Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Terapia Nutricional PROFª LORENNY DE ALFAIA Terapia Nutricional Terapia Nutricional (TN): Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do usuário por meio da Nutrição Parenteral (NP) e/ou Enteral (NE). Objetivo A terapia nutricional tem como principais objetivos: Prevenir e tratar a desnutrição, Preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico, Melhorar a resposta imunológica e cicatricial, Modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico, Prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do tratamento e da doença, Melhorar a qualidade de vida do paciente, Reduzir o tempo de internação hospitalar, Reduzir a mortalidade e, consequentemente, Reduzir custos hospitalares MCCLAVE et al., 2013; DROVER et al., 2011; WAITZBERG et al., 2006. Passos da terapia nutricional • Triagem nutricional. • Avaliação nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos. • Cálculo das necessidades nutricionais. • Indicação da Terapia Nutricional a ser instituída. • Monitoramento/acompanhamento nutricional. • Aplicação dos indicadores de qualidade na Terapia Nutricional. Fonte: Unicamp Triagem nutricional A triagem nutricional tem como principal objetivo identificar fatores de risco para desnutrição, possibilitando intervenção nutricional precoce e melhor alocação de recursos (BEGHETTO et al., 2008). Ferramentas: Triagem nutricional ■ Mini Nutritional Assessment (MNA) – Miniavaliação Nutricional (MAN®); ■ Subjective Global Assessment – Avaliação Subjetiva Global (SGA); ■ Nutritional Risk Screening (NRS 2002); ■ Screening Tool Risk Nutritional Status And Growth (Strong Kids); ■ Malnutrition Screening Tool (MST) – Instrumento de Triagem de Desnutrição; ■ Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) – Instrumento de Triagem Universal de Desnutrição Triagem nutricional: MAN Triagem nutricional: NRS-2002 Indicada para adultos e idosos (> 70 + 1pt) Terapia Nutricional Enteral A nutrição enteral (NE) refere-se a todo e qualquer alimento com finalidades especiais, como ingestão controlada de nutrientes, isoladamente ou em associação, de composição definida ou estimada, exclusivamente elaborada e formulada para ser administrada por meio de sondas ou via oral. Terapia Nutricional Enteral NE: utilizada exclusiva ou parcialmente, visando substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, de acordo com as suas necessidades nutricionais. Fonte: Nestlé Terapia Nutricional Para início da nutrição enteral, o trato digestório deve estar funcionante, caso contrário checar indicações de nutrição parenteral (Arends et al. 2006; Bankhead et al. 2009; Kreymann et al. 2006; McClave et al. 2009; Marik 2009; Miller et al. 2011): Fonte: BenveNutri • Aceitação via oral < 60% da meta por mais de 10 dias em pacientes bem- nutridos. Em paciente com evidência de desnutrição calórico-proteica deve ser iniciada imediatamente. • Comprometimento da deglutição (rebaixamento do nível de consciência, disfunção de orofaringe): – Paciente crítico com intubação orotraqueal, iniciar preferencialmente dentro das primeiras 48 horas. – Paciente desnutrido, com baixa aceitação via oral, que será submetido a cirurgia de trato gastrointestinal, iniciar 5 - 7 dias antes da cirurgia. – Pacientes com pancreatite aguda grave, com a observação de iniciar dentro das primeiras 24 horas de internação, preferencialmente locar em jejuno. Ambientes de uso de TNE (oral ou via sonda) Em ambiente hospitalar, domiciliar ou ambulatorial, objetivando a produção ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas do organismo. Fonte: Nestlé Fonte: Unicamp Fonte: Consaude Terapia Nutricional: Bomba de infusão Dentre as indicações de NE estão: Acidente vascular cerebral Anorexia nervosa; Câncer; Coma ou estados confusionais; Perfuração traumática do esôfago; Doenças inflamatórias intestinais; Síndromes intestinais; Fístulas digestivas; Aumento do requerimento nutricional devido a graves queimaduras; Broncoaspiração recorrente em pacientes com problemas de deglutição; Tipos de dietas Artesanais; Industrializadas: Módulos ou Suplementos alimentares, Sistema aberto e Sistema Fechado Nutrientes Fonte: Nestlé Terapia Nutricional Enteral Dieta Industrializada em pó: Preparada com a diluição das fórmulas industrializadas em pó mais água fervida e resfriada em temperatura ambiente Suplemento alimentar Módulo alimentar Fonte: Nestlé Fonte: NestléFonte: Nestlé Terapia Nutricional Enteral Suplemento alimentar: São produtos constituídos por fontes concentradas de substâncias tais como vitaminas, minerais, fibras, proteínas, aminoácidos, ácidos graxos (como o ômega 3), ervas e extratos, probióticos, etc. Módulo Nutricional: nutricional é composto por nutrientes selecionados que auxiliam no tratamento de casos específicos como: necessidades proteica ou energética elevada Fonte: Nestlé Fonte: SupportFonte: Nestlé Fonte: Nestlé Benefícios dos suplementos nutricionais orais podemos destacar: ➢ Alta reposição calórica em pequeno volume de consumo; ➢ Alta concentração de nutrientes; ➢ Nutrientes selecionados com objetivo de contribuir para uma melhora no quadro inflamatório. ➢ Possui vários sabores permitindo uma adesão ao consumo por muito mais tempo; ➢ Permite escolher horários de menor desconforto e maior apetite; ➢ Rico em proteínas, auxiliando na manutenção da massa magra; ➢ Contém fibras, contribuindo para melhora do trânsito intestinal, além de ajudar a combater a mucosite e diarreia; Terapia Nutricional Enteral Dieta Industrializada líquida: Já pronta para o uso. Pode ser em sistema aberto ( frasco pode ser aberto e permite entrada de ar) ou, Pode ser em sistema fechado ( frasco ou bolsa onde existe a conexão do equipo diretamente a embalagem da dieta) Terapia Nutricional Enteral Fonte: Nestlé Fonte: Support Terapia Nutricional Enteral Fonte: Nestlé Fonte: MP Hospitalar Terapia Nutricional Fonte: http://www.producao.usp.br/bitstream/handle/BDPI/46775/ebook%20EMTN%202014.pdf?sequence=1&isAllowed=y Tipos de dietas Entende-se por nutrição parenteral (NP) a administração, por via endovenosa, de nutrientes como glicose e proteínas, bem como água, eletrólitos, sais minerais e vitaminas. Tipos de dietas As vias de administração da NP podem ser duas: Periférica: utilizam-se somente soluções hipoconcentradas e lipídeos. Central: esta é a via mais utilizada, na qual é feita a infusões de soluções de glicose e proteínas, vitaminas, dentre outros. Fonte: Sgaribaldi Fonte: Sgaribaldi Terapia Nutricional Nutrição Parenteral Geralmente, deve ser indicada quando há contraindicação absoluta para o uso do trato gastrointestinal (inacessível ou não funcional), como por exemplo: Obstrução intestinal. Síndrome de intestino curto (insuficiência intestinal). Quando o indivíduo apresentar desnutrição moderada ou grave e após 24-72 horas a oferta por via enteral for insuficiente. Terapia Nutricional Fonte: Kabiven Fonte: cmw saúde Nutrição Parenteral Esses nutrientes são infundidos em sua forma essencial: •Carboidratos: Infundidos como glicose para proporcionar energia rapidamente. •Aminoácidos: têm um papel em reações bioquímicas e na resposta imunológica. •Lipídios: representados por emulsões lipídicas que contêm triglicerídeos, servem como uma forma compacta para armazenar energia por causa de sua alta energia e baixo teor de água, fornecem ácidos graxos e constituem uma parte importante da estrutura das células. Nutrição Parenteral Apresentações Sistema fechado de infusão em bolsas plásticas tricompartimentada, nas concentrações de: 900 Kcal – 1026 mL; 1400 Kcal – 1540 mL; 1900 Kcal – 2053 mL; 2300 Kcal – 2566 mL. Nutrição parenteral manipulada ANutrição Parenteral (NP) manipulada constitui em um recurso terapêutico nutricional apropriado para atender as necessidades específicas de cada paciente, permitindo ao médico, incluir na formulação aminoácidos específicos, vitaminas e oligoelementos. Nutrição parenteral manipulada Situações clínicas especificas como profilaxia e tratamento da desnutrição aguda em peritonites, pancreatite, síndrome do intestino curto, sepse, insuficiência renal, encefalopatia hepática, anorexia nervosa entre outros. Fonte: poder e saúde Indicação de terapia nutricional Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN): Grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria, a saber: Nutricionista, Médico, Farmacêutico e Enfermeiro, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional (RDC/Anvisa nº 63, de 6 de julho de 2000). Aos profissionais, de acordo com a disponibilidade, o treinamento e a avaliação da EMTN, sugere-se ao: Médico A indicação e a prescrição médica da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral (Tnep). Nutricionista A avaliação do estado nutricional dos pacientes, das necessidades nutricionais, tanto para a nutrição enteral (NE) quanto para a nutrição parenteral (NP) e pela prescrição dietética da Terapia Nutricional Enteral (TNE). Aos profissionais, de acordo com a disponibilidade, o treinamento e a avaliação da EMTN, sugere-se ao: Enfermeiro A prescrição, a administração e a atenção dos cuidados de enfermagem na TNE e administração da NP, observadas as recomendações das boas práticas da nutrição enteral e parenteral. Farmacêutico A competência em adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, quando estas atribuições, por razões técnicas e ou operacionais, não forem da responsabilidade do nutricionista, bem como participar do sistema de garantia da qualidade. Aos profissionais, de acordo com a disponibilidade, o treinamento e a avaliação da EMTN, sugere-se ao: Fonoaudiólogo A avaliação, o diagnóstico e o tratamento fonoaudiológico das disfagias orofaríngeas, bem como o gerenciamento destas. Assistente social Interagir com a EMTN e orientar indivíduos sob cuidados de TN, cuidadores e familiares, auxiliando na identificação de recursos, dietas e insumos necessários, facilitando e orientando sobre o acesso a eles. Atribuições do enfermeiro – RDC 63/2000 - ANVISA 8.1.Orientar o paciente , a família ou o responsável legal quanto à utilização e controle da TNE. 8.2. Preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral. 8.3.Prescrever os cuidados de enfermagem na TNE, em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar. 8.4.Proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica (TNE). 8.5.Assegurar a manutenção da via de administração. 8.6.Receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa administração. Atribuições do enfermeiro – RDC 63/2000 - ANVISA 8.7.Proceder à inspeção visual da NE antes de sua administração. 8.8.Avaliar e assegurar a administração da NE observando as informações contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição médica. 8.9.Avaliar e assegurar a administração da NE, observando os princípios de assepsia, de acordo com as BPANE . 8.10.Detectar, registrar e comunicar à EMTN e ou o médico responsável pelo paciente, as intercorrências de qualquer ordem técnica e ou administrativa. 8.11.Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à evolução do paciente quanto ao: peso, sinais vitais, tolerância digestiva e outros que se fizerem necessários. 8.12.Garantir a troca do curativo e ou fixação da sonda enteral, com base em procedimentos pré-estabelecidos. Atribuições do enfermeiro – RDC 63/2000 - ANVISA 8.13.Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores. 8.14.Elaborar e padronizar os procedimentos de enfermagem relacionadas à TNE. 8.15.O enfermeiro deve participar do processo de seleção, padronização, licitação e aquisição de equipamentos e materiais utilizados na administração e controle da TNE. 8.16.Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão. 8.17.Assegurar que qualquer outra droga e ou nutriente prescritos, sejam administrados na mesma via de administração da NE, conforme procedimentos preestabelecidos. Compete ao Técnico de Enfermagem: a) Participar de treinamento, conforme programas estabelecidos, garantindo a capacitação e atualização referente às boas praticas da Terapia Nutricional; b) Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protocolo pré- estabelecido; c) Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda da TNP; d) Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual. Cuidados importantes Smeltzer e Bare (2006): Higienização das narinas e ostomias, avaliação da colocação da sonda e sua fixação. A cabeceira do leito deve estar elevada em 30 a 45º durante e logo após a administração da dieta, Dieta deve ser administrada em temperatura ambiente ou resfriada e não gelada. Deve ser controlada a velocidade do fluxo da fórmula, lavar adequadamente a sonda com água filtrada em temperatura ambiente sempre após as dietas e medicamentos. Referências Bibliográficas ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 63, de 6 de julho de 2000. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/61e1d380474597399f7bdf3fbc4c6735/R CD+N%C2%B0+63-2000.pdf?MOD=AJPERES> Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Manual de terapia nutricional na atenção especializada hospitalar no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_terapia_nutricional_atencao_esp ecializada.pdf CARUSO, L.; SOUSA, A. B. (Org.). Manual da equipe multidisciplinar de terapia nutricional (EMTN) do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo - HU/USP. São Paulo: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, 2014. 1. Disponível em: http://www.producao.usp.br/bitstream/handle/BDPI/46775/ebook%20EMTN%202014.pd f?sequence=1&isAllowed=y - KRAUSE, M. V.; MAHAN, L.K. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12. ed, São Paulo, Roca, 2010 http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/61e1d380474597399f7bdf3fbc4c6735/RCD+N%C2%B0+63-2000.pdf?MOD=AJPERES http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_terapia_nutricional_atencao_especializada.pdf http://www.producao.usp.br/bitstream/handle/BDPI/46775/ebook%20EMTN%202014.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Compartilhar