Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESPONSABILIDADE CIVIL DANO CONCEITO • “(...)lesão a um interesse jurídico tutelado – patrimonial ou não – causado por ação ou omissão do sujeito infrator” MODALIDADES • DANO PATRIMONIAL (MATERIAL) • DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL) DANO PATRIMONIAL • “´(...)atinge os bens integrantes do patrimônio da vítima, entendendo-se como tal o conjunto de relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis economicamente. (CAVALIERI, 2019:396) • DANO MATERIAL SE SUBDIVIDE EM : • - DANOS EMERGENTE • - LUCROS CESSANTE MODALIDADES • DANO PATRIMONIAL (MATERIAL) • DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL) MODALIDADES • DANO PATRIMONIAL (MATERIAL) • DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL) • Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Dano Emergente • - Perda Patrimonial sofrida pela vítima. • - Em regra o valor da indenização é obtido com base na diminuição patrimonial sofrida pelo lesado. • Como primeira modalidade de danos materiais, há os danos emergentes ou danos positivos (damnum emergens), constituídos pela efetiva diminuição do patrimônio da vítima, ou seja, um dano pretérito suportado pelo prejudicado, o que efetivamente se perdeu. A categoria está expressa na primeira parte do art. 403 da codificação material, segundo o qual, “ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos”. Como exemplo típico, pode ser citado o estrago do automóvel, no caso de um acidente de trânsito. (TARTUCE, 2020:400) LUCROS CESSANTES • “Os lucros cessantes traduzem aqueles ganhos que, seguindo a ordem natural das coisas, provavelmente afluiriam ao patrimônio da vítima se não tivesse havido o dano. Aferi-los é algo bem mais complexo do que o cálculo dos danos emergentes, pois a sua contabilidade demandará um juízo de razoabilidade no tocante à probabilidade – e não a mera possibilidade – de que o proveito econômico ocorreria se o dano injusto não eclodisse” (FARIAS, 2019:317) • - Utiliza-se o Princípio da Razoabilidade • - O Juiz deverá arbitrar o valor da indenização com base no que provavelmente deixa de receber a vítima em vista do evento danoso. • “Razoável, como já ressaltado, é tudo aquilo que seja, ao mesmo tempo, adequado, necessário e proporcional; é aquilo que o bom-senso diz que o credor lucraria, apurado segundo um juízo de probabilidade, de acordo com o normal desenrolar dos fatos. Não pode ser algo meramente hipotético, imaginário, porque tem que ter por base uma situação fática concreta”. (CAVALIERI, 2019:180) DANO MORAL • “O dano moral consiste na lesão de direitos cujo conteúdo não é pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro. Em outras palavras, podemos afirmar que o dano moral é aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus direitos da personalidade), violando, por exemplo, sua intimidade, vida privada, honra e imagem, bens jurídicos tutelados constitucionalmente”. (GAGLIANO, 2019: FUNDAMENTO • -PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (art, 1º, III da CF/99) • - PROTEÇÃO AOS DIRETOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE PASSÍVEIS DE VIOLAÇÃO Em sentido amplo; dano moral é violação de algum direito ou atributo da personalidade. (...). Nessa categoria incluem-se também os chamados novos direitos da personalidade: a imagem, o bom nome, a reputação, sentimentos, relações afetivas, aspirações, hábitos, gostos, convicções políticas, religiosas, filosóficas, direitos autorais. Em suma, os direitos da personalidade podem ser realizados em diferentes dimensões e também podem ser violados em diferentes níveis”. (CAVALIERI, 2019:117) PREVISÃO CONSTITUCIONAL • Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: • V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; • (...) • X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL - SITUAÇÕES QUE DE FORMA CLARA E INEQUÍVOCA VIOLEM OS DIREITOS DA PERSONALIDADE “(...)só deve ser reputado como dano moral a agressão a um bem ou atributo da personalidade que cause dor, vexame, sofrimento ou humilhação que fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem- estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exarcebada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são tão intensas, e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações por mais triviais aborrecimentos(...)” PROVA DO DANO MORAL • - Desnecessário que a vítima comprove dor, tristeza ou humilhação • - Dano será demonstrado em vista da extensão da própria ofensa suas consequências. • • (...) • 3.- De acordo com a jurisprudência desta Corte, "o dano moral não depende de prova; acha-se in re ipsa" (REsp 296.634/RN, Rel. Min. BARROS MONTEIRO, DJ 26.8.2002), pois "não há falar em prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam" (REsp 86.271/SP, Rel. Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, DJU 9.12.97). • (AgRg no AREsp 510.041/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/08/2014, DJe 01/09/2014) • O valor da indenização será estabelecido por arbitramento do juízo. • No âmbito do dano extrapatrimonial (moral), a sua quantificação como um decréscimo material é também absolutamente impossível, razão pela qual o critério do arbitramento judicial é o único apropriado, conforme anteriormente destacado (item 19.5). Também aqui terá o juiz que se valer da lógica do razoável, que permite cotejar meios e fins, causas e consequências, de modo a aferir a lógica da decisão. Para que a decisão seja razoável, é necessário que a conclusão nela estabelecida seja adequada aos motivos que a determinaram; que os meios escolhidos sejam compatíveis com os fins visados; que a sanção seja proporcional ao dano” (CAVALIERI, 2019:181) STJ – CRITÉRIO BIFÁSICO 1ª FASE – DEFINIÇÃO DE UM VALOR BÁSICO COM FUNDAMENTO EM JULGADOS SIMILARES 2ª FASE – AFERIÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO “Pois bem, na esteira da doutrina e da jurisprudência superior, na fixação da indenização por danos morais, o magistrado deve agir com equidade, analisando: a) a extensão do dano; b) o grau de culpa do agente e a contribuição causal da vítima; c) as condições socioeconômicas, culturais e até psicológicas dos envolvidos; d) o caráter pedagógico, educativo, de desestímulo ou até punitivo da indenização; e) a vedação do enriquecimento sem causa da vítima e da ruína do ofensor. Esses são os cinco parâmetros geralmente utilizados pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, de forma consolidada e conforme a nossa pesquisa e experiência.”(TARTUCE, 2020:473) (...) 2. A fixação do valor devido à título de indenização por danos morais, segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, deve considerar o método bifásico, sendo este o que melhor atende às exigências de um arbitramento equitativo da indenização por danos extrapatrimoniais, uma vez que minimiza eventual arbitrariedade ao se adotar critérios unicamente subjetivos do julgador, além de afastar eventual tarifação do dano. Nesse sentido, em uma primeira etapa deve-se estabelecer um valor básico para a indenização,considerando o interesse jurídico lesado, com base em grupo de precedentes jurisprudenciais que apreciaram casos semelhantes. Após, em um segundo momento, devem ser consideradas as circunstâncias do caso, para a fixação definitiva do valor da indenização, atendendo a determinação legal de arbitramento equitativo pelo juiz. 3. Para fixação do quantum indenizatório, tendo em mira os interesses jurídicos lesados (direito à vida e direito à saúde), tenho por razoável que a condenação deve ter como valor básico R$ 15.000,00 (quinze mil reais), não destoando da proporcionalidade, tampouco dos critérios adotados pela jurisprudência desta Corte. • 4.No que tange à segunda fase do método bifásico, para a fixação definitiva da indenização, partindo do valor básico anteriormente determinado, ajustando-se às circunstâncias particulares do caso, devem ser consideradas as seguintes circunstâncias: a) trata-se de caso envolvendo consumidor hipossuficiente litigando contra sociedade empresária de grande porte; b) o ato ilícito praticado pela ora recorrida e que deu ensejo aos danos morais suportados pela recorrente relaciona- se à graves problemas de saúde decorrentes de acidente automobilístico, demandando a recorrente de tratamento fonoaudiólogo de urgência para a recuperação da capacidade de mastigação e deglutição; c) a recusa à cobertura das despesas relacionadas às sessões de fonoaudiologia inviabilizaria o próprio tratamento médico, impedindo, a rigor, a utilização de meio hábil à cura e inviabilizando a própria concretização do objeto do contrato. • (...) • (AgInt no REsp 1719756/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 15/05/2018, DJe 21/05/2018) DANO MORAL A PESSOA JURÍDICA – VIOLAÇÃO DA HONRA OBJETIVA • “(...)apesar de não ser passível de sofrer dano moral em sentido estrito - ofensa à dignidade, por ser esta exclusiva da pessoa humana a pessoa jurídica pode sofrer dano moral em sentido amplo - violação de algum direito da personalidade -, porque é titular da honra objetiva, fazendo jus à indenização sempre que seu bom nome, credibilidade ou imagem forem atingidos por algum ato lícito, a chamada honra profissional, variante da honra objetiva, entendida como valor social da pessoa perante o meio onde exerce a sua atividade.(...)(CAVALIERI, 2019:140) • Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. (CC/2002) DANO ESTÉTICO • “Cuida-se de uma ofensa à integridade física da pessoa qualificada pelo elemento da "permanência”, ou seja, uma lesão corporal de efeitos prolongados e não meramente transitória ou sanável. O dano estético deve se manifestar de forma duradoura, mesmo que sem carga de definitividade ou irreversibilidade”. (BRAGA NETO, 2019:485) SUMULAS STJ • Sumula 37: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”. • Sumula 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral” Referências Bibliográficas CAVALIERI FILHO, , Sergio. Programa de Responsabilidade Civil, 13ª edição. São Paulo; Atlas, [2019. 9788597018790. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018790/. Accesso em: 31 Mar 2020 GAGLIANO, Stolze, P., FILHO, P., Rodolfo. Novo curso de direito civil, volume 3 - responsabilidade civil. São Paulo; Saraiva, 2019. 9788553609529. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553609529/. Accesso em: 31 Mar 2020) BRAGA NETTO, Felipe Peixoto Novo tratado de responsabilidade civil / Felipe Peixoto Braga Netto, Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald. – 4. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019). GONÇALVES, Carlos Roberto Responsabilidade civil / Carlos Roberto Gonçalves. – 18. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. 9788553610570. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553610570/. Accesso em: 13 Aug 2020
Compartilhar