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AULA 7 - Dano

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RESPONSABILIDADE CIVIL 
DANO
CONCEITO
• “(...)lesão a um interesse jurídico tutelado –
patrimonial ou não – causado por ação 
ou omissão do sujeito infrator”
MODALIDADES
• DANO PATRIMONIAL (MATERIAL)
• DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL)
DANO PATRIMONIAL
• “´(...)atinge os bens integrantes do patrimônio da vítima,
entendendo-se como tal o conjunto de relações jurídicas de
uma pessoa apreciáveis economicamente. (CAVALIERI,
2019:396)
• DANO MATERIAL SE SUBDIVIDE EM :
• - DANOS EMERGENTE
• - LUCROS CESSANTE
MODALIDADES
• DANO PATRIMONIAL (MATERIAL)
• DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL)
MODALIDADES
• DANO PATRIMONIAL (MATERIAL)
• DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL)
• Art. 402. Salvo as exceções expressamente 
previstas em lei, as perdas e danos devidas ao 
credor abrangem, além do que ele 
efetivamente perdeu, o que razoavelmente 
deixou de lucrar.
Dano Emergente
• - Perda Patrimonial sofrida pela vítima.
• - Em regra o valor da indenização é obtido
com base na diminuição patrimonial sofrida
pelo lesado.
• Como primeira modalidade de danos materiais, há os danos
emergentes ou danos positivos (damnum emergens), constituídos pela
efetiva diminuição do patrimônio da vítima, ou seja, um dano pretérito
suportado pelo prejudicado, o que efetivamente se perdeu. A categoria
está expressa na primeira parte do art. 403 da codificação material,
segundo o qual, “ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as
perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos”. Como exemplo típico,
pode ser citado o estrago do automóvel, no caso de um acidente de
trânsito. (TARTUCE, 2020:400)
LUCROS CESSANTES
• “Os lucros cessantes traduzem aqueles ganhos que, seguindo
a ordem natural das coisas, provavelmente afluiriam ao
patrimônio da vítima se não tivesse havido o dano. Aferi-los
é algo bem mais complexo do que o cálculo dos danos
emergentes, pois a sua contabilidade demandará um juízo de
razoabilidade no tocante à probabilidade – e não a mera
possibilidade – de que o proveito econômico ocorreria se o
dano injusto não eclodisse” (FARIAS, 2019:317)
• - Utiliza-se o Princípio da Razoabilidade
• - O Juiz deverá arbitrar o valor da indenização com base no que
provavelmente deixa de receber a vítima em vista do evento
danoso.
• “Razoável, como já ressaltado, é tudo aquilo que seja, ao mesmo
tempo, adequado, necessário e proporcional; é aquilo que o
bom-senso diz que o credor lucraria, apurado segundo um juízo
de probabilidade, de acordo com o normal desenrolar dos fatos.
Não pode ser algo meramente hipotético, imaginário, porque tem
que ter por base uma situação fática concreta”. (CAVALIERI,
2019:180)
DANO MORAL
• “O dano moral consiste na lesão de direitos cujo conteúdo 
não é pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro. 
Em outras palavras, podemos afirmar que o dano moral é 
aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus 
direitos da personalidade), violando, por exemplo, sua 
intimidade, vida privada, honra e imagem, bens jurídicos 
tutelados constitucionalmente”. (GAGLIANO, 2019:
FUNDAMENTO
• -PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA 
HUMANA (art, 1º, III da CF/99)
• - PROTEÇÃO AOS DIRETOS DA 
PERSONALIDADE
DIREITOS DA PERSONALIDADE PASSÍVEIS DE VIOLAÇÃO
Em sentido amplo; dano moral é violação de algum direito ou 
atributo da personalidade. (...). Nessa categoria incluem-se 
também os chamados novos direitos da personalidade: a 
imagem, o bom nome, a reputação, sentimentos, relações
afetivas, aspirações, hábitos, gostos, convicções políticas, 
religiosas, filosóficas, direitos autorais. Em suma, os direitos da 
personalidade podem ser realizados
em diferentes dimensões e também podem ser violados em 
diferentes níveis”. (CAVALIERI, 2019:117)
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
• Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
• V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem;
• (...)
• X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação;
CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL
- SITUAÇÕES QUE DE FORMA CLARA E INEQUÍVOCA VIOLEM OS
DIREITOS DA PERSONALIDADE
“(...)só deve ser reputado como dano moral a agressão a um bem ou atributo
da personalidade que cause dor, vexame, sofrimento ou humilhação que
fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico
do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-
estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade
exarcebada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem
parte da normalidade do nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre
amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são tão intensas, e
duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se
assim não se entender acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando
ações judiciais em busca de indenizações por mais triviais
aborrecimentos(...)”
PROVA DO DANO MORAL
• - Desnecessário que a vítima comprove dor, tristeza ou humilhação
•
- Dano será demonstrado em vista da extensão da própria ofensa suas
consequências.
•
• (...)
• 3.- De acordo com a jurisprudência desta Corte, "o dano moral 
não depende de prova; acha-se in re ipsa" (REsp 296.634/RN, 
Rel. Min. BARROS MONTEIRO, DJ 26.8.2002), pois "não há falar 
em prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou 
a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam" (REsp
86.271/SP, Rel. Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, DJU 
9.12.97).
• (AgRg no AREsp 510.041/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 05/08/2014, DJe 01/09/2014)
• O valor da indenização será estabelecido por arbitramento do
juízo.
• No âmbito do dano extrapatrimonial (moral), a sua quantificação
como um decréscimo material é também absolutamente
impossível, razão pela qual o critério do arbitramento judicial é o
único apropriado, conforme anteriormente destacado (item 19.5).
Também aqui terá o juiz que se valer da lógica do razoável, que
permite cotejar meios e fins, causas e consequências, de modo a
aferir a lógica da decisão. Para que a decisão seja razoável, é
necessário que a conclusão nela estabelecida seja adequada aos
motivos que a determinaram; que os meios escolhidos sejam
compatíveis com os fins visados; que a sanção seja proporcional
ao dano” (CAVALIERI, 2019:181)
STJ – CRITÉRIO BIFÁSICO
1ª FASE – DEFINIÇÃO DE UM VALOR BÁSICO COM FUNDAMENTO EM JULGADOS
SIMILARES
2ª FASE – AFERIÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO
“Pois bem, na esteira da doutrina e da jurisprudência superior, na fixação da
indenização por danos morais, o magistrado deve agir com equidade, analisando: a) a
extensão do dano; b) o grau de culpa do agente e a contribuição causal da
vítima; c) as condições socioeconômicas, culturais e até psicológicas dos
envolvidos; d) o caráter pedagógico, educativo, de desestímulo ou até punitivo da
indenização; e) a vedação do enriquecimento sem causa da vítima e da ruína do
ofensor. Esses são os cinco parâmetros geralmente utilizados pela jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, de forma consolidada e conforme a nossa pesquisa e
experiência.”(TARTUCE, 2020:473)
(...)
2. A fixação do valor devido à título de indenização por danos morais, 
segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, deve considerar 
o método bifásico, sendo este o que melhor atende às exigências de um 
arbitramento equitativo da indenização por danos extrapatrimoniais, uma 
vez que minimiza eventual arbitrariedade ao se adotar critérios 
unicamente subjetivos do julgador, além de afastar eventual tarifação do 
dano. Nesse sentido, em uma primeira etapa deve-se estabelecer um 
valor básico para a indenização,considerando o interesse jurídico lesado, 
com base em grupo de precedentes jurisprudenciais que apreciaram 
casos semelhantes. Após, em um segundo momento, devem ser 
consideradas as circunstâncias do caso, para a fixação definitiva do valor 
da indenização, atendendo a determinação legal de arbitramento 
equitativo pelo juiz.
3. Para fixação do quantum indenizatório, tendo em 
mira os interesses jurídicos lesados (direito à vida e 
direito à saúde), tenho por razoável que a condenação 
deve ter como valor básico R$ 15.000,00 (quinze mil 
reais), não destoando da proporcionalidade, tampouco 
dos critérios adotados pela jurisprudência desta Corte. 
• 4.No que tange à segunda fase do método bifásico, para a fixação definitiva da 
indenização, partindo do valor básico anteriormente determinado, ajustando-se às 
circunstâncias particulares do caso, devem ser consideradas as seguintes 
circunstâncias: a) trata-se de caso envolvendo consumidor hipossuficiente litigando 
contra sociedade empresária de grande porte; b) o ato ilícito praticado pela ora 
recorrida e que deu ensejo aos danos morais suportados pela recorrente relaciona-
se à graves problemas de saúde decorrentes de acidente automobilístico, 
demandando a recorrente de tratamento fonoaudiólogo de urgência para a 
recuperação da capacidade de mastigação e deglutição; c) a recusa à cobertura das 
despesas relacionadas às sessões de fonoaudiologia inviabilizaria o próprio 
tratamento médico, impedindo, a rigor, a utilização de meio hábil à cura e 
inviabilizando a própria concretização do objeto do contrato.
• (...)
• (AgInt no REsp 1719756/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, 
julgado em 15/05/2018, DJe 21/05/2018)
DANO MORAL A PESSOA JURÍDICA – VIOLAÇÃO DA
HONRA OBJETIVA
• “(...)apesar de não ser passível de sofrer dano moral em sentido estrito -
ofensa à dignidade, por ser esta exclusiva da pessoa humana a pessoa
jurídica pode sofrer dano moral em sentido amplo - violação de algum
direito da personalidade -, porque é titular da honra objetiva, fazendo jus
à indenização sempre que seu bom nome, credibilidade ou imagem forem
atingidos por algum ato lícito, a chamada honra profissional, variante da
honra objetiva, entendida como valor social da pessoa perante o meio
onde exerce a sua atividade.(...)(CAVALIERI, 2019:140)
• Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que 
couber, a proteção dos direitos da 
personalidade. (CC/2002)
DANO ESTÉTICO
• “Cuida-se de uma ofensa à integridade física da pessoa
qualificada pelo elemento da "permanência”, ou seja, uma
lesão corporal de efeitos prolongados e não meramente
transitória ou sanável. O dano estético deve se manifestar de
forma duradoura, mesmo que sem carga de definitividade ou
irreversibilidade”. (BRAGA NETO, 2019:485)
SUMULAS STJ
• Sumula 37: “São cumuláveis as indenizações 
por dano material e dano moral oriundos do 
mesmo fato”.
• Sumula 387 - É lícita a cumulação das 
indenizações de dano estético e dano 
moral”
Referências Bibliográficas
CAVALIERI FILHO, , Sergio. Programa de Responsabilidade Civil, 13ª edição. São Paulo; 
Atlas, [2019. 9788597018790. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018790/. Accesso em: 31 Mar 
2020
GAGLIANO, Stolze, P., FILHO, P., Rodolfo. Novo curso de direito civil, volume 3 -
responsabilidade civil. São Paulo; Saraiva, 2019. 9788553609529. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553609529/. Accesso em: 31 Mar 
2020)
BRAGA NETTO, Felipe Peixoto Novo tratado de responsabilidade civil / Felipe Peixoto Braga Netto, Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald. –
4. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019).
GONÇALVES, Carlos Roberto Responsabilidade civil / Carlos Roberto Gonçalves. – 18. ed. –
São Paulo : Saraiva Educação, 2019. 9788553610570. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553610570/. Accesso em: 
13 Aug 2020

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