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Eletromagnetismo Lourenço Caprioglio Físico Médico Origens do Eletromagnetismo Faraday identificou a rotação do plano de polarização da luz quando era colocado num campo magnético. Acreditava nas linhas de campo elétrico e magnético como entidades físicas reais e não abstrações mate- máticas. Sua descoberta mais impor- tante é a indução eletromagnética, em 1831, utilizada na obtenção de energia elétrica nas usinas hidroelétricas. Maxwell demonstrou em 1864 que as forças elétricas e magnéticas têm sua natureza dependente do referencial: uma força elétrica em determinado referencial pode tornar-se magnética se analisada de outro, e vice-versa. Ainda provou que os anéis de Saturno tinham de ser constituídos de milha- res de meteoritos e fez importantes contribuições à termodinâmica. O termo magnetismo resultou do nome Magnésia, região da Ásia Menor (Turquia), devido a um minério chamado magnetita (ímã natural) com a propriedade de atrair objetos ferrosos à distân- cia (sem contato físico). Origens do Eletromagnetismo Usina de Itaipu-Brasil Usina de Três Gargantas-China Turbina em funcionamento Propriedades Magnéticas O mineral apresenta forma cristalina isométrica, geralmente na forma octaédrica. É um material quebradiço, fortemente magnético, de cor preta, de brilho metálico, com densidade de 5,18 g/cm3. A magnetita é a pedra-ímã mais magnética de todos os minerais da Terra, e a existência desta propriedade foi utilizada para a fabricação de bússolas. A Magnetita é um mineral magnético formado pelos óxidos de ferro II e III cuja fórmula química é Fe3O4. A magnetita apresenta na sua compo- sição, aproximadamente, 69% de FeO e 31% de Fe2O3 ou 26,7% de ferro e 72,4% de oxigênio. 1. Polaridade 3. Inseparabilidade2. Atratibilidade Não-MagnéticoMagnético Isso acontece porque a orientação magnética está nos átomos do material: Campo Magnético [B] Pólo Norte Linhas de Saída Pólo Sul Linhas de Entrada Campo Magnético é a região do espaço em torno de um condutor percorrido por corrente elétrica ou em torno de um ímã. Para cada ponto do campo magnético, existe um vetor B, denominado vetor campo magnético. No SI, a unidade do vetor B é o Tesla (T). Linhas de Força � São linhas fechadas que saem do polo norte e chegam no polo sul; � Representam geometricamente a atuação do campo magnético; � Sua concentração indica a intensidade do campo magnético. Linhas de Força S N Linhas de Força Linhas de Força Linhas de Força As linhas de indução são consideradas linhas fechadas (começam e terminam no mesmo corpo), enquanto que as linhas de campo elétrico são consideradas linhas abertas (começam em um corpo e terminam em outro). Representação das linhas de força linhas fechadas linhas abertas Magnetismo Terrestre SM NM Eixo Magnético Eixo Geográfico NG SG N S Magnetismo Terrestre Pólo magnético norte (2001) 81° 18′ N 110° 48′ W (2004) 82° 18′ N 113° 24′ W Pólo magnético sul (1998) 64° 36′ S 138° 30′ E (2004) 63° 30′ S 138° 0′ E A Terra funciona como um imenso ímã sendo, entretanto, fraco. O "Sul (S)" magnético deste ímã está próximo do polo norte geográfico e o "Norte (N)" magnético próximo do polo sul geográfico. Por isto, o norte do ímã da bússola apontará para o "Sul magnético" da Terra. Campo magnético da Terra Fenômenos Magnéticos Aurora Boreal – Pólo Norte Aurora Austral – Pólo Sul Vetor Indução Magnética Módulo:Depende da intensidade do campo magnético. Direção: Tangente às linhas de força do campo magnético. Sentido:O mesmo das linhas de força do campo magnético Vetor Indução Magnética A B C D BD BA BC BB N S Orientação de uma Bússola A agulha tem a mesma direção do vetor indução magnética com o polo norte apontando no mesmo sentido do vetor indução magnética. B NS Orientação de uma Bússola N S N S N S Campo Magnético Gerado por Corrente Elétrica � Vetor Perpendicular ao plano � Experiência de Oersted � Campo ao redor de fio retilíneo �Campo no centro de uma espira circular �Força Magnética Vetor Perpendicular ao Plano Vetor Entrando Vetor Saindo Em 1819, o cientista dinamarquês Oersted descobriu uma relação entre o magnetismo e a corrente elétrica. Ele observou que uma corrente elétrica ao atravessar um condutor produzia um campo magnético em torno de um condutor. Experiência de Oersted Experiência de Oersted Quando a corrente elétrica “ i “ se estabelece no condutor, a agulha magnética assume uma posição perpendicular ao plano definido pelo fio e o centro da agulha. Carga em Repouso Campo Elétrico Carga em Movimento Campo Elétrico e Campo Magnético O QUE CRIA O CAMPO MAGNÉTICO? Um campo magnético pode ser criado através do movimento de cargas, tal como o fluxo de corrente no fio, pode também ser criado pelo momento de giro do dipolo magnético, e pelo momento da órbita do dipolo magnético de um elétron dentro de um átomo. Fio enrolado aumenta o campo magnético Campo magnético rotacional ao redor do fio A intensidade do campo magnético em torno do condutor que conduz uma corrente depende dessa corrente. Uma corrente alta produzirá inúmeras linhas de força que se distribuem até regiões bem distantes do fio, enquanto uma corrente baixa produzirá umas poucas linhas próximas do fio. Campo ao redor de um fio retilíneo RELAÇÃO ENTRE FLUXO DE CORRENTE E CAMPO MAGNÉTICO A Regra da Mão Direita é uma forma conveniente de se determinar a relação entre o fluxo da corrente num condutor (fio) e o sentido das linhas de força do campo magnético em volta do condutor. Direção do Vetor B O vetor indução magnética é tangente às linhas de força do campo magnético e no mesmo sentido delas. Módulo do Vetor B � [B]= T (tesla); � µ é a constante de permeabilidade magnética: no vácuo é µ0=4π.10-7 T.m/A; � i é a intensidade da corrente; � d é a distância do fio ao vetor B d i B ..2 . π µ = Campo Magnético no centro de uma Espira Circular No centro de uma espira circular percorrida por uma corrente elétrica existe um campo magnético perpendicular ao plano que contém a espira. Espira Circular Espira circular é um fio condutor dobrado no formato de uma circunferência. r i i Direção e Sentido do Vetor B O vetor indução magnética é perpendicular ao plano que contém a espira e envolvendo-se a mão direita no fio condutor, o polegar indicará o sentido da corrente e o restante dos dedos indicarão o sentido do campo magnético. Módulo do Vetor B � [B]=T (tesla) � µ é a constante de permeabilidade magnética e no vácuo é µ0=4π.10-7 T.m/A Módulo Direção e Sentido Regra da Mão Direita Polos de uma Espira i i B i i B Módulo Direção e Sentido Regra da Mão Direita Quando muitas espiras de fio formam um indutor, as linhas de força de todas as espiras se combinam segundo um mesmo padrão, que se parece com um campo magnético que envolve uma barra magnética, formando um eletroimã ou solenóide. Fontes do Campo Magnético Fontes do Campo Magnético Bobina Chata Módulo Direção e Sentido Regra da Mão Direita Campo Magnético no interior de um solenóide retilíneo No interior de um solenóide retilíneo percorrido por uma corrente elétrica existe um campo magnético uniforme. Solenóide retilíneo é um fio condutor enrolado em formato de hélice. É muito semelhante à mola helicoidal de uma apostila. Fontes do Campo Magnético Solenóide Módulo Direção e Sentido Regra da Mão Direita Direção e Sentido do Vetor B O vetor B tem a mesma direção do eixo do solenóide e colocando a mão direita espalmada no solenóide, o polegar indicará o sentido do campo e o restante dos dedos indicarão o sentido da corrente. Força Magnética de Lorentz Módulo da Força Magnética � |q| é o módulo da carga elétrica � v é o módulo da velocidade � B é o módulo do vetor indução magnética � θ é o ângulo formado entre a velocidade(v) e o vetor indução magnética (B) θsenBvqFM ...= Força Magnética sobre fio condutores Sobre um fio condutor percorrido por corrente no interior de um campo magnético, existe uma força magnética perpendicular ao plano que contém o fio e o vetor indução magnética (B). Origem da força Sobre cada elétron em movimento no fio haverá uma força magnética perpendicular ao fio cujo sentido é definido pela regra da mão direita, se pensarmos no sentido convencional da corrente perceberemos que o sentido da força será o mesmo. Conclusão � Dessa forma, o condutor estará sujeito à ação de uma força magnética F, que é a resultante de todas essas forças sobre cada partícula. Força Magnética de Lorentz 1º Caso Carga em repouso no campo magnético Força Magnética FM = q.v.B.senθ FM = 0 2º Caso Carga com velocidade paralela ao campo magnético Força Magnética FM = q.v.B.senθ FM = 0 3º Caso Carga com velocidade perpendicular ao campo magnético Força Magnética FM = q.v.B.senθ FM = q.v.B Nesse caso a partícula executa M.C.U. de Raio R F r F r F r Força Magnética de Lorentz Regra da mão Esquerda Força Magnética de Lorentz 4º Caso Carga com velocidade oblíqua ao campo magnético Força Magnética FM = q.v.B.senθ Fio Retilíneo em Campo Magnético Força Magnética para Carga FM = q.V.B.senθ FM= q.V.B Força Magnética para Fio FM = B.i.L.senθ FM = B.i.L Mesmos sentidos de corrente - Atração Sentidos opostos de corrente - Repulsão Indução Magnética � Fluxo Magnético através de uma espira � Indução Magnética em circuitos fechados � Lei de Lenz Fluxo Magnético Através de uma Espira θ cos.A.BΦ = θ cos.A.BΦ = Fluxo Magnético Através de uma Espira � Φ é o fluxo magnético através da espira � B é o módulo do vetor campo magnético � A é a área da espira � θ é o ângulo entre o vetor campo magnético (B) e o vetor normal á espira (n) Fluxo Magnético Caso Particular (θ=90º) nulo=Φ A.BΦ = Fluxo Magnético Caso Particular (θ=0º) [ ] [ ] [ ] (weber) Wb2T.mΦ 2mA (tesla) TB == = = Fluxo Magnético Unidades de Medida Indução Magnética em Circuitos Fechados Se um circuito fechado é submetido a uma variação de fluxo magnético, haverá nele uma corrente elétrica induzida, cujo sentido e intensidade depende dessa variação do fluxo magnético. Portanto: “Os efeitos da força eletromotriz induzida tendem a se opor às causas que lhe deram origem (princípio da ação e reação).” “O sentido da corrente elétrica induzida é tal que se opõe á variação de fluxo que a produziu” Lei de Lenz Interpretando a Lei de Lenz O movimento da espira provoca uma variação do fluxo magnético no seu interior o que produz a corrente induzida, que, por sua vez, atuará no sentido de se opor ao movimento. Resumindo a Lei de Lenz Portanto: se aproximarmos ou afastarmos a espira, o movimento será sempre freado pela ação da corrente induzida. Isso ocorre para que o princípio da conservação de energia seja satisfeito. Caso fosse diferente, quando empurrássemos o pólo norte em direção à espira e aparecesse um pólo sul em sua face, bastaria um leve empurrão e pronto, teríamos um movimento perpétuo. O ímã seria acelerado em direção à espira, ganhando energia cinética e ao mesmo tempo surgiria energia térmica na espira. Por que isso ocorre? Ou seja, estaríamos obtendo alguma coisa em troca de nada. A natureza não funciona desse jeito. Então sempre experimentamos uma força de resistência ao mover o ímã, isto é, teremos de trabalhar. Quanto maior a velocidade, maior será a corrente induzida e, conseqüentemente maior a taxa de calor dissipada na bobina. O trabalho será exatamente igual à energia térmica que aparece na bobina. Continuando... Exemplo: Determine o sentido da corrente elétrica induzida na espira nos casos abaixo: a) b)