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METODOLOGIA DAS LUTAS Origem e evolução das artes marciais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever o processo de origem das artes marciais. � Discutir a evolução das lutas orientais. � Demonstrar a evolução das lutas ocidentais. Introdução Dentro do universo das lutas, existe uma grande diversidade, pois cada modalidade apresenta origem, objetivos e formas completamente distintos, embora também fundamentos e princípios em comum. Nesse contexto, estão as artes marciais, que, independentemente da terminologia adotada, repre- sentam um universo amplo de manifestações antropológicas de natureza multidimensional e complexa, uma vez que tais práticas são historicamente importantes e têm acompanhado os seres humanos ao longo do tempo. Desde a pré-história até hoje, o homem utiliza-se das lutas para diferentes objetivos e situações. Inicialmente, pela necessidade de sobrevivência e supremacia militar; hoje, para fins educativos, de lazer ou de alto rendimento. Desse modo, neste capítulo, você conhecerá um pouco mais sobre a origem e a terminologia das lutas, artes marcais e modalidades esportivas de combate. Para isso, você verá como surgiram os primeiros registros das artes marciais, seu percurso histórico inicial no Oriente e, logo após, no Ocidente e em outros lugares do mundo. Além disso, você entenderá como o processo de esportivizacão tem transformado esse percurso histórico, disseminando essas práticas, que estão presentes desde as primeiras edições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e vêm ganhando cada vez mais espaço em aca- demias de ginástica, clubes esportivos, escolas, entre outros ambientes. Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 Origem e terminologias das lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate De modo geral, o conhecimento histórico sobre um conteúdo sempre se mostra relevante e, de maneira específica, no estudo das lutas, é essencial, uma vez que somente ao se conhecer a origem e o percurso delas podemos compreender de forma ampla sua inserção atual nas diferentes culturas. As lutas, artes marciais e as modalidades esportivas de combate repre- sentam um universo amplo de manifestações antropológicas de natureza multidimensional e complexa. Como um conjunto de práticas socioculturais proveniente de um espectro diversificado de demandas históricas específicas, é possível identificar uma pluralidade marcante nas suas diferentes configurações sociais, formas de expressão, repertório técnico, linguagens, organização e institucionalização (CORREIA; FRANCHINI, 2010). É difícil datar o surgimento das lutas, uma vez que não se trata de uma ação isolada de um homem ou de um grupo que as propuseram, mas, sim, de uma construção sociocultural que foi sendo transformada e recebendo novos significados ao longo do tempo. Padrões inerentes à agressividade humana, que inspiram a prática de simulação de combate, são provavelmente herdados desde a pré-história. De acordo com Paiva (2015, p. 19), “[...] nossos ancestrais eram obrigados a lutar contra a hostilidade advinda do meio ambiente, depois para caçar e conquistar mulheres (acasalamento), seguido por razões de disputas políticas e territoriais”. Embora os motivos possam variar, o objetivo quase sempre era o mesmo: poder. Espartero apud Bretas et al. (2010) acredita que as primeiras formas de lutas surgiram com a necessidade de defesa pessoal ou de territórios e, com o tempo, foram aparecendo em outras manifestações sociais, como, por exemplo, as lutas em rituais (especialmente nos povos indígenas), na preparação de exércitos para guerras (no Oriente e na Grécia Antiga), como um jogo, como um exercício físico (na Europa) e como forma de defesa-dissimulação (como a capoeira, no Brasil). Em relação à capoeira, vale destacar que os escravos existentes no Brasil, além de terem desenvolvido essa luta, utilizavam-na na para a sua própria defesa e incorporavam nela seus elementos culturais (LACROSE; NUNES, 2015). De modo geral, o homem iniciou a prática das lutas desde o momento que habitava as cavernas, “[...] observando, imitando e associando os combates entre diversos animais [...]” (OLIVEIRA; SANTOS, 2006, p. 4). Exemplos desses registros podem ser vistos em sítios arqueológicos com pinturas rupestres ou em representações verificadas em tumbas e templos no Antigo Egito e nos Origem e evolução das artes marciais2 Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 Jogos Olímpicos da Antiguidade. Oliveira e Santos (2006) enfatizam que, na contemporaneidade, essas práticas foram transformando-se em sistemas bem definidos, estabelecidos pelo esporte, principalmente após o declínio das lutas corporais a partir do século XVI, com a chegada da pólvora na Europa. Posteriormente, com as tecnologias de guerra, os combates corpo a corpo passaram a ter relevância secundária nas instituições militares. Essa trans- formação é relatada também por Oliveira e Santos (2006, p. 4), que apontam que “[...] com o tempo, a luta foi adquirindo um caráter desportivo, tendo sido adaptadas regras gerais que estipulam o desenvolvimento de competições”, como verificamos nos dias atuais. Por fim, Lacrose e Nunes (2015) colocam que influências advindas da filosofia e de religiões como budismo, taoismo, xintoísmo e confucionismo estão intimamente enraizadas na cultura e igual- mente ligadas às origens das artes marciais no Oriente. A palavra “combate” tem origem no latim combattuere, nasce da combinação de com e battuere. A palavra latina battuere, além de “bater”’, tinha um significado no campo sexual: ter relações com uma mulher. Isso explicaria o fato de “espada” e “trabuco”, armas de combate, serem utilizadas como sinônimos de pênis (PAIVA, 2015, p. 19). As artes marciais podem ser compreendidas por um sistema de diversas lutas que, geralmente, não têm o uso de arma de fogo ou do gênero. Nos últimos anos, as artes marciais têm sido usadas para treinamentos policiais, defesa pessoal e também praticadas como esporte. Geralmente, elas são divididas em lutas orientais, originadas na China e no Japão, e ocidentais. Há diversos registros na literatura que dizem que a origem da expressão “arte marcial” é ocidental e que a palavra “marcial” se refere ao deus romano Marte (deus da guerra), aceitando-se, então, a tradução literal de “arte marcial” como “arte da guerra”. No Oriente, há outros termos convencionados para a definição dessa arte: Wushu, na China, e Bujutsu, no Japão, que têm o mesmo significado: arte da guerra. Paiva (2015) também ressalta que “[...] embora a palavra ‘marcial’ esteja associada à guerra, sua estrutura foi modificada de forma acentuada, sobretudo a partir do final do século 19” (PAIVA, 2015, p. 21). Para Rufino e Darido (2011), há nas artes marciais uma filosofia baseada em preceitos éticos, estéticos e morais que quase sempre foram utilizadas como 3Origem e evolução das artes marciais Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 legítima defesa. Ainda, de acordo com os autores, nas artes marciais, tudo o que aprendemos são técnicas adquiridas. Por isso, o significado do termo “arte marcial” é limitado à questão das habilidades, técnicas e movimentos existentes nessas práticas. Correia e Franchini (2010) indicam a possibilidade de nomear as artes marciais de três maneiras diferentes — artes marciais, luta e modalidades esportivas de combate — e que não há consenso entre os pesquisadores sobre qual é a terminologia mais adequada. Essas atividades são tão dinâmicas e múltiplas que defini-las poderia limitar seu entendimento. No entanto, para facilitação didática e pedagógica, iremos dividi-las formalmente, como sugere Paiva (2015), a partir das definições mais utilizadas em pesquisas, o que você pode conferir no Quadro 1. Fonte: Adaptado de Paiva (2015). Lutas Jogos regidos pela lógica da oposição entreduas ou mais pessoas. Embora o objetivo seja variável, tem como características específicas o ataque a qualquer momento, ataque e defesa de alvo/oponente (fusão, ataque/defesa) e a possibilidade de ataque simultâneo ou mútuo. Exem- plos: capoeira, luta senegalesa e a huka-huka. Artes marciais Atividades de combate fortemente relacionadas ao regionalismo. O objetivo de defesa de uma comunidade pode estar implícito ou explícito. São influenciadas por aspectos culturais/éticos e são práticas que podem atuar nas esferas: física, espiritual e social. Exemplos: kung fu, karatê e muay thai. Modalidades esportivas de combate São formas “esportivizadas” das lutas e artes marciais e seu objetivo principal é simular em parte os combates corpo a corpo “verdadeiros” (originais/não esportivizados). Obri- gatoriamente devem ser regidas por entidades ou institui- ções reguladoras (federações, confederações, comissões atléticas, etc). São constituídas por campeonatos/eventos com regras, classificações e pódios. Exemplos: jiu-jítsu brasileiro, luta livre esportiva, sambo, judô e esgrima. Quadro 1. Definições de artes marciais Vale ressaltar que é muito difícil determinar, dentro dessa classificação, apenas uma terminologia para uma atividade, como é o caso da capoeira, por Origem e evolução das artes marciais4 Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 exemplo, que tem um ataque a qualquer momento, oposição a um adversário e, logo, quando é praticada/treinada entre dois alunos, como nas aulas de educação física, assume um caráter de luta. O termo arte marcial, como vimos, está bastante relacionado aos aspectos bélicos, inclusive sua origem se deve ao deus romano da guerra, Marte. En- tão, quando a capoeira foi criada e aplicada como uma forma de os escravos enfrentarem os seus donos, era utilizada como uma arte marcial. Quando a mesma capoeira integra uma competição, regulamentada por meio de órgãos específicos, como federações, assume um caráter de modalidade esportiva de combate. O mesmo ocorreu com o taekwondo, que, originalmente, era uma luta de cunho religioso/ritualístico, e, a partir de 1953, tornou-se arte marcial pelo fato de a prática se tornar obrigatória no exército coreano — desde a sua inclusão nos Jogos Olímpicos, passou a ser considerado apenas como modalidade esportiva de combate (PAIVA, 2015). O autor enfatiza, ainda, que nem toda arte marcial envolve lutas corporais, como é o caso das práticas de tiro ou tiro com arco e outras modalidades desenvolvidas no âmbito marcial. De acordo com Rufino e Darido (2011), as dúvidas sobre a terminologia perpassam constantemente os praticantes, pesquisadores e interessados nes- sas práticas corporais. Alguns acreditam que esses três termos destinam-se à descrição das mesmas práticas corporais, enquanto outros distinguem a intencionalidade e a prática de cada uma delas. Porém, independentemente da nomenclatura utilizada, lutas/artes marciais/modalidades esportivas de combate são práticas pertencentes à esfera da cultura corporal e, por isso, apresentam uma história de relação com a cultura e a história da humanidade, sendo uma de suas mais elementares manifestações. Por fim, Mazzoni e Oliveira Júnior (2011) dividem as lutas em duas verten- tes, que estão associadas às suas origens e contextualizações: as lutas e artes marciais nascidas no Oriente e as forjadas no Ocidente, todas com múltiplas influências e momentos históricos marcantes. Veja, a seguir, os exemplos de lutas segundo Mazzoni e Oliveira Júnior (2011). � Orientais: na Índia, kalaripayit; na China, wushu (kung fu ou boxe chinês), jeet kune do, Tai chi chuan, pa kua, hsing-i; no Japão, caratê, judô, jiu-jítsu, ninjitsu, kendo, aikido, sumô; na Coreia, o taekwondo, tang soo do; na Tailândia, muay thai; em Israel, o krav maga. � Ocidentais: nos Estados Unidos e na Inglaterra, wrestling, fullcontact, kickboxing, boxe; no Brasil, capoeira, luta livre e muitas outras moda- lidades produzidas e significadas em todo o mundo. 5Origem e evolução das artes marciais Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 Segundo Paiva (2015), registros de lutas e artes marciais são divididos de acordo com a localização geográfica, representações do mundo ocidental (Europa, África e América) e oriental (Ásia e Oriente Médio). De modo geral, as lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate representam as formas de expressão de povos e sua cultura é expressa a partir dos rótulos ou nomes que certas habilidades possuem. Elas são provenientes de seus países de origem e representadas por posturas e movimentos cheios de simbolismo, que reproduzem atos e rituais do cotidiano. Isso se observa pelo nome que cada luta, arte ou modalidade apresenta: o judô é japonês, assim como o caratê; a capoeira é brasileira; o boxe é inglês; o taekwondo é coreano e a esgrima é francesa (SILVA NETO, 2013). Observamos, portanto, que as lutas surgem na cultura corporal de movi- mento desde os primeiros registros pré-históricos, sendo, nesse caso, utilizadas como ferramenta de sobrevivência e, posteriormente, aplicadas a diversos contextos, regras e diferentes sentidos, o que fez com que florescessem pra- ticamente em todas as partes do mundo. No entanto, como veremos a seguir, sua principal evolução ocorreu, primeiramente, no Oriente. A evolução das lutas orientais No Oriente, as lutas faziam parte da rotina diária das pessoas, assim como outras atividades do cotidiano, como a culinária, a escrita, a jardinagem, com- pondo o estilo de vida dos povos e sendo amplamente difundidas e valorizadas. Em relação às terminologias, abordadas anteriormente, há um certo consenso de que os termos estejam relacionados a determinada noção geográfica, moral e cultural, por isso, as práticas realizadas no oriente são definidas como artes marciais. Segundo Gonçalves e Silva (2013, p. 662), é “[...] exatamente nesse Oriente cultural que o conjunto de formações discursivas ativa a noção de artes marciais, reforçando a ideia de que são práticas vinculadas a determinados valores morais que produzem uma conduta específica”. Acredita-se que os primeiros registros das artes marciais datam de por volta de cinco mil anos a. C., a partir de uma arte marcial de origem indiana, praticada por Buda, chamada Vajaramushti (que, em sânscrito, significa “punho real ou punho direto”) (BREDA et al., 2010). Os autores citam ainda que essa arte marcial fazia parte da educação militar da realeza e envolvia técnicas de combate, meditação e estudos variados. A China é considerada um possível berço das lutas. Há relatos de que, no século VI, o príncipe indiano Bodhidharma viajou à China a convite do impe- Origem e evolução das artes marciais6 Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 rador Liang Wu Ti, mas o fato de o imperador ter uma linhagem ritualística- -salvacionista oposta à do príncipe indiano (pregador da meditação e da busca interior) fez com que Bodhidharma viajasse ao reinado de Wei, hospedando-se no Templo de Shaolin, e ensinasse aos monges técnicas de defesa pessoal sem o uso de armas, que foram agregadas aos hábitos dos monges de meditação e estudos, em especial sobre filosofia e religião (NATALI apud BREDA et al., 2010). Em virtude desse fato, os monges acabaram tornando-se exímios com- batentes e experts nas artes marciais. Acredita-se que a posição sentada da meditação foi trocada por posições combativas e que os monges passavam horas em treinamento, que consistia na quebra de diversos objetos, como tijolos, madeiras, e na prática de saltos e movimentos observados em combates entre animais. Essas técnicas secretas dos monges tornaram-se populares e foram denominadas kung fu — considerado o estilo que deu origem à maioria das artes marciais conhecidas atualmente. A disseminação do kung fu pelos chineses, em outros espaços da China e em outros países como o Japão, propiciouo surgimento de novas artes, dando origem a diversas artes marciais, como o jiu-jítsu e o caratê, tão presentes nos dias de hoje. Os diversos estilos de lutas foram passando por modificações ao longo do tempo na China e, no final do século XIX, no Japão, abriram-se as portas comerciais para os países ocidentais. De modo geral, as lutas orientais são, ao mesmo tempo, as mais antigas e as mais conhecidas na atualidade, tanto no Brasil quanto no mundo. Como exemplo, podemos citar o jiu-jítsu, o judô, o taekwondo, o kung fu e o caratê, lutas que são descritas a seguir. � Jiu-jítsu: é considerado um conjunto de técnicas especificamente asiáticas, tem 2250 anos e é associado ao budismo, com a sua origem marcada pela expansão religiosa e sua propagação atribuída a monges budistas. Esses monges realizavam longos caminhos pelas cidades vizinhas e pelo interior da Índia, sendo frequentemente abordados por bandidos das tribos mongóis sem que pudessem reagir ou fazer uso de qualquer tipo de arma devido a uma imposição da doutrina budista. Entretanto, diante da necessidade de se defender, criaram o jiu-jítsu. Foi no Japão que o jiu-jítsu encontrou as condições culturais para crescer e se desenvolver, de modo que podemos dizer que o esporte surgiu na Índia e que a sua evolução se deu no Japão. � Judô: por volta de 1880, o governo japonês escolheu o professor de jiu-jítsu Jigoro Kano, funcionário do Ministério da Cultura Japonesa, para criar uma modalidade de luta que se assemelhasse ao jiu-jítsu, 7Origem e evolução das artes marciais Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 mas que não deixasse transparecer as técnicas eficientes e secretas da nobre arte. Nasceu, assim, o sistema Kano de jiu-jítsu, mais tarde batizado com o nome de judô (caminho suave) (ARRUDA; SOUZA, 2014). Ao criar essa arte marcial, em 1882, Jigoro Kano buscava criar uma técnica de defesa pessoal e, além disso, desenvolver físico, espírito e mente (COLÉGIO IAPI, 2019). Desse modo, Kano tratou de selecio- nar, modificar e aprimorar vários dos golpes do jiu-jítsu, sempre com o cuidado de eliminar os mais perigosos. Assim, criou um novo estilo de luta, batizado de judô. � Taekwondo: “[...] de origem coreana, trata-se de técnica de combate desarmado para defesa pessoal que envolve a aplicação hábil de mo- vimentos que incluem socos, perfurações, saltos, chutes e defesas de- senvolvidas em ação com pés e mãos” (CHEMELLO; BONONE, 2014, p. 3). O taekwondo, mais que uma luta corporal, representa um estilo de pensamento e um padrão de vida que requer disciplina e que dá ênfase ao desenvolvimento do caráter moral do aprendiz (CHEMELLO; BONONE, 2014). Segundo os autores, o taekwondo surgiu no século 1 a. C., quando: [...] havia na Coreia três reinos: o mais rico Koguryo, o mais pobre Silla e, por último, Baek-Je, todos fundados por lutadores e influenciadores da popularização das lutas tidas como folclóricas. O reino de Silla, o menor deles, sofria constantes invasões e saques de seus vizinhos maiores. Foi então, a partir daí, que um grupo de jovens aristocratas e militares do reino de Silla formou uma tropa de elite chamada Hwarang-do e, de modo parecido aos samurais japoneses, desenvolveram uma forma de luta com os pés e as mãos chamada Taekyon, fundamentada sobre um rigoroso código de honra. (CHEMELLO; BONONE, 2014, p. 3). � Kung fu: o termo tem origem chinesa e significa “tempo de ha- bilidade”. No entanto, no mundo ocidental, essa luta passou a ser chamada de arte marcial chinesa. O kung fu é um sistema integrado, composto por métodos físicos de combate, de meditação e de práticas de cura e até mesmo filosofias, éticas e morais. Sua história é repleta de lendas que são transmitidas oralmente, de pai para filho, o que torna muito difícil a comprovação dos fatos, visto que existem poucas documentações escritas, e essas certamente são muito mais recen- tes do que a época de origem dessa arte marcial (SANTOS NETO; RESSURREIÇÃO, 2016). � Caratê: em japonês, significa “mãos vazias”, de modo que os prati- cantes utilizam como armas os braços, as mãos, as pernas, os pés ou Origem e evolução das artes marciais8 Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 qualquer outra parte do corpo. Segundo as lendas históricas, o caratê surgiu da mistura do boxe chinês com um estilo de luta de Okinawa, no Japão. No caratê, existe o kumite, que seria a luta propriamente dita, em que os caratecas devem focalizar fortemente os golpes, mas, antes do contato, é necessário um controle preciso; e o kata, que são exercícios predeterminados que devem ser executados com muita concentração e harmonia, em uma espécie de apresentação com um adversário imaginá- rio (FUNAKOSHI apud FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009). Desse modo, as artes marcial começaram a ganhar novas características, que fizeram com que houvesse uma aproximação das práticas de luta corporal de tradição oriental àquelas de tradição ocidental, tendo como fato marcante, nesse momento, o surgimento do judô a partir de Jigoro Kano (1860–1936), que estabeleceu uma proposta educacional bem fundamentada e com regras competitivas. Desse modo, o judô foi oficialmente criado em 1882 e, em 1886, foi aclamado pelo governo japonês como o esporte oficial do país. De acordo com Ferreira Filho e Maccariello (2009), o judô foi a primeira arte marcial oriental a expressar um sentido pedagógico que, ao mesmo tempo que buscava a difusão e a manutenção de valores morais tradicionais japoneses, buscava, também, fundir esses valores com aspectos pedagógicos ocidentais. Trilhando o mesmo caminho aberto pelo judô, no Japão, encontramos outra arte marcial japonesa: o caratê, que, tal como no caso do judô (uma adaptação moderna do jujutsu), tem seu desenvolvimento atrelado às antigas artes marciais praticadas na ilha de Okinawa. De modo geral, podemos considerar que o termo arte marcial, ao contrário do que sugere o senso comum, não se restringe apenas às práticas originadas no extremo Oriente, pois existem artes marciais criadas no Ocidente que foram sendo lentamente convertidas em jogos, que, em alguns casos, posteriormente, foram convertidos em esportes (MARTA, 2009; PAIVA, 2015), como é o caso do boxe e da esgrima, lutas que atualmente estão muito mais relacionadas à prática esportiva. A capoeira também merece ser destacada, já que, apesar das suas diversas interpretações (folclore, jogo, dança), sua mais expressiva representação é a da luta (PEREIRA, 2018). Como sugere o autor, pode-se partir do princípio de que arte marcial é uma luta, mas nem toda luta é arte marcial. Segundo Pereira (2018), o desenvolvimento das armas de guerra foi acompanhado de uma consequente diminuição dos combates físicos, de modo que as artes marciais foram migrando para o esporte e, até mesmo, perderam muitas de suas características (PEREIRA, 2018). 9Origem e evolução das artes marciais Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 Artes marciais modernas e inventadas Do Oriente para o mundo, no século XIX, as lutas foram agregando no- vos valores e modos de comportamento condizentes com a inserção dos costumes ocidentais, afastando-se das origens guerreiras e técnicas fatais e ligando-as a técnicas de defesa pessoal ao lazer, ao exercício físico (BREDA et al., 2010). Marta (2009) reflete sobre a possibilidade de classificar as práticas cor- porais nascidas a partir do século XIX de “artes marciais orientais modernas e inventadas”, uma vez que, a partir desse momento, foi possível identificar o acréscimo de cinco elementos determinantes: a) a influência do pensamento ocidental moderno, com as práticas passando a objetivar a saúde moral e física dos seus praticantes e, posteriormente, a adoção do ideal esportivo de vitória; b) a ação de sujeitos que atestam para si a função de fundadores/idealizadores das diferentes práticas; c) a preocupação gradual coma sistematização racional e escrita das práticas, que lentamente vai rompendo com a tradição oral que até então marcava, de forma exclusiva, a dinâmica de transmissão dos movimentos das artes marciais orientais; d) o processo de internacionalização e o envio de mestres a diferentes partes do mundo com o objetivo de difundir as práticas e também a formação de fede- rações de âmbito internacional; e e) a adequação da prática às necessidades impostas pelo momento histórico, tema que perpassa todos os itens anteriores (MARTA, 2009, p. 36). Franchini e Dell Vecchio (2011), ao descreverem o estado da arte dos estudos em modalidades esportivas de combate, colocam que, de acordo com Poliakoff (1987), no Ocidente, os primeiros confrontos atléticos envolvendo ações de lutas ocorreram na Grécia Antiga. A luta, o pugilato e o pancrácio faziam parte dos Jogos Olímpicos e dos outros jogos disputados pelas cidades-estados gregas. “Nesse período, e em preparação aos Jogos Olímpicos da Antiguidade, os pri- meiros modelos de organização dos processos de treinamento também foram estruturados por Philostratus” (POLIAKOFF, 1987 apud FRANCHINI; DELL VECCHIO, 2011). Quanto ao Brasil, o Japão, a China e a Coreia do Sul trouxeram para o país suas lutas mais populares, possibilitando a experimentação de outra forma de cultura corporal, em um momento histórico em que essa cultura estava impregnada pelo modelo esportivo inglês e em que os métodos ginásticos Origem e evolução das artes marciais10 Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 (em especial o francês) faziam-se presentes — especificamente, também, em meados das décadas de 1930 e 1940, quando assistíamos à consolidação da Educação Física como disciplina obrigatória nos currículos escolares. Foi nesse universo que as artes marciais procuraram conquistar o seu espaço. Os mestres imigrantes fizeram com que, aos poucos, a existência de uma cultura completamente distinta daquelas trazidas pelos imigrantes europeus pudesse ser notadas em muitas cidades brasileiras onde colônias desses pa- íses se desenvolveram. Aos poucos, os mestres de lutas como judô, caratê, aikido, sumô, kendo, kung fu, taekwondo e hapkido foram difundindo seus ensinamentos no Brasil. O que se observa atualmente no Brasil é que as artes marciais passaram por um processo de massificação, e, dentre os fatores influenciadores desse processo, está a chegada dos imigrantes de origem oriental, a influência dos meios de comunicação de massa, sobretudo a televisão, e o processo de esportivizaçao vivenciado, não apenas pelas artes marciais, mas também por outras práticas corporais (MARTA, 2009). A esportivizaçao das artes marciais teve início na década de 1960, em um processo de mudança de certas práticas corporais para o esporte insti- tucionalizado. Segundo Silveira (2005 apud MAYER; ANDRADE, 2015, p. 14), atualmente, esse processo tem ampliado as modalidades esportivas praticadas no mundo. Quando uma prática corporal passa pelo processo de esportivização, normal- mente ela passa a existir em duas formas: a sua forma original, não esportiva (mantendo seus valores originais), e em sua forma esportivizada (regras criadas para um campeonato). De acordo com Campos (2004), a esportivização das artes marciais nem sempre é aceita pelos alunos e mestres conservadores, já que muito de seu contexto e apelo vem justamente do foco tradicional no qual são embasadas. Nascidas em tempos de guerra, as artes marciais trabalham a mentalidade do aluno para o combate, mas, acima de tudo, valorizam a preparação absoluta do praticante: o físico, o espiritual, o psicológico, o técnico e o estratégico. Para aqueles que buscam tais segmentos, pouco importa a aplicação imediata como defesa pessoal (ESPÍRITO MARCIAL, 2014, documento on-line). 11Origem e evolução das artes marciais Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 Outro aspecto das artes marciais orientais, que não podem ser enten- didas apenas pelo viés da esportivizaçao, é o fato de que, na atualidade, encontra-se, nas grandes academias de ginástica, esse tipo de atividade em certa medida desvinculada de tudo o que a caracterizaria como arte marcial (FERREIRA, 2009). É possível observar nesse “mundo fitness” uma forma de apropriação que liga as artes marciais a um tipo de ideologia amplamente influenciada pela mídia e por uma lógica de mercado, que mescla saúde e estética. Nesses ambientes, eles não deixam de ser técnicas de defesa pessoal, mas todo o seu contexto parece ter sido modificado e o discurso em torno delas também (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009). Há nas academias a oferta de modalidades com características totalmente desvinculadas do que se caracteriza como arte marcial, como, por exem- plo, o body combat, em que há a apropriação dos movimentos das artes marciais orientais, mas sem nenhuma menção aos princípios filosóficos, aos golpes, aos rituais de passagem ou ao combate, enfim, tudo aquilo que caracterizaria uma arte marcial (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009). Salienta-se, ainda, que, apesar de tudo isso, esse fato parece ter contribuído de maneira importante para o processo de massificação das artes marciais orientais. De acordo com Gonçalves e Silva (2013), atualmente, podemos considerar as lutas e artes marciais como atividades de lazer e exercício que visam aumento da aptidão física, defesa pessoal e prática esportiva. Além disso, são constan- temente associadas a um estilo de vida e orientadas por determinados valores culturais. Essas práticas têm ganhado cada vez mais espaço nas academias de ginástica, nos clubes esportivos, nas escolas, entre outros ambientes, tornando- -se suscetíveis a um complexo e indeterminado processo de transformação, o que lhes possibilita manifestar-se imbricadas em diferentes contextos sociais. A introdução das modalidades esportivas de combate nos Jogos Olímpicos, por exemplo, é uma consequência de seu processo de esportivização. Conforme sugerido por Paiva (2015), convém destacar as modalidades esportivas de combate presentes nos Jogos Olímpicos, que atualmente são seis e que você pode conferir no Quadro 2, a seguir. Origem e evolução das artes marciais12 Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 Fonte: Adaptado de Paiva (2015). Esgrima Armas/percussão. Presente desde 1986, no início dos Jogos Olímpicos Modernos. É um dos quatro esportes incluídos no programa de todos os Jogos Olímpicos. Luta olímpica Domínio corporal/ projeções/luta de solo. Presente desde 1986. Foi incluída no programa como lembre das antigas mo- dalidades olímpicas. Artificialmente, o chamado estilo greco- -romano foi criado e, em 1904, o estilo livre foi integrado. Boxe Percussão/membros superiores. Presente desde 1904. Foi inte- grado em função da sua popularidade nos EUA. Nos primeiros jogos, foi rejeitado por ser considerado muito perigoso. Judô Indumentária/domínio corporal/projeções/luta de solo. Presente desde 1964. Os Jogos Olímpicos foram realizados em Tóquio, e os japoneses, como organizadores, adicionaram seu esporte nacional no programa. Taekwondo Percussão/membros superiores/membros inferiores. Presente desde 2000. Foi incluída pela primeira vez como esporte de demonstração nas Olimpíadas de Seul (1988). Caratê Percussão/membros superiores/membros inferiores. Inserida como modalidade olímpica para os jogos de Tóquio 2021 (pre- visto inicialmente para 2020, mas adiado pela pandemia de Covid-19); será disputado na modalidade Kumite, que envolve a luta propriamente dita, e Kata, que envolve a execução de uma coreografia pré-aprovada. Quadro 2. Modalidades esportivas de combate presentes nos Jogos Olímpicos Dentre as modalidades esportivas de combate presentes nos Jogos Olím- picos, de origem ocidental, podemos citar a esgrima, o boxe e a luta olímpica, descritos a seguir. � Esgrima: sua origem remonta ao período pré-histórico, “[...] quandoo homem empregou, pela primeira vez, um pedaço de madeira para se defender ou atacar, garantindo a sua sobrevivência. Todavia, só com o surgimento dos metais foram criadas, de fato, as primeiras armas 13Origem e evolução das artes marciais Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 de combate, sendo, inicialmente, empregadas por chefes de grupos ou tribos” (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ESGRIMA, 2019, documento on-line). Na esgrima, são utilizadas armas brancas para atacar e defender-se. Inicialmente, a esgrima era aplicada para caça e sobrevivência, porém, com a evolução das armas e da humanidade, tornou-se arma de combate e só foi abolida quando surgiram as armas de fogo. “Atualmente, existe apenas a esgrima esportiva, que se divide em três diferentes tipos de armas: espada, florete e sabre, representando os antigos armamentos utilizados em combate e treino” (CONFEDE- RAÇÃO BRASILEIRA DE ESGRIMA, 2019, documento on-line). � Boxe: trata-se de uma arte de ataque e defesa pelo uso dos punhos, que eram utilizados nos primórdios como “armas” em brigas de rua (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009). Existiram vários estilos de pugilismo, mas o mais conhecido é o inglês, que foi centrado nos Estados Unidos e difundido para outras partes do mundo. No boxe, os golpes utilizados são os socos: direto (golpe frontal), jab (golpe normalmente preparatório, mas que pode se tornar perigoso), cruzado (o alvo é a lateral da cabeça do adversário), upper ou gancho (desferido de baixo para cima no queixo do oponente) e o hook, um golpe desferido na linha da cintura do oponente (FLOYD; SUGAR, apud FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009). � Luta olímpica: a luta olímpica (wrestling) é uma das modalidades mais an- tigas de que se tem conhecimento — há desenhos de lutadores em cavernas no Egito. Os principais estilos de luta olímpica são (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009): greco-romano, que tem como características limites nas pegadas, ou seja, somente se permite pegar acima da linha de cintura do adversário; estilo livre, no qual as pegadas não têm tantos limites e podem ser aplicadas em qualquer parte do corpo, contanto que não sejam perigosas; sambo, que combina estilo livre com judô. Em todos esses estilos, “[...] o atleta tem como objetivo derrubar seu oponente sem o uso de socos, chutes ou golpes traumáticos, e será declarado vencedor o atleta que imobilizar o oponente no solo enquanto o juiz conta até três, nocauteá-lo para fora do ringue enquanto o juiz conta até vinte ou fazê-lo se render” (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009, documento on-line). Diante desse contexto, podemos considerar que as artes marciais mais co- nhecidas, tanto no Brasil quanto no mundo, são o judô, o caratê, o taekwondo, o kung fu e o jiu-jítsu. Mesmo entre elas, chamar todas de artes marciais também é um erro. O judô, por exemplo, nunca foi considerado uma arte marcial, mas uma luta concebida como forma de educação. Origem e evolução das artes marciais14 Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1 De modo geral, as “artes marciais modernas e inventadas” são assim de- nominadas pela influência do pensamento ocidental moderno como práticas cujo objetivo inicial era a saúde moral e física dos seus praticantes, para, pos- teriormente, fazerem parte de um ideal esportivo de vitória. A presença dessas modalidades esportivas de combate nos Jogos Olímpicos é uma consequência de seu processo de esportivização, e esse processo pode ser considerado como produto final da evolução das lutas ocidentais, bem como o fato de elas serem consideradas, também, como atividades de lazer, exercício físico para melhora da aptidão física, técnica de defesa pessoal ou prática esportiva. ARRUDA, P. D. P.; SOUZA, B. J. 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