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TÉCNICAS DE ANÁLISE DE COMPORTAMENTOS ESTRUTURAIS COMPLEXOS Gleysson Morais Andrade MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS Tipo de solução a se adotar (𝜎 𝑒 𝜀) (Geometrias Simples) Soluções Analíticas (Geometrias complexas) FEA (a) Pistão (b) Biela (c) Virabrequim A FEA pode ser realizada por meio de softwares comerciais como (SolidWorks, Ansys, Solidedge, dentre outros). MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS • Para regiões de geometria constantes (número de malhas menor). • Para regiões de concentração de tensões (pontos de mudanças abruptas de geometria) ou ponto de aplicação de carga (número de malhas maior) • O aumento no número de malhas faz aumentar o tempo de processamento. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TENSÃO E DEFORMAÇÃO • Análise estrutural • Mecânica dos fluidos APLICAÇÕES MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS APLICAÇÕES • Transferência de calor • Acústica O FEA fornece informações sobre tensões, deformações, deflexão, frequências naturais e modos de vibração, impacto e vibrações estruturais transientes (repentinas e não periódicas) ou em regime permanente (amplitudes constantes). MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS APLICAÇÕES A abordagem utilizada pela maioria dos softwares comerciais é o método da Rigidez Direta (MRD), que utiliza a rigidez do elemento para calcular os deslocamentos nodais e as forças internas resultantes de um conjunto de cargas externas aplicadas e das condições de contorno. As deformações são calculadas a partir dos deslocamentos e as tensões pela lei de Hooke. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS APLICAÇÕES • Elemento estrutural finito em uma dimensão (mola linear) • A constante elástica ou rigidez do elemento é 𝑲𝒉 = Τ𝒇 ∆𝒖 • Um deslocamento cria uma força no nó. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS Assumindo os deslocamentos positivos 𝒖𝒊 𝒆 𝒖𝒋 e somando as forças em cada nó. Na forma matricial: 𝒌𝒉 −𝒌𝒉 −𝒌𝒉 𝒌𝒉 𝒖𝒊 𝒖𝒋 = 𝒇𝒊𝒉 𝒇𝒋𝒉 MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS 𝒇𝒊𝒉 = 𝒌𝒉𝒖𝒊 − 𝒌𝒉𝒖𝒋 𝒇𝒋𝒉 = −𝒌𝒉𝒖𝒊 + 𝒌𝒉𝒖𝒋 Escrito na notação matricial como: 𝒌 𝒅 = 𝒇 Este exemplo trivial contém os passos essenciais de uma solução de um problema estático com o FEA. Em um problema real, elementos mais complexos com vários graus de liberdades em seus nós podem ser utilizados. Existe um número muito grande de elementos, alguns dos quais têm funções para a análise com comportamento não linear. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS Os elementos podem ser de uma, duas ou três dimensões (1D, 2D e 3D) ou, ainda, elementos de linha, área e volume, respectivamente. Também podem ser de diferentes ordens (Ordens da função utilizada para interpolar os deslocamentos no interior do elemento). MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS • Pode-se utilizar o mais simples dos elementos que os resultados serão na maioria das vezes, adequados. • Quanto maior a ordem da função utilizada para interpolar o deslocamento no interior do elemento, maior o tempo de processamento computacional. • Elementos de linha são adequados para modelar estruturas como membros de treliças e vigas com área de seção transversal constante, e podem ter 1, 2, 3 e 6 GDL em cada nó, dependendo se são 1D, 2D ou 3D. • Elementos de geometria mais complexas como triângulos, quadriláteros, tetraedros, cubos, possuem mais GDL. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS Um elemento de linha 1D pode apresentar bons resultados para um membro de treliça carregado axialmente em tração, mas não será capaz de prever com precisão a flambagem se a carga axial for de compressão. A flambagem deve ser verificada separadamente utilizando os critérios já vistos na seção anterior. Alguns softwares de FEA apresentam um meio de calcular a flambagem separadamente. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS Elementos 2D podem ser utilizados para modelar estruturas tridimensionais se sua geometria e seu carregamento criam um caso de tensão plana e deformação plana no qual suas magnitudes são nulas na terceira dimensão (viga longa, simétrica, submetida a carregamento de flexão ou axial). MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS Muitos componente de máquinas possuem a geometria e o carregamento de tal forma que requerem o uso de análise por FEA 3D. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS • Elementos de alta ordem são usados em contornos curvos, enquanto elementos lineares aplicam-se aos contornos retos. • Elementos de alta ordem tem melhor capacidade de representar contornos de peças complexas e com gradientes de tensão mais altos. • O aumento dos elementos aumentam o tempo de processamento, portanto, os analistas preferem realizar simulações inicialmente com poucos elementos. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS • A deformação é definida como a derivada do alongamento ao longo do elemento, logo, o elemento é linear (1° ordem) e sua deformação será constante. Dessa forma, as tensões serão calculadas a partir das deformações e das propriedades do material – essa também será constante. • Triângulos quadráticos, tetraedros e hexaedros têm funções de deslocamento parabólicas (2° graus) logo a distribuição de deformação e tensão será linear no elemento, permitindo melhores estimativas. • De acordo com especialistas, melhores estimativas de tensão se da na utilização de quadrilátero de quatro nós ou um hexaedro de 8 nós. (aumenta o grau de dificuldade para gerar malhas em geometrias complexas). Neste caso, uma alternativa é aumentar a ordem do elemento (triângulo de 6 nós ou tetraedro de 10 Nós). MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS • Triângulos quadráticos, tetraedros e hexaedros têm funções de deslocamento parabólicas (2° graus) logo a distribuição de deformação e tensão será linear no elemento, permitindo melhores estimativas. • De acordo com especialistas, melhores estimativas de tensão se da na utilização de quadrilátero de quatro nós ou um hexaedro de 8 nós (aumenta o grau de dificuldade para gerar malhas em geometrias complexas). Neste caso, uma alternativa é aumentar a ordem do elemento (triângulo de 6 nós ou tetraedro de 10 Nós). MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS TIPOS DE ELEMENTOS Refinamentos são técnicas adotadas para: • Refinamento h-adaptativo: a ordem do elemento é fixada no valor máximo para polinômios de 2° ordem. Para isso, aumenta-se a quantidade de elementos e diminui o seu tamanho. • Refinamento p-adaptativo: a ordem do elemento pode ser até 9 ou mais. Neste caso, aumenta-se o tamanho dos elementos e diminui a sua quantidade. Estes podem se adaptar melhor em peças de geometrias complexas, devido a maior ordem da função polinomial de interpolação do elemento. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS REFINAMENTO H-ADAPTATIVO E P-ADAPTATIVO • A razão de aspecto de uma elemento é calculada dividindo o comprimento do lado mais longo pelo lado mais curto. • Para razão de aspecto menor que 5:1 usa-se o refino h-adaptativo. • Os elemento com razão de aspecto até 20:1 podem ser usados o refino p-adaptativo. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS RAZÃO DE ASPECTO • Muitos softwares comerciais permitem a importação do modelo direto do CAD além de autogerar a malha de elementos finitos. • A maioria dos softwares geram malhas com elementos quadriláteros lineares ou malha mista com quadriláteros e triângulos para regiões da peça de maior complexidade. • O analista pode gerar malhas automáticas ou criar uma malha manual (esta exige maior expertise). MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS GERAÇÃO DE MALHAS O refino da malha é necessário em regiões de maior concentração de tensão. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS REFINO DE MALHAS Para se ter a certeza de que uma malha foi suficientemente refinada, a maneira mais usual é aplicar um teste de convergência. Este teste consiste em realizar refinamentos nas regiões de concentrações de tensões até seobter resultados sucessivos com pouca variação, indicando que os valores de tensão convergem para um valor real. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS CONVERGÊNCIA DOS RESULTADOS Com poucas condições de contorno, o sistema poderá ficar sub-restrito, e poderá falhar. Com muitas condições de contorno, o sistema ficará super-restrito, e será excessivamente rígido. Travessa deslizante de secção transversal retangular apoiada em dois mancais com uma carga transversal aplicada. Podemos considerar a terra e a estrutura da máquina como sendo infinitamente rígida. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS CONDIÇÕES DE CONTORNO Qual diagrama de corpo livre representa exatamente as condições de contorno entre os mancais e a travessa? Um pouco de reflexão irá revelar que se os mancais são rígidos e o eixo deflete para baixo a partir do centro, a travessa irá fazer contato com as extremidades internas do mancal. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS CONDIÇÕES DE CONTORNO Problema: Uma viga deslizante de seção transversal retangular é apoiada em mancais de deslizamento e carregada em flexão por uma carga transversal concentrada em uma posição definida por 𝒙. Determine uma arranjo razoável para as condições de contorno e compare a previsão de deflexão com as soluções analíticas. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO Dados: As dimensões são mostradas na figura. O carregamento será: 𝑭 = 𝟐𝟓𝟎 𝒍𝒃. Hipóteses: Os mancais são muito mais rígidos que a travessa. O peso da viga é desprezível frente ao carregamento. Os mancais tem folga radial de 𝟎, 𝟎𝟎𝟏 𝒊𝒏 para permitir o deslizamento. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO As curvas da deflexão para a solução analítica para os casos da Figuras b e c são mostradas ao lado. A deflexão máxima para o modelo fixo-fixo é − 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟑𝟔 𝒊𝒏 𝐞 é − 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟗𝟎 𝒊𝒏 para o modelo simplesmente apoiado. A fixação da extremidade reduz a deflexão total de um fator de três. Isso acontece porque a restrição de momento faz a viga ter derivada nula nos mancais e, efetivamente, a torna mais rígida. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO Embora isso seja um modelo 3D, primeiro será modelado como 2D com tensão plana e elementos quadrangulares para simplificar. A análise pelo FEA é baseada no deslocamento, e a deflexão do modelo fornece um bom meio para avaliar se as restrições aplicadas são adequadas. Se as deflexões são consistentes e um teste de convergência for aplicado separadamente, pode-se ter alguma confiança nos resultados. Para este exemplo, a carga é aplicada no centro do vão. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO A Figura (a) mostra a malha para o caso fixo-fixo com os nós de todos os elementos que fazem contato com os mancais restritos nas direções x e y para simular os engastes em cada mancal. A Figura (b) mostra a forma defletida e a máxima deflexão encontrada pelo FEA, a qual é −𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟑𝟐 𝒊𝒏 , valor muito próximo ao encontrado no passo 1. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO Observe as concentrações de tensão no ponto de aplicação da força e nos pontos A e B onde as extremidades internas dos mancais fazem contato com a viga. Isso mostra o efeito das condições de contorno nas tensões locais. A Figura (a) mostra o mesmo modelo com malha da anterior, mas com as condições de contorno modificadas para simular um apoio simples em cada extremidade. Na extremidade esquerda (assinalada com a letra A), um único nó no lado interno do mancal é fixado em x e y, para representar um pivô. Na extremidade direita (assinalada com a letra B), um único nó é fixo em y para representar o apoio de rolo. A Figura (b) mostra a forma defletida e a máxima deflexão da viga simplesmente apoiada, calculada pelo FEA, cujo valor é −𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟗𝟗 𝒊𝒏, próximo ao valor encontrado na solução analítica no passo 1. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO Observe as concentrações nos pontos de aplicação da força e nos pontos A’ e B', onde as quinas do mancal fazem contato com a travessa, mostrando o efeito das condições de contorno nas tensões locais. Observe também que a extremidade superior da viga não faz contato com a superfície interna superior do mancal, o que é consistente com a solução analítica. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO Qual dos modelos tem a melhor condição de contorno? É razoável assumir que os mancais impedem qualquer rotação da travessa no eixo z? Assumindo que exista uma folga de 0,001 in, qual ângulo a travessa pode ter dentro do comprimento do mancal? Um cálculo simples fornece 0,057 graus. A inclinação da travessa no modelo simplesmente apoiado é de 0,035 graus. Uma vez que esse ângulo é menor que a folga angular no mancal, a travessa pode atingir esta inclinação sob a carga aplicada. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO O mancal não pode aplicar um momento à travessa até que a folga seja preenchida nas partes superior e inferior opostas entre o mancal e a viga. Até esse ponto, ela é simplesmente apoiada, como pode ser visto no gráfico das soluções Analíticas e pelo FEA, que mostra uma folga remanescente de aproximadamente 0,00052 in para o lado externo dos mancais. Assim, conclui-se que o modelo simplesmente apoiado está mais próximo da realidade do que o modelo fixo-fixo neste caso. EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO Mas isso é o melhor que se pode fazer? É razoável assumir que a travessa e o mancal fazem contato em apenas um nó para cada mancal? O nó tem dimensão zero, o que leva à tensão infinita. Uma maneira melhor de modelar o contorno entre a viga e o mancal no exemplo anterior seria aplicar restrições de contato em todos os nós ao longo do comprimento de ambas as interfaces mancal-viga. Sem carga aplicada, todos os nós na superfície de contato inferior estarão em contato, analogamente ao modelo fixo-fixo. À medida que a carga é aplicada, os elementos na superfície inferior no lado externo do mancal se separam e permitem à viga mover-se em direção ao modelo simplesmente apoiado. Com uma carga aplicada suficiente, a viga entrará em contato com a superfície superior do mancal e mudará a restrição de contorno efetiva EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO EXEMPLO DE ANÁLISE DE CONDIÇÕES DE CONTORNO • A aplicação correta dos carregamentos em um modelo é um problema similar à aplicação das condições de contorno. Nos problemas com solução analítica aplica-se a carga em um ponto. Isso pode, naturalmente, ser feito pelo FEA, uma vez que uma carga pode ser aplicada diretamente em um nó. Porém, cargas reais são distribuídas em uma pequena porção finita do componente. Se a carga pudesse ser aplicada em um único ponto a tensão local seria infinita. • Ao aplicar os carregamentos, seja muito cuidadoso com as unidades. MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS APLICAÇÃO DAS CARGAS RESUMO A análise por elementos finitos é uma ferramenta muito poderosa e muito utilizada na engenharia. Ela permite a solução de problemas cuja geometria é muito complexa para a análise de tensão e deformação na forma analítica. Contudo, como qualquer ferramenta, ela exige alguma experiência para usá-la adequadamente, e, quando usada erroneamente, os resultados podem ser desastrosos. É muito importante compreender a teoria e a base matemática do FEA para estar ciente das suas limitações. É também muito importante testar e verificar qualquer modelo de análise pelo FEA contra uma solução analítica de um problema-teste ou a partir de dados experimentais, em vez de aceitar os resultados encontrados. Esta unidade apresentou apenas uma breve introdução ao tópico e tentou apontar alguns dos perigos associados à construção de modelos de FEA viáveis. A escolha de um elemento adequado, que melhor se adapte à situação de geometria e carregamento, é o primeiro passo. Verificar que a malha convergiu razoavelmente para uma solução aceitável tambémé importante. Talvez o aspecto mais difícil da modelagem por elementos finitos seja a criação de condições de contorno realistas que representem razoavelmente bem as condições reais do sistema físico a ser modelado. Antes de tentar usar o FEA profissionalmente, o aluno é incentivado a procurar mais informações e/ou instruções na teoria e na prática da análise pelo FEA, seja por meio de cursos dedicados a esse assunto ou lendo a literatura disponível. RESUMO ATÉ A PRÓXIMA AULA!
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