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Saúde Coletiva

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Prévia do material em texto

Conteudista: Prof.ª Dra. Eliane Caixeta de Lima Lucas 
Revisão Textual: Esp. Jéssica Dante
Objetivo da Unidade:
Conhecer, compreender e identificar práticas assistenciais, educativas e
participativas que permeiam as ações dirigidas nos programas, no âmbito
individual e coletivo no SUS envolvendo a promoção à saúde.
📄 Material Teórico
📄 Material Complementar
📄 Referências
Saúde Coletiva
Visita Domiciliária (VD)
A atenção domiciliar vem de uma proposta para a redução do tempo de hospitalização, redução
do risco de infecção hospitalar, estímulos dos vínculos familiares e humanização da assistência
à saúde.
Quando todas as intervenções hospitalares foram realizadas e o paciente não mais necessita do
leito hospitalar e a assistência pode ser continuada no domicílio, ocorre a alta hospitalar e a
assistência é realizada pelas equipes de profissionais da Atenção Primária.
A visita domiciliária (VD) é um instrumento utilizado pelos profissionais para ofertar assistência
à saúde ao indivíduo e a família, todos os profissionais realizam visitas, entretanto o Enfermeiro
tem um papel fundamental por ser o profissional com maior contato com as famílias.
A visita é um momento para conhecer o usuário em seu contexto familiar, socioeconômico e do
espaço ou ambiente em que vive. É utilizada para acompanhamento da saúde das famílias.
A atenção domiciliar é um ponto central no PSF, entretanto ela não inclui obrigatoriamente as
consultas no domicílio, elas acontecem nos casos em que sejam realmente necessárias, e são
realizadas por Enfermeiros, ou médicos e ou equipe multiprofissional. O único profissional que
deve realizar, obrigatoriamente, uma visita domiciliar a cada mês a todos os domicílios é ACS,
pois é ele que garante acesso às famílias e mantém o vínculo entre a unidade e a família (BRASIL,
2000).
1 / 3
📄 Material Teórico
Algumas visitas têm como finalidade a realização da consulta, elas acontecem para atender a
necessidade apresentada pelos pacientes domiciliados ou acamados, entretanto, há as visitas de
investigações e busca ativa, entre outras que também são necessárias.
A demanda ocorre por meio do encaminhamento após alta hospitalar, realização de
procedimentos técnicos, busca ativa, solicitação espontânea realizada pela família a partir de
consultório, informado pela equipe, encaminhamento por órgãos do Estado, entre outros.
Tipos de Visitas Domiciliares Realizadas pelo Enfermeiro na Atenção
Primária
Visita de Prevenção e Promoção à Saúde
Visita de Investigação Epidemiológica
Visita comunicantes/contatos: visita aos usuários em tratamento, acompanhamento ou
investigação por hanseníase, tuberculose, dengue, sífilis entre outras doenças; avaliação de
cicatriz vacinal, investigação e sorologia para comunicantes/contatos. Realização de busca ativa,
Visita à gestante: verificação dos motivos que levaram a gestante a faltar nas
consultas, realizar reagendamentos e convocações para comparecimento na UBS
para realização dos exames; é obrigatório a visita para acompanhamento das
gestantes de alto risco (alto risco é quando há riscos à saúde ou a vida do binômio
mãe-bebê), entre outros;
Visita puerperal: é realizada entre o 7º e o 10º dia após o parto, para verificação do
estado de saúde da puérpera e avaliação da incisão cirúrgica, avaliação do
aleitamento materno, da pega, do coto umbilical, primeira consulta do bebê, entre
outros aspectos;
Visita imunização: avaliação geral da criança, da carteirinha, realização de
imunização e/ou bloqueio.
verificar abandono de tratamento, evasão, mudança de unidade, contato por alterações nos
resultados de exames coletados. Realização de levantamento de informações como, por
exemplo, a verificar se houve deslocamento ou viagens da família a áreas endêmicas nos últimos
30 dias, se há foco/criadouros no domicílio.
Visita Assistencial
Realizada aos usuários acamados ou domiciliados com impossibilidade permanente ou
temporária de deslocamento até a unidade de saúde. Avaliação do grau de dependência do
paciente; realização de laudo/relatório; avaliação de lesões (devem ser avaliadas a cada 7 dias);
programa de fraldas, de oxigenoterapia domiciliar, o atendimento domiciliar deve ser realizado a
todos os pacientes acamados.
Atribuições do Enfermeiro da Visita Domiciliária
O papel do Enfermeiro é exercer todas as funções assistenciais, de ensino, de pesquisa e
administrativas, para isso o Enfermeiro precisa conhecer todas as políticas de saúde, a estrutura
do SUS e o modo de financiamento; promover educação em saúde; prestar cuidados de
enfermagem de modo seguro e que elimine ou reduza os riscos de produzir danos; propor
alterações estruturais no domicílio para segurança do paciente e família; definir juntamente
com a equipe, nas discussões semanais, a admissão, acompanhamento e alta das pessoas a
serem atendidas em seus domicílios.
Planejar, realizar e avaliar as visitas domiciliárias de modo a identificar as necessidades,
determinar as prioridades para planejar, implementar e avaliar resultados obtidos. Realizar
orientação do indivíduo, familiar e equipe sobre o processo de saúde e doença.
Capacitar a equipe de enfermagem com realização de treinamentos.
Encorajar os usuários a realizar autocuidado observando seus limites e capacidades.
Monitorar e acompanhar os casos, busca de faltosos; realizar busca ativa para identificar casos
novos; avaliar casos suspeitos; realizar investigação epidemiológica.
Realizar consultas de Enfermagem ofertando a longitudinalidade do cuidado, avaliar
periodicamente os pacientes acamados e domiciliados; realizar procedimentos privativos do
Enfermeiro, solicitar exames; avaliar grau de dependência.
Realizar vigilância de reações e evento adverso, intercorrência, prevenção de incapacidades;
acompanhar contatos, realizar educação em saúde e prevenção de agravos mais prevalentes na
região.
Requer habilidades de comunicação e ética profissional, pois estará inserido em um contexto
familiar, íntimo e privado, logo esse direito à privacidade deve ser respeitado.
Ao adentrar a um domicílio deve primar pelo respeito às diferenças culturais, religiosas, entre
outras.
- SÃO PAULO, 2017, p. 57
“O Enfermeiro deve ter na sua agenda, horário reservado para discutir e avaliar as
visitas realizadas pelos Técnicos ou Auxiliares de Enfermagem, pois muitas vezes,
nas visitas, os profissionais vivenciam situações objetivas e subjetivas que
precisam de apoio e orientação.”
Consulta de Enfermagem
A Lei 7.498, de 25 de junho de 1986, que regulamenta as atividades de Enfermagem, no artigo 11,
inciso I, alínea I, prevê a Consulta de Enfermagem como atividade privativa do Enfermeiro. A
Consulta de Enfermagem deve ser realizada em todos os níveis de assistência à saúde, em todos
os locais em que o Enfermeiro esteja trabalhando, a consulta de Enfermagem deve ser
obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem.
Você Sabia?
Você sabia que o Enfermeiro deve ter conhecimento sobre diversas
ciências para o bom exercício profissional? Conhecimentos sobre: o
meio ambiente e suas relações com o processo saúde-doença; a cultura
e sua influência sobre a saúde das pessoas; a fé/crença e a influência no
processo de reabilitação; a nutrição e seus impactos no processo
saúde-doença; fator socioeconômico, renda e emprego e os impactos e
influência na vida e riscos à saúde do trabalhador etc.
Leitura
Código de Ética e Principais Legislações para o Exercício da
Enfermagem 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
A Resolução COFEN 358/2009 dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre
o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências.
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Entenda mais sobre o assunto acessando a seguir o livreto com
legislação de Enfermagem.
Leitura
Resolução COFEN-358/2009
A realização do Processo de Enfermageme da Sistematização da Assistência de Enfermagem é
um componente obrigatório à assistência.
Na condução do atendimento de Enfermagem, a realização do Processo de Enfermagem é um
dever do profissional e a garantia de uma assistência integral, holística e personalizada. O
Processo de Enfermagem (Resolução COFEN 358/2009) é composto pelas seguintes etapas:
Coleta de dados ou investigação: composto pelas informações referidas pelo paciente e os dados
provenientes do exame físico, esses dados compõem o histórico.
Avaliação clínica: realização do exame físico e avaliação dos exames complementares.
Avaliação física: avaliação da capacidade física, do equilíbrio, da marcha, do estado nutricional…
Avaliação mental: avaliação afetiva e cognitiva;
Avaliação funcional: avaliação da independência e da autonomia;
Coleta de dados ou investigação;1
Diagnóstico de Enfermagem;2
Planejamento de Enfermagem;3
Implementação;4
Avaliação.5
Avaliação social: avaliação da estrutura, do apoio e da convivência familiar, do ambiente, dos
recursos econômicos e da rede social para apoio.
Avaliação dos Fatores de Risco e Doenças Crônicas
É necessário a aplicação de escalas para avaliação das condições físicas e mentais dos pacientes.
São diversas escalas que auxiliam o Enfermeiro no processo de Sistematização da Assistência de
Enfermagem para alcance dos resultados, algumas delas são:
A avaliação é realizada por meio da coleta de dados, exame físico, resultado de exames, avaliação
funcional e socioeconômico; levantamento dos problemas e definição do Diagnóstico de
Enfermagem usando uma taxonomia (NANDA – Diagnósticos de Enfermagem, ou o CIPE –
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem); definição do planejamento de
Enfermagem por meio dos resultados esperados baseado na taxonomia (NOC – Classificação do
resultados de Enfermagem); prescrição das intervenções necessárias utilizando uma taxonomia
Escala Índice de Katz: avaliação da autonomia do idoso para as atividades básicas de
vida diária;
Escala de Lawton & Brody: avaliação da autonomia em usar instrumentos de vida
diária como uso do telefone, usar transporte, fazer compras etc.;
Escala Mini Nutritional Assessment: avaliação do risco de nutrição prejudicada;
Escala Mini Mental State Examination (MMSE) de Folstein: avaliação do estado
mental, avaliação cognitiva;
Escala Funcional da Marcha de Holden: avaliação da autonomia e tipo de marcha;
Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage: avaliação para rastreamento de
depressão em idoso;
Escala de Braden: avaliação do risco de desenvolvimento de lesão por pressão.
(NIC – Classificação das Intervenções de Enfermagem); e a Avaliação dos resultados alcançados
e, a partir dessa avaliação, é definido os próximos passos, mantém ou modifica.
A principal estratégia para promoção da saúde no território são as práticas educativas e dentro
dessas práticas estão as visitas domiciliares, as consultas de Enfermagem realizadas no
consultório de Enfermagem e nos domicílios e os grupos educativos, todos estes têm papel
fundamental na qualidade de vida e de saúde da população.
Programas Prioritários
Tuberculose (TB)
Importante!
Em seu exercício profissional, o Enfermeiro tem o dever legal de
realizar Consulta de Enfermagem, e somente na Atenção Primária ele
segue os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, no qual
cabe também ao Enfermeiro solicitar exames, transcrever o tratamento
e acompanhar os pacientes em seu processo de cura. Alguns desses
protocolos são para tratamento de doenças transmissíveis como, por
exemplo, a Tuberculose, Hanseníase, IST.
A tuberculose dizimou centenas de milhares de pessoas e, no séc. XIX, ficou conhecida como
peste branca. Na década de 1980, com o advento da AIDS, ocorreu aumento dos casos de TB.
Doença de notificação compulsória.
É uma doença prevenível, tratável e que tem cura, porém, com o problema das condições
relacionadas à pobreza, a tuberculose avança.
A tuberculose é uma doença transmissível, provocada por uma das sete espécies de bactérias
mycobacterium tuberculosis: M. Tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M.
pinnipedi e M. caprae (BRASIL, 2019).
A mais importante para as questões de saúde pública é a M. tuberculosis, também conhecida
como bacilo de Koch (BK), em forma de bastonete, fino, ligeiramente curvo e que mede
aproximadamente de 0,5 a 3 micras.
É um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) e em sua parede celular é rico em lipídios, o que
confere baixa permeabilidade, reduzindo a efetividade de grande parte dos antibióticos (BRASIL,
2019).
Transmissão: a Mycobacterium tuberculosis é de transmissão respiratória, por aerossóis. Uma
pessoa com tuberculose pulmonar ou TB laríngea expele o bacilo através da fala, espirro, tosse e
respiração e a outra pessoa (contato) é exposta ao M. tuberculosis, a micobactéria pode alojar em
qualquer parte do corpo podendo provocar as formas de TB pulmonar ou TB extrapulmonar.
A pessoa com TB pulmonar e TB laríngea é considerada bacilífera porque a transmissão ocorre
por aerossóis, logo a medida de proteção a ser utilizada é a precaução por aerossóis.
A TB extrapulmonar não é de transmissão respiratória, podendo desenvolver-se em qualquer
parte do organismo como na pleura, nos rins, nos intestinos, nas meninges, na pele, nos ossos,
no fígado etc.).
Os pacientes não tratados e os pacientes nos primeiros 15 dias de tratamento são consideradas
em fase bacilífera, após esse período de tratamento há diminuição do número de bacilos por
lesão, e o paciente não dissemina mais os bacilos e é suspenso a precaução por aerossóis.
Não ocorre a transmissão:
É importante manter as precauções para aerossóis, higienização das mãos, uso de máscara PFF2
(N-95) para profissional em atendimentos a pacientes em fase bacilífera, uso de máscara
cirúrgica para paciente durante transporte ou na UBS para TRO (tratamento diretamente
observado) quando em fase bacilífera, quarto privativo.
Em crianças a forma pulmonar é diferente do adulto, é paucibacilar, ou seja, com resultado de
exame laboratorial negativo, observe a tríade (redução do apetite, perda de peso e tosse crônica e
progressiva). A febre, quando está presente, é persistente e acima de 38°, no final da tarde.
Crianças acima de 10 anos, a forma sintomática é a mesma do adulto.
Após a fase bacilífera;
Formas extrapulmonares;
Criança até 10 anos, por ser paucibacilar.
Prevenção: ambiente limpo, bem ventilado e com iluminação solar, boa hidratação,
hábitos e estilo de vida saudáveis, como a boa alimentação para melhor resposta
imunológica, e vacinação BCG;
Diagnóstico Clínico: é realizado pelo profissional quando faz a coleta do histórico e
exame físico, avaliando os dados subjetivos e objetivos coletados, ou seja, a
observação e análise dos sinais e sintomas apresentados, sendo os principais:
• Tosse persistente seca ou produtiva (por três semanas ou
mais, deverá ser investigado); sudorese noturna;
emagrecimento; cansaço/fadiga; hemoptise; dor no peito; febre
baixa vespertina; anorexia.
Para complementar o diagnóstico clínico, realizam-se exames para comprovação diagnóstica
como:
Baciloscopia de escarro é indicada para casos sintomáticos respiratórios. Durante a busca ativa,
em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar independentemente do tempo da
tosse, fazer acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação
laboratorial. A coleta do escarro deve acontecer em local próprio, aberto, ventilado e não pode
ser coletado dentro das salas e nem mesmo onde há circulação de pessoas. Orientar realização
de bochecho com água e aplicação da técnica de Ru�ng (TEF); primeira amostra no momento e
a segunda amostra em jejum, volume a ser coletado é de 5 a 10 ml. Baciloscopia direta em
crianças é comprometido, pois a criança apresenta dificuldades em realizar expectoração
forçada, prejudicando a coleta do material, ademais apresentam poucos bacilos por lesão.Radiológico: em caso de suspeita clínica de TB, realização de raio X e tomografia
computadorizada. Aproximadamente 15% dos pacientes não apresentam alterações
radiológicas. Os sinais sugestivos da doença apresentadas em raio X são as
cavitações, consolidações, alargamento de mediastino, massas, processo
intersticial, nódulos e derrame pleural. Na tomografia apresenta alterações
anatômicas dos órgãos e tecidos;
Bacteriológico: realização do exame laboratorial analisando o escarro: a
baciliscopia direta busca pelo BAAR de 60 a 80% por meio da microscopia (coleta
duas amostras de escarro, a primeira no momento em que identifica os sintomas e a
segunda no dia seguinte pela manhã), resultado em um dia; o teste rápido molecular
tuberculose (TRM) detecta DNA dos bacilos e cepas resistentes à rifampicina,
resultado em duas horas; e a cultura realizado por meio da cultura líquido
automatizada (MGIT) resultado de 5 a 13 dias positivo, e negativo 42 dias, ou por
meio sólido (Ágar Löwenstein Jesen ou pelo Ogawa-Kudoh) resultado 14 a 30 dias,
em 42 dias de incubação. Por meio de cultura, há a realização do antibiograma, que é
a testagem dos fármacos para verificar resistência ou multirresistência para
estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida.
A prova tuberculínica PPD ou Teste tuberculínico ou Mantoux: injeta o derivado
proteico purificado do Mycobacterium tuberculosis por via ID para mensurar a
resposta imune celular ao antígeno, a leitura é entre 48 e 72 horas após a aplicação, a
Todos os pacientes que apresentarem resultado positivo para TB devem realizar TRO
(tratamento diretamente observado) na unidade todos os dias pela manhã e realizar o teste de
HIV. Pessoas vivendo com HIV que apresentarem tosse, febre, perda de peso e sudorese noturna
devem realizar testes para TB.
O tratamento é realizado em duas etapas somando 6 meses de tratamento: a primeira por dois
meses, com uso de rifampicina, pirazinamida, isoniazida e etambutol; e a segunda é realizada
por mais quatro meses, e é considerada a fase de manutenção com o uso da rifampicina e
isoniazida. Em caso de resistência, o paciente deve ser encaminhado às unidades de referência
para realização do tratamento adequado.
Acompanhamento mensal: consultas, avaliação da adesão e baciloscopia de controle; no
primeiro mês avaliação da glicemia, função renal e hepática; no segundo e no sexto mês uma
radiografia de tórax.
Se na segunda baciloscopia de controle, o resultado apresentar positivo, deverá coletar TRM,
pois provavelmente o paciente apresenta resistência ao tratamento.
As unidades devem realizar avaliação dos contatos sintomáticos, dos contatos assintomáticos, e
dos contatos assintomáticos vivendo com HIV, devem realizar as medidas de controle: rastrear
– realizar a busca ativa; educar – realizar a educação em saúde para todos, e ofertar a máscara
cirúrgica durante permanência na unidade; separar dos demais pacientes os sintomáticos ou
com TB; priorizar – atender rapidamente para reduzir risco de exposição; investigar TB – para
confirmar o excluir diagnóstico de TB (BRASIL, 2019).
interpretação do resultado depende dos critérios epidemiológicos da região, o risco
de adoecimento, idade e o resultado da medida da parte endurecida (reator);
Histopatológico: é a avaliação de fragmentos de tecidos pulmonares ou
extrapulmonares retirados por biópsia ou necropsia.
HIV/AIDS
A AIDS representa um grande problema de saúde pública, surgiu no Brasil na década de 1980,
traz consigo um estigma que coloca as pessoas vivendo com HIV/AIDS em uma situação
delicada. É necessário quebrar as barreiras do preconceito e da discriminação contra as pessoas
vivendo com HIV/AIDS. Inicialmente acometeu a população homossexual masculina com
melhor poder econômico, com concentração dos casos nas capitais do país, mas em pouco
tempo a doença foi heterosexualizando, feminilizando, pauperizando e interiorizando; hoje o
HIV/AIDS está distribuído em todas as populações e em todo território (BRASIL, 2018). Doença
de notificação compulsória.
HIV e AIDS têm conceitos diferentes:
Então, denomina-se HIV quando o indivíduo apresenta sorologia positiva e com situação
imunológica preservada, ou seja, as células de defesa, os linfócitos T LTCD4 estão acima de 350
céls/mm3 de sangue (BRASIL, 2018; BRASIL, 2019). Cerca de 30% dos óbitos das pessoas
vivendo com HIV, apresentam TB.
Modo de transmissão: a transmissão do HIV acontece pela via sexual (secreção pré-ejaculatória,
ou líquido pré-seminal, ou pelo sêmen, ou pela secreção vaginal); pelo sangue (via parenteral e
vertical) e derivados contaminados; e pelo leite materno. A transmissão sexual ocorre pela
relação de sexo anal, sexo vaginal e sexo oral desprotegidos, entretanto, não é considerada uma
IST (infecções sexualmente transmissíveis), pois sua transmissão ocorre em contato com
sangue e secreções, logo tem outros modos de transmissão além da via sexual.
HIV: vírus da Imunodeficiência Humana, HIV-1 e HIV-2 é um retrovírus,
constituído por genoma de RNA, da família Retroviridae, subfamília Lentivirinae. O
vírus necessita da enzima transcriptase reversa para realizar a transcrição e integrar
a cadeia de DNA da célula do LTCD-4;
AIDS: síndrome da Imunodeficiência Adquirida, ou seja, a doença provocada pelo
vírus HIV.
Alguns fatores de risco associados à transmissão são: relações sexuais desprotegidas; não
segurança transfusional do sangue; não segurança de transplante de órgãos e doação de sêmen;
reutilização ou compartilhamento de seringas e agulhas; acidente ocupacional com
perfurocortantes contaminados, ou contato com resíduos biológicos (acidente de trabalho);
gestante com HIV (risco para o concepto) (BRASIL, 2010).
Após a entrada do vírus no organismo humano, o período de incubação varia entre 2 e 4
semanas de acordo com a literatura, o período de latência varia entre 5 e 7 anos, a
transmissibilidade acontece em todas as fases da infecção. É um vírus de alta infectividade, baixa
patogenicidade e alta virulência.
Diagnóstico: para realização diagnóstica deve-se descartar a janela imunológica
(aproximadamente 30 dias), que é um período entre a exposição até a detecção por marcadores
virais ou antivirais, e a conversão sorológica é o período em que é detectável os anticorpos
contra o HIV;
Realização de teste rápido e sorologia convencional (detecção por Elisa e teste Western Blot)
identificam a presença de anticorpos específicos contra o HIV na amostra 30 dias após a
exposição;
Infecção aguda: varia de aproximadamente de 3 a 8 semanas após a infecção. É uma infecção
viral, logo, na fase aguda tem manifestação clínica semelhante a um quadro gripal, nesse
período:
“Os pacientes podem apresentar sintomas de infecção viral, como febre,
adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular eritematoso;
ulcerações muco-cutâneas, envolvendo mucosa oral, esôfago e genitália;
hiporexia, adinamia, cefaleia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda de peso,
náuseas e vômitos. Alguns pacientes, ainda, podem apresentar Candidíase oral,
Fase assintomática: pode durar por meses ou até por anos e somente ficam aparente quando
LTCD-4 entra em declínio e, sem resposta imune satisfatória, inicia a fase sintomática, que
apresenta sinais e sintomas inespecíficos podendo apresentar:
Com a queda do T CD4+, sem resposta imunológica satisfatória, o indivíduo fica suscetível a
infecções oportunistas, que podem ser causadas por fungos, vírus, bactérias, protozoários e
neoplasias. Infecções virais como a herpes Simples, Citomegalovirose, entre outras; infecções
causadas por bactérias como as microbacterioses, Salmonelose, pneumonias; infecções
fúngicas como a Histoplasmose, pneumocistose, criptococose, candidíase; protozoários como a
toxoplasmose, isosporíase e criptosporidiose; neoplasias como intraepiteliais anal e cervical,
sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin. Apresentando doenças neurológicas como as
- BRASIL, 2010,n.p.
- BRASIL, 2010, n.p.
neuropatia periférica, meningoencefalite asséptica e síndrome de Guillain-Barré.
Os sintomas duram, em média, 14 dias, podendo o quadro clínico ser
autolimitado.”
“Candidíase oral; testes de hipersensibilidade tardia negativos; e a presença de
mais de um dos seguintes sinais e sintomas, com duração superior a 1 mês, sem
causa identificada: linfadenopatia generalizada, diarreia, febre, astenia sudorese
noturna e perda de peso superior a 10%. Há uma elevação da carga viral e a
contagem de linfócitos T CD4+ já pode se encontrar abaixo de 500cél/mm3.”
neuropatias periféricas, atrofia cerebral e demência progressiva associados ao HIV (BRASIL
2010; BRASIL, 2018).
Tratamento: é realizada a terapia antirretroviral (TARV). Ela é indicada para todos os indivíduos
sintomáticos independente de contagem de LT – CD4 (versão preliminar do MS, Brasília 2013).
São utilizados para reduzir a carga viral, evitar o enfraquecimento do sistema imune, ou seja,
promover a recomposição do sistema imunológico, aumentar o tempo e a qualidade de vida das
pessoas que vivem com HIV, promovendo a redução das internações e incidência de infecções
oportunistas.
De acordo com o Ministério da Saúde e o Departamento de HIV/AIDS, desde 1996, o Brasil
distribui de modo gratuito os antirretrovirais para tratamento. Até a data de 09/2022 estavam
disponíveis 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas, sendo as mais utilizadas a
AZT (zidovudina); DDI (didanosina); DDC (zalatabina); 3TC (lamivudina); e D4T (estavudina).
A carga viral indetectável não significa cura, significa que o número de cópias virais não foram
detectadas pelo teste sorológico, mas a pessoa continua vivendo com o HIV.
É uma doença de notificação compulsória obrigatória e mediata. Quando notificar: sorologia
positiva, doentes de AIDS, crianças expostas ao HIV, Gestantes HIV+.
A prevenção é realizada com o uso de preservativo (feminino e masculino) associado a gel
lubrificante; uso de luvas ou dique de látex para realização de sexo oral; não compartilhamento
de próteses sexuais; terapia PEP (terapia pós-exposição) e PrEP (terapia pré-exposição), as
orientações devem ser realizadas a todos os usuários dos serviços de saúde de modo a garantir
acesso à todas as informações necessárias para prevenção, redução da incidência e controle da
doença.
Ao solicitar testes sorológicos nas UBS e ESF, e o usuário apresentar resultado positivo, o
Enfermeiro deverá realizar o atendimento (Consulta de Enfermagem), acolher e orientar o
paciente e encaminhá-lo ao SAE (Serviço de Assistência Especializada em IST/AIDS) para
companhamento/tratamento com infectologista.
Tratamento para todas as pessoas (TTP): a profilaxia pós-exposição (PEP) e a profilaxia pré-
exposição (PrEP).
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Profilaxia pós-exposição (PEP): é a quimioprofilaxia realizada aos indivíduos que
foram expostos, Ex.: acidente ocupacional; rompimento do preservativo durante ato
sexual; após violência sexual. Ou seja, existe um risco provocado pela exposição e
após essa exposição inicia com a medicação antirretroviral;
Profilaxia pré-exposição (PrEP): é um método de prevenção, o indivíduo toma
diariamente o antirretroviral para evitar contrair HIV antes da exposição. Ex.: uso da
terapia para casais soro discordantes (um parceiro vive com HIV e o outro não),
então o parceiro soronegativo utiliza diariamente a medicação para evitar a infecção
pelo HIV.
Leitura
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção
pelo HIV em Adultos 
Faça a leitura do conteúdo a seguir e entenda mais sobre Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas para manejo da Infecção pelo HIV em
Adultos.
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
As infecções sexualmente transmissíveis (IST) podem ser causadas por vírus, bactérias ou
outros microrganismos. São transmitidas por contato sexual (oral, vaginal e anal) com uma
pessoa infectada, ou também por transmissão durante a gestação ou no momento do parto. É
uma doença de notificação compulsória.
As IST se manifestam nas formas de feridas, secreções (corrimento) e lesões anogenitais
(verrugas), também podem apresentar dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e
linfonodopatia.
As IST acometem órgãos genitais, mas também podem surgir em outras partes do corpo,
algumas delas são: Herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo Papiloma Vírus
Humano (HPV), hepatites virais B e C, infecção pelo vírus linfotrópico de células T humana
(HTLV), entre outras.
As doenças inflamatórias pélvicas são decorrentes de gonorreia e clamídia não tratadas,
provocando infecção no útero, trompas e ovários.
Quadro 1 – Principais síndromes em IST e os respectivos agentes
Úlcera anogenital – Agente
etiológico
Infecção
Chlamydia trachomatis Linfogranuloma venéreo
Hoemophilus ducreyl Cancróide
Herpes Simplex vírus (tipo 2) Herpes genital*
Úlcera anogenital – Agente
etiológico
Infecção
Klebsiela granulamatis Donovanose
Treponema pallidum Sífilis
Corrimento uretral/vaginal
Candida albicans Candidíase volvovaginal**
Chamydia trechomatis
(sorovars D ao K)
Clamídia
Neisseria gonorrhoeae Gonorreia
Trichomonas vaginalis Tricominíase
Múltiplos agentes Vaginose bacteriana**
DIP
Chlamydia Trachomatis
Endometrite, anexite,
salpingite, miometrite, ooforite,
parametrite, peviperitonite,
abscesso tubo ovariano
Neisseria Gonorrhoeae
Úlcera anogenital – Agente
etiológico
Infecção
Bactérias facultativas
anaeróbias (ex.: Gardnerella
vaginalis, Haemophilus
influenza, Streptococcus
agalactiae)
Outros microrganismos
Verruga anogenital
Papilomavírus humano (HPV) Condiloma acuminado
*Infecções não curáveis, porém tratáveis.
**Infecções endógenas do trato reprodutivo que causam corrimento
vaginal; não são consideradas IST.
Fonte: Adaptada de DDAHV/SVS/MS. BRASIL, 2015
Leitura
Manual de Bolso Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis
DST
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Sífilis
É de transmissão sexual e também transmissível ao feto durante a gestação, tem tratamento e
cura, é causada pela bactéria espiroqueta em forma helicoidal, Treponema pallidum. Pode
apresentar três formas de manifestações clínicas (primária, secundária, latente e terciária). É
uma doença de notificação compulsória.
Sífilis primária apresenta uma única lesão após exposição, entre 10 e 90 dias após o contágio. A
lesão é rica em bactérias e recebe o nome de cancro duro, indolor, não coça e nem mesmo arde e
desaparece independente de tratamento.
Sífilis secundária apresenta cicatrizes da ferida inicial entre 6 semanas e 6 meses. Podem surgir
manchas pelo corpo, até mesmo nas palmas das mãos e plantas dos pés, as lesões com muitas
bactérias podem apresentar mal-estar geral, febre, linfonodomegalia e cefaleia. Após algumas
semanas as manchas desaparecem independentemente de tratamento.
Sífilis latente não apresenta sinais clínicos, o diagnóstico só pode ser realizado pelo teste
imunológico. É classificada pelo tempo da infecção, sífilis latente recente (em até 1 ano de
infecção); sífilis latente tardia (a mais de 1 ano de infecção).
Sífilis terciária surge entre 1 e 40 anos após a exposição. Nesse período apresenta lesões
cutâneas, cardiovasculares, neurológicas e ósseas, e pode evoluir para óbito.
Diagnóstico: é realizado pelo teste rápido (TR), e se o resultado for reagente, realiza
coleta de sangue para teste laboratorial não treponêmico;
Papiloma Vírus Humano (HPV)
O HPV causa o condiloma acuminado e é transmitido pela via sexual, mas não necessita de
penetração para que a transmissão aconteça, pois também é transmitido pelo contato de uma
região contaminada para outra (contato oral-genital; genital-genital; manual – genital, e
durante o parto), com maior risco quando apresentam as lesões visíveis. É uma doença de
notificação compulsória.
Hepatites B
Causada pelo vírus da hepatite B (HBV), raramente apresenta sinaise sintomas. A doença é
silenciosa e, após a terceira semana, pode apresentar urina escura, fezes pálidas e icterícia,
Tratamento: é realizado com penicilina benzatina, todas as parcerias sexuais dos
últimos 3 meses devem ser testadas e tratadas;
Prevenção: uso de preservativos nas relações sexuais, acompanhamento da
gestante e parcerias sexuais durante o pré-natal (para redução da sífilis congênita).
A doença não confere imunidade, logo, ao ser novamente exposto ao T. pallidum, o
indivíduo desenvolverá novamente a sífilis.
Prevenção: realização de vacinação contra HPV (disponível pelo Programa Nacional
de Imunização). A vacina quadrivalente protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18, sendo
que os dois primeiros causam verrugas e os dois últimos causam câncer do colo do
útero. Uso de preservativo e realização de Papanicolau;
Diagnóstico: exames de citopatologia oncótica cervical (Papanicolau), pois alguns
tipos de HPV podem provocar câncer de colo uterino e anus; citologia oncótica anal;
colposcopia; anuscopia e histopatologia;
Forma subclínicas sem lesões visíveis a olho nu, apenas a presença do vírus, sem
manifestação clínica, já na forma clínica apresenta lesões, o condiloma acuminado;
Tratamento: eletrocauterização; laser, ácido tricloroacético; medicamento para
aumentar a defesa do organismo.
podendo evoluir para formas de infecção aguda. Tem curta duração e resolução espontânea, e a
crônica é persistente por mais de 6 meses. É uma doença de notificação compulsória.
Hepatite C
A transmissão ocorre com uso de material não esterilizado contaminado com material
biológico, raramente apresenta sintomas, é uma doença de notificação compulsória.
Transmissão: relação sexual desprotegida; transmissão vertical; compartilhamento
de seringas, agulhas, cachimbos, lâminas de barbear, escovas de dentes, material de
manicure e pedicure não esterilizado; realização de tatuagens ou colocação de
piercing sem uso de material descartável e normas de biossegurança, acidente com
material perfurocortante com material biológico; contato com sangue infectado;
Diagnóstico: teste rápido ou sorologia, e, em caso positivo, encaminhar para
unidade de referência, pois o tratamento só acontece nas unidades especializadas.
Modo de transmissão: contato com sangue infectado; transmissão sexual entre
homens que fazem sexo com homens (HSH) é mais frequente, principalmente na
presença da infecção por HIV ou outra IST; transmissão vertical; contato com
material contaminado, seringa, agulha cachimbos, material de manicure e pedicure
não esterilizado, escova de dentes; realização de tatuagens e piercing sem medidas
de biossegurança;
Diagnóstico: sorologia e teste rápido;
Prevenção: hepatites B e C: não compartilhar objetos; uso de material descartável,
equipamentos cirúrgicos e odontológicos esterilizados; uso de preservativos;
vacinação contra hepatite A e B, incluindo o RN; programa de redução de danos para
usuários de substâncias lícitas e ilícitas, realizar testes regularmente;
Doença de notificação compulsória.
Hanseníase
É uma doença infecciosa, crônica, causada pela Mycobacterium leprae ou bacilo da hansen, é um
bacilo ácido álcool resistente (BAAR), resiste no meio ambiente por 9 dias em secreções
dissecadas e 46 dias em ambiente úmido, afeta os nervos da pele, é uma doença tratável e tem
cura. Os primeiros sinais são a presença de manchas na pele com alteração da sensibilidade
causada pela instalação dos bacilos nas terminações nervosas da pele. É uma doença de
notificação compulsória.
Transmissão: ocorre pelas vias respiratórias, por meio das gotas eliminadas ao
falar, tossir e espirrar, entretanto, necessita de contato prolongado com o doente
sem tratamento, os mais suscetíveis são os contatos extradomiciliares pelo contato
prolongado. Também é transmitida através da pele com a presença de solução de
continuidade; tem um período de incubação de 2 a 5 anos;
Sinais e sintomas: manchas hipocrômicas, acastanhadas ou avermelhadas,
apresentando alterações da sensibilidade dolorosa, tátil e ao calor; pode apresentar
parestesia, contratura muscular, espasmódica e dolorosa nos membros superiores e
inferiores; podem aparecer nódulos, queda de pelos localizada ou difusa, madarose,
anidrose.
O exame físico pode apresentar espessamento dos nervos periféricos; redução ou
ausência de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos e
pés, por isso é importante realizar teste dermatoneurológico com teste de
sensibilidade doloroso (agulha), térmico (água fria e quente), tátil (com bolinha de
algodão). Edema nos pés com presença de cianose, ressecamento da pele; febre e
artralgia, associada a nódulos dolorosos, aparecimento súbito de neuropatia ulnar,
fibulares comuns e tibiais posteriores. Obstrução, lesões e ressecamento nasal; e
xeroftalmia.
Diagnóstico clínico: é realizado pelo exame dermatoneurológico com teste de
sensibilidade (térmico, tátil e doloroso); realizar a inspeção e avaliação sensitiva dos
pés e mãos; realizar estesiometria (mensurar a sensibilidade tátil cutânea,
utilizando monofilamentos de nylon ao toque e a pressão) da pele e grau de
sensibilidade para identificação de neuropatia, teste de força muscular, palpação dos
nervos.
Avaliar o comprometimento dos principais nervos mais acometidos, que são:
Formas Clínicas
Indeterminada (lesões hipocrômicas ou avermelhadas hipo ou anestésicas, com rarefação de
pelos); e Tuberculoide (placas eritematosas bem delineadas, hipo ou anestésicas, com
comprometimento de nervos. São paucibacilares, com presença de até 5 lesões e/ou 1
comprometimento neural, não são transmissíveis. Tratamento de 6 doses.
A Domorfa (lesões eritematosas planas ou infiltradas com o interior da mancha claro, e as
bordas ferruginosas ou pardacenta, apresenta alteração de sensibilidade); e a
Virchowiana (lesões eritematosas e infiltração difusa, placas eritematosas infiltradas e de
bordas mal definidas; tubérculos e nódulos; maldarose; lesões de mucosas; com alteração de
sensibilidade). São multibacilares, com presença de mais de 5 lesões e/ou 2 ou mais
comprometimento neural, são transmissíveis. O tratamento é realizado com 12 doses.
Período de incubação varia entre 2 e 5 anos após exposição, após esse período de incubação ela
entra na forma indeterminada (não transmite, se tratar evolui para cura), sem tratamento mais 1
a 5 anos pode evoluir para uma das outras formas, ou tuberculoide, ou domorfa ou virchowiana
– se tratar, cura. Quanto mais tempo sem tratamento, maior é o risco de desenvolver
incapacidades.
trigêmeo, facial, auricular, mediano, ulnar, radial, fibular e tibial – espessamento,
dor espontânea e/ou dor a palpação, alterações da função sensitivo-motora da área
de inervação.
Exame laboratoriais: baciloscopia direta, biópsia e cultura;
Tratamento: é realizado com esquema terapêutico para tratamento da hanseníase
Poliquimioterapia (PQT), esquema terapêutico para casos paucibacilar: tratamento
com rifampicina (RFM), dapsona (DDS) – 6 cartelas tomadas por um período de 9
meses de tratamento, comparecimento mensal na unidade de saúde para dose
supervisionada.
Esquema terapêutico para casos multibacilar: tratamento com rifampicina (RFM),
dapsona (DDS), clofazimina (CFZ) – 12 cartelas tomadas por um período de 18
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meses de tratamento, comparecimento mensal na unidade de saúde para dose
supervisionada.
Prevenção: diagnóstico precoce da doença; tratamento com PQT; investigação de
contatos; administração da vacina de BCG para todos os contatos intradomiciliares
de pacientes com as formas de hanseníase multibacilar (Virchowiana e Dimorfa);
prevenção das incapacidades; estímulo ao autocuidado.
Leitura
Guia Prático sobre a Hanseníase
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
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Replicação Viral – Vírus HIV 
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📄 Material Complementar
Replicação viral - vírus HIVReplicação viral - vírusHIV
  Leitura  
A Trajetória Histórica da Visita Domiciliária no Brasil: uma
Revisão Bibliográfica
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Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis
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Processo de Enfermagem: Guia para a Prática
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ACESSE
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN-358/2009. Dispões
sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implantação do Processo de
Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de
Enfermagem, e dá outras providências. Brasília, DF: COFEN, 2009. Disponível em:
<http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html>. Acesso em: 17/02/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Caderno da Atenção Básica: Programa Saúde da Família. Caderno 1: A Implantação da Unidade de
Saúde da Família. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2000. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_unidade_saude_familia_cab1.pdf
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e
Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT): atenção integral às
pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília, DF: Ministério da Saúde,
2015. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_aten
cao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf>. Acesso em: 19/02/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
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<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf>. Acesso em:
20/02/2023.
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📄 Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. 2.
ed. atual. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose
_brasil_2_ed.pdf>. Acesso em: 16/02/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. rev. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2010. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.p
df>. Acesso em: 08/02/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância,
Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites
virais. Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV em adultos e crianças. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/2018/manual_tecnico_hiv_27_11_2018_web.pdf/view>. Acesso em:
18/02/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e
Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AISD e das Hematites Virais.
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Manejo da infecção pelo HIV em Adultos.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt-
br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv-
aids/pcdt_manejo_adulto_12_2018_web.pdf/view>. Acesso em: 19/02/2023.
SÃO PAULO. Conselho Regional de Enfermagem. Código de Ética e principais legislações para o
exercício da Enfermagem: com agenda de planejamento profissional. 3. ed. São Paulo: COREN-
SP, 2022. Disponível em: <https://portal.coren-sp.gov.br/wp-
content/uploads/2022/10/Codigo-de-etica.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2023.
SÃO PAULO. Conselho Regional de Enfermagem. Guia de boas práticas de enfermagem na
Atenção Básica: norteando a gestão e a assistência. São Paulo: COREN-SP, 2017. Disponível em:
<https://portal.coren-sp.gov.br/wp-
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rteando_gestao_a_assistencia.pdf>. Acesso em: 17/02/2023.

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