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2017 Contabilidade intermediária Profª. Estelamaris Reif Copyright © UNIASSELVI 2017 Elaboração: Profª. Me. Estelamaris Reif Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 657.044 R361c Reif, Estelamaris Contabilidade intermediária / Estelamaris Reif: UNIASSELVI, 2017. 185 p. : il. ISBN 978-85-515-0082-8 1.Contabilidade Intermediária. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Impresso por: III apresentação Caro acadêmico, este caderno é importantíssimo para sua continuação no processo de formação educacional e profissional. O Livro de Estudos de Contabilidade Intermediária foi totalmente escrito para que seu conteúdo conceitual e prático atinja as principais alterações contábeis devido às normas internacionais. Esses conhecimentos apresentam novas possibilidades de contabilizações de acordo com a realidade das empresas, envolvendo outros elementos que permitem contabilizar operações complexas e específicas utilizadas pelas empresas das mais variadas atividades e tamanhos. Conforme seus estudos sobre contabilidade avançam, torna-se inevitável que você tenha conhecimento de todas as ferramentas que permitem aprimorar os processos de registro das operações contábeis. Considerando que a contabilidade passou – e ainda vem passando – por evoluções, é necessário, cada vez, mais você estar preparado para as novas nomenclaturas e termos utilizados, bem como as novas ferramentas disponíveis. Neste livro, vamos conhecer de forma mais detalhada as estruturas e operações contábeis no Ativo, seus critérios de classificação e a definição de circulante e não circulante, bem como o aprofundamento nos principais CPCs (Pronunciamentos Técnicos Contábeis). Vamos compreender e trabalhar o Passivo e o Patrimônio Líquido, que representam obrigações para com os sócios ou com terceiros, seja de curto ou longo prazo. Também haverá aprofundamento nos principais CPCs que compreendem esta categoria. Estudaremos assuntos emergentes na contabilidade, tais como essência sobre a forma, um assunto de extrema relevância e discussão e que impacta diretamente na qualidade da informação contábil. Novamente haverá aprofundamento nos principais CPCs que compreendem essa categoria. Como comentado no primeiro parágrafo desta introdução, este caderno é de extrema importância para a continuação de seus estudos, pois tratará de assuntos relevantes do atual cenário contábil. Esses assuntos tornarão você um profissional qualificado para atuar no mercado de trabalho. Ótimos estudos! Profª. Me. Estelamaris Reif IV UNI Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI VII sumário UNIDADE 1 – ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO ................................. 1 TÓPICO 1 – ATIVOS .............................................................................................................................. 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - CPC 00 (R1) ........................................................................ 3 2.1 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................... 5 2.2 AGRUPAMENTO E DESTAQUE DE CONTAS .......................................................................... 8 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 9 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 10 TÓPICO 2 – CIRCULANTE .................................................................................................................. 11 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 11 2 ESTRUTURA DO ATIVO CIRCULANTE ...................................................................................... 11 2.1 CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA........................................................................................ 13 2.2 CRÉDITOS (CONTAS A RECEBER) ............................................................................................. 18 2.3 ESTOQUES ........................................................................................................................................ 20 2.3.1 CPC 16 (R1) – estoques ........................................................................................................... 22 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 24 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 25 TÓPICO 3 – NÃO CIRCULANTE ....................................................................................................... 27 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 27 2 ESTRUTURA DO ATIVO NÃO CIRCULANTE ........................................................................... 27 2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ................................................................................................ 28 2.2 INVESTIMENTOS ........................................................................................................................... 30 2.3 IMOBILIZADO .................................................................................................................................32 2.3.1 Depreciação acumulada ......................................................................................................... 34 2.3.2 Recursos naturais .................................................................................................................... 39 2.3.3 Exaustão acumulada ............................................................................................................... 41 2.3.4 CPC 27 – Ativo imobilizado ................................................................................................... 42 2.4 INTANGÍVEL ................................................................................................................................... 43 2.4.1 Goodwill ..................................................................................................................................... 45 2.4.2 Amortização acumulada ........................................................................................................ 45 2.4.3 CPC 04 – Ativo intangível ...................................................................................................... 47 3 CPC 31 – ATIVO NÃO CIRCULANTE MANTIDO PARA VENDA E OPERAÇÃO DESCONTINUADA ........................................................................................................................... 48 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 49 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 51 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 52 UNIDADE 2 – PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................. 55 TÓPICO 1 – PASSIVO CIRCULANTE ............................................................................................... 57 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 57 VIII 2 ESTRUTURA DO PASSIVO CIRCULANTE ................................................................................. 57 2.1 OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS DE CURTO PRAZO ............................................................ 61 2.1.1 Obrigações com fornecedores ............................................................................................... 64 2.1.1.1 Duplicatas descontadas .............................................................................................. 65 2.1.2 Obrigações trabalhistas e previdenciárias ........................................................................... 68 2.1.3 Obrigações fiscais .................................................................................................................... 71 2.1.4 Outras obrigações ................................................................................................................... 73 2.1.5 Obrigações financeiras ........................................................................................................... 74 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 75 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 78 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 79 TÓPICO 2 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE .................................................................................... 81 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 81 2 ESTRUTURA DO PASSIVO NÃO CIRCULANTE ...................................................................... 81 2.1 OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS ..................................................................................................... 82 2.2 DEBÊNTURES E OUTROS TÍTULOS DE DÍVIDA .................................................................... 85 2.3 OBRIGAÇÕES FISCAIS .................................................................................................................. 87 2.3.1 Imposto sobre a renda a pagar .............................................................................................. 88 2.3.2 Contribuição social a pagar ................................................................................................... 88 2.3.3 IR e CS diferidos ...................................................................................................................... 89 2.4 CPC 25 - PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES ........... 91 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 93 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 97 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 98 TÓPICO 3 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO .............................................................................................. 99 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 99 2 ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................ 99 2.1 CAPITAL SOCIAL ........................................................................................................................... 100 2.1.1 Sociedade por Ações de Capital Autorizado ....................................................................... 101 2.2 RESERVAS DE CAPITAL ................................................................................................................ 102 2.3 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL ................................................................................. 102 2.4 RESERVAS DE LUCRO ................................................................................................................... 103 2.4.1 Reserva legal ............................................................................................................................ 104 2.4.2 Reservas estatutárias............................................................................................................... 105 2.4.3 Reservas para contingências .................................................................................................. 106 2.4.4 Reserva de lucros a realizar ................................................................................................... 107 2.4.5 Reserva de lucros para expansão .......................................................................................... 108 2.4.6 Reservas de incentivos fiscais ................................................................................................ 109 2.4.7 Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído ......................................... 110 2.5 AÇÕES EM TESOURARIA ............................................................................................................. 111 2.6 PREJUÍZOS ACUMULADOS ......................................................................................................... 113 LEITURA COMPLEMENTAR ..............................................................................................................114 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 117 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 118 UNIDADE 3 – ASSUNTOS EMERGENTES DA CONTABILIDADE ......................................... 121 TÓPICO 1 – ESSÊNCIA SOBRE A FORMA ...................................................................................... 123 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 123 2 PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA ............................................................................ 123 2.1 QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ......................................................................... 127 IX LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 131 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 133 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 134 TÓPICO 2 – CPC 12 – AJUSTE A VALOR PRESENTE .................................................................... 137 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 137 2 CPC 12 – AJUSTE A VALOR PRESENTE ........................................................................................ 137 2.1 DIRETRIZES GERAIS ...................................................................................................................... 138 2.2 DIRETRIZES ESPECÍFICAS ........................................................................................................... 139 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 145 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 146 TÓPICO 3 – CPC 46 – MENSURAÇÃO DO VALOR JUSTO ........................................................ 149 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 149 2 CPC 46 – MENSURAÇÃO DO VALOR JUSTO ............................................................................ 149 2.1 DIRETRIZES GERAIS ...................................................................................................................... 151 3 ATIVOS NÃO FINANCEIROS ......................................................................................................... 153 4 PASSIVOS E INSTRUMENTOS PATRIMONIAIS PRÓPRIOS DA ENTIDADE ................. 154 5 ARTIGOS COMPLEMENTARES ..................................................................................................... 157 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 160 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 164 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 165 TÓPICO 4 – CPC 01 – REDUÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL DOS ATIVOS (IMPAIRMENT) 167 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 167 2 CPC 01 – REDUÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL DOS ATIVOS (IMPAIRMENT) ........... 167 2.1 DIRETRIZES GERAIS ...................................................................................................................... 168 2.2 DIRETRIZES ESPECÍFICAS ........................................................................................................... 170 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 172 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 177 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 178 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 181 X 1 UNIDADE 1 ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade você será capaz de: • entender o critério de classificação e como funciona o agrupamento e des- taque das contas do ATIVO; • identificar e aprender a classificar as contas no circulante, bem como estu- dar sobre o CPC 16, que aborda o Valor dos Estoques; • identificar e aprender a classificar as contas no não circulante, bem como estudar sobre o CPC 27, que aborda o tratamento contábil do Ativo Imobi- lizado e possibilita compreender o intangível de acordo com o CPC 04; • estudar sobre o ativo não circulante mantido para venda e operação des- continuada. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ATIVOS TÓPICO 2 – CIRCULANTE TÓPICO 3 – NÃO CIRCULANTE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 ATIVOS 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico, você já aprendeu, na disciplina de Contabilidade Básica, que as demonstrações contábeis são demonstrações realizadas utilizando dados e informações extraídas da escrituração contábil da entidade. Para uma correta análise de todas as demonstrações elaboradas pela contabilidade, é necessário um bom conhecimento de todos os elementos que compõem estas demonstrações, a iniciar pelos grupos principais e suas subcategorias. Aproveite para tirar o máximo proveito desta disciplina, pois quanto maior for o seu conhecimento em Contabilidade, maior será sua facilidade para trabalhar e analisar as informações que a contabilidade disponibiliza. Diante disto, torna-se relevante o estudo reforçado do Ativo e sua estrutura conceitual para a elaboração das demonstrações contábeis. 2 ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - CPC 00 (R1) As demonstrações contábeis são produzidas e expostas aos usuários externos devido à sua gama de finalidades e necessidades, utilizadas pelos mais diversos usuários externos, que são: governos, órgãos reguladores, autoridades tributárias, fornecedores, acionistas, entre outros. Cada usuário externo pode definir exigências específicas para atender seus interesses. Porém, cabe ressaltar que essas exigências específicas não deverão afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo esta Estrutura Conceitual, ou seja, caso necessário, essas exigências devem ser elaboradas à parte para o usuário externo, não prejudicando a estrutura conceitual inicial. De acordo com o CPC 00 (R1), as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a Estrutura Conceitual definida por eles atendem às necessidades comuns da maioria dos usuários, sendo que grande parte deles utiliza essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, como: a) quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 4 b) apreciar a administração da entidade no que diz respeito à responsabilidade que lhe é conferida e quanto à qualidade de sua performance e de sua prestação de contas; c) analisar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhesbenefícios; d) apreciar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros cedidos à entidade; e) definir políticas tributárias; f) definir a distribuição de lucros e dividendos; g) efetuar e utilizar estatísticas da renda nacional; ou h) normatizar as atividades das entidades. Cabe salientar que a finalidade desta Estrutura Conceitual é: a) servir como base para o desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações e a revisão dos já existentes, quando necessário; b) dar sustentação à acessão da harmonização das regulações, das normas contábeis e dos procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações contábeis, provendo uma base para a redução do número de tratamentos contábeis alternativos quando possível; c) servir como suporte aos órgãos reguladores nacionais; d) assessorar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação dos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações e no tratamento de assuntos que ainda não tenham sido abordados; e) contribuir para os auditores independentes formarem sua opinião sobre a conformidade das demonstrações contábeis com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações; f) ajudar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, elaboradas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações; e g) facilitar aos interessados informações sobre a óptica adotada na formulação dos Pronunciamentos Técnicos, das Interpretações e das Orientações. No que diz respeito ao ATIVO, o CPC 00 (R1) aborda que: “Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade”. O benefício econômico futuro integrado a um ativo é a sua capacidade em IMPORTANT E A Lei nº 6.404/76 das Sociedades por ações denominou as demonstrações contábeis de demonstrações financeiras. TÓPICO 1 | ATIVOS 5 cooperar, de forma direta ou indireta, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. Comumente, a entidade utiliza seus ativos na produção de bens ou na prestação de serviços capazes de atender os desejos e as necessidades dos consumidores. Intentando que esses bens ou serviços são capazes de satisfazer os desejos ou necessidades dos consumidores, eles se predispõem a pagar por eles, contribuindo dessa forma com o fluxo de caixa da entidade. O caixa por si só rende trabalho para a entidade, pois ele exerce um comando sobre os demais recursos (CPC 00 (R1)). Continuando com o CPC 00 (R1), ele aponta que os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem advir para a entidade de diversas formas. Exemplos de como o ativo pode ser: a) usado de forma isolada ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou na prestação de serviços; b) substituído por outros ativos; c) consumido para liquidar um passivo; ou d) dividido entre os proprietários da entidade. Quanto ao reconhecimento do ativo, o CPC 00 (R1) prevê que ele só deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for possível que benefícios econômicos futuros fluirão dele para a entidade, e seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade. Já um ativo não deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando os gastos incorridos não possibilitarem uma probabilidade de geração de benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente. Pelo contrário, nesse caso, a transação deve ser reconhecida como despesa na demonstração do resultado (DRE). 2.1 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO Antes de entender os critérios de classificação utilizados na contabilidade, é necessário conhecer o conjunto de informações que são divulgadas por uma entidade. Iudícibus et al. (2013) escrevem que para uma sociedade por ações deverá Após o termo ATIVO, o próximo termo a ser utilizado é “Caixa e Equivalentes de caixa” e não mais “Disponibilidades”, segundo as Normas Internacionais de Contabilidade. ATENCAO UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 6 haver a divulgação das seguintes informações que representam a sua prestação de contas: Relatório de Administração, Demonstrações Contábeis, Notas Explicativas, o Relatório dos Auditores Independentes (se tiver), o Parecer do Conselho Fiscal e o relatório do Comitê de Auditoria (se existir). Tendo conhecimento da existência desse conjunto de informações, trataremos agora de entender melhor como acontece a classificação do Balanço Patrimonial, principal peça dentro das demonstrações contábeis. Iudícibus et al. (2013, p. 2) destacam que “o balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática”. O art. 178 da Lei nº 6.404/76 aborda que, no balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas de acordo com “os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. A lei ainda estabelece que o balanço seja composto por três elementos básicos: QUADRO 1 - ESTRUTURA DO BALANÇO COMPOSTO PELOS TRÊS ELEMENTOS BÁSICOS BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVOPATRIMÔNIO LÍQUIDO FONTE: Adaptado de Iudícibus et al. (2013) A Lei nº 6.404/76 e suas alterações esclarecem que as contas do Ativo devem ser classificadas em ordem decrescente de liquidez, ou seja, a conta que indicar maior facilidade em se transformar em dinheiro deverá ser a primeira a ser classificada. A mesma lei divide o Ativo em dois grandes grupos, Ativo Circulante e Ativo Não Circulante (OLIVEIRA; MOREIRA, 2013). No quadro a seguir é apresentado um modelo de balanço patrimonial por meio da nova estrutura e de acordo com o critério de classificação exigido pela Lei nº 6.404/76. TÓPICO 1 | ATIVOS 7 QUADRO 2 - MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA OBRIGAÇÕES COM FORNECEDORES Caixa Duplicatas a Pagar/Fornecedores Banco Conta Movimento OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS CRÉDITOS A RECEBER Empréstimos Bancários Duplicatas a Receber/Clientes Duplicatas Descontadas (Provisão p/ Deved. Duvidosos) OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS Adiantamento a Fornecedor Salários a Pagar Férias a Pagar (PROVISÃO) TRIBUTOS A RECUPERAR 13º Salário a Pagar ( PROVISÃO ) ICMS a Recuperar OBRIGAÇÕES FISCAIS ESTOQUES ICMS a Recolher Mercadorias IRRF a Recolher OBRIGAÇÕES COM SÓCIOS Dividendos a Pagar NÃO CIRCULANTE OUTRAS OBRIGAÇÕES REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Adiantamentos de Clientes Duplicatas a Receber/Clientes LP Aluguéis a Pagar Adiantamentos a Diretores/Sócios NÃO CIRCULANTE INVESTIMENTOS Duplicatas a Pagar Obras de Arte Fornecedores LP Imóveis de Aluguel PATRIMÔNIO LÍQUIDO IMOBILIZADO CAPITAL SOCIAL Imóveis Capital Social Veículos Móveis e Utensílios RESERVAS DE CAPITAL (Depreciação Acumulada) RESERVAS DE LUCRO INTANGÍVEL AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL Patentes (AÇÕES EM TESOURARIA) Direitos Autorais (PREJUÍZOS ACUMULADOS) Fundo de Comércio FONTE: A autora Iudícibus et al. (2013) escrevem que, dentro de cada grupo, a ordem de liquidez e exigibilidade também deve ser mantida. Vale ressaltar que o modelo apresentado não é válido para todas as UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 8 empresas, pois, conforme comentado anteriormente, o que define o critério de classificação das contas é o seu grau de liquidez, e isto pode variar de empresa para empresa. 2.2 AGRUPAMENTO E DESTAQUE DE CONTAS Lei nº 6.404/76, Art. 178: “No Balanço Patrimonial, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação patrimonial e financeira da companhia”. QUADRO 3 - ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: Iudícibus et al. (2013) Iudícibus et al. (2013) destacam que, quando apresentadas as demonstrações contábeis e as notas explicativas, as contas com valoresinsignificantes não devem aparecer destacadamente, e sim agrupadas com outras do mesmo grupo, que sejam similares. Ainda em relação ao agrupamento de contas, a Lei nº 6.404/76 impede que haja o agrupamento de contas semelhantes se a soma dos saldos ultrapassar 10% do valor do respectivo grupo de contas (exemplo de grupo: circulante). Havendo a possibilidade de subgrupos terem contas com valores significativos, estas deverão ser destacadas na demonstração contábil, para uma melhor compreensão. O Pronunciamento Técnico 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis não estabelece ordem ou formato para a apresentação das contas do balanço patrimonial, mas salienta que seja observada a legislação brasileira (IUDÍCIBUS et al., 2013). 9 Neste tópico, você aprendeu que: • Para uma correta análise de todas as demonstrações elaboradas pela contabilidade, é necessário um bom conhecimento de todos os elementos que compõem as demonstrações, a iniciar pelos grupos principais e suas subcategorias. • Os conceitos do pronunciamento contábil CPC 00 (R1) abordam sobre a estrutura conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, e verificou-se que as demonstrações elaboradas de acordo com essa estrutura atendem às necessidades comuns da maioria dos usuários, sendo que grande parte deles utiliza essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas. • De acordo com o art. 178 da Lei nº 6.404/76, as contas do balanço patrimonial deverão ser classificadas de acordo com “os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”, e essa mesma lei estruturou o balanço em três elementos básicos: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. • Em relação ao critério de classificação das contas do Ativo, foi visto que elas devem ser classificadas em ordem decrescente de liquidez, iniciando-se pela conta que indicar maior facilidade em se transformar em dinheiro. Lembrando que, dentro de cada grupo, a ordem de liquidez e exigibilidade também deve ser mantida. • A questão do agrupamento das contas aborda que devem ser classificadas de acordo com os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação patrimonial e financeira da companhia. Ressalta-se a abordagem do Pronunciamento Técnico 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis, que escreve que não estabelece ordem ou formato para a apresentação das contas do balanço patrimonial, mas salienta que seja observada a legislação brasileira. RESUMO DO TÓPICO 1 10 1 Qual conteúdo é abordado pelo CPC 00? 2 Cite três tomadas de decisões econômicas que podem ser realizadas utilizando a Estrutura Conceitual definida para a contabilidade. 3 Qual a definição de Ativo segundo o CPC 00? 4 O que você entende por posição estática apontada por Iudícibus et al. (2013) quando ele fala sobre o Balanço Patrimonial? 5 Como deverão ser classificadas as contas do balanço patrimonial segundo a Lei nº 6.404/76? 6 Quais os três elementos básicos que compõem o Balanço Patrimonial? 7 Como devem ser classificadas as contas do Ativo segundo a Lei nº 6.404/76? 8 Qual conteúdo é abordado pelo CPC 26? 9 Contas com valores insignificantes devem ser contabilizadas como? 10 A Lei nº 6.404/76 impede que haja o agrupamento de contas semelhantes em que casos? AUTOATIVIDADE 11 TÓPICO 2 CIRCULANTE UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Você aprendeu, no Tópico 1, vários conceitos sobre o balanço patrimonial e as demonstrações contábeis, incluindo sua estrutura e classificação de contas. Tão importante quanto isso é entender o conceito e a definição de circulante. Vários cuidados devem ser tomados na definição de circulante e não circulante, pois, como visto anteriormente, a classificação errônea das contas contábeis não expressará a realidade da empresa. Por isso vamos lá! Vamos aprender de fato como são classificadas as contas no CIRCULANTE. 2 ESTRUTURA DO ATIVO CIRCULANTE Segundo Ribeiro (2009a, p. 637), o Ativo Circulante é constituído pelos Bens e pelos Direitos que estão em contínua circulação no Patrimônio. “Basicamente, são valores já realizados (transformados em dinheiro) ou que serão realizados até o término do exercício social subsequente”. No quadro a seguir poderemos observar melhor o que o autor quer dizer com término do exercício social subsequente. QUADRO 4 - DEFINIÇÃO DE CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE FONTE: A autora UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 12 Exemplo: Suponhamos que uma empresa tenha efetuado uma venda no valor de 24.000,00 em 24 vezes, sendo que o recebimento da 1ª parcela está previsto para 01/03/2016. As parcelas deverão ser contabilizadas da seguinte forma: Sendo que nosso circulante é até fevereiro de 2017, ou seja, 02/2017, teremos 12 parcelas no circulante e duas parcelas no não circulante. Obs.: Somente 12 parcelas no C.P. de acordo com o CPC 26. Em valores: D – Contas a Receber de CP – 12.000,00 D – Contas a Receber de LP – 12.000,00 C – Estoque – 24.000,00 Obs.: Mensalmente, após o recebimento de uma parcela no banco/caixa, haverá a transferência de uma parcela do LP (Longo Prazo) para o CP (Curto Prazo), conforme segue: Recebimento parcela: D – Banco/caixa - 1.000,00 C – Contas a Receber de C.P - 1.000,00 Transferência de parcela do L.P. para o C.P.: D– Contas a Receber de C.P. - 1.000,00 C– Contas a Receber de L.P. - 1.000,00 A Lei nº 6.404/1976 determina que no Ativo devam figurar as Disponibilidades (Caixa e Equivalentes de Caixa), os direitos realizáveis no decorrer do exercício social seguinte e as aplicações de recursos em Despesas do Exercício Seguinte. Na vivência empresarial, o grupo dos direitos realizáveis no decorrer do exercício social seguinte geralmente é subdividido em: Clientes, Outros Créditos, TÓPICO 2 | CIRCULANTE 13 Tributos a Recuperar, Investimentos Temporários de Curto Prazo e Estoques (RIBEIRO, 2009b). Cabe destacar que, entre os valores realizáveis do Ativo Circulante, alguns não necessariamente serão convertidos diretamente em dinheiro. Um exemplo ocorre com os tributos que a empresa recolhe antecipadamente e cuja efetivação acontece quando ocorre a compensação com obrigações fiscais que a empresa tem para pagar aos governos municipal, estadual e/ou federal. Outro exemplo se dá com os materiais de consumo, cuja realização se dá pelo consumo dos mesmos, que expressa a ocorrência de despesas. Por fim, apresenta-se o exemplo das Despesas Pagas Antecipadamente, cuja realização também se dá pela caracterização das respectivas despesas, conforme for decorrendo os prazos de competência (RIBEIRO, 2009b). 2.1 CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA A denominação do termo “Disponibilidades” foi criada pela Lei nº 6.404/76, e utilizada para representar o dinheiro em caixa, em bancos e demais valores equivalentes (como cheques em mãos e em trânsito – ainda não depositados) (IUDÍCIBUS et al., 2013). Porém, as normas internacionais trabalham com o conceito de Caixa e Equivalentes de Caixa, incluindo, além das disponibilidades já mencionadas, outros valores que possam ser transformados, no curto prazo, em dinheiro, sem riscos. Esses equivalentes de caixa são preservados com o intuito de atender a compromissos de caixa de curto prazo e não para investimento ou outros fins; além disso, deve-se poder converter o valor de forma imediata quando necessário. Isto posto, cabe ressaltar que um investimento, usualmente, é qualificado como equivalente de caixa quando tem vencimento de curto prazo, exemplo: três meses ou menos, a contar da data da contratação. Já os investimentos em ações de outras entidades são exclusos dos equivalentes de caixa, a não ser que sua essência seja de um equivalente de caixa, exemplo: nos casos de ações preferenciais resgatáveis que tenham prazo definido de resgate e cujo prazo atenda à definição de curto prazo. Assim, as aplicações em títulosde liquidez imediata e aplicações financeiras resgatáveis, com prazo médio de 90 dias da data do balanço, também serão classificadas como Equivalentes de Caixa (IUDÍCIBUS et al., 2013). Essa explicação, dada por Iudícibus et al. (2013), sobre a compreensão de critérios de classificação das disponibilidades de acordo com CPC 03 (R2) e a definição de caixa e equivalentes de caixa, pode ser melhor exemplificada na figura a seguir. UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 14 FIGURA 1 - GRÁFICO DE DEFINIÇÃO DE CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA FONTE: KPMG (2012) Dessa forma, Iudícibus et al. (2013) trazem em seu Manual de Contabilidade Societária um modelo básico de Plano de Contas de acordo com os conceitos abordados até aqui. ` Cada um desses itens será abordado de forma sucinta nos próximos parágrafos. CAIXA: O saldo de caixa, usualmente, tem seu registro na empresa em uma ou mais contas. O que determinará a quantidade de locais em que terá registro depende exclusivamente das necessidades operacionais e locais de funcionamento da empresa. Existem, basicamente, dois tipos de controles da conta Caixa, o fundo fixo e o caixa flutuante (IUDÍCIBUS et al., 2013). FUNDO FIXO: No sistema de fundo, geralmente, não há problemas de classificação de valores. Primeiramente, define-se uma quantia fixa que será cedida TÓPICO 2 | CIRCULANTE 15 ao responsável pelo fundo, esta quantia deverá ser o suficiente para arcar com o pagamento de contas de diversos dias, posteriormente se estabelece uma data para a prestação de contas do valor total desembolsado (podendo ser semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente), repondo-se o valor do fundo fixo, por meio de cheque nominal ou crédito em conta corrente bancária (IUDÍCIBUS et al., 2013). “A contabilização de tais desembolsos é feita a crédito de bancos e a débito das despesas, ou seja, depois de constituído o fundo fixo, a conta respectiva não recebe mais contabilizações” (a não ser por aumento ou redução do valor do fundo) (IUDÍCIBUS et al., 2013, p. 56). Assim, todos os pagamentos realizados pelo fundo fixo serão feitos por cheques creditados diretamente em bancos, bem como todos os recebimentos também serão em dinheiro ou cheques depositados diretamente nas contas bancárias, não havendo movimentação contábil na conta Caixa (IUDÍCIBUS et al., 2013). Na data estabelecida para a prestação de contas, ou seja, o balanço, é necessário que no fundo fixo só haja dinheiro, pois os comprovantes de despesas já devem ter sido contabilizados. Vejamos o exemplo a seguir: - Constituição do Fundo Fixo de Caixa no valor de R$ 3.000,00 na data de 01/08/2016. D – Caixa (Fundo Fixo) – Ativo Circulante C – Bancos Conta Movimento – Ativo Circulante No relatório de caixa constam os registros das seguintes despesas efetuadas com recurso do fundo fixo: 15/08/2016 - Recomposição do fundo fixo de caixa e Reconhecimento contábil das despesas: UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 16 Visão Sintética: D - Despesas Administrativas (Conta Resultado) – 630,00 C - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) – 630,00 Visão Analítica: D – Despesa com Fotocópias (Conta Resultado) – 55,00 D – Despesa com Correios (Conta Resultado) – 135,00 D – Despesa com Autenticações (Conta Resultado) – 40,00 D – Despesa com Papelaria (Conta Resultado) – 80,00 D – Despesa com Combustível (Conta Resultado) – 200,00 D – Despesa com Produtos de Limpeza (Conta Resultado) – 120,00 C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) – 630,00 CAIXA FLUTUANTE: Neste sistema transitam pela conta Caixa os recebimentos e os pagamentos em dinheiro. É comum o saldo da conta Caixa deste sistema não apresentar somente o dinheiro propriamente dito, mas, também, vales, adiantamentos para despesas de viagens, cheques recebidos a depositar etc., gerando assim maiores problemas de ordem de classificação contábil de valores (IUDÍCIBUS et al., 2013). Porém, para fins de Balanço, deve-se demonstrar apenas o saldo em dinheiro, visto que os vales e adiantamentos deverão constar no Balanço em conta própria de realizável, como Adiantamentos. Existem empresas que ainda realizam toda a contabilização por meio da conta Caixa (todos os recebimentos e pagamentos em cheques), o que acaba gerando um desnecessário volume de débitos e créditos (IUDÍCIBUS et al., 2013). Para melhor entender o funcionamento do Caixa Flutuante, vejamos um exemplo aplicando os sistemas de controle de caixa no relacionamento pessoal das finanças de um casal: Observe que na visão sintética temos um “agrupamento” das despesas, de forma que não conseguimos visualizar as despesas de forma individual, apenas um “ todo”. Já a visão analítica é o oposto da visão sintética, ela abre de forma clara todos os componentes do grupo. FIQUE ATENTO, ESTES TERMOS SERÃO MUITO UTILIZADOS EM CONTABILIDADE. ATENCAO TÓPICO 2 | CIRCULANTE 17 Maria e João João e Maria controlam seu dinheiro de forma individual: • João: Saca do banco toda semana um valor “x” para pagar suas despesas pessoais. Ao final de cada semana, ele calcula as notinhas de despesas para repor com um novo saque (esse sistema é idêntico ao fundo fixo de caixa). • Maria: Também saca valores no banco, porém, nem sempre é o suficiente para bancar as despesas do período, então ela acaba utilizando o cartão de crédito, cartão de débito e até cheque (esse é o sistema do caixa flutuante). Veja que o sistema que Maria utiliza é bem mais complexo, pois exige um controle maior das receitas e despesas, o que acaba aumentando a probabilidade de erros. DEPÓSITOS BANCÁRIOS À VISTA CONTAS DE LIVRE MOVIMENTAÇÃO: Constituem este grupo basicamente três tipos de contas (IUDÍCIBUS et al., 2013): 1) conta movimento ou depósitos sem limite; 2) contas especiais para pagamentos específicos (folha de pagamento, dividendos a pagar aos acionistas etc.). Essas contas normalmente são mantidas para facilitar operações e controle internos. Ao final dos períodos seus saldos geralmente devem estar zerados; e 3) contas especiais de cobrança: abertas para ampliar a rede de cobrança bancária de suas duplicatas ou contas, devido à área geográfica de atuação, tendo em vista facilitar o pagamento para seus clientes. Em muitos casos, essas contas só são movimentadas por transferências de seu saldo para a conta movimento da respectiva empresa (sendo apenas uma conta transitória). NUMERÁRIOS EM TRÂNSITO Iudícibus et al. (2013) descrevem que essa disponibilidade decorre de: a) remessas para filiais, depósitos ou semelhantes, por meio de cheques, alguma forma de ordem de pagamento etc.; b) recebimentos dessa mesma espécie, ou ainda de clientes ou terceiros, quando UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 18 conhecidos até a data do balanço. Esse disponível poderia ser classificável junto aos saldos em bancos ou, ainda, de acordo com as necessidades da empresa, poderia ser criado um Plano de Contas específico para registrar o Numerário em Trânsito dentro do subgrupo Disponível. APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2), as aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor, são consideradas equivalentes de caixa, as quais são mantidas com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo e não para investimento ou outros fins (IUDÍCIBUS et al., 2013, p. 58). 2.2 CRÉDITOS (CONTAS A RECEBER) Contas a receber são direitos adquiridos quando ocorre a venda a prazo de bens (produtos acabados) e/ou serviços. Exemplo: Comércio de roupas – Vende Roupas Prestador de Serviços – Presta Serviços FIGURA 2 – FLUXO DA GERAÇÃO DAS CONTAS A RECEBER FONTE: A autora A contrapartida do débito no contas a receber é um crédito na conta de Receita Bruta na demonstração do resultado do exercício. Além disso, as contas TÓPICO 2 | CIRCULANTE19 a receber serão reduzidas pela Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que é uma conta com natureza credora, que diminui as contas a receber. O saldo da conta PDD configura o montante de expectativa de perdas no recebimento das contas a receber (ALMEIDA, 2010). Lançamento Contábil das contas a receber: D – Contas a Receber (Ativo Circulante) C – Receita de vendas (Conta de Resultado) Visão da conta Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) no Balanço Patrimonial. QUADRO 4 – POSIÇÃO DA CONTA PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS FONTE: A autora Iudícibus et al. (2013) afirmam que as contas a receber constituem, geralmente, um dos mais importantes ativos da empresa, pois representa os valores a receber advindos de vendas a prazo de mercadorias e/ou serviços a clientes, podendo também serem oriundos de outras transações. Essas outras transações não estão ligadas diretamente à atividade principal da empresa, mas são consideradas normais. Devido a isso, é necessário que haja a segregação dos valores a receber, em relação ao que se refere a seu objeto principal, das demais contas. As contas a receber são separadas por: • a receber de clientes comerciais; • contas a receber de partes relacionadas; • pagamentos antecipados; e • outros montantes, também denominado de outros créditos. Essas contas normalmente são realizáveis no decurso do exercício seguinte à data do balanço, e por isso fazem parte do ATIVO CIRCULANTE. Porém, também podem ter vencimentos de longo prazo (quando as parcelas recebíveis caírem após o final do exercício seguinte) devendo ser classificadas no ATIVO NÃO CIRCULANTE. UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 20 2.3 ESTOQUES “Os estoques representam bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com objetivos e atividades da Sociedade” (ALMEIDA, 2010, p. 62). O mesmo autor escreve também sobre as principais classes de estoques, que compreendem: • matérias-primas; • produtos em processo; • produtos acabados ou mercadorias. Existe ainda uma 4ª classe de estoques pouco mencionada na literatura, o estoque de peças de manutenção. Na figura a seguir apresenta-se o conceito de cada tipo. FIGURA 3 – TIPOS DE ESTOQUE ^ FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/10104085/>. Acesso em: 23 ago. 2016. TÓPICO 2 | CIRCULANTE 21 Devido ao prazo de realização dos estoques ser considerado rápido, eles são classificados no ativo circulante. Porém, se existirem bens com prazo de realização superior a um ano, deverão ser classificados no realizável a longo prazo (ALMEIDA, 2010). Iudícibus et al. (2013) complementam escrevendo que os estoques estão ligados diretamente às áreas de operação da empresa, e acarretam problemas de administração, controle, contabilização e avaliação. Em se tratando de empresas industriais e comerciais, afirmam que os estoques são um dos ativos mais importantes do capital circulante, exigindo assim sua correta determinação no início e no fim do período contábil, além de ser fundamental para a apuração do lucro líquido do exercício. Devido às mudanças estruturais ocorridas nas organizações, bem como uma maior participação das empresas de serviços na economia (que possuem particularidades na conta estoque), a nova estrutura do balanço patrimonial instituiu a conta “Intangível”. Assim, os estoques são bens considerados tangíveis ou intangíveis, adquiridos ou produzidos pela empresa com a intenção de venda ou utilização própria. Vejamos a seguir exemplos de bens tangíveis e intangíveis. FIGURA 4 – BENS TANGÍVEIS FONTE: Disponível em: <http://proseiroconcurseiro.blogspot.com. br/2015/05/direito-civil-bens.html>. Acesso em: 23 ago. 2016. UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 22 FIGURA 5 – BENS INTANGÍVEIS FONTE: Disponível em: <http://soumaisenem.com.br/geografia/globalizacao/ globalizacao-parte1>. Acesso em: 23 ago. 2016. No próximo tópico continuaremos abordando o tema estoque via Pronunciamento Técnico 16, que visa estabelecer o tratamento contábil para os estoques. É importante ressaltar que o CPC 16 se aplica a todos os estoques, com exceção dos seguintes: • produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de serviços diretamente relacionados (Vide CPC 17); • instrumentos financeiros (Vide CPC 38 e CPC 39); • ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no ponto da colheita (Vide CPC 29). 2.3.1 CPC 16 (R1) – estoques Estoques são ativos: a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; b) em processo de produção para venda; ou c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Mensuração de estoque: deverão ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, devendo sempre optar pelo menor. TÓPICO 2 | CIRCULANTE 23 VALOR DO CUSTO: são todos os custos de aquisição e de transformação, assim como os custos necessários para conduzir os estoques à sua condição e localização atual. Isto é: preço de compra + impostos de importação e outros tributos (não recuperáveis pela Entidade) + transporte + seguro + manuseio + outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços (EL KHATIB, 2012). VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO: é o preço de venda aferido no curso normal dos negócios, descontando-se os custos estimados para sua conclusão e os gastos necessários para a concretização da venda (CPC 16 (R1)). Critérios de valoração de estoque: o custo dos estoques de itens específicos (normalmente não intercambiáveis) deve ser imposto de acordo com seus custos individuais. Já no caso de produtos com grandes quantidades de itens de estoque e que sejam intercambiáveis, deve-se utilizar o critério Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) ou o critério do custo médio ponderado. Deve-se usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques com mesma natureza e utilidade. Reconhecimento como despesa no resultado: no momento em que os estoques são vendidos, seus custos devem ser contabilizados como despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. Havendo a redução dos estoques em qualquer quantia para o valor realizável líquido, bem como perdas de estoques, também deverão ser reconhecidas como despesa do período em que a redução ou a perda acontecerem. O montante correspondente à reversão de redução de estoques, advindo do aumento no valor realizável líquido, será registrado como redução do item em que for reconhecida a despesa ou a perda, no período em que a reversão ocorrer. 24 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você apendeu que: • O Ativo Circulante é constituído por Bens e Direitos que estão em contínua circulação no Patrimônio. • A denominação do termo “Disponibilidades” foi criada pela Lei nº 6.404/76, e utilizada para representar o dinheiro em caixa, em bancos e demais valores equivalentes. Porém, as normas internacionais trabalham com o conceito de Caixa e Equivalentes de Caixa, incluindo, além das disponibilidades já mencionadas, outros valores que possam ser transformados, no curto prazo, em dinheiro, sem riscos. • Sobre a conta Caixa, apresentou-se que o saldo de caixa usualmente tem seu registro na empresa em uma ou mais contas. O que determinará a quantidade de locais em que terá registro depende exclusivamente das necessidades operacionais e locais de funcionamento da empresa. E que existem, basicamente, dois tipos de controles da conta Caixa, o fundo fixo e o caixa flutuante. • Na conta créditos (contas a receber), estudou-se que são direitos adquiridos quando ocorre a venda a prazo de bens (produtos acabados) e/ou serviços. Sua contrapartida é um crédito na conta de Receita Bruta na demonstração do resultado do exercício. Além disso, as contas a receber serão reduzidas pela Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que é uma conta com natureza credora, que diminui as contasa receber. • Em relação aos estoques, foi visto que eles representam os bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com objetivos e atividades da Sociedade. Os estoques classificam-se em: matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados ou mercadorias e peças de manutenção. • Por fim, estudou-se que devido às mudanças estruturais ocorridas nas organizações, bem como uma maior participação das empresas de serviços na economia, se instituiu uma nova conta no balanço patrimonial “Intangível”. Dessa forma, os estoques agora são bens considerados tangíveis ou intangíveis. • Ressalta-se a abordagem do CPC 16 (R1) – ESTOQUES – que aborda sobre: definição, mensuração, critérios de valoração e reconhecimento como despesa no resultado. 25 1 Uma empresa efetuou uma venda de R$ 30.000,00 em 01/04/2016 em 20 vezes, sendo a 1ª parcela para 01/05/2016. Quantas parcelas cairão no curto prazo e quantas cairão no longo prazo? Curto Prazo: _______ Longo Prazo: _______ Efetue os lançamentos contábeis com seus respectivos valores: D – _______________________R$ _________________ D - ________________________R$ _________________ C - ________________________R$ _________________ 2 Como as normas internacionais tratam o termo “Disponibilidades”? 3 Qual a diferença entre fundo fixo e caixa flutuante? 4 A seguinte apresentação das despesas pagas é denominada Analítica ou Sintética? Qual a diferença entre elas? AUTOATIVIDADE 5 O que são Créditos (contas a Receber)? 6 Para que serve a conta Provisão para Devedores Duvidosos (PDD)? Cite suas características (natureza e classificação). 7 Quais as principais classes de estoque? O que significa cada classe? 8 Sobre a mensuração de estoques abordada pelo CPC 16 (R1) – ESTOQUES, qual a orientação? 26 27 TÓPICO 3 NÃO CIRCULANTE UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO No Tópico 2, vimos a diferença entre circulante e não circulante por meio do Quadro 4. Porém, dada a importância e a necessidade do entendimento da classificação desses dois itens, o Tópico 3 abordará de forma mais ampla e detalhada o NÃO CIRCULANTE. Lembre-se: a classificação errônea das contas contábeis não expressará a realidade da empresa, além de não contribuir com uma de suas funcionalidades, que é a geração de informações para o bom gerenciamento do negócio. 2 ESTRUTURA DO ATIVO NÃO CIRCULANTE Ribeiro (2009b) escreve que este grupo é o contrário do Ativo Circulante, pois no Ativo Circulante são relacionadas as contas que retratam bens e direitos que estão em circulação constante na empresa, ou seja, que transitam com prazo inferior a um ano. Já no Ativo Não Circulante são apresentadas as contas de bens e direitos com pequena ou nenhuma circulação. A Lei nº 11.638/07 divide o Ativo Não Circulante em quatro partes: • ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO • INVESTIMENTOS • IMOBILIZADO • INTANGÍVEL Estas estruturas foram apresentadas no Tópico 1, e agora serão apresentadas De acordo com o que já estudamos, no novo critério para definição de circulante e não circulante, de acordo com as normas internacionais de contabilidade, Não Circulante refere-se a valores realizados (transformados em dinheiro) após o término do exercício social subsequente. ATENCAO UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 28 com mais detalhes nos próximos itens. 2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO São contabilizadas no grupo do Ativo Realizável a Longo Prazo as contas com mesma natureza das do Ativo Circulante, entretanto, devem ter sua realização “certa ou provável”, após o término do exercício seguinte, o que costumeiramente acontece em um prazo superior a um ano a partir do próprio balanço (IUDÍCIBUS et al., 2013). Na Lei das Sociedades por Ações, em seu art. 179, tem-se a definição do conteúdo, ao referir que no Ativo as contas serão classificadas da seguinte maneira: No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (art. 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia. A Lei das Sociedades por Ações estabelece que, independentemente do prazo de vencimento, os créditos de “coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro”, advindos de negócios não regulares da atividade principal da entidade, serão contabilizados no longo prazo, mesmo que possuam seus vencimentos ou suas previsões de recebimento de curto prazo. Exemplos de contas que se enquadram nesta situação: a) venda de bens do ativo imobilizado ou outros do ativo; b) adiantamentos ou empréstimos para amparar necessidades de caixa de empresas coligadas ou controladas; c) empréstimos ou adiantamentos (a diretores/acionistas e/ou demais participantes no lucro), quando isso não for seu objeto social. Outras informações importantes apontadas por Iudícibus et al. (2013) são em relação aos tributos diferidos sobre o resultado (IR e CSLL). Estes tributos nunca poderão ser classificados no ativo circulante, devem estar em sua totalidade classificados dentro do subgrupo Realizável a Longo Prazo. A seguir, apresenta-se um modelo de plano de contas para o realizável a longo prazo indicado pelo manual de Contabilidade Societária (IUDÍCIBUS et al., 2013). Este modelo é dividido em três subgrupos: TÓPICO 3 | NÃO CIRCULANTE 29 QUADRO 6 - MODELO DE PLANO DE CONTAS DO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1. CRÉDITOS E VALORES 2. INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A LONGO PRAZO 3. DESPESAS ANTECIPADAS FONTE: Iudícibus et al. (2013) Esta divisão é feita julgando ser necessária a segregação de contas por natureza. Analisemos agora cada subgrupo: 1. CRÉDITOS E VALORES: Relacionam-se aqui: créditos a receber de terceiros; títulos a receber; adiantamentos; valores oriundos de depósitos e empréstimos compulsórios; imposto e contribuições a recuperar etc. Todos obrigatoriamente com prazo de recebimento superior ao exercício seguinte à data da contabilização. Contas que pertencem a este subgrupo: • Bancos (Contas Vinculadas) • Contas a Receber • Títulos a Receber • Créditos de acionistas, diretores, coligadas e controladas (transações não recorrentes) • Adiantamento a Terceiros • Perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa (conta credora) • Impostos e Contribuições a Recuperar • Empréstimos Compulsórios à Eletrobrás • Depósitos Restituíveis e Valores vinculados • Perdas Estimadas (conta credora) 2. INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A LONGO PRAZO: Classificam-se nesse grupo: a) aplicações de caixa em título (na conta Títulos e Valores Mobiliários). Estas aplicações podem ser melhor analisadas no CPC 14, que trata sobre os Instrumentos Financeiros; b) investimentos em outras sociedades (sem caráter permanente, até mesmo os feitos com incentivos fiscais). IMPORTANT E Contas Credoras lançadas no ativo têm a função de reduzir o ATIVO. São as chamadas contas RETIFICADORAS ou REDUTORAS. 30 UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO 3. DESPESAS ANTECIPADAS: Compõem este grupo: pagamentos antecipados de elementos que se transformarão em despesa após o exercício seguinte à data do balanço. Exemplo: prêmios de seguro a apropriar a longo prazo. Para finalizar o item de realizável a Longo Prazo, apresenta-se um modelo analítico das contas pertencentes a esse subgrupo: QUADRO 7 – MODELO ANALÍTICO DAS CONTAS PERTENCENTES AO GRUPO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO FONTE: Oliveira e Moreira (2013) 2.2 INVESTIMENTOS Ribeiro (2009b) escreve que o Investimento alcança as contas que representam participações no Capital de outras sociedades (participações essas que normalmente geram rendimentos para a empresa em forma de dividendos). Geralmente, esses investimentos são realizados em empresas controladas, coligadas, equiparadas a coligadas ou em outras sociedades.FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS FONTE: Disponível em: <http://cosif.com.br/imgs/contabil/nbc-tg-05b.gif>. Acesso em: 29 ago. 2016. TÓPICO 3 | NÃO CIRCULANTE 31 SOCIEDADES CONTROLADAS: abordam esta temática o CPC 18 - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, e o CPC 36 - Demonstrações Consolidadas. Conceito de sociedades controladas, segundo Almeida (2010, p. 64): “Controle é definido como a possibilidade de dirigir as políticas financeiras e operacionais de uma empresa, a fim de obter os benefícios e riscos de suas atividades”. SOCIEDADES COLIGADAS: aborda esta temática o CPC 18 - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto. Conceito de sociedades coligadas, segundo Almeida (2010, p. 64): “Uma sociedade é considerada coligada quando a investidora possui influência significativa”. Evidencia-se a influência significativa por meio de uma ou mais das seguintes formas: • Representação no conselho de administração ou órgão equivalente da investida. • Participação nos processos de criação de políticas. • Transações relevantes entre o investidor e a investida. • Intercâmbio de pessoal administrativo. • Fornecimento de informações técnicas essenciais (ALMEIDA, 2010, p. 64). SOCIEDADES CONTROLADAS EM CONJUNTO: aborda esta temática o CPC 19 - Negócios em Conjunto. Conceito de sociedades controladas em conjunto, segundo Almeida (2010, p. 64): Dois ou mais empreendedores vinculados por um acordo contratual. A existência de um acordo contratual distingue interesses que envolvem o controle conjunto de investimentos em coligadas nas quais o investidor possui influência significativa. O acordo contratual estabelece o controle conjunto. Nenhum empreendedor isolado está em posição de controlar a atividade unilateralmente. Considera-se ainda para classificação no grupo investimentos as contas com características de direitos de qualquer natureza que não são classificáveis no Ativo Circulante e/ou no Realizável a Longo Prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade principal da organização, exemplo: investimentos em obras de arte e bens que gerem receitas para a empresa independentemente das suas atividades operacionais (Imóveis de Renda, aplicações etc.) (RIBEIRO, 2009b). O mesmo autor escreve que este grupo é integrado também pelas contas redutoras, como: Provisão para Perdas Prováveis (Investimentos) e Depreciação Acumulada (bens de renda). 32 UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO Para finalizar o item de Investimentos, apresentamos um modelo analítico das contas pertencentes a este subgrupo. QUADRO 8 – MODELO ANALÍTICO DAS CONTAS PERTENCENTES AO GRUPO INVESTIMENTOS FONTE: Oliveira e Moreira (2013) 2.3 IMOBILIZADO A Lei nº 6.404/76, em seu art. 179, inciso IV, conceitua como contas do Ativo Imobilizado: Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. Nesse grupo de contas do balanço são classificados “todos os ativos tangíveis ou corpóreos de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e de seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade” (IUDÍCIBUS et al., 2013, p. 275). Outra característica importante do conceito de Ativo Imobilizado abordado pela Lei nº 6.404/76 é que “este não precisa necessariamente pertencer à entidade do ponto de vista jurídico para ser reconhecido”. Se uma empresa exercer controle sobre um Ativo Imobilizado, usufruir de seus benefícios e assumir os riscos causados por ele em suas operações, terá que reconhecê-lo no seu balanço patrimonial, mesmo não possuindo sua propriedade jurídica. IMPORTANT E Os ativos incorpóreos, que antes eram classificados no Imobilizado, agora deverão ser classificados no Ativo Intangível. TÓPICO 3 | NÃO CIRCULANTE 33 No caso acima, a propriedade jurídica é só um detalhe, e não uma condição necessária, ou seja, não é necessário que o ativo seja da entidade que o controla para utilizar de seus benefícios econômicos. Ainda segundo a Lei nº 6.404/76, deverá a entidade reconhecer como ativo imobilizado em seu balanço quando: (i) ser provável que futuros benefícios econômicos relacionados ao item resultarão para a entidade; e (ii) havendo a capacidade de mensurar confiavelmente o custo do item. Ribeiro (2009b) subdivide o imobilizado em: Operacional Corpóreo (Tangível): capital investido nos bens de uso da empresa. São bens materiais que a empresa usa no desenvolvimento das suas atividades operacionais normais, como os Móveis e Utensílios, os Computadores, os Veículos etc. Operacional Recursos Naturais: constituído por contas que representam capitais aplicados em recursos naturais (minerais ou florestais) de exploração da empresa. Este item será melhor abordado futuramente. Objeto de Arrendamento Mercantil: constituído por contas que representam bens que estão sendo utilizados pela empresa, mas que não são de sua propriedade. São bens arrendados de Terceiros, podendo ser adquiridos pela empresa no final do prazo de arrendamento. Imobilizado em Andamento (bens para futura operação): constituído por contas que representam recursos aplicados em construções ou aquisições em andamento. Caracterizam os bens que quando se encontrarem concluídos ou em circunstâncias favoráveis para sua operação, serão empregados no desenvolvimento das atividades operacionais da empresa. Vejamos a seguir contas pertencentes a este grupo. 34 UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO QUADRO 9 – MODELO ANALÍTICO DAS CONTAS PERTENCENTES AO GRUPO IMOBILIZADO FONTE: Oliveira e Moreira (2013) 2.3.1 Depreciação acumulada “Com exceção de terrenos e de alguns outros itens, os elementos que integram o Ativo Imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica” (IUDÍCIBUS et al., 2013, p. 301). Assim, o custo/despesa destes ativos deve ser contabilizado de maneira regular, ou seja, de acordo com os exercícios (anos) beneficiados por seu uso enquanto existir vida útil econômica. A Lei nº 6.404/76, em seu art. 183, § 2º, estendendo-se também ao intangível, aborda que a redução do valor dos elementos do ativo imobilizado e do ativo intangível deverá ser registrada periodicamente nas seguintes contas. QUADRO 10 – DEPRECIAÇÃO/AMORTIZAÇÃO/EXAUSTÃO DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO EXAUSTÃO Quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. Quando corresponder à perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. FONTE: Adaptado de Iudícibus et al. (2013) TÓPICO 3 | NÃO CIRCULANTE 35 Em relação às taxas de depreciação, sempre houve uma tendência de grande parte das empresas adotar somente as taxas admitidas pela legislação fiscal. Porém, essa prática não é mais permitida. As taxas disponibilizadas pelo fisco devem ser utilizadas exclusivamente para apuração de impostos, sendo que os valores da depreciação devem ser controlados em registros auxiliares. As taxas anuais de depreciação, normalmente admitidas pelo Fisco para uso normal dos bens (um turno de oito horas diárias), são as mencionadas no quadro a seguir: QUADRO 11 – TABELA DE DEPRECIAÇÃO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERALTAXA ANUAL ANOS DE VIDA ÚTIL Edifícios Máquinas e Equipamentos Instalações Móveis e Utensílios Veículos Sistema de Proc. Dados 4% 10% 10% 10% 20% 20% 25 10 10 10 5 5 FONTE: Iudícibus et al. (2013) Admite-se que a empresa adote taxas diferentes das estabelecidas pelo Fisco para fins de depreciação, desde que amparadas por laudo pericial do Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica. Para o Fisco não haverá problemas se a empresa optar em adotar taxas menores de depreciação das que as admitidas (IUDÍCIBUS et al., 2013). Também é aceita uma aceleração na depreciação dos bens móveis, tendo em vista o número de horas diárias de operação. IMPORTANT E A relação completa de bens, com seus respectivos prazos “normais” de vida útil e suas taxas de depreciação, pode ser obtida por meio da Instrução Normativa SRF nº 130, de 10/11/1999. 36 UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO QUADRO 12 – TAXA DE DEPRECIAÇÃO DE ACORDO COM O NÚMERO DE HORAS DIÁRIAS DE OPERAÇÃO COEFICIENTE Um turno de 8 horas Dois turnos de 8 horas Três turnos de 8 horas 1,0 1,5 2,0 FONTE: Iudícibus et al. (2013) Exemplo: Máquinas e Equipamentos Se a empresa trabalha normalmente oito horas diárias, a taxa de depreciação será de 10% ao ano. Se trabalhar dois turnos (16 horas), poderá usar a taxa de 15% a.a. E se trabalha em três turnos (24 horas), a taxa admitida será de 20% a.a. CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO Ribeiro (2009b) escreve que existem vários métodos de depreciação que podem ser utilizados: Método Linear: mais utilizado no Brasil, resume-se na aplicação de taxas constantes durante o tempo de vida útil estimado para o bem. Exemplo: Um determinado bem teve sua via útil estimada em 10 anos. Fórmula: 100% = taxa de depreciação Tempo de vida útil Temos: 100% /10 anos = 10% a.a., assim, a taxa de depreciação será de 10% a.a. Método da Soma dos algarismos dos anos: estipulam-se taxas variáveis durante o tempo de vida útil do bem. Somam-se os algarismos que formam o tempo de vida útil, chegando assim ao denominador da fração que determinará o valor da depreciação. Exemplo: Um determinado bem teve sua via útil estimada em quatro anos. TÓPICO 3 | NÃO CIRCULANTE 37 Agora, calculemos a taxa de depreciação. Taxa de Depreciação do 1º ano pela taxa crescente: 1 de 100% = 10% (taxa de depreciação) 10 Taxa de Depreciação do 4º ano pela taxa decrescente: 4 de 100% = 40% (taxa de depreciação) 10 Método das horas de trabalho: estipula-se a taxa de depreciação com base no número de horas trabalhadas. Estima-se em horas o tempo de vida útil do bem (a taxa de depreciação irá variar de acordo com o número de horas trabalhadas). Exemplo: Uma máquina de produção industrial teve sua via útil estimada em 1.920 horas. Porém, no seu primeiro mês de atividade ela esteve em uso apenas 96 horas, calculemos a taxa de depreciação. Fórmula: Regra de três simples 1.920 horas = 100% 96 horas = x Resultado: 96 x 100 = 5% 1.920 Método das unidades produzidas: estipula-se a taxa de depreciação com base no número de unidades produzidas. Estima-se a quantidade de unidades que o bem produzirá durante sua vida útil (a taxa de depreciação irá variar de acordo com a quantidade produzida em um respectivo período). 38 UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO Exemplo: Uma máquina de produção industrial teve estipulada sua capacidade de produção em 50.000 unidades. Porém, no seu primeiro mês de atividade ela produziu apenas 200 unidades, calculemos a taxa de depreciação. Fórmula: Regra de três simples 50.000 unidades = 100% 200 unidades = x Resultado: 200 x 100 = 0,4% 50.000 Após escolhido o método que será utilizado para o cálculo de depreciação, basta aplicar a taxa sobre o valor do bem para encontrar a quota de depreciação do período (RIBEIRO, 2009a). O autor ressalta ainda dois pontos importantes: • A depreciação somente inicia-se quando o bem começar a operar (bens que estejam parados não terão cálculo de depreciação). • Alcançada a taxa de depreciação acumulada de 100% do valor do bem (custo de aquisição), não haverá mais cálculo nem contabilização de depreciação. O valor do bem e da depreciação acumulada deste bem devem permanecer contabilizados pelo seu valor original, aguardando apenas sua baixa. Vejamos agora os lançamentos contábeis: 1º Aquisição de um veículo no valor de 25.000,00 no dia 02/01/X16. Pagamento à vista (via banco). D - Veículo (ANC) – 25.000,00 C - Banco (AC) – 25.000,00 2º Cálculo e Contabilização da Depreciação do 1º ano de uso do veículo. Teve sua via útil estimada em 10 anos e será utilizado o método linear para cálculo da taxa de depreciação. Cálculo da taxa de depreciação: 100%/10 anos = 10% a.a., assim, a taxa de depreciação de 10% a.a. IMPORTANT E A depreciação pode ser calculada e contabilizada mensalmente ou anualmente. TÓPICO 3 | NÃO CIRCULANTE 39 Cálculo do valor da depreciação: 25.000,00 x 10% = R$ 2.500,00 a.a. Despesa de depreciação D – Depreciação de Veículo (R) – 2.500,00 C – Depreciação Acumulada (ANC) – 2.500,00 2.500,00 a.a. x 10 anos = 25.000,00 3º Após calculado e contabilizado 100% da depreciação do respectivo bem, efetuaremos a baixa. D – Depreciação Acumulada (ANC) – 25.000,00 C – Veículo (ANC) – 25.000,00 2.3.2 Recursos naturais Os recursos naturais são os elementos que a natureza oferece, que por sua vez são utilizados pelo homem na construção e desenvolvimento das sociedades e, portanto, para sua sobrevivência. Assim, existe sua exploração para o fornecimento de matéria ou energia aos seres humanos (GOMES, 2006). Na figura a seguir apresentamos os tipos e exemplos de recursos naturais. IMPORTANT E A baixa de bens do Ativo Não Circulante se dá por: alienação (venda), doação, troca, perecimento, sinistro e furto (RIBEIRO, 2009b). 40 UNIDADE 1 | ESTRUTURAS E OPERAÇÕES CONTÁBEIS NO ATIVO FIGURA 7 - TIPOS E EXEMPLOS DE RECURSOS NATURAIS FONTE: Disponível em: <http://visual.ly/recursos-naturais-tipos-e-exemplos>. Acesso em: 29 ago. 2016. Assim como existe a depreciação, apresentada no tópico anterior, a exploração de recursos naturais ou de seus direitos sobre a exploração também deve ser contabilizada e ter seus valores correspondentes à perda, lançada como exaustão, que é o que abordaremos a seguir. TÓPICO 3 | NÃO CIRCULANTE 41 2.3.3 Exaustão acumulada Iudícibus et al. (2013) escrevem que a exaustão tem como objetivo dividir o custo dos recursos naturais durante o período em que são extraídos ou exauridos. Para se calcular a exaustão utiliza-se o método de unidades produzidas (extraídas). Para a aplicação desse método, inicialmente deve-se determinar qual a porcentagem extraída de minério no período em relação à capacidade total da mina que se tem conhecimento. Esse percentual é aplicado sobre o custo de aquisição ou prospecção (estudo) dos recursos minerais explorados. Iudícibus et al. (2013) destacam que é importante não confundir Exaustão Contábil com Exaustão de Incentivo Fiscal. A legislação do Imposto de Renda admite como dedutíveis 20% da receita de exploração (art. 331) para empresas de mineração, das quais as jazidas tenham tido início de exploração a partir de 01/01/90 a 21/12/87, porém o conteúdo que estamos tratando aqui refere-se à exaustão contábil. Exemplo de cálculo de exaustão. Informações necessárias: a) valor contábil das jazidas = 50.000,00 b) exaustão acumulada até o exercício precedente = 15.000,00 c) estimativa total de minérios da jazida (possança) = 100.000 toneladas d) extração neste exercício = 10.000 toneladas e) receita pela extração no exercício = 60.000,00 O cálculo da despesa de exaustão (contábil): Relação de extração do ano com a possança. 10.000 t = 10% 100.000 t Exaustão Contábil = 10% sobre 50.000,00 = 5.000,00 Exaustão Dedutível = 20% sobre 60.000,00 = 12.000,00 Diferença (Exaustão Incentivada) 12.000,00 – 5.000,00 = 7.000,00 Lançamentos Contábeis: D –