTE: <https://bit.ly/3gQT6MJ>. Acesso em: 18 abr. 2021. • Composição do alvo: O alvo do tubo de mamografia é feito de tungstênio (W), molibdênio (Mo) ou ródio (Rh). Segundo Bushong (2010), os mamógrafos produzidos atualmente têm combinações alvo/filtro de Mo/Mo. Alguns, também, são equipados com Mo/Rh e Rh/Rh. Os raios-X incidem na parte do ânodo que chamamos de alvo ou ponto focal. De acordo com o material escolhido (molibdênio, ródio ou tungstênio), é obtido um espectro de raios-X diferente. O espectro é composto de radiações-características (específicas do material-alvo) e de freamento (bremsstrahlung). No espectro, os fótons, que fazem parte da distribuição contínua de energia (radiação de freamento), e os que formam os picos monoenergéticos (radiação-característica), são denominados de fótons de raios-X. O alvo de molibdênio produz grande quantidade de raios-X com energias entre 18 e 20 keV, e, de ródio, entre 20 e 22 keV (INCA, 2019). • Ponto focal: Na mamografia, necessitamos de alta resolução espacial, principalmente, quando falamos de visualizar microcalcificações. Para que esse objetivo seja alcançado, é necessário que os mamógrafos tenham um ponto focal menor. Quanto menor o ponto focal, melhor a qualidade da imagem. Normalmente, os tubos de raios-X dos equipamentos de mamografia possuem pontos focais entre 0,1 e 0,3 mm de diâmetro. O formato do ponto focal também é muito importante. É preferível um ponto focal circular, mas podemos encontrar retangulares também. Para que tenhamos uma intensidade ideal de raios-X em toda a mama e um ponto focal pequeno, de acordo com o Bushong (2010), os fabricantes utilizam o princípio foco-linha e inclinam o tubo de raios-X para se obter um ponto focal efetivo, entre 0,1 e 0,3 mm. É necessário um ângulo de, aproximadamente, 23° TÓPICO 2 — EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM 23 para o anodo e de 6° de inclinação para o tubo de raios-X. Normalmente, o catodo é posicionado do lado da parede torácica, para facilitar o posicionamento do paciente, além da utilização do efeito anódico. FIGURA 9 – QUANDO SE INCLINA O TUBO DE RAIOS-X NO CABEÇOTE, O PONTO FOCAL EFICAZ É PEQUENO, A INTENSIDADE DE RAIOS-X É MAIS UNIFORME E O TECIDO DA PAREDE TORÁCICA APARECE FONTE: Adaptada de Bushong (2010) • Filtro: Na mamografia, utilizamos baixo kVp, por isso, precisamos que a janela do tubo de raios-X não atenue o feixe de raios-X significativamente. Por esse motivo, os tubos de raios-X, para mamógrafos, têm uma janela de berílio (Z=4) ou uma fina janela de vidro de borosilicato. A maioria dos tubos de raios-X, para a mamografia, tem uma filtração inerente na janela equivalente a 0,1 mm de Al. Além da janela, deve-se instalar filtros de raios-X de tipo e espessura apropriados. Quando utilizamos um tubo de raios-X com alvo de tungstênio, é necessário ter um filtro de molibdênio ou de ródio, pois os filtros reduzem a emissão de radiação bremsstrahlung de alta energia. As combinações recomendadas de alvo/filtro são Rh/Rh, Mo/Mo ou Mo/Rh. O uso do Rh como alvo ou filtro é indicado para mamas mais densas e mais espessas, quando o alvo for de tungstênio. É importante que o tecnólogo em radiologia saiba fazer a escolha mais apropriada, de acordo com as características da mama do paciente. • Estativa: A estativa está presente nos equipamentos de raio-X convencional e nos mamógrafos. O objetivo dessa parte do equipamento é servir de suporte para o braço em “C”. Possibilita que o braço deslize para cima e para baixo, podendo ajustar a altura de acordo com o paciente, fazendo rotações de -180° a +180°. A estativa traz mobilidade para o sistema tubo-detector, o que possibilita realizar, com facilidade, todas as incidências exigidas na mamografia. 24 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA • Controle Automático de Exposição (CAE): É muito difícil que um técnico ou tecnólogo consiga calcular a dose de exposição exata para a mama apenas pela inspeção visual, até mesmo porque depois de comprimida, a mama adquire outras espessuras. Por isso, o CAE foi criado para diminuir as chances de hipo, ou de hiperexposição. Esse é um dispositivo que se localiza abaixo do receptor de imagem e tem a capacidade de medir a radiação que atravessa a mama e o chassis. Assim que a quantidade suficiente de fótons atinge o sensor, a exposição é interrompida. A principal finalidade do CAE é garantir exposição uniforme e reprodutível e penetração dos tecidos mamários, independentemente da espessura ou da composição. FIGURA 10 – POSICIONAMENTO DO DISPOSITIVO PARA O CONTROLE AUTOMÁTICO DE EXPOSIÇÃO (CAE) FONTE: Adaptada de Bushong (2010) • Dispositivo de ampliação: O objetivo da ampliação é aumentar o tamanho da estrutura a ser analisada para melhorar a identificação de pequenos detalhes e lesões que são registrados na imagem. Essa ampliação é realizada com a distância da mama do receptor de imagem, podendo ser feita com ou sem compressão localizada. Obtemos essa distância com a utilização de um espaçador radiotransparente, chamado de dispositivo de ampliação. TÓPICO 2 — EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM 25 Com a ampliação da estrutura, causamos um borramento das bordas da mama, perdendo resolução espacial, mas conseguimos compensar esse efeito com um ponto focal de 0,1 mm (para exames, utiliza-se ponto focal de 0,3 mm). O que chamamos de tamanho real do pontofocal, normalmente, é maior do que o definido pelos fabricantes, que é chamado de tamanho nominal do ponto focal (INCA, 2019). FIGURA 11 – DISPOSITIVO DE AMPLIAÇÃO FONTE: <https://bit.ly/3gQT6MJ>. Acesso em: 18 abr. 2021. • Grades antidifusoras: Apesar do contraste das imagens mamográficas ser bom por causa da utilização de baixo kVp, a grade antidifusora ajuda a melhorar um pouco mais essa situação. A maior parte dos mamógrafos possui uma grade móvel com razão de grade entre 4:1 e 5:1, focalizada na DFR, para aumentar o contraste da imagem. Isso pode aumentar a dose para o paciente, mas ainda é aceitável, e a melhora no contraste é significativa. A (GCAT), Grade Celular de Alta Transmissão, é desenvolvida, especificamente, para a mamografia. As grades cruzadas reduzem a radiação espalhada em duas direções em vez de apenas uma, como no caso das grades de linhas paralelas. As linhas da GCAT são feitas de cobre, não há qualquer material nos espaços intermediários, e as dimensões físicas geram uma razão de grade de 3, 8:1 (BUSHONG, 2010). 26 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA • Receptor de imagem: Na mamografia, existem filmes de exposição direta, tela-filme e detectores digitais. Os filmes e as telas intensificadoras são desenvolvidos especialmente para a mamografia. Os filmes possuem emulsão em apenas um dos lados, que fica emparelhado com a tela intensificadora. • Dispositivo de compressão: A compressão mamária é necessária para que possamos garantir a qualidade do exame de mamografia. A compressão pode trazer um certo desconforto para a paciente na hora de realizar o exame, por esse motivo, vários profissionais acabam não realizando a compressão da forma correta, o que gera a perda da qualidade do exame, e borramento da imagem, muitas vezes, causado pelo movimento do paciente. De acordo com o Inca (2019), a força de compressão aplicada na mama deve ser de 11 kgf e 18 kgf (108 N e 177 N). Podemos observar que a compressão é realizada de forma correta quando o tecido mamário está bem espalhado, firme e uniforme. Segundo o Inca (2019), o objetivo de realizarmos a compressão da mama é: • Imobilizar a mama, reduzindo o movimento da paciente. • Reduzir a espessura da mama, contribuindo para a redução da dose. • Aproximar a mama do filme, contribuindo para aumentar o contraste e a nitidez, assim como reduzir a radiação espalhada. • Diminuir a superposição de estruturas da mama, reduzindo a possibilidade de lesões falsas e permitindo que lesões suspeitas sejam detectadas com mais facilidade. Acadêmico, mais adiante, abordaremos os tipos de sistemas e a aquisição de imagem, analógica e digital. ESTUDOS FU TUROS TÓPICO 2 — EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM 27 FIGURA 12 – PLACA OU BANDEJA DE COMPRESSÃO USADA PARA A REALIZAÇÃO DA MAMOGRAFIA FONTE: <https://bit.ly/3gQT6MJ>. Acesso em: 18 abr. 2021. 3 FORMAÇÃO DA IMAGEM A formação da imagem na mamografia acontece como na radiografia convencional, a única diferença que temos é o tipo de estrutura que pretendemos radiografar. No geral, sabemos que o feixe de raios-X proveniente do tubo incide sobre a estrutura. Parte desse feixe atravessa a estrutura, registrando as informações no receptor de imagem, outra parte se torna radiação secundária e o restante é absorvido pelo tecido. FIGURA 13 – PROCESSO DE PRODUÇÃO DA IMAGEM NA MAMOGRAFIA FONTE: <https://bit.ly/3gQT6MJ>. Acesso em: 18 abr. 2021. 28 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA 3.1 ETAPAS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM A mama é composta por estruturas de densidades e espessuras diferentes. Esse tecido sofre atuação diferenciada da radiação no momento da interação do feixe de raio-X e, com esse processo, temos a formação da imagem. • Formação dos raios-X: A produção dos raios-X ocorre dentro do tubo, após ser aplicada uma voltagem entre o catodo e o ânodo. A voltagem do tubo, o material do ânodo e o tipo de espessura do filtro determinam a transparência do tecido mamário na imagem. As configurações geométricas, o tamanho e o formato do ponto focal determinam a resolução da imagem (DRONKERS, 2003). • Formação da imagem pela radiação: A imagem é formada após sofrer interação com o tecido mamário. Como citado anteriormente, alguns fótons interagem com a estrutura e a atravessam, carregando as informações, registradas no receptor. • Papel da grade antidifusora: O objetivo da grade antidifusora é absorver ou modificar o feixe de radiação secundário antes que ele atinja o receptor de imagem, fazendo com que apenas os feixes primários ou mais energéticos cheguem no receptor. Como consequência, há uma imagem com mais qualidade e contraste. • Absorção da radiação no detector: O receptor de imagem absorve o quanta dos raios-X de forma parcial, e transfere as informações da imagem para uma tela intensificadora, que emite a luz quanta em forma de luminescência, podendo ser detectada por um filme ou chip (CCD), enquanto alguns detectores digitais diretos emitem elétrons. Quanto mais luz quanta nas telas intensificadoras ou elétrons nos dispositivos digitais diretos, maior a cadeia de informações gerada da imagem (DRONKERS, 2003). • Transformação da imagem no detector: Neste processo, possuímos a “imagem latente ou imagem não visível”. As informações geradas precisam ser transferidas ou processadas para tornarmos estas em uma “imagem visível”. Nos dispositivos tela-filme, é necessária a distribuição dos grãos ativos na emulsão do filme, que acontece no processo de revelação. Nas imagens digitais, precisa ocorrer a distribuição dos valores numéricos para cada pixel na memória do processador de dados (DRONKERS, 2003). • Processamento da imagem: No sistema tela-filme, para que possamos adquirir a imagem visível, é necessário o processo de revelação na processadora. Nos sistemas digitais, a imagem latente precisa ser armazenada na memória do computador, antes de ser exibida no monitor. Após esse processo, podemos visualizar a imagem no negatoscópico (tela-filme), ou na tela do computador (digital). TÓPICO 2 — EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA E FORMAÇÃO DA IMAGEM 29 3.1.1 Efeito anódico na mamografia A mama possui um formato cônico, o que faz com que seja necessária uma intensidade de radiação maior próxima à parede torácica do que do lado no qual fica o mamilo e, por esse motivo, o efeito anódico gera um bom resultado na mamografia, para que possamos ter uma exposição radiográfica uniforme. De acordo com Bushong (2010), o efeito anódico pode ser realizado posicionando o catodo na direção da parede torácica, mas isso não seria totalmente necessário, porque a compressão mamária garante que o tecido fique em uma espessura uniforme. FIGURA 14 – EFEITO ANÓDICO APLICADO POR MEIO DO POSICIONAMENTO DO CATODO DO LADO DA PAREDE TORÁCICA FONTE: Adaptada de Bushong (2010) 3.2 REQUISITOS TÉCNICOS E DEFINIÇÕES DA IMAGEM Todos os exames de imagem que realizamos necessitam de alguns requisitos que devem estabelecer se uma imagem está dentro dos padrões necessários para se ter um laudo adequado. Assim, existem fatores físicos e técnicos que devem ser avaliados para que possamos considerar se uma imagem possui uma boa qualidade: contraste, ruído, resolução espacial e nitidez. • Contraste: Podemos avaliar o contraste da imagem mamográfica como sendo a diferença de atenuação do feixe de raios-X entre os diferentes tipos de tecidos que compõem a mama, que possuem densidades diferentes, como tecido adiposo e em relação ao tecido glandular. Quanto maior for o contraste 30 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MAMOGRAFIA na imagem, mais evidentes são as áreas escuras e claras. De acordo com Dronkers (2003), o contraste é influenciado pela gradação do sistema tela- filme e pelo ajuste do nível da janela e largura da imagem digital. FIGURA 15 – ESCALAS DE CONTRASTE FONTE: <https://bit.ly/3gQT6MJ>. Acesso em: 18 abr. 2021. • Ruído: O ruído é um dos componentes da densidade óptica ou brilho da imagem que possui informações
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