Buscar

PERICIA CONTABIL - LIVRO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 228 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 228 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 228 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Contábil
Prof. Marcos Antonio Barbosa de Lima
PeríCia
Indaial – 2023
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof. Marcos Antonio Barbosa de Lima
Copyright © UNIASSELVI 2023
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. LIMA, Marcos Antonio Barbosa de.
Perícia Contábil. Marcos Antonio Barbosa de Lima - SC: Arqué, 2023.
218 p.
ISBN 978-65-5646-622-4
ISBN Digital 978-65-5646-623-1
“Graduação - EaD”.
1. Laudo 2. Justiça 3. Vistoria 
CDD 657
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Prezado acadêmico, estudaremos neste material didático a Perícia Contábil. 
Trata-se de um tema de grande relevância no seu processo de formação profissional, 
pois lhe trará uma base teórico-profissional necessária para oportunidades no mercado de 
trabalho, pois a sua atuação não é apenas no vasto contexto da Justiça Estadual, Justiça 
do Trabalho e Justiça Federal; o perito contábil também tem oportunidades de atuar nas 
cisões e fusões empresariais, cenários mais comuns de atuação do profissional perito 
contador.
Na Unidade 1 abordaremos a perícia como prova judicial, a perícia contábil, o 
profissional perito judicial e seu campo de atuação. Trataremos da legislação pertinente 
a cada tema.
Na Unidade 2, trataremos a respeito dos quesitos, que são as perguntas e as 
indagações feitas no processo judicial e que limitarão o universo de atuação do perito 
contador. Estudaremos, ainda, os relatórios periciais, quais sejam: o laudo pericial 
contábil e o parecer técnico contábil.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos a respeito da Arbitragem, trazendo as 
noções deste tema e a legislação aplicável, finalizando com a mediação.
Este material didático é de relevante significado nos seus estudos como pro-
fissional contador, pois tratará de assuntos relevantes concernentes ao perito contábil, 
que, espero, o torne um profissional qualificado para atuar em um mercado de trabalho 
tão promissor.
Excelentes estudos!
Profº. Marcos Antonio Barbosa de Lima
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — PERÍCIA, PERITO JUDICIAL E CAMPO DE ATUAÇÃO ......................1
TÓPICO 1 — PROVA PERICIAL ................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2 PROVAS EM JUÍZO ............................................................................................... 3
2.1 PROVAS EM JUÍZO .............................................................................................................. 4
3 PROVA PERICIAL .................................................................................................8
3.1 PROVA PERICIAL ...................................................................................................................9
3.1.1 Modalidades da prova pericial ..................................................................................11
3.1.2 Ônus da prova ............................................................................................................13
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 16
TÓPICO 2 — PERÍCIA CONTÁBIL........................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 19
2 BREVE HISTÓRICO ............................................................................................. 19
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS ...................................................................................................20
3 PERÍCIA CONTÁBIL ...........................................................................................22
3.1 CONCEITO ........................................................................................................................... 22
3.2 OBJETO E OBJETIVO DA PERÍCIA CONTÁBIL ............................................................27
3.3 PROCEDIMENTOS PERICIAIS ......................................................................................... 29
3.4 APLICAÇÕES DA PERÍCIA CONTÁBIL ...........................................................................31
3.5 VOCABULÁRIO, VERNÁCULO E LINGUAJAR NA PERÍCIA CONTÁBIL ..................34
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................39AUTOATIVIDADE .................................................................................................. 40
TÓPICO 3 — PERITO JUDICIAL .............................................................................45
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................45
2 PERITO CONTÁBIL .............................................................................................45
2.1 CADASTRO NACIONAL DE PERITOS CONTÁBEIS (CNPC) ........................................50
2.2 RECUSA, IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO .....................................................................51
2.2.1 Recusa ......................................................................................................................... 52
2.2.2 Impedimento e suspeição ..................................................................................... 52
3 PERITO ASSISTENTE ........................................................................................54
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................58
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................63
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................64
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 67
UNIDADE 2 — QUESITOS E RELATÓRIO PERICIAIS: LAUDO E PARECER .................69
TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO DA PERÍCIA CONTÁBIL .........................................71
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................71
2 ATOS PREPARATÓRIOS .................................................................................... 72
2.1 ATOS PREPATÓRIOS .........................................................................................................72
2.1.1 Nomeação do perito e indicação do assistente e sua motivação .................74
3 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA CONTÁBIL ........................................................ 76
3.1 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA CONTÁBIL .....................................................................76
3.1.1 Desenvolvimento do planejamento ......................................................................84
3.1.2 Honorários ..................................................................................................................88
3.1.3 Levantamento dos honorários .............................................................................. 93
3.1.4 Responsabilidade de pagamento dos honorários .......................................... 96
periciais ................................................................................................................................ 96
3.2 DILIGÊNCIAS ..................................................................................................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................105
AUTOATIVIDADE .................................................................................................106
TÓPICO 2 — QUESITOS .......................................................................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................109
2 QUESITOS ........................................................................................................109
2.1 QUESITOS ORDINÁRIOS ................................................................................................. 110
3 QUESITOS DA PERÍCIA CONTÁBIL ................................................................. 112
3.1 QUESITOS DA PERÍCIA CONTÁBIL ............................................................................... 112
3.1.1 Quesitos impertinentes........................................................................................... 115
3.1.2 Quesitos suplementares .........................................................................................117
3.1.3 Quesitos para esclarecimento ............................................................................. 118
3.1.4 Caso prático ............................................................................................................. 119
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 125
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 126
TÓPICO 3 — RELATÓRIOS PERICIAIS: LAUDO E PARECER .............................. 129
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 129
2 LAUDO PERICIAL CONTÁBIL .......................................................................... 129
2.1 LAUDO PERICIAL ............................................................................................................. 130
3 PARECER PERICIAL CONTÁBIL ...................................................................... 136
3.1 PARECER PERICIAL CONTÁBIL ................................................................................... 136
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 139
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................146
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 147
REFERÊNCIAS .....................................................................................................150
UNIDADE 3 — ARBITRAGEM: NOÇÕES E LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ................ 153
TÓPICO 1 — NOÇÕES DE ARBITRAGEM.............................................................. 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 155
2 ARBITRAGEM .................................................................................................. 156
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ARBITRAGEM ................................................................. 156
2.2 ARBITRAGEM NO CENÁRIO ATUAL ............................................................................ 158
2.3 CONCEITUAÇÃO DE ARBITRAGEM .............................................................................. 161
2.4 PRINCÍPIOS DA ARBITRAGEM ...................................................................................... 162
2.5 LIMITE GERAL IMPOSTO À POSSIBILIDADE DE SOLUÇÃO ARBITRAL ............... 164
2.6 PROCEDIMENTO DA ARBITRAGEM ............................................................................. 165
2.7 SENTENÇA ARBITRAL .....................................................................................................167
3 ÁRBITRO ..........................................................................................................168
3.1 ÁRBITRO ............................................................................................................................ 168
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................171
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 172
TÓPICO 2 —LEI DE ARBITRAGEM ....................................................................... 175
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 175
2 CAPÍTULOS I E II DA LEI DE ARBITRAGEM .................................................... 176
2.1 CAPÍTULO I DA LEI DE ARBITRAGEM ..........................................................................176
2.2 CAPÍTULO II DA LEI DE ARBITRAGEM .........................................................................1783 CAPÍTULOS III E IV DA LEI DE ARBITRAGEM .................................................184
3.1 CAPÍTULO III DA LEI DE ARBITRAGEM ....................................................................... 184
3.2 CAPÍTULO IV DA LEI DE ARBITRAGEM ..................................................................... 188
4 CAPÍTULOS V E VI DA LEI DE ARBITRAGEM .................................................. 192
4.1 CAPÍTULO V DA LEI DE ARBITRAGEM ........................................................................192
4.2 CAPÍTULO VI DA LEI DE ARBITRAGEM ..................................................................... 195
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................198
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 199
TÓPICO 3 — MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO ......................................................... 203
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 203
2 MEDIAÇÃO ...................................................................................................... 203
2.1 MEDIAÇÃO .......................................................................................................................203
3 CONCILIAÇÃO ................................................................................................ 206
3.1 CONCILIAÇÃO ..................................................................................................................206
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................... 208
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................214
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 215
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 217
1
UNIDADE 1 — 
PERÍCIA, PERITO JUDICIAL E 
CAMPO DE ATUAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• estudar a prova pericial;
• conhecer a legislação e as normas aplicáveis à perícia;
• compreender a perícia contábil, seus conceitos e sua aplicação;
• reconhecer o perito judicial.
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – PROVA PERICIAL 
TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – PERÍCIA CONTÁBIL
TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – PERITO JUDICIAL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
PROVA PERICIAL
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO 
Para o estudo da prova pericial contábil é necessário o desenvolvimento de uma 
abordagem interdisciplinar, buscando fazer as inter-relações dos diversos aspectos 
do Direito Processual Civil com nossa área de estudo, a Ciência Contábil voltada à 
especialidade da perícia contábil (ORNELAS, 2017). 
Assim, será necessário que sejam estudados alguns aspectos doutrinários 
fundamentais quanto ao instituto da prova, tratados por ilustres juristas de nosso país. É 
conteúdo fora de nosso domínio técnico e científico, mas essencial ao entendimento da 
prova pericial contábil. 
A prova pericial, que está expressa no CPC, Art. 464, como: “a prova pericial 
consiste em exame, vistoria ou avaliação”. Para fazer o exame, a vistoria ou avaliação, 
o perito baseia-se em fatos documentados. Os procedimentos, que estão elencados 
nos itens 16 a 29 na NBC TP 01, expressam e ampliam esse conceito, como: exame, 
vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação 
(MAGALHÃES, 2017). 
É necessário, então, que o perito tenha algumas noções fundamentais quanto 
ao instituto da prova, qual sua função, a quem compete o ônus da prova, os meios de 
prova contábeis disponíveis, bem como os tipos de prova, sobre os quais desenvolverá 
sua tarefa pericial (ORNELAS, 2017). 
2 PROVAS EM JUÍZO
Quando duas pessoas fazem um contrato ou um acordo, escrito ou não, e uma 
delas não cumpre o contratado ou o acordado, a outra parte se sente prejudicada em 
seus direitos. O ideal, caro acadêmico, seria que a situação fosse resolvida por si só, 
somente entre as partes envolvidas (MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 2017). 
No entanto, você sabia que, na maioria das vezes, há a necessidade da inter-
venção de terceiros? Pois bem, a intervenção citada, se faz no Judiciário, onde são 
apresentadas a queixa e as provas de direitos não atendidos. A busca pela tutela ju-
risdicional, que se manifesta com o exercício do direito de petição pelas partes, depende 
imensamente dos elementos de prova (MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 2017). É o que veremos 
a seguir.
4
2.1 PROVAS EM JUÍZO
De acordo com Moura (2020), prova pode significar comprovar, evidenciar, 
demonstrar, formar juízo de, reconhecer, confirmar, autenticidade de alguma coisa, 
demonstração pela qual se verifica a exatidão de cálculo. Assim, a prova em juízo é aplicada 
com vistas a demonstrar a existência do ato, isto é, aquilo que atesta a veracidade de 
alguma coisa; é uma demonstração evidente, atestando ou garantindo uma intenção, um 
sentimento, um testemunho (MOURA, 2020).
Müller, Timi e Heimonski (2017) afirmam que a prova judicial objetiva demonstrar a 
correção da causa de pedir ou de contestar. 
Calma, caro acadêmico, explicaremos melhor a seguir:
As provas em juízo, ou seja, as provas produzidas na fase de instrução do 
processo judicial, têm intuito de convencer o juiz a respeito da pretensão da autora ou 
da resistência do réu. Em outras palavras, caro acadêmico: a prova é o meio pelo qual o 
litigante, que alegou um fato contestado pelo outro, se serve para demonstrar ao Juízo a 
sua existência e realidade, a saber, sua veracidade.
As provas produzidas são importantes, pois auxiliam na elucidação de litígios, 
tendo em vista que essas provas podem ser consideradas como a reconstrução da 
história do que aconteceu (MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 2017; ORNELAS, 2017; MOURA, 2020).
E, caso não existissem as provas judiciais?
Ora, caro acadêmico, caso não existissem as provas, o magistrado ficaria na 
dependência do “disse me disse”. Por isso que na legislação do nosso país, os meios de 
prova que podem existir num processo são, entre outros:
• documentos;
• testemunhas;
• declarações das partes;
• vistorias;
• perícias;
• inspeções judiciais.
Os doutrinadores da área do direito afirmam que os litigantes devem compor 
uma base qualificada de provas; usando agora uma expressão em latim: “allegatio 
et non probatio, quasi non allegatio”, isto é, o alegado sem a prova que o sustente é o 
mesmo que não alegado, em outras palavras, podemos afirmar que o alegado sem prova 
não está revestido da credibilidade necessária.
5
Podemos extrair das obras dos autores Müller, Timi e Heimonski (2017), Ornelas 
(2017) e Moura (2020), que a importância da prova em juízo reside no fato de que esta 
é a comprovação, por meios lícitos, da veracidade, isto é, a autenticidade dos fatos que 
auxiliam a evidenciar a convicção jurídica. Nisso, podemos afirmar, caro acadêmico, que 
a prova utilizada em juízo é o conjunto de fatos que levam à convicção. 
O Código Civil brasileiro, instituído pela Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, 
nos traz, em seu Artigo 212, os meios de se obter as provas em um processo:
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico 
pode ser provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V – perícia (BRASIL, 2002).
Podemos afirmar, ainda, que as provas permitidas na legislação de nosso país são 
todas as legais e moralmente legítimas, mesmo que não expressamente previstas na 
legislação.Temos como fonte os Artigos 369 a 380 do Código de Processo Civil (CPC), 
Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015, que, a seguir, abordaremos.
O Artigo 369 do CPC, nos diz o seguinte:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, 
bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste 
Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a 
defesa e influir eficazmente na convicção do juiz (BRASIL, 2015).
Vemos, portanto, que as partes devem empenhar-se de todos os meios legais 
para a produção de provas com vistas a evidenciar a verdade dos fatos e, com isso, 
obter o deslinde da lide.
Enquanto o Artigo 370 afirma que “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da 
parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz 
indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias” 
(BRASIL, 2015).
O juiz solicita, por meio de despacho saneador, que as partes apresentem as provas 
que desejam produzir. Aceitando esse pedido, em sentença determina a produção de 
provas e, se aceitar a prova pericial, nomeia o perito, mandando as partes apresentarem os 
quesitos. Dessa forma, mantém o controle dos autos e afasta solicitações inúteis utilizadas 
com o propósito de protelar o andamento do processo (MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 2017).
6
O Artigo 371, nos evidencia o seguinte: “O juiz apreciará a prova constante dos 
autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as 
razões da formação de seu convencimento” (BRASIL, 2015). Então, caro acadêmico, 
vemos que o juiz deverá evidenciar na sua decisão os motivos (ou razões) da formação do 
seu convencimento. 
O juiz, no exercício da sua função, poderá utilizar-se de prova que fora produzida 
em outro processo, conforme determina o Artigo 372: “O juiz poderá admitir a utilização 
de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, 
observado o contraditório” (BRASIL, 2015).
No que se refere ao ônus da prova, ou seja, o encargo da prova, é trazido nos 
termos do Artigo 373 do CPC:
O ônus da prova incumbe:
I- ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 
cumprir o encargo nos termos do  caput  ou à maior facilidade 
de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o 
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade 
de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação 
em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível 
ou excessivamente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por 
convenção das partes, salvo quando:
I- recair sobre direito indisponível da parte;
II- tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou 
durante o processo (BRASIL, 2015).
No ordenamento jurídico pátrio, o ônus da prova é de quem acusa, assim, 
a parte que acusa tem que comprovar o que foi dito. Portanto, conforme o inciso 
I supra, o ônus da prova cabe ao autor. No entanto, no inciso II, parágrafo 1º, o juiz poderá 
atribuir o ônus da prova de modo diverso, dando direito à parte do contraditório para se 
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
E todos os fatos trazidos aos autos necessitam ser provados?
Bem, caro acadêmico, o Artigo 374 do CPC, nos traz esta resposta, vejamos:
Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de 
veracidade (BRASIL, 2015).
7
Vemos, portanto, que o Artigo 374 (BRASIL, 2015) nos afirma que é desnecessário 
provar os pontos incontroversos, ou seja, aqueles que não estão sendo discutidos, os 
confessados, os notórios. Podemos afirmar, portanto, se não há desacordo, acordado está.
O Artigo 375 do CPC (BRASIL, 2015) nos relata que “o juiz aplicará as regras de 
experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece 
e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial”. 
Vemos neste artigo que o exame pericial é uma das maneiras que o juízo tem ao seu 
dispor para solucionar a lide.
De acordo com o Artigo 376 do CPC (BRASIL, 2015), “a parte que alegar direito 
municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se 
assim o juiz determinar”.
Geralmente, a parte não tem a obrigação de provar a existência, bem como a 
validade da legislação que tenha sido utilizada nos autos, tendo em vista que a legislação 
deve ser, presumivelmente, conhecida pelo juiz, a quem cabe aceitá-la e aplicá-la ao caso 
concreto, ou rejeitar e afastar a sua aplicação. No entanto, há uma exceção expressa no 
CPC, em seu Artigo 376 supra.
Dando continuidade, temos o Artigo 377 no qual consta:
A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão 
o julgamento da causa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea 
“b”, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, 
a prova neles solicitada for imprescindível. Parágrafo único. A carta 
precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo ou concedidas 
sem efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a qualquer 
momento (BRASIL, 2015).
Para compreendermos o Artigo 377 teremos, caro acadêmico, que explicar o 
termo ‘carta precatória’. Por definição, carta precatória, de acordo com Müller, Timi e 
Heimonski (2017), é o instrumento utilizado para requisitar a outro juiz o cumprimento 
de algum ato necessário ao andamento do processo. É através da carta precatória que 
são solicitadas a citação, a penhora, a apreensão ou qualquer outra medida processual, 
que não poderia ser executada no juízo em que o processo se encontra, devido à 
incompetência territorial, em outras palavras, a designação do ato está subordinada ao 
juízo de outra localidade.
Uma vez que já temos conhecimento da definição de carta precatória, vemos 
no Artigo 377, que a perícia pode ocorrer por carta precatória, ou seja, o processo de 
origem se encontra em outra comarca. Assim, o juiz realiza um pedido ao juízo de outra 
comarca para citar o réu, ou a testemunha, ou proceder à perícia, estabelecendo-se 
entre as comarcas cooperação mútua, tendo em vista que não existe hierarquia nessa 
relação entre magistrados.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art313vb
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art313vb
8
O Artigo 378 do CPC facilitou a realização das diligências periciais, vejamos: 
“ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento 
da verdade” (BRASIL, 2015). 
O CPC traz, no Artigo 379, o direito constitucional das partes de não produzirem 
provas contra si:
Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe 
à parte:
I- comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;
II- colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for 
considerada necessária;
III- praticar o ato que lhe for determinado (BRASIL, 2015).
E, encerrando as disposições gerais do CPC que tratam das provas, temos o 
Artigo 380:
Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa:
I- informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha 
conhecimento;
II- exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.
Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, deter-
minar, além da imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, 
mandamentais ou sub-rogatórias (BRASIL, 2015).
Vemos neste artigo que o magistrado poderámultar ou determinar medidas 
indutivas e coercitivas aos terceiros que não colaborarem para a instrução processual. 
Enfatiza, ainda, a necessidade de colaboração para a produção da prova adequada.
3 PROVA PERICIAL 
Prezado acadêmico, já sabemos, conforme estudado anteriormente, os diversos 
meios de prova que podem existir num processo judicial. Lembra quais são eles? Vamos 
recordar juntos, então. São exemplos de meios de provas: documentos, testemunhas, 
declarações das partes, vistorias, perícias, inspeções judiciais. 
Vamos, agora, fazer uma imersão no meio de prova perícia, também chamado 
de prova pericial. Moura (2020) afirma que, de modo amplo, entende-se por perícia um 
meio de prova, tendo em vista que através dessa prova se examinam e se verificam 
fatos da causa.
A perícia, de acordo com o princípio da lei processual, é a medida que vem 
mostrar o fato, quando não haja meio de prova documental para revelá-lo ou, ainda, 
quando se deseja esclarecer as circunstâncias a respeito do fato e que não se encontrem 
devidamente definidos nos autos do processo (MOURA, 2020).
9
A perícia tem como finalidade a prova, quer seja no âmbito judicial, arbitral 
ou extrajudicial e visa subsidiar a justiça, servindo como elemento para uma decisão. A 
perícia é fonte de prova e seu objetivo principal é a prova (MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 
2017; ORNELAS, 2017; CREPALDI, 2019; MOURA, 2020).
3.1 PROVA PERICIAL
A prova pericial é o exame elaborado pelo profissional com formação e 
conhecimento sobre a área com base no Código de Processo Penal (CPP) e no Código 
de Processo Civil (CPC). A função da perícia judicial é fornecer ao juiz que atua 
no processo elementos de convicção sobre fatos que dependem de conhecimento 
técnico ou científico (CREPALDI, 2019). 
A palavra perícia vem do latim perita, e significa “conhecimento adquirido pela 
experiência”. Quando necessitamos de uma opinião válida e competente, ou quando 
buscamos um entendedor de um determinado tema, buscamos um perito (SANTOS, 2020).
Quem de nós, assistindo um telejornal, ou navegando numa página da internet, 
ou na nossa rede social, já se deparou com notícias do tipo: 
“Peritos da Polícia Federal concluem inspeção ao sistema eletrônico de votação 
no TSE. Durante toda a semana, especialistas realizaram diversos testes em todas as 
etapas do sistema” (TSE, 2022, s. p.).
Ou deste tipo: 
“Após perícia, PF localiza contratante de fake news em Cuiabá. Ele foi conduzido 
para a sede da corporação, onde prestou depoimento” (SBT NEWS, 2022, s.p.). 
E como esta:
“Perícia divulga 5 fatores que contribuíram para queda do Edifício Andrea. O 
prédio desabou no dia 15 de outubro de 2019. Nesta quinta-feira (30), as autoridades 
divulgaram em coletiva de imprensa que três pessoas foram indiciadas. Nenhuma delas 
chegou a ser presa” (DIÁRIO DO NORDESTE, 2020, s. p.).
Ou como esta?
“Juiz determina perícia em empresa para apurar salário extra folha. Uma operadora 
de telemarketing procurou a Justiça do Trabalho alegando recebimento de salário extra 
folha, uma das violações aos direitos trabalhistas mais difíceis de serem comprovadas” 
(JUSBRASIL, 2023, s. p.). 
10
Como exemplificado anteriormente, caro acadêmico, existem vários tipos de 
perícia, a depender do ramo do conhecimento. Portanto, as perícias podem ser de vários 
tipos, com finalidades voltadas para cada uma das situações específicas, por exemplo:
• perícia criminal;
• perícia ambiental;
• perícia de engenharia; 
• perícia tecnológica; 
• perícia médica;
• perícia contábil.
O ambiente pericial é extremamente voltado à justiça, pois a perícia busca, 
independentemente do tipo, a solução do litígio, seja em ambiente judicial ou extrajudicial, 
ou ainda no aspecto arbitral. Numa perícia, busca-se a opinião do investigador (que 
denominamos perito), muitas vezes num ambiente de controvérsia, dúvida, indícios de 
fraude, de erros, de problemas (MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 2017). 
Observe este exemplo de um ambiente pericial: uma parte acha 
que deve R$ 100,00 (cem reais) e a outra entende que deve pagar 
R$ 80,00 (oitenta reais). Qual das partes está correta? Neste caso, o 
perito buscará responder essa questão. Há uma resposta ou uma 
solução para a controvérsia? Talvez, o perito conclua que ambas 
as partes estejam erradas, tendo em vista que o valor devido é R$ 
92,75 (noventa e dois reais e setenta e cinco centavos).
IMPORTANTE
A perícia, de acordo com Müller, Timi e Heimonski (2017), tem como finalidade, 
ainda, um esclarecimento sobre determinado fato ocorrido, podendo ter vários 
propósitos, a saber: administrativos, judiciais, políticos, fiscais ou propósitos especiais. 
Assim, para identificarmos o propósito da perícia, temos que indagar para que 
queremos a perícia: para atender a uma necessidade judicial? A uma necessidade 
extrajudicial? A um fato administrativo? Ao término de uma sociedade empresarial? A 
uma apuração de haveres? Ou para casos especiais, como uma situação relacionada a 
desvios de recursos de uma instituição municipal, por exemplo?
Assim, podemos concluir que a prova pericial é baseada no conhecimento 
técnico, na experiência, na expertise, nas normas, no estudo formal do expert, que 
tem competência para formar uma opinião sobre assuntos relacionados aos pontos 
controversos de um processo judicial. Nisso, a prova pericial é de suma importância para 
auxiliar o juiz na sua decisão, transformando os fatos relativos à lide, de natureza técnica 
ou científica, em verdade formal, em certeza jurídica (MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 2017; 
ORNELAS, 2017; CREPALDI, 2019; MOURA, 2020; SANTOS, 2020).
11
Prova: é todo meio legal usado no processo (administrativo e/ou 
judicial), capaz de demonstrar a verdade dos fatos alegados.
Prova pericial: no rol das provas, a de maior hierarquia. No jargão 
forense, a “rainha das provas” – sua antítese, a prova testemunhal, é 
a “prostituta das provas” (CREPALDI, 2019, p. 126).
IMPORTANTE
3.1.1 Modalidades da prova pericial
De acordo com o Artigo 464 do CPC, existem três modalidades de prova pericial, 
requisitadas de acordo com a necessidade e a área técnica de conhecimento:
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I- a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II- for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III- a verificação for impraticável.
§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em subs-
tituição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, 
quando o ponto controvertido for de menor complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição 
de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que 
demande especial conhecimento científico ou técnico.
§ 4º Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação aca-
dêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se 
de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com 
o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa (BRASIL, 2015).
A seguir, de acordo com os autores Moura (2020), Sousa (2020), Crepaldi (2019) 
e Ornelas (2017), trataremos cada uma das modalidades de prova pericial:
• Exame: inspeção de pessoas, animais, coisas ou bens móveis. É a análise ou 
observação de pessoas, animais ou coisas, com o objetivo de extrair informações. Por 
exemplo: livros contábeis e fiscais, documentos, contratos, verificação de cálculos.
• Vistoria: constatação in loco do estado ou da situação de determinada coisa ou bem 
imóvel. É a análise de bens imóveis in loco, com o objetivo de verificar se há dano ou 
avaria. Por exemplo, a vistoria em imóveis, em máquinas, em equipamentos, estoques de 
mercadorias.
• Avaliação: verificação ou atribuição de valor a alguma coisa, bem ou obrigação. É 
a atribuição ou verificação de valor a alguma coisa, obrigação ou bem. Por exemplo, 
avaliação de bens feita em inventário, em partilhas ou em processos administrativos,bem como nas execuções para estimação de valores a partilhar ou em penhora.
12
As perícias podem ser classificadas também quanto processo, a saber: em 
perícia judicial, extrajudicial e arbitral:
• Perícia judicial: é aquela realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder 
Judiciário, por solicitação das partes (autor e réu) e por determinação do juiz. Exemplos: 
apuração de haveres, revisional de contratos, lucros cessantes, litígios trabalhistas, 
criminal, varas de família, varas de falência e recuperação judicial.
• Perícia extrajudicial: é aquela realizada fora do âmbito do Poder Judiciário, por 
vontade das partes, sendo elas pessoas físicas ou jurídicas, quando não há necessidade 
de decisão judicial ou arbitral. Por exemplo: avalições de patrimônio e fusões, cisões 
e incorporações em geral, revisão de contratos para negociação de dívidas, passivo 
trabalhista.
• Perícia arbitral: é aquela realizada no âmbito do juízo arbitral. A Lei nº 9.307, de 23 de 
setembro de 1996, dispõe sobre a arbitragem. Qualquer pessoa capaz poderá valer-se 
de arbitragem, cujo objeto da lide é o direito patrimonial disponível. É o mecanismo 
privado de solução de litígios, sendo um meio alternativo de solução de controvérsias 
através da intervenção de uma ou de mais pessoas que recebem seus poderes de 
uma convenção privada. A perícia tem sua aplicação na arbitragem no momento da 
produção de provas.
Prova pericial ou diligência pericial?
A obtenção de provas, dos fatos pertinentes ao processo, objetiva responder aos 
quesitos, que podem ser ordinários (CPC, Art. 465, § 1º, III) e/ou suplementares (CPC, Art. 
469) e fazem-se através de diligências periciais; quanto aos quesitos de esclarecimentos 
(CPC, Art. 361), poderão ser respondidos nas audiências de instrução e/ou antes, por 
escrito, se assim decidir o juiz.
Inicialmente, para o entendimento, é fundamental conhecer os conceitos de “prova 
pericial” e de “diligência pericial”.
Prova pericial – está expressa no CPC (2015), Art. 464, como: “A prova pericial consiste 
em exame, vistoria ou avaliação.” Para fazer o exame, a vistoria ou avaliação o perito 
baseia-se em fatos documentados. Os procedimentos, numerados de 16 a 29 na NBC TP 
01, expressam e ampliam esse conceito, como: exame, vistoria, indagação, investigação, 
arbitramento, mensuração, avaliação e certificação: 
Diligência pericial – conhecendo os quesitos, o perito e/ou assistentes técnicos (se 
houver) podem iniciar as diligências para obtenção das provas dos fatos. As diligências 
consistem em todos os meios, lícitos, necessários, para obtenção de provas que 
possam estar fora dos autos (CPC, Art. 473, § 3º), como, por exemplo, acesso aos livros 
comerciais obrigatórios, facultativos, auxiliares, fiscais e sociais, e dos documentos 
de arquivos das partes ou de terceiros e documentos de órgãos públicos, oitiva de 
testemunhas (exceção) e outros.
A obtenção da prova pericial requerida e deferida nem sempre pode ser gerada só com 
os elementos acostados aos autos; são comuns situações em que informações dos autos 
são insuficientes. Assim, os peritos poderão buscar dados e provas junto às partes, em 
repartições públicas e outros locais (CPC, Art. 473, § 3º). Recomenda-se que solicitações 
INTERESSANTE
13
de documentos sejam feitas segundo as orientações emanadas da NBC TP 01, por 
escrito, através de Termo de Diligência (modelo no site do CFC), visando orientar quem 
irá preparar os informes solicitados, estabelecer prazos e comprovar o desempenho do 
próprio perito judicial. Poderá acontecer de a fonte não apresentar os informes e/ou 
documentos solicitados no Termo de Diligência, inviabilizando a obtenção 
da prova diligenciada. Nestas condições, deve o perito peticionar ao juiz 
com esclarecimentos.
No período de diligências o perito deverá:
a) registrar as datas, horários, locais das diligências, bem como os 
nomes e cargos das pessoas que o atenderam;
b) documentar, mediante papéis de trabalho, os elementos 
relevantes que servirão de suporte à conclusão formalizada no 
laudo e/ou parecer pericial;
c) a oitiva de testemunhas, como já mencionado anteriormente 
(por cautela), deve ser evitada em razão de jurisprudências com 
restrições a essa prática por parte do perito, pois há orientação de 
que a prova testemunhal só terá valor probante se reproduzida 
na presença do juiz (MAGALHÃES, 2017, p. 53-55).
3.1.2 Ônus da prova
A palavra ônus é entendida pelos nossos juristas não como dever para com outrem, 
seja a parte contrária, seja o próprio julgador. Quem afirma ou nega determinado fato 
é que tem o ônus, o interesse de oferecer ou produzir as provas necessárias que 
entende possam vir a corroborar as alegações oferecidas (ORNELAS, 2017).
O dever de provar compete a quem alega, a quem afirma ou nega determinados 
fatos da causa. Quem busca a proteção da justiça estatal ou arbitral depara com a 
necessidade de produzir suas provas. Quem oferecer as provas mais convincentes, 
fatalmente, obterá sucesso. 
É de se notar que ninguém está obrigado a produzi-las; todavia, não o fazendo, 
arcará com as consequências.
O Código de Processo Civil trata a questão como incumbência, em seu Art. 333, 
estipulando que:
incumbe: 
I- ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor" (BRASIL, 2015).
Na produção da prova pericial, é, portanto, indispensável o perito debruçar-se 
sobre a matéria fática objeto da causa, à luz da classificação contida no dispositivo legal, 
estudando-a detidamente sob essa ótica, o que lhe vai possibilitar traçar os caminhos 
técnicos a serem por ele percorridos mesmo porque é inerente a sua função colaborar 
para o descobrimento da verdade.
14
Por exemplo, os fatos administrativo-financeiros e patrimoniais obtidos pelo 
sistema de informações contábeis e respectivo suporte documental.
O ônus da prova é um dos institutos mais fundamentais do 
direito. Sem este instituto seria inviável a aplicação da justiça, 
tendo em vista que os pedidos e acusações realizados entre 
as pessoas não precisariam de comprovação, por meio de 
provas, para serem sustentados.
Por exemplo: Antonio entra com uma ação judicial contra 
Lucy, sua inquilina, cobrando aluguéis em atraso. Para que 
essa cobrança seja legítima, é fundamental que Antonio 
consiga comprovar que esses aluguéis são, de fato, 
devidos por Lucy, comprovando que ela é sua inquilina e, 
principalmente, que há aluguéis em atraso, sem pagamento. 
Essa comprovação esperada de Antonio, para que as suas 
afirmações sejam de fato acatadas pelo juiz, é o que o direito 
chama de ônus da prova.
IMPORTANTE
15
Neste tópico, você aprendeu:
• Que a prova em juízo é aplicada objetivando a demonstração da existência do ato, isto 
é, aquilo que atesta a veracidade de alguma coisa; é uma demonstração evidente, 
atestando ou garantindo uma intenção, um sentimento, um testemunho. 
• As provas produzidas na fase de instrução do processo judicial, tem intuito de 
convencer o juiz a respeito da pretensão da autora ou da resistência do réu. 
• Os meios de prova que podem existir num processo são, entre outros documentos, 
testemunhas, declarações das partes, vistorias, perícias, inspeções judiciais. 
• A prova pericial é o exame elaborado pelo profissional com formação e conhecimento 
sobre a área com base no Código de Processo Penal (CPP) e no Código de Processo 
Civil (CPC), cujo objetivo é fornecer ao juiz que atua no processo elementos de 
convicção sobre fatos que dependem de conhecimento técnico ou científico.
• As perícias podem ser de vários tipos, com finalidades voltadas para cada uma das 
situações específicas, por exemplo: perícia criminal; perícia ambiental; perícia de 
engenharia; perícia tecnológica; perícia médica; perícia contábil.
• As perícias, quanto ao processo, podem ser classificadas em perícia judicial, 
extrajudicial e arbitral.
• As modalidades de prova pericial são: exame, vistoriae avaliação.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 De acordo com os Artigos 369 e 370 do Código de Processo Civil – CPC, as partes 
terão o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, 
para provar suas alegações feitas nos autos no processo, cabendo ao magistrado 
determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. 
BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, 16 mar. 2015. 
Sabendo que o CPC descreve os meios de prova, analise as sentenças a seguir:
I- O fato jurídico somente poderá ser provado mediante perícia.
II- O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-
lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
III- A prova utilizada em juízo é o conjunto de fatos que levam à convicção.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
2 O Código de Processo Civil – CPC, Lei nº 13.105 de 16 de maio de 2015, trata das 
provas no Capítulo XII, a partir do artigo 369. 
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, 16 mar. 2015. 
A partir do CPC, analise as sentenças a seguir: 
I- As provas permitidas na legislação pátria são todas as legais e moralmente legítimas, 
mesmo que não expressamente previstas na legislação.
II- As provas permitidas na legislação brasileira são somente as previstas em lei.
III- As provas moralmente legítimas, mesmo que não expressamente previstas na le-
gislação, são permitidas na legislação nacional.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença III está correta.
c) ( ) As sentenças I, III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença II está incorreta.
 
AUTOATIVIDADE
17
3 A prova pericial é uma peça relevante numa lide, pois é baseada, sobretudo, em 
fatos científicos perante uma controvérsia técnica entre as partes envolvidas. Assim, 
a prova pericial é uma fonte confiável para que o magistrado possa embasar sua 
decisão de uma forma mais justa em uma ação judicial. Diante do excerto, classifique V 
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) É desnecessário provar os pontos incontroversos, ou seja, aqueles que não estão 
sendo discutidos, os confessados, os notórios. 
( ) A prova pericial consiste, exclusivamente, em exame.
( ) Perícia extrajudicial é aquela realizada fora do âmbito do Poder Judiciário.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 O ambiente pericial é extremamente voltado à justiça, tendo em vista que a perícia 
persegue a solução do litígio. Numa perícia busca-se a opinião do perito. Disserte 
sobre a classificação das perícias.
5 O CPC traz as modalidades da prova pericial em seu Artigo 464. Nesse contexto, 
disserte sobre as modalidades da prova pericial.
18
19
PERÍCIA CONTÁBIL
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO 
A perícia contábil é classificada como um dos gêneros de prova pericial. Assim, é 
um tipo de prova pericial utilizada pelas pessoas (físicas ou jurídicas) para esclarecer fatos 
ou questões contábeis controversas, servindo como meio de prova judicial. É solicitada 
pelo juiz, com vistas a auxiliá-lo na sua decisão como meio de prova para um fato que 
exija conhecimento técnico da área contábil. Tal prova ou opinião somente poderá ser 
emitida por especialistas com conhecimentos técnicos e científicos em contabilidade, ou 
seja, pelo perito contábil (MOURA, 2020; SANTOS, 2020; ORNELAS, 2017).
A perícia contábil possui objeto, finalidade, alcance e procedimentos peculiares, 
sendo um ramo específico da Contabilidade. O juiz tem por hábito intimar e determinar 
perícia contábil para qualquer tipo de perícia que inclua cálculos, que poderão ser feitos 
por contadores concursados do quadro funcional dos tribunais, ou por contadores 
externos ao quadro dos tribunais (CREPALDI, 2019; MÜLLER; TIMI; HEIMONSKI, 2017). 
Por constituir-se atribuição privativa de contador devidamente inscrito no 
Conselho Regional de Contabilidade (CRC) da sua jurisdição, a perícia contábil possui 
normas expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a saber:
• Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil, que estabelece 
diretrizes e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo perito, 
quando da realização de perícia contábil, no âmbito judicial e extrajudicial.
• Norma Brasileira de Contabilidade, NBC PP 01 (R1) – Perito Contábil, que estabelece 
diretrizes inerentes à atuação do contador na condição de perito. 
• Norma Brasileira de Contabilidade, NBC PP 02 – Exame de Qualificação Técnica, que 
dispõe sobre o exame de qualificação técnica para perito contábil.
2 BREVE HISTÓRICO
Acadêmico, as abordagens desenvolvidas neste subtema estabelecem os 
aspectos históricos da perícia em âmbito mundial e no Brasil. 
20
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS
A perícia contábil é tão antiga quanto à evolução da Contabilidade, surgindo em 
função das atividades mercantis, econômicas e sociais, bem como da necessidade dos 
juízes.
No Egito, por exemplo, conta Heródoto que, quando alguém perdia parte das suas 
terras devido ao avanço do rio, saía ao encontro do rei, dando-lhe parte do que houvera 
ocorrido; então o rei enviava inspetores ao local da situação do lote, e eles mediam para 
saber o tamanho da área que fora diminuída e, a partir daí, reduzir proporcionalmente o 
pagamento do tributo (ALBERTO, 2012; BLEIL; SANTIN, 2008).
Assim, podemos inferir que há indícios de perícia desde o início da civilização, 
entre os homens primitivos, quando o líder desempenhava todos os papéis: de juiz, 
de legislador e executor. Há registros, na Índia, do surgimento do árbitro eleito pelas 
partes, que desempenhava o papel de perito e juiz ao mesmo tempo (CREPALDI, 2019; 
ALBERTO, 2012).
Os autores Crepaldi (2019), Alberto (2012), Bleil e Santin (2008), relatam que 
também há vestígios de Perícia nos antigos registros da Grécia, com o surgimento das 
instituições jurídicas, área em que já naquela época se recorria aos conhecimentos de 
pessoas especializadas. Contudo, a figura do perito, ainda que associada ao árbitro, 
fica definida no Direito Romano primitivo, no qual o laudo do perito constituía a própria 
sentença. Depois da Idade Média, com o desenvolvimento jurídico ocidental, a figura do 
perito desvinculou-se da do árbitro.
No Brasil a perícia surge em 1850, por meio da Lei nº 556 – Código Comercial e 
do Regulamento nº 737. O Código de Processo Civil (CPC) de 1939 já estabelecia vagas 
regras sobre perícia. Foi, contudo, em 1946, com o advento do Decreto-lei nº 9.295/46 
(que criou o Conselho Federal de Contabilidade e definiu as atribuições do contador), 
que se institucionalizou a Perícia Contábil no Brasil (SÁ, 2019; MAGALHÃES, 2017):
 
Art. 25. São considerados trabalhos técnicos de contabilidade:
a) organização e execução de serviços de contabilidade em geral;
b) escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como 
de todos os necessários no conjunto da organização contábil e 
levantamento dos respectivos balanços e demonstrações;
c) perícias judiciais ou extra-judiciais, revisão de balanços e de 
contas em geral, verificação de haveres revisão permanente 
ou periódica de escritas, regulações judiciais ou extra-
judiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos 
Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer 
outras atribuíções de natureza técnica conferidas por lei 
aos profissionais de contabilidade.
§ 1º Os serviços profissionais de contabilidade são, por sua natureza, 
técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, 
nos termos da lei.    (Incluídopela Lei nº 14.039, de 2020)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14039.htm#art2
21
§ 2º  Considera-se notória especialização o profissional ou a 
sociedade de profissionais de contabilidade cujo conceito no campo 
de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, 
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe 
técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, 
permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o 
mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.  (Incluído 
pela Lei nº 14.039, de 2020)
Art. 26. Salvo direitos adquiridos ex-vi do disposto no art. 2º 
do Decreto nº 21.033, de 8 de Fevereiro de 1932, as atribuições 
definidas na alínea  c  do artigo anterior são privativas dos 
contadores diplomados (BRASIL, 1946, grifo nosso).
Os autores Sá (2019) e Magalhães (2017) relatam que, com o Decreto-lei nº 
8.579, de 8 de janeiro de 1946, significativas alterações foram introduzidas nas normas 
periciais. Também a Legislação Falimentar – Decreto-lei nº 7.661/45, com as alterações 
da Lei nº 4.983/66 estabeleceu regras de Perícia Contábil, que definiam esta atribuição 
ao contador. Atualmente aplicam-se as regras da Lei de Regularização de Empresas 
e Falência – Lei Federal nº 11.101/2005. O Novo Código de Processo Civil (CPC – Lei nº 
13.105/2015) entrou em vigor em 17 de março de 2016, formando um conjunto com as 
atualizações do Código de Processo Penal (CPP – alteração da Lei nº 11.960/2008), da 
Lei Processual Trabalhista (LTP – Lei nº 5.584/70) e da Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT – Decreto-lei nº 5.452/43), combinadas às jurisprudências de natureza processual.
Por fim, no que refere às normas de natureza técnica-contábil, chama-se 
a atenção para as atualizações das Normas expedidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, pelos seus conteúdos elucidativos e esclarecedores. É neste conjunto 
de normas que estão inseridas as que disciplinam a Perícia Contábil, a saber:
• Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil, que estabelece 
diretrizes e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo perito, quando 
da realização de perícia contábil, no âmbito judicial e extrajudicial (CFC, 2020a). 
• Norma Brasileira de Contabilidade, NBC PP 01 (R1) – Perito Contábil, que estabelece 
diretrizes inerentes à atuação do contador na condição de perito (CFC, 2020b).
• Norma Brasileira de Contabilidade, NBC PP 02 – Exame de Qualificação Técnica, que 
dispõe sobre o exame de qualificação técnica para perito contábil (CFC, 2016).
As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e Técnicas.
As Normas Profissionais estabelecem regras de exercício profissional e classificam-se em:
NBC PG – Geral.
NBC PA – do Auditor Independente.
NBC PP - do Perito Contábil.
As Normas Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos 
aplicados de Contabilidade e classificam-se em:
NBC TG – Geral.
IMPORTANTE
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14039.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14039.htm#art2
https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/84C661D4E97D9A91032569FA00546033?OpenDocument&HIGHLIGHT=1,
https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/84C661D4E97D9A91032569FA00546033?OpenDocument&HIGHLIGHT=1,
22
NBC TSP – do Setor Público.
NBC TA – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica.
NBC TASP – de Auditoria de Informação Contábil Histórica Aplicável ao Setor 
Público.
NBC TR – de Revisão de Informação Contábil Histórica.
NBC TO – de Asseguração de Informação Não Histórica.
NBC TSC – de Serviço Correlato.
NBC TI – de Auditoria Interna.
NBC TP – de Perícia.
Fonte: http://twixar.me/Bmxm. Acesso em: 10 jan. 2023.
3 PERÍCIA CONTÁBIL 
Nesta etapa, caro acadêmico, iremos trazer o conceito de perícia contábil, seu 
objeto e objetivo, bem como as modalidades e aplicações da perícia contábil. Vamos lá?
3.1 CONCEITO 
Como toda área do conhecimento, é necessário que saibamos os conceitos 
relacionados à área de estudo. No estudo da perícia contábil não é diferente, conhecer o 
conceito dela é de suma importância para que possamos entendê-la e prosseguir com os 
demais estudos inerentes a ela.
 
Então, prezado acadêmico, vamos apresentar diversos autores que trazem o 
conceito da perícia contábil. Iniciaremos pelo conceito adotado pelo Conselho Federal 
de Contabilidade na norma que trata de perícia contábil, a NBC TP 01 (R1) – Perícia 
Contábil, no seu item 2:
A perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnico-científicos 
destinados a levar à instância decisória elementos de prova neces-
sários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, 
mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em 
conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legis-
lação específica no que for pertinente (CFC, 2020a).
Costa (2017) e Crepaldi (2019) relatam que a definição de perícia contábil trazida 
pelo CFC é bastante ampla, portanto, para uma melhor compreensão é necessário que a 
fragmentemos:
23
Figura 1 – Perícia contábil: conceituação NBC TP 01 (R1)
Fonte: o autor
• Conjunto de procedimentos técnico-científicos: a norma especificou que a 
perícia contábil é uma técnica especial, possuindo procedimentos técnico-científicos 
peculiares. Nisso, ela difere dos conhecidos ramos da contabilidade: escrituração, 
demonstrações contábeis, auditoria e análise das demonstrações contábeis. Dentre 
os procedimentos típicos da perícia, temos: exame, vistoria, indagação, investigação, 
arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.
• Destinados a levar à instância decisória: é a aplicação da ciência contábil para a 
instância decisória, pois a perícia contábil auxiliará da justiça na decisão da lide.
• Elementos de prova: o perito sempre irá produzir um conhecimento amparado em 
provas, que serão apresentadas junto ao laudo ou parecer e levadas a uma instância 
decisória. 
Toda perícia tem por finalidade subsidiar um pedido, uma 
requisição a ser esclarecida para uma tomada de decisão. Por 
exemplo: o magistrado solicita perícia contábil sobre apuração de 
haveres de determinada pessoa física em uma ação de alimentos. 
O perito contábil irá identificar os rendimentos (poder econômico) 
da pessoa determinada e levar à instância decisória (juiz) o seu 
laudo pericial. O juiz, por sua vez, sentenciará o valor da pensão.
ATENÇÃO
24
• Necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de um fato: a 
opinião do perito, através da emissão do laudo ou parecer, subsidiará a solução de uma 
lide ou a constatação de um fato isolado. Vejamos dois exemplos:
◦ Exemplo 1: o litígio do item anterior, que é a determinação do valor da pensão 
alimentícia, será resolvido após a sentença do juiz, que estará amparada pelo 
laudo do perito. Com a opinião do perito, o juiz terá subsídios para determinar um 
valor justo à pensão alimentícia. 
◦ Exemplo 2: A constatação de um fato pode ser ilustrada da seguinte forma: o ad-
ministrador de determinada empresa contrata um perito contábil com a finalidade 
de averiguar uma possível fraude relacionada à contabilização do almoxarifado 
que a integra.
• Em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e a legislação 
específica no que for pertinente: 
i) as normas jurídicas são o Código Civil e do Código de Processo Civil; 
ii) já as normas profissionais a que se refere a NBC são pertinentes ao exercício 
profissional da contabilidade, ou seja, a NBC TP 01 (R1) dita os procedimentos 
necessários para o profissional da contabilidade desenvolver a atividade pericial, 
portanto é a norma técnica de perícia, e a NBC PP 01 (R1) que trata do profissional 
habilitado para desempenhar o papel de perito-contador; e 
iii) quanto à legislação específica, está condicionado àquilo que está sendo discutido 
no processo, nos autos, ouseja, trata-se da legislação específica do objeto da 
perícia. Exemplificando: ao efetuar uma perícia acerca de uma questão contábil, 
envolvendo uma empresa optante pelo Regime Simples Nacional, o contador 
deverá observar a Lei Complementar n. 123/2006 e as Resoluções do Comitê 
Gestor do Simples Nacional – normas específicas para as empresas optantes por 
esse regime.
Sá (2019, p. 3) também nos traz um conceito de perícia contábil:
Perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio indivi-
dualizado, visando oferecer opinião mediante questão proposta. Para 
tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, 
avaliações, arbitramentos, em suma, todo e qualquer procedimento 
necessário à opinião.
A partir do conceito de Sá, podemos complementar o seguinte:
• A necessidade de se conhecer uma opinião de especialista em Contabilidade sobre 
uma realidade patrimonial, em qualquer tempo, em qualquer espaço, qualitativa e 
quantitativamente, em causas e efeitos.
• O exame do especialista sobre o que se deseja conhecer como opinião.
• Por exemplo, quando ocorreu a denúncia, na Câmara Federal, sobre as corrupções no 
Orçamento da República, se fez necessário conhecer a “movimentação das contas 
bancárias” dos implicados, e isso gerou uma Perícia Contábil para cada caso.
25
Sá (2019, p. 2), nos afirma ainda, que “a perícia contábil é uma tecnologia porque 
é a aplicação dos conhecimentos científicos da Contabilidade”, ensejando numa opinião 
sobre verificação feita, relativa ao patrimônio individualizado (de empreendimentos 
ou de pessoas); e tal opinião foi determinada ou requerida por alguém.
Examinar, realizar levantamentos, vistoriar, fazer indagações, investigar, 
avaliar, arbitrar (diante da falta de elementos mais concretos), em 
suma, fazer o necessário para ter segurança sobre o que se vai opinar, 
são Procedimentos Periciais. Os procedimentos periciais aplicam-se, 
de acordo com a pertinência, a cada caso.
ATENÇÃO
Para Magalhães (2017, p. 6), ao trazer alguns conceitos de perícia contábil, 
aponta o seguinte:
Trabalho que exige notória especialização no seio das Ciências 
Contábeis, com o objetivo de esclarecer ao Juiz de Direito, ao 
Administrador Judicial (Síndico ou Comissário) e a outras autoridades 
formais, fatos que envolvam ou modifiquem o patrimônio de 
entidades nos seus aspectos quantitativos.
Apresentamos, ainda, os conceitos trazidos na obra de Ornelas (2017, pp. 16-18):
A perícia contábil é, pois, o exame hábil [...] com o objetivo de resolver 
questões contábeis, ordinariamente originárias de controvérsias, 
dúvidas e casos específicos determinados ou previstos em lei” 
(Gonçalves, 1968).
A perícia contábil se caracteriza como incumbência atribuída 
a contador, para examinar determinada matéria patrimonial, 
administrativa e de técnica contábil, e asseverar seu estado 
circunstancial (D’Áuria, 1962).
Perícia contábil é um instrumento técnico-científico de constatação, 
prova ou demonstração, quanto à veracidade de situações, coisas 
ou fatos oriundos das relações, efeitos e haveres que fluem do 
patrimônio de quaisquer entidades (Alberto, 1996).
E agora, depois da apresentação de diversos autores que trazem o conceito de 
perícia contábil, já podemos trazer os elementos principais desta conceituação, quais 
sejam:
26
• perícia contábil é uma técnica contábil;
• trata-se de uma técnica especial com procedimentos técnicos peculiares;
• é realizada por contador;
• subsidia a solução de litígio ou constatação;
• na perícia contábil é emitido o laudo pericial contábil ou o parecer pericial contábil;
• deverá seguir as normas e legislação pertinentes.
Podemos, ainda, trazer os elementos principais da conceituação de perícia 
contábil na Figura 2 a seguir:
Figura 2 – Perícia Contábil
Fonte: o autor
Crepaldi (2019) resume assim: a perícia contábil é o meio de prova realizado 
por profissional com formação e registro específico quando é necessária a aplicação de 
conhecimento em Contabilidade. Os procedimentos de trabalho em perícia contábil são 
o exame, a vistoria, a indagação, a investigação, o arbitramento, a mensuração, a avaliação 
e a certificação.
Na esfera judicial, a perícia pode ser elemento suficientemente determinante 
para o convencimento do magistrado, desde que haja componentes satisfatórios para 
elaborar um laudo que apresente conclusão totalmente incontroversa, ou seja, aquela 
em que os elementos, objetos da perícia contábil, apresentem um laudo conclusivo 
incontestável. O critério de avaliação desses bens destinados à exploração da atividade, 
previsto no Código Civil, em seu Art. 1.187 (BRASIL, 2002), serão avaliados pelo custo de 
aquisição, criando-se fundos de amortização para os que se desgastam ou depreciam.
27
3.2 OBJETO E OBJETIVO DA PERÍCIA CONTÁBIL 
A perícia contábil tem por objeto, de acordo com Ornelas (2017) e Santos 
(2020), os fatos ou questões patrimoniais relacionados com a causa, as quais devem 
ser verificadas, e, por isso, são submetidas à apreciação técnica do perito contador, que 
deve considerar, nessa apreciação, certos limites essenciais – que são os caracteres 
essenciais – a saber:
• limitação da matéria: refere-se à matéria que fora submetida à apreciação pericial 
delineada pelo próprio objeto sub judice ou pelo julgador dos pontos controvertidos 
quando do despacho saneador, ou em audiência;
• pronunciamento adstrito à questão ou questões propostas: o perito contador 
deverá manifestar-se somente no que se refere aos quesitos levantados nos autos 
do processo, ou seja, será exigido da perícia contábil pronunciamento limitado ou 
adstrito àquilo que foi apreciado;
• meticuloso e eficiente exame do campo prefixado: a tarefa pericial envolve a 
necessidade de o perito contador adotar procedimentos meticulosos e eficientes de 
exame das questões patrimoniais prefixadas no litígio;
• escrupulosa referência à matéria periciada: o perito contador deverá constatar e 
identificar as fontes informativas ou reveladoras dos elementos que pesquisou, há que 
desenvolver e correlacionar referidas fontes com as próprias questões sob análise ou 
apreciação, tomando o cuidado permanecer fiel nas referências às questões objeto 
do trabalho pericial;
• imparcialidade absoluta de pronunciamento: o laudo ou parecer, deverá refletir, 
com muita nitidez, uma posição de imparcialidade absoluta.
Para os autores Crepaldi (2019), Moura (2020) e Müller, Timi e Heimonski 
(2017), a perícia contábil tem como objetivo central fundamentar as informações 
demandadas, evidenciando a veracidade dos fatos de forma imparcial e merecedora 
de fé, tornando-os instrumentos de prova para o magistrado solucionar as questões 
propostas na lide. Assim, caberá ao perito fornecer elementos de prova ou uma 
opinião especializada sobre o estado verdadeiro do objeto ou matéria examinada, 
com vistas a subsidiar uma decisão, conforme NBC TP 01 (R1) (CFC, 2020a). 
O perito contábil, para o bom exercício do trabalho que lhe for atribuído, deve:
• conhecer o objeto e a finalidade da perícia, a fim de permitir a adoção de proce-
dimentos que conduzam à revelação da verdade, subsidiando o juiz, o árbitro ou o 
interessado a tomar a decisão a respeito do litígio;
• definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a serem 
aplicados, em consonância com o objeto da perícia;
• estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo estabelecido;
• identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamento 
da perícia;
28
• identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que não 
passem despercebidos e recebam a atenção necessária;
• identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia; 
• estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe de 
trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares;
• facilitar a execução e a revisão dos trabalhos.
Constitui-se objetivo de a perícia contábil definir a natureza, a 
oportunidadee a extensão dos exames a serem realizados, 
em consonância com o objeto da perícia, com os termos 
constantes da nomeação, dos quesitos ou da proposta de 
honorários oferecida pelo perito (CREPALDI, 2019).
IMPORTANTE
Crepaldi (2019, p. 52) aponta objetivos específicos da perícia contábil: 
Quadro 1 – Objetivos específicos da perícia contábil
Objetividade Não se desviar da matéria que motivou a questão.
Concisão
Compreende evitar o prolixo e emitir uma opinião que 
possa de maneira fácil facilitar as decisões.
Precisão
Oferecer respostas pertinentes e adequadas às questões 
formuladas ou finalidades propostas.
Confiabilidade
Consiste em estar a perícia apoiada em elementos 
inequívocos e válidos legal e tecnologicamente.
Clareza
Usar em sua opinião de uma linguagem acessível a quem 
vai utilizar-se de seu trabalho, embora possa conservar a 
terminologia tecnológica e científica em seus relatos.
Plena satisfação da finalidade
É exatamente o resultado de o trabalho estar coerente 
com os motivos que o ensejaram.
Fidelidade
Caracteriza-se por não se deixar influenciar por terceiros, 
nem por informes que não tenham materialidade e 
consistência competentes.
Fonte: adaptado de Crepaldi (2019)
29
A perícia contábil apresenta dois objetivos primordiais:
 
• Identificar elementos de prova; e 
• Subsidiar a emissão de laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil.
ATENÇÃO
Por exemplo: numa demanda societária, o 
perito é chamado para realizar a apuração de 
haveres de cada sócio. Ele elencará elementos 
fáticos na Contabilidade (quantificação dos 
valores registrados na escrituração contábil) e, 
com base em tais fatos, emitirá laudo pericial 
contábil ou parecer técnico-contábil com a 
demonstração dos haveres dos sócios.
Portanto, em seus objetivos específicos, a perícia contábil deve apresentar, de 
acordo com Crepaldi (2019, p. 53), os seguintes fatores:
• Objetividade: caracteriza-se pela ação do perito em não se desviar da matéria que 
motivou a questão.
• Precisão: respalda-se em oferecer respostas pertinentes e adequadas às questões 
formuladas ou finalidades propostas.
• Clareza: fundamenta-se em utilizar, ao emitir sua opinião, uma linguagem acessível 
com quem fará uso de seu trabalho, embora possa conservar a terminologia 
tecnológica e científica em seus relatos.
• Fidelidade: caracteriza-se por não se deixar influenciar por terceiros, nem por 
informes que não tenham materialidade e consistência competentes.
• Concisão: compreende evitar a prolixidade e emitir uma opinião que possa facilitar 
as decisões.
• Confiabilidade: consiste em estar a perícia apoiada em elementos inequívocos e 
válidos legal e tecnologicamente.
• Plena satisfação da finalidade: é, exatamente, o resultado de o trabalho estar 
coerente com os motivos que o ensejaram.
3.3 PROCEDIMENTOS PERICIAIS
Os procedimentos periciais técnico-científicos voltados para a atividade de 
perícia contábil fundamentam as conclusões que serão abordadas no laudo pericial 
contábil ou no parecer pericial contábil e abrangem, total ou parcialmente, segundo 
a natureza e a complexidade da matéria, a determinação de valores ou a solução de 
controvérsia (CREPALDI, 2019). 
30
A NBC TP 01 (R1) (CFC, 2020a) no item 32 nos apresenta os procedimentos 
técnico-científicos periciais, quais sejam: exame, vistoria, indagação, investigação, 
arbitramento, mensuração, avaliação, certificação e testabilidade. 
Figura 3 – Procedimentos periciais
Fonte: o autor
Esses procedimentos são assim definidos:
• Exame: é a análise de livros, registros das transações e documentos. Exemplo: o 
perito realiza exame ao analisar a conciliação bancária com o livro Diário.
• Vistoria: é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, 
coisa ou fato, de forma circunstancial. Trata-se de um procedimento de inspeção, 
por exemplo: o perito faz uma vistoria in loco dos meios de controle utilizados pela 
empresa para a guarda do estoque.
• Indagação: é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do 
objeto ou de fato relacionado à perícia. Exemplo: a realização de entrevista com os 
funcionários da controladoria da empresa periciada, a fim de apurar evidências para 
o laudo pericial.
• Investigação: é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer 
técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. Exemplo: o 
perito realiza investigação da vida particular dos envolvidos no objeto da perícia, 
descobrindo, por exemplo, que o fornecedor de material de uso e consumo para a 
empresa tem um forte vínculo de amizade com o responsável pelo setor de aquisição.
31
• Arbitramento: é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério 
técnico-científico. Exemplo: há o arbitramento de valores ao se estimar a quantidade 
de combustível utilizada pelos veículos de determinada empresa.
• Mensuração: é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos 
e obrigações. Exemplo: contagem física do estoque, medidas de áreas, avaliação de 
componentes patrimoniais etc.
• Avaliação: é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, 
despesas e receitas. Exemplo: avaliação do imobilizado da empresa.
• Certificação: é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo 
perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a 
esse profissional. Exemplo: o contador apresenta uma importação não contabilizada 
que foi certificada pelo despachante aduaneiro.
• Testabilidade: é a verificação dos elementos comprobatórios (probantes) juntados 
aos autos e o confronto com as premissas estabelecidas. Exemplo: o autor de 
determinada ação apresenta uma planilha nos autos, então o perito contábil testará 
se os cálculos apresentados na planilha estão corretos.
O procedimento de avaliação é semelhante ao arbitramento, no entanto, há uma 
diferença entre eles; no arbitramento utilizamos critérios técnico-científicos, já na 
avaliação somente estabelecemos o valor das coisas. 
Por exemplo: imagine-se a situação em que há consumo de água para a fabricação de 
determinado produto. Suponha, também, que o medidor de água esteja quebrado e que 
o perito necessite saber o volume consumido desse líquido na fabricação 
de determinada quantidade de produtos. Ele poderá arbitrar a 
quantidade de água consumida, multiplicando a vazão do cano pelo 
tempo em que o registro permaneceu aberto. Nesse caso, o perito 
utilizou um critério técnico para empreender sua obrigação. 
Considere outra circunstância: em um inventário, o perito tem a 
necessidade de verificar o valor de determinada fazenda que estava 
contabilizada no ativo da empresa. No caso, ele pode contratar um 
corretor com notório conhecimento do mercado imobiliário rural 
para realizar a avaliação do imóvel (CREPALDI, 2019, p. 55).
ATENÇÃO
32
Quadro 2 – Atuação do perito contador
i) Na inspeção judicial
Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento 
da parte, pode, em qualquer fase do pro-
cesso, inspecionar pessoas ou coisas, a fim 
de se esclarecer sobre fato que interesse à 
decisão da causa.
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz 
poderá ser assistido por um ou mais peritos 
(CPC, 2015).
O juiz pode determinar que seja realizada uma 
vistoria ou exame, sobre fato ou coisa, e a referi-
da inspeção poderá ser realizada por ele próprio, 
acompanhado de perito de sua confiança, se 
assim desejar.
A referida inspeção judicial é realizada via diligên-
cia, utilizando-se de vistoria do local ou da coisa 
que se deseja averiguar. Ocorre, por exemplo, em 
situações nas quais haja receio de perda, extravio 
ou desaparecimento de algum bem.
ii) No direito autoral
Art. 842. O mandado será cumprido por dois 
oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao 
morador, intimando-o a abrir as portas.
§ 1º Não atendidos, os oficiais de justiça 
arrombarão as portas externas, bem como 
as internas e quaisquer móveis onde presu-
mam que esteja oculta

Continue navegando