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1 PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO SERVIÇO SOCIAL 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...................................... ................................................................ 4 1 DADOS DA INSTITUIÇÃO ............................ .......................................................... 6 1.1 Mantenedora ..................................................................................................... 6 1.2 Mantida ............................................................................................................. 6 1.2.1 Breve histórico da IES .................................................................................... 6 1.2.2 Missão ............................................................................................................ 9 1.2.3 Princípios e objetivos da Instituição ............................................................... 9 1.2.4 Dirigentes da FAPEPE ................................................................................... 9 1.2.5 Responsabilidade sócio ambiental ............................................................... 10 1.2.6 Inserção Regional – Presidente Prudente .................................................... 15 1.2.7 Relevância social do curso para a cidade e região ...................................... 18 2 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA ................. ....................................... 22 2.1 Organização Acadêmico-Administrativa ......................................................... 23 2.2 Políticas Institucionais ..................................................................................... 24 3 DO PROJETO PEDAGÓGICO ........................... ................................................... 27 3.1 Características Gerais do Curso ..................................................................... 27 3.2 Concepção do Curso ...................................................................................... 27 3.2.1 A construção do curso de Serviço Social na FAPEPE ................................. 31 3.3 Missão do Curso de Serviço Social ................................................................. 34 3.4 Objetivo Geral e Específicos ........................................................................... 34 3.5 Perfil dos Egressos ......................................................................................... 35 3.6 Metodologia do Curso ..................................................................................... 37 3.7 Bases Institucionais ........................................................................................ 38 3.8 Flexibilidade Curricular .................................................................................... 41 3.9 Matriz Curricular .............................................................................................. 42 3.9.1 Integralização final ....................................................................................... 45 3.10 Ementário e Bibliografia ................................................................................ 45 3.11 Coerência Curricular ..................................................................................... 69 3.11.1 Com os objetivos do curso ......................................................................... 69 3.11.2 Com o perfil do egresso ............................................................................. 70 3.11.3 Com às diretrizes curriculares nacionais .................................................... 71 3.11.4 Adequação da Metodologia do Processo do Ensino e da Aprendizagem .. 71 3.12 Sistemas de Avaliação .................................................................................. 72 3.12.1 Ensino X Aprendizagem ............................................................................. 72 3.12.2 Sistemas de auto avaliação do curso ......................................................... 74 3.12.3 Avaliação institucional ................................................................................ 77 3.12.4 Articulação da auto avaliação do curso com a auto avaliação institucional 79 3.12.5 Ações decorrentes dos processos de avaliação ........................................ 80 3.13 Atividades Acadêmicas Articuladas ao Ensino .............................................. 80 3.13.1 Estágio supervisionado .............................................................................. 80 3.13.2 Trabalho de conclusão de curso – TCC e outros Trabalhos Científicos .... 81 3.13.3 Atividades complementares ....................................................................... 82 3.14 Coordenação e Colegiado de Curso ............................................................. 83 3.15 Núcleo Docente Estruturante - NDE ............................................................. 83 3 3.16 Apoio aos Discentes ..................................................................................... 84 3.16.1 Pedagógico ................................................................................................ 84 3.16.2 Nivelamento ............................................................................................... 84 3.16.3 Monitorias e Iniciação Científica ................................................................. 85 3.16.4 Revista “Saber Acadêmico”: publicação de trabalho de conclusão de curso e outros trabalhos científicos................................................................................. 86 3.16.5 Participação de alunos em atividades de extensão ................................... 87 3.16.6 Apoio psicológico e didático pedagógico ................................................... 88 3.16.7 Apoio técnico-administrativo ...................................................................... 88 3.16.8 Departamento de Comunicação Interna e Representação Estudantil ........ 89 3.16.9 Acompanhamento de egressos .................................................................. 90 3.16.10 Núcleo de Estágio Acadêmico Supervisionado ........................................ 90 3.17 Atenção Docente ........................................................................................... 91 3.17.1 Implementação das políticas de capacitação no âmbito do curso ............. 91 4 INFRAESTRUTURA .................................. ............................................................ 92 4.1 Institucional ..................................................................................................... 92 4.2 Infraestrutura Planejada Para Pessoas com Deficência ................................. 93 4.3 Biblioteca ......................................................................................................... 93 4.4 FAPEPE Junior ............................................................................................... 94 4.5 Recursos Audiovisuais .................................................................................... 94 4.6 Laboratórios Específicos ................................................................................. 94 4.7 Laboratórios de informática ............................................................................. 95 ANEXOS ................................................................................................................... 96 Anexo I - Regulamento do Estágio Supervisionado .............................................. 97 Anexo II - Regulamento de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC ................. 109 Anexo III – Regulamento de Atividades Complementares .................................. 115 4 APRESENTAÇÃO O movimento histórico que se assiste na contemporaneidade, assinalado pelo processo de globalização e inovações tecnológicas, concomitantemente, o aumento de situaçõesde desigualdade social, exploração social, pobreza, etc., coloca novos desafios à educação, à função social do ensino superior e ao processo de socialização dos conhecimentos. O curso de Serviço Social da Faculdade de Presidente Prudente – FAPEPE, face às Políticas Sociais Públicas, às demandas sociais locais e regionais, tomando por horizonte a missão da faculdade, as características, o perfil dos ingressantes, sinaliza para um redimensionamento do ensino superior, cumprindo o papel de um agente de transformação social, pautado, principalmente, por princípios éticos. Diante disso, o Projeto Pedagógico é documento primordial para a construção de ações - a partir do tripé, ensino-pesquisa-extensão – para a consolidação dos objetivos do curso, visando uma formação profissional com qualidade. Nesse sentido, o Projeto Pedagógico cumpre uma função para além da formalidade, possibilitando uma reflexão, monitoramento e avaliação do processo acadêmico, formativo dos profissionais. A partir dessa premissa, o curso de Serviço Social da FAPEPE oferece aos alunos uma formação profissional pautada na competência teórico- metodológica, ético-política e técnico-operativa, tornando-os aptos à inserção no mercado de trabalho. O curso de Serviço Social da FAPEPE tem como diretriz o processo de construção e consolidação do projeto ético-político do assistente social, vislumbrando a formação de um profissional generalista, crítico e comprometido com os princípios e valores dessa profissão. O profissional que se pretende graduar deve estar apto às demandas sociais postas à profissão. Dessa forma, a re-elaboração do Projeto Pedagógico do curso de Serviço Social, visa a inclusão de disciplinas, ementas, perfil do ingressante, atendendo à Resolução CNE/CES nº 15, de 13 de Março de 2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares para os cursos de Serviço Social. Com base nas considerações acima, o Projeto Pedagógico do curso de Serviço Social da FAPEPE é concebido a partir das características dos alunos e das 5 demandas sociais local e regional. Portanto, o presente Projeto Pedagógico deve ser apreendido como o começo de uma jornada, que deverá ser refletida, estudada a partir do movimento sócio histórico, num processo de (re)construção. Cabe ao NDE – Núcleo Docente Estruturante do Curso de Serviço Social da FAPEPE a tarefa de acompanhar/monitorar a implementação e o desenvolvimento deste Projeto Pedagógico. 6 1 DADOS DA INSTITUIÇÃO 1.1 Mantenedora A Faculdade de Presidente Prudente – FAPEPE, é mantida pelo Instituto Educacional do Estado de São Paulo – IESP, com sede na Rua Conselheiro Crispiniano, 116 – complemento 120/124 – Centro, São Paulo-SP, inscrito no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ sob n° 63.083.869/0001-67, registrado no 1º Cartório Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica. O Instituto Educacional do Estado de São Paulo - IESP foi fundado em 20/09/1969, assumiu a mantenedora da Faculdade de Presidente Prudente em 16/11/2009, por meio do processo de transferência de mantença autorizado pela Portaria nº 1.620 de 13 de novembro de 2009. Presidente: José Fernando Pinto da Costa Vice-Presidente: Cláudia Aparecida Pereira 1.2 Mantida 1.2.1 Breve histórico da IES A FAPEPE – Faculdade de Presidente Prudente (Figura 1) é uma Instituição Isolada Particular de Ensino Superior, com sede e dependências administrativas à Avenida Presidente Prudente, n° 6093 – Jardim Aeroporto. Fone: (18) 3918-4700, CEP 19053-210, Presidente Prudente/SP. A IES foi criada em 08 de maio de 2000. Nasceu da iniciativa de contribuir para a formação de profissionais e especialistas nas diferentes áreas de conhecimento, oferecendo cursos com diferencial que agreguem dinâmica ao mercado de trabalho e atendam às necessidades da sociedade, iniciando suas atividades com o curso de MBA Executivo, em outubro de 2000, sob a coordenação do Prof. Dr. Takeshy Tachizawa (USP). Em maio de 2001 foi autorizada a Faculdade de Presidente Prudente - FAPEPE, criada para proporcionar a formação profissional com atendimento às 7 demandas do mercado de trabalho, objetivando um conjunto de princípios em direção à qualidade do ensino superior. Figura 1 - FAPEPE Fonte: Arquivo próprio (2012) A Faculdade de Presidente Prudente foi credenciada pela Portaria nº 911 (17/05/2001, publicada no DOU em 21/05/2001) e recredenciada pela Portaria nº 359 (05/004/2012, publicada no DOU em 10/04/2012). Da sua criação até os dias atuais oferece à comunidade de Presidente Prudente e região os cursos de: CURSO SITUAÇÃO Administração Reconhecido Ciências Biológicas Autorizado Ciências Contábeis Reconhecido 8 Comunicação Social – Jornalismo Reconhecido Comunicação Social – Publicidade e Propaganda Reconhecido Design de Moda Reconhecido Direito Reconhecido Educação Física Reconhecido Enfermagem Autorizado Engenharia Ambiental e Sanitária Autorizado Engenharia Civil Autorizado Engenharia de Produção Autorizado Física Autorizado Letras Reconhecido Matemática Autorizado Pedagogia Reconhecido Química Autorizado Secretariado Executivo Reconhecido Serviço Social Reconhecido Sistemas de Informação Reconhecido Turismo Reconhecido Oferece ainda à comunidade acadêmica, os Núcleos de Apoio: NUCLEOS DE APOIO Pesquisa e Extensão Didático Pedagógico Psicológico Prática Jurídica Projetos e Pesquisas Ambientais Empresa Junior Revista “Saber Acadêmico” Estágio e Atividades Complementares Representação Estudantil 9 1.2.2 Missão “Formar profissionais, objetivando a inserção social, com valores e princípios éticos, senso de justiça e igualdade, capazes de exercer a cidadania em sua plenitude”. 1.2.3 Princípios e objetivos da Instituição A Faculdade de Presidente Prudente estabeleceu quatro grandes objetivos relacionados à Instituição, ao Corpo Docente, ao Corpo Discente e à Comunidade, para o cumprimento de sua missão: - Instituição: Proporcionar o desenvolvimento sustentável da instituição através de um sistema de ensino competitivo, planejando, coordenando, acompanhando e avaliando suas ações administrativas e pedagógicas. - Docentes: Investir na qualificação do corpo docente, através de uma política de recursos humanos que garanta o seu aprimoramento contínuo e sua satisfação profissional. - Discentes: Oferecer aos alunos um ensino de qualidade garantindo- lhes a sua inserção na sociedade, profissional e culturalmente. - Comunidade: Fortalecer a política sócio educacional voltada ao contínuo relacionamento da instituição para com a sociedade. 1.2.4 Dirigentes da FAPEPE DEPARTAMENTO RESPONSÁVEL Diretoria Geral Maria Helena de Carvalho e Silva Bueno Assistente de Diretoria Lizete Vara de Aquino Servantes Pesquisadora Institucional Fabiana Alessandra Sueko Tsunoda Secretaria Acadêmica Dayara Cristina Bobatto Demarchi Tesouraria Junior Cesar Silva Projetos Sociais Daniele Cano das Neves Biblioteca Silvia Cristiane de Paiva 10 Informática Rodrigo Ferreira Capistano Comunicação Lilian Regina Moreira Gualda Recursos Humanos Rosangela Aparecida Coelho de Oliveira Apoio Coordenadores Ana Lucia Ávila Augusto 1.2.5 Responsabilidade sócio ambiental A FAPEPE considera o ensino superior como o grande responsável pela construção do conhecimento, que incita a crítica da realidade e que, consequentemente, por despertar o aluno para os problemas da sociedade o incentiva ao exercício da cidadania. Portanto, não só preparar o acadêmico para o exercício profissional, mas para a formação de um cidadão atuante em todos os âmbitos da sociedade. Sem perder de vistaos objetivos que norteiam a formação de profissionais cidadãos, a linha metodológica da Instituição procura formar profissionais capazes do exercício pleno de todas as atribuições que lhe são conferidas pela legislação e pela própria evolução social e tecnológica. O profissional, que se pretende graduar, deverá ser imbuído de capacidade e iniciativa de buscar soluções inovadoras, estar aberto a mudanças, sendo articulador e líder dos ambientes em que atuará, participando e auxiliando na tomada de decisões. Para isso, precisa estar apto ao ato de comunicar, possuir aptidão analítica e numérica, possuir comportamento equilibrado, alto senso crítico e ético, e atenção e disponibilidade para ações de responsabilidade social. Nesse sentido, além da formação profissional, a IES, desde 2006 complementa dentro de sua área de atuação de responsabilidade social o campo da responsabilidade ambiental, como um conjunto de atitudes da Instituição e de seus alunos, voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. Ou seja, estas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico ajustado à proteção do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade. Para isso implantou o projeto de Revitalização Ambiental do Córrego do Cedro, onde para cada aluno da Faculdade é plantada uma árvore para cada ano de sua vida acadêmica, nas áreas verdes compreendidas pela bacia hidrográfica onde se encontra a FAPEPE. 11 Criou ainda, uma parceria com a COOPERLIX – Cooperativa de Reciclagem de Presidente Prudente visando à reciclagem de lixo (resíduos sólidos). Implantou-se também a campanha intitulada de “Não jogue óleo de cozinha no sistema de esgoto” coletando dos alunos e encaminhando este material para a reciclagem. A IES segue o preceito de nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente como, por exemplo, poluição de rios e desmatamento em sua área de atuação a nível regional. Objetivando com sua conduta ambiental sensibilizar seus discentes, docentes e comunidade em geral à preservação ambiental. Isto posto, a FAPEPE proporciona ao aluno a oportunidade de exercer a plena cidadania, contribuindo com sua parcela de esforço para a solução dos problemas sociais e ambientais da comunidade na qual está inserida. Ciente que as instituições são por excelência o veículo natural de disseminação de responsabilidade social, pois são as responsáveis pela formação do cidadão, a Faculdade de Presidente Prudente proporciona aos jovens carentes a possibilidade de ingresso ao ensino superior, e para tanto ao longo da sua existência firmou parcerias Órgãos Governamentais, Instituições e com a UNIESP SOLIDÁRIA, através da qual oferece à comunidade projetos sociais, programas facilitadores para o acesso de jovens e adultos carentes no Ensino Superior, concedendo bolsas de estudos de até 100%. A UNIESP SOLIDARIA é uma instituição, filantrópica, de cunho social e educacional, constituída em 1999 e que é consciente de que o fator embrionário da pobreza, da exclusão social e da criminalidade se encontra na falta ou escassez da educação. Acreditando que, em Responsabilidade social, na área educacional, não pode existir doação e sim reciprocidade, a Faculdade exige dos alunos contemplados bom desempenho acadêmico e contrapartida social através da prestação de serviços em creches, asilos, hospitais, associação de produtores rurais, escolas municipais e estaduais e Instituições beneficentes. Dentro dos Projetos Sociais da UNIESP Solidaria firmou convênios com prefeituras, sindicatos, empresas, associações, fundações, cooperativas, entre outras. 12 Para os mais de 150 parceiros, os convênios promovem a valorização do funcionário associado por proporcionar um elemento facilitador para ingresso no ensino superior. Além disso, esse incentivo acarreta na melhoria da motivação do funcionário, e, consequentemente, no aumento da produtividade. Com isso, este passa a aplicar o conhecimento adquirido na faculdade em seu dia-dia, o que pode representar um trabalho de maior qualidade, visto que há um maior conhecimento. Nesse sentido, apresentamos uma síntese dos Projetos Sociais, e ainda as parcerias com os Governos Federais e Estaduais. FAPEPE E UNIESP SOLIDÁRIA A UNIESP Solidária, instituição filantrópica constituída em 1999 e de cunho social e educacional, é consciente de que o fator embrionário da pobreza, da exclusão social e da criminalidade encontra-se na falta ou na escassez da Educação, único meio de evolução intelectual, social, cultural e social do indivíduo, do cidadão e do profissional que coabita o ser humano. A Educação gera qualificação para o mercado de trabalho, que gera desenvolvimento, que promove a melhoria na qualidade de vida. Tudo isso possibilitará às novas gerações habitar um espaço, uma cidade, um País e um planeta muito melhores. Com a missão de oferecer Ensino Superior de qualidade a todas as classes sociais, principalmente às classes populares, promovemos a inclusão por intermédio da oferta de programas de bolsas resultantes de Projetos Sociais próprios e de parcerias com empresas, órgãos públicos, organizações e com os Governos Federal, Estadual e Municipal. Há anos, a UNIESP Solidária vem realizando o sonho de muitas pessoas de cursar uma faculdade e mudar a sua vida e a de sua comunidade. Desde sua fundação, a UNIESP Solidária tem proporcionado à população, por meio das instituições parceiras, ações sociais como instrumentos de apoio às iniciativas de promoção do desenvolvimento social e econômico, o que consequentemente elevará o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Por meio de tais projetos, milhares de jovens foram inseridos no ensino superior e no tão nobre serviço voluntário, e muitos outros, das escolas estaduais e municipais, melhoraram o desempenho nos estudos, reduzindo o índice de 13 repetência e ampliando o índice de frequência. Com isso, contribuíram para a diminuição da violência e promoveram a integração da comunidade na participação dos eventos culturais, educacionais e lazer. Com o objetivo de inserir um número maior de jovens no ensino superior, capacitando-os para o Mercado de Trabalho e os transformando em cidadãos, a UNIESP Solidária – que hoje já pode comemorar a chegada de mais de 20 mil alunos economicamente desfavorecidos ao Ensino Superior – lança este guia de informações para que muitos outros jovens e instituições também possam ser beneficiados por estes projetos. INSTITUIÇÕES PARCERIAS ASSOCIAÇÕES AAFC Associação dos Aposentados da Fundação Cesp ACCIP Associação Comercial e Industrial de Presidente Prudente AFITESP Associação dos Funcionários do Instituto de Terras do Estado de São Paulo AFPESP Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo AMVET Associação dos Médicos Veterinários de Presidente Prudente e Região ACIASA Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Santo Anastácio ARSEF Associação Regional dos Servidores da Polícia Federal do Oeste Paulista ASSPM Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado de São Paulo; ATEFFA Associação dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária do Estado de São Paulo; AVIESP Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo; CORREIOS Associação Recreativa Funcionários etc. Interior Estado de São Paulo CPP Centro do Professorado Paulista de Presidente Prudente CLUBE DE SERVIÇOS Rotary Clube de Martinópolis Rotary Clube de Presidente Prudente Leste Rotary Clube de Presidente Prudente Sudoeste COOPERATIVAS COOPERTE L Cooperativa de Economia e Crédito Mútuos dos Empregados do grupo Telefônica COOPMIL Cooperativa de Economia e Créditos Mútuo dos Policiais Militares e Servidores da Secretaria dos Negócios da Segurança Pública do Estado de SãoPaulo EMPRESAS Andorinha Cargas Bebidas Wilson 14 Casas Pernambucanas Fraternidade São Damião Grupo Rede Energia Grupo Segurança Jandaia Transporte e Turismo Rosa Cruz Presidente Prudente Regina Festas SEST-SENAT UNIMED X X X X X ENTIDADES GOSP Grande Oriente Loja Maçônica do Estado de São Paulo VICENTINOS Sociedade São Vicente de Paula de Presidente Prudente FUNDAÇÕES Fundação Mirim Fundação Mirim de Desenvolvimento Social, Educacional e Profissional do Adolescente de Presidente Prudente FUNDAP Fundação de Desenvolvimento Administrativo HOSPITAL Hospital Yamada IGREJAS Assembléia de Deus Igreja Batista no Mario Amato Igreja Cristã Presbiteriana X X X X X X ÓRGÃOS PÚBLICOS DER - 12° Divisão do Estado de São Paulo UNSP - União Nacional dos Servidores Públicos do Brasil Aeronáutica Marinha do Brasil Polícia Civil Polícia Federal Polícia Militar X X X X X PREFEITURAS Alfredo Marcondes Álvares Machado Alvorada do Sul Anhumas Bataguassu Caiabú Centenário do Sul Emilianópolis Estrela do Norte Euclides da Cunha Iepê Indiana João Ramalho Marabá Paulista Martinópolis Mirante do Paranapanema Nantes Narandiba Piacatu Piquerobi Pirapozinho Presidente Bernardes Presidente Prudente Presidente Venceslau Rancharia Regente Feijó Ribeirão dos Índios Sandovalina 15 Santo Anastácio Santo Expedito Santo Inácio Taciba Tarabai Teodoro Sampaio 1.2.6 Inserção Regional – Presidente Prudente Presidente Prudente é a cidade que abriga o Campus da FAPEPE – Faculdade de Presidente Prudente, e localiza-se no Estado de São Paulo, um dos mais industrializados da região Sudeste do Brasil. A população de Presidente Prudente, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, é de 207.605 habitantes. A taxa de alfabetização é de 80,81% e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH- M) é de 0,846, Dessa forma, Presidente Prudente possui o IDH – Ranking dos Municípios: 14º lugar (PNUD, 2000). A região administrativa de Presidente Prudente é composta por 53 municípios que corresponde a 8,22% dos municípios do Estado de São Paulo. Segundo da Fundação Seade (2010), a população total dos municípios da região de Presidente Prudente é de 833.120 habitantes. Os municípios que compõem a região e as características destes podem ser visualizados no mapa e na tabela abaixo: Figura 2 - Municípios que compõem a região de Presi dente Prudente – SP. Fonte: Fundação SEADE, Informações dos Municípios Paulistas. 16 Figura 3 - Características da região de Presidente Prudente - SP. Variáveis RA de Presidente Prudente Estado de São Paulo % Municípios 53 645 8,22 População (2010) 833.120 41.223.683 2,02 PIB (2010) (R$ milhões) 14.340,18 1.247.595,93 1,15 PIB (per capita) 17.212,62 30.264,06 - IPRS - dimensão de riqueza (2010) 34 45 - IPRS - dimensão de escolaridade (2010) 52 69 - IPRS - dimensão de longevidade (2010) 69 48 - Fonte: Fundação SEADE, Informações dos Municípios Paulistas. Traçando as características socioeconômicas da região, é possível observar que a região administrativa de Presidente Prudente conta com 1.561 estabelecimentos industriais (Fundação Seade, 2010), gerando um total de 42.212 vínculos empregatícios na indústria e um total de 178.398 vínculos empregatício entre os trabalhadores da agropecuária, serviços, funcionários públicos municipais, entre outros. Ou seja, considerando a população idosa, crianças, adolescentes, enfermos, a população em idade ativa que não consta no total de pessoas com vínculo empregatício na região de Presidente Prudente, estão desempregados e/ou no trabalho informal. Presidente Prudente é o maior e mais desenvolvido município da região, a dependência dos municípios próximos sobrecarrega os serviços ofertados recebendo uma demanda muito maior do que sua capacidade de atendimento, especialmente nos serviços de saúde. Atrelado a essas situações, outro fator que contribui para o contexto socioeconômico da região, é a ocorrência da região abrigar cerca de quarenta unidades Prisionais da Coordenadoria da Região Oeste - conforme dados da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária - entre presídios de segurança máxima, centros de ressocialização e regime semiaberto. Concomitante a esta situação, verifica-se a migração das famílias dos sentenciados para o local onde estes se encontram, modificando o cenário social local. 17 Diante deste cenário foram desenvolvidos por docentes e discentes do curso de Serviço Social dois projetos de pesquisa e extensão universitária: 1) “Descortinando a realidade do egresso e família na expectativa da reinserção social pelo trabalho”, realizado em parceria com a Central de Atenção ao Egresso e Família – CAEFI de Presidente Prudente, com intuito de analisar a efetivação do objetivo do Programa Estadual Pró-Egresso; 2) “Acompanhando o prestador”, este em parceria com a Central de Penas e Medidas Alternativas de Presidente Prudente, com o objetivo de conhecer a realidade vivenciada pelos prestadores de serviços a comunidade e as dificuldades enfrentadas no percurso da pena. Em relação aos dados sociais do município e região, segundo a Secretaria da Assistência Social de Presidente Prudente, o município atende 15.000 crianças e adolescentes, através dos projetos sociais desenvolvidos; e, 6.000 famílias são contempladas pelos programas de transferência de renda. O município conta ainda com a colaboração da UNESP (Universidade do Estado de São Paulo) que, em 2002, elaborou o mapa da exclusão social no município, que tem sido atualizado sistematicamente e utilizado na área social, identificando cinco bolsões de pobreza, caracterizados por uma população de baixa renda e escolaridade dos chefes de família; ainda, ausência de trabalho e a maioria mulheres chefes de família. Hoje estas mesmas regiões compõem os territórios de alta vulnerabilidade social, concentrando as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família. Outro fator de extrema relevância social é que nesta região, o chamado Pontal do Paranapanema, abriga situações de conflito agrário, segundo dados da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo – Itesp, entre 2007 e 2008, o Itesp investiu mais de R$ 5 milhões no Pontal do Paranapanema. Atualmente a região possui 91 assentamentos estaduais distribuídos em 13 municípios, que contemplam diretamente mais de 5,5 mil famílias. Podendo concluir que a região abriga problemas latifundiários, que culminam em conflitos agrários, e na falta de investimentos econômicos na região. Uma das possíveis soluções para os problemas sociais citados acima é o investimento em educação. Pois, a educação desperta a criança e o jovem para o conhecimento, para o estudo, para o trabalho, desenvolvendo valores pessoais e sociais. Ocupados em desenvolver suas atividades escolares, ou até mesmo em atividades extraclasses, muitas delas oferecidas nas próprias escolas, como 18 cursos de línguas, artes, xadrez, atividades físicas, entre outros, o aluno ocupa o tempo que tem disponível afastando-se dos apelos das ruas, como drogas, álcool e a ilusão do “dinheiro fácil”. A educação desenvolve os valores pessoais e sociais do aluno e o conscientiza da sua atuação na sociedade como cidadão, com base na honestidade, dignidade e respeito ao próximo. Dados sobre a educação em Presidente Prudente, de acordo com os dados mais atuais disponíveis no IBGE (2009) revela que, o município conta com 27.660 alunos matriculados no ensino fundamental, sendo 5.838 matriculados na rede privada, 10.901 na rede pública estadual e 19.941 na rede pública municipal. No ensino médio são 9.105 alunos matriculados, destes 1.685 nas escolas privadas e 7.420 nas escolas estaduais. Já na pré-escola são 3.854 alunos matriculados,sendo 1.270 na rede privada e 2.584 na rede pública municipal. Sendo assim, para atender essa grande demanda, considerando a educação a base para o desenvolvimento social e econômico do nosso país, a FAPEPE tornou-se um referencial no atendimento de uma população de baixa renda da cidade e região. A Instituição sente-se no dever de contribuir para a promoção do desenvolvimento social, local e regional, abrindo oportunidades para que os jovens deem sequência a seus estudos na área profissional, através da manutenção de cursos superiores que visam o progresso cultural e social de Presidente Prudente e região, e para aqueles que comprovem baixa renda, concede “bolsas de estudos” ou outras formas assistenciais, aprovados por sua administração. A Faculdade de Presidente Prudente – FAPEPE é, certamente, uma das instituições privadas do país que mais contribui para a inserção do estudante de baixa renda no ensino superior, pois oferece ao alunado amplas condições de obtenção de bolsas de estudos (do Governo, de Entidades Privadas e até mesmo da própria Instituição), assim como descontos que minimizam o impacto do custo das despesas com educação no orçamento doméstico, oferece ainda programa de Financiamento próprio e do Governo Federal. 1.2.7 Relevância social do curso para a cidade e re gião 19 O estágio atual de desenvolvimento das forças produtivas e o consequente aumento na utilização de máquinas e robôs na geração de bens e serviços apontam para uma redução da participação do trabalho humano. Esse processo gera uma contradição crescente. Em nenhuma época, a espécie humana foi capaz de produzir tanta riqueza, e ao mesmo tempo provocar tanta exclusão; a apropriação da riqueza socialmente produzida está cada vez mais concentrada, resultando no agravamento constante das mazelas da questão social. Sendo assim, a cidade de Presidente Prudente e a região na qual está inserida, defronta-se com expressões da questão social intimamente articulados com contexto sócio histórico mais amplo, que pode ser percebida em âmbito nacional e mundial, tornando-se um desafio, portanto, o enfrentamento à situações sociais provocadas por essa realidade social. Dados mostram algumas características da região, conforme apontado anteriormente, segundo a Fundação Seade (2010) que não consta no total de pessoas com vínculo empregatício na região de Presidente Prudente - estão desempregados e/ou no trabalho informal, uma vez que a região possui região 806.954 habitantes (IBGE, 2010). De acordo com a tabela apresentada em momento anterior, a Região Administrativa de Presidente Prudente, em comparação com outras regiões de porte semelhante desta região, possui baixa participação no PIB do estado de São Paulo, ou seja, não acompanhando o desenvolvimento econômico possível de ser assistido nas demais regionais do Estado. Observa-se, também, que a região administrativa de Presidente Prudente é formada, em sua grande maioria, por municípios, portanto, são municípios que não possuem uma ampla rede de serviços. Em vista disso, conceber um novo curso é um grande desafio para a Instituição que o propõe. O curso de Serviço Social da FAPEPE nasceu inicialmente da experiência singular da instituição com os discentes, docentes, direção e grupo de profissionais que colaboram com os projetos sociais que atendem os alunos e a população da cidade e região. À medida que a FAPEPE passou a desenvolver seu objetivo educacional na região, com responsabilidade e compromisso social, iniciou um processo de aproximação com a realidade social do município e região. Durante este curto período de funcionamento, desde maio de 2001, o 20 processo de sensibilização da instituição em relação aos problemas locais e regionais se ampliaram. As expressões da questão social que envolve o município de Presidente Prudente e região são complexas, sua compreensão requer adentrar aos aspectos da formação histórica e ocupacional da região. As situações locais são focos de discussão em nível nacional. As mazelas da questão social vem agravar as dificuldades específicas da cidade de Presidente Prudente e região, com formação econômica agrícola e cultura rural, já que as dificuldades econômicas e sociais buscam alternativas que carregam em si suas contradições. Significa dizer que as propostas de desenvolvimento econômico da região estão na expansão da indústria da cana-de-açúcar e na implantação de várias unidades prisionais que foram e são fortalecidas pelo poder público local. Por outro lado, esta opção para o desenvolvimento local vem sendo assimilada nos projetos já implementados pela Faculdade de Presidente Prudente, mostrando que o grande número de sentenciados cumprindo pena nas unidades prisionais da cidade e região provoca o afluxo das respectivas famílias, vindas de outras regiões, a maioria de São Paulo - Capital. Essas famílias chegam à Presidente Prudente e região em condição precária, sem moradia, sem trabalho e em sua maioria, com crianças em fase escolar. Outra questão preocupante refere-se aos assentamentos e acampamentos do Movimento dos Sem-Terra (MST), no Estado de São Paulo, problema que envolve as políticas públicas do estado e da União. São inúmeras famílias, com crianças, adolescentes e idosos sediados nos bairros periféricos e/ou na zona rural do município, em situação precária, aguardando decisões do Estado. A estas duas questões, soma-se o trabalho sazonal do cortador de cana, que assim como as outras famílias citadas vivem na dependência dos serviços públicos em condição de pobreza, nos períodos em que não há trabalho. Todas estas questões repercutem no cotidiano do município, desencadeando novas demandas sociais. Neste sentido, o município terá que buscar meios para ampliar recursos financeiros e humanos, reorganizar sua estrutura de atendimento, levantar dados sobre a realidade social e ampliar o fórum de discussão sobre a questão social específica do município e região, junto ao governo do Estado de São Paulo, propondo políticas e ações de caráter econômico e social adequadas às demandas emergentes. 21 Todas estas questões indicam que o curso de graduação em Serviço Social da Faculdade de Presidente Prudente contribui de forma efetiva em vários aspectos locais, regionais e nacionais, a saber: - A formação profissional do Assistente Social com caráter amplo e pluralista possibilitando apreensão crítica da realidade social em seu processo histórico, econômico e cultural; - O caráter interventivo da profissão possibilita ao profissional atuar junto à população, em várias dimensões e níveis, dentre elas na participação ampla nas políticas sociais; - A postura investigativa tem campo fértil na produção científica sobre a questão social da região, contribuindo com a produção do conhecimento, não só a nível local e regional, mas também a nível nacional; - A ampla discussão que envolve o problema social da região possibilitará a diferentes áreas do conhecimento contribuir com reflexões de caráter interdisciplinar; - Há grande possibilidade de identificar nesta região, novas demandas sociais, a serem enfrentadas pelo Serviço Social, que necessitarão de respostas de profissionais competentes, calcadas em conhecimento teórico, metodológico, técnico, ético e político; - É de suma importância à participação do Assistente Social, nesta região, que constitui parte empobrecida do Estado de São Paulo, considerando o novo processo de formação da identidade local e regional, apoiados nos novos direcionamentos políticos e econômicos da região e do Estado. Considerando a dimensão da questão social, a necessidade de propostas na área de conhecimento do Serviço Social, o aumento de demandas para essa formação, foi de suma importância à criação do curso de graduação em Serviço Social na Faculdade dePresidente Prudente. Através da implementação do curso abriu-se um leque para a discussão da questão social, através de cursos, seminários, núcleos de extensão, produção de pesquisas e geração de conhecimento para o município e para os profissionais da região. Cumprindo, desta forma, o papel social da Faculdade, junto à comunidade. 22 2 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA A formação profissional não pode ser confundida com transmissão de informações e de técnicas, por mais novas e avançadas que sejam nem com instrução ou simplesmente profissionalização. Enquanto cada uma se refere a um aspecto, a um ângulo específico e parcial do mundo, da sociedade, do homem, de sua atividade profissional, a formação do profissional inclui e ultrapassam todas elas, na medida em que se refere ao todo, ao homem como capaz de pensar, compreender e recriar a natureza, a sociedade e o próprio homem e sua educação. Temos que estar preocupados em desenvolver no indivíduo, a capacidade de, em sua vida pessoal, na sociedade, no mundo do trabalho e em qualquer outra situação em que se encontre entender e transformar o real, fazer a história, realizar a aspiração do homem para a liberdade, pelo verdadeiro, pelo justo. Nossos alunos devem ser capazes de questionar, de decidir com lucidez e autonomia, de participar, de criar, de produzir o novo. A metodologia usada é, portanto, coerente com a missão, os objetivos e as metas institucionais, assim como com os objetivos e as metas específicos de cada curso, e, ainda, com o perfil delineado para os egressos. As escolhas e decisões metodológicas e didáticas são orientadas pela compreensão de que o desenvolvimento de competências e habilidades profissionais é processual, permanente, ou seja, seu trajeto de construção se estende da formação inicial à formação continuada. O zelo pelo tripé ensino-pesquisa-extensão e pela relação teoria-prática é de fundamental importância no desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos e de gestão. Ressalta-se, a propósito, que o ensino em nível superior supõe, necessariamente, a pesquisa e esta, de alguma forma, deve a ele se dirigir e servir. O aluno é estimulado a desenvolver a sua curiosidade em relação à realidade que o circunda desde o primeiro ano do curso e adentrá-la munido de espírito investigativo, respaldado por ferramentas teóricas que o auxiliem a ter, dela, uma compreensão ao mesmo tempo global e local. A Instituição e, consequentemente, o ensino passam realmente a fazer sentido quando os objetos de estudo estão centrados nas interfaces escola-realidade, escola-profissão, escola-vivência, escola-compreensão de mundo e de vida, e quando os alunos, orientados por seus professores, tornam-se agentes do processo de aprimoramento dessas e de outras dimensões a elas relacionadas. A extensão, no verdadeiro sentido do termo, é gerada ou alimentada por esse intercâmbio, de forma a conduzir e a produzir 23 significados, configurando-se, ela própria, em fonte geradora de novas pesquisas. À Instituição interessa não apenas o tipo de pesquisa, mas a qualidade da investigação, o rigor conceitual e metodológico com as questões trabalhadas, o compromisso fundamental dos pesquisadores com a verdade, a ética e a construção de uma sociedade democrática. Essa postura demanda uma clara compreensão da teoria e da prática. Radicalmente diferentes, elas não se distinguem apenas em grau, mas em virtude de sua própria natureza. A teoria não se confunde com discursos sobre o real ou com ideias genéricas sobre uma determinada realidade ou questão. A teoria é, na verdade, o pensamento crítico da prática e a prática, por sua vez, não é um dado, mas um processo de construção e de auto superação, exigindo a teoria para compreender o novo que ela está criando. No campo da educação, do ensinar, do aprender, igualmente, o saber e suas regras não se constituem em um “a priori”, mas na reflexão que, ao longo do processo, se faz real, no trabalho intelectual que se constrói, deixando espaços para o desejo de saber e de aprender e para a arte de ensinar, essenciais à práxis pedagógica. Para isso, a aprendizagem é orientada pelo princípio metodológico geral – ação/reflexão/ação – privilegiando, como uma das estratégias didáticas, a resolução de situações-problema. Nessa linha, a FAPEPE compromete-se a cumprir as normas gerais da educação nacional, zelando pela avaliação da qualidade como um processo contínuo e orientador de suas ações. 2.1 Organização Acadêmico-Administrativa A estrutura organizacional da Faculdade de Presidente Prudente está disciplinada em seu Regimento. A estrutura organizacional atual, disciplinada no Regimento, está composta pelos seguintes órgãos: I - Conselho Superior; II - Diretoria Geral; III - Instituto Superior de Educação; IV - Colegiado de Curso; V - Coordenadoria de Curso. 24 2.2 Políticas Institucionais A FAPEPE constitui como toda e qualquer IES, um conjunto de atores com diversas atribuições, expectativas e convicções. Essa característica, que por sua natureza demonstra evidente diversidade, proporciona o debate constante, a evolução das ideias e propostas. Dentro desse contexto, a IES se relaciona com a Entidade Mantenedora através da sua Diretoria. É dependente da entidade mantenedora apenas em sua natureza e finalidade e quanto à manutenção de seus serviços, não havendo interferência, por parte daquela, em decisões que envolvam o processo educacional, de pesquisa ou de extensão, salvo quando as decisões impliquem novos ônus, não inscritos em orçamentos aprovados. Conforme o Regimento da IES o Diretor Geral é designado pela mantenedora para mandato de 4 (quatro) anos, permitida a recondução. A FAPEPE, por meio de sua Diretoria Geral é responsável perante as autoridades em geral, incumbindo-lhe tomar as medidas necessárias ao seu bom funcionamento, respeitados os limites da lei, do Regimento Geral, da liberdade acadêmica de seus corpos docente e discente e a autoridade própria de seus órgãos superiores. Compete à Faculdade de Presidente Prudente prover os meios necessários ao seu pleno funcionamento, solicitando à Mantenedora apenas a aprovação anual do seu plano orçamentário e financeiro. As decisões dos Órgãos Colegiados que importem aumento de despesas não previstas no plano orçamentário e financeiro anual dependem para sua execução de prévia aprovação da Mantenedora. A integração entre Gestão Administrativa, Órgãos Colegiados de cursos é possibilitada através da inclusão de representantes da comunidade acadêmica nas instâncias da Faculdade. A comunidade acadêmica, através das suas representações dos Corpos Docente e Discente, participa dos Órgãos Superiores. Esta participação se dá em nível de Conselho Superior, Colegiados de Cursos e Representações Acadêmicas. 25 A gestão dos cursos está afeta aos Coordenadores em parceria com o seu Núcleo Docente Estruturante, no que tange a implantação, melhoria e consolidação do seu Projeto Pedagógico. O projeto pedagógico do curso de Serviço Social está em comum acordo com o que reza a Faculdade de Presidente Prudente em seu Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI, nos diversos aspectos acadêmicos. O PDI descreve que os cursos de Bacharelado devem ter como o objetivo maior a formação de profissionais éticos e tecnicamente capazes de transformar a realidade regional, em seus aspectos tecnológicos, econômico, social, político e cultural, pois vive-se, atualmente, em contexto com características bastante peculiares. Ainda de acordo com o seu Plano de Desenvolvimento Institucional a IES terá que transmitir conhecimentos específicos nas últimas etapas da vida universitária, sendo que seu papel principal passa a ser o de orientadora, motivadora e conselheira de atitudes e atividades, sendo fundamental fortalecer a personalidadedo aluno, de maneira harmônica e equilibrada, dentro de um contexto de liberdade e de profunda responsabilidade e consciência social e ética, assim como reza este projeto pedagógico no que respeita à sua metodologia de ensino, a postura do professor em relação ao alunado. Isto posto, as políticas de ensino, pesquisa e extensão institucionais norteiam as políticas do curso de Serviço Social, sem entretanto engessa-las. Os objetivos dos cursos de cada disciplina conforme o PDI da Faculdade deverão ser alcançados por meio de aulas teóricas e práticas, com intensa participação dos estudantes, através de mecanismos que os incentivem a participar efetivamente, com elenco de disciplinas inter-relacionadas. Para efetivação do ensino, a metodologia aplicada sofrerá variações decorrentes da necessária adequação para o atendimento às exigências educacionais da comunidade. A metodologia implementada, em todos os programas das disciplinas dos diversos cursos da IES, está vinculada às necessidades contextuais, às possibilidades didáticas da IES, além de estar comprometida com o pluralismo metodológico, o que possibilita aos alunos a aquisição do conhecimento das várias correntes e paradigmas, de forma interdisciplinar e transdisciplinar. 26 De forma geral, a IES permite a cada curso adequar as metodologias de ensino, pesquisa e extensão que melhor atendem o seu alunado, desde que estas atinjam os objetivos definidos e exigidos para o egresso no seu mercado de trabalho. Os alunos também deverão envolver-se em projetos desenvolvidos pela instituição os quais, terão como objetivos a integração faculdade/ comunidade. No que se refere às atividades acadêmicas, visa à integração com a pesquisa e a extensão, através da orientação de grupos de estudos, organizado pelos respectivos núcleos de pesquisa e com monitores, permitindo desenvolvimento amplo do potencial do educando, que será sempre orientado pela qualidade do processo científico e acadêmico. 27 3 DO PROJETO PEDAGÓGICO 3.1 Características Gerais do Curso Denominação SERVIÇO SOCIAL Total de Vagas Anuais 200 Turnos de Funcionamento Matutino e Noturno Regime Escolar Seriado Semestral Carga Horária Total 3.830 horas Integralização da carga horária do curso: Mínimo: 04 anos (oito semestres) Máximo: 07 anos (catorze semestres) 3.2 Concepção do Curso O curso de Serviço Social forma o profissional inserido na divisão social e técnica do trabalho. É uma profissão inscrita no âmbito das relações sociais, devendo ser compreendida a partir das transformações da própria sociedade. O profissional se insere nas mais diversas áreas (saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, etc.) com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o assistente social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho socioeducativo e de prestação de serviços. É uma das poucas profissões que possui um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético – político, que foi construído pela categoria a partir das décadas de 1970 –1980 e que expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária, mais justa, democrática e garantidora de direitos universais. Tal projeto tem seus contornos claramente expressos na Lei 8662 de 1993, no código de Ética Profissional -1993 e nas Diretrizes Curriculares. A profissão de assistente social surgiu no Brasil na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. 28 A partir dos anos 1980, com o advento do neoliberalismo a sociedade brasileira inicia uma profunda transformação nas relações de produção e nas relações sociais entre as classes sociais e destas com o Estado. Ocorrendo uma intensificação dos movimentos sociais frente ao desmonte social, proposto pela onda neoliberal. Essas transformações, determinadas pela reestruturação produtiva e pela reforma do Estado, mudam as formas de enfrentamento da questão social, alterando, também, as demandas profissionais. Dessa forma, o trabalho do Assistente Social é afetado por tais transformações, produto das mudanças na esfera da divisão sócio técnica do trabalho, no cenário mundial. Isso marca uma redefinição do projeto profissional e no tratamento dispensado ao significado social da profissão, enquanto especialização do trabalho coletivo, no contexto da divisão social e técnica do trabalho. Sabe-se que as configurações conjunturais, estruturais e políticas da questão social e as formas históricas de seu enfrentamento, permeadas pela ação da classe trabalhadora, é que determinam o processo de trabalho do Serviço Social. Portanto, o fundamento básico da existência do Serviço Social é a sua relação com a questão social. Essa relação é mediatizada por um conjunto de processos sócio histórico e teórico-metodológicos que constituem o seu processo de trabalho. A reestruturação produtiva no Brasil, caracterizada principalmente pela abertura da economia e pelas privatizações, marcos da ideologia neoliberal, provoca o agravamento da questão social e determina uma inflexão no campo profissional do Serviço Social. Essa inflexão resulta de novas requisições colocadas pelo reordenamento do capital e do trabalho, pela reforma do Estado e pelo movimento de organização das classes trabalhadoras, que repercutem no mercado profissional de trabalho. Nesse sentido, em virtude das mudanças ocorridas na sociedade se fez necessário no seio da categoria um novo aparato jurídico que expresse os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora. Hoje a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8662 de 07 de junho de 1993 que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e Conselhos Regionais. E, fundamentalmente, define em seus artigos 4º e 5º, respectivamente, competência e atribuições privativas do assistente social. 29 Art. 4º Constituem competências do Assistente Socia l: I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população; IV - (Vetado); V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo; IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social; XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assist ente Social: I - coordenar,elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social; III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social; V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação; VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço Social; IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social; XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais; XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas; XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional. (BRASIL, 1993). 30 Recentemente, em 2010 a Lei n. 13.317, incluiu na Lei que regulamenta a profissão do assistente social, em seu artigo 5o-A, a definição da carga horária de trabalho do profissional, sendo esta de 30 horas semanais. Art. 5o-A. A duração do trabalho do Assistente Social é de 30 (trinta) horas semanais. (BRASIL, 1993, Incluído pela Lei nº 12.317, de 2010). Além da Lei, contamos também com o Código de Ética Profissional que veio se atualizando ao longo da trajetória profissional. Em 1993, após um rico debate com o conjunto da categoria em todo o país, foi aprovada a quinta versão do Código de Ética Profissional, instituída pela Resolução 273/93 do CFESS. O Código representa a dimensão ética da profissão, tendo caráter normativo e jurídico, delineia parâmetros para o exercício profissional, define direitos e deveres dos assistentes sociais, buscando a legitimação social da profissão e a garantia da qualidade dos serviços prestados. Ele expressa a renovação e o amadurecimento teórico-político do Serviço Social e evidencia em seus princípios fundamentais o compromisso ético-político assumido pela categoria. No que tange as Diretrizes Gerais para o Curso de Serviço Social, a versão vigente foi produto de um amplo e sistemático debate realizado pelas Unidades de Ensino a partir de 1994, quando a XXVIII Convenção Nacional da Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social – ABESS, ocorrida em Londrina – PR, em outubro de 1993, que deliberou sobre os encaminhamentos da revisão do Currículo Mínimo vigente desde 1982 (Parecer CFE nº 412, de 04.08.1982 e Resolução n.º 06 de 23/09/82). Compreendendo que uma revisão curricular supõe uma profunda avaliação do processo de formação profissional face às exigências da contemporaneidade, a ABESS promoveu e coordenou com o Centro de documentação e pesquisa em políticas sociais e serviço social – CEDEPSS, órgão acadêmico que articula a Pós-Graduação em Serviço Social, um intenso trabalho de mobilização das Unidades de Ensino de Serviço Social no país. Este processo de mobilização contou com o apoio decisivo da Entidade Nacional representativa dos profissionais de Serviço Social, através do CFESS - Conselho Federal de Serviço Social, bem como, dos estudantes, através da ENESSO - Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social. Assim, entre 1994 e 1996 foram realizadas 31 aproximadamente 200 (duzentas) oficinas locais nas 67 Unidades Acadêmicas filiadas à ABESS, 25 (vinte e cinco) oficinas regionais e duas nacionais. Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a LDB (Lei 9394) tornando oportuno o processo de normatização e definição de Diretrizes Gerais para o Curso de Serviço Social no espírito da nova Lei. Diretrizes estas que estabeleçam um patamar comum, assegurando, ao mesmo tempo, a flexibilidade, descentralização e pluralidade no ensino em Serviço Social, de modo a acompanhar as profundas transformações da ciência e da tecnologia na contemporaneidade. Em consonância com a proposta da ABEPSS, O Ministério de Educação e Cultura – MEC aprova em 13 de Março de 2002 a resolução n. 15 que aprova as Diretrizes Curriculares para o curso de Serviço Social que deverão orientar a formulação dos projetos pedagógico dos cursos de Serviço Social das Instituições de Ensino Superior – IES. 3.2.1 A construção do curso de Serviço Social na FA PEPE A necessidade do curso de Serviço Social na FAPEPE se deu a partir das demandas sociais do próprio município e região, que também foram afetados pelas mudanças de caráter político, econômico e social ocorridos no país, principalmente a partir da década de 1990, e que repercutiram de forma peculiar em nossa região. As expressões da questão social evidenciadas na região da Alta Sorocabana, do estado de São Paulo, onde se localiza o município de Presidente Prudente, é fruto deste processo político e econômico das ultimas três décadas. As mudanças geraram alterações profundas nas características sociais, econômicas e culturais da região, que se caracteriza por municípios de economia agropecuária. Hoje, a região centraliza dois grandes problemas sociais: a terra e seus conflitos e o “cinturão” que compõe o grande número de presídios no município e região. Tais problemas são diferentes, porém de natureza social similar, envolvendo a pobreza, a exclusão, a ausência de propostas de desenvolvimento econômico e social, transformando as expressões da questão social da região, em amplo desafio, em função de seus inúmeros desdobramentos, principalmente junto às famílias destes segmentos. 32 O principal campo de atuação do serviço social circunscreve-se no âmbito das políticas sociais públicas, seguido dos espaços privados, ou instituições da sociedade civil, ou ainda, nas organizações não governamentais (ONGs). a) Área privada: empresas, indústrias, prestação de serviços (assessoria), fundações, universidades, docência, hospitais (clínicos, psiquiátricos), clínicas de repouso ou de recuperação para dependentes químicos, etc. b) Área público-privada: cooperativas, Organizações não governamentais (ONG’s), entidades sociais que atuam com programas e projetos sociais para crianças/adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, famílias, comunidades, mulheres, assistência social, saúde, educação, cultura, preparação para mercado de trabalho, geração de renda, cooperativas, assentamento rurais; melhorias habitacionais, prevenção e ou atenção a vitimas de violência intrafamiliar, drogadição, colocação em famílias substitutas, adoção, cumprimento de medidas sócias educativas/ adolescentes; instituições de longa permanência (idosos, crianças/adolescentes), etc. c) Área governamental: - Federal: INSS, Ministérios, universidades, forças armadas; Estadual: Secretarias do Estado (saúde, habitação, desenvolvimento social, educação, segurança pública/administração penitenciária, delegacias; unidades de internação para cumprimento de medida socioeducativa, etc.), Judiciário (Fóruns), Defensorias Públicas, Ministério Público (promotoria da infância e juventude; idoso e pessoa com deficiência), universidades (atenção aos alunos; Projetos de extensão; Hospitais Universitários; Docência em cursos de Serviço Social); Municipal: SecretariasMunicipais ou similares. O curso de Serviço Social se fortalece e colabora com a política Educacional do município e região, a nível Superior, com ensino de qualidade, democrático e participativo, capaz de formar profissionais com compreensão crítica do processo sócio histórico brasileiro e seu rebatimento regional, com um olhar que identifica as demandas sociais existentes, potenciais e emergentes na dinâmica da vida social. Um curso que prioriza a capacitação teórico-metodológica e técnico- operativa necessária para intervir na questão social de forma competente e criativa, 33 assim como, garante uma formação ético-política na ação profissional, e, no exercício do papel social da Educação, junto à comunidade local, fortalecer as políticas sociais do município e região, mobilizando as discussões e reflexões da questão social, através de cursos, palestras, campos de estágio, pesquisas e extensão, que são desenvolvidas no decorrer do curso. Para tanto, o conjunto de disciplinas proposto na matriz curricular do curso, visa articular essa compreensão, ao mesmo tempo em que instrumentaliza o aluno para a ação profissional. Com esse objetivo, as disciplinas que fundamentam o exercício profissional, como as Supervisões Acadêmicas; Seminários; Processo de Trabalho; Trabalho, Informação e Documentação; Trabalho e Contemporaneidade; dentre outras, e as atividades complementares, farão a articulação entre os fundamentos teóricos e o exercício profissional voltada para a realidade social. Tal apreensão torna-se fundamental para o entendimento das particularidades regionais, assim como da própria trajetória teórico-metodológica do Serviço Social, à medida que as transformações da profissão são mediatizada pelo contexto sócio histórico da realidade social. A postura investigativa é outro propósito do curso de Serviço Social da FAPEPE, que está presente durante todo processo de formação, garantindo ao aluno o conhecimento e o tempo de amadurecimento necessário para que assuma a investigação como atitude, incorporada ao exercício profissional. Esta formação que capacita para investigação contribui de forma significativa no entendimento da questão social do município de Presidente Prudente e região, a partir da sistematização teórico-prática dos dados que envolvem o contexto social, em particular a realidade local, em processo de mudanças de caráter econômico, político e social, potencializando o curso de Serviço Social da FAPEPE para formação de campos de extensão, principalmente nas áreas que envolvem gestão da Assistência Social dos Municípios, as questões da terra, da Família e do Sistema Prisional. Este conjunto de conhecimentos perpassam pelo processo de Estágio Supervisionado oportunizando ao aluno: vivenciar as possibilidades e limites da ação profissional, nas mais diversas áreas de atuação, no âmbito público e privado e a experiência de articulação com outras áreas profissionais que propiciarão reflexões e contribuições de caráter interdisciplinar. A discussão do processo teórico-prático culmina na elaboração do 34 Trabalho de Conclusão de Curso, onde se vislumbra a construção de uma proposta pedagógica que garanta ao futuro profissional, competências teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política. 3.3 Missão do Curso de Serviço Social O Curso de Serviço Social tem como missão formar profissionais com compromisso ético e conhecimento teórico e técnico capaz de compreender e intervir na realidade social e sua inter-relação com a questão social em um processo de construção da cidadania, preparando os acadêmicos para a investigação social da realidade em que vivem e a formulação de políticas sociais públicas em consonância com o projeto ético-político da profissão. 3.4 Objetivo Geral e Específicos O Curso de Serviço Social da Faculdade de Presidente Prudente – FAPEPE tem como objetivo geral capacitar o futuro profissional nas dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa como requisito fundamental para o exercício profissional. Tal capacitação é imprescindível para compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio histórico nos cenários internacional e nacional, desvelando a partir desta compreensão as possibilidades de ação contidas na realidade onde atuam, reconhecendo as demandas sociais emergentes e formulando respostas profissionais competentes, para o enfrentamento da questão social. Neste sentido, o objetivo geral possui os seguintes desdobramentos específicos: a) Capacitar o aluno na elaboração, execução e avaliação de planos, programas e projetos na área social, o que implicará em planejar, organizar e administrar benefícios sociais de forma justa e democrática, orientando a população em seus direitos sociais. b) Habilitar o aluno para a realização de pesquisas que subsidiem formulação de políticas e ações profissionais, contribuindo com a produção do conhecimento, não só a nível local e regional, mas também a nível nacional, principalmente, nos temas que envolvem a 35 gestão da política de Assistência Social, o sistema prisional, a terra e seus desdobramentos em questões de caráter social e demandas regionais. c) Formar Assistentes Sociais capacitados para desenvolver a “práxis” profissional calcada na ética e voltada à especificidade histórico-social da realidade em que atuam. d) Ser capaz de despertar o comprometimento da comunidade acadêmica, com o desenvolvimento local, garantido o papel político e social da educação, enquanto fator de inovação e mudanças sociais, no município e região de Presidente Prudente. 3.5 Perfil dos Egressos O curso de graduação em Serviço Social da Faculdade de Presidente Prudente prioriza uma formação que prepare o profissional com perfil capaz de atuar nas expressões da questão social, com competências teórico-metodológico, ético- político e técnico-operativo, formando e implementando propostas de intervenção para seu enfrentamento, com capacidade de promover o exercício pleno da cidadania e a inserção criativa e propositiva dos usuários do Serviço Social no conjunto das relações sociais e no mercado de trabalho. A formação do profissional de Serviço Social deve garantir o desenvolvimento de atitudes e qualificações que são identificadas no seguinte perfil profissional: - Capacidade crítica de analisar as relações sociais nas quais estão inseridas o seu fazer profissional de modo a compreender a construção histórica das contradições da sociedade; - Capacidade teórica, através de conhecimento das ciências sociais e das correntes filosóficas contemporâneas, que dão base ao saber profissional; - Compromisso para posicionar-se técnica e politicamente nos espaços de intervenção; - Competência técnica, eficiência na atuação profissional através do conhecimento do instrumental operativo do Serviço Social; 36 - Compromisso com o projeto ético-político da profissão e, mais especificamente, com a consolidação e efetivação dos direitos sociais; - Compromisso com as transformações da sociedade e com a emancipação humana; - Competência para realizar pesquisas sistemáticas sobre a realidade e o próprio Serviço Social, contribuindo para subsidiar ações profissionais e outros processos interventivos e para o avanço da produção do conhecimento no campo da profissão; - Capacidade para integrar equipes multidisciplinares de atuação nos diversos campos da atuação profissional: saúde, habitação, comunidade, trabalho, educação, assistência social, dentre outros; - Hábil na construção de relações interpessoais relativas ao desenvolvimento da ação profissional, nas dimensões psicossocial e política; - Responsável com a sua constante atualização e formação profissional; - Sensível e sintonizado com as especificidades sociais e culturaisda população usuária de seus serviços; - Propositivo e criativo na construção e implementação de estratégias que respondam às demandas identificadas no espaço profissional; - Mobilizador de recursos institucionais, interinstitucionais e comunitários; - Aberto a novas tecnologias que favoreçam ao desenvolvimento do trabalho profissional; - Formação generalista, entretanto, deve ser hábil para buscar referências adequadas às demandas institucionais; - Administrar os Serviços Sociais em instituições públicas, privadas ou ONG’s. As habilidades que contribuem para a formação do perfil do profissional desejado envolvem: - Formular, implementar e avaliar políticas sociais; - Assessorar e apoiar os movimentos e grupos sociais populares no exercício, defesa e conquista dos direitos civis, políticos e sociais; - Realizar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública, empresas privadas, ONG’s e outras organizações; 37 - Orientar indivíduos e grupos de usuários dos seus serviços, onde estão inseridos profissionalmente, no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento à defesa e efetivação dos seus direitos, além de outras demandas; - Planejar e executar pesquisas que contribuam para a análise e produção do conhecimento da realidade social, de forma a contribuir com a intervenção profissional; - Planejar e gerenciar grupos e serviços. Em suma o profissional egresso do curso de Serviço Social da Faculdade de Presidente Prudente está apto a realizar atividades na realidade social, em âmbito público, ONG’s e instituições privadas de forma geral. 3.6 Metodologia do Curso A organização curricular se dá por meio de disciplinas, ainda que esta não seja a única forma possível para a organização do conhecimento acadêmico. O currículo do curso de Serviço Social da FAPEPE é constantemente discutido e revisado, segundo as necessidades reais de nossos alunos, em reuniões periódicas com o NDE – Núcleo Docente Estruturante. A metodologia de ensino do Curso de Serviço Social segue o princípio da orientação dos discentes nos estudos/reflexões dos conhecimentos teórico- metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos, desenvolvimento da consciência crítica, desenvolvimento da capacitação técnica e instrumentalização plena do aluno para o trabalho no grande leque dos campos de atuação profissional. Desta forma, sem perder de vista a formação cultural discente e o princípio de educar, não apenas para o trabalho, mas também para a vida, o ensino neste curso dá ênfase às disciplinas de caráter teórico, ético e político, como também de preparação para inserção no mercado de trabalho, enfatizando as habilidades de planejamento e gestão, intervenção profissional e execução de serviços sociais nos mais diferentes espaços sócio ocupacionais, que envolvem desde a atuação nas esferas públicas, públicas-privadas (ONG’s) e privadas. As disciplinas são ministradas, cabendo ao docente, juntamente com a coordenação de curso, estabelecer a melhor e mais eficaz estratégia de ensino (metodologia): Aulas expositivas com a utilização de equipamentos tecnológicos 38 (data show, retroprojetor de transparência, etc.) e/ou da lousa; dinâmica de grupo, fomentando o debate e a construção de conhecimento pautada no pluralismo; discussão de textos, filmes; trabalhos individuais e em grupo; apresentação de trabalhos/seminários. A busca por uma aprendizagem significativa que dê consistência a formação de um profissional competente faz preponderar a compreensão da articulação das diferentes áreas do saber de modo inter-relacionado. Nessa concepção, a interdisciplinaridade constitui-se tanto princípio da estruturação e articulação curricular quanto do desenvolvimento das práticas pedagógicas do curso de Serviço Social. Nesse sentido, como um dos meios de pensar a interdisciplinaridade é realizado no segundo bimestre de cada semestre letivo a Prova Interdisciplinar de Serviço Social – PISS. 3.7 Bases Institucionais A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS propõe um conjunto de diretrizes que estabelece uma base comum no plano nacional para os cursos de graduação em Serviço Social. Tomando como referência estas diretrizes e as Diretrizes Curriculares Nacionais, o curso de Serviço Social da Faculdade de Presidente Prudente, estabelece os princípios institucionais, respeitando os princípios gerais da instituição. Em consonância com a proposta da ABEPSS e considerando as particularidades desta instituição, se estabelecem os seguintes princípios: - Flexibilidade da organização dos currículos plenos expressa na possibilidade de definição de disciplinas e/ou outros componentes curriculares, tais como: oficinas, seminários temáticos, estágio, atividades complementares; - Rigoroso trato teórico, histórico e metodológico da realidade social e do Serviço Social, que possibilite a apreensão da realidade social em suas dimensões de universalidade, particularidade e singularidade; - Estabelecimento das dimensões: investigativa e interventiva como princípios formativos e condição central da formação profissional e da relação teoria e realidade; 39 - Padrões de desempenho e qualidade idênticos para cursos diurnos e noturnos, com um máximo de quatro horas/aulas diárias de atividades. - Caráter interdisciplinar nas várias dimensões do projeto de formação profissional; - Indissociabilidade nas dimensões de ensino, pesquisa e extensão; - Exercício do pluralismo como elemento próprio da vida acadêmica e profissional, impondo-se o necessário debate sobre as várias tendências teóricas, em luta pela direção social da formação profissional, que compõem a produção das ciências humanas e sociais; - Ética como princípio formativo perpassando a formação curricular; - Indissociabilidade entre estágio e supervisão acadêmica e profissional. Estes princípios definem as diretrizes curriculares da formação profissional, que implicam capacitação teórico-metodológica, ético-politica e técnico- operativa para a: - Apreensão crítica do processo histórico como totalidade; - Investigação sobre a formação histórica e os processos sociais contemporâneos que conformam a sociedade brasileira, no sentido de apreender as particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo e do Serviço Social no país; - Apreensão do significado social da profissão desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade; - Apreensão das demandas - consolidadas e emergentes - postas ao Serviço Social via mercado de trabalho, visando formular respostas profissionais que potencialize o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre público e privado; - Exercício profissional cumprindo as competências e atribuições previstas na legislação profissional em vigor. Considerando que as mudanças verificadas nos padrões de acumulação e regulação social exigem um redimensionamento das formas de pensar/agir dos profissionais diante das novas demandas, possibilidades e das respostas dadas, o pressuposto central das diretrizes é a permanente construção de conteúdos (teóricos, éticos, políticos, culturais) para intervenção profissional nos processos 40 sociais que devem estar organizados de forma dinâmica, flexível, assegurando padrões de qualidade na formação do Assistente Social. Desta forma, entende-se que a efetivação de um projeto de formação profissional remete, diretamente, a um conjunto de conhecimentos indissociáveis, que se traduzem em Núcleos de Fundamentação, constitutivos da formação profissional. São eles: 1) Núcleo de fundamentos teóricos-metodológicos da vida social 2) Núcleo de fundamentos da particularidade da formação sócio histórica da sociedade brasileira; 3) Núcleo de fundamentos do trabalho profissional.
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