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IMPACTO AMBIENTAL LOGISTICA REVERSA COMPILADO

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José Meireles de Sousa
Impacto ambiental 
e logística reversa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189)
Sousa, José Meireles de
 Impacto ambiental e logística reversa / José Meireles de Sousa. – 
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2019. (Série Universitária)
	 Bibliografia.
 e-ISBN 978-85-396-2681-6 (ePub/2019)
 e-ISBN 978-85-396-2682-3 (PDF/2019)
 1.Gestão ambiental 2. Impacto ambiental 3. Gestão de empresas: 
Desenvolvimento sustentável 4. Gestão de empresas: Responsabilidade 
social empresarial 5. Logística: Distribuição de produtos 6. Logística 
empresarial 7. Gerenciamento da cadeia de suprimentos 8. Logística 
reversa 9. Reciclagem: material reciclável I. Título. II. Série.
19-905s CDD-658.1552
 658.78
 BISAC BUS078000
 BUS000000
 NAT011000
 SCI026000
Índice para catálogo sistemático
1. Gestão ambiental: Administração 658.408
2. Gestão de empresas : Desenvolvimento sustentável : 
Responsabilidade social empresarial 658.408
3. Impacto ambiental : Avaliação : Economia 333.714
4. Meio ambiente : Impactos ambientais 363.7
5. Logística : Distribuição de produtos 658.78
6. Reciclagem: Material reciclável: Coleta seletiva 363.7282
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IMPACTO AMBIENTAL 
E LOGÍSTICA REVERSA
José Meireles de Sousa
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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor do Departamento Regional
Luiz Francisco de A. Salgado
Superintendente Universitário e de Desenvolvimento
Luiz Carlos Dourado
Editora Senac São Paulo
Conselho Editorial
Luiz Francisco de A. Salgado 
Luiz Carlos Dourado 
Darcio Sayad Maia 
Lucila Mara Sbrana Sciotti 
Jeane Passos de Souza
Gerente/Publisher
Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br)
Coordenação Editorial/Prospecção 
Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br)
Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp.senac.br)
Administrativo
João Almeida Santos (joao.santos@sp.senac.br)
Comercial
Marcos Telmo da Costa (mtcosta@sp.senac.br)
Acompanhamento Pedagógico
Ariadiny Carolina Brasileiro Maciel 
Otacilia da Paz Pereira
Designer Educacional
Diogo Maxwell Santos Felizardo
Revisão Técnica
Alessandro Augusto Rogick Athie
Colaboração
Josivaldo Petronilo da Silva
Coordenação de Preparação e Revisão de Texto
Luiza Elena Luchini
Preparação de Texto
Allan Moraes
Revisão de Texto
AZ Design Arte e Cultura
Projeto Gráfico
Alexandre Lemes da Silva 
Emília Corrêa Abreu
Capa
Antonio Carlos De Angelis
Editoração Eletrônica
Sidney Foot Gomes
Ilustrações
Sidney Foot Gomes
Imagens
iStock Photos
E-pub
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Proibida a reprodução sem autorização expressa.
Todos os direitos desta edição reservados à
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© Editora Senac São Paulo, 2019
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Sumário
Capítulo 1 
Meio ambiente e gestão 
ambiental, 7
1	 Problemas	ambientais, 9
2	 Poluentes, 12
3 Meio ambiente como recipiente 
de	resíduos, 14
4	 Gestão	ambiental, 16
5 Dimensões da gestão 
ambiental, 17
6 Sistemas de gestão ambiental 
(SGA), 18
Considerações	finais, 19
Referências, 20
Capítulo 2 
Políticas e normas de gestão 
ambiental, 23
1 Política Nacional do Meio 
Ambiente	(PNMA), 25
2	 ISO	14000, 27
3	 Auditorias	ambientais, 36
Considerações	finais, 38
Referências, 39
Capítulo 3 
Desenvolvimento sustentável, 41
1	 Desenvolvimento	sustentável, 42
2	 Sustentabilidade	corporativa, 49
3 Importância da informação na 
gestão	ambiental, 54
Considerações	finais, 57
Referências, 57
Capítulo 4 
Avaliação do ciclo de vida do 
produto, 59
1 Logística e a cadeia de 
suprimentos, 60
2 Gestão do ciclo de vida do 
produto, 63
3	 Filosofia	dos	6	Rs, 69
Considerações	finais, 71
Referências, 72
Capítulo 5 
Logística reversa, 73
1	 Logística	reversa, 74
2 Canais reversos de 
revalorização, 77
3	 Canais	de	distribuição	reversa, 79
4 Reciclagem e reúso de 
materiais, 84
Considerações	finais, 89
Referências, 89
Capítulo 6 
A logística reversa como 
estratégia empresarial, 93
1	 Estratégia	empresarial, 94
2 Adequação a questões 
ambientais, 98
3	 Razões	competitivas, 101
Considerações	finais, 105
Referências, 105
Capítulo 7 
O produto pós-consumo, 107
1	 Bens	pós-consumo, 108
2 Descartáveis, duráveis e 
semiduráveis, 113
3	 Aumento	da	descartabilidade, 115
Considerações	finais, 120
Referências, 121
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atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 8 
Canais de distribuição reversos 
do pós-consumo, 123
1 Canais de distribuição reversos do 
pós-consumo, 124
2 Canais de distribuição reversos de 
ciclo	aberto	e	ciclo	fechado, 129
Considerações	finais, 135
Referências, 136
Capítulo 9 
Canais de distribuição reversos 
do pós-venda, 137
1	 Fluxos	reversos	de	pós-venda, 138
2	 Retorno	pós-venda, 140
3 Prestação de serviço 
pós-venda, 148
Considerações	finais, 150
Referências, 150
Capítulo 10 
O impacto do fator 
tecnológico, 153
1 Logística de produtos 
eletroeletrônicos, 154
2 Descarte de produtos 
eletroeletrônicos, 159
3 Características do lixo de 
produtos	eletroeletrônicos, 161
4 Cadeia reversa do equipamento 
eletroeletrônico, 165
Considerações	finais, 168
Referências, 169
Capítulo 11 
Produção mais limpa, 171
1	 Conceito, 172
2	 Diretrizes, 176
3	 Objetivos, 182
Considerações	finais, 184
Referências, 185
Capítulo 12 
Ações de empresas na logística 
reversa, 187
1 Práticas empresariais de logística 
reversa	na	atualidade, 188
2	 Estudos	de	caso, 194
Considerações	finais, 202
Referências, 202
Capítulo 13 
Ecoeficiência, 205
1	 Conceito, 206
2	 Objetivos, 211
3	 Ecoeficiência	no	Brasil, 215
Considerações	finais, 217
Referências, 217
Capítulo 14 
Mercado de carbono, 219
1	 Efeito	estufa, 220
2 Processos geradores de 
gases, 221
3	 Protocolo	de	Quioto, 225
4	 Créditos	de	carbono, 229
5	 Mercado	de	carbono, 236
Considerações	finais, 237
Referências, 238
Capítulo 15 
Reciclagem, 241
1	 Conceito, 242
2 Processo de reciclagem de 
plástico, 244
3 Processo de reciclagem do 
alumínio, 251
Considerações	finais, 255
Referências, 255
Capítulo 16 
Consumo sustentável, 259
1	 Consumo	sustentável, 260
2 Sustentabilidade das 
empresas, 262
3 Paradigma cartesiano 
versus paradigma da 
sustentabilidade, 265
4	 Educação	ambiental, 267
Considerações	finais, 270
Referências, 271
Sobre o autor, 275
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Capítulo 1
Meio ambiente e 
gestão ambiental
O meio ambiente tem se tornado cada vez mais matéria fundamen-
tal inserida em múltiplas discussões e decisões geradas em todos os 
níveis da sociedade. Nunca um tema assumiu tamanha importância. 
Enquadrado em inúmeros setores e variadas valências do conhecimen-
to, pôde reunir consensos de opinião em um contexto de divergências 
quanto ao desenvolvimento político, econômico e social. Tudo isso por-
que o meio ambiente, por um lado, é único e universal, e, como tal, envolve 
tudo e todos, independentemente de etnia, religião, visão política e condi-
ção econômica ou social; e, por outro lado, como é incomensurável, tem 
sido esquecido por comodismo, e seus recursos são tratados como se 
fossem uma fonte inesgotável.
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Entre os vários alertas que instigaram o interesse de estudiosos, for-
muladores de políticas, legisladores, empresas e da população como 
um	todo	pelo	meio	ambiente,	alguns	tiveram	impacto	muito	significati-
vo, pois, malgrado os efeitos nocivos que causaram ao meio am biente, 
contribuíram para alavancar não somente estudos e regulamentos am-
bientais, mas também a disseminação da conscientização ambiental.
PARA SABER MAIS 
Conheça alguns casos de desastres ecológicos que ocorreram pelo 
mundo que tiveram grandes impactos ambientais (SANTOS, 2018):
• O desastre ecológico do superpetroleiro Exxon Valdez, em 
24 de março de 1989, derramou aproximadamente 100 mil metros 
cúbicos de petróleo na costa do Alasca depois de ter encalhado 
na Enseada do Príncipe Guilherme; em resposta ao vazamento do 
Exxon Valdez, o Oil Pollution Act tornou-se lei em 1990, exigindo às 
companhias de petróleo a elaboração de planos de contingência 
para evitar derrames futuros e contê-los em caso de vazamento.
• A explosão da plataforma Deepwater Horizon no dia 20 de abril de 
2010 no Golfo do México, nos Estados Unidos, que estava sendo 
operada pela British Petroleum, obrigou a empresa ao pagamento de 
indenizações de cerca de 18,7 bilhões de dólares, além de ver sua 
imagem prejudicada perante seus consumidores.
• A tragédia de Mariana, em Minas Gerais, considerada a maior tragé-
dia ambiental do Brasil, ocorreu quando duas barragens da minera-
dora Samarco se romperam, liberando lama e rejeitos sólidos, resul-
tado da mineração, que se espalharam por mais de 600 quilômetros 
entre Minas Gerais e o Espírito Santo, causando mortes, desalojando 
famílias e causando perdas materiais e imateriais a centenas de mo-
radores. Os processos que visam garantir indenização à população 
ultrapassam os 20 bilhões de reais.
 
Além	de	desastres	ecológicos,	 também	o	aumento	demográfico,	o	
desenvolvimento de novas tecnologias, o aumento médio do nível de 
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 Editora Senac São Paulo.
vida com a busca por melhores condições de sobrevivência têm incen-
tivado o homem a conscientizar-se de que o meio ambiente terá de ser 
protegido e olhado de forma diferente daquela que até agora tem ocor-
rido, isto é, sem ter sua presença notada.
O grande aviso para essa nova tomada de posição ocorreu com o 
descobrimento de buracos na camada de ozônio na atmosfera, o que 
de alguma maneira afetaria o dia a dia dos seres vivos, prejudicando, 
entre outros aspectos, as condições climatéricas, a forma mais visível e 
sentida pelos seres vivos na superfície do nosso planeta.
O estudo das causas de alterações no clima, como as enchentes, ou 
períodos prolongados de seca que prejudicam as safras, tem levado os 
cientistas a analisar as consequências de certas atividades antrópicas, 
como	o	desmatamento	de	florestas,	a	emissão	de	poluentes	industriais	
ou mesmo o acúmulo de resíduos sólidos que, ao contaminarem solos 
e rios, contribuem para o agravamento da saúde pública e da poluição 
ambiental e visual. Nesse contexto, as atividades logísticas, em parti-
cular as que se relacionam com a localização e a remoção de resíduos, 
ganham especial relevo e serão objeto de análise no decorrer dos pró-
ximos capítulos.
1 Problemas ambientais
As mudanças na sociedade, ocorridas de forma dinâmica nas últi-
mas	décadas,	levantaram	um	novo	e	importante	desafio:	como	proteger	
e preservar os recursos do planeta sem comprometer o desenvolvimen-
to econômico e social?
O desenvolvimento tecnológico, a facilitação das comunicações e a 
inexorável expansão empresarial como formas de sobrevivência impul-
sionam novos desejos de consumo que são renovados rapidamente em 
face ao crescente poder das inovações.
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Se	as	grandes	obras,	com	intervenções	em	florestas,	rios	ou	mesmo	
nos	oceanos,	necessitam	de	minuciosos	estudos	e	aprovações	oficiais	
e devem obedecer a critérios rigorosos, também a atividade econômi-
ca, que faz mover consumidores e produtores, e que gera diariamente 
milhares de toneladas de resíduos sólidos e outros poluentes, é respon-
sável pela conservação ambiental.
PARA SABER MAIS 
Para se ter uma ideia, de acordo com a Prefeitura de São Paulo (SÃO 
PAULO, 2017), a cidade gera, em média, 20 mil toneladas de lixo diaria-
mente (entre resíduos domiciliares, resíduos de saúde, restos de feiras 
livres, podas de árvores, entulho, etc.). Só de resíduos domiciliares são 
coletadas cerca de 12 mil toneladas por dia. Diariamente é percorrida 
uma área de 1.523 km², e estima-se que mais de 11 milhões de pessoas 
são beneficiadas pela coleta de resíduos domiciliares, seletivos e hos-
pitalares. Cerca de 3,2 mil pessoas trabalham no recolhimento dos resí-
duos e são utilizados 500 veículos (caminhões compactadores e outros 
específicos para o recolhimento dos resíduos de serviços de saúde).
 
Nesse novo cenário de elevada competitividade, muitas empresas, para 
garantir sua sobrevivência ou aumentar a lucratividade, projetam e fabri-
cam produtos que utilizam metodologias agressoras do meio ambiente; 
já nos mercados, o contínuo lançamento de novos produtos e o descarte 
de produtos usados faz com que lixo e desperdícios se acumulem, criando 
problemas ambientais cada vez mais complexos. Com a multiplicidade de 
partes interessadas e a diversidade das variáveis que devem ser levadas 
em conta em estudos sobre problemas ambientais, torna-se necessário 
conceituar	e	delimitar	o	significado	de	“meio	ambiente”	para	tornar	as	análi-
ses	ambientais	e	os	processos	decisórios	empresariais	mais	eficazes.
O	conceito	de	“meio	ambiente”	é	muito	amplo,	pois	engloba	natureza	
e sociedade, ou seja, tudo aquilo que envolve ou cerca os seres vivos 
(ALENCASTRO,	2012),	e	pode	ser	definido	como:
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O meio de onde a sociedade extrai os recursos essenciais à sobre-
vivência e os recursos – geralmente denominados de naturais – 
demandados pelo processo de desenvolvimento socioeconômico; 
por outro lado, ambiente é também o meio de vida cuja integridade 
depende da manutenção de funções ecológicas essenciais à vida, 
o que faz emergir o conceito de recurso ambiental que se refere 
não mais somente à capacidade da natureza de fornecer recursos 
físicos, mas também de prover serviços e desempenhar funções 
de suporte à vida. (SÁNCHEZ, 2008, p. 21)
Com	a	equiparação	progressiva	do	conceito	de	“meio	ambiente”	ao	
de	“meio	de	vida”,	os	problemas	ambientais	passaram	a	se	 identificar	
com	o	conceito	de	“poluição”.
Os problemas ambientais, antes minimizados em favor do confor-
to e do consumo, tornaram-se objeto de discussão cotidiana no seio 
de qualquer comunidade, independentemente de sua condição socio-
econômica. O mundo tornou-se mais consciente quanto à situação am-
biental e agora mais preocupado com as consequências de eventuais 
mudanças resultantes de impactos ambientais, isto é, de atividades, 
produtos e serviços que causem danos ecológicos resultantes de po-
luição, da redução da camada de ozônio que nos protege das radiações 
solares ou, de forma mais genérica, da depredação de ecossistemas 
como resultado da extinção de espécies animais e vegetais.
IMPORTANTE 
Segundo o IBGE (2004), impacto ambiental pode ser definido como 
[q]ualquer alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma 
de matéria ou energia resultante das atividades humanas 
que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança 
e o bem-estar da população, as atividades sociais e econô-
micas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.
 
12 Impacto ambiental e logística reversa Ma
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O meio ambiente e o sistema econômico interagem através dos im-
pactos que este provoca naquele ou até mesmo através do impacto 
que os recursos naturais causam na economia; mas diferentemente da 
destruição do capital construído pelo homem, a degradação ambiental 
pode tornar-se irreversível, e os ativos ambientais em sua maioria não 
são substituíveis.
O estudo dos impactos ambientais tem por objetivo avaliar as con-
sequências de atividades que possam prejudicar a qualidade do meio 
ambiente de forma a prevenir ou mitigar depredações ambientais re-
sultantes da realização de projetos empresariais ou de resíduos de 
fabricação e de consumo.
2 Poluentes
Segundo o Dicionário Houaiss,	o	verbo	“poluir”	tem	a	acepção	de	“tor-
nar	sujo;	manchar,	corromper”	(POLUIR,	2009).	No	contexto	desta	obra,	
conforme	Sánchez	(2008,	p.	24),	podemos	afirmar	que	“poluir	é	profanar	
a	natureza,	sujando-a”,	e	que	as	causas	da	poluição	são	as	atividades	
humanas	que	“sujam”	o	ambiente.
Poluição refere-se à emissão de poluentes (grandezas físicas men-
suráveis) que causam danos ao meio ambiente. A possibilidade de 
mensuração dos poluentes permite estabelecer níveis admissíveis de 
concentração,	isto	é,	padrões	ambientais,	e	dessa	forma	definir	direitos	
e deveres do poluidor.
Ao comparar as características do conceito de impacto ambiental 
ao	 de	 poluição,	 Sánchez	 (2008)	 refere	 que	 “impacto	 ambiental”	 é	 um	
conceito	mais	amplo	que	“poluição”:	este	tem	sempre	uma	conotação	
negativa,	em	oposição	a	“impacto	ambiental”,	que	pode	ser	benéfico	ao	
ambiente. Por outro lado, a poluição é uma das causas do impacto am-
biental, mas nem todo impacto ambiental tem a poluição como causa.
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NA PRÁTICA 
São impactos ambientais negativos o despejo de resíduos sólidos em 
rios ou as emissões de monóxido de carbono de carros e motos, pois 
provocam alterações persistentes no meio ambiente. Impactos ambien-
tais positivos ocorrem com o reflorestamento de áreas degradadas ou 
a limpeza de rios e córregos e tendem a melhorar a qualidade de vida 
dos seres vivos.
 
A depredação de ecossistemas ou a redução da camada de ozônio 
são em grande parte resultado do consumo desordenado e da aceita-
ção de produtos fabricados e distribuídos sem respeito ao ambiente. 
Nesse	cenário,	a	educação	ambiental,	entendida	como	identificação	e	
análise dos fatores de risco que impactam negativamente o meio am-
biente, deve ser integrada ao processo decisório de pessoas e empre-
sas	como	fator	crítico	para	o	desenvolvimento	pessoal	e	profissional.	
Ao consumir produtos que utilizam recursos naturais que não pos-
sam ser substituídos ou que impactem negativamente o ambiente, 
pessoas e empresas estão progressivamente diminuindo suas fontes 
de abastecimento, encarecendo produtos pelo aumento de escassez de 
insumos e diminuindo a qualidade de vida dos seres vivos como resul-
tado de impactos ambientais negativos, como é o caso da utilização, 
como	matéria-prima,	de	madeira	resultante	de	manejo	não	certificado	
ou a utilização indiscriminada de veículos poluidores.
Muitas pessoas têm mudado suas atitudes junto ao mercado ao 
incorporar a responsabilidade ambiental em suas decisões, como é o 
caso da preferência por produtos biodegradáveis, a seletividade no des-
carte do lixo ou mesmo a utilização de embalagens recicláveis. Atitudes 
desse tipo têm levado os governos a aprovar leis de monitoramento de 
poluição e de controle dos ecossistemas.
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A efetividade da discussão ambiental depende do entendimento da 
forma de funcionamento dos mercados e também da atitude dos con-
sumidores diante das questões ambientais. Entre outras, devem ser 
respondidas as seguintes questões: até que ponto os consumidores es-
tão dispostos a pagar mais por produtos com a mesma funcionalidade, 
mas produzidos e comercializados de forma ecologicamente correta? 
Até que ponto as empresas irão prescindir de ganhos a curto prazo para 
produzir e comercializar produtos que não agridam o ambiente?
3 Meio ambiente como recipiente de resíduos
A partir de 1970, a preocupação com a preservação do meio ambiente 
levou ao desenvolvimento e à implantação de unidades de tratamento 
de	poluentes	(unidades	de	fim	de	tubo)	com	o	objetivo	de	reduzi-los	no	
final	do	processo	industrial	e	antes	do	seu	descarte	no	ambiente,	em	um	
sistema	de	fluxo	unidirecional	(VILELA	JÚNIOR;	DEMAJOROVIC,	2013).
A	aglomeração	de	parques	industriais	e	a	expansão	demográfica,	so-
bretudo	nas	grandes	metrópoles,	têm	modificado	o	cenário	do	dia	a	dia	
e tornado cada vez maior o número de cidadãos que agora convivem 
com bueiros entupidos e lixo jogado nas ruas de grandes cidades, bem 
como lixões a céu aberto, o que tem contribuído para a conscientiza-
ção de problemas ambientais e instigado governantes e populaçõesa 
assimilar novas soluções que possam amenizar esses efeitos nocivos, 
como a coleta seletiva, a reciclagem, os aterros sanitários ou mesmo a 
geração de energia a partir do lixo.
A viabilização dessas soluções vem transformando gradualmente 
o conceito unidirecional das cadeias de suprimentos (tradicionalmente 
formadas pela logística de abastecimento de matérias-primas/produ-
ção/comercialização/utilização/descarte em lixão ou aterros sanitários) 
em cadeias circulares, em que é possível aproveitar o descarte como 
matéria-prima.
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Figura 1 – Transformação do fluxo de produtos nas cadeias de suprimentos
Consumo
Consumo
Produção
Produção
Ambiente
Matéria-
-prima
Lixo
IMPORTANTE 
A cadeia de suprimentos refere-se a uma 
[…] rede de organizações conectadas e interdependentes, 
trabalhando conjuntamente, em regime de cooperação mú-
tua, para controlar, gerenciar e aperfeiçoar o fluxo de maté-
rias-primas e informação dos fornecedores para os clientes 
finais. (AITKEN, 1998, p. 67)
 
O novo desenho das cadeias de suprimentos impacta o processo de 
gestão de logística integrada, que agora deve se ocupar com a destinação 
dos descartes – industriais e de consumo – e com as novas fontes de 
matéria	-prima.	Podemos	acompanhar	esse	novo	processo	na	figura	2.
Figura 2 – O novo desenho das cadeias de suprimentos
Logística reversa
Supply chain
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A excelência na gestão da cadeia de suprimentos, que antes procura-
va garantir que o produto certo, na quantidade solicitada e no momento 
que o consumidor dele necessitava estava disponível, passa agora a 
incluir as operações de descarte, que devem ser efetuadas de forma 
eficiente	e	eficaz.
4 Gestão ambiental
Verificou-se	 um	 incremento	 na	 abordagem	 a	 assuntos	 ambientais	
como resultado não somente de uma maior conscientização ambiental 
e social de consumidores e empresas, mas também porque foram de-
senvolvidas novas oportunidades de negócio que permitirão às empre-
sas reconhecimento pelos consumidores e crescimento pelo aumento 
de	eficiência	operacional.
Empresas mineradoras, do agronegócio ou grandes indústrias tra-
dicionalmente poluentes passaram a acautelar o seu desenvolvimento 
com a utilização de estratégias que minimizem impactos ambientais; 
caso contrário, seria grande o risco de prejuízo de sua imagem e, conse-
quentemente, à sua sustentabilidade.
Um número crescente de consumidores também exige produtos eco-
logicamente	corretos,	levando	os	produtores	a	certificarem	as	cadeias	de	
suprimentos,	como	é	o	caso	do	uso	do	selo	verde	em	produtos	florestais.	
Na nova realidade de consumo, as empresas adaptam processos e 
consequentemente estudam novas formas de produção e comerciali-
zação que eliminem ou diminuam impactos ambientais, aumentando 
dessa forma a sua imagem nos mercados e contribuindo para a susten-
tabilidade do seu desenvolvimento.
A	 gestão	 ambiental	 reflete	 esse	 processo	 de	 integração	 empresa-
-ambiente e deve estar presente em todas as decisões estratégicas e 
operacionais.
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Quadro 1 – Benefícios da gestão ambiental 
BENEFÍCIOS DA GESTÃO AMBIENTAL
Benefícios econômicos Benefícios estratégicos
Economias de custo Incremento de receitas
Melhoria da imagem 
institucional
Economias devido à redução 
do consumo de energia e 
outros insumos
Aumento da contribuição 
marginal de produtos verdes 
que podem ser vendidos a 
preços mais altos
Renovação do portfólio de 
produtos
Economias devido a 
reciclagem, venda e 
aproveitamento de resíduos e 
diminuição de efluentes
Aumento da participação no 
mercado devido à inovação 
dos produtos e à menor 
concorrência
Aumento da produtividade
Redução de multas e 
penalidades por poluição
Linhas de produtos para 
novos mercados
Alto comprometimento do 
pessoal
–
Aumento da demanda por 
produtos que contribuam 
para a redução da poluição
Melhoria nas relações de 
trabalho
– –
Melhoria e criatividade para 
novos desafios
– –
Melhoria das relações com 
governo, comunidade e 
grupos ambientalistas
– –
Acesso assegurado ao 
mercado externo
– –
Melhor adequação aos 
padrões ambientais
Fonte: adaptado de Donaire (1999, p. 59).
5 Dimensões da gestão ambiental
O espectro de aplicação da gestão ambiental é vasto, e podemos 
afirmar	 que	 intervenções	 antrópicas,	 individuais	 ou	 empresariais,	 em	
qualquer área de atuação, devem estar enquadradas por processos 
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regulatórios que contribuam não somente para o planejamento empre-
sarial, mas também para a avaliação dos impactos ambientais. 
De acordo com Barbieri (2007, p. 26-27), 
[q]ualquer proposta de Gestão Ambiental inclui no mínimo três di-
mensões, a saber: (1) a dimensão espacial, que concerne à área 
na	qual	se	espera	que	as	ações	de	gestão	tenham	eficácia;	(2)	a	
dimensão temática, que delimita as questões ambientais às quais 
as ações se destinam; e (3) a dimensão institucional, relativa aos 
agentes que tomaram iniciativas na gestão.
6 Sistemas de gestão ambiental (SGA)
O aumento do comprometimento de pessoas físicas e das empre-
sas com o meio ambiente ultrapassa aspectos meramente atitudinais 
ou	mesmo	a	realização	de	medidas	isoladas	que	se	mostraram	insufi-
cientes	para	enfrentar	os	desafios	ambientais	contemporâneos	e	tem	
levado ao estabelecimento de diretrizes que regulamentem as opções 
de melhoria no desempenho ambiental. Surgem assim os sistemas de 
gestão ambiental (SGA), conceito que engloba um conjunto de ações 
administrativas e operacionais que visam mitigar os efeitos negativos 
das atividades humanas sobre a natureza (CURI, 2011) e que são inte-
gradas à gestão empresarial global mediante política ambiental formu-
lada pela própria empresa e coerente com a política econômica global 
(ALENCASTRO, 2012).
Como	 filosofia	 de	 funcionamento,	 o	 SGA	 deve	 se	 orientar	 por	 ci-
clos de retroalimentação estabelecidos com base em mensurações, 
diagnós ticos e auditorias, isto é, constitui-se num processo de melhoria 
contínua	que	pode	ser	esquematizado	pelo	ciclo	PDCA	(figura	3)	e	estar	
integrado à política ambiental da empresa.
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Figura 3 – O ciclo do PDCA na gestão ambiental
Planejamento de metas, 
objetivos, métodos 
e procedimentos 
Execução das 
tarefas planejadas
Act Plan
Check Do
Ação para a realização de 
correções ou melhorias
Verificação do resultado 
das tarefas realizadasOs principais sistemas de gestão ambiental, como o BS 7750 
(Reino Unido), o EMAS (União Europeia), o Environmental Management 
Program e o Canadian Standards Association (Canadá), têm em co-
mum a implantação de uma política ambiental que orienta as decisões 
de melhoria de desempenho ambiental das empresas e que, conforme 
a	figura	3,	devem	ser	concretizadas	mediante:	planejamento	(Plan); im-
plementação	e	operacionalização	de	ações	específicas	(Do);	verificação	
de desvios e resultados (Check); propostas de ações corretivas (Act); e, 
finalmente,	uma	análise	crítica,	 isto	é,	uma	revisão	da	efetividade	dos	
processos.
Considerações finais
A	crescente	conscientização	de	que	recursos	são	finitos	e	que	a	de-
gradação ambiental é causadora de danos, muitos deles irreparáveis, 
tem despertado o estudo dos problemas ambientais nas mais variadas 
áreas do saber, desde a área da saúde, preocupada com as doenças re-
lacionadas à escassez de água potável ou à poluição ambiental, à área 
agrícola, impactada por fenômenos atmosféricos outrora inexistentes e 
que devastam safras, passando pela área empresarial, que desenvolve 
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soluções para descarte de lixo tóxico, mecanismos de produção mais 
limpos ou estratégias de aproveitamento de resíduos sólidos.
O desenvolvimento sustentável de qualquer empresa passa pela in-
tegração dos processos de gestão ambiental à sua estratégia, o que só 
é viável com a conscientização de todos os problemas ambientais. As 
políticas e as normas de gestão ambiental passam a integrar a base do 
processo decisório das empresas.
Referências
AITKEN, James. Supply Chain Integration within the Context of Supplier 
Association.	1998.	Tese	(PhD	em	Filosofia)	–	School	of	Management,	Cranfield	
University,	 Cranfield,	 1998.	 Disponível	 em:	 <https://dspace.lib.cranfield.ac.uk/
handle/1826/9990>. Acesso em: 20 ago. 2018.
ALENCASTRO, Mario Sérgio Cunha. Empresas, ambiente e sociedade. Curitiba: 
InterSaberes, 2012.
BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial. São Paulo: Saraiva, 
2007.
CURI, Denise. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOFÍSICA E ESTATÍSTICA (IBGE). Vocabulário 
básico de recursos naturais e meio ambiental. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 
2004.	Disponível	em:	<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv4730.
pdf>. Acesso em: 8 mar. 2018.
POLUIR. In: DICIONÁRIO eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2009. 1 CD-ROM.
SANTOS,	 Vanessa	 Sardinha	 dos.	 Sete	 desastres	 ecológicos	 causados	 pelo	 
homem no mundo. Brasil Escola,	 [s.	l.],	2018.	Disponível	em:	<http://brasilescola. 
uol.com.br/biologia/sete-desastres-ecologicos-causados-pelo-homem-no- 
mundo.htm>. Acesso em: 8 mar. 2018.
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SÁNCHEZ, Luiz Enrique. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 
São	Paulo:	Oficina	de	Textos,	2008.
SÃO PAULO (Município). Prefeitura de São Paulo. A coleta de lixo em São Paulo. 
2017.	 Disponível	 em:	 <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ 
regionais/amlurb/coleta_seletiva/index.php?p=229723>. Acesso em: 8 mar. 2018.
VILELA	 JÚNIOR,	 Alcir;	 DEMAJOROVIC,	 Jacques.	 Modelos e ferramentas de 
gestão ambiental. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.
22 Impacto ambiental e logística reversa Ma
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Capítulo 2
Políticas e normas 
de gestão ambiental
Um grande número de consumidores, governos e empresas de toda 
a cadeia de suprimentos – especialmente os mais conscientes com as 
causas ambientais – procura constantemente formas de reduzir impac-
tos ambientais e aumentar sua sustentabilidade no longo prazo. 
Para isso, faz-se necessário que governos desenvolvam políticas de 
proteção ambiental, que consumidores se conscientizem (assimilan-
do formas de mitigação de problemas ambientais) e que as empresas 
adotem sistemas de gestão que sejam compatíveis com a preservação 
ambiental, reduzindo poluentes e destinando corretamente resíduos 
sólidos.
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Se o sucesso de uma empresa depende de uma gestão simulta-
neamente eficiente (fazer certo as coisas) e eficaz (fazer as coisas 
certas), operando em áreas atraentes do mercado, obtendo custos 
baixos e mantendo a confiança dos seus stakeholders, é também 
ne cessário que, como parte do seu sistema da gestão global, o siste-
ma de gestão ambiental (SGA) desenvolva e implemente sua políti-
ca ambiental, gerenciando os aspectos ambientais (VILELA JÚNIOR; 
DEMAJOROVIC, 2013).
Dado que o meio ambiente é único para todas as empresas, as 
ações empresariais avulsas, isto é, que não estejam enquadradas por 
políticas ambientais e que não sejam reguladas por normas e diretri-
zes uniformes, poderão ter seus efeitos atenuados e, no longo prazo, 
perder a efetividade. A política ambiental das empresas estabelece e 
divulga as diretrizes que, respeitando a legislação vigente e melhorando 
o desempenho ambiental, devem ser respeitadas no processo decisório 
empresarial.
De nada serve a uma empresa preservar uma área florestal se ela 
continua emitindo poluentes para a atmosfera, pois no curto prazo e 
considerando a escala global da natureza, a capacidade de absorção 
de poluentes compensada pela floresta preservada pode resultar em 
um saldo ambiental zero. Com o desenvolvimento e o crescimento da 
empresa, esse resultado seguramente não será benéfico para o am-
biente, afetando sua regeneração. As empresas devem implementar 
políticas que direcionem as suas decisões – investimento, produção e 
comercialização – de forma a não afetar a capacidade de regeneração 
do meio ambiente.
O desenvolvimento de políticas ambientais, conjugado com o esta-
belecimento de normas de gestão ambiental, e a conscientização do 
ser humano com relação aos problemas ambientais são fatores críticos 
ao desenvolvimento harmoniosodo ser humano.
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1 Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)
No estabelecimento das políticas ambientais, as empresas brasilei-
ras devem atender à Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), ins-
tituída pela Lei nº 6.938/1981 (BRASIL, 1981). Na figura 1 é possível 
analisar o que aborda a PNMA, que tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida hu-
mana, além de enquadrar os instrumentos de gestão ambiental.
Figura 1 – Estrutura da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA)
Lei de 
crimes 
ambientais
Política 
Nacional de 
Resíduos
Outra 
legislação
ambiental
Normas voluntárias reguladoras 
dos sistemas de gestão ambiental 
Política Nacional 
do Meio Ambiente
Integrando a PNMA, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 
foi instituída pela Lei nº 12.305/2010 e regulamentada pelo Decreto 
nº 7.404/2010, e dispõe sobre princípios, objetivos, instrumentos e di-
retrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos 
sólidos, assim como as responsabilidades dos geradores, do poder 
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público e os instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010). Um 
vasto aparato jurídico, incluindo a lei dos crimes ambientais, torna a 
legis lação ambiental brasileira uma das mais completas do mundo 
(BRASIL, 2018).
Esse conjunto de legislação é amparado pela Política Nacional do 
Meio Ambiente, que estabelece diretrizes que impulsionam a forma-
ção de consciência ambiental, possibilitam e regulamentam o desen-
volvimento de sistemas de gestão ambiental e licenciam e fiscalizam 
atividades que causem impactos ambientais utilizando um sistema 
de órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal, dos 
territórios e dos municípios, bem como as fundações instituídas pelo 
poder público. Esta rede de organizações nos diferentes âmbitos da fe-
deração, responsável pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, 
constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), conforme 
apresentado no quadro 1.
Quadro 1 – Estrutura do Sisnama
CONSELHO DO GOVERNO
Assessora o presidente da República na 
formulação da política nacional e nas diretrizes 
governamentais para o meio ambiente e os 
recursos ambientais
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
(CONAMA)
Assessora, estuda e propõe ao Conselho de 
Governo diretrizes de políticas para o meio 
ambiente e os recursos naturais
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA)
Formula e implementa políticas públicas 
ambientais nacionais
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE 
E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS 
(IBAMA)
Exerce o poder de polícia ambiental e executa 
ações das políticas nacionais de meio ambiente
INSTITUTO CHICO MENDES
Executa ações do Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação da Natureza e de políticas 
relativas ao uso sustentável dos recursos 
naturais renováveis
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O Ibama e o Instituto Chico Mendes são os órgãos executores das 
políticas de meio ambiente, cabendo ao Conama: exercer funções con-
sultivas e deliberativas, assessorando e propondo ao governo diretrizes 
para as políticas ambientais; realizar estudos sobre consequências am-
bientais de projetos públicos e privados; decidir em último recurso so-
bre multas e penalidades impostas pelo Ibama; e estabelecer normas, 
critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade 
do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, 
de forma a garantir o equilíbrio entre os seres vivos e o meio ambiente. 
Além desses órgãos nacionais, também estados, Distrito Federal e 
municípios devem regionalizar as medidas emanadas do Sisnama, ela-
borando padrões supletivos e complementares.
2 ISO 14000
É propósito deste livro realçar, entre os objetivos da política de meio 
ambiente, as questões de preservação e de movimentação de recursos 
que mais impactam na economia, condicionando o desenvolvimento 
das empresas. Para isso é fundamental relacionar a atividade empresa-
rial ao meio ambiente.
Meio ambiente pode ser conceituado como o meio de onde a so-
ciedade extrai os recursos, quer os essenciais à sobrevivência, quer 
aqueles demandados pelo processo de desenvolvimento econômico 
(SÁNCHEZ, 2008). Uma vez que o meio ambiente é simultaneamente 
o fornecedor de recursos que possibilitam a elaboração de produtos e 
o receptor desses produtos, as questões ambientais são consideradas 
universais e permanentes.
 • Universais pois ultrapassam as fronteiras naturais dos países, 
dado que as cadeias de valor são globais – qualquer produto é 
composto de insumos provenientes de qualquer parte do mundo 
e consumido e descartado ao redor do mundo.
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 • Permanentes pois a sua análise não é temporal – o meio ambien-
te é um bem das gerações presentes e futuras, pois os recursos 
são finitos e, quando não são repostos, no futuro não poderão 
servir de insumo a novos produtos.
A universalidade do meio ambiente e a crescente conscientização 
ambiental impulsionaram o desenvolvimento de normas ambientais 
voluntárias que auxiliam e disciplinam as empresas e seu processo de 
gestão ambiental.
IMPORTANTE 
As organizações utilizam normas (padrões) como base de comparação 
contra algo que pode ser avaliado, como os atributos ou as caracterís-
ticas que devem estar presentes em produtos por razões de segurança 
ou de qualidade.
Esses padrões podem ser definidos pela empresa e desenvolvidos para 
melhorar sua eficiência ou uma vantagem competitiva; já outros são ex-
ternos às empresas e dividem-se em duas categorias: normas obrigató-
rias e regulamentadas pelo governo e normas voluntárias desenvolvidas 
e gerenciadas pelo setor privado. A violação das normas governamen-
tais pode levar a multas ou litígios; a violação de normas voluntárias 
pode levar à perda de certificação e de oportunidades de negócios.
 
A série de normas voluntárias ISO 14000 foi criada em 1991 pela 
International Organization for Standardization (ISO) para ajudar empre-
sas na implementação ou no melhoramento de sistemas de gestão am-
biental e desde então está em desenvolvimento, de forma a aumentar a 
eficiência da gestão ambiental.
A criação da série de normas ISO 14000 foi inspirada nas especi-
ficações da norma britânica British Standards (BS) 7750, existente na 
época e descontinuada após a publicação das normas ISO 14000. 
Mais tarde, a contribuição das normas da União Europeia, expressa 
pelo Eco-Management and Audit Schema (Emas), voltadas para planos 
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específicos de atuação baseados no conceito de desenvolvimento sus-
tentável, e do programa canadense CSA – Environmental Management 
Program, que desenvolveu um conjunto de iniciativas ambientais, in-
cluindo sistemas de gestão ambiental e sistemas de auditoria, molda-
ram a série de normas ISO 14000, que passou a integrar, de forma mais 
objetiva, a perspectiva de ciclo de vida nos processos de gestão am-
biental, tal como expresso na atual norma ISO 14001.
No Brasil, a série ISO 14000, que trata de sistemas de gestão ambien-
tal, é publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
como a norma ABNT NBR ISO 14001, que está em sua terceira edição, 
válida a partir de 6 de novembro de 2015.
PARA SABER MAIS 
A ISO, baseada em Genebra, na Suíça, desde 1946, é uma organização 
não governamental essencial no desenvolvimento de normas voluntá-
rias, que podem ser adotadas por seus 162 países-membros. Embora 
todas as normas desenvolvidas pela ISO sejam de aplicação facultativa, 
muitas são convertidas ou citadas em legislações por países-membros 
da ISO. Saiba mais sobre a ISO consultando o site da instituição.
 
A série ISO 14000 é uma família de padrões agrupados em normas 
e diretrizes relativas a sistemas de gerenciamento e padrões de suporte 
relacionados em terminologia e ferramentas específicas, como a audi-
toria (o processo de verificação de conformidade do sistema de geren-
ciamento com o padrão), e que diz respeito principalmente ao processo 
de gestão ambiental, isto é, especifica o que a organização deve fazer 
para minimizar os efeitos nocivos sobre o meio ambiente causados por 
suas atividades.
A ISO 14000 diz respeito à forma como uma organização aborda 
seu trabalho, e não diretamente ao resultado desse trabalho, ou seja, diz 
respeito a processos, e não a produtos. A forma como a organização 
gerencia seus processos afetará seu produto final. A norma ISO 14000 
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estabelece diversos elementos de gestão, de forma a garantir que um 
produto tenha o menor impacto prejudicial ao meio ambiente, tanto du-
rante sua produção quanto em sua eliminação, seja pela poluição que 
pode causar, seja pelo esgotamento dos recursos naturais.
O objetivo da norma ISO 14000 é prover uma estrutura para a pro-
teção do meio ambiente e possibilitar uma resposta às mudanças das 
condições ambientais em equilíbrio com as necessidades socioeconô-
micas e sem prejuízo de outros sistemas de gestão já utilizados nas 
empresas. A ISO 14000 atende à demanda dos sistemas de gestão 
ambiental implementados pelas organizações e define procedimentos 
de gerenciamento e de auditoria ambiental, bem como métodos de ava-
liação do desempenho ambiental, e está estruturada de acordo com o 
ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act) – ferramenta de gestão utilizada no 
controle de processos e solução de problemas (figura 2) –, além de es-
tabelecer três conjuntos de ferramentas importantes na implementação 
de um SGA: 1) avaliação do ciclo de vida; 2) avaliação do desempenho 
ambiental; e 3) rotulagem ambiental.
De acordo com a NBR ISO 14001, as etapas do ciclo PDCA, quando 
aplicadas a um sistema de gestão ambiental, podem ser descritas da 
seguinte forma:
Figura 2 – Etapas do ciclo PDCA
Plan (planejar) Do (fazer) Check (checar) Act (agir)
Estabelecer os 
objetivos ambientais 
e os processos 
necessários para 
entregar resultados 
de acordo com a 
política ambiental da 
organização.
Implementar os 
processos conforme 
planejado.
Monitorar e medir 
os processos em 
relação à política 
ambiental, incluindo 
seus compromis-
sos, objetivos 
ambientais e 
critérios operacio-
nais, e reportar os 
resultados.
Tomar ações para 
melhoria contínua.
Fonte: adaptado de ABNT (2015).
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2.1 Avaliação do ciclo de vida
No estudo de impactos ambientais é importante conceituar o ciclo 
de vida do produto que Vilela Júnior e Demajorovic (2013, p. 328) defi-
nem como o “conjunto sequencial das etapas necessárias para que um 
produto cumpra a sua função, desde a obtenção de recursos naturais 
até seu destino final”, isto é, o seu descarte. A função de transporte deve 
ser incluída pois é uma atividade geradora de impactos ambientais e 
presente em todas as etapas do ciclo de vida dos produtos (figura 3). 
Figura 3 – Estágios do ciclo de vida de um produto
Extração de 
recursos naturais
Transformação 
industrial
Comercialização 
e uso
Destino final
Transporte
Fonte: adaptado de Vilela Júnior e Demajorovic (2013, p. 328).
A avaliação do ciclo de vida (ACV) consiste num método de verifica-
ção dos fatos que incidem sobre o desempenho ambiental de um produ-
to desde o seu design até a produção e depois seu descarte final. Portney 
(1994, p. 69) define ACV como uma “metodologia utilizada para identificar 
energia e outros recursos necessários, assim como os impactos ambien-
tais associados a cada estágio do ciclo de vida do produto”.
A avaliação do ciclo de vida ajuda as empresas a analisarem todos os 
aspectos das suas operações e integrá-los na tomada de decisão rela-
tiva aos processos estratégicos e operacionais. Ao analisar um produto 
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ou serviço através de todas as etapas do seu ciclo de vida (aquisição de 
matérias-primas, fabricação, transporte, uso/reutilização/manutenção, 
reciclagem/gerenciamento de resíduos e sistemas de abastecimento 
de energia relevantes), a ACV faz uso do sentido holístico da informação 
ambiental e pode ser usada no projeto de um novo produto ou na avalia-
ção de um produto existente.
Segundo a norma NBR ISO 14040, um estudo de ACV tem quatro 
componentes básicos (ABNT, 2009):
1. Definição de objetivos e escopo: identificação das razões para 
conduzir o estudo, a quem se pretende comunicar os resultados, 
qual o sistema de produto1 a ser estudado, requisitos de dados, 
métodos e limitações do estudo.
2. Análise do inventário do ciclo de vida: identificação, compilação e 
quantificação das entradas e saídas para um determinado produ-
to ou serviço.
3. Análise de impacto: avaliação e compreensão da magnitude e sig-
nificado dos impactos ambientais de um dado produto ou serviço.
4. Interpretação: avaliação e implementação de oportunidades para 
reduzir os encargos ambientais.
Embora a ACV tenha muitos aspectos positivos, ainda apresenta mui-
tos desafios, incluindo custos elevados, pois a pesquisa para muitos pro-
dutos é complexa, tornando-se cara; dados insuficientes ou inadequados, 
uma vez que, para uma ACV, é necessário grande quantidade de dados, 
e haverá inevitavelmente uma série de lacunas de informação; dados in-
conclusivos, pois a avaliação do ciclo de vida é baseada em informações1 Segundo a NBR ISO 14040, um sistema de produto é o “[c]onjunto de unidades de processo, conectadas 
material e energeticamente, que realiza uma ou mais funções definidas” (ABNT, 2009, p. 3).
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ambientais que se modificam rapidamente, levando a que os pressu-
postos utilizados no processo possam ser questionados; e falta de uma 
metodologia padrão que compare impactos ambientais – por exemplo, 
comparando dois tipos diferentes de poluição –, o que agrava o proble-
ma, visto que o reflexo dos resultados das avaliações do ciclo de vida 
para a qualidade de vida e para os impactos ecológicos nem sempre é 
compreendido da mesma forma.
2.2 Avaliação do desempenho ambiental 
A ABNT NBR ISO 14031, parte integrante da família de normas NBR 
ISO 14000, trata da avaliação do desempenho ambiental (ADA), que é 
definida como um processo para facilitar as decisões gerenciais com 
relação ao desempenho ambiental e que compreende a seleção de in-
dicadores, a coleta e análise de dados, a avaliação da informação em 
comparação com critérios de desempenho ambiental, os relatórios e 
informes, as análises críticas periódicas e as melhorias deste processo.
A avaliação do desempenho ambiental permite que uma empre-
sa compreenda e quantifique mais claramente onde ela se encontra 
atualmente e até onde deve chegar para poder alcançar seus objetivos 
ambientais. O ADA proporciona à empresa uma ferramenta sistemáti-
ca para gerar informações úteis, selecionando ou definindo quais indi-
cadores de desempenho ambiental serão utilizados. As avaliações de 
desempenho ambiental são normalmente complementadas com audi-
torias ambientais que verificam a conformidade com os requisitos defi-
nidos pela NBR ISO 14001.
Indicadores de desempenho ambiental são classificados em duas 
categorias: indicadores de desempenho gerencial e indicadores de de-
sempenho operacional, conforme apresentados no quadro 2.
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Quadro 2 – Exemplos de indicadores de desempenho ambiental
INDICADORES DE DESEMPENHO GERENCIAL INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL
• Número de iniciativas implantadas para 
prevenção de poluição
• Número de treinamentos em questões 
ambientais aplicados
• Número de sugestões de empregados para 
melhoria ambiental
• Número de multas e penalidades ambientais 
sofridas
• Quantidade de materiais reutilizados no 
processo de produção
• Quantidade de água reutilizada
• Quantidade de energia utilizada para a 
fabricação de cada produto
• Custo de combustível utilizado em 
movimentação de produtos
2.3 Rotulagem ambiental
Rotulagem ambiental consiste nas “declarações que constam nos 
rótulos de produtos, indicando seus atributos ambientais” (VILELA 
JÚNIOR; DEMAJOROVIC, 2013, p. 350).
É crescente a demanda por parte dos consumidores por produtos 
que não prejudicam o meio ambiente, e por isso muitos produtos expli-
citam em seus rótulos essa informação. Mas como uma pessoa julga 
o impacto ambiental de um produto? Como os consumidores avaliam a 
validade de uma declaração de produto sobre os impactos ambientais? 
Como avaliam o rótulo? Essas questões enaltecem a necessidade da 
criação de regras sobre rotulagem ambiental para garantir ao público 
que os produtos atendam a padrões ambientais mínimos.
Os procedimentos de certificação são projetados para garantir a 
credibilidade dos rótulos e a confiança do público. De acordo com a 
norma NBR ISO 14020, que trata de rótulos e declarações ambientais, o 
objetivo é promover a demanda e o fornecimento dos produtos e servi-
ços que causem o menor impacto ambiental através de comunicação 
e informações precisas e verificáveis que não sejam enganosas sobre 
aspectos ambientais de produtos e serviços, estimulando assim o po-
tencial para uma melhoria ambiental contínua, ditada pelo mercado.
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Como um primeiro passo, é necessário que o organismo que forne-
ce os rótulos determine o método de verificação que será utilizado, de 
modo que os seguintes são os mais usuais:
 • Declaração de conformidade: quando o fabricante autodeclara a 
conformidade.
 • Revisão da documentação de suporte: nesse caso, a entidade 
que outorga o rótulo exige da empresa provas documentais de 
conformidade.
 • Avaliação da fase de produção e da cadeia de custódia dos pro-
dutos rotuláveis.
 • Teste em amostras do produto.
PARA SABER MAIS 
A rotulagem ambiental certifica com selos ambientais produtos que 
foram produzidos com menos impacto negativo ao meio ambiente em 
relação a outros produtos similares disponíveis no mercado, reconhe-
cendo que as empresas produtoras se enquadram em ações de susten-
tabilidade. Uma possível classificação de selos ambientais desenvolvi-
da pela ISO estabelece os seguintes tipos de selos ambientais: tipo I, 
que tem como base critérios de ciclo de vida (regulamentado pela NBR 
ISO 14024); tipo II, que permite às empresas divulgarem na mídia os 
benefícios ambientais que o produto alcança (regulamentado pela NBR 
ISO 14021); e tipo III, que exige a avaliação do ciclo de vida como requi-
sito ao selo ambiental.
 
A família de normas ISO 14000 está em constante atualização, de 
forma a suprir consistente e eficientemente a demanda dos sistemas 
de gestão ambiental e atender às necessidades das empresas na abor-
dagem aos desafios legais, comerciais e outros relacionados ao meio 
ambiente, além de assegurar a todos que a empresa está cumprindo as 
políticas ambientais estabelecidas.
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3 Auditorias ambientais
Auditoria ambiental é uma ferramenta da gestão utilizada para carac-
terizar a situação ambiental da empresa, avaliando de forma sistemáti-
ca se o desempenho ambiental está em conformidade com as políticas 
ambientais e se os processos de gestão e os equipamentos utilizados 
são adequados para cumprir os padrões ambientais predeterminados. 
Nesse contexto, entre as várias definições de auditoria ambiental, salien-
tamos as expressas pela International Chamber of Commerce (ICC) nos 
textos da NBR ISO 14000 e as do Conama, apresentadas no quadro 3.
Quadro 3 – Definições de auditoria ambiental
International Chamber of Commerce (ICC)
Uma ferramenta de gestão que utiliza uma avaliação sistemática, periódica, objetiva e documentada dos 
aspectos ambientais da organização, da gestão e dos equipamentos utilizados de forma a verificar se 
estão atuando com o objetivo de ajudar a salvaguardar o meio ambiente (KARAGIORGOS et al., 2008).
NBR ISO 14000:2004 (auditoria interna)
Processo sistemático, independente e documentado para obter evidência de auditoria e avaliá-la 
objetivamente, determinando assim a extensão em que os critérios de auditoria sãoatendidos.
Resolução Conama nº 306/2002
Processo sistemático e documentado de verificação executado para obter e avaliar, de forma objetiva, 
evidências que determinem se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais 
especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de 
auditoria estabelecidos nesta resolução, e para comunicar os resultados desse processo.
Analisando as definições de auditoria ambiental verifica-se a existên-
cia de vários elementos comuns. Assim, é consensual que a auditoria é 
um processo sistemático, isto é, metódico, organizado e planejado; é um 
processo documentado, pois todas as etapas são registradas; e é um 
processo conduzido de forma objetiva, pois os resultados são apresen-
tados seguindo os critérios estabelecidos para a auditoria e baseiam-se 
na comparação de evidências (VILELA JÚNIOR; DEMAJOROVIC, 2013).
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A auditoria visa facilitar a atuação e o controle da gestão ambiental 
da empresa, assegurando que a planta industrial esteja dentro dos pa-
drões de emissão exigidos pela legislação ambiental (DONAIRE, 1999). 
O desenvolvimento da auditoria ambiental é o resultado da necessi-
dade de empregar ferramentas efetivas internas para gerenciar ques-
tões ambientais. O trabalho dos auditores é analisar a eficiência das 
estratégias de gestão, propondo modificações para o seu aperfeiçoa-
mento (CURI, 2011).
Para determinar os tipos de auditorias ambientais, podemos dividi-las 
em três grupos em função da vinculação da equipe ou do time de audi-
tores (VILELA JUNIOR; DEMAJOROVIC, 2013): o primeiro representa as 
auditorias internas (ou terceirizadas), solicitadas e pagas pela empresa; 
o segundo representa a contratação de auditorias por organizações ex-
ternas à empresa para avaliar eventuais passivos ambientais; e o terceiro 
representa as auditorias realizadas por organismos independentes para 
emissão de certificados, como é o caso da ISO 14000.
Uma auditoria ambiental integra um processo de melhoria contínua, 
sendo normalmente executada com base no ciclo PDCA. De acordo 
com Barbieri (2007, p. 220), o processo proposto pela ICC divide a audi-
toria ambiental em três fases, conforme a figura 4.
Figura 4 – Divisão da auditoria ambiental
Atividades 
pré-auditoria
Atividades de campo 
(auditoria propriamente dita)
Atividades 
pós-auditoria
Fonte: adaptado de Barbieri (2007, p. 220).
As atividades de pré-auditoria incluem a definição dos critérios de 
auditoria, o escopo da auditoria, a seleção da unidade ou dos recursos 
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que serão auditados, o planejamento da auditoria propriamente dita, a 
seleção de auditores que conduzirão os trabalhos com objetividade e 
imparcialidade e os limites de atuação dos auditores.
As atividades de campo incluem entrevistas visando à identificação 
do sistema de gestão, a avaliação de riscos e controles internos pela 
identificação de pontos fortes e fracos, a coleta de dados, a aplicação 
de testes, a avaliação de resultados e a elaboração preliminar de relató-
rios de resultados.
As atividades pós-auditoria incluem a reavaliação do relatório pre-
liminar e a elaboração do relatório final; na sequência devem ser esta-
belecidos planos de ação que indiquem responsabilidades para ações 
corretivas e deve-se proceder ao acompanhamento do plano certifi-
cando-se de que os procedimentos foram executados corretamente.
As auditorias ambientais impactam na eficácia da gestão dos pro-
cessos empresariais e, consequentemente, na eficácia dos sistemas 
de gestão ambiental, auxiliando a empresa na redução de multas por 
incompatibilidade regulamentar na identificação precoce de proble-
mas, na economia de custos com resíduos e no aumento da sua repu-
tação ambiental.
Considerações finais
Neste capítulo foram analisados os principais instrumentos que en-
quadram as questões ambientais nas empresas. Por um lado, muito 
embora as normas que regulamentam as ações ambientais das empre-
sas sejam de adesão voluntária, a constatação de impactos ambientais 
resultantes de práticas ambientalmente incorretas, como o desmata-
mento ilegal, leva os governos a estabelecer normas protetoras do meio 
ambiente; por outro lado, a conscientização das populações aumenta 
progressivamente a exigência de produtos e serviços ambientalmen-
te corretos, o que leva as empresas a procurarem sistemas de gestão 
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alinhados a práticas ambientalmente corretas, incorporando nos siste-
mas de gestão normas ambientais e procedendo a auditorias ambien-
tais. A questão que agora se coloca é saber quais são os obstáculos e 
as oportunidades para as empresas que cumprem as normas ambien-
tais e buscam o seu desenvolvimento em mercados altamente compe-
titivos. Esse tema será abordado no próximo capítulo.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Introdução à NBR 
ISO 14001:2015. 2015. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/publicacoes2/
category/146-abnt-nbr-iso-14001>. Acesso em: 26 mar. 2018.
______. NBR ISO 14040: gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida: princípios 
e estrutura. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial. São Paulo: Saraiva, 
2007.
BRASIL. Ministério das Cidades. Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui 
a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro 
de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, 
Brasília, DF, 3 ago. 2010. p. 2. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 17 mar. 2018.
______. Ministério do Meio Ambiente. Decreto no 7404, de 23 de dezembro de 
2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política 
Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos 
Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 23 dez. 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7404.htm>. Acesso em: 26 jul. 2018.
______. Ministério do Meio Ambiente. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. 
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos 
de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 2 set. 1981. p. 16.509. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 10 ago. 2018.
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______. Ministério do Meio Ambiente. Legislação. 2018. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/legislacao-mma>.Acesso em: 26 mar. 2018.
CURI, Denise. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
KARAGIORGOS, Theoganis et al. Environmental auditing – Conceptual 
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ON ACCOUNTING AND FINANCE, 2., 2008, Thessaloniki. Conference 
Proceedings… Thessaloniki: [s. n.], 2008. Disponível em: <http://www.drogalas.
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contribution_to_the_business_environment.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2018. 
PORTNEY, Paul R. The price is right: making use of life cycle analysis. Issues in 
Science and Technology, Dallas, v. 10, n. 2, p. 69-75, 1994.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e méto-
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VILELA JÚNIOR, Alcir; DEMAJOROVIC, Jacques. Modelos e ferramentas de 
gestão ambiental. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.
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Capítulo 3
Desenvolvimento 
sustentável
Qualquer gestor empresarial tem de gerir duas empresas em simul-
tâneo: a empresa presente e a empresa futura. A empresa presente é 
gerida por meio de seus departamentos funcionais (marketing, financei-
ro, comercial, recursos humanos, meio ambiente, saúde e segurança do 
trabalho, etc.); já a empresa futura é gerida por meio do planejamento, 
ou seja, com ações que não comprometam negativamente o futuro e 
que proporcionem o desenvolvimento empresarial sustentável.
A sustentabilidade no desenvolvimento empresarial é resultado da 
capacidade da empresa em tomar decisões simultaneamente eficien-
tes (fazendo certo as coisas) e eficazes (fazendo as coisas certas), ope-
rando em áreas atraentes do mercado e obtendo custos baixos.
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A consciência ambiental faz gestores e empresas agregarem ao seu 
horizonte estratégico e à prática operacional as questões ambientais, de-
senvolvendo-se assim, nas empresas, os sistemas de gestão ambiental.
Os sistemas de gestão ambiental (SGA), ao auxiliarem as empresas 
a lidar corretamente com o meio ambiente, não somente melhoram a 
imagem da empresa no mercado mas também aumentam a eficiência 
produtiva, ajudam a economizar matéria-prima e energia e reaproveitam 
resíduos de fabricação e de consumo. Ao aumentarem a eficiência em-
presarial, os SGAs tornam-se condição necessária ao desenvolvimento 
sustentável de uma empresa.
A aplicação das normas da série ISO 14000 no processo de gestão 
empresarial aumenta a eficácia empresarial, pois indica o que deve ser 
feito para minimizar impactos ambientais e melhorar o desempenho 
ambiental, garantindo dessa forma o desenvolvimento sustentável da 
empresa.
1 Desenvolvimento sustentável
Entre as definições de desenvolvimento sustentável, a mais popu-
lar é da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(Relatório de Brundtland): “Desenvolvimento que atenda as necessida-
des do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras 
de atender às suas próprias necessidades” (UNITED NATIONS, 1987, 
tradução nossa). Essa definição foi ampliada e ainda é debatida, e em-
bora o objetivo essencial de cuidar das gerações futuras continue a ser 
o mesmo, outros aspectos foram integrados no conceito de desenvol-
vimento sustentável.
A visão economicista do desenvolvimento começou a ser critica-
da ao não considerar as questões sociais e ambientais, mas somen-
te os aspectos produtivos e as taxas de crescimento econômico. 
Até que na conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
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Desenvolvimento, ou Earth Summit, também conhecida como Rio-92 
ou Eco-92 – realizada no Rio de Janeiro em 1992 –, foi proposto um 
novo padrão de desenvolvimento sustentável baseado em três pilares: 
sustentabilidade ambiental, econômica e social.
Entre as conclusões da Eco-92 podemos destacar o desenvolvimen-
to de dois instrumentos: a Agenda 21, conjunto abrangente de diretri-
zes para alcançar a sustentabilidade ambiental, social e econômica que 
foi adotada por 172 nações; e a elaboração da ISO 14000, família de 
normas internacionais de gestão ambiental.
IMPORTANTE 
O conceito de desenvolvimento sustentável expresso pela Agenda 21 
aborda um desenvolvimento que não esgota, mas antes conserva e reali­
menta sua fonte de recursos naturais. Também não inviabiliza a socieda­
de, mas promove a repartição justa dos benefícios alcançados, que não 
é movido apenas por interesses imediatistas, e sim baseado no planeja­
mento de sua trajetória, e que, por essas razões, é capaz de manter­se 
no espaço e no tempo, comprometendo­se assim com gerações futuras.
 
Esse movimento levou ao aprimoramento do modelo inicial de de-
senvolvimento sustentável, que priorizava o desenvolvimento econômi-
co em relação ao desenvolvimento ambiental e social, e que nesse novo 
contexto passou a garantir um nível básico de qualidade de vida para 
todas as pessoas e a proteção dos sistemas ambientais e sociais que 
faziam com que a vida fosse possível e valesse a pena (ALENCASTRO, 
2012). Nesse contexto, a sustentabilidade do desenvolvimento pressu-
põe que a economia se desenvolva em conjugação com o ecossistema,1 
o que nem sempre é viável, dado o conflito de interesses ocasionado 
1 Conjunto dos seres vivos e dos fatores ambientais presentes em determinada região onde vivem, como o 
solo, a água, o ar e a própria luz solar.
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pelos atuais padrões de utilização de recursos e desigualdades sociais 
entre países com diferentes graus de desenvolvimento.
Partindo do princípio de que não se devem considerar conflitantes as 
metas ecológicas e econômicas, pois, para sua sobrevivência, os siste-
mas econômicos dependem dos sistemas ecológicos de sustentação, 
Sachs (1993) refere que todo planejamento de desenvolvimento deve 
levar em conta cinco dimensões de sustentabilidade, conforme apre-
sentado no quadro 1.
Quadro 1 – As cinco dimensões do desenvolvimento
SOCIAL ECONÔMICA ECOLÓGICA ESPACIAL CULTURAL
Maior 
equidade da 
distribuição 
de renda
Maior 
eficiência na 
gestão dos 
recursos
Uso racional 
de recursos 
para 
preservação 
do ambiente
Distribuição 
geográfica 
equilibrada 
das 
populações
Soluções 
customizadas 
de acordo ao 
local, cultura e 
ecossistema
Fonte: adaptado de Sachs (1993).
A assimilação da visão humanista de Sachs, em princípio de difícil 
aceitação no mundo empresarial, progressivamente tem inspirado nas 
empresas práticas sustentáveis de desenvolvimento, como é o caso 
dos mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL), que contribuem na 
redução de gases de efeito estufa ou de captura de carbono, ou dos 
processos de reciclagem,

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