Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conteudista: Prof.ª Dra. Eliane Caixeta de Lima Lucas Revisão Textual: Esp. Jéssica Dante Objetivo da Unidade: Conhecer, compreender e identificar práticas assistenciais, educativas e participativas que permeiam as ações dirigidas nos programas, no âmbito individual e coletivo no SUS envolvendo a promoção à saúde. 📄 Material Teórico 📄 Material Complementar 📄 Referências Saúde Coletiva Visita Domiciliária (VD) A atenção domiciliar vem de uma proposta para a redução do tempo de hospitalização, redução do risco de infecção hospitalar, estímulos dos vínculos familiares e humanização da assistência à saúde. Quando todas as intervenções hospitalares foram realizadas e o paciente não mais necessita do leito hospitalar e a assistência pode ser continuada no domicílio, ocorre a alta hospitalar e a assistência é realizada pelas equipes de profissionais da Atenção Primária. A visita domiciliária (VD) é um instrumento utilizado pelos profissionais para ofertar assistência à saúde ao indivíduo e a família, todos os profissionais realizam visitas, entretanto o Enfermeiro tem um papel fundamental por ser o profissional com maior contato com as famílias. A visita é um momento para conhecer o usuário em seu contexto familiar, socioeconômico e do espaço ou ambiente em que vive. É utilizada para acompanhamento da saúde das famílias. A atenção domiciliar é um ponto central no PSF, entretanto ela não inclui obrigatoriamente as consultas no domicílio, elas acontecem nos casos em que sejam realmente necessárias, e são realizadas por Enfermeiros, ou médicos e ou equipe multiprofissional. O único profissional que deve realizar, obrigatoriamente, uma visita domiciliar a cada mês a todos os domicílios é ACS, pois é ele que garante acesso às famílias e mantém o vínculo entre a unidade e a família (BRASIL, 2000). 1 / 3 📄 Material Teórico Algumas visitas têm como finalidade a realização da consulta, elas acontecem para atender a necessidade apresentada pelos pacientes domiciliados ou acamados, entretanto, há as visitas de investigações e busca ativa, entre outras que também são necessárias. A demanda ocorre por meio do encaminhamento após alta hospitalar, realização de procedimentos técnicos, busca ativa, solicitação espontânea realizada pela família a partir de consultório, informado pela equipe, encaminhamento por órgãos do Estado, entre outros. Tipos de Visitas Domiciliares Realizadas pelo Enfermeiro na Atenção Primária Visita de Prevenção e Promoção à Saúde Visita de Investigação Epidemiológica Visita comunicantes/contatos: visita aos usuários em tratamento, acompanhamento ou investigação por hanseníase, tuberculose, dengue, sífilis entre outras doenças; avaliação de cicatriz vacinal, investigação e sorologia para comunicantes/contatos. Realização de busca ativa, Visita à gestante: verificação dos motivos que levaram a gestante a faltar nas consultas, realizar reagendamentos e convocações para comparecimento na UBS para realização dos exames; é obrigatório a visita para acompanhamento das gestantes de alto risco (alto risco é quando há riscos à saúde ou a vida do binômio mãe-bebê), entre outros; Visita puerperal: é realizada entre o 7º e o 10º dia após o parto, para verificação do estado de saúde da puérpera e avaliação da incisão cirúrgica, avaliação do aleitamento materno, da pega, do coto umbilical, primeira consulta do bebê, entre outros aspectos; Visita imunização: avaliação geral da criança, da carteirinha, realização de imunização e/ou bloqueio. verificar abandono de tratamento, evasão, mudança de unidade, contato por alterações nos resultados de exames coletados. Realização de levantamento de informações como, por exemplo, a verificar se houve deslocamento ou viagens da família a áreas endêmicas nos últimos 30 dias, se há foco/criadouros no domicílio. Visita Assistencial Realizada aos usuários acamados ou domiciliados com impossibilidade permanente ou temporária de deslocamento até a unidade de saúde. Avaliação do grau de dependência do paciente; realização de laudo/relatório; avaliação de lesões (devem ser avaliadas a cada 7 dias); programa de fraldas, de oxigenoterapia domiciliar, o atendimento domiciliar deve ser realizado a todos os pacientes acamados. Atribuições do Enfermeiro da Visita Domiciliária O papel do Enfermeiro é exercer todas as funções assistenciais, de ensino, de pesquisa e administrativas, para isso o Enfermeiro precisa conhecer todas as políticas de saúde, a estrutura do SUS e o modo de financiamento; promover educação em saúde; prestar cuidados de enfermagem de modo seguro e que elimine ou reduza os riscos de produzir danos; propor alterações estruturais no domicílio para segurança do paciente e família; definir juntamente com a equipe, nas discussões semanais, a admissão, acompanhamento e alta das pessoas a serem atendidas em seus domicílios. Planejar, realizar e avaliar as visitas domiciliárias de modo a identificar as necessidades, determinar as prioridades para planejar, implementar e avaliar resultados obtidos. Realizar orientação do indivíduo, familiar e equipe sobre o processo de saúde e doença. Capacitar a equipe de enfermagem com realização de treinamentos. Encorajar os usuários a realizar autocuidado observando seus limites e capacidades. Monitorar e acompanhar os casos, busca de faltosos; realizar busca ativa para identificar casos novos; avaliar casos suspeitos; realizar investigação epidemiológica. Realizar consultas de Enfermagem ofertando a longitudinalidade do cuidado, avaliar periodicamente os pacientes acamados e domiciliados; realizar procedimentos privativos do Enfermeiro, solicitar exames; avaliar grau de dependência. Realizar vigilância de reações e evento adverso, intercorrência, prevenção de incapacidades; acompanhar contatos, realizar educação em saúde e prevenção de agravos mais prevalentes na região. Requer habilidades de comunicação e ética profissional, pois estará inserido em um contexto familiar, íntimo e privado, logo esse direito à privacidade deve ser respeitado. Ao adentrar a um domicílio deve primar pelo respeito às diferenças culturais, religiosas, entre outras. - SÃO PAULO, 2017, p. 57 “O Enfermeiro deve ter na sua agenda, horário reservado para discutir e avaliar as visitas realizadas pelos Técnicos ou Auxiliares de Enfermagem, pois muitas vezes, nas visitas, os profissionais vivenciam situações objetivas e subjetivas que precisam de apoio e orientação.” Consulta de Enfermagem A Lei 7.498, de 25 de junho de 1986, que regulamenta as atividades de Enfermagem, no artigo 11, inciso I, alínea I, prevê a Consulta de Enfermagem como atividade privativa do Enfermeiro. A Consulta de Enfermagem deve ser realizada em todos os níveis de assistência à saúde, em todos os locais em que o Enfermeiro esteja trabalhando, a consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem. Você Sabia? Você sabia que o Enfermeiro deve ter conhecimento sobre diversas ciências para o bom exercício profissional? Conhecimentos sobre: o meio ambiente e suas relações com o processo saúde-doença; a cultura e sua influência sobre a saúde das pessoas; a fé/crença e a influência no processo de reabilitação; a nutrição e seus impactos no processo saúde-doença; fator socioeconômico, renda e emprego e os impactos e influência na vida e riscos à saúde do trabalhador etc. Leitura Código de Ética e Principais Legislações para o Exercício da Enfermagem Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE A Resolução COFEN 358/2009 dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Entenda mais sobre o assunto acessando a seguir o livreto com legislação de Enfermagem. Leitura Resolução COFEN-358/2009 A realização do Processo de Enfermageme da Sistematização da Assistência de Enfermagem é um componente obrigatório à assistência. Na condução do atendimento de Enfermagem, a realização do Processo de Enfermagem é um dever do profissional e a garantia de uma assistência integral, holística e personalizada. O Processo de Enfermagem (Resolução COFEN 358/2009) é composto pelas seguintes etapas: Coleta de dados ou investigação: composto pelas informações referidas pelo paciente e os dados provenientes do exame físico, esses dados compõem o histórico. Avaliação clínica: realização do exame físico e avaliação dos exames complementares. Avaliação física: avaliação da capacidade física, do equilíbrio, da marcha, do estado nutricional… Avaliação mental: avaliação afetiva e cognitiva; Avaliação funcional: avaliação da independência e da autonomia; Coleta de dados ou investigação;1 Diagnóstico de Enfermagem;2 Planejamento de Enfermagem;3 Implementação;4 Avaliação.5 Avaliação social: avaliação da estrutura, do apoio e da convivência familiar, do ambiente, dos recursos econômicos e da rede social para apoio. Avaliação dos Fatores de Risco e Doenças Crônicas É necessário a aplicação de escalas para avaliação das condições físicas e mentais dos pacientes. São diversas escalas que auxiliam o Enfermeiro no processo de Sistematização da Assistência de Enfermagem para alcance dos resultados, algumas delas são: A avaliação é realizada por meio da coleta de dados, exame físico, resultado de exames, avaliação funcional e socioeconômico; levantamento dos problemas e definição do Diagnóstico de Enfermagem usando uma taxonomia (NANDA – Diagnósticos de Enfermagem, ou o CIPE – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem); definição do planejamento de Enfermagem por meio dos resultados esperados baseado na taxonomia (NOC – Classificação do resultados de Enfermagem); prescrição das intervenções necessárias utilizando uma taxonomia Escala Índice de Katz: avaliação da autonomia do idoso para as atividades básicas de vida diária; Escala de Lawton & Brody: avaliação da autonomia em usar instrumentos de vida diária como uso do telefone, usar transporte, fazer compras etc.; Escala Mini Nutritional Assessment: avaliação do risco de nutrição prejudicada; Escala Mini Mental State Examination (MMSE) de Folstein: avaliação do estado mental, avaliação cognitiva; Escala Funcional da Marcha de Holden: avaliação da autonomia e tipo de marcha; Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage: avaliação para rastreamento de depressão em idoso; Escala de Braden: avaliação do risco de desenvolvimento de lesão por pressão. (NIC – Classificação das Intervenções de Enfermagem); e a Avaliação dos resultados alcançados e, a partir dessa avaliação, é definido os próximos passos, mantém ou modifica. A principal estratégia para promoção da saúde no território são as práticas educativas e dentro dessas práticas estão as visitas domiciliares, as consultas de Enfermagem realizadas no consultório de Enfermagem e nos domicílios e os grupos educativos, todos estes têm papel fundamental na qualidade de vida e de saúde da população. Programas Prioritários Tuberculose (TB) Importante! Em seu exercício profissional, o Enfermeiro tem o dever legal de realizar Consulta de Enfermagem, e somente na Atenção Primária ele segue os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, no qual cabe também ao Enfermeiro solicitar exames, transcrever o tratamento e acompanhar os pacientes em seu processo de cura. Alguns desses protocolos são para tratamento de doenças transmissíveis como, por exemplo, a Tuberculose, Hanseníase, IST. A tuberculose dizimou centenas de milhares de pessoas e, no séc. XIX, ficou conhecida como peste branca. Na década de 1980, com o advento da AIDS, ocorreu aumento dos casos de TB. Doença de notificação compulsória. É uma doença prevenível, tratável e que tem cura, porém, com o problema das condições relacionadas à pobreza, a tuberculose avança. A tuberculose é uma doença transmissível, provocada por uma das sete espécies de bactérias mycobacterium tuberculosis: M. Tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae (BRASIL, 2019). A mais importante para as questões de saúde pública é a M. tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch (BK), em forma de bastonete, fino, ligeiramente curvo e que mede aproximadamente de 0,5 a 3 micras. É um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) e em sua parede celular é rico em lipídios, o que confere baixa permeabilidade, reduzindo a efetividade de grande parte dos antibióticos (BRASIL, 2019). Transmissão: a Mycobacterium tuberculosis é de transmissão respiratória, por aerossóis. Uma pessoa com tuberculose pulmonar ou TB laríngea expele o bacilo através da fala, espirro, tosse e respiração e a outra pessoa (contato) é exposta ao M. tuberculosis, a micobactéria pode alojar em qualquer parte do corpo podendo provocar as formas de TB pulmonar ou TB extrapulmonar. A pessoa com TB pulmonar e TB laríngea é considerada bacilífera porque a transmissão ocorre por aerossóis, logo a medida de proteção a ser utilizada é a precaução por aerossóis. A TB extrapulmonar não é de transmissão respiratória, podendo desenvolver-se em qualquer parte do organismo como na pleura, nos rins, nos intestinos, nas meninges, na pele, nos ossos, no fígado etc.). Os pacientes não tratados e os pacientes nos primeiros 15 dias de tratamento são consideradas em fase bacilífera, após esse período de tratamento há diminuição do número de bacilos por lesão, e o paciente não dissemina mais os bacilos e é suspenso a precaução por aerossóis. Não ocorre a transmissão: É importante manter as precauções para aerossóis, higienização das mãos, uso de máscara PFF2 (N-95) para profissional em atendimentos a pacientes em fase bacilífera, uso de máscara cirúrgica para paciente durante transporte ou na UBS para TRO (tratamento diretamente observado) quando em fase bacilífera, quarto privativo. Em crianças a forma pulmonar é diferente do adulto, é paucibacilar, ou seja, com resultado de exame laboratorial negativo, observe a tríade (redução do apetite, perda de peso e tosse crônica e progressiva). A febre, quando está presente, é persistente e acima de 38°, no final da tarde. Crianças acima de 10 anos, a forma sintomática é a mesma do adulto. Após a fase bacilífera; Formas extrapulmonares; Criança até 10 anos, por ser paucibacilar. Prevenção: ambiente limpo, bem ventilado e com iluminação solar, boa hidratação, hábitos e estilo de vida saudáveis, como a boa alimentação para melhor resposta imunológica, e vacinação BCG; Diagnóstico Clínico: é realizado pelo profissional quando faz a coleta do histórico e exame físico, avaliando os dados subjetivos e objetivos coletados, ou seja, a observação e análise dos sinais e sintomas apresentados, sendo os principais: • Tosse persistente seca ou produtiva (por três semanas ou mais, deverá ser investigado); sudorese noturna; emagrecimento; cansaço/fadiga; hemoptise; dor no peito; febre baixa vespertina; anorexia. Para complementar o diagnóstico clínico, realizam-se exames para comprovação diagnóstica como: Baciloscopia de escarro é indicada para casos sintomáticos respiratórios. Durante a busca ativa, em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar independentemente do tempo da tosse, fazer acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação laboratorial. A coleta do escarro deve acontecer em local próprio, aberto, ventilado e não pode ser coletado dentro das salas e nem mesmo onde há circulação de pessoas. Orientar realização de bochecho com água e aplicação da técnica de Ru�ng (TEF); primeira amostra no momento e a segunda amostra em jejum, volume a ser coletado é de 5 a 10 ml. Baciloscopia direta em crianças é comprometido, pois a criança apresenta dificuldades em realizar expectoração forçada, prejudicando a coleta do material, ademais apresentam poucos bacilos por lesão.Radiológico: em caso de suspeita clínica de TB, realização de raio X e tomografia computadorizada. Aproximadamente 15% dos pacientes não apresentam alterações radiológicas. Os sinais sugestivos da doença apresentadas em raio X são as cavitações, consolidações, alargamento de mediastino, massas, processo intersticial, nódulos e derrame pleural. Na tomografia apresenta alterações anatômicas dos órgãos e tecidos; Bacteriológico: realização do exame laboratorial analisando o escarro: a baciliscopia direta busca pelo BAAR de 60 a 80% por meio da microscopia (coleta duas amostras de escarro, a primeira no momento em que identifica os sintomas e a segunda no dia seguinte pela manhã), resultado em um dia; o teste rápido molecular tuberculose (TRM) detecta DNA dos bacilos e cepas resistentes à rifampicina, resultado em duas horas; e a cultura realizado por meio da cultura líquido automatizada (MGIT) resultado de 5 a 13 dias positivo, e negativo 42 dias, ou por meio sólido (Ágar Löwenstein Jesen ou pelo Ogawa-Kudoh) resultado 14 a 30 dias, em 42 dias de incubação. Por meio de cultura, há a realização do antibiograma, que é a testagem dos fármacos para verificar resistência ou multirresistência para estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida. A prova tuberculínica PPD ou Teste tuberculínico ou Mantoux: injeta o derivado proteico purificado do Mycobacterium tuberculosis por via ID para mensurar a resposta imune celular ao antígeno, a leitura é entre 48 e 72 horas após a aplicação, a Todos os pacientes que apresentarem resultado positivo para TB devem realizar TRO (tratamento diretamente observado) na unidade todos os dias pela manhã e realizar o teste de HIV. Pessoas vivendo com HIV que apresentarem tosse, febre, perda de peso e sudorese noturna devem realizar testes para TB. O tratamento é realizado em duas etapas somando 6 meses de tratamento: a primeira por dois meses, com uso de rifampicina, pirazinamida, isoniazida e etambutol; e a segunda é realizada por mais quatro meses, e é considerada a fase de manutenção com o uso da rifampicina e isoniazida. Em caso de resistência, o paciente deve ser encaminhado às unidades de referência para realização do tratamento adequado. Acompanhamento mensal: consultas, avaliação da adesão e baciloscopia de controle; no primeiro mês avaliação da glicemia, função renal e hepática; no segundo e no sexto mês uma radiografia de tórax. Se na segunda baciloscopia de controle, o resultado apresentar positivo, deverá coletar TRM, pois provavelmente o paciente apresenta resistência ao tratamento. As unidades devem realizar avaliação dos contatos sintomáticos, dos contatos assintomáticos, e dos contatos assintomáticos vivendo com HIV, devem realizar as medidas de controle: rastrear – realizar a busca ativa; educar – realizar a educação em saúde para todos, e ofertar a máscara cirúrgica durante permanência na unidade; separar dos demais pacientes os sintomáticos ou com TB; priorizar – atender rapidamente para reduzir risco de exposição; investigar TB – para confirmar o excluir diagnóstico de TB (BRASIL, 2019). interpretação do resultado depende dos critérios epidemiológicos da região, o risco de adoecimento, idade e o resultado da medida da parte endurecida (reator); Histopatológico: é a avaliação de fragmentos de tecidos pulmonares ou extrapulmonares retirados por biópsia ou necropsia. HIV/AIDS A AIDS representa um grande problema de saúde pública, surgiu no Brasil na década de 1980, traz consigo um estigma que coloca as pessoas vivendo com HIV/AIDS em uma situação delicada. É necessário quebrar as barreiras do preconceito e da discriminação contra as pessoas vivendo com HIV/AIDS. Inicialmente acometeu a população homossexual masculina com melhor poder econômico, com concentração dos casos nas capitais do país, mas em pouco tempo a doença foi heterosexualizando, feminilizando, pauperizando e interiorizando; hoje o HIV/AIDS está distribuído em todas as populações e em todo território (BRASIL, 2018). Doença de notificação compulsória. HIV e AIDS têm conceitos diferentes: Então, denomina-se HIV quando o indivíduo apresenta sorologia positiva e com situação imunológica preservada, ou seja, as células de defesa, os linfócitos T LTCD4 estão acima de 350 céls/mm3 de sangue (BRASIL, 2018; BRASIL, 2019). Cerca de 30% dos óbitos das pessoas vivendo com HIV, apresentam TB. Modo de transmissão: a transmissão do HIV acontece pela via sexual (secreção pré-ejaculatória, ou líquido pré-seminal, ou pelo sêmen, ou pela secreção vaginal); pelo sangue (via parenteral e vertical) e derivados contaminados; e pelo leite materno. A transmissão sexual ocorre pela relação de sexo anal, sexo vaginal e sexo oral desprotegidos, entretanto, não é considerada uma IST (infecções sexualmente transmissíveis), pois sua transmissão ocorre em contato com sangue e secreções, logo tem outros modos de transmissão além da via sexual. HIV: vírus da Imunodeficiência Humana, HIV-1 e HIV-2 é um retrovírus, constituído por genoma de RNA, da família Retroviridae, subfamília Lentivirinae. O vírus necessita da enzima transcriptase reversa para realizar a transcrição e integrar a cadeia de DNA da célula do LTCD-4; AIDS: síndrome da Imunodeficiência Adquirida, ou seja, a doença provocada pelo vírus HIV. Alguns fatores de risco associados à transmissão são: relações sexuais desprotegidas; não segurança transfusional do sangue; não segurança de transplante de órgãos e doação de sêmen; reutilização ou compartilhamento de seringas e agulhas; acidente ocupacional com perfurocortantes contaminados, ou contato com resíduos biológicos (acidente de trabalho); gestante com HIV (risco para o concepto) (BRASIL, 2010). Após a entrada do vírus no organismo humano, o período de incubação varia entre 2 e 4 semanas de acordo com a literatura, o período de latência varia entre 5 e 7 anos, a transmissibilidade acontece em todas as fases da infecção. É um vírus de alta infectividade, baixa patogenicidade e alta virulência. Diagnóstico: para realização diagnóstica deve-se descartar a janela imunológica (aproximadamente 30 dias), que é um período entre a exposição até a detecção por marcadores virais ou antivirais, e a conversão sorológica é o período em que é detectável os anticorpos contra o HIV; Realização de teste rápido e sorologia convencional (detecção por Elisa e teste Western Blot) identificam a presença de anticorpos específicos contra o HIV na amostra 30 dias após a exposição; Infecção aguda: varia de aproximadamente de 3 a 8 semanas após a infecção. É uma infecção viral, logo, na fase aguda tem manifestação clínica semelhante a um quadro gripal, nesse período: “Os pacientes podem apresentar sintomas de infecção viral, como febre, adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular eritematoso; ulcerações muco-cutâneas, envolvendo mucosa oral, esôfago e genitália; hiporexia, adinamia, cefaleia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda de peso, náuseas e vômitos. Alguns pacientes, ainda, podem apresentar Candidíase oral, Fase assintomática: pode durar por meses ou até por anos e somente ficam aparente quando LTCD-4 entra em declínio e, sem resposta imune satisfatória, inicia a fase sintomática, que apresenta sinais e sintomas inespecíficos podendo apresentar: Com a queda do T CD4+, sem resposta imunológica satisfatória, o indivíduo fica suscetível a infecções oportunistas, que podem ser causadas por fungos, vírus, bactérias, protozoários e neoplasias. Infecções virais como a herpes Simples, Citomegalovirose, entre outras; infecções causadas por bactérias como as microbacterioses, Salmonelose, pneumonias; infecções fúngicas como a Histoplasmose, pneumocistose, criptococose, candidíase; protozoários como a toxoplasmose, isosporíase e criptosporidiose; neoplasias como intraepiteliais anal e cervical, sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin. Apresentando doenças neurológicas como as - BRASIL, 2010,n.p. - BRASIL, 2010, n.p. neuropatia periférica, meningoencefalite asséptica e síndrome de Guillain-Barré. Os sintomas duram, em média, 14 dias, podendo o quadro clínico ser autolimitado.” “Candidíase oral; testes de hipersensibilidade tardia negativos; e a presença de mais de um dos seguintes sinais e sintomas, com duração superior a 1 mês, sem causa identificada: linfadenopatia generalizada, diarreia, febre, astenia sudorese noturna e perda de peso superior a 10%. Há uma elevação da carga viral e a contagem de linfócitos T CD4+ já pode se encontrar abaixo de 500cél/mm3.” neuropatias periféricas, atrofia cerebral e demência progressiva associados ao HIV (BRASIL 2010; BRASIL, 2018). Tratamento: é realizada a terapia antirretroviral (TARV). Ela é indicada para todos os indivíduos sintomáticos independente de contagem de LT – CD4 (versão preliminar do MS, Brasília 2013). São utilizados para reduzir a carga viral, evitar o enfraquecimento do sistema imune, ou seja, promover a recomposição do sistema imunológico, aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV, promovendo a redução das internações e incidência de infecções oportunistas. De acordo com o Ministério da Saúde e o Departamento de HIV/AIDS, desde 1996, o Brasil distribui de modo gratuito os antirretrovirais para tratamento. Até a data de 09/2022 estavam disponíveis 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas, sendo as mais utilizadas a AZT (zidovudina); DDI (didanosina); DDC (zalatabina); 3TC (lamivudina); e D4T (estavudina). A carga viral indetectável não significa cura, significa que o número de cópias virais não foram detectadas pelo teste sorológico, mas a pessoa continua vivendo com o HIV. É uma doença de notificação compulsória obrigatória e mediata. Quando notificar: sorologia positiva, doentes de AIDS, crianças expostas ao HIV, Gestantes HIV+. A prevenção é realizada com o uso de preservativo (feminino e masculino) associado a gel lubrificante; uso de luvas ou dique de látex para realização de sexo oral; não compartilhamento de próteses sexuais; terapia PEP (terapia pós-exposição) e PrEP (terapia pré-exposição), as orientações devem ser realizadas a todos os usuários dos serviços de saúde de modo a garantir acesso à todas as informações necessárias para prevenção, redução da incidência e controle da doença. Ao solicitar testes sorológicos nas UBS e ESF, e o usuário apresentar resultado positivo, o Enfermeiro deverá realizar o atendimento (Consulta de Enfermagem), acolher e orientar o paciente e encaminhá-lo ao SAE (Serviço de Assistência Especializada em IST/AIDS) para companhamento/tratamento com infectologista. Tratamento para todas as pessoas (TTP): a profilaxia pós-exposição (PEP) e a profilaxia pré- exposição (PrEP). Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Profilaxia pós-exposição (PEP): é a quimioprofilaxia realizada aos indivíduos que foram expostos, Ex.: acidente ocupacional; rompimento do preservativo durante ato sexual; após violência sexual. Ou seja, existe um risco provocado pela exposição e após essa exposição inicia com a medicação antirretroviral; Profilaxia pré-exposição (PrEP): é um método de prevenção, o indivíduo toma diariamente o antirretroviral para evitar contrair HIV antes da exposição. Ex.: uso da terapia para casais soro discordantes (um parceiro vive com HIV e o outro não), então o parceiro soronegativo utiliza diariamente a medicação para evitar a infecção pelo HIV. Leitura Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos Faça a leitura do conteúdo a seguir e entenda mais sobre Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) As infecções sexualmente transmissíveis (IST) podem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas por contato sexual (oral, vaginal e anal) com uma pessoa infectada, ou também por transmissão durante a gestação ou no momento do parto. É uma doença de notificação compulsória. As IST se manifestam nas formas de feridas, secreções (corrimento) e lesões anogenitais (verrugas), também podem apresentar dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e linfonodopatia. As IST acometem órgãos genitais, mas também podem surgir em outras partes do corpo, algumas delas são: Herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), hepatites virais B e C, infecção pelo vírus linfotrópico de células T humana (HTLV), entre outras. As doenças inflamatórias pélvicas são decorrentes de gonorreia e clamídia não tratadas, provocando infecção no útero, trompas e ovários. Quadro 1 – Principais síndromes em IST e os respectivos agentes Úlcera anogenital – Agente etiológico Infecção Chlamydia trachomatis Linfogranuloma venéreo Hoemophilus ducreyl Cancróide Herpes Simplex vírus (tipo 2) Herpes genital* Úlcera anogenital – Agente etiológico Infecção Klebsiela granulamatis Donovanose Treponema pallidum Sífilis Corrimento uretral/vaginal Candida albicans Candidíase volvovaginal** Chamydia trechomatis (sorovars D ao K) Clamídia Neisseria gonorrhoeae Gonorreia Trichomonas vaginalis Tricominíase Múltiplos agentes Vaginose bacteriana** DIP Chlamydia Trachomatis Endometrite, anexite, salpingite, miometrite, ooforite, parametrite, peviperitonite, abscesso tubo ovariano Neisseria Gonorrhoeae Úlcera anogenital – Agente etiológico Infecção Bactérias facultativas anaeróbias (ex.: Gardnerella vaginalis, Haemophilus influenza, Streptococcus agalactiae) Outros microrganismos Verruga anogenital Papilomavírus humano (HPV) Condiloma acuminado *Infecções não curáveis, porém tratáveis. **Infecções endógenas do trato reprodutivo que causam corrimento vaginal; não são consideradas IST. Fonte: Adaptada de DDAHV/SVS/MS. BRASIL, 2015 Leitura Manual de Bolso Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis DST Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Sífilis É de transmissão sexual e também transmissível ao feto durante a gestação, tem tratamento e cura, é causada pela bactéria espiroqueta em forma helicoidal, Treponema pallidum. Pode apresentar três formas de manifestações clínicas (primária, secundária, latente e terciária). É uma doença de notificação compulsória. Sífilis primária apresenta uma única lesão após exposição, entre 10 e 90 dias após o contágio. A lesão é rica em bactérias e recebe o nome de cancro duro, indolor, não coça e nem mesmo arde e desaparece independente de tratamento. Sífilis secundária apresenta cicatrizes da ferida inicial entre 6 semanas e 6 meses. Podem surgir manchas pelo corpo, até mesmo nas palmas das mãos e plantas dos pés, as lesões com muitas bactérias podem apresentar mal-estar geral, febre, linfonodomegalia e cefaleia. Após algumas semanas as manchas desaparecem independentemente de tratamento. Sífilis latente não apresenta sinais clínicos, o diagnóstico só pode ser realizado pelo teste imunológico. É classificada pelo tempo da infecção, sífilis latente recente (em até 1 ano de infecção); sífilis latente tardia (a mais de 1 ano de infecção). Sífilis terciária surge entre 1 e 40 anos após a exposição. Nesse período apresenta lesões cutâneas, cardiovasculares, neurológicas e ósseas, e pode evoluir para óbito. Diagnóstico: é realizado pelo teste rápido (TR), e se o resultado for reagente, realiza coleta de sangue para teste laboratorial não treponêmico; Papiloma Vírus Humano (HPV) O HPV causa o condiloma acuminado e é transmitido pela via sexual, mas não necessita de penetração para que a transmissão aconteça, pois também é transmitido pelo contato de uma região contaminada para outra (contato oral-genital; genital-genital; manual – genital, e durante o parto), com maior risco quando apresentam as lesões visíveis. É uma doença de notificação compulsória. Hepatites B Causada pelo vírus da hepatite B (HBV), raramente apresenta sinaise sintomas. A doença é silenciosa e, após a terceira semana, pode apresentar urina escura, fezes pálidas e icterícia, Tratamento: é realizado com penicilina benzatina, todas as parcerias sexuais dos últimos 3 meses devem ser testadas e tratadas; Prevenção: uso de preservativos nas relações sexuais, acompanhamento da gestante e parcerias sexuais durante o pré-natal (para redução da sífilis congênita). A doença não confere imunidade, logo, ao ser novamente exposto ao T. pallidum, o indivíduo desenvolverá novamente a sífilis. Prevenção: realização de vacinação contra HPV (disponível pelo Programa Nacional de Imunização). A vacina quadrivalente protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18, sendo que os dois primeiros causam verrugas e os dois últimos causam câncer do colo do útero. Uso de preservativo e realização de Papanicolau; Diagnóstico: exames de citopatologia oncótica cervical (Papanicolau), pois alguns tipos de HPV podem provocar câncer de colo uterino e anus; citologia oncótica anal; colposcopia; anuscopia e histopatologia; Forma subclínicas sem lesões visíveis a olho nu, apenas a presença do vírus, sem manifestação clínica, já na forma clínica apresenta lesões, o condiloma acuminado; Tratamento: eletrocauterização; laser, ácido tricloroacético; medicamento para aumentar a defesa do organismo. podendo evoluir para formas de infecção aguda. Tem curta duração e resolução espontânea, e a crônica é persistente por mais de 6 meses. É uma doença de notificação compulsória. Hepatite C A transmissão ocorre com uso de material não esterilizado contaminado com material biológico, raramente apresenta sintomas, é uma doença de notificação compulsória. Transmissão: relação sexual desprotegida; transmissão vertical; compartilhamento de seringas, agulhas, cachimbos, lâminas de barbear, escovas de dentes, material de manicure e pedicure não esterilizado; realização de tatuagens ou colocação de piercing sem uso de material descartável e normas de biossegurança, acidente com material perfurocortante com material biológico; contato com sangue infectado; Diagnóstico: teste rápido ou sorologia, e, em caso positivo, encaminhar para unidade de referência, pois o tratamento só acontece nas unidades especializadas. Modo de transmissão: contato com sangue infectado; transmissão sexual entre homens que fazem sexo com homens (HSH) é mais frequente, principalmente na presença da infecção por HIV ou outra IST; transmissão vertical; contato com material contaminado, seringa, agulha cachimbos, material de manicure e pedicure não esterilizado, escova de dentes; realização de tatuagens e piercing sem medidas de biossegurança; Diagnóstico: sorologia e teste rápido; Prevenção: hepatites B e C: não compartilhar objetos; uso de material descartável, equipamentos cirúrgicos e odontológicos esterilizados; uso de preservativos; vacinação contra hepatite A e B, incluindo o RN; programa de redução de danos para usuários de substâncias lícitas e ilícitas, realizar testes regularmente; Doença de notificação compulsória. Hanseníase É uma doença infecciosa, crônica, causada pela Mycobacterium leprae ou bacilo da hansen, é um bacilo ácido álcool resistente (BAAR), resiste no meio ambiente por 9 dias em secreções dissecadas e 46 dias em ambiente úmido, afeta os nervos da pele, é uma doença tratável e tem cura. Os primeiros sinais são a presença de manchas na pele com alteração da sensibilidade causada pela instalação dos bacilos nas terminações nervosas da pele. É uma doença de notificação compulsória. Transmissão: ocorre pelas vias respiratórias, por meio das gotas eliminadas ao falar, tossir e espirrar, entretanto, necessita de contato prolongado com o doente sem tratamento, os mais suscetíveis são os contatos extradomiciliares pelo contato prolongado. Também é transmitida através da pele com a presença de solução de continuidade; tem um período de incubação de 2 a 5 anos; Sinais e sintomas: manchas hipocrômicas, acastanhadas ou avermelhadas, apresentando alterações da sensibilidade dolorosa, tátil e ao calor; pode apresentar parestesia, contratura muscular, espasmódica e dolorosa nos membros superiores e inferiores; podem aparecer nódulos, queda de pelos localizada ou difusa, madarose, anidrose. O exame físico pode apresentar espessamento dos nervos periféricos; redução ou ausência de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos e pés, por isso é importante realizar teste dermatoneurológico com teste de sensibilidade doloroso (agulha), térmico (água fria e quente), tátil (com bolinha de algodão). Edema nos pés com presença de cianose, ressecamento da pele; febre e artralgia, associada a nódulos dolorosos, aparecimento súbito de neuropatia ulnar, fibulares comuns e tibiais posteriores. Obstrução, lesões e ressecamento nasal; e xeroftalmia. Diagnóstico clínico: é realizado pelo exame dermatoneurológico com teste de sensibilidade (térmico, tátil e doloroso); realizar a inspeção e avaliação sensitiva dos pés e mãos; realizar estesiometria (mensurar a sensibilidade tátil cutânea, utilizando monofilamentos de nylon ao toque e a pressão) da pele e grau de sensibilidade para identificação de neuropatia, teste de força muscular, palpação dos nervos. Avaliar o comprometimento dos principais nervos mais acometidos, que são: Formas Clínicas Indeterminada (lesões hipocrômicas ou avermelhadas hipo ou anestésicas, com rarefação de pelos); e Tuberculoide (placas eritematosas bem delineadas, hipo ou anestésicas, com comprometimento de nervos. São paucibacilares, com presença de até 5 lesões e/ou 1 comprometimento neural, não são transmissíveis. Tratamento de 6 doses. A Domorfa (lesões eritematosas planas ou infiltradas com o interior da mancha claro, e as bordas ferruginosas ou pardacenta, apresenta alteração de sensibilidade); e a Virchowiana (lesões eritematosas e infiltração difusa, placas eritematosas infiltradas e de bordas mal definidas; tubérculos e nódulos; maldarose; lesões de mucosas; com alteração de sensibilidade). São multibacilares, com presença de mais de 5 lesões e/ou 2 ou mais comprometimento neural, são transmissíveis. O tratamento é realizado com 12 doses. Período de incubação varia entre 2 e 5 anos após exposição, após esse período de incubação ela entra na forma indeterminada (não transmite, se tratar evolui para cura), sem tratamento mais 1 a 5 anos pode evoluir para uma das outras formas, ou tuberculoide, ou domorfa ou virchowiana – se tratar, cura. Quanto mais tempo sem tratamento, maior é o risco de desenvolver incapacidades. trigêmeo, facial, auricular, mediano, ulnar, radial, fibular e tibial – espessamento, dor espontânea e/ou dor a palpação, alterações da função sensitivo-motora da área de inervação. Exame laboratoriais: baciloscopia direta, biópsia e cultura; Tratamento: é realizado com esquema terapêutico para tratamento da hanseníase Poliquimioterapia (PQT), esquema terapêutico para casos paucibacilar: tratamento com rifampicina (RFM), dapsona (DDS) – 6 cartelas tomadas por um período de 9 meses de tratamento, comparecimento mensal na unidade de saúde para dose supervisionada. Esquema terapêutico para casos multibacilar: tratamento com rifampicina (RFM), dapsona (DDS), clofazimina (CFZ) – 12 cartelas tomadas por um período de 18 Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE meses de tratamento, comparecimento mensal na unidade de saúde para dose supervisionada. Prevenção: diagnóstico precoce da doença; tratamento com PQT; investigação de contatos; administração da vacina de BCG para todos os contatos intradomiciliares de pacientes com as formas de hanseníase multibacilar (Virchowiana e Dimorfa); prevenção das incapacidades; estímulo ao autocuidado. Leitura Guia Prático sobre a Hanseníase Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeo Replicação Viral – Vírus HIV 2 / 3 📄 Material Complementar Replicação viral - vírus HIVReplicação viral - vírusHIV Leitura A Trajetória Histórica da Visita Domiciliária no Brasil: uma Revisão Bibliográfica Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Processo de Enfermagem: Guia para a Prática Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN-358/2009. Dispões sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implantação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília, DF: COFEN, 2009. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html>. Acesso em: 17/02/2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno da Atenção Básica: Programa Saúde da Família. Caderno 1: A Implantação da Unidade de Saúde da Família. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_unidade_saude_familia_cab1.pdf >. Acesso em: 17/02/2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT): atenção integral às pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_aten cao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf>. Acesso em: 19/02/2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf>. Acesso em: 20/02/2023. 3 / 3 📄 Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. 2. ed. atual. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose _brasil_2_ed.pdf>. Acesso em: 16/02/2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. rev. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.p df>. Acesso em: 08/02/2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites virais. Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV em adultos e crianças. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/2018/manual_tecnico_hiv_27_11_2018_web.pdf/view>. Acesso em: 18/02/2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AISD e das Hematites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Manejo da infecção pelo HIV em Adultos. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt- br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv- aids/pcdt_manejo_adulto_12_2018_web.pdf/view>. Acesso em: 19/02/2023. SÃO PAULO. Conselho Regional de Enfermagem. Código de Ética e principais legislações para o exercício da Enfermagem: com agenda de planejamento profissional. 3. ed. São Paulo: COREN- SP, 2022. Disponível em: <https://portal.coren-sp.gov.br/wp- content/uploads/2022/10/Codigo-de-etica.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2023. SÃO PAULO. Conselho Regional de Enfermagem. Guia de boas práticas de enfermagem na Atenção Básica: norteando a gestão e a assistência. São Paulo: COREN-SP, 2017. Disponível em: <https://portal.coren-sp.gov.br/wp- content/uploads/2010/01/guia_de_boas_praticas_de_enfermagem_na_atencao_basica_no rteando_gestao_a_assistencia.pdf>. Acesso em: 17/02/2023.
Compartilhar