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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Registro: 2023.0000807112 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2203068-37.2023.8.26.0000, da Comarca de Arujá, em que é agravante IMOBILIARIA E CONSTRUTORA CONTINENTAL LTDA., é agravado RANULFO SEGUNDO DA COSTA. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 22ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MATHEUS FONTES (Presidente sem voto), ROBERTO MAC CRACKEN E ALBERTO GOSSON. São Paulo, 19 de setembro de 2023. CAMPOS MELLO Relator(a) Assinatura Eletrônica PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Agravo de Instrumento nº 2203068-37.2023.8.26.0000 -Voto nº 82377 2 Ag. 2203068-37 .2023.8.26.0000 Arujá 1ª V VOTO 82377 Agte: Imobi l ia r ia e Construto ra Continental Ltda. Agdo: Ranulfo Segundo da Costa . AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEMANDA POSSESSÓRIA. SUSPENSÃO DO PROCESSO. DECISÃO MANTIDA. MERO CUMPRIMENTO DE DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSENTE RESTRIÇÃO DA SUSPENSÃO AOS PROCESSOS QUE ENVOLVAM APENAS OS LOTES INCLUÍDOS NO ACORDO. RECURSO DESPROVIDO. É agravo de instrumento contra a decisão a fls. 330, objeto de embargos de declaração rejeitados a fls. 560, todas dos autos principais que, em demanda possessória, determinou que o feito aguardasse o prazo de suspensão definido nos autos de Ação Civil Pública. Alega a recorrente que a decisão agravada não pode subsistir. Afirma que a suspensão estabelecida na Ação Civil Pública ocorreu em razão da necessidade de determinar quem seriam os beneficiários do acordo homologado e quais lotes por eles seriam ocupados. Sustenta que o lote objeto da presente demanda não está inserido no acordo firmado, razão pela qual a suspensão deste feito é descabida. Argumenta que diversos processos estão sendo suspensos indiscriminadamente, o que viola seu direito de propriedade. Aduz que a decisão agravada não analisou o caso concreto e está desprovida de fundamentação. Pede a reforma. Processou-se o recurso apenas no efeito devolutivo. Não foi apresentada resposta. É o relatório. Cuida-se de demanda de reintegração de posse ajuizada pela ora agravante em face do ora agravado, tendo por objeto lote situado no Parque Rodrigo Barreto, em Arujá/SP. Nos autos da Ação Civil Pública nº 0003769-81.2000.8.26.0045, foi determinada “a suspensão da marcha processual dos feitos em que a executada figura como parte, especificamente as ações de despejo, reintegração de posse e reivindicatórias, cujo objeto seja lote de imóvel localizado no Parque Rodrigo Barreto” (cf. fls. 08 deste instrumento). Referida decisão foi confirmada por Acórdão proferido em julgamento de agravo de instrumento já transitado em julgado (autos nº 2155688-52.2022.8.26.0000), que considerou a momentânea impossibilidade de determinar os beneficiários do acordo homologado naqueles autos e quais lotes ocupam. PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Agravo de Instrumento nº 2203068-37.2023.8.26.0000 -Voto nº 82377 3 Consignou-se que “a suspensão determinada abrange indistintamente todos os feitos em que a agravante figura como parte e que têm como objetos imóveis localizados no aludido loteamento” (cf. fls. 633 dos autos nº 2155688-52.2022.8.26.0000). Tecidas essas considerações, observa-se que a decisão agravada apenas deu cumprimento à decisão proferida nos autos da Ação Civil Pública nº 0003769-81.2000.8.26.0045. Assim, é mesmo descabida a irresignação da recorrente no presente feito, em que apenas se atendeu a determinação judicial oriunda de outro juízo. Não bastasse, diferente do que entende a agravante, a suspensão não está restrita aos processos que envolvam os lotes incluídos no acordo. Ao contrário. A decisão proferida nos autos da Ação Civil Pública foi expressa em suspender todas as demandas, justamente, em virtude de não se ter ciência, ainda, de quem são os beneficiários do ajuste e quais seus respectivos lotes. Desse modo, a decisão deve ser mantida tal como lançada. Nesse sentido, aliás, já se decidiu nesta Corte: Ag. nº 2269429-70.2022.8.26.0000, 30ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Marcos Gozzo, j. em 14.09.2023; Ag. nº 2196946-08.2023.8.26.0000, 15ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Achile Alesina, j . em 13.09.2023; Ag. nº 2127598- 97.2023.8.26.0000, 30ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Monte Serrat; j. em 24.07.2023; e Ag. nº 2267737-36.2022.8.26.0000, 32ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Claudia Menge, j. em 13.07.2023. Pelo exposto, nego provimento ao recurso. Campos Mello Desembargador Relator 2023-09-19T22:52:13-0300 Not specified
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