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metodologia de luta

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METODOLOGIA 
DAS LUTAS 
Origem e evolução 
das artes marciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o processo de origem das artes marciais.
 � Discutir a evolução das lutas orientais.
 � Demonstrar a evolução das lutas ocidentais.
Introdução
Dentro do universo das lutas, existe uma grande diversidade, pois cada 
modalidade apresenta origem, objetivos e formas completamente distintos, 
embora também fundamentos e princípios em comum. Nesse contexto, estão 
as artes marciais, que, independentemente da terminologia adotada, repre-
sentam um universo amplo de manifestações antropológicas de natureza 
multidimensional e complexa, uma vez que tais práticas são historicamente 
importantes e têm acompanhado os seres humanos ao longo do tempo. 
Desde a pré-história até hoje, o homem utiliza-se das lutas para diferentes 
objetivos e situações. Inicialmente, pela necessidade de sobrevivência e 
supremacia militar; hoje, para fins educativos, de lazer ou de alto rendimento.
Desse modo, neste capítulo, você conhecerá um pouco mais sobre a 
origem e a terminologia das lutas, artes marcais e modalidades esportivas de 
combate. Para isso, você verá como surgiram os primeiros registros das artes 
marciais, seu percurso histórico inicial no Oriente e, logo após, no Ocidente e 
em outros lugares do mundo. Além disso, você entenderá como o processo 
de esportivizacão tem transformado esse percurso histórico, disseminando 
essas práticas, que estão presentes desde as primeiras edições dos Jogos 
Olímpicos e Paralímpicos e vêm ganhando cada vez mais espaço em aca-
demias de ginástica, clubes esportivos, escolas, entre outros ambientes.
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
Origem e terminologias das lutas, artes marciais 
e modalidades esportivas de combate
De modo geral, o conhecimento histórico sobre um conteúdo sempre se mostra 
relevante e, de maneira específica, no estudo das lutas, é essencial, uma vez 
que somente ao se conhecer a origem e o percurso delas podemos compreender 
de forma ampla sua inserção atual nas diferentes culturas. 
As lutas, artes marciais e as modalidades esportivas de combate repre-
sentam um universo amplo de manifestações antropológicas de natureza 
multidimensional e complexa. Como um conjunto de práticas socioculturais 
proveniente de um espectro diversificado de demandas históricas específicas, é 
possível identificar uma pluralidade marcante nas suas diferentes configurações 
sociais, formas de expressão, repertório técnico, linguagens, organização e 
institucionalização (CORREIA; FRANCHINI, 2010).
É difícil datar o surgimento das lutas, uma vez que não se trata de uma 
ação isolada de um homem ou de um grupo que as propuseram, mas, sim, de 
uma construção sociocultural que foi sendo transformada e recebendo novos 
significados ao longo do tempo. Padrões inerentes à agressividade humana, 
que inspiram a prática de simulação de combate, são provavelmente herdados 
desde a pré-história. De acordo com Paiva (2015, p. 19), “[...] nossos ancestrais 
eram obrigados a lutar contra a hostilidade advinda do meio ambiente, depois 
para caçar e conquistar mulheres (acasalamento), seguido por razões de disputas 
políticas e territoriais”. Embora os motivos possam variar, o objetivo quase 
sempre era o mesmo: poder.
Espartero apud Bretas et al. (2010) acredita que as primeiras formas de 
lutas surgiram com a necessidade de defesa pessoal ou de territórios e, com o 
tempo, foram aparecendo em outras manifestações sociais, como, por exemplo, 
as lutas em rituais (especialmente nos povos indígenas), na preparação de 
exércitos para guerras (no Oriente e na Grécia Antiga), como um jogo, como 
um exercício físico (na Europa) e como forma de defesa-dissimulação (como 
a capoeira, no Brasil). Em relação à capoeira, vale destacar que os escravos 
existentes no Brasil, além de terem desenvolvido essa luta, utilizavam-na 
na para a sua própria defesa e incorporavam nela seus elementos culturais 
(LACROSE; NUNES, 2015).
De modo geral, o homem iniciou a prática das lutas desde o momento que 
habitava as cavernas, “[...] observando, imitando e associando os combates entre 
diversos animais [...]” (OLIVEIRA; SANTOS, 2006, p. 4). Exemplos desses 
registros podem ser vistos em sítios arqueológicos com pinturas rupestres ou 
em representações verificadas em tumbas e templos no Antigo Egito e nos 
Origem e evolução das artes marciais2
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
Jogos Olímpicos da Antiguidade. Oliveira e Santos (2006) enfatizam que, 
na contemporaneidade, essas práticas foram transformando-se em sistemas 
bem definidos, estabelecidos pelo esporte, principalmente após o declínio das 
lutas corporais a partir do século XVI, com a chegada da pólvora na Europa. 
Posteriormente, com as tecnologias de guerra, os combates corpo a corpo 
passaram a ter relevância secundária nas instituições militares. Essa trans-
formação é relatada também por Oliveira e Santos (2006, p. 4), que apontam 
que “[...] com o tempo, a luta foi adquirindo um caráter desportivo, tendo sido 
adaptadas regras gerais que estipulam o desenvolvimento de competições”, 
como verificamos nos dias atuais. Por fim, Lacrose e Nunes (2015) colocam 
que influências advindas da filosofia e de religiões como budismo, taoismo, 
xintoísmo e confucionismo estão intimamente enraizadas na cultura e igual-
mente ligadas às origens das artes marciais no Oriente.
A palavra “combate” tem origem no latim combattuere, nasce da combinação de com 
e battuere. A palavra latina battuere, além de “bater”’, tinha um significado no campo 
sexual: ter relações com uma mulher. Isso explicaria o fato de “espada” e “trabuco”, 
armas de combate, serem utilizadas como sinônimos de pênis (PAIVA, 2015, p. 19).
As artes marciais podem ser compreendidas por um sistema de diversas 
lutas que, geralmente, não têm o uso de arma de fogo ou do gênero. Nos últimos 
anos, as artes marciais têm sido usadas para treinamentos policiais, defesa 
pessoal e também praticadas como esporte. Geralmente, elas são divididas 
em lutas orientais, originadas na China e no Japão, e ocidentais. 
Há diversos registros na literatura que dizem que a origem da expressão 
“arte marcial” é ocidental e que a palavra “marcial” se refere ao deus romano 
Marte (deus da guerra), aceitando-se, então, a tradução literal de “arte marcial” 
como “arte da guerra”. No Oriente, há outros termos convencionados para a 
definição dessa arte: Wushu, na China, e Bujutsu, no Japão, que têm o mesmo 
significado: arte da guerra. Paiva (2015) também ressalta que “[...] embora a 
palavra ‘marcial’ esteja associada à guerra, sua estrutura foi modificada de 
forma acentuada, sobretudo a partir do final do século 19” (PAIVA, 2015, p. 21). 
Para Rufino e Darido (2011), há nas artes marciais uma filosofia baseada 
em preceitos éticos, estéticos e morais que quase sempre foram utilizadas como 
3Origem e evolução das artes marciais
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
legítima defesa. Ainda, de acordo com os autores, nas artes marciais, tudo 
o que aprendemos são técnicas adquiridas. Por isso, o significado do termo 
“arte marcial” é limitado à questão das habilidades, técnicas e movimentos 
existentes nessas práticas.
Correia e Franchini (2010) indicam a possibilidade de nomear as artes 
marciais de três maneiras diferentes — artes marciais, luta e modalidades 
esportivas de combate — e que não há consenso entre os pesquisadores sobre 
qual é a terminologia mais adequada. Essas atividades são tão dinâmicas e 
múltiplas que defini-las poderia limitar seu entendimento. No entanto, para 
facilitação didática e pedagógica, iremos dividi-las formalmente, como sugere 
Paiva (2015), a partir das definições mais utilizadas em pesquisas, o que você 
pode conferir no Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Paiva (2015).
Lutas
Jogos regidos pela lógica da oposição entreduas ou 
mais pessoas. Embora o objetivo seja variável, tem como 
características específicas o ataque a qualquer momento, 
ataque e defesa de alvo/oponente (fusão, ataque/defesa) 
e a possibilidade de ataque simultâneo ou mútuo. Exem-
plos: capoeira, luta senegalesa e a huka-huka.
Artes marciais
Atividades de combate fortemente relacionadas ao 
regionalismo. O objetivo de defesa de uma comunidade 
pode estar implícito ou explícito. São influenciadas por 
aspectos culturais/éticos e são práticas que podem atuar 
nas esferas: física, espiritual e social. Exemplos: kung fu, 
karatê e muay thai.
Modalidades 
esportivas de 
combate
São formas “esportivizadas” das lutas e artes marciais e seu 
objetivo principal é simular em parte os combates corpo a 
corpo “verdadeiros” (originais/não esportivizados). Obri-
gatoriamente devem ser regidas por entidades ou institui-
ções reguladoras (federações, confederações, comissões 
atléticas, etc). São constituídas por campeonatos/eventos 
com regras, classificações e pódios. Exemplos: jiu-jítsu 
brasileiro, luta livre esportiva, sambo, judô e esgrima.
Quadro 1. Definições de artes marciais
Vale ressaltar que é muito difícil determinar, dentro dessa classificação, 
apenas uma terminologia para uma atividade, como é o caso da capoeira, por 
Origem e evolução das artes marciais4
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
exemplo, que tem um ataque a qualquer momento, oposição a um adversário 
e, logo, quando é praticada/treinada entre dois alunos, como nas aulas de 
educação física, assume um caráter de luta. 
O termo arte marcial, como vimos, está bastante relacionado aos aspectos 
bélicos, inclusive sua origem se deve ao deus romano da guerra, Marte. En-
tão, quando a capoeira foi criada e aplicada como uma forma de os escravos 
enfrentarem os seus donos, era utilizada como uma arte marcial. Quando a 
mesma capoeira integra uma competição, regulamentada por meio de órgãos 
específicos, como federações, assume um caráter de modalidade esportiva de 
combate. O mesmo ocorreu com o taekwondo, que, originalmente, era uma 
luta de cunho religioso/ritualístico, e, a partir de 1953, tornou-se arte marcial 
pelo fato de a prática se tornar obrigatória no exército coreano — desde a 
sua inclusão nos Jogos Olímpicos, passou a ser considerado apenas como 
modalidade esportiva de combate (PAIVA, 2015). O autor enfatiza, ainda, que 
nem toda arte marcial envolve lutas corporais, como é o caso das práticas de 
tiro ou tiro com arco e outras modalidades desenvolvidas no âmbito marcial.
De acordo com Rufino e Darido (2011), as dúvidas sobre a terminologia 
perpassam constantemente os praticantes, pesquisadores e interessados nes-
sas práticas corporais. Alguns acreditam que esses três termos destinam-se 
à descrição das mesmas práticas corporais, enquanto outros distinguem a 
intencionalidade e a prática de cada uma delas. Porém, independentemente 
da nomenclatura utilizada, lutas/artes marciais/modalidades esportivas de 
combate são práticas pertencentes à esfera da cultura corporal e, por isso, 
apresentam uma história de relação com a cultura e a história da humanidade, 
sendo uma de suas mais elementares manifestações.
Por fim, Mazzoni e Oliveira Júnior (2011) dividem as lutas em duas verten-
tes, que estão associadas às suas origens e contextualizações: as lutas e artes 
marciais nascidas no Oriente e as forjadas no Ocidente, todas com múltiplas 
influências e momentos históricos marcantes. 
Veja, a seguir, os exemplos de lutas segundo Mazzoni e Oliveira Júnior 
(2011). 
 � Orientais: na Índia, kalaripayit; na China, wushu (kung fu ou boxe 
chinês), jeet kune do, Tai chi chuan, pa kua, hsing-i; no Japão, caratê, 
judô, jiu-jítsu, ninjitsu, kendo, aikido, sumô; na Coreia, o taekwondo, 
tang soo do; na Tailândia, muay thai; em Israel, o krav maga.
 � Ocidentais: nos Estados Unidos e na Inglaterra, wrestling, fullcontact, 
kickboxing, boxe; no Brasil, capoeira, luta livre e muitas outras moda-
lidades produzidas e significadas em todo o mundo. 
5Origem e evolução das artes marciais
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
Segundo Paiva (2015), registros de lutas e artes marciais são divididos 
de acordo com a localização geográfica, representações do mundo ocidental 
(Europa, África e América) e oriental (Ásia e Oriente Médio).
De modo geral, as lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate 
representam as formas de expressão de povos e sua cultura é expressa a partir 
dos rótulos ou nomes que certas habilidades possuem. Elas são provenientes 
de seus países de origem e representadas por posturas e movimentos cheios 
de simbolismo, que reproduzem atos e rituais do cotidiano. Isso se observa 
pelo nome que cada luta, arte ou modalidade apresenta: o judô é japonês, 
assim como o caratê; a capoeira é brasileira; o boxe é inglês; o taekwondo é 
coreano e a esgrima é francesa (SILVA NETO, 2013). 
Observamos, portanto, que as lutas surgem na cultura corporal de movi-
mento desde os primeiros registros pré-históricos, sendo, nesse caso, utilizadas 
como ferramenta de sobrevivência e, posteriormente, aplicadas a diversos 
contextos, regras e diferentes sentidos, o que fez com que florescessem pra-
ticamente em todas as partes do mundo. No entanto, como veremos a seguir, 
sua principal evolução ocorreu, primeiramente, no Oriente.
A evolução das lutas orientais
No Oriente, as lutas faziam parte da rotina diária das pessoas, assim como 
outras atividades do cotidiano, como a culinária, a escrita, a jardinagem, com-
pondo o estilo de vida dos povos e sendo amplamente difundidas e valorizadas. 
Em relação às terminologias, abordadas anteriormente, há um certo consenso 
de que os termos estejam relacionados a determinada noção geográfica, moral 
e cultural, por isso, as práticas realizadas no oriente são definidas como artes 
marciais. Segundo Gonçalves e Silva (2013, p. 662), é “[...] exatamente nesse 
Oriente cultural que o conjunto de formações discursivas ativa a noção de artes 
marciais, reforçando a ideia de que são práticas vinculadas a determinados 
valores morais que produzem uma conduta específica”. 
Acredita-se que os primeiros registros das artes marciais datam de por 
volta de cinco mil anos a. C., a partir de uma arte marcial de origem indiana, 
praticada por Buda, chamada Vajaramushti (que, em sânscrito, significa “punho 
real ou punho direto”) (BREDA et al., 2010). Os autores citam ainda que essa 
arte marcial fazia parte da educação militar da realeza e envolvia técnicas de 
combate, meditação e estudos variados.
A China é considerada um possível berço das lutas. Há relatos de que, no 
século VI, o príncipe indiano Bodhidharma viajou à China a convite do impe-
Origem e evolução das artes marciais6
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
rador Liang Wu Ti, mas o fato de o imperador ter uma linhagem ritualística-
-salvacionista oposta à do príncipe indiano (pregador da meditação e da busca 
interior) fez com que Bodhidharma viajasse ao reinado de Wei, hospedando-se 
no Templo de Shaolin, e ensinasse aos monges técnicas de defesa pessoal sem 
o uso de armas, que foram agregadas aos hábitos dos monges de meditação 
e estudos, em especial sobre filosofia e religião (NATALI apud BREDA et 
al., 2010). 
Em virtude desse fato, os monges acabaram tornando-se exímios com-
batentes e experts nas artes marciais. Acredita-se que a posição sentada da 
meditação foi trocada por posições combativas e que os monges passavam 
horas em treinamento, que consistia na quebra de diversos objetos, como tijolos, 
madeiras, e na prática de saltos e movimentos observados em combates entre 
animais. Essas técnicas secretas dos monges tornaram-se populares e foram 
denominadas kung fu — considerado o estilo que deu origem à maioria das artes 
marciais conhecidas atualmente. A disseminação do kung fu pelos chineses, 
em outros espaços da China e em outros países como o Japão, propiciouo 
surgimento de novas artes, dando origem a diversas artes marciais, como o 
jiu-jítsu e o caratê, tão presentes nos dias de hoje.
Os diversos estilos de lutas foram passando por modificações ao longo 
do tempo na China e, no final do século XIX, no Japão, abriram-se as portas 
comerciais para os países ocidentais. De modo geral, as lutas orientais são, 
ao mesmo tempo, as mais antigas e as mais conhecidas na atualidade, tanto 
no Brasil quanto no mundo. Como exemplo, podemos citar o jiu-jítsu, o judô, 
o taekwondo, o kung fu e o caratê, lutas que são descritas a seguir.
 � Jiu-jítsu: é considerado um conjunto de técnicas especificamente 
asiáticas, tem 2250 anos e é associado ao budismo, com a sua origem 
marcada pela expansão religiosa e sua propagação atribuída a monges 
budistas. Esses monges realizavam longos caminhos pelas cidades 
vizinhas e pelo interior da Índia, sendo frequentemente abordados por 
bandidos das tribos mongóis sem que pudessem reagir ou fazer uso de 
qualquer tipo de arma devido a uma imposição da doutrina budista. 
Entretanto, diante da necessidade de se defender, criaram o jiu-jítsu. Foi 
no Japão que o jiu-jítsu encontrou as condições culturais para crescer 
e se desenvolver, de modo que podemos dizer que o esporte surgiu na 
Índia e que a sua evolução se deu no Japão. 
 � Judô: por volta de 1880, o governo japonês escolheu o professor de 
jiu-jítsu Jigoro Kano, funcionário do Ministério da Cultura Japonesa, 
para criar uma modalidade de luta que se assemelhasse ao jiu-jítsu, 
7Origem e evolução das artes marciais
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
mas que não deixasse transparecer as técnicas eficientes e secretas 
da nobre arte. Nasceu, assim, o sistema Kano de jiu-jítsu, mais tarde 
batizado com o nome de judô (caminho suave) (ARRUDA; SOUZA, 
2014). Ao criar essa arte marcial, em 1882, Jigoro Kano buscava criar 
uma técnica de defesa pessoal e, além disso, desenvolver físico, espírito 
e mente (COLÉGIO IAPI, 2019). Desse modo, Kano tratou de selecio-
nar, modificar e aprimorar vários dos golpes do jiu-jítsu, sempre com 
o cuidado de eliminar os mais perigosos. Assim, criou um novo estilo 
de luta, batizado de judô.
 � Taekwondo: “[...] de origem coreana, trata-se de técnica de combate 
desarmado para defesa pessoal que envolve a aplicação hábil de mo-
vimentos que incluem socos, perfurações, saltos, chutes e defesas de-
senvolvidas em ação com pés e mãos” (CHEMELLO; BONONE, 2014, 
p. 3). O taekwondo, mais que uma luta corporal, representa um estilo 
de pensamento e um padrão de vida que requer disciplina e que dá 
ênfase ao desenvolvimento do caráter moral do aprendiz (CHEMELLO; 
BONONE, 2014). Segundo os autores, o taekwondo surgiu no século 
1 a. C., quando:
[...] havia na Coreia três reinos: o mais rico Koguryo, o mais pobre Silla 
e, por último, Baek-Je, todos fundados por lutadores e influenciadores da 
popularização das lutas tidas como folclóricas. O reino de Silla, o menor 
deles, sofria constantes invasões e saques de seus vizinhos maiores. Foi 
então, a partir daí, que um grupo de jovens aristocratas e militares do reino 
de Silla formou uma tropa de elite chamada Hwarang-do e, de modo parecido 
aos samurais japoneses, desenvolveram uma forma de luta com os pés e as 
mãos chamada Taekyon, fundamentada sobre um rigoroso código de honra. 
(CHEMELLO; BONONE, 2014, p. 3).
 � Kung fu: o termo tem origem chinesa e significa “tempo de ha-
bilidade”. No entanto, no mundo ocidental, essa luta passou a ser 
chamada de arte marcial chinesa. O kung fu é um sistema integrado, 
composto por métodos físicos de combate, de meditação e de práticas 
de cura e até mesmo filosofias, éticas e morais. Sua história é repleta 
de lendas que são transmitidas oralmente, de pai para filho, o que 
torna muito difícil a comprovação dos fatos, visto que existem poucas 
documentações escritas, e essas certamente são muito mais recen-
tes do que a época de origem dessa arte marcial (SANTOS NETO; 
RESSURREIÇÃO, 2016).
 � Caratê: em japonês, significa “mãos vazias”, de modo que os prati-
cantes utilizam como armas os braços, as mãos, as pernas, os pés ou 
Origem e evolução das artes marciais8
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
qualquer outra parte do corpo. Segundo as lendas históricas, o caratê 
surgiu da mistura do boxe chinês com um estilo de luta de Okinawa, no 
Japão. No caratê, existe o kumite, que seria a luta propriamente dita, em 
que os caratecas devem focalizar fortemente os golpes, mas, antes do 
contato, é necessário um controle preciso; e o kata, que são exercícios 
predeterminados que devem ser executados com muita concentração e 
harmonia, em uma espécie de apresentação com um adversário imaginá-
rio (FUNAKOSHI apud FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009).
Desse modo, as artes marcial começaram a ganhar novas características, 
que fizeram com que houvesse uma aproximação das práticas de luta corporal 
de tradição oriental àquelas de tradição ocidental, tendo como fato marcante, 
nesse momento, o surgimento do judô a partir de Jigoro Kano (1860–1936), 
que estabeleceu uma proposta educacional bem fundamentada e com regras 
competitivas. Desse modo, o judô foi oficialmente criado em 1882 e, em 1886, 
foi aclamado pelo governo japonês como o esporte oficial do país. 
De acordo com Ferreira Filho e Maccariello (2009), o judô foi a primeira 
arte marcial oriental a expressar um sentido pedagógico que, ao mesmo tempo 
que buscava a difusão e a manutenção de valores morais tradicionais japoneses, 
buscava, também, fundir esses valores com aspectos pedagógicos ocidentais. 
Trilhando o mesmo caminho aberto pelo judô, no Japão, encontramos outra 
arte marcial japonesa: o caratê, que, tal como no caso do judô (uma adaptação 
moderna do jujutsu), tem seu desenvolvimento atrelado às antigas artes marciais 
praticadas na ilha de Okinawa. 
De modo geral, podemos considerar que o termo arte marcial, ao contrário 
do que sugere o senso comum, não se restringe apenas às práticas originadas 
no extremo Oriente, pois existem artes marciais criadas no Ocidente que foram 
sendo lentamente convertidas em jogos, que, em alguns casos, posteriormente, 
foram convertidos em esportes (MARTA, 2009; PAIVA, 2015), como é o caso 
do boxe e da esgrima, lutas que atualmente estão muito mais relacionadas à 
prática esportiva. A capoeira também merece ser destacada, já que, apesar 
das suas diversas interpretações (folclore, jogo, dança), sua mais expressiva 
representação é a da luta (PEREIRA, 2018). Como sugere o autor, pode-se 
partir do princípio de que arte marcial é uma luta, mas nem toda luta é arte 
marcial. Segundo Pereira (2018), o desenvolvimento das armas de guerra foi 
acompanhado de uma consequente diminuição dos combates físicos, de modo 
que as artes marciais foram migrando para o esporte e, até mesmo, perderam 
muitas de suas características (PEREIRA, 2018).
9Origem e evolução das artes marciais
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
Artes marciais modernas e inventadas
Do Oriente para o mundo, no século XIX, as lutas foram agregando no-
vos valores e modos de comportamento condizentes com a inserção dos 
costumes ocidentais, afastando-se das origens guerreiras e técnicas fatais 
e ligando-as a técnicas de defesa pessoal ao lazer, ao exercício físico 
(BREDA et al., 2010). 
Marta (2009) reflete sobre a possibilidade de classificar as práticas cor-
porais nascidas a partir do século XIX de “artes marciais orientais modernas 
e inventadas”, uma vez que, a partir desse momento, foi possível identificar 
o acréscimo de cinco elementos determinantes: 
a) a influência do pensamento ocidental moderno, com as práticas passando 
a objetivar a saúde moral e física dos seus praticantes e, posteriormente, a 
adoção do ideal esportivo de vitória; b) a ação de sujeitos que atestam para si a 
função de fundadores/idealizadores das diferentes práticas; c) a preocupação 
gradual coma sistematização racional e escrita das práticas, que lentamente 
vai rompendo com a tradição oral que até então marcava, de forma exclusiva, 
a dinâmica de transmissão dos movimentos das artes marciais orientais; d) o 
processo de internacionalização e o envio de mestres a diferentes partes do 
mundo com o objetivo de difundir as práticas e também a formação de fede-
rações de âmbito internacional; e e) a adequação da prática às necessidades 
impostas pelo momento histórico, tema que perpassa todos os itens anteriores 
(MARTA, 2009, p. 36). 
Franchini e Dell Vecchio (2011), ao descreverem o estado da arte dos estudos 
em modalidades esportivas de combate, colocam que, de acordo com Poliakoff 
(1987), no Ocidente, os primeiros confrontos atléticos envolvendo ações de lutas 
ocorreram na Grécia Antiga. A luta, o pugilato e o pancrácio faziam parte dos 
Jogos Olímpicos e dos outros jogos disputados pelas cidades-estados gregas. 
“Nesse período, e em preparação aos Jogos Olímpicos da Antiguidade, os pri-
meiros modelos de organização dos processos de treinamento também foram 
estruturados por Philostratus” (POLIAKOFF, 1987 apud FRANCHINI; DELL 
VECCHIO, 2011).
Quanto ao Brasil, o Japão, a China e a Coreia do Sul trouxeram para o país 
suas lutas mais populares, possibilitando a experimentação de outra forma 
de cultura corporal, em um momento histórico em que essa cultura estava 
impregnada pelo modelo esportivo inglês e em que os métodos ginásticos 
Origem e evolução das artes marciais10
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
(em especial o francês) faziam-se presentes — especificamente, também, 
em meados das décadas de 1930 e 1940, quando assistíamos à consolidação 
da Educação Física como disciplina obrigatória nos currículos escolares. Foi 
nesse universo que as artes marciais procuraram conquistar o seu espaço. 
Os mestres imigrantes fizeram com que, aos poucos, a existência de uma 
cultura completamente distinta daquelas trazidas pelos imigrantes europeus 
pudesse ser notadas em muitas cidades brasileiras onde colônias desses pa-
íses se desenvolveram. Aos poucos, os mestres de lutas como judô, caratê, 
aikido, sumô, kendo, kung fu, taekwondo e hapkido foram difundindo seus 
ensinamentos no Brasil.
O que se observa atualmente no Brasil é que as artes marciais passaram 
por um processo de massificação, e, dentre os fatores influenciadores desse 
processo, está a chegada dos imigrantes de origem oriental, a influência 
dos meios de comunicação de massa, sobretudo a televisão, e o processo de 
esportivizaçao vivenciado, não apenas pelas artes marciais, mas também por 
outras práticas corporais (MARTA, 2009). 
 A esportivizaçao das artes marciais teve início na década de 1960, em 
um processo de mudança de certas práticas corporais para o esporte insti-
tucionalizado. Segundo Silveira (2005 apud MAYER; ANDRADE, 2015, 
p. 14), atualmente, esse processo tem ampliado as modalidades esportivas 
praticadas no mundo.
Quando uma prática corporal passa pelo processo de esportivização, normal-
mente ela passa a existir em duas formas: a sua forma original, não esportiva 
(mantendo seus valores originais), e em sua forma esportivizada (regras 
criadas para um campeonato). 
De acordo com Campos (2004), a esportivização das artes marciais nem 
sempre é aceita pelos alunos e mestres conservadores, já que muito de seu 
contexto e apelo vem justamente do foco tradicional no qual são embasadas.
Nascidas em tempos de guerra, as artes marciais trabalham a mentalidade do 
aluno para o combate, mas, acima de tudo, valorizam a preparação absoluta 
do praticante: o físico, o espiritual, o psicológico, o técnico e o estratégico. 
Para aqueles que buscam tais segmentos, pouco importa a aplicação imediata 
como defesa pessoal (ESPÍRITO MARCIAL, 2014, documento on-line).
11Origem e evolução das artes marciais
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
Outro aspecto das artes marciais orientais, que não podem ser enten-
didas apenas pelo viés da esportivizaçao, é o fato de que, na atualidade, 
encontra-se, nas grandes academias de ginástica, esse tipo de atividade em 
certa medida desvinculada de tudo o que a caracterizaria como arte marcial 
(FERREIRA, 2009). É possível observar nesse “mundo fitness” uma forma 
de apropriação que liga as artes marciais a um tipo de ideologia amplamente 
influenciada pela mídia e por uma lógica de mercado, que mescla saúde 
e estética. Nesses ambientes, eles não deixam de ser técnicas de defesa 
pessoal, mas todo o seu contexto parece ter sido modificado e o discurso 
em torno delas também (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009). 
Há nas academias a oferta de modalidades com características totalmente 
desvinculadas do que se caracteriza como arte marcial, como, por exem-
plo, o body combat, em que há a apropriação dos movimentos das artes 
marciais orientais, mas sem nenhuma menção aos princípios filosóficos, 
aos golpes, aos rituais de passagem ou ao combate, enfim, tudo aquilo que 
caracterizaria uma arte marcial (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 
2009). Salienta-se, ainda, que, apesar de tudo isso, esse fato parece ter 
contribuído de maneira importante para o processo de massificação das 
artes marciais orientais. 
De acordo com Gonçalves e Silva (2013), atualmente, podemos considerar as 
lutas e artes marciais como atividades de lazer e exercício que visam aumento 
da aptidão física, defesa pessoal e prática esportiva. Além disso, são constan-
temente associadas a um estilo de vida e orientadas por determinados valores 
culturais. Essas práticas têm ganhado cada vez mais espaço nas academias de 
ginástica, nos clubes esportivos, nas escolas, entre outros ambientes, tornando-
-se suscetíveis a um complexo e indeterminado processo de transformação, o 
que lhes possibilita manifestar-se imbricadas em diferentes contextos sociais. 
A introdução das modalidades esportivas de combate nos Jogos Olímpicos, 
por exemplo, é uma consequência de seu processo de esportivização. Conforme 
sugerido por Paiva (2015), convém destacar as modalidades esportivas de 
combate presentes nos Jogos Olímpicos, que atualmente são seis e que você 
pode conferir no Quadro 2, a seguir.
Origem e evolução das artes marciais12
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
Fonte: Adaptado de Paiva (2015).
Esgrima
Armas/percussão. Presente desde 1986, no início dos Jogos 
Olímpicos Modernos. É um dos quatro esportes incluídos no 
programa de todos os Jogos Olímpicos.
Luta 
olímpica
Domínio corporal/ projeções/luta de solo. Presente desde 
1986. Foi incluída no programa como lembre das antigas mo-
dalidades olímpicas. Artificialmente, o chamado estilo greco-
-romano foi criado e, em 1904, o estilo livre foi integrado. 
Boxe
Percussão/membros superiores. Presente desde 1904. Foi inte-
grado em função da sua popularidade nos EUA. Nos primeiros 
jogos, foi rejeitado por ser considerado muito perigoso.
Judô
Indumentária/domínio corporal/projeções/luta de solo. 
Presente desde 1964. Os Jogos Olímpicos foram realizados em 
Tóquio, e os japoneses, como organizadores, adicionaram seu 
esporte nacional no programa. 
Taekwondo
Percussão/membros superiores/membros inferiores. Presente 
desde 2000. Foi incluída pela primeira vez como esporte de 
demonstração nas Olimpíadas de Seul (1988). 
Caratê
Percussão/membros superiores/membros inferiores. Inserida 
como modalidade olímpica para os jogos de Tóquio 2021 (pre-
visto inicialmente para 2020, mas adiado pela pandemia de 
Covid-19); será disputado na modalidade Kumite, que envolve 
a luta propriamente dita, e Kata, que envolve a execução de 
uma coreografia pré-aprovada. 
Quadro 2. Modalidades esportivas de combate presentes nos Jogos Olímpicos
Dentre as modalidades esportivas de combate presentes nos Jogos Olím-
picos, de origem ocidental, podemos citar a esgrima, o boxe e a luta olímpica, 
descritos a seguir.
 � Esgrima: sua origem remonta ao período pré-histórico, “[...] quandoo homem empregou, pela primeira vez, um pedaço de madeira para se 
defender ou atacar, garantindo a sua sobrevivência. Todavia, só com 
o surgimento dos metais foram criadas, de fato, as primeiras armas 
13Origem e evolução das artes marciais
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
de combate, sendo, inicialmente, empregadas por chefes de grupos 
ou tribos” (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ESGRIMA, 2019, 
documento on-line). Na esgrima, são utilizadas armas brancas para 
atacar e defender-se. Inicialmente, a esgrima era aplicada para caça 
e sobrevivência, porém, com a evolução das armas e da humanidade, 
tornou-se arma de combate e só foi abolida quando surgiram as armas 
de fogo. “Atualmente, existe apenas a esgrima esportiva, que se divide 
em três diferentes tipos de armas: espada, florete e sabre, representando 
os antigos armamentos utilizados em combate e treino” (CONFEDE-
RAÇÃO BRASILEIRA DE ESGRIMA, 2019, documento on-line).
 � Boxe: trata-se de uma arte de ataque e defesa pelo uso dos punhos, que eram 
utilizados nos primórdios como “armas” em brigas de rua (FERREIRA 
FILHO; MACCARIELLO, 2009). Existiram vários estilos de pugilismo, 
mas o mais conhecido é o inglês, que foi centrado nos Estados Unidos 
e difundido para outras partes do mundo. No boxe, os golpes utilizados 
são os socos: direto (golpe frontal), jab (golpe normalmente preparatório, 
mas que pode se tornar perigoso), cruzado (o alvo é a lateral da cabeça do 
adversário), upper ou gancho (desferido de baixo para cima no queixo do 
oponente) e o hook, um golpe desferido na linha da cintura do oponente 
(FLOYD; SUGAR, apud FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009).
 � Luta olímpica: a luta olímpica (wrestling) é uma das modalidades mais an-
tigas de que se tem conhecimento — há desenhos de lutadores em cavernas 
no Egito. Os principais estilos de luta olímpica são (FERREIRA FILHO; 
MACCARIELLO, 2009): greco-romano, que tem como características 
limites nas pegadas, ou seja, somente se permite pegar acima da linha 
de cintura do adversário; estilo livre, no qual as pegadas não têm tantos 
limites e podem ser aplicadas em qualquer parte do corpo, contanto que 
não sejam perigosas; sambo, que combina estilo livre com judô. Em todos 
esses estilos, “[...] o atleta tem como objetivo derrubar seu oponente sem 
o uso de socos, chutes ou golpes traumáticos, e será declarado vencedor 
o atleta que imobilizar o oponente no solo enquanto o juiz conta até três, 
nocauteá-lo para fora do ringue enquanto o juiz conta até vinte ou fazê-lo se 
render” (FERREIRA FILHO; MACCARIELLO, 2009, documento on-line).
Diante desse contexto, podemos considerar que as artes marciais mais co-
nhecidas, tanto no Brasil quanto no mundo, são o judô, o caratê, o taekwondo, o 
kung fu e o jiu-jítsu. Mesmo entre elas, chamar todas de artes marciais também 
é um erro. O judô, por exemplo, nunca foi considerado uma arte marcial, mas 
uma luta concebida como forma de educação. 
Origem e evolução das artes marciais14
Identificação interna do documento 8N5LGDPI0F-8FDTLJ1
De modo geral, as “artes marciais modernas e inventadas” são assim de-
nominadas pela influência do pensamento ocidental moderno como práticas 
cujo objetivo inicial era a saúde moral e física dos seus praticantes, para, pos-
teriormente, fazerem parte de um ideal esportivo de vitória. A presença dessas 
modalidades esportivas de combate nos Jogos Olímpicos é uma consequência 
de seu processo de esportivização, e esse processo pode ser considerado como 
produto final da evolução das lutas ocidentais, bem como o fato de elas serem 
consideradas, também, como atividades de lazer, exercício físico para melhora 
da aptidão física, técnica de defesa pessoal ou prática esportiva. 
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