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Doença de Chagas PÂMELA REIS PATOLOGIA - 18/08/21 AGENTE ETIOLÓGICO: Tripanossoma Cruzi. VETOR: Barbeiro. HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: humanos e seres vertebrados. É uma doença endêmica, predominante no Norte e Nordeste. TRANSMISSÃO VETORIAL: contato com fezes de triatomíneos infectados (barbeiro), após picada. Quando pica libera as fezes provoca coceira. Quando a pessoa coça permite a penetração das fezes contaminadas ORAL: através da ingestão de alimentos contaminados, principalmente açaí e caldo de cana de açúcar. Via de transmissão mais comum atualmente. VERTICAL (CONGÊNITA): passagem de parasitas de mulheres infectadas para seus bebes durante a gravidez ou parto. O bebê nasce com doença de chagas congênita, dependendo do estágio da gravidez no momento da infecção pode gerar um quadro irreversível, principalmente problemas cardíacos. SANGUÍNEA: através da transfusão de sangue ou transplante de órgãos, pouco comum atualmente por conta da realização dos mais variados exames e questionários. CICLO Barbeiro infecta o hospedeiro com tripomastigota e invade as células próximas ao local da picada (geralmente musculares cardíacas), em forma de amastigotas, onde começam a se multiplicar. Essas amastigotas intracelulares evoluem novamente para tripomastigota, porém agora em maior número. O barbeiro pode picar novamente esse ser humano agora infectado, e ingerir os tripomastigotas junto com o sangue. Podem promover a auto contaminação, os tripomastigotas caem na corrente sanguínea a fim de infectar novas células, em forma de amastigotas. Dependendo do lugar da auto contaminação, é o efeito clínico da doença. Um barbeiro que não tinha sido contaminado, ingere os tripomastigotas que se transformam em epimastigotas no intestino, onde irão se multiplicar e serão eliminados nas fezes em forma de tripomastigotas. AMASTIGOTAS: intracelular, presente nos tecidos de hospedeiros vertebrados (homem, capivara, preguiça, gamba, tatu). Amastigotas EPIMASTIGOTAS: presentes no intestino do barbeiro. Epimastigotas TRIPOMASTIGOTAS: presente no sangue circulante e nas fezes do barbeiro. Tripomastigota PATOGENIA Ainda é incerta, porém apresenta duas teorias: · Lesão direta do parasita na célula que leva a certas manifestações clínicas. · Reatividade cruzada das células imunológicas (anticorpos) causando lesão celular, produção de anticorpos contra aquele antígeno, porém esses anticorpos acabam atacando outras células. Reação inflamatória subaguda (inespecífica), crônica e granulomatosa (quadro clássico, formação de granulomas). Apresenta arterite necrotizante significativa gerando uma reação imunológica importante. Destruição de plexos nervosos. FASE AGUDA Na maioria das vezes o indivíduo é assintomático dificultando o diagnóstico, exceto em casos clássicos (Sinal de Romãna). É a fase mais contaminante e transmissível, onde ocorre mais auto contaminação devido a uma elevada parasitemia. Pode apresentar edema palpebral, febre, astenia*, poliadenite**, cefaleia e hepatoesplenomegalia. *Perda ou diminuição da força física. **Inflamação simultânea de vários gânglios linfáticos. Pode evoluir para morte súbita, principalmente quando diagnosticado tardiamente. SINAL DE ROMÃNA: edema palpebral, linfonodomegalia local => aumento do complexo oftalmoganglionário. Sinal de Romãna FASE CRÔNICA Apresenta três formas clínicas: · Indeterminada (mais comum); · Cardíaca; · Digestiva. FORMA INDETERMINADA Compreende a grande maioria dos casos. Apresenta sinais e sintomas diferenciados, o que dificulta o diagnóstico. Período de evolução variável, assim como outras formas de fase crônica. FORMA CARDÍACA Segunda forma mais comum (20 a 30%), devido a destruição das células musculares cardíacas. Além disso destrói também o sistema de condução dos cardiomiócitos, que pode gerar insuficiência cardíaca (IC). CLINICAMENTE: IC, arritmia, aneurisma, dilatação de capilares, cardiomegalia e derrame de cavidades. Infiltrado Inflamatório Gera granuloma => destruição celular => necrose => fibrose (deposição de colágeno) => hipertrofia => IC. FORMA DIGESTIVA Poucos casos (20%). Os amastigotas são encontrados nos músculos lisos e nos plexos mioentéricos e em outras células do sistema digestivo. CLINICAMENTE: diminuição da peristalse do esôfago e intestinos, megacólon que pode ser repercutido para todo TGI baixo (esôfago, cólon, sigmoide e intestino delgado). OUTRAS FORMAS CLÍNICAS FÍGADO: hepatomegalia em fase aguda, congestão e degeneração. BAÇO: esplenomegalia. LINFONODO: Linfadenopatia satélite. MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO: ninhos de amastigotas. TURISTA Viajante que tenha ingerido alimento suspeito de infecção (açaí e caldo de cana, principalmente) ou visitado área de T. Cruzi. SINTOMATOLOGIA: após mais ou menos 7 dias. · Febre prolongada (7 dias); · Edema de face ou membros; · Exantema; · Adenomegalia; · Hepatomegalia; · Esplenomegalia; · Cardiopatia aguda (taquicardia, IC); · Manifestações hemorrágicas; · Sinal de Romãna; · Chagoma de inoculação (coceira, eritema, e prurido no local).
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