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Aula_4_-_Cidadania_Regional_no_Mercosul

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1 
 
 
Cidadania Regional no Mercosul 
 
Aula 4: Mercosul 
Apresentação 
Sejam bem-vindos à quarta aula do curso! 
Na época do bicentenário de nossa independência, o ideal latino-americano se 
transformou, ao calor de dois séculos de acontecimentos. Ao longo da aula anterior 
pudemos observar como as ideias de autonomia, desenvolvimento, defesa dos recursos 
naturais, paz, democracia e direitos humanos foram marcando o futuro do ideal 
integracionista para nossa região desde meados do século XIX. Uma das iniciativas mais 
transformadoras e inovadoras inspiradas nesse ideal integracionista é o Mercosul. 
Nesta aula vamos abordar os seguintes tópicos: 
● A criação do Mercosul e seu Setor Educacional. Características iniciais do bloco. 
● Estrutura e operação. 
● Principais instâncias e espaços de Cidadania no Mercosul. 
 
Mercosul 
Em 26 de março de 1991, os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram 
o Tratado de Assunção que instituiu o Mercosul, concluindo um longo e delicado processo 
de negociações para a criação do processo de integração regional. O acordo instituiu o 
mercado comum no qual os países signatários buscariam aprofundar a integração regional 
com base na cooperação e na integração econômica. 
O bloco regional formado tornou-se uma das experiências de integração regional mais 
bem-sucedidas e uma das mais importantes da integração latino-americana. 
 
2 
 
 
 
Convidamos-lhe a ler o documento completo em: 
https://www.mercosur.int/documento/tratado-asuncion-constitucion-mercado-comun/ 
 
O Tratado de Assunção estabeleceu: 
“Os Estados Membros decidem estabelecer um Mercado Comum, que deverá ser 
estabelecido até 31 de dezembro de 1994, que será denominado “Mercado Comum do Sul” 
(Mercosul). Este Mercado Comum implica: 
− A livre circulação de bens, serviços e factores de produção entre países, através, entre 
outros, da eliminação dos direitos aduaneiros e das restrições não pautais à circulação de 
mercadorias e qualquer outra medida equivalente; 
− O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial 
comum em relação a Estados terceiros ou grupos de Estados e a coordenação de posições 
nos fóruns económicos e comerciais regionais e internacionais; 
https://www.mercosur.int/documento/tratado-asuncion-constitucion-mercado-comun/
 
3 
 
− A coordenação das políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes: 
comércio exterior, agropecuária, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, 
serviços, alfândega, transporte e comunicações e outras que venham a ser acordadas, a fim 
de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes; 
− O compromisso dos Estados Membros de harmonizar as legislações nas áreas 
pertinentes, a fim de fortalecer o processo de integração”. 
O Tratado de Assunção sofreria algumas alterações e acréscimos nos anos seguintes. Em 
1994, foi assinado o Protocolo de Ouro Preto, que criou a estrutura institucional do 
Mercosul. A partir de janeiro de 1995, a zona de livre comércio se tornaria uma união 
aduaneira, na qual todos os signatários cobrariam a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as 
importações de países de fora do bloco. 
O Setor de Educação do Mercosul surgiu com a criação da Reunião de Ministros da 
Educação (RME) pelo Conselho do Mercado Comum em 1991. O Setor se consolidou ao 
longo dos anos ampliando suas competências e espaços de coordenação das políticas 
educacionais. 
As negociações para a criação de um bloco regional começaram em 1985, com a 
redemocratização do Brasil e da Argentina. Os presidentes civis José Sarney e Raúl Alfonsín 
firmaram uma aliança estratégica entre os dois países na simbólica tríplice fronteira, a 
Declaração do Iguaçu. A aproximação buscava superar rivalidades históricas, originadas nas 
disputas territoriais dos processos de independência e que posteriormente se agravaram 
devido à disputa pela hegemonia regional. 
Os principais objetivos da aproximação foram a promoção do desenvolvimento econômico 
e a consolidação dos recentes processos de redemocratização em ambos os países. Em 
junho de 1986, Sarney e Alfonsín assinaram uma série de acordos para a integração 
argentino-brasileira em diversos setores, incluindo a cooperação nuclear e a renúncia 
expressa de projetos nucleares não pacíficos. 
 
4 
 
 
 
 
 
 
Convidamos-lhe a ler a Declaração de Iguaçú completa em: 
https://www.abacc.org.br/en/wp-content/uploads/2016/09/1985-
Declara%C3%A7%C3%A3o-do-Igua%C3%A7u-espanhol-assinada.pdf 
 
 
Ainda durante os governos de Sarney e Alfonsín, em abril de 1988, o Uruguai aderiu ao 
esforço de integração, seguido pelo Paraguai. Avançando assim de uma iniciativa bilateral 
para a construção de um bloco regional. 
 
Para saber mais sobre o processo de aproximação entre Brasil e Argentina na década de 
1980 e sua ligação com o processo de redemocratização, convidamos-lhe a assistir a este 
vídeo: 
https://www.educ.ar/recursos/156357/3d-tres-decadas-de-democracia-la-integracion-
regional 
 
https://www.abacc.org.br/en/wp-content/uploads/2016/09/1985-Declara%C3%A7%C3%A3o-do-Igua%C3%A7u-espanhol-assinada.pdf
https://www.abacc.org.br/en/wp-content/uploads/2016/09/1985-Declara%C3%A7%C3%A3o-do-Igua%C3%A7u-espanhol-assinada.pdf
https://www.educ.ar/recursos/156357/3d-tres-decadas-de-democracia-la-integracion-regional
https://www.educ.ar/recursos/156357/3d-tres-decadas-de-democracia-la-integracion-regional
 
5 
 
Todos os países independentes da América do Sul estão de alguma forma associados ao 
bloco. Em 1996, Bolívia e Chile adquiriram status de associados. Além da Bolívia e do Chile, 
Colômbia, Peru, Equador, Guiana e Suriname são países associados. A Venezuela aderiu ao 
Mercosul em 2006. Portanto, o bloco foi a base para o desenvolvimento posterior da União 
de Nações Sul-Americanas (Unasul em 2008). 
Em julho de 1998, após uma tentativa de golpe no Paraguai, os quatro países membros, 
Chile e Bolívia assinaram o Protocolo de Ushuaia sobre o compromisso democrático do 
bloco. A cláusula democrática estabelecida pelo protocolo seria aplicada em 2012 na 
suspensão temporária do Paraguai após a deposição do presidente Fernando Lugo, e em 
2017 na suspensão da Venezuela. 
 
Para saber mais sobre o processo de suspensão da Venezuela, convidamos você a ler 
a Decisão sobre a suspensão da Venezuela no Mercosul: 
https://www.mercosur.int/suspension-de- 
venezuela-en-el-mercosur/ 
 
https://www.mercosur.int/suspension-de-venezuela-en-el-mercosur/
https://www.mercosur.int/suspension-de-venezuela-en-el-mercosur/
 
6 
 
O Protocolo de Compromisso Democrático de Ushuaia tornou-se um dos mais importantes 
mecanismos internacionais de defesa da democracia na região. 
 
 
 
 
Documento completo em: https://www.mercosur.int/documento/protocolo-
ushuaia- 
compromiso-democratico-mercosur-bolivia-chile 
 
Há um forte viés político-comercial no processo de integração regional do Mercosul 
iniciado na década de 1980 e desenvolvido ao longo da década de 1990, advindo 
principalmente dos interesses de Brasil e Argentina em buscar alternativas de inserção no 
comércio internacional e fortalecer o processo de consolidação democrática. O projeto de 
https://www.mercosur.int/documento/protocolo-ushuaia-compromiso-democratico-mercosur-bolivia-chile
https://www.mercosur.int/documento/protocolo-ushuaia-compromiso-democratico-mercosur-bolivia-chile
https://www.mercosur.int/documento/protocolo-ushuaia-compromiso-democratico-mercosur-bolivia-chile
 
7 
 
integração regional promovido no cone sul refletiu uma tendência de regionalização do 
comércio internacional caracterizada pelo fortalecimento do projeto europeu e pela 
criação da Área de Livre Comércio da América do Norte (VAZ, 2002). 
A aliança e consequente aproximação entre os quatro vizinhos trouxe intenso intercâmbio 
comercial e maior força política à região,em um cenário de fim da Guerra Fria, negociações 
comerciais globais e constante questionamento das capacidades do Estado-nação em 
promover o desenvolvimento econômico, bem-estar e ser social pelo chamado Consenso 
de Washington. Podemos destacar, por exemplo, o papel decisivo que o Mercosul teve no 
processo de negociação e derrota da Área de Livre Comércio das Américas em 2005. 
 
Para conhecer mais sobre o final do processo de negociaçao da ALCA na Cúpula das 
Américas de Mar del Plata em 2005, te convidamos a ver o documentário: 
https://www.youtube.com/watch?v=pUX4dl9_wRM 
 
Principais Acordos do Mercosul 
1991 Tratado de Assunção: Nasce o MERCOSUL 
1994 Protocolo de Ouro Preto: Base Institucional do MERCOSUL 
1998 Protocolo de Ushuaia: Compromisso Democrático 
Declaração do MERCOSUL como Zona de Paz e livre de armas de destruição em 
massa 
2002 Protocolo de Olivos: Solução de Controvérsias 
2003 Regimento do Protocolo de Olivos: Criação do Tribunal Permanente de Revisão 
(TPR) 
2005 Criação do Fundo para Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) 
Protocolo constitutivo do PARLASUR 
2006 Adesão da Venezuela ao MERCOSUL 
https://www.youtube.com/watch?v=pUX4dl9_wRM
https://www.mercosur.int/pt-br/objetivos-del-mercosur/
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/organograma-mercosul/
https://www.mercosur.int/documento/protocolo-ushuaia-compromiso-democratico-mercosur-bolivia-chile/
https://www.mercosur.int/documento/declaracion-del-mercosur-como-zona-de-paz-y-libre-de-armas-de-destruccion-en-masa/
https://www.mercosur.int/documento/declaracion-del-mercosur-como-zona-de-paz-y-libre-de-armas-de-destruccion-en-masa/
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/solucao-de-controversias/
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/solucao-de-controversias/
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/solucao-de-controversias/
https://focem.mercosur.int/pt/
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/parlasul/
https://www.mercosur.int/documento/protocolo-adhesion-venezuela-mercosur/
 
8 
 
2007 Criação do Instituto Social do MERCOSUL (ISM) 
2009 Criação do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL 
(IPPDH) 
2010 Criação da Unidade de Apoio à Participação Social (UPS) 
2015 Adesão da Bolívia ao MERCOSUL 
2017 Protocolo de Cooperação e Facilitação de Inversões Intra-MERCOSUL 
 
O Mercosul, apesar de emergir como uma experiência regional baseada na promoção da 
integração econômica, principalmente comercial e produtiva, gradualmente desenvolveu 
iniciativas nas mais diversas áreas como democracia, direitos humanos, educação, saúde, 
cultura, turismo, etc. Desde a sua criação, o Mercosul contou com o apoio de instituições 
do governo central, mas também de governos locais, academia, empresas, sindicatos, 
organizações não governamentais, etc. 
 
 
 
Estrutura e funcionamento 
 
“O MERCOSUL é um processo de integração de caráter intergovernamental, onde cada 
Estado Parte tem um voto, e as decisões devem ser tomadas por consenso e com a 
presença de todos os Estados Partes. 
Ele toma suas decisões por meio de três órgãos: o Conselho do Mercado Comum (CMC), 
órgão máximo do MERCOSUL, que conduz politicamente o processo de integração, o 
Grupo Mercado Comum (GMC), que supervisiona o funcionamento diário do bloco, e a 
Comissão de Comércio (CCM), responsável pela administração dos instrumentos de 
política comercial comum. Auxiliando esses órgãos, existem mais de 300 fóruns de 
https://www.mercosur.int/documento/creacion-del-instituto-social-del-mercosur/
https://www.mercosur.int/documento/creacion-del-instituto-de-politicas-publicas-en-derechos-humanos/
https://www.mercosur.int/documento/creacion-del-instituto-de-politicas-publicas-en-derechos-humanos/
https://normas.mercosur.int/simfiles/normativas/36780_DEC_065-2010_ES_Unidad%20apoyo%20Participacion%20Social.pdf
https://www.mercosur.int/documento/protocolo-adhesion-bolivia-mercosur/
https://www.mercosur.int/documento/protocolo-de-cooperacion-y-facilitacion-de-inversiones-intra-mercosur/
 
9 
 
negociação nas mais diversas áreas, que são formados por representantes de cada país 
membro e promovem iniciativas a serem consideradas pelos órgãos decisórios. 
Uma vez negociadas e aprovadas pelas instâncias decisórias do bloco, as regras são 
obrigatórias e, quando necessário, devem ser incorporadas aos ordenamentos jurídicos 
nacionais por meio dos procedimentos estabelecidos pela legislação de cada país. 
A fim de assegurar a vigência simultânea dos regulamentos do MERCOSUL nos Estados 
Partes, foi estabelecido um procedimento para a incorporação dos regulamentos do 
MERCOSUL no ordenamento jurídico dos Estados Partes com base no Artigo 40 do 
Protocolo de Ouro Preto. 
Com o passar do tempo e com o objetivo de implementar suas políticas regionais, o 
MERCOSUL criou várias organizações permanentes em diferentes cidades, entre as quais 
o Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM), o Instituto de Políticas 
Públicas em Direitos Humanos (IPPDH), o Instituto Social do MERCOSUL (ISM), o 
Parlamento do MERCOSUL (PARLASUL), a Secretaria do MERCOSUL (SM) e o Tribunal 
Permanente de Revisão (TPR).” 
Link: https://www.mercosur.int/quienes-somos/funcionamiento/ 
 
O Mercosul nasceu diante dos diferentes projetos de integração latino-americanos que o 
antecederam e procurou diferenciar-se deles para aprender com suas dificuldades e 
sucessos. Marcelo Medeiros (2008) aponta a parcimônia adotada pelo projeto Mercosul na 
criação de mecanismos de integração institucional. Segundo o autor, “o Mercosul hesita 
em embarcar em projetos institucionais que não correspondem à real capacidade de 
comprometimento de seus Estados-membros” (Medeiros, 2008, p. 57). 
Diante desse desafio, o Protocolo de Ouro Preto (1994) define três instâncias 
intergovernamentais de decisão para o Mercosul: 
• Conselho do Mercado Comum – órgão máximo do bloco, formado pelos 
ministros das Relações Exteriores e da Economia dos países membros. 
• Grupo Mercado Comum – órgão executivo composto por quatro membros 
efetivos e quatro suplentes dos países membros. 
https://focem.mercosur.int/pt/
https://www.ippdh.mercosur.int/?lang=pt-br
https://www.ippdh.mercosur.int/?lang=pt-br
http://www.ismercosur.org/pt/home/
https://www.parlamentomercosur.org/innovaportal/v/13017/2/parlasur/parlasul---pagina-principal.html
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/secretaria/
https://www.tprmercosur.org/pt/index.htm
https://www.tprmercosur.org/pt/index.htm
https://www.mercosur.int/quienes-somos/funcionamiento/
 
10 
 
• Comissão de Comércio do Mercosul - órgão encarregado de assessorar o 
Grupo Mercado Comum na política comercial comum. 
O Protocolo de Ouro Preto (1994) também definiu outros órgãos que deram origem ao 
Parlamento do Mercosul (Parlasul), ao Fórum Consultivo Econômico e Social e à Secretaria 
do Mercosul. Com o aprofundamento da integração comercial, o Protocolo de Olivos (2002) 
criou o Tribunal Permanente de Revisão como mecanismo de solução de controvérsias 
comerciais no bloco. 
Portanto, a parcimônia apontada por Medeiros (2008) não impediu o desenvolvimento 
institucional. O pleno funcionamento das instituições do bloco depende em grande parte 
da dedicação e atenção dos países membros em seu desenvolvimento: 
O protagonismo central dos governos, na definição da integração econômica como desígnio 
político de ambos países e na formulação dos objetivos e princípios que a orientariam, 
estendeu-se à arena da negociação internacional, instrumentalizando-a com canais e 
recursos diplomáticos e dando a ela um caráter intergovernamental coadjuvada, em plano 
secundário, por outros atores das esferas políticas, econômica e social em cada país. (VAZ, 
2002, p. 71) 
Essa estrutura intergovernamental apresentada por Vaz (2002), que, portanto, delegaria 
um papel secundário aos demais atores do processo de integração regional, pode ser 
apontada como um desafio para os atoressociais e governos subnacionais participarem do 
processo. Apesar dessa dificuldade, governos subnacionais e atores da sociedade civil da 
região se comprometeram desde o início do bloco a construir agendas e instituições para 
promover uma integração regional que vá além da agenda comercial. Esse movimento 
começou com a integração e o diálogo desenvolvido entre os sindicatos dos países do cone 
sul, e continuou com a aproximação desenvolvida por governos locais e estaduais, 
organizações não governamentais e por burocracias estatais como agências de 
cooperação, empresas, Estados e ministérios . 
A criação de instituições como o Parlamento do Mercosul, o Instituto Mercosul Social e o 
Instituto Mercosul de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH), bem como o Fórum 
Consultivo dos Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul 
 
11 
 
(FCCR) conquistas para os atores da sociedade civil do bloco. Ao mesmo tempo, essas 
instituições contribuem para a ampliação da agenda de integração regional e sua 
democratização, envolvendo cada vez mais os atores das sociedades dos países membros 
e fortalecendo o projeto de cidadania do Mercosul. 
 
Organograma do Mercosul: 
 
 
 
Link para o organograma completo: https://www.mercosur.int/wp-
content/uploads/2023/03/Organigrama_ES-15-02-23-2.pdf 
https://www.mercosur.int/wp-content/uploads/2023/03/Organigrama_ES-15-02-23-2.pdf
https://www.mercosur.int/wp-content/uploads/2023/03/Organigrama_ES-15-02-23-2.pdf
 
12 
 
 
Principais órgãos e espaços para a cidadania no Mercosul. Participação 
Durante o ciclo de governos progressistas na América do Sul, o Mercosul também passou 
por importantes mudanças tanto em seu escopo quanto no aumento de sua estrutura 
institucional. O bloco ampliou sua agenda e incluiu como temas importantes as questões 
sociais, a proteção e promoção dos direitos humanos, a redução das assimetrias entre 
filiados e a participação social. 
Dentre as instituições intrabloco criadas à época, destacam-se: 1) o Instituto Social do 
Mercosul (ISM), criado em 2007, com sede em Assunção, no Paraguai, responsável pela 
coordenação de projetos e pesquisas sobre os mais variados temas desde uma perspectiva 
regional, contribuindo para o avanço das agendas sociais do bloco, como a construção da 
cidadania do Mercosul, a facilitação do trabalho entre os países da organização, o Plano 
 
13 
 
Estratégico de Ação Social do Mercosul (PEAS), entre outras; 2) o Fundo de Convergência 
Estrutural do Mercosul (FOCEM), criado em 2005 com o objetivo de reduzir as assimetrias 
entre os países membros; 3) o Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul (TPR), com 
sede em Assunção e criado em 2002. O objetivo do órgão é promover um espaço jurídico 
intrabloco para a solução de controvérsias existentes; 4) as Cúpulas Sociais do Mercosul, 
espaço onde a sociedade civil atores dos países participam com suas demandas para a 
construção de políticas regionais sobre os temas, 5) o Parlamento do Mercosul (PARLASUL), 
com sede em Montevidéu, Uruguai, foi criado em 2005 e incorpora ao bloco a dimensão 
da participação parlamentar; 6) Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (IPDH) 
em 2009. 
A criação desses espaços deve ser compreendida a partir de uma concepção 
multidimensional do regionalismo latino-americano para além de uma concepção centrada 
no aspecto econômico da integração regional. O Mercosul é um exemplo de regionalismo 
constituído por múltiplas dimensões de integração. A ideia de multidimensionalidade do 
regionalismo amplia a compreensão das iniciativas regionais para além do papel dos 
Estados como atores exclusivos. A construção de entendimentos coletivos e regionais 
sobre temas como cidadania, direitos humanos, cultura, territorialidade, políticas sociais e 
outros mobilizam aos governos sub-nacionais e atores não nacionais -organizações 
governamentais dos países- e trazem novas práticas e formas de articulação regional para 
o debate sobre o regionalismo. 
É importante destacar que a velocidade das diferentes dimensões dos regionalismos 
também varia de acordo com a dinâmica de cada questão. Por exemplo, a dimensão da 
integração da infraestrutura requer ações e entendimentos que mobilizem acordos de 
longo prazo entre os atores envolvidos, pois envolvem financiamentos e concessões que 
permeiam os governos. 
No caso específico da construção da cidadania regional, além da criação de instâncias 
institucionalizadas nos mecanismos de integração, é preciso atuar, por exemplo, a partir 
dos partidos políticos nacionais, mobilizando a agenda da integração regional e sua 
importância, a ação de setores da sociedade civil e da academia desenvolvendo pesquisas, 
 
14 
 
estudos, coleta de dados e informações que sirvam para construir visões extranacionais 
dos direitos e deveres das pessoas. É evidente que a ampliação do alcance do que podem 
ser consideradas dimensões dos regionalismos evoca uma série de processos, atores e 
dinâmicas que demandam novas perspectivas teóricas de análise e produção de 
conhecimento. 
Na próxima aula veremos os espaços de atuação da sociedade civil no Mercosul, bem como 
os avanços na construção da perspectiva social e política da integração regional a partir do 
Mercosul. 
Encerramento da aula 
Ao longo desta aula apresentamos alguns elementos para o debate sobre o surgimento do 
processo de integração regional do Mercosul, sua estrutura e suas principais instituições. 
Analisamos alguns dos documentos constitutivos do Mercosul, a evolução do processo de 
integração regional e a criação de espaços de participação social e democratização. 
Atividade de revisão obrigatória 
Com base nas lições aprendidas até a aula 4, as reflexões sugeridas sobre a importância da 
construção de uma região latino-americana, a leitura dos materiais obrigatórios e 
sugeridos, e a busca pessoal de outros materiais, propomos escolher uma das seguintes 
actividades: 
● Opção 1: Escolher um autor que tenha se dedicado a refletir sobre a nossa região. 
Devem escrever uma breve recensão que inclua uma nota biográfica e um resumo 
de uma das suas obras que tenham considerado interessante, reflectindo sobre o 
contributo que consideram importante e porquê. Podem ser incluídas imagens e 
vídeos de referência. 
Propomos trabalhar a partir da seguinte plataforma de conteúdos pedagógicos 
desenvolvida por esta equipa docente: http://redesur.org/ 
Extensão máxima de 2 páginas. 
http://redesur.org/
 
15 
 
● Opção 2: Escolher uma categoria ou conceito para refletir sobre a razão pela qual 
deve ser abordado a nível regional, de uma forma integrada. Os estudantes devem 
desenvolver uma breve argumentação que inclua a razão pela qual a questão ou o 
problema é melhor resolvido pensando numa forma integrada. Podem ser incluídas 
imagens e vídeos de referência. 
Propomos trabalhar a partir da seguinte plataforma de conteúdos pedagógicos 
desenvolvida por esta equipa docente: http://redesur.org/ 
Extensão máxima de 2 páginas. 
● Opção 3: Levando em consideração suas datas de nascimento, elaborar uma uma 
linha do tempo onde se coloquem 5 pensadores que apoiaram a ideia da América 
Latina. Incorpore nome, fotos ou imagens e uma breve descrição do seu 
pensamento. 
Extensão máxima de 2 páginas. 
● Opção 4: Elaborar uma linha do tempo onde se coloquem 5 projetos políticos de 
unidade regional na América Latina e/ou Caribe, indicando o nome, fotos ou 
imagens representativas do processo e algumas breves linhas sobre seu objetivo 
principal. 
Extensão máxima de 2 páginas. 
● Opção 5: Fazer uma breve análise da importância de um dos seguintes documentos 
constitutivos do processo de integração regional: 1. Declaração de Iguaçú; Tratado 
de Assunção; Protocolo Adicional ao Tratado de Assunção – Protocolo de Ouro 
Preto; Protocolo de Ushuaia. 
Por fim, faça uma breve descrição do funcionamento e importânciade uma das 
instituições do Mercosul a seguir: 1. Conselho Mercado Comum; Parlamento do 
Mercosul (Parlasul); Tribunal Permanente de Revisão (TPR); Foro Consultivo de 
Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul (FCCR). 
Extensão máxima de 3 páginas. 
Data-limite: 12 de setembro 
 
http://redesur.org/
 
16 
 
Material de leitura requerido 
Perrotta, D.; Arata, N.; Paikin, D. y Porcelli, E. (2016). “Educación para la integración: ideas 
y recursos para la formación de una ciudadanía regional”. Buenos Aires: PASEM. Disponible 
en: https://www.educ.ar/recursos/156364/educacion-para-la-integracion-ideas-y-
recursos-para-la-forma 
 
Material Opcional 
MONDELLI, Marcelo. (2018). Elementos para profundizar la agenda del Mercosur 
ciudadano. Revista Mercosur de Políticas Sociales, v. 2, pp. 34-59. 
BOUZAS, Roberto. (2004). Mercosur: instituciones de gobierno regional, asimetrías e 
integración profunda. Washington: Interamerican Development Bank. 
 
Referências 
MEDEIROS, Marcelo de Almeida. (2008). Legitimidade, Democracia e Accountability no 
Mercosul. Revista Brasileira de Ciências Socias. v. 23 n. 67, jun. pp. 51-69 
VAZ, Alcides. (2002). Cooperação, Integração e o processo negociador: a construção do 
Mercosul. Brasília. IBRI. 
Créditos 
Autores: Felipe Cordeiro, Daniela Perrotta, Leticia González, Florencia Lagar, Emanuel Porcelli, Lucas 
Mesquita, Karen Honorio, Ramon Blanco. 
 
Como citar este texto: 
Cordeiro, F. e Outros (2023). Aula 4: Mercosul. Cidadania regional no Mercosul. Buenos Aires: 
Ministério da Educação da Nação. 
 
https://www.educ.ar/recursos/156364/educacion-para-la-integracion-ideas-y-recursos-para-la-forma
https://www.educ.ar/recursos/156364/educacion-para-la-integracion-ideas-y-recursos-para-la-forma
 
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