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RELATÓRIO ESTÁGIO I - MICKELLY

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
REALIZADO EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM GRAVATÁ
CARUARU-PE
2023
MICKELLY EVELIN RIBEIRO DA SILVA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
REALIZADO EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM GRAVATÁ
Relatório de estágio apresentado como requisito
obrigatório de conclusão da disciplina de Estágio
Supervisionado I - Nutrição Social, tendo como
professora supervisora a professora Maria Andressa
Gomes Barbosa e preceptora de estágio a nutricionista
Maria Stephany da Silva Araújo.
CARUARU-PE
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS ESTAGIÁRIOS
5. CONCLUSÕES
6. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8. ANEXOS……………………………………………………………………………………
Anexo A- Pesagem dos pacientes em balanças mecânicas e digitais
Anexo B- Aferição da altura/estatura dos pacientes
Anexo C- Atividades contextualizadas para o conhecimento acerca do SUS na
abrangência da Atenção Básica
Anexo D- Resolução de caso clínico
Anexo E- Visitas domiciliares
Anexo F- Elaboração de materiais para pacientes
Anexo G- Ação/palestra sobre o câncer do colo do útero
Anexo H- Participação na Pré-Conferência de Saúde em Gravatá
Anexo I- Descrição e evolução dos pacientes no prontuário do paciente
Anexo J- Ficha de frequência
Anexo K- Ficha de avaliação
Anexo L- Termo de responsabilidade
1 INTRODUÇÃO
Os sistemas de atenção à saúde foram determinados pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como o conjunto de atividades cujo propósito central é promover a saúde de uma
população. Em razão disso, esses sistemas são respostas sociais, para responder às
necessidades, demandas e representações das populações, em determinada sociedade e em
um estabelecido tempo (MENDES, 2019). Ao se considerar a política de saúde como uma
política social, um adendo a ser destacado é da saúde ser um dos direitos inerentes à condição
de cidadania, uma vez que a inserção dos indivíduos na sociedade política somente se efetiva
a partir de sua colocação como cidadãos. Mais que um direito social, é cada vez mais
perceptível de se considerar o direito à saúde como um direito humano (BARROS; SOUZA,
2016).
Prevalecem, nos países em geral, duas crenças fundamentais: a saúde tem um valor
intrínseco para as pessoas e os serviços de saúde são necessários para manter e prolongar a
vida e para aliviar o sofrimento. Por esse motivo que diferentes sociedades apresentam os
mesmos objetivos para seus sistemas de atenção à saúde. As finalidades dos sistemas de
atenção à saúde são: o alcance de um nível ótimo de saúde distribuído de forma equitativa, a
garantia de uma proteção adequada dos riscos para todos os cidadãos, o acolhimento dos
cidadãos, a efetividade e a eficiência (SANTOS, 2018).
A atenção básica (ABS) é o nível de atenção que está presente em todo o território
nacional e por meio dela, das pactuações intermunicipais e dos sistemas regionais, as pessoas
poderão acessar os demais níveis do cuidado, assim denominados secundário e terciário.
Nesse viés, o projeto territorial do SUS depende da constituição de uma base que deve
funcionar como porta de entrada e centro de comando do sistema. Ao município cabe a
responsabilidade de ordenar a porta de entrada do SUS, tendo em vista os mesmos princípios
constitucionalmente previstos. O documento que regula as responsabilizações e os modos de
organização e financiamento é a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), cuja primeira
edição ocorreu há mais de dez anos (FARIA, 2020).
Os problemas frequentes que os sistemas de atenção à saúde apontam são de efetivação,
eficiência, qualidade e equidade. Sendo então, proveniente de diversos fatores, mas a extensa
profundidade das organizações sanitárias e suas particularidades ecoam em sua governança e
são, em grande parte, responsáveis por esses problemas. Determinados números expressam a
complexidade dos sistemas de atenção à saúde atual como a disponibilidade de 13 mil
diagnósticos, de 4 mil procedimentos cirúrgicos, de 6 mil medicamentos e de 20 mil
procedimentos clínicos (GOBIERNO VASCO, 2010).
Os benefícios de sistemas de saúde abarcados pela atenção primária à saúde de qualidade
são reconhecidos internacionalmente, e há consenso entre formuladores de políticas de que a
atenção primária deve ser fortalecida. Entretanto, sobressaem imprecisões quanto ao seu
significado e observam-se, na formulação e na implementação de políticas de atenção
primária à saúde, abordagens em aberto (GIOVANELLA, 2018). O modelo de Atenção
Primária em Saúde é desenvolvido, no Brasil, por meio da Estratégia Saúde da Família
(ESF), sendo baseado na atenção integral à saúde, com relações das equipes
multiprofissionais à população de um determinado território delimitado, possui ampla
capilaridade e é responsável pela coordenação das redes de atenção à saúde (FONTANA;
LACERDA; MACHADO, 2016).
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) já vem provocando um importante movimento
de reorientação do modelo de atenção à saúde no Brasil, em 2008 o Ministério da Saúde criou
os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) com o intuito de apoiar a inserção da ESF
na rede de serviços e ampliar a abrangência, a resolutividade, a territorialização, a
regionalização, bem como a ampliação das ações da AB no país. Sustenta-se por uma equipe
multiprofissional que atua dentro de diretrizes e com o objetivo de prestar apoio às equipes da
AB (BRASIL, 2009).
Deste modo, pensando na atuação e treinamento ativo dos futuros profissionais de saúde
que estarão atuando nessa área, se dá a suma necessidade e indispensável capacitação dos
estudantes estagiários, sendo entanto, o principal objetivo do estágio social em nutrição
proporcionar para os alunos as ferramentas de preparação para a introdução e inserção no
mercado de trabalho, mediante círculo de aprendizagem adequada e acompanhamento de
preceptor supervisionando desempenho do aluno no campo de ação. Com relação à obtenção
de benefícios e pontos positivos, o estágio permite o intercâmbio e a troca de novas
concepções e técnicas apreendidas pelo aluno através da vivência diária e a construção de
uma rede de relacionamentos. Sob este viés, é crucial aproveitar as perspectivas de
crescimento e desenvolvimento oferecidas durante este programa, que oferece um novo
reflexo para o futuro, através da construção de projeto de vida e carreira profissional.
Com intuito de apresentar a experiência vivida no estágio supervisionado de cunho
social, ofertado pela Prefeitura Municipal de Gravatá em consonância com a Secretaria
Municipal de Saúde de Gravatá, será relatado os passos e experiências ofertadas. Após
conclusão das 180 horas decorrente de 30 dias não consecutivos, porém bem desenvolvidos,
que irá contribuir para a elaboração do relatório do estágio supervisionado do curso
Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário Maurício de Nassau em Caruaru no estado
de Pernambuco.
2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
Foi ofertado estágio supervisionado sob preceptoria de uma nutricionista da equipe
multiprofissional da cidade de Gravatá. Em uma reunião que efetuou-se em fevereiro de 2023
foi acordado os delineamentos que ocorreriam durante o estágio e as possíveis dificuldades
que se encontrariam para acessar o local de estágio. Dentro do acesso da profissional, ocorreu
um rodízio de atendimentos em várias Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade,
conhecidos como Postos de Saúde, em que seu acesso ficou apenas restritos à zona rural que
não havia transporte disponível, mas que não acometeu o desenvolvimento da formação.
Os atendimentos da área de abrangência das UBS’s de responsabilidade da nutricionista
preceptora, tiveram como propósito o reconhecimento do processo de saúde e alimentação da
população atendida por meio de observações das condições físicas, resultados de exames
laboratoriais e investigação do consumo alimentar. O acompanhamento foi feito para duas
estagiárias quese revezavam em atendimentos e prescrições da dieta. Esse processo de
formação se deu no dia 01 de março, com a preceptora e duas estagiárias, até o dia 09 de
maio, com seguimento das mesmas pessoas.
O serviço de assistência dietoterápica sempre se dava na sala de farmácia, ou na sala do
médico, ou na que realmente estivesse disponível. Já ocorreu de precisar ser feito no local
onde a população aguardava o atendimento, para não ser necessário dispensar as consultas.
Outrossim, não se resumiu a ambulatórios, mas a consulta nutricional chegou a nível
domiciliar e com todo suporte e qualidade que se oferece nas UBS’s, assim sendo, a
caracterização do local de estágio abrangeu 9 UBS’s e 7 visitas domiciliares. Com isso,
através da tabela 1 será descrito os locais das UBS’s que aconteceram os atendimentos de
estágio na cidade de Gravatá.
1° POSTO
Nome: USF Aldeir Menezes - Maria Auxiliadora
Local: R. Manoel Ribeiro de Andrade, 152-176 - Centro, Gravatá - PE, 55641-755
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
2° POSTO
Nome: USF CAIC 1 e 2
Local: R. Alto do Querino, 55 - Bairro Novo, Gravatá - PE, 55643-130
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
3° POSTO
Nome: USF Posto II
Local: R. Jorn. Luís Nascimento - Gravatá, PE, 55643-340
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
4° POSTO
Nome: USF Casa Nova
Local: Entrada da cidade de Chã Grande
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
5° POSTO
Nome: USF Maria Gomes de Araújo - Posto III
Local: R. São Gregório - Bairro Novo, Gravatá - PE, 55643-215
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
6° POSTO
Nome: USF Santa Helena - Posto IV
Local: R. Alto do Quirino - Gravatá, PE, 55643-130
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
7° POSTO
Nome: USF Jucá
Local: R. Quatro de Outubro - Centro, Gravatá, PE, 55644-669
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
8° POSTO
Nome: USF Mandacaru
Local: R. Cônego Américo Pita - Mandacaru, Gravatá, PE, 55643-470
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
9° POSTO
Nome: USF Judas Tadeu
Local: R. do Alecrim, 1 - Cruzeiro, Gravatá - PE, 55644-330
Tipo de Atendimento: Ambulatorial
2.1 - Locais e datas referentes ao período de estágio
2.1.1 Agenda do mês de março de 2023
01/03 quarta-feira
Manhã: Mª Auxiliadora
Tarde: Mª Auxiliadora
02/03 quinta-feira
Manhã: CAIC 1 e 2
Tarde: colocar produção
07/03 terça-feira
Manhã: Casa Nova
Tarde: Posto 3
08/03 quarta-feira
Manhã: Jucá
Tarde: Posto 4
09/03 quinta-feira
Manhã: Judas Tadeu
Tarde: colocar produção
14/03 terça-feira
Manhã: Visita
Tarde: Posto 2
15/03 quarta-feira
FERIADO
17/03 sexta-feira
Manhã: Mandacaru
Tarde: Colocar produção
21/03 terça-feira
Manhã: São
Severino/Limeira
Tarde: Jucá
22/03 quarta-feira
Manhã: Russinhas
Tarde: Posto 4
23/03 quinta-feira
Manhã: CAIC 1 e 2
Tarde: colocar produção
28/03 terça-feira
Manhã: uruçu
Tarde: Posto 3
29/03 quarta-feira
Manhã: Mª Auxiliadora
Tarde: Posto 2
30/03 quinta-feira
Manhã: Judas Tadeu
Tarde: colocar produção
2.1.2 Agenda do mês de abril de 2023
04/04 terça-feira
Manhã: Jucá
Tarde: Posto 4
05/04 quarta-feira
Manhã: Judas Tadeu
Tarde: Posto 3
06/04 quinta-feira
Manhã: CAIC 1 e 2
Tarde: colocar produção
11/04 terça-feira
Manhã: Casa Nova
Tarde: Posto 2
12/04 quarta-feira
Manhã: Maria Auxiliadora
Tarde: Maria Auxiliadora
14/03 sexta-feira
Manhã: Mandacaru
Tarde: colocar produção
18/04 terça-feira
Manhã: São
Severino/Limeira
Tarde: Posto 4
19/04 quarta-feira
Manhã: Russinhas
Tarde: Jucá
20/04 quinta-feira
Manhã: Judas Tadeu
Tarde: Colocar produção
25/03 terça-feira
Manhã: Uruçu
Tarde: Posto 2
26/04 quarta-feira
Manhã: Maria Auxiliadora
Tarde: Posto 3
27/04 quinta-feira
Manhã: CAIC 1 e 2
Tarde: colocar produção
2.1.3 Agenda do mês de maio de 2023
02/05 terça-feira
Manhã: Jucá
Tarde: Posto 4
03/05 quarta-feira
Manhã: Visita
Tarde: Posto 3
04/05 quinta-feira
Manhã: Judas
Tadeu Tarde: colocar
produção
09/05 terça-feira
Manhã: Casa Nova
Tarde: Posto 2
3 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA
Composto por três distritos (Gravatá, Mandacaru e Uruçu-mirim), o município de
Gravatá localiza-se a 81 km de Recife, capital pernambucana. Sua população, de acordo com
estimativas do IBGE de 2021, era de 85 309 habitantes, distribuídos em uma área de 506,946
km². Em 1808, o município de Gravatá teve sua origem, numa fazenda pertencente a José
Justino Carreiro de Miranda, local que servia como hospedagem para os viajantes que iam
comercializar o açúcar e a carne bovina, principais produtos da época, que eram carregados
em embarcações do Recife até o interior para as cidades de Caruaru, Pesqueira, Arcoverde,
entre outras cidades do agreste e sertão pernambucanos. A cidade de Gravatá conta com uma
Secretaria Municipal de Saúde, localizada na rua Dr. Régis Velho, bairro do Cruzeiro, com
horários que se estendem das 7:00hrs até as 13:00hrs.
Em sua página oficial, declaram ser as competências da Secretária de Saúde: (Lei
3718/2017) Art.17. Compete à Secretaria de Saúde: I. realizar a gestão administrativa e
financeira do Sistema Municipal de Saúde; II. planejar, executar e monitorar os resultados da
aplicabilidade dos recursos financeiros do Fundo Municipal de Saúde com os objetivos de
assistir à população; III. gerenciar e desenvolver as estruturas e serviços adequados às
necessidades epidemiológicas locais, com prioridade às ações de educação, prevenção e
promoção da saúde; IV. planejar, coordenar e monitorar as ações de Atenção Básica, Média
Complexidade e Vigilância em Saúde como os principais serviços da secretaria Municipal de
Saúde; V. gerenciar os Recursos Humanos do Sistema Municipal de Saúde; VI. promover
ações intersetoriais de saúde; VII. participar dos Processos de Regionalização da IV Regional
de Saúde; VIII. promover a participação social e fortalecer o controle social; IX. apoiar as
ações do Conselho Municipal de Saúde; X. realizar outras ações correlatas.
A população atendida na cidade de Gravatá, através do Sistema Único de Saúde (SUS)
pela porta de entrada, designado pela Unidades Básicas de Saúde (UBS), tem de primordial
características: Público predominante de mulheres, pardos, renda social baixa, sobrepeso e
obesidade, portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus 2 (DM2),
dislipidemias mistas, esteatose hepática, alergias alimentares, consumo de álcool e
inadequação alimentar. Praticamente 95% da população acompanhada fazia uso de
medicação para tratamento de algumas das patologias citadas e juntamente a isso vinha a
prática inadequada da alimentação com mitos, crenças e tabus.
Abordando a alimentação dos indivíduos atendidos, percebe-se o alto consumo de
comidas industrializadas, embutidas e processadas, com alto teor de gordura trans e
saturadas, não obstante de uma alimentação rica em açúcares, sódio, bebidas gaseificadas
acompanhada do consumo alcoólico. Uma prática muito recorrente que foi relatado esteve na
restrição alimentar, sendo essa primordialmente pela falta de informações acerca do que
realmente consumir, fazendo a aplicação indevida de retirar de uma a três refeições ao dia, ou
fazendo substituições das principais refeições por “shake emagrecedor” ou “suco detox”. O
uso recorrente de temperos industrializados na preparação dos alimentos esteve presente em
80% dos casos em que pelo menos 30% não tinham o conhecimento sobre a existência dos
temperos naturais.
Um fato sobre a preparação dos alimentos se deu na falta de discernimento sobre os
prejuízos que pode ser gerado na saúde, como já mencionado, o uso de temperos
industrializados foram imensuravelmente abusivo, assim como o uso de embutidos e
processados como paio, calabresa, carne de charque, bacon e entre outros. Discutindo sobre
os alimentos não tradicionais, foram encontrados desde problemas relacionados à aquisição
financeira, hábitos de paladar infantil até transtornos alimentares, exemplificando: água de
berinjela com limão, arroz com queijo ralado e bolacha com margarina. Deste modo, em
alguns acompanhamentos nutricionaiso que mais se encontravam foi a não adesão ao plano
alimentar e a maior justificativa registrada foi “não segui o plano alimentar porque não quis”.
A respeito dos exames laboratoriais, o que mais foi encontrado adveio de alterações no
colesterol total e suas frações, HDL e LDL, assim como os triglicerídeos. Primordialmente
veio as desordens na glicemia, essa que é grande causadora de diabetes, e junto a ela veio
também variações da hemoglobina glicada, um parâmetro que mostra como se comportou a
glicemia em longo prazo. Logo após, o hemograma, que em muitos casos se revelou
prejudicada no quesito da deficiência de ferro e alterada no leucograma principalmente pela
diminuição da imunidade que houve após a remissão de viroses.
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS ESTAGIÁRIOS
4.1 - Pesagem dos pacientes em balanças mecânicas e digitais
A curiosidade em medir a quantidade dos diferentes componentes do corpo humano
iniciou no século XIX e intensificou no final do século XX devido à combinação do excesso
de gordura corporal com o elevado risco em desenvolver doenças do tipo arterial coronariana,
hipertensão, diabetes tipo II, pulmonar obstrutiva, osteoartrite e certos tipos de câncer
(Heyward & Stolarczyl, 2000).
No século XX, a verificação da composição corporal era feita in vitro, ou seja, pela
dissecação de cadáveres, considerada um método direto de medir os principais componentes
do corpo humano. Logo após, intensificou-se os estudos para estabelecer métodos indiretos
para determinar a composição corporal. Foram encontrado dois grandes resultados, os quais
são válidos até hoje: (1) o estabelecimento da pesagem hidrostática como método critério
para todos os outros métodos indiretos; (2) a aceitação do modelo de dois componentes (peso
gordo e peso magro) como base para estudos da composição corporal. Desse modo em diante,
vários métodos de análise da composição corporal foram desenvolvidos (MONTEIRO;
FILHO, 2002).
Entendendo a importância de ter o conhecimento acerca do peso corporal do paciente,
foi-nos ensinado a respeito da necessidade da pesagem inicial antes da consulta nutricional.
Em virtude disso, em cada UBS eram ofertados balanças digitais ou mecânicas, que de início
não era de nosso conhecimento o manuseio das balanças mecânicas e com isso foi dedicado
um tempo exclusivo para o nosso aprendizado. A balança mecânica requer atenção nos
mínimos detalhes, para então ter a precisão exata do peso corporal do indivíduo. No ANEXO
A demonstra nossa participação na pesagem dos pacientes.
4.2 - Aferição da altura/estatura dos pacientes
A estatura de um indivíduo submete-se à interação entre seu potencial genético e o
ambiente. São os fatores ambientais os necessários e essenciais, responsáveis pelas variações
de estatura entre diferentes populações. Na realidade, a estatura, reflete as condições
socioeconômico-culturais de uma sociedade, sendo o atraso de crescimento linear um dos
mais sensíveis indicadores da desigualdade de uma população (CORRÊA et al., 2017).
Em concordância com a importância do peso, vem em seguida a altura do paciente, que
é realizada em sequência. Em cada UBS encontra-se aparelho para mensurar a altura, o
estadiômetro, fixado na parede ou então no formato móvel. Em cada indivíduo se explicava
os procedimentos corretos: 1- remover os sapatos; 2- retirar qualquer adereço que estiver na
cabeça; 3- costas encostadas na parede ou estadiômetro; 4- pés juntos; 5- olhar para
horizonte/frente. No ANEXO B demonstra nossa participação na aferição da altura.
4.3 - Elaboração de orientações nutricionais individualizadas
As atividades de educação nutricional possuem lugar de reconhecimento no tratamento
de diversas doenças e transtornos, como, por exemplo, doenças cardiovasculares e
pulmonares, no entanto, a adesão às orientações é imprescindível para que se obtenham os
resultados aguardados da educação alimentar. A aceitação às orientações recomendadas induz
o sucesso do tratamento da doença e reeducação alimentar, é um processo multifatorial que
se estabelece mediante parceria entre o profissional da saúde e o paciente, abrangendo
diversos aspectos, que vão desde a frequência dos atendimentos até o desenvolvimento da
consciência para o autocuidado e supervisão da busca de saúde, formando atitudes, hábitos e
práticas alimentares saudáveis (ESTRELA, 2017).
Sendo assim, a proposta da dieta individualizada foi estimulada logo no primeiro dia,
em que foi ensinado passo a passo da montagem dessa dieta, visando qualidade, quantidade,
aceitação, fácil acesso, respeitando hábitos alimentares já instituídos e culturais. Em cada
dieta foi proposto alimentos para cada refeição, que abrangeu desde o café da manhã até a
janta e em cada refeição tinha mais de uma opção. Ao final da dieta eram colocados
orientações nutricionais específicas de acordo com patologias, problemas relacionados à
adesão, recomendação de temperos naturais, quantidade de água recomendada, alimentos a
serem evitados, alimentos que devem ser priorizados, como também a montagem dos
horários das refeições de acordo com o paciente.
A seguir, segue-se uma tabela com os principais alimentos em suas refeições, propostos
para as características do público atendido, que se objetivou o público social.
Café da manhã Fruta:Mamão ou abacate ou laranja ou manga ou
banana-maçã ou uva ou acerola;
Acompanhamento: Panqueca ou crepioca ou tapioca
(recheio: ovo ou frango desfiado ou queijo coalho);
Macaxeira ou inhame ou cará ou batata doce (branca ou
vermelha);
Cuscuz com aveia;
Sopa de legumes ou de carne vermelha magra ou de frango ou
de peixe ou de feijão;
Bolo caseiro (macaxeira ou de banana ou de cenoura ou de
laranja ou de limão);
Vitamina de banana ou de mamão ou de abacate;
Papa de aveia;
Omelete de ovos;
Sanduiche natural (patê: frango desfiado + cenoura ralada +
requeijão light + milho + orégano);
Fibras: semente de chia ou semente de linhaça ou farinha de
aveia.
Lanche da manhã/tarde Pizza lanche (pão de forma integral + frango desfiado + queijo
coalho ou requeijão light + tomate + orégano);
Sanduiche natural (patê: frango desfiado + cenoura ralada +
requeijão light + milho + orégano);
Chips de batata doce;
Chips de maçã + canela;
Banana maçã + 2 bloquinho de chocolate 60% cacau;
Papa de aveia;
Salada de fruta;
Sorvete caseiro (banana-maçã congelada + outra fruta
congelada = bate no liquidificador);
Vitamina de banana ou de mamão ou de abacate;
Pipoca caseira (sem óleo/margarina/manteiga/sal) (ser feito na
água);
Cookie funcional (banana-maçã + cacau + farinha de aveia).
Almoço Arroz (com cenoura ou brócolis ou couve ou batata inglesa);
Feijão ou grão de bico ou lentilha ou ervilha;
Peito de frango ou carne vermelha magra ou peixe ou ovo ou
soja;
Salada de verduras crus e ao vapor (50% do prato);
Purê de batata inglesa ou de jerimum;
Panqueca de aveia (recheio: frango desfiado ou carne
vermelha magra moída + tomate + queijo coalho);
Mexido de repolho;
Batata rústica (batata inglesa cozida + azeite + páprica +
orégano = forno);
Farofa de couve (farinha de aveia + couve refogada no alho e
cebola).
Jantar Creme de jerimum ou de batata inglesa ou de feijão + frango
desfiado;
Papa de aveia + fruta;
Cuscuz + aveia + proteína;
Omelete de ovos;
Sopa de legumes ou de carne vermelha magra ou de frango ou
de peixe ou de feijão;
Macaxeira ou inhame ou cará ou batata doce (branca ou
vermelha).
4.4 - Atividades contextualizadas para o conhecimento acerca do SUS na abrangência
da Atenção Básica
Para Souza, o serviço de saúde, ao aderir atividades voltadas ao usuário, faz-se o papel
de desenvolver capacidades de acolher, responsabilizar, resolver e autonomizar. Nesse
sentido, o trabalho em saúde deve incorporar mais tecnologias leves que se materializam em
práticas relacionais, como, por exemplo, acolhimento e vínculo. Com esse olhar, conclui-se
a importância do profissional de saúde prioritariamente ter conhecimento acerca da
verdadeira AtençãoBásica e assim estar inserido no acesso e acolhimento dos pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Através do mencionado, foi proposto a montagem do conhecimento estruturado acerca
do SUS, com isso, a atividade realizada foi um texto corrido com as seguintes temáticas: 1- O
nutricionista e sua importância no âmbito do Sistema Único de Saúde; 2- Obesidade e
desnutrição: uma visão na saúde pública. Dessa maneira, foi concretizada os manejos,
entendimento e discernimento acerca dos temas. Os textos produzidos estarão anexados no
tópico de ANEXO no item C.
4.5 - Resolução de caso clínico
No objetivo de auxiliar a formação de profissionais no que aponta ao ensino do
raciocínio diagnóstico, o estudo de caso, enquanto estratégia de ensino, pode ser um recurso
simplificador que gera a atenção para sua utilização na prática clínica. Delimita-se em estudo
de caso com análise acurada de uma situação real, que permite a dialogicidade entre
preceptor e estudante, ou seja, a aprendizagem centrada no aluno e o preceptor como
conciliador desse processo. O estudo de caso também norteia o aluno para o estabelecimento
de prioridades, além de beneficiar a avaliação das competências dos estudantes relacionadas à
cognição, comunicação, procedimentos e trabalho em equipe (GOÉS et al., 2014).
Com esse viés, no intuito de ter dinâmica participativa e resolutiva de caso clínico, além
do ambulatório, foi estimulado a resolução de caso clínico, em que foi necessário discutir
sobre classificação do estado nutricional, incluindo curvas de crescimento, conceituação das
patologias, diagnóstico nutricional, necessidades nutricionais, ingestão hídrica, prescrição
dietética, orientação nutricional, verificação de sinais físicos e seus respectivos diagnósticos
nutricionais e por fim, orientar quanto aos hábitos alimentares e estilo de vida da paciente e
família. A resolução do caso clínico estará anexada no tópico de ANEXO como item D.
4.6 - Visitas domiciliares
Com a adoção do Programa Saúde da Família (PSF), as visitas domiciliares surgem
como uma das principais diretrizes da estratégia, seja pela oportunidade de se entrar no
ambiente familiar e entender melhor esta realidade (e assim delimitar planos de ações
pertinentes aqueles cenários), seja pelo motivo de uma série de pacientes antes
“abandonados” pelo sistema de saúde devido às suas incapacidades de locomoção, como
vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), paraplégicos, deficiente mentais que se recusam
a deixar sua casa, dentre outros casos, hoje, podem ter contemplados seu direito ao
acompanhamento e ao atendimento dentro de casa (MENDES; OLIVEIRA, 2007).
Através dessa abordagem, foi realizado no estágio supervisionado visitas domiciliares a
pacientes impedidos de ir ao ambulatório, por causa diversas, dentre a de maior prevalência o
AVC, transtorno mentais e idade avançada. Foram feitos os mesmos procedimentos
executados no ambulatório da UBS e a entrega da dieta e orientação nutricional foi feita de
forma clara e precisa. Ao todo foram contabilizados 7 atendimentos nutricionais à domicílio
na cidade de Gravatá no período do dia 01 de março a 09 de maio de 2023. No ANEXO E
demonstra nossa participação nas visitas à domicílio.
4.7 - Elaboração de materiais para pacientes
A Educação Permanente em Saúde (EPS) sucede na prática, na modificação do processo
de trabalho orientado para o aperfeiçoamento da qualidade dos serviços de saúde e para a
integralidade e equidade no cuidado e no acesso aos mesmos. A Política Nacional de
Educação Permanente em Saúde (PNEPS) estimula a educação continuada dos profissionais
da saúde com vistas a diminuir insuficiências da formação destes. O PNEPS
estabeleceu o compromisso com as necessidades do sistema de saúde. Dessa forma,
proporciona novas práticas que direcionam os profissionais da saúde ao trabalho em equipe, a
gestão participativa e a corresponsabilização nos processos de ensino-aprendizagem
(LISBÔA et al., 2022).
Sendo assim, para o processo de ensino-aprendizagem seja concretizada aos pacientes, é
necessário oferecer materiais que ilustrem de forma objetiva tudo aquilo que foi orientado no
ambulatório, nesse caso, foi orientado e instruído na formação de folder ou poster educativos
nos seguintes eixos:
1. Orientações nutricionais para pacientes oncológicos;
2. Orientações nutricionais para pacientes celíacos;
3. Orientações nutricionais para pacientes diabéticos;
4. Orientações nutricionais para pacientes hipertensos;
5. Orientações nutricionais para pacientes renais;
6. Orientações nutricionais para introdução alimentar (em formato de pôster);
7. Orientações nutricionais para introdução alimentar (em formato de folder);
8. Orientações nutricionais para pacientes com síndrome dos ovários policísticos;
9. Orientações nutricionais para prevenção do câncer do colo do útero.
Os materiais didáticos produzidos estarão anexados no tópico de ANEXO como F.
4.8 - Ação/palestra sobre o câncer do colo do útero
Na área da saúde, as ações educativas não eram elencadas como essenciais e, quando
praticadas, seu intuito era domesticar as pessoas para seguirem as regras impostas. Assim, os
trabalhadores da saúde ficaram limitados para refletir sobre as práticas educativas
desenvolvidas nos serviços de saúde. Nesse meio-tempo, a maior adversidade encontrada
pelas equipes de saúde é ao trabalharem em um modelo de atenção guiada em práticas
curativas e hospitalocêntricas, que acabam condicionando sua prática educativa a ações que
visam apenas modificar comportamentos inadequados. Com isso, as práticas hoje adotadas
em saúde procura reorientar as ações, com ênfase às práticas de educação e promoção da
saúde, trabalhando os conteúdos de forma crítica e contextualizada, sempre impulsionando a
participação da população (ALVES; AERTS, 2011).
No tangente a participação social, foi impulsionado a busca de uma ação/palestra com as
mulheres da UBS de Aldeir Menezes - Maria Auxiliadora, alusivo ao mês da prevenção
contra o câncer do colo do útero, com isso, foi buscado demonstrar através de imagens
impressas os alimentos que ajudam na prevenção e os alimentos que impulsionam o
aparecimento do câncer, sempre frisando que não há alimento que cura, mas um estilo de vida
que previne, também levamos dados acerca dessa epidemiologia e foi entregue material
didático (citado no item 4.6) sobre alimentos benéficos para sua profilaxia. Foi uma
orientação de estagiárias de nutrição, nutricionista e enfermeira. No ANEXO G demonstra
nossa participação e interação na ação/palestra.
4.9 - Participação na Pré-Conferência de Saúde em Gravatá
As conferências de saúde consistem em uma conquista social, sendo hoje parte
institucional do Brasil democrático. Podem ser dispostas como espaços institucionais de
participação, representação e deliberação que requerem esforços diferenciados, tanto de
mobilização social, como de construção da representação política e do diálogo em volta da
definição de uma determinada agenda de política pública. Os órgãos encarregados pela
convocação e realização das conferências, ao regulamentá-las, detalham os temas, os
objetivos e estabelecem as comissões organizadoras (FARIA; LINS, 2013).
No período em que se realizou o estágio foi agendado as pré-conferências e conferências
de saúde da cidade de Gravatá, foi nos entregue o arquivo com as propostas de temas a serem
impulsionadas pela população para que os mesmos propusessem possíveis ajustes e soluções
para os temas entregues, logo em seguida, íamos dialogando com essa população através da
assistência da nutricionista, médico, enfermeira, técnica em enfermagem e ACS. No ANEXO
H demonstra nossa participação e interação na pré-conferência de saúde em Gravatá.
4.10 - Descrição e evolução dos pacientes no prontuário do paciente
Cotidianamente, profissionais que executam serviços de cuidado e assistência à saúde
pleiteiam manter registros das informações do estado de saúde, enfermidades e cuidadosprestados a cada paciente. A soma das anotações dessas informações resulta em um registro
médico conhecido como Prontuário do Paciente. O prontuário em papel apresenta-se desde a
época de Hipócrates, considerado o pai da medicina (DORILEO; PONCIANO; COSTA,
2006).
Logo após cada consulta nutricional no ambulatório, foi concedido o prontuário do
paciente para fazermos sua evolução e descrever o que aconteceu no decorrer das orientações,
assim como, todos os relatos informados pelo paciente em relação às suas queixas de
sintomas, a causa da sua não adesão a antiga orientação, evoluções decorrente de consultas
anteriores e a descrição do novo protocolo montado. No final, há supervisão da nutricionista e
em seguida, alguma possível correção acompanhado do seu carimbo. No ANEXO I demostra
nossa participação na elaboração do prontuário do paciente.
5 CONCLUSÕES
No tangente período de estágio, foi possível vivenciar a realidade dos atendimentos
ambulatoriais e domiciliares de uma nutricionista no Sistema Único de Saúde (SUS),
experiência que foi além do esperado, de forma positiva, no qual houve correlação teórica
com a prática. Além disso, foi acompanhado de perto a responsabilidade da promoção,
prevenção e tratamento tanto nas UBS’s, quanto nas visitas domiciliares, através da
adequação alimentar em sua individualidade e totalidade.
Foi ofertado a oportunidade do desenvolvimento oral, quanto a isso, experiência sem
igual, em que pudemos colocar nossos conhecimentos científicos em mesa e adequá-los
quanto ao público alvo, abrangendo desde o público infantil à população idosa, que tinham
como características culturas diferentes, pensamentos e linguagem típicas. Inserido nesse
contexto, não podemos deixar de mencionar nossa participação em ações e pré-conferências
que cooperaram para nossa postura quanto futuros profissionais nutricionistas.
Destacando-se a presença em todos os momentos da nutricionista, sempre acompanhando
nosso desenvolvimento quanto estagiárias e a confiança quanto a autonomia a nós cedidas,
isso foi essencial no contato com a realidade, pois foi possível conhecer sua rotina de
trabalho, assim como o auxílio dado na execução das atividades, como pesagem dos
pacientes, orientações corretas e não menos importante, a elaboração dietoterápica correta
para cada caso. Reconhecemos sua dedicação em transmitir conhecimento teórico e prático,
que foi enriquecedor para nossa formação.
Dessa forma, em frente ao período de formação que abrangeu o dia 01 de março à 09 de
maio, o estágio supervisionado de nutrição social realizado na Atenção Básica de Gravatá,
foi representado significativamente com uma profissional nutricionista competente, uma vez
que proporcionou a integração de saberes construídos ao longo desse tempo, a ela, seu mérito
e honra.
6 RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES
A experiência do estágio social em nutrição trouxe consolidação dos conhecimentos
técnico-científico vivenciados na faculdade, de forma aprofundada e bem consolidada, o que
veementemente contribuiu no desenvolvimento da minha capacidade de relacionamento
interpessoal, posicionamento profissional, resolução frente à problemática, consolidação da
minha oratória, sendo adequada a comunicação com o público-alvo e a oportunidade de ser
apoio nutricional dos pacientes, verificando os riscos nutricionais, estado nutricional e
adequação da intervenção nutricional.
Com isso, deixo minhas recomendações e sugestões acerca do estágio nutricional, que
abrange em muito, o investimento governamental:
1. Aumentar o investimento em balanças, estadiômetros/infantômetros, fitas métricas e
equipamentos de segurança individual exclusivamente para nutricionista;
2. Capacitação da equipe multiprofissional para recebimento dos estagiários, seja de
qualquer área, pois são futuros profissionais que estão à campo para adquirir
conhecimento;
3. Treinamento dos trabalhadores/profissionais atuantes nas UBS’s, acerca do respeito
ao paciente e profissional em atividade, interrupções da consulta resultam em
constrangimentos e distrações, é recomendado esperar a finalização do atendimento
para que entre na sala;
4. Fornecimento de transporte para profissional e estagiário que atendem em zona rural
ou localizações distantes, se fez muito descaso nesse ponto.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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CORRÊA, M. M. et al. Razão cintura-estatura como marcador antropométrico de excesso de
peso em idosos brasileiros. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, 2017.
DORILEO, É. A. G.; PONCIANO, M.; COSTA, T. Estruturação da evolução clínica para o
prontuário eletrônico do paciente. In: CBIS-X Congresso Brasileiro de Informática em
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multiprofissional em gestão das listas de espera. Saberes Plurais: Educação na Saúde, v. 6,
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SOUZA, E. C. F. Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da percepção dos
usuários e profissionais de saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, p. s100-s110, 2008.
8 ANEXOS
Anexo A - Pesagem dos pacientes em balanças mecânicas e digitais
ANEXO B- Aferição da altura/estatura dos pacientes
ANEXO C- Atividades contextualizadas para o conhecimento acerca do SUS na
abrangência da Atenção Básica
OBESIDADE E DESNUTRIÇÃO: UMA VISÃO NA SAÚDE PÚBLICA
Mickelly Ribeiro - estagiária de nutrição
No Brasil, o sobrepeso e a obesidade vêm aumentando em todas as faixas etárias e em ambos
os sexos, em todos os níveis de renda, sendo a velocidade de crescimento mais expressiva na
população com menor rendimento familiar. O percentual do excesso de peso e da obesidade
chega a atingir 56,9% e 20,8% da populaçãobrasileira adulta. A obesidade tornou-se alvo de
políticas públicas nos últimos 15 anos no Brasil, e o Ministério da Saúde, por meio do
Sistema Único de Saúde (SUS), é o principal propositor de ações, seguindo as orientações
internacionais. É de conhecimento bem delimitado que aqui no Brasil, desde 1999, é
instaurada a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que veio para organizar as
ações de prevenção e tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde. Logo após isso,
foi estabelecida na linha de cuidado da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças
Crônicas, o cuidado para obesidade. Aos fatores condizentes aos influenciadores da
obesidade, destacam-se a alimentação rica em gorduras e açúcares e o consumo excessivo de
alimentos ultraprocessados associados à inatividade física. O avanço da obesidade impôs
novos desafios para a saúde pública. A promoção da alimentação adequada e saudável é um
dos viés que aborda medidas de incentivo à prevenção, apoio e proteção, que visam ampliar
informações, facilitar e proteger a adesão a práticas alimentares saudáveis. Para essa
promoção e prevenção da obesidade encontramos estratégias como a rotulagem nutricional
obrigatória e a interpretação correta dos mesmos, levando sempre em consideração a lista de
ingredientes por ela composta e a quantidade que cada um terá naquele produto, os guias
alimentares que traz os benefícios de uma alimentação balanceada e as desvantagens do
consumo de industrializados e alimentos calóricos com alta taxa de açúcares/gordura, e por
fim a regulamentação da publicidade de alimentos que atinge principalmente o público
infantil, contudo se há resistência na regulamentação dessa estratégia. Adentrando na
desnutrição, é de cunho que os artigos falam e a ciência comprova que a desnutrição é uma
doença onde não é só causa social ou econômica e por isso tem-se o dever de intervir
vigorosamente diante desta problemática de saúde. O discurso pelo mundo sobre a fome se
desenvolveu mais a partir da lei do que do setor saúde, prejudicando ao longo do ano a
resolução de fato sobre essa problemática. Um certo grau de consenso global foi alcançado
sobre a importância da alimentação expressa em conceitos como segurança alimentar,
soberania alimentar e direito à alimentação. De acordo com as Nações Unidas, o direito à
alimentação significa o fornecimento de alimentos em quantidade e qualidade suficientes
para atender às necessidades dietéticas dos indivíduos, livres de substâncias nocivas e
culturalmente aceitáveis, e o acesso a esses alimentos de maneira culturalmente apropriada,
sustentável e que não interfere com o gozo de outros direitos humanos. A desnutrição é um
problema de saúde pública de longa data que reflete as desigualdades entre e dentro dos
países e está intimamente ligada aos direitos humanos de primeira e segunda geração.
Trata-se de uma desigualdade fundamental que clama por ações protetoras e terapêuticas, a
primeira para fornecer os fundamentos necessários ao desenvolvimento humano e a segunda
para corrigir o curso da doença nas pessoas já afetadas. E junto a isso, a saúde pública
brasileira, através do Sistema Único de Saúde, traz programas de acolhimento das pessoas em
vulnerabilidade, acesso às Unidades Básicas de Saúde ao nutricionista, que por sua vez irá
sempre mostrar o melhor caminho para aquisição de alimentos por menor que seja a condição
financeira. E em busca de melhorar a saúde pública, há neste momento programas
governamentais que ofertam às famílias mais carentes uma ajuda financeira, que tem por
objetivo auxiliar na aquisição de gêneros alimentícios e para controlar essa ajuda financeira
existem parâmetros antropométricos que são feitos periodicamente com o intuito de erradicar
a desnutrição, são esses parâmetros: ganho de peso em cada consulta, altura, faltas escolares
para crianças inscritas no programa e recadastramento periódico. Uma série de passos são
fundamentais para avançar no desenvolvimento de políticas nacionais de segurança alimentar
e nutricional que possam promover a realização do direito humano à alimentação, adentrando
em um dos passos, é necessário estabelecer processos de debate técnico e político para
alcançar consenso sobre saúde e questões socialmente definidas sobre a fome, insegurança
alimentar, desnutrição e a partir dos conceitos definidos, deve concentrar-se na identificação
de indicadores que possam monitorar a evolução da situação alimentar e nutricional. E no
próximo momento, deve ter como objetivo desenvolver as metas a serem alcançadas em
relação a cada indicador e o cronograma necessário para alcançá-las. Por fim, deve-se
identificar quais ações e programas desenvolvidos por diferentes setores do governo e da
sociedade são prioritários para o alcance das metas e, nesse sentido, determinar os recursos
humanos e financeiros necessários para o sucesso, incluindo a implementação e
fortalecimento de mecanismos de monitoramento da evolução dos indicadores selecionados.
Referências
ARIAS ORTIZ, Nelson Enrique. DESNUTRIÇÃO E BIOÉTICA: REFLEXÕES SOBRE
UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA. Revista Latinoamericana de Bioética, v. 12, n. 1,
p. 28-35, 2012.
DIAS, Patricia Camacho et al. Obesidade e políticas públicas: concepções e estratégias
adotadas pelo governo brasileiro. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. e00006016, 2017.
PEREIRA, João. Obesidade e saúde pública. Revista Portuguesa de Saúde Pública, v. 25, n.
1, p. 3-5, 2007.
VALENTE, Flávio Luiz Schieck. Fome, desnutrição e cidadania: inclusão social e direitos
humanos. Saúde e sociedade, v. 12, p. 51-60, 2003.
O nutricionista e sua importância no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS)
Mickelly Ribeiro - estagiária de nutrição
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi implementado em 1990, tendo como propósito mudar a
desigualdade social na saúde da população brasileira, focando em modificar o modelo
medicalocêntrico com o intuito de recompor a atividade da atenção à saúde para outro
modelo de incorporação multidisciplinar. O manejo da alimentação e nutrição no ambiente da
Atenção Básica almeja o crescimento dos métodos que diminuam as doenças e agravos não
transmissíveis, no crescimento e desenvolvimento de todos os ciclos da vida, comprovando
que a promoção de práticas alimentares saudáveis compõe um item essencial em todas essas
fases. Com isso, destaca-se que o nutricionista voltado para atuação do SUS deveria estar
totalmente inserido na rede, mas a realidade é bem distante no qual é notório a escassez
presente na Atenção Básica. A participação do nutricionista é mais regular nos hospitais,
porém na Rede Básica de Saúde o profissional de nutrição ainda é ausente. A ingestão
inapropriada de alimentos vem deixando o número elevado de insegurança alimentar,
sobrepeso, obesidade, desnutrição e doenças crônicas, casos esses muito presentes na
Atenção à Saúde que acaba deixando o sistema único de saúde superlotado. Adentrando
nesse viés, culminar na implicância da inclusão do nutricionista na atenção primária à saúde
vai além de uma questão de valorização profissional, e sim de afetar a preservação do direito
das pessoas que são usuárias do SUS a uma atenção integral, tal como um método para
promover e prevenir as complicações da saúde que tanto se aumenta após a transição
nutricional ocorrida no mundo. Diante do exposto, entendendo a importância de ter o
nutricionista na composição da equipe multidisciplinar nas unidades básicas de saúde para
um integral cuidado com a saúde dos indivíduos, tem-se a conclusão que os nutricionistas são
profissionais importantes para promoção, prevenção e tratamento da saúde. Abordado por
muitos estudiosos da área, a visão dos profissionais da saúde na reduzida participação do
nutricionista no PSF está relacionada aos gestores públicos que não tomaram conta da
relevância do papel deste profissional. A melhora do retrato epidemiológico das pessoas está
associada às atuais abordagens alimentares, levando à redução dos gastos com saúde pelo
estado, sugerindo a vital necessidade de aumentaro fornecimento da assistência na
alimentação e nutrição à população. No que se refere à atuação do nutricionista, a redução
nas ações de alimentação e nutrição na rede de saúde, leva ao aumento na demanda desses
problemas de caráter nutricionais. Assim, o número reduzido de nutricionistas que deveriam
atuar dentro das unidades básicas de saúde de forma diária na rede, e a forma de atuação
destes profissionais no NASF, no qual são priorizadas orientações à equipe básica da ESF e
identificados os reais problemas de natureza nutricionais, são as principais justificativas para
proceder estudos nos quais se verifique a importância e o papel do nutricionista na atenção
básica, como profissional da equipe mínima desta estratégia do SUS. O nutricionista está
plenamente capacitado para atuar na Atenção Básica, visto que a sua ausência confronta-se
com o princípio da integralidade das ações de saúde, já que é evidente que nenhum outro
profissional da saúde possui formação para atuar na área de alimentação e nutrição dentro das
comunidades, e que sua presença só viria a contribuir para a promoção da saúde da
população, o que o torna capaz de gerar impactos positivos no perfil epidemiológico da
população.
Referências
ALVES, Cristina Garcia Lopes; MARTINEZ, Maria Regina. Lacunas entre a formação do
nutricionista e o perfil de competências para atuação no Sistema Único de Saúde (SUS).
Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 20, p. 159-169, 2016.
TAVARES, Helder Cardoso et al. A importância da inserção do nutricionista na Unidade
Básica de Saúde: percepção dos profissionais de saúde. Rev. e-ciência, v. 4, n. 1, p. 89-98,
2016.
ANEXO D- Resolução de caso clínico
Caso clínico 1
Mickelly Ribeiro - estagiária de nutrição
G.E.O, sexo feminino, 8 anos e 6 meses. Encaminhada para atendimento nutricional com
queixa principal de ganho peso excessivo e constipação, HAS. Ao exame, foi possível
observar na pele a presença de estrias e acantose nigricans. Refere não praticar atividades
físicas na escola e a mãe relata uso excessivo de telas (televisão e tablet), sonolência diurna,
episódios de agressividade e déficit de atenção. Dorme cerca de 5 horas/noite com várias
interrupções e apresenta sudorese e ronco habitual. Não faz uso de medicamentos. Histórico
familiar: Mãe com obesidade grau II e pai hipertenso + obesidade grau I.
Dados Antropométricos:
Peso atual: 39 kg
Estatura: 127 cm
IMC: 22,7 kg/m²
PCT: 21,5 mm
CA: 63 cm
Últimos exames:
Glicemia de jejum (mg/dL) 121 mg/dl;
TGO 35 U/L;
TGP 50U/L;
CT 157mg/dL;
HDL-c 37 mg/dL;
LDL-c 126 mg/dL;
TG 132 mg/dL
- Classificação do estado nutricional, incluindo curvas de crescimento.
- Resumo sobre as patologias
- Diagnóstico Nutricional
- Necessidades Nutricionais (Energéticas e Protéicas)
- Ingestão hídrica
- Prescrição Dietética
- Orientação Nutricional Oral
- Analisando os dados referidos e os exames laboratoriais, a criança apresenta risco de se
tornar diabética? Há evidências para um quadro de resistência insulínica? Como
diagnosticar a DM? Relate sobre.
- Proponha modificações dos hábitos alimentares e no estilo de vida para a criança e para a
família.
Respostas
1- Altura para idade: adequado (percentil 50)
IMC para idade: muito acima (percentil > 97)
Peso para idade: muito acima (percentil > 97)
2- Constipação: a constipação intestinal é uma condição multifatorial, sendo na maioria das
vezes decorrente da ingesta inadequada de fibras e água. Subdivide-se em primária e
secundária, tendo esta última causa bem definida, como doenças endócrinas e neurológicas
ou uso inadvertido de substâncias obstipantes. Em termos fisiopatológicos, divide-se em três
categorias: 1. constipação de trânsito normal; 2. constipação de trânsito lento; e 3. doenças do
ato evacuatório.
Excesso de peso: A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como
uma doença crônica, caracterizada, principalmente, pelo acúmulo excessivo de gordura
corporal no organismo, com implicações na saúde. Para fins de classificação, a OMS (1998)
considera que o Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25 kg/m² é indicativo de excesso
de peso. Por apresentar etiologia multifatorial, a sua compreensão requer a consideração de
questões biológicas, históricas, psicológicas, ecológicas, econômicas, sociais, culturais e
políticas.
Acantose nigricans: Esta é uma condição da pele que é presentes em diferentes partes do
corpo sendo o pescoço, axilas e virilha as áreas mais comuns. É caracterizado por um
espessamento e escurecimento da pele que em seus estágios iniciais pode ser venha a
confundir com sujeira por falta de higiene pessoal.
HAS: Por se tratar de uma doença “silenciosa” a HAS danifica os vasos sanguíneos renais,
cardíacos e cerebrais e pode resultar em um aumento na incidência de insuficiência renal e
cardíaca, coronariopatias e acidente vascular cerebral .
3- Diagnóstico: criança com excesso de peso, hipertensa, pré-diabética com resistência
insulínica acarretando aparecimento de acantose nigricans, constipação, TGO e TGP se
encontram dentro do valor de referência sem nenhuma alteração, dislipidemia isolada
caracterizada pelo triglicerídeo alto, LDL e HDL também estão dentro do valor de referência
para uma criança, a aparição de ronco habitual pode ser causada pelo do excesso de peso.
4- Possivelmente a paciente se apodera de uma dieta com alimentos de alta carga glicêmica e
com nutrientes vazios, sendo a ingestão inversa de proteínas. Para cálculo das necessidades
energéticas da paciente, sexo feminino, utilizamos a fórmula de bolso:
NE = GET + energia armazenada
NE = 135,3 – 30,8 x idade (a) + atividade física x (10,0 x peso [kg] + 934 x altura [m]) + 20
(kcal para crescimento)
Para estimativa da necessidade proteica em pediatria:
1 a 10 anos: 1-1,2 g/kg/dia
5- Fórmula prática para cálculo da necessidade hídrica em pediatria: 1500 kcal + 20 kcal/kg
para cada kg acima de 20 kg para uma criança acima de 20 kg.
6- Prescrição dietética:
Café da manhã Ovo de galinha cozido
Pão de forma integral
Ricota
Almoço Arroz integral cozido
Feijão ou grão de bico
Filé de frango grelhado
Salada à vontade (pelo menos 50% do
prato)
Lanche da manhã/tarde Banana
Aveia
Jantar Inhame
Filé de tilápia grelhado
Abacaxi
Ceia Iogurte natural
Semente de linhaça
Morango
7- Orientação nutricional:
● Realize pelo menos 3 refeições principais (café da manhã + almoço + jantar) e 2
refeições complementares (lanche da manhã + lanche da tarde).
● Consuma diariamente alimentos dos grupos dos cereais (arroz, milho, trigo, pães,
massas) e dos tubérculos (batata, batata-doce, aipim/mandioca, cará, inhame). Sempre
que possível, prefira as versões integrais dos cereais.
● Consuma leite e derivados (iogurte natural, queijos magros, leite fermentado), eles são
as principais fontes de cálcio da nossa alimentação.
● Metade do prato: verduras e legumes crus e cozidos. Na outra metade: cereais ou
tubérculos (ex: arroz, batata, mandioca) + feijões (feijão carioca, lentilha, ervilha,
grão de bico, soja) + carnes ou ovo (peixe, frango, boi, porco). Fruta de sobremesa.
Não beber líquido junto com a comida.
● Evite comer enquanto assiste televisão, mexe no celular ou faz outra atividade. Coma
com atenção e saboreie os alimentos.
● Ler os rótulos dos alimentos é uma boa forma de descobrir se aquele produto
realmente oferece benefícios à alimentação. Alimentos com lista de ingredientes
muito longa e com nomes desconhecidos podem ser prejudiciais à saúde.
● Modere o uso de sal. Uma forma simples de evitar o uso excessivo é não levar o
saleiro à mesa. O sal em excesso pode contribuir para o pior prognóstico da pressão
arterial nas crianças e adultos.
8- A criança já pode ser considerada uma pré - diabética pela glicemia de jejum (=121
mg/dl), para isso precisamos do encaminhamento para o médico para confirmação do quadro,
como citado anteriormente, existe sim quadro de resistência insulínica confirmado pela
acantose nigricans. O diagnóstico para DM se dá através de alguns parâmetros: a glicemia
plasmática dejejum maior ou igual a 126 mg/dl, a glicemia duas horas após uma sobrecarga
de 75 g de glicose igual ou superior a 200 mg/dl ou a HbA1c maior ou igual a 6,5%. É
necessário que dois exames estejam alterados. Se somente um exame estiver alterado, este
deverá ser repetido para confirmação.
Fonte: Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes - EDIÇÃO 2023
9-
Congele comidas saudáveis - É muito comum que as pessoas saiam da dieta quando estão
sem tempo para cozinhar. Esse é o momento propício para abrir a geladeira e pegar aquele
prato pronto, cheio de sódio e gordura, que veio direto do supermercado. Sabemos que muitas
vezes o dia foi corrido e a preguiça bate à porta mesmo. Por isso, a dica é separar um dia no
mês ou a cada quinze dias para cozinhar refeições saudáveis e congelar em pequenas porções.
Essa é uma prática simples, que substitui alimentos processados por uma comida saudável e
caseira, utilizando temperos, sal e açúcar na medida certa.
Torne as refeições um momento especial - Procure reunir a família durante as refeições, e
faça com que todos sintam que aquele é um momento especial. Quando todos realizam a
refeição juntos, fica mais fácil selecionar alimentos mais saudáveis. Experimente desligar a
TV, conversar, curtir a companhia de quem está à mesa. Você irá prestar mais atenção ao que
está no prato, e aproveitar mais este momento em família. Essa prática faz com que todos
considerem a alimentação um momento importante do dia, quando cada um oferece ao
organismo os alimentos que ele realmente precisa, e que vão fazer a diferença no seu
bem-estar.
Prepare as refeições em conjunto - Cozinhar em família é mais um hábito simples que pode
ser trabalhado para tornar a alimentação mais saudável. Quando se prepara o próprio
alimento, diversos produtos industrializados são deixados de lado. Temperos em tabletes e
sachês podem ser trocados por ervas e condimentos naturais, assim como os molhos prontos
podem ser substituídos pelas versões caseiras. Além disso, cozinhar a própria comida com a
família, pode ser estimulante para mudar o cardápio, pois um motiva o outro nos novos
hábitos.
Converse sobre alimentação com sua família - Caso tenha filhos pequenos ou pessoas da
família que não entendam o porquê de mudar a rotina, procure explicar como a alimentação
influencia na saúde e na qualidade de vida. É importante que as pessoas aprendam que
determinados alimentos podem ser muito prejudiciais à saúde, e estão relacionados a doenças
crônicas como osteoporose, diabetes, problemas cardíacos e hipertensão. As crianças também
devem participar da conversa. Mesmo que elas não entendam tudo agora, é importante que já
cresçam familiarizadas com o assunto. Quem mantém uma dieta equilibrada e oferece ao
corpo todos os nutrientes necessários, têm menos chances de ter problemas de saúde.
Eleja o “dia do novo” - O “dia do novo” pode ser uma boa ideia para que a família prove os
alimentos que nunca entraram na mesa. Para ficar mais divertido, pode haver um rodízio:
cada semana um membro diferente da família escolhe um alimento a ser provado por todos. É
importante que seja uma refeição equilibrada, para que novos alimentos benéficos à saúde
sejam adicionados à rotina familiar.
Referências
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DA SILVA, Nathália Gomes; DA SILVA, Josevânia. Aspectos psicossociais relacionados à
imagem corporal de pessoas com excesso de peso. Revista Subjetividades, v. 19, n. 1, p.
8030, 2019.
URIBE, César Arturo Peña; ARROYO, Ana Gabriela Campos; PÉREZ, Xóchitl Leticia Ruiz.
Acantosis nigricans: testigo silencioso de la resistencia a la insulina. Milenaria, Ciencia y
arte, n. 20, p. 21-23, 2022.
FERREIRA, Paola Aparecida Alves; BODEVAN, Emerson Cotta; DE OLIVEIRA, Leida
Calegário. Características sociodemográficas associadas à prevalência de hipertensão arterial
sistêmica. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 17, n. 1, 2019.
https://amigaosaude.com.br/blog/osteoporose-veja-o-que-voce-precisa-saber/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost
https://amigaosaude.com.br/blog/conheca-as-causas-tratamentos-e-sintomas-da-hipertensao/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost
https://amigaosaude.com.br/blog/7-erros-comuns-na-hora-de-escolher-um-plano-de-saude-familiar/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost
COPPINI, L. Z.; SAMPAIO, H.; MARCO, D. Recomendações nutricionais para crianças em
terapia nutricional. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina.
Projeto Diretrizes, v. 9, p. 35-50.
PONTES, Tatiana Elias et al. Orientação nutricional de crianças e adolescentes e os novos
padrões de consumo: propagandas, embalagens e rótulos. Revista Paulista de Pediatria, v.
27, p. 99-105, 2009.
Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2. Diretriz da Sociedade Brasileira
de Diabetes, SBD Diretriz, 2023.
Hábitos simples de alimentação tornarão sua família mais saudável. Amigão Saúde, Redação
2023.
OMS. Organização Mundial de Saúde. Gráficos de Crescimento. Genebra: OMS, 2002.
ANEXO E- Visitas domiciliares
ANEXO F- Elaboração de materiais para pacientes
ANEXO G- Ação/palestra sobre o câncer do colo do útero
ANEXO H- Participação na Pré-Conferência de Saúde em Gravatá
ANEXO I - Descrição e evolução dos pacientes no prontuário do paciente

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