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BIANCA DE FÁTIMA FRANCO SOUZA PÁTICAS PEDAGÓGICAS EM PEDAGOGIA: PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO AMPLI - PITÁGORAS PEDAGOGIA Uberlândia 2023 Uberlândia 2023 PÁTICAS PEDAGÓGICAS EM PEDAGOGIA: PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Trabalho apresentado à Ampli - Pitágoras, como requisito parcial para o aproveitamento da disciplina de Práticas Pedagógicas em Pedagogia: Práticas de Alfabetização e Letramento, do curso de Pedagogia. BIANCA DE FÁTIMA FRANCO SOUZA PÁTICAS PEDAGÓGICAS EM PEDAGOGIA: PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO A alfabetização e o letramento são duas portas de entrada para o mundo da leitura e da escrita, mesmo sendo processos distintos, eles são indissociáveis. Portanto, é necessário trabalhá-los de maneira simultânea. Entendemos por alfabetização a ação de ler e escrever, já o letramento é a utilização desta tecnologia em práticas sociais de leitura e de escrita. Segundo Soares (2003), não adianta aprender uma técnica e não saber usá-la. Assim, devemos ensinar a técnica, mas também envolvê-las nas práticas sociais de leitura e escrita. A alfabetização e o letramento são conceitos distintos, porém se integram para ascender o processo de aprendizagem da criança ou adulto de forma mais ampla, em que alfabetizar letrando significa decodificar e codificar a língua escrita, mas introduzir a compreensão real da palavra no contexto social. Milhões de jovens e adultos não puderam se escolarizar na infância ou adolescência. Os motivos de não terem estudado são vários e relacionados a questões de ordem social, econômica e política. Apesar de não dominarem a escrita, criam alternativas para lidar com essa linguagem no dia a dia. Diferenciam-se das crianças em relação a ciclos de vida, identidades, disposições e necessidades de aprendizagens, assim como nas representações sobre ler e escrever, nos conhecimentos e nas habilidades desenvolvidas. Portam bagagens culturais diversas que influenciam no modo como se engajam na alfabetização. É próprio da alfabetização de jovens e adultos o reposicionamento de si mesmos. Antes vistos como analfabetos, pela falta de conhecimentos e familiaridade com a escrita, serão convidados a ler e escrever, a compartilhar saberes, a refletir sobre como se aprende e a cooperar. Na alfabetização de jovens e adultos, os conteúdos e abordagens metodológicas ancoram-se nos sujeitos que dela tomam parte. Assim, é preciso ter a curiosidade de descobrir o que sabem, ouvir suas histórias, identificar seus desafios, suas formas de pensar e refletir, observar o que os mobiliza. O processo de alfabetização das turmas da Educação de Jovens e adultos (EJA) está ancorado em práticas indispensáveis de leitura e escrita que também são desenvolvidas com as crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental. Isso não quer dizer que o professor vá trabalhar lançando mão dos mesmos materiais e estratégias com públicos tão distintos. Não faz sentido. Esse é, inclusive, um dos motivos que levam os mais velhos a fracassar e abandonar a escola. Embora exista uma variedade considerável de bons materiais organizados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelas secretarias estaduais e municipais do país (disponíveis gratuitamente na internet), muitos educadores ainda recorrem aos livros usados pela criançada. A leitura para a Educação de Jovens e Adultos deve ser trabalhada como algo realmente significativo, dinâmico, buscando sempre despertar nos alunos a importância da prática da leitura as suas vidas, já que essa prática é capaz de contribuir significativamente para o conhecimento e aprendizagem deles. Como é sabido o público da EJA, é um público diferenciado que muitas vezes carrega sobre si inúmeros fracassos que o torna desmotivado, é, portanto, nesse exato momento que o papel do professor deve sobressair, deixando claro sua referência enquanto educador e mediador nesse processo de ensino, promovendo assim diversas formas que possam impulsionar e estimular o aluno ao conhecimento e principalmente apresentar a eles a possibilidade de certeza no aprendizado. A Proposta Curricular para o segundo segmento da EJA é orientada pela LDBEN 9394/96 e Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA, pela Resolução CNE/CEB, nº1, de 5 de julho de 2000. A Resolução estabelece que as situações, perfis, faixa etárias dos estudantes deverão ser consideradas pautando a Educação de Jovens e Adultos nos princípios de equidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e contextualização das diretrizes curriculares nacionais e na proposição de um modelo pedagógico próprio. (BRASIL, 2000). A Proposta Curricular para a EJA orienta para que a escola priorize o acolhimento ao aluno desse segmento, considerando a relação com o mundo do trabalho e com a sociedade do conhecimento. Assim, os conteúdos contemplados devem ser pensados em suas diferentes dimensões: organização, orientações didáticas, avaliação, gestão de tempo e de espaço em processos discursivos que se desdobram de acordo com a realidade em que os sujeitos da aprendizagem (os alunos) estão inseridos, seus anseios e expectativas. A importância da utilização de metodologias que levem os estudantes a desenvolverem não só a aprendizagem de conteúdos, mas também a tomada de consciência sobre o lugar e papel de cada um nos meios em que estão inseridos deve ser uma prioridade dentro do trabalho a ser realizado em turmas da EJA. A aprendizagem nesse contexto se dá a partir da troca de experiências entre os pares por meio da linguagem, oralizada ou não. Ao professor cabe articular meios para que os alunos alcancem um olhar reflexivo e crítico sobre a realidade. As atividades de leitura realizadas no âmbito escolar, em geral, devem visar ao exercício de leitura crítica e reflexiva, proporcionando a análise e relação com a realidade vivenciada pelo aluno, sendo sempre relacionadas a propostas de reflexão e de discussão. Também é preciso apresentar gêneros textuais bastante diversificados para que os alunos conheçam os variados discursos, ampliem seus conhecimentos linguísticos e despertem do gosto pela leitura. CONCLUSÃO É de suma importância que a alfabetização e o letramento ocorreram simultaneamente, pois, alfabetizar na perspectiva do letramento, propicia que o indivíduo entre em contato com os mais variados usos da leitura e da escrita, fazendo com que eles consigam entender por que, e para que se usa a leitura e a escrita. Para se trabalhar a alfabetização no ponto de vista do letramento, é necessário criar situações reais presentes no cotidiano do indivíduo, substituindo assim, as cartilhas, ou seja, deixar de lado as práticas tradicionais, por práticas que estejam presentes na vivência do aluno. Portanto, um dos grandes desafios do educador é conseguir articular no seu trabalho pedagógico as práticas escolares de uso da língua escrita às práticas sociais que, fomentam a percepção da linguagem escrita voltada a um processo de maturação do entendimento dos vários gêneros textuais, verbais e não verbais que, circulam no meio social. Para garantir o sucesso do processo de aprendizagem, as práticas pedagógicas são extremamente importantes, mas também exigem a modificação de algumas perspectivas já arraigadas no cenário educacional. Toda prática educativa tem determinados objetivos e pode ser utilizada para atingir vários objetivos, mas também é possível que o professor sempre escolha aquela que melhor se adapta às necessidades atuais do grupo. Qualquer prática educacional utilizada em sala de aula ganha força e é melhor aceita por professores e alunos, uma vez que se torna parte integrante do currículo. No entanto, a atividade docente é muito beneficiada quandoo professor conhece diversas técnicas e sabe aplicá-las de acordo com os objetivos que se almeja. Analisando os estudos, percebi que, para o professor exercer de forma eficiente as práticas pedagógicas, gerindo sua sala de aula, ele precisa basear suas soluções não apenas nas vivências, mas é necessário ter o conhecimento sobre o conteúdo, verificar qual é a melhor prática para aquele momento específico e aprimorar sua capacidade de analisar o contexto em que atua e aplicar o que encontrar de melhor para o aprendizado dos alunos. Pois cada contexto, cada situação e cada momento exige uma tomada de decisão diferente, mesmo que o problema pareça igual. Portanto, compartilhar as soluções encontradas pelos alunos é um passo extremamente enriquecedor. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, E. B. C.; FERREIRA, A. T. B. A construção/fabricação de práticas de alfabetização em turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Santa Maria, v. 33, n. 3, p. 425-440, set./dez. 2008. Disponível em: https://view.genial.ly/623e3825f6a3e5001321b61d Acesso em: 28 mar. 2023. ANDRADE, L. Entrevista com Telma Weisz sobre alfabetização inicial. Revista Nova Escola, mar. 2009. Disponível em: https://view.genial.ly/623e294a2cc36e0012d57d9e Acesso em 25 mar. 2023. ARAUJO, L. C. Por que trabalhar com textos da tradição oral que se sabe de cor na alfabetização. In: ARAPIRACA, M. A. (Org.) ...Quem os desmafagafizar bom desmafagafizador será: textos da tradição oral na alfabetização. Salvador: Edufba, 2011. p. 19-27. 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