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LIVRO ENSINANDO NATAÇÃO - WILLIAM URIZZI (1) (1)

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z ~ 'I.
N~tação
I~horte
EDITORA
Introdução •••••••....••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••11
Capítulo 1
MATIJRAÇÃO .........•...........••..•........••................................... 15
Capítulo 3
MÉTODOS DE APRENDIZAGEM .•..•..•..••.••..•..•..•...•.........31
Piaget. . 33
Aprendizagem Através da Resposta Condicionada 43
Aprendizagem Através do Erro e Acerto .. . 44
Aprendizagem Através das Aproximações Sucessivas 45
AprendizagemAtravés da Gestalt 47
Capítulo 4
NÍVEIS DEAPRENDIZAGEM ...................................••....... 49
Capítulo 5
APRENDENDO AENSlNAR OS NADOS ..................•.•••.•.•61
NadoCrawl . .. 69
Nado Costas .. . 91
Nado Peito. .. 105
Nado Golftnho. .. 121
Nado Medley.. . 133
Capítulo 6
APRENDENDOA ENSlNAR SAÍDAS E VIRADAS .•........ 139
Quando ensinar? 139
Fases do mergulho elementar 139
Comentários sobre saídas e viradas. . 144
Qual técnica de saída é mais interessante? '" 145
Saída de agarre com os pés
afastados e as mãos entre os pés.. . 147
Impulso durante a saída .. . .. 149
Procedimento básico para saídas de costas 150
Virada, . . 152
Educativos para a virada docrawl 153
Educativos para a virada de costas.. .. 154
Educativos parà a virada do peito 157
Educativos pama virada de golfinho. . 158
Educativos para a virddado medley 159
Capítulo 7
DESENVOLVENDOCRIATIVIDADENAS AULAS 161
Mudar é sempre difícil 163
Como mudar? 164
Postura de professor explorador 164
Postura de professor artista.. .. 165
Postura de professor juiz.. . 165
Postura de professor guerreiro.. . 166
Ambiente adequado 166
Adaptação ao meio liquido.. . 167
Respiração geral. . 167
Rutuação... . 168
Propulsão das pernas.. . 168
Propulsão dos braços.. . 169
Coordenação de braços e pernas 169
Outras estratégias.. . 170
Capítulo 8
MÚSICAS E APRENDIZAGEM 173
Capítulo 9
CONSIDERAÇÕES FINAIS 177
Durante anos a aprendizagem da natação no Brasil foi reali-
zada dentro de um modelo mecanicista e detalhista, que
visava mais o plano técnico do que o pedagógico, devido
principalmente ao fato de a aprendizagem ter sido iniciada e
supervisionada pelos técnicos.
Durante a década de 60, quando foram implantados nos clu-
bes associativos, os cursos de aprendizagem com o objetivo
de formar novos nadadores eram coordenados e supervisio-
nados por técnicos, que transmitiam aos seus professores
noções da técnica dos estilos em cursos que duravam de 30
dias 00 08 aulas, e nos quals os professores tinham de fazer
com que os alunos caracterizassem a técnlca dos estilos.
Como normalmente os alunos demonstravam dificuldade
em assimilar as informações pela velocidade e
especificidade, muitos não assimllavam os exercicios e se
desinteressavam da natação. A causa principal da
especificação da aprendizagem da natação é sua origem,
pois primeiro os orientadores foram os técnicos e posteri-
ormente os professores, influenciados pelos pedagogos e
especialistas de outras áreas.
A própria Educação Física mudou com a introdução de
atividades lúdicas nos programas de aprendizagem das ati-
vidades físicas. Não deveria acontecer, mas encontramos,
nos dias atuais, professores que ainda mantêm modelos
mecarticistas na aprendizagem da natação e que, quando
acadêmicos, receberam fOlte influência de uma visão técni-
ca e não pedagógica. Muitas instituições de ensino ainda
privilegiam nos seus conteúdos programáticos a técnica dos
estilos e regras. Não que esses temas não sejam interessan-
tes, mas não bastam para que os acadêmicos tenham no-
ções sobre nível maturacional, aspectos pedagógicos, ni-
veis e dificuldades na aprendizagem.
A Educação Física, no aspecto pedagógico, manteve du-
rante muito tempo o modelo mecanicista e detalhista, influ-
enciada pela idéia de a aprendizagem dos movimentos, prin-
cipalmente esportivo, ser copiada dos atletas. Esses mode-
los foram durante muito tempo aplicados à Educação Físi-
ca. Quando os professores de Educação Física começa-
ram a aproximar-se dos pedagogos, psicólogos e passa-
ram a estudar a origem dos movimentos, ou seja, os aspec-
tos intrínsecos e extónsecos da aprendizagem, os alunos
passaram a realizar os movimentos mais descontraídos e
relaxados, possibilitando um aprendizado que fugia dos mo-
delos até então praticados.
Com a natação aconteceu o mesmo. Nos anos 60 o Prof. David
Machado edita um dos primeiros livros de aprendizagem de
natação: "Metodologia da Natação", incluindo num dos seus
capítulos a fase de adaptação ao meio líquido até então ignora-
da pelos professores. Na época muitos professores de natação
não entravam na água e ministravam suas aulas com varas de
bambus, flutuadores de cortiças, em piscinas fundas etc.
Um dos objetivos desse livro é difundir a aprendizagem da
natação de uma maneira lúdica, distante da realidade de
uma ótima técnica. mas a partir de exercícios simples. res-
peitando o nível maturacional dos alunos, enfatizando os
aspectos intrínsecos e extrínsecos da aprendizagem, o am-
biente e principalmente auxiliando os leitores a criarem no-
vas estratégias no ensino da natação.
Atualmente a natação é uma das atividades físicas mais reco-
mendadas não somente aos portadores de asma br6nquica,
por causa de seu ótimo poder de fortificar e tonificar os
músculos das vias respiratórias. mas também por sua con-
tribuição no aspecto neuromotor, sendo que cabe aos pro-
fessores alertarem os pais quanto a possíveis problemas neu-
rológicos, auxiliando na prevenção e tratamento.
Outro fator interessante da natação é a faixa etária, pois é
uma das atividades físicas que as pessoas podem praticar,
com mínimas restrições, desde O nascimento até o fim da
vida. Sabemos de nadadores centenários que ainda partici-
pam de eventos masters. No Brasil encontramos o exem-
plo da nadadora Maria Lenk que aos 85 anos, demonstrando
alegria, motivação e tenacidade, participa ativamente dos
campeonatos de masters e está sempre na borda da piscina
com seu material, pronta para dar umas braçadas, seja en-
tregando prêmios no Troféu Brasil ou em qualquer piscina
ao redor do mundo.
Muitos professores durante as aulas de aprendizagem de nata-
ção atuam como técnicos, aproximando-se "perigosamente"
da técnica, justificando: Quando o aluno "aprende errado" o
movimento fica mais difícil para "consertar" futuramente.
o importante é saber o que é "aprender errado": realizar o
movimento como os melhores nadadores do mundo preco-
cemente ou realizá-Io conhecendo e explorando o meio lí-
quido, demorando um pouco mais, mas de maneira lúdica?
Os relatos aqui apresentados preconizam a segunda opção.
Espero que a leiturd dessas páginas seja uma feliz viagem
através do Aprendizado do Ensino da Natação e que apro-
veitem bastante.
Quando o grego Arquimedes (287-212 a.C.) saiu correndo
pelas ruas de Atenas gritando "Eureka", após ter tomado um
banho de banheira e descoberto o princípio da f1utuabilidade:
"Todo corpo imerso 110 meio líquido recebe um empuxo
de baixo para cima igual ao volume da massa líquida
deslocada", não imaginava que a natação evoluísse tanto e
que atualmente para ensinar natação necessitássemos estu-
dar o nível maturacional dos nossos alunos, pois este é de
fundamental importância para a assimilação dos exercícios
pelos alunos.
Muitos professores. ao utilizarem determinados exercícios
como propulsão das pernas do estilo crawl para crianças
de 03 anos, não obtêm êxito, pois crianças nessa faixa etária
não estão maduras e suficientemente desenvolvidas para
realizar determinados exercícios que exigem coordenação
maior e movimentos mais refinados. Portanto, os primeiros
conhecimentos e estudos do ensino da natação versam so-
bre O nível ou estado maturacional do aluno. Uma das defi-
nições que me agrada é:
MATURAÇÃO É o ESTADO DE PRONTIDÃO
NEUROFlSIOLÓGICA DO ORGANISMO EM REA-
LIZAR DETERMINADAS TAREFAS, INDEPENDEN-
TESOU NÃO DOS FATORES AMBIENTA/S.
Quando ensinamos exercícios sem o conhecimento da
maturação dos alunos, podemos incorrer no erro de desen-
volverrnos determinadas tarefas precoces, levando os alu-
nos a possíveis frustrações e desistências.
Os rumos do desenvolvimento do ser humano podem ser:
próximo distal ou cefalocaudal, ou seja, primeiro desen-
volve-se o cérebro, tórax e posteriormente, no estágio da
puberdade, é que braços e pernas são desenvolvidos. Ao
atingir 06 anos de idade, o cérebro alcança 80% do seu de-
senvolvimento.
Podemos dizer que os indivíduos aprendem os nados com-
petitivos quando desenvolvem a coordenação mais fina,
pois os movimentos exigidos são semelhantes ao de escre-
ver e ler, que ocorrem dos 04 aos 06 anos, precocemente
aos 03 anos e tardiamente aos 06 anos.
Aprendizagem, maturação dos nados e faixa erária
NADO
CRAWL
COSTAS
PEITO
GOLFINHO
JFA.lIXA ]E
04 aos 06
04 aos 06
05 aos 07
07 aos 09
Quadro demonstrativo do desenvolvimento maturacional das crianças,
do nascimento até os 06 anos.
][j I Inicialmente letraielocom eslranhos I Im~alrabaJhocasejro I \ I Poe os sapatos I
I I
Rireativamenle II Brinca, Dança ou canta I Usacolher,derramapouoo 11 Abotoa
I Rlesponlaneamente I II Joga bola com o examinador I
I1
Lava e seca as mãos ,
I
I Come biscoitos I Indica desejo (nàochora) I Ajudaemcasa-Tarefassimples I Veste-se comsupervisão
Resiste a reliradade brinquedos
I Separa·sefacilmenledamàeI I I
I Brinca de esconder I Bebe do copo I Brinca com jogos inleralivos
I Procurabrlnquedosforadoalcance I Veste·sesam
II Remove roupas supeMsão
I I I
ª Agarrachocalho I I Senta,olhaum!lo I
I I I I I I I I
Rabisca espontaneamente I Oopia+linha média I
I II II I Torre de 2 cubos Co~a O I
Movimentos I Olha objeto I Senta· pega 2 cubos I Co~a O
~
II Procura II I
Torre de 4 cubos Irnilapontel. lmitademostraçâo O
Seque após umobjelo
Bale 2 cubos seguros nas mãos
linha média
IIII Seque 1aoo I Ajunta bolinhas I I Imita linha vertical denlro de 30" I Desenha homem com 3 partes
I~I Mãos juntas I I IAgarraCOm polegar o dedos I
I Derrama bolinhas do recipiente· espontaneamente I~~~~s~on
I Passa um cubo I I I rrrde mão para mão Derrama bolinhas do recipiente· demonstraçãoI I I I I I I I I I I I
I I III Papa ou mama não específico I 3 palavras além de mama, papa I Compreende'r. II
E~" I Volta-seaochamaclo I Combirla2 palavras diferentes ~:;~~~3de4Cfl IReconhece cores 3de4Nomeia uma figura
Grita Sequeordens2de3 I
Emparelhaanaklgia2de3
I lmila sons de palavras I
Usa pl~rais I I Definepalavras6de9
De l' e último nome
I I I I
Da composição objelos
~
Mantém algum peso nas pernas I Fica em pé momentaneamente Empurra a bola para dianle
I· I I I I ·1°'9·
i:'~r :';';40' I I Pu"do paras",lar I I Anda segurando oos móveis I I Arremessa bola de cima para baixo I Pulacomumpé I1
~ I
Senta sem apoio I
Mantem-se bem de pé
Pega bola saltando
I '''9
~:o1~'~o~:;os Fica em pé seguro I Para e recomeça I I Pula no lugar I Marchacalcanhar-pé I
Puxa para licar de pé I Anda bem I Pedala TricicloMantém cabeça estável Anda para Irás calcanhar-pé
I Allda para trás I Pulo amplo III Rola I Consegue sentar I I I I I
1-55eg ISDbedegraus
Teste do Desenvolvimento de Denver
l'eL Fl'unkenblll"g WK - Denver Developmental Screening Test. J Ped 71 : 181- 91,1967 .
Quadro demonstrativo do desenvolvimento pedagógico
na natação das crianças do nascimento até os 06 anos
(WiIliam, 1998).
Água no rosto - bloqueios respf'
ratórios - observa o ambiente, mo-
vimentando braços, pernas e o
olhar. Os movimentos aqui apre-
sentados são rústicos. Realiza mo-
vimentos na água com auxílio do
professor.
Bloqueios respiratórios - observa
o ambiente, movimento de braços
e pernas semelhantes ao engatinbar.
Salta da borda e movimenta-se na
água com auxílio do professor. As
músicas são utilizadas mais como
tranqüilizantes e para a obtenção do
elo de ligação professor - criança.
Sociabilização - Reconhece o
professor - Salta da borda e des-
loca-se na água sem auxílio - fica
em apnéia durante 10 a 20 segun-
dos. Entende soltar o ar "bolinhas"
dentro da água. Abre os olhos em-
baixo da água, facilitando sua ori-
entação. Brinquedos educativos
""" '<>\,'-\" '<. "","\\L'I>.<I,."" <:,""" ,,1,,)'<.\\-
vos pedagógicos. As músicas ser-
vem para a interação entre o pro-
fessor, exercício e aluno e manu-
tenção da motivação.
Aumenta o tempo de apnéia de 10 a
30 segundos. Maior o relacionamen-
to com meio líquido. Durante o des-
locamento submerso, abre os olhos
e melhora a curiosidade. exploran-
do o meio. Relacionamento com OS
brinquedos realiza-se através de fan-
tasias, nas quais as estórias fazem
parte das aulas. Nessa fase, as fan-
tasias e as música,; são as estratégi-
as mais importantes, coincidindo
com a prontidão neurofisiológica A
noção de profundidade e os primei-
ros sinais de defesa aparecem nes-
sa fase (medo de não colocar os
pés no fundo da piscina).
Primeiros movimentos caracterizan-
do os nados competitivos. Movimen-
tos da~ pemas conduzidos, semelhan-
tes aos estilos crawl e costas. Movi-
mentos dos braços rudimentares, s0-
mente utilizados como apoio para
respirar (elevar a cabeça, não respi-
ração específica dos estilos).
A sociabilização manifesta-se pe-
las fantasias e músicas, estratégi-
as adequadas à faixa etária. Acen-
tua-se o receio pela parte mais fun-
da da piscina, pois entende tudo
o que se passa no meio ambiente
como: atitudes do professor, pais;
local mais fundo. Primeiras no-
ções de segurança - como entrar
e sair da piscina - fundo - raso -
evitar conidas.
Surgem os primeiros movimen-
tos oriundos da coordenação
mais fina, com pernas de crawl e
costas mais caracterizados. Mo-
vimentos de braços não somente
como apoio, mas também como
deslocamento. Como braçada de
crdwI, somente a fase submersa
- mais fácil. Caracterização das
fantasias nos exercícios como: Ja-
caré - braços estendidos, uma
mão sobre a outra, deslizar pela
água. Comportamento de explo-
rar a piscina realizado através de
brincadeiras como "caça ao te-
souro". Atividades recreativas du-
rante e ao fmal das aulas; saltos
da borda com apoio de aros são
bem aceitos.
Acentua-se a coordenação mais fina, con-
seqüentemente os movimentos das pernas
de crawl e costas ficam mais elaborados
aproximando-se do movimento ideal. Nes-
se momento as pernas começam a auxiliar
a sustentação (apoio) do corpo. Quanto
aos movimentos de braços, ainda são rea-
lizados com dificuldade, principalmente o
movimento aéreo (recuperação) pela difi-
culdade em tirá-Ias da água.
É comum encontrarmos nessa fase mais
intensa da coordenação, crianças com
desenvolvimento mais tardio em rela-
ção a outras e' crianças que ficam du-
rante alguns meses sem apresentar evo-
lução nos movimentos. Alguns realizam
rapidamente o exercício, outros não.
Apresentamos aos alunos a coorden-a-
ção das pernas e braços e a respira-
ção específica do crawl - respiração
lateral. Os movimentos da braçada são
realizados com mais facilidade princi-
palmente a parte aérea. É importante
incrementar os movimento das mãos
nas diferentes direções com o objetivo
de desenvol ver a sensibilidade quanto
à sustentação e propulsão (desloca-
mento). Iniciamos a coordenação dos
movimentos das pernas, braços. respi-
ração especifica, até ãIcançarmos
o nado completo, complexidade
de movimentos que a criança de-
verá realizar.
Os movimentos coordenados dos
nados crawl e costas são mais ela-
borados, iniciando a fase do aper-
feiçoamento. É incrementado o
mergulho elementar, movimentos
mais elaborados do que os saltos
apresentados nas idades anteriores.
As crianças realizam alguns movi-
mentos de pernada de peito.
Maturaóonalmente é a idade em
que as crianças mais assimilam os
movimentos dos estilos crawl, cos-tas e mergulho elementar, encerran-
do praticamente a primeira fase da
pedagogia da natação.
ela 11/1'il/spira dois semimellfos: Ternura pelo qlle
re~peilu pelo qlle pode ser.
Piaget
Analisando e estudando as inúmeras definiçães de aprendi-
zagem, elaborei uma que gosto muito de praticar:
"Aprendizagem é um processo de ação recíproca entre o
ser humano e o meio biológico ou cultural".
o processo da aprendizagem é desencadeado quando acon-
tece um fato novo. Concluindo, podemos afirmar que:
"Aprendizagem é o indivíduo estar diante de um fato novo,
(exercício) ocorrendo uma interdependência entre os fato-
res intrínsecos (internos, representados pelo nível
maturacional e vivências anteriores dos indivíduos) e os fa-
tores extrínsecos (externos, representados pelo meio ambi-
ente e estratégias do professor), resultando na redução da
tensão do indivíduo em aprender determinado exercício,
tensão esta decorrente da exposição dele a um fato novo
não assimilado anteriormente.
APRENDIZAGEM
fator novo
fatores internos
(maturação - vivências anteriores )
x
fatores externos
(ambiente - escola - materiais - estratégias do professor)
Movimento aprendido
Redução da Tensão
Necessidade de Aprender
Movimento não aprendido
Aumento da Tensão
Necessidade de Aprender
É interessante, durante a aprendizagem da natação, apre-
sentar aos alunos exercícios e estratégias coerentes com os
níveis pedagógico e maturacional, de simples assimilação,
pois a tensão (gerada pela expectativa de acertar ou errar)
está presente durante a aprendizagem da natação.
Muitos nadadores que se aventuram a ministrar aulas de nata-
ção, sem uma formação pedagógica específica, preocupam-
se mais com que o aluno faça o que ele (professor) consegue
fazer, esquecendo que eles praticaram a natação muitos anos e
o aluno não, distanciando-se pedagogicamente do aluno.
Isso acontece também com técnicos que não se atualizam
quanto à pedagogia, propondo aulas de natação com mui-
tas explicações e pouco conteúdo pedagógico.
É comum observannos professores que explicam minucio-
samente os exercícios ou pennanecem a aula inteira cha-
mando a atenção de determinado aluno que não obtém êxi-
to na sua técnica. Isso não é interessante na aprendizagem
da atividade física, pois o movimento humano é muito com-
plexo, diferente da atividade do pensar. Quando movimen-
tamos o nosso corpo na água, não basta somente pensar;
mas pensar e movimentarmos 'nossos ossos, articulações,
músculos na direção certa.
Um aluno adulto, por exemplo, que passa por uma experi-
ência de aprendizagem em que o professor explica e exige
demais dos seus movimentos durante a fase da aprendiza-
gem da natação, aprenderá os movimentos de uma maneira
mais contraída e tensa. Basta observarmos as piscinas dos
clubes nos finais de semana para comprovannos que mui-
tos alunos nadam contraindo muito os músculos, quando
deveriam nadar mais naturalmente. o mesmo não aconte-
cendo com os' adultos que aprenderam de maneira mais
relaxada e com movimentos mais fáceis.
Há alguns anos atrás, quando não havia escolas de natação
e nem processos pedagógicos mais elaborados, crianças
que aprendiam a nadar nos rios e lagos realizavam movi-
mentos mais naturajs do que muitos alunos apresentam nas
escolas atualmente, pois eram movimentos livres, espontâ-
neos; evidentemente que no aspecto medo e receios do
meio líquido, as crianças que aprendiam a nadar nos rios
tinham bem mais medo que o apresentado atualmente no
caso de crianças que recebem orientação.
Quanto mais nos aprofundarmos nos processos da apren-
dizagem, nas diferenças entre o aprender, aperfeiçoar e trei-
nar, melhor será o nível das nossas aulas e conseqüente-
mente o ensino da natação.
Tomando como base que a realidade técnica são os estilos
dos melhores nadadores do mundo, Gustavo Borges,
Scherer, Popov, podemos adotar os seguintes parâmetros:
Aprender: noções simplificadas da realidade
Aperfeiçoar: noções mais próximas da realidade
Treinar: realizar e tentar ultrapassar a realidade.
Segundo pesquisas recentes sobre o cérebro humano e pre-
conizado pelos neurolingüístas, o cérebro divlde-se em dois
hemisférios o esquerdo e o direito:
criativo
amplo
artistico
corporal
racional
detalhista
mecanicista
lógico
Onde podemos situar a atividade física e natação no as-
pecto da aprendizagem? Exatamente no hemisfério direito,
devido ao fato de trabalharmos mais com O corpóreo e
com atividades lúdicas.
Sendo assim, é mais produtivo desenvolvermos aulas cria-
tivas, sem muitos detalhes da técnica. Atividades globais,
em que o mais importante é a realização dos movimentos,
mesmo que não sejam "tecnicamente" perfeitos, lembran-
do as crianças que aprendem a nadar sozinhos ou jogam
futebol nos campos de várzeas e que, na maioria das vezes,
aprendem de uma forma mais descontraída e sem muitas
cobranças e pressões. Isso não quer dizer que os alunos
não devam ser orientados, mas sim que as orientações es-
tejam ao alcance deles.
Quanto ao hemisfério esquerdo, utilizamos na atividade fí-
sica e natação, principalmente nos treinamentos. É comum
observarmos atletas que ficam horas e horas treinando de-
terminada técnica de nado, virada ou saída.
Durante uma sessão de treinamento dos Jogos Pao-america-
nos disputados em Havana - Cuba, lembro-me de que du-
rante uma hora ficamos treinando a equ.ipe feminina de
revezamento 4xlOü livre (Paula Marsiglia - Paula Aguiar
- Paoletti Filippini - Isabele Vieira) com o objetivo de
melhorar a saída e troca de posições entre as nadadoras.
Todos os detalhes foram observados: posicionamento dos
pés no bloco de partida, momento do giro dos braços, o
momento em que a companheira passava na direção das
mãos, técnica da saída (algumas não estavam adaptadas ao
giro dos braços) e o resultado foi uma medalha de bronze.
Normalmente os técnicos filmam os atletas durante as saí-
das a 11m de observarem todos os detalhes.
Ao se deparar CO/llnOl'os e emociollalltes exercícios. 11(/0 se COII-
lente somente com a emoção momelltânea que ele nos oferece,
desperte sI/a cllriosidade, procure os molivos e as causas de eles
Alguns autore~ ge natação evidenciam, nos seus livros, mé-
todos estudados pela pedagogia como concepções analíti-
cas, globais, proprioceptivas.
Catteau e Garotf no livro "O Ensino da Natação", colo-
cam no capítulo 02, 5 I a 109, com muita propriedade, os
métodos utilizados na aprendizagem da natação.
Quando freqüentei a Faculdade de Psicologia, ministrava
aulas e treinamento de natação e chamou-me a atenção os
estudos sobre os métodos de aprendizagem na disciplina
Psicologia do Desenvolvimento, em que pela primeira vez
ouvi falar de métodos de aprendizagem desenvolvidos a
partir de estudos da teoria de Pavlov, Thorndike e outros.
Procurei aliar a experiência adquirida nas aulas de nataç,ão
aos métodos estudados na psicologia do desenvolvimento
e ao ler os exercícios propostos nos livros de natação, fui
adaptando os métodos, ou seja, comecei a dar significado
aos inúmeros exercícios sugeridos durante a aprendizagem.
Fiquei feliz ao ler o livro "Metodologia da Natação" do
professor David Camargo Machado, no qual se mencio-
na a teoria e metodologia do "Erro e Acerto", proposta
por Thorndike, método que a Psicologia do Desenvolvi-
mento preconizava.
Lembro que ao ler o livro "Natação para o meu Neném",
de L. Borges, revisado pela professora Liselotte Diem, de-
parei-me com propostas de exercícios para as crianças re-
alizarem o salto da borda, o deslocamento na água e como
segurar as mãos do professor, tudo isso através das "Apro-
ximações Sucessivas", metodologia que o livro nada ex-
plicava. Mas foi gratificante constatar que poderia utilizar
os estudos da Psicologia do Desenvolvimento em benefí-
cio da aprendizagem da natação.
Constatar isso foi muito bom e poderásê-Io também para
todos os professores que, ao depararem com exercícios,
despertem a própria curiosidade e procurem explicações
científicas e metodológicas para eles, pois além de toma-
rem a leitura mais agradável, também poderão adaptar no-
vos métodos à aprendizagem da natação.
Segundo Piaget. a criança está orientada para o triunfo. Os
atos que dão certo são preservados, os que fracassam, desa-
parecem.
Épor volta de dois ou três anos de idade que a criança come-
ça a buscar a verdade, compreender e não somente explorar.
Podemos aplicar os estudos desenvolvidos por Piaget na apren-
dizagem da natação, principalmente na natação para bebês, pois
Piaget estudou com muita propriedade o período do na'iCimen-
to aos 24 meses, cienominado período sensório-molor.
Quando analisamos os exercícios que realizamos nas aulas
para bebês e os relacionamos aos estudos sobre o período
sensório-motor, observamos que os exercícios, criados num
momento de "magia" por parte do professor. têm muito
dos estudos de Piaget.
Piaget propõe 04 fases ou estágios do desenvolvimento do
ser humano do nascimento até a fase adulta:
Estágio O I: Período Sensório-Motor
Estágio 02: Período Pré-Operacional
Estágio 03: Período das Operações Concretas
Estágio 04: Período das Operações Formais
Podemos relacionar os exercícios da aprendizagem com
os estágios propostos por Piaget.
Estágio O I: Período Senso-Motor - período compreen-
dido do nascimento até a criança completar 24 meses.
A criança durante esta fase adquire habilidades e adapta-
ções do tipo comportamental. Durante esta fase a criança
ainda não desenvolveu habilidades como raciocínio, coor-
denação motara mais fina. Os exercícios são realizados atra-
vés de adaptações de estímulos e respostas. Uma detenni-
nada música, por exemplo. "A galinha do vizinho", que a
princípio é um estímulo neutro, ou seja."nada tem a ver"
com a natação, passa a constituir um estímulo condiciona-
do, pois é agradável e motivante. Piaget, ao observar as
crianças durante o penodo senso-motor, chegou às con-
clusões:
A criança utiliza mais os reflexos no relacionamento com o
meio ambiente. Qualquer ruído ou uma luz mais forte cha-
mará a atenção da criança fazendo com que a atenção dela
volte-se para a origem do estímulo ou a afaste, como no
caso da luz. Os primeiros banhos são importantes para a
adaptação ao meio líquido. A maneira com que os pais
molham o rosto ou transferem o seu calor para a criança
orientarão futuros trabalhos de aprendizagem da natação.
Geralmente os banhos são realizados em ambiente agradá-
vel, sem muitas interferências, justamente para não voltar a
atenção da criança para outros estímulos.
Uma das perguntas freqüentes em natação é qual a idade
ideal para as crianças praticarem-na.
Desde o nascimento, se as condições forem favoráveis (pis-
cina com a temperatura próxima do banho, muito bem trata-
da) e os fatores culturais o pennitirem.
Sabemos que nos países europeus os pais colocam as crian-
ças desde o nascimento. Observamos nas matérias dos
telejomais imagens de professores colocando crianças de
poucos meses em lagos gelados. Imaginem realizarmos isso
com crianças latinas!
Durante este período de vida, a criança fortalece o seu rela-
cionamento com o mundo exterior; começa a perceber o
calor do seio da mãe, quando suga toma o leite; ao chorar,
é seguro no colo ou suga o seio para saciar a fome. Come-
ça a sentir O prazer pela água e as diferenças de temperatu-
ra. Praticamente o elo de ligação entre a criança e o meio
ambiente é o choro.
Durante este período a criança começa a manipular o meio
externo. Chora quando deseja sentir o calor da mãe ou sen-
te fome e quando não quer ficar no berço durante a noite,
mas na cama dos pais. É o período mais lnteressante para
colocá-I os na natação, pois sua imunidade já está mais de-
senvolvida, sendo a época ideal não para aprenderem os
estilos, mas sim para se adaptarem ao meio líquido.
Comportamento instrumental e busca do objeto desa-
parecido.
Período de ótimo desenvolvimento na natação, principalmen-
te quando relacionamos nas aulas os exercícios aos brinque-
dos. Até então, durante as aulas, o brinquedo exercia a
função de atrair a atenção da criança e agora os brinquedos
têm como objetivo o de integrar os exercícios.
Trabalhar escondendo os bri nquedo é bem ti pico desse
período e chama a atenção das crianças.
A partir desse período a criança inclui no seu universo a
figura das pessoas que estão com ela espomdicamente, como
professores de natação, maternal, avós, tias, amiguinhos,
aumentando o seu relacionamento.
Na natação realiza movimentos de perna semelhantes ao do
engatinhar e começa a perceber e a entender melhor o meio
ambiente.
o relacionamento com o meio ambiente é concretizado nesse
período, aparecendo os primeiros sinais de medo. Uma
interessante experiência vivenciada por mim ilustra muito
bem esses sinais.
Estava passando os meses de verão na casa dos meus pais
e tive a oportunidade de brincar com o meu primo de 18
meses numa piscina de 25 metros. O garoto realizava ativi-
dades de bloqueio de respiração, saltava, deslocava-se e
sentia-se muito confortável.
No próximo verão nos encontramos novamente e através
das informações da mãe, ele nunca mais havia entrado numa
piscina e qual não foi a minha surpresa ao perceber que ele
não queria mais saltar ou colocar a cabeça na água.
Os professores de natação devem acompanhar as modifica-
ções comporta mentais dos seus aJunos e nesse período
manifesta-se claramente o medo das crianças do lugar fun-
do, onde não dá pé. Caso seja alarmada quanto à profundi-
dade da piscina: "Não entre no lugar fundo"; "Cuidado que
você poderá afogar-se", poderá adquirir o medo da água.
Uma das estratégias trabalhadas com as crianças nessa fai-
xa etária são as fantasias. É comum os professores utiliza-
rem estratégias: "Estamos no aquário do tio" ou "olha, o
Pedrão engoliu um peixão".
É comum obtermos resultados através dos estímulos mu-
sicais, como uma música que cantamos para as crianças
colocarem a cabeça na água:
As crianças entram no "cllma" e acabam colocando a cabe-
ça na água.
COMPORTAMENTOS
ADAPTA T1VOSIINTELIGENTES
A utilização de brinquedos - imitação de bichos - animais
aquáticos - fantasias são as principais estratégias do perío-
do senso-motor. Tome-se o exemplo citado na página 38
do livro Natação para o meu Neném, de Lothar Borges,
no item Novos passos para o mergulho: "A criança nes-
sa idade já tem certa noção de tempo; acostumando-se à
duração do mergulho, ela começará a espernear, se o tem-
po ultrapassar".
Analisando o exercício acima, espemear significa que a cri-
ança relacionou o espernear com a atitude do professor de
tirá-Ia da água. Um comportamento que poderá ser adquirido
dos 04 aos 08 meses, período das adaptações intencionais.
Fim do período comportamental e início da compreensão,
do entendimento, agrupamento dos conceitos, aquisição e
desenvolvimento da coordenação mais tina e desenvolvimen-
to das habilidades do aprendizado dos estilos da natação.
Período de transição entre aquisição de novos agrupamen-
tos para o mais elevado, que é o operacional. Oferecem
uma maior dificuldade a compreensão e comportamento
mais sensato e lógico nas situações de brinquedo livre. Pa-
ralelamente ao ler, escrever e à capacidade de compreender
novos conceitos, a criança aprende também a nadar os
estilos. iniciando por movimentos mais rústicos até a reali-
zação de movimentos complexos do estilo golfinho, assi-
milados mais naturalmente aos 07 anos.
Podemos afmnar que é o período mais significativo para O
aprendizado dos estilos, mergulho elementar e melhora das
condições das vias respiratórias e, conseqüentemente, dos
músculos envolvidos no processo (estemoc!eidomastóideo
- peitoral- abdominal- diafragma - intercostais).
- Caracterizaçãodos movimentos específicos da pemada
- Coordenação dos movimentos da propulsão das per-
nas e braços.
- Coordenação das pernas, braços e respiração específica.
~ Atlvidades recreativas.
Durante o período Pré-Operacional é comum encontrarmos
crianças que atingem em deteminadas fases da aprendizagem
"platôs", permanecendo por períodos prolongados na mes-
ma fase. Exemplo: uma criança de 04 anos permanece durante
04 meses na fase de coordenação das pernas, braços e respi-
ração específica. Até então seu desenvolvimento foi acelera-
do, mas nessa fase temos a impressão de que "parou", fato
comum, pois maturacionabnente ainda não atingiu os movi-
mentos mais ftnos e complexos exigidos para a tarefa.
SISTEMAS INTER-RELACIONADOS
e ORGANIZADOS
FIM DO EQUILÍBRIO ESTÁVEL
COMPORTAMENTAL
Período de agrupamento de novos conceitos, desenvolvimen-
to de noções de distãncia, comprimento e organização. Caso
as crianças tenham aprendido e desenvolvido as habilida-
des dos nados, iniciam a fase do aperfeiçoamento da técni-
ca, o aprendizado das saídas e viradas, a participação nos
festivais e iniciação competitiva.
Nesse período as crianças possuem uma concepção rudi-
mentar de tempo, espaço, número e lógica.
- Aperfeiçoamento da técnica dos nados crawl, costas,
peito e golfinho.
- Aprendizado das saídas, viradas.
- Desenvolvimento dos exercícios de nado combinado
(medley).
- Participação nos festivais.
- Iniciação competitiva.
- Desenvolvimento de habilidades como: saber o seu tempo
em determinados percursos; merragem dos treinos; ritmo e
espaço.
Período de desenvolvimento do pensamento causal, lógico e
experimentação científica. O indivíduo, ao alcançar a puber-
dade, adquire uma visão mais crítica do mundo que o rodeia,
procura a independência dos pais, gerando conflitos. Na nata-
ção desenvolvemos as habilidades como o aperfeiçoamento
dos nados, defInição das provas específIcas para nadadores
velocislaS, meio fundistas e fundistas e o condicionamento
para a natação ou para os diversos esportes.
No outono de 1998 fui procurado pelo atleta Alexandre
para desenvolvermos treinamento específico para veloci-
dade, haja vista seu desempenho numa clínica de natação
realizada nos USA.
Durante o inverno, quem me procurou foi seu irmão Bruno,
que adora futebol e procurou a natação para melhorar o seu
condicionamento. Muitos desses casos ocorrem nas esco-
las, academias ou clubes de natação.
- Condicionamento físico;
- Correções posturais;
- Fortalecimento dos músculos envolvidos no processo
respiratório ou específico de cada esporte;
- Treinamento de atletas velocistas, meio fundistas e
fundistas;
- Treinamento de médio nível;
- Participação em travessias de médio percurso (até 10.000
metros).
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA
PENSAMENTO LÓGICO
APRENDIZAGEM ATRAVÉS
DA RESPOSTA CONDICIONADA
Tem como base e origem o condicionamento clássico de
Pavlov, que, ao trabalhar com animais em estado de priva-
ção alimentar, criava uma situação de aquisição de novos
comportamentos através da apresentação de estímulos con-
siderados prioritamente neutros e posteriormente condicio-
nados no organismo dos animais.
Pavlov, ao apresentar o som de uma campainha (estímulo
neutro )seguido do alimento ao cachorro, percebeu que este,
no intervalo de tempo da escuta do som e a apresentação
do alimento (estímulo condicionado), salivava, ou seja,
um estímulo (som) incialmente neutro incorporou-se ao
organismo do cachorro, tomando-se um estímulo condi-
cionado.
Esse método é muito utilizado pelos professores de nata-
ção na faixa etária O a 02 anos, no período senso-motor,
proposto por Piaget, por se tratar de um período
componamental e pouco cognitivo.
- Aula para a faixa etária 12 meses. Através do estímulo
musical (neutro), condicionamos a criança que, em deter-
minado momento, ela afundará a cabeça ou sua cabeça será
afundada, tomando o estímulo musical condicionado.
- Na p. 39 do livro "Natação para o meu Neném",
observamos o seguinte exercício: "Irrite um pouquinho a
criança e retire-a do fundo somente quando ela intensifica
sua atividade. Ela descobrirá a relação entre espemear e ser
retirada do fundo e logo tentará acelerar esta retirada, inici-
ando mais cedo os movimentos". Espernear tomou cará-
ter de sinal, isto é, a criança associa determinada con-
duta a determinada expectativa.
É um método proposto e desenvolvido por Thorndike,
em que a motivação é a condição fundamental.
Determinados comportamentos são elogiados ou recom-
pensados e outros não. Aprendizagem reforçando o êxito.
Presente em todas as atividades físicas, principalmente quan-
do o professor está diante de um grupo de alunos heterogê-
neos e propõe determinado exercício. Alguns alunos reali-
zam, outros não, dependendo do nível do exercício e
maturacional.
Na natação não poderia ser diferente, pois está presente na
maioria das aulas, principalmente no início quando ainda
desconhecemos a realidade e o nível do aluno.
Em uma situação de teste ou em aulas para deficientes men-
tais, praticamente utilizamos exercícios que poderão ou não
serem realizados pelos alunos.
- Flutuabilidade - Quando propomos um exercício de
flutuação, caso O aluno não obtenha êxito, propomos a
alternativa de realizar os movimentos de perna; não conse-
guindo, alternamos para mudar o posicionamento dos bra-
ços e assim sucessivamente até acertar.
- Há alguns anos atrás ministrei aulas para Viviane, porta-
dora da Síndrome de Het. A maioria das estratégias adotadas
nas aulas foram baseadas no erro e acerto.
A impressão que tinha era que estava "tateando no escuro",
pois além de desconhecer a aluna, também desconhecia a
síndrome. Sendo assim, procurei observar os estímulos
quc a atraíam para que pudesse criar um elo de comunica-
ção. Após várias tentativas e fracassos, optei pelo estímulo
musical e foi estabelecida a via de comunicação.
o SUCESSO DESTE MÉTODO É O MAIOR
NÚMERO DE ESTRATÉGIAS.
APRENDIZAGEM ATRAVÉS DAS
APROXIMAÇÕES SUCESSIVAS
O princípio básico deste método é, através de um objetivo
proposto, desenvolver uma cadeia de elos que se
interdependem e na qual a condição básica é a de realizar o
elo ou etapa anterior com sucesso.
Exemplo na natação:
Objetivos:
- Criança dos 06 aos 24 meses - Saltar, movimentar-se
por baixo da água, emergir e segurar nas nossas mãos.
Elos:
1. Adaptação ao meio líquido - molbar a nuca e o
rosto da criança.
2. Afundar a criança e passar para a mãe.
3. Ser afundada e ser retirada do fundo.
4. Ser afundada - espemear - perceber as nossas mãos
- agarrá-Ias, ser puxada e retirada do fundo.
5. Saltar sem afundar o corpo e sentir nossas mãos.
6. Saltar - mergulhar a cabeça e o corpo - movimentar-se
por baixo da água - emergir e segurar nossas mãos.
Objetivos:
- Aprendizagem dos nados crawl- costas - peito e golfinho.
Elos:
1. Adaptação ao meio líquido
2. Respiração Geral
3. Flutuação ventral, dorsal e vertical
4. Propulsão das pernas
5. Propulsão dos braços
6. Coordenação dos braços e das pernas
7. Respiração Específica
8. Coordenação de braços, pernas e respiração
(nado completo)
Retomando à introdução, enfatizamos a importãncia de nos
afastarmos dos modelos de aprendizagem mecanicista e
detalhista, pois são modelos utilizados pelos que priorizam
a técnica e não a pedagogia do movimento. Ao utilizarmos
a Gestalt, preconizamos a aprendizagem dos movimentos
através do todo ou do movimento global. Na realidade o
que a pedagogia nos mostra é a importância de desenvol-
vermos exercícios que não tragam dificuldades à sua reali-
zação. mas sim movimentos simples, de fácil execução e
entendimento por parte do aluno. Ao orientarmos o aluno,
quanto mais fácil o exercfcio ou menos explicações ou de-
talhes, melhor será sua compreensão.
- O aprendizado da braçada dos nados. Podemos ensi-
nar conduzindo os movimentosda braçada, sem a preo-
cupação dos detalhes, como sai e entra a mão na água, ou
como são os movimentos submersos. Simplesmente, po-
demos conduzir os movimentos ou solicitar ao aluno que
imite os movimentos realizados pelo professor, dizendo-
lhe "Um braço entra na água e outro sai "ou então "Um
braço sente calor (dentro da água) e outro sente frio (fora
da água).
- Através da música podemos orientar o movimento
dos braços dos nossos alunos: "O bracinho do crawlzinho
faz assim - tcham - tcliam - o bracinho do crawlzinho faz
assim - tcham - tcham - cotovelo levantado o bracinho
"esticado" o bracinho do crawlzinho faz assim - tcham -
teham".
Quando iniciamos os movimentos de uma maneira glo-
bal, utilizamos o hemisfério direito cerebral.
A estratégia do modelo ortodoxo da aprendizagem na nata-
ção é a realização das aulas sem a preocupação com a faixa
etária e principalmente com os níveis dos alunos. Algumas
escolas de natação, para baixar os custos e manter um nú-
mero baixo de professores. ainda adotam esse modelo.
Assim, alunos que estão aprendendo a adaptação ao meio
líquido, realizam aulas com os que já nadam o crawI com~
pleto ou alunos de 08 anos realizam aulas com adultos.
Outro modelo ortodoxo realizado é o de aulas com um
número elevado de alunos para cada professor, falhando
inclusive no aspecto da segurança.
Quanto ao primeiro modelo, é interessante formarmos gru-
pos de alunos da mesma faixa etária e do mesmo nível
pedagógico e, no segundo modelo, termos o número ideal
de alunos por professor. Para que isso aconteça, precisa-
mos observar a profundidade da piscina e os níveis.
Por exemplo: Nas aulas de natação para adaptação ao meio
líquido, respiração geral e f1utuabilidade em piscinas com
profundidade maior que a dos alunos, o número máximo
de alunos (crianças) por professor seria de 03 alunos e, de
adultos, 06 alunos.
Já em piscinas onde "dá pé" para os alunos, esses números
aumentariam para 06 alunos (criança,) e 10 alunos (adultos).
Podemos dividir uma aula em diferentes níveis, dependen-
do das dimensões das piscinas, facilitando inclusive o des-
locamento dos pais e acompanbantes. Irmãos em diferen-
tes níveis da aprendizagem poderão realizar a aula no mes-
mo horário.
Fase posterior à aprendizagem. Quando o aluno aprende
os movimentos dos estilos, como coordenação dos movi-
mentos da perna, braços e respiração específica, inicia o
aprimoramento ou aperfeiçoamento da técnica e a melhora
do condicionamento físico.
Durante a fase do aprendizado, os alunos pouco melhoram
sua condição fisiológica, por exemplo aeróbica. A partir do
aperfeiçoamento é que acontece significativa melhora.
Podemos também qualificar o aperfeiçoamento de progra-
mas de condicionamento.
Divisão dos níveis pedagógicos na piscina de 20 x 08 - horário: 9:30
às 10:15 horas - 3/5 - 03 a 08 anos
IV
IV
I 11 III
Profundidade Profundidade
1.00 metro 1.50
Níveis Alunos (máximo) Professores
I 06 02
11 08 01
III 08 01
IV 16 01
NIVEIS DE APRENDIZAGEM 03 a ORANOS
NÍVEL] NIVEL 11 N VEL 111 NI ELIV
lambari cavalo-marinho cação dourado
adaptação ao adaptação ao meio aperfeiçoamento aperfeiçoamento crawl
meio lí uido ml li uidom I crawl e costas m 1 costas ~J?,?_it9._1)11 "respiração geral respiração geral !TI I propulSão das propulsão das ~ml crnas ml pºrrt~_~__lJl.!
flutuabilidade flutuabilidade propulsão dos propulsão dos "ml 111) braços ml bra os ml
propulsão das propulsão das coordenação br/pr coordenação br/p
emasml crnas ml ml ml
'" propulsão dos propulsão dos respiração respiração espccíti"ca c:'" bra os m2 braços m I es ecífica 1112 m2
coordenação coar enaçao r pr nado ,)Cito --- nado borboleta
br; r m2 111\ cOIll)lcto 1112 m2
nado crawl e resplraçao mergulho sa-idas c viradas !TI2 "-,
costas m2 es ecífica!TI2 elementar 1112
saltos nado craw! c costas iniciação "j-ti"iciação
m2 m2 com etitiva 1112 com etitiva 1112
sobrevivência m2 sobrevivência 1112 sobrevivência 1112 salvamento 1112
saltos m2 sobrev"ivênc(a'
dura ão das aulas: 45 minutos módulo 01: ml -16 aulas
fre üencia semanal: 2 aulas módu)o 02: m2 - 16 aula
NIVEIS DE AI'RENDIZAGEM 09 a 12 ANOS
NÍVEL I NíVEL 11 NIVEL III
!!olfinho boto cor-de-rosa tubarão
adaptação ao meio líquido 1111 aperfeiçoamento crawl- iniciação ao treinamento 111 I
costas ITI 1/2 peito-
"Jolfinho
resniracão 'cral !TI I saídas e viradas ITI 1/2 saídas e viradas ITI 1/2
flutuabilidadc 111 I iniciação competitiva iniciação competitiva 111 1/2
ITI 1/2
propulsão das pernas/braços salvamento tn 112 salvamento 111 1/2
1111 sobrevivência sobrevivência
coordenação pernas/braços desenvolvImento desenvolvimento acr6bio
ITII ael:6bio ITI 1/2 ITI 1/2
resoiracào esoecí fica ITI 112 teclllca 111I 2 tecl1Ica m 112
nado cmwl e costas ITI 1/2
saltos ITI 1/2
sobrevivência 11l 1/2
duração da aula: I/li 45 111 - 60 a 90 minutos módulo 01: 16 aulas
minutos
freqüência semanal: mOdulo 02: 16 aulas'
3 a 5 aulas
* ou contínuo
Divisão dos alunos dos 03 aos 08 anos e dos 09 aos 12
anos, com objetivos de diferenciar os alunos quanto ao
aspecto maturacional, pedagógico e psicológico. Evidente-
mente que os alunos de 03 aos 08 anos apresentarão um
tempo de aprendizagem maior que os alunos de 09 aos 12
anos, devido ao aspecto maturacional. Sendo assim, os
alunos de 03 aos 08 anos foram divididos em 04 níveis e os
alunos de 09 aos 12 anos em 03 níveis.
Podemos com objetivos motivacionais determinar nomes
de peixes para os níveis: larnbari, cavalo-marinho, cação,
dourado, golfinho, boto cot-de-rosa e tubarão, do menor
para o maior peixe. Muitas escolas utilizam distintivos dos
peixes quando as crianças passam de níveis ou adotam
toucas de diferentes cores, geralmente as cores da escola.
Aplicabilidade mais fácil nos clubes e escola de espones,
com períodos mais rígidos de início dos programas de
natação, como de janeiro a junho ou de agosto a dezembro
ou em escolas de natação com filas de esperas nos horári-
os (fato difícil de encontrarmos nos tempos alUais) e
aplicabilidade mais difícil nas escolas particulares de nata-
ção, onde o "tum-over", entrada e saída dos alunos, é gran-
de. Mesmo assim, deveria constar dos planejamentos das
escolas, pois é de grande valia para acompanharmos a evo-
lução pedagógica dos alunos.
Após os alunos aprenderem o nado, iniciam a fase do aper-
feiçoamento, em que introduzimos a iniciação competltiva:
l.a etapa: tomada de tempo individual, observando e com-
parando o tempo do aluno com o próprio aluno. Após a toma-
da de tempo individual durante 08 semanas, passamos para ...
2.a etapa: tomada de tempo coletiva, observando e com-
parando o tempo do aluno com o próprio aluno, mas não o
colocando sozinho na tomada, mas com outros compa-
nheiros. O professor não compara os tempos, deixando
esta tarefa para os alunos. Após a tomada de tempo com
outros alunos durante 04 semanas, passamos para..
3.a etapa: Participação em festivais internos, eventos
com objetivos lúdicos nos quais a premi ação é igual para
todos, com duração no máximo de 60 minutos.
Os tempos são cronometrados, não com objetivos de disputa
de lugares, mas com o de melhorar os tempos individuais.
Oportunidade para os alunos conhecerem os alunos de ou-
tras turmas e os pais iniciarem o aprendizado do ambiente
competitivo. Após a realização de 02 a 04 festivais inter-
nos, passamos para..
4.a elilpa: Participação em festivais externos, eventos com
objetivos lúdicos semeJhantes aos do festivais internos, com a
participação de duas ou mais escolas, com o objetivo de o
aluno e os pais conhecerem outros ambientes (escolas, clu-
bes, centro educacionais etc.). Após a participação em vários
festivais, o aluno estará pronto para iniciar nas competições,
desde que sejam adequadas ao seu nível, idade e objetivos.
SALTOS: Atividades básicas do mergulho elementar.ExercÍ-
cios de saltar da borda,sentado ou em pé, com objetivos de
aprender a saltar. Exigimos somente o salto sentado ou em pé,
não propriamente o mergulho. que será assimilado no mergu-
lho elementar.
SOBREVIVÊNCIA: Ensinar os alunos a flutuar num lu-
gar mais fundo do que a sua estatura durante um tempo
determinado. Flutuação nas diferentes posições, como ver-
tical, horizontal e dorsa!. Nadar e alterar as posições. Por
exemplo: JOmetros crawl, 05 metros costas, 10 crawl. Des-
locar-se na água com coletes salva-vidas, de roupa. Levar
os alunos a locais com maior profundidade ou nadar no
mar, rios, lagos ele. Sempre com critérios e sob a orienta-
ção dos professores.
SALVAMENTO: Ensinar regras básicas de salvamento,
como - noções sobre profundidade, correntezas dos rios
e praias, aprender a nadar com nadadeiras e flutuadores
(auxiliar no salvamento). Noções sobre transporte e técni-
cas respiratórias, desobstrução das vias respiratórias.
DESENVOLVIMENTO AERÓBIO: Atividade física em
que utilizamos prioritariamente o sistema de energia oriun-
do do oxigênio, proveniente do ar que respiramos através
da cadeia respiratória. Éo sistema primário de obtenção de
energia. Quando os alunos desenvolvem esse sistema, pra-
ticamente estão desenvolvendo sua base aeróbica, primor-
dial para seu futuro desempenho como atleta ou indivíduo
sadio, pois realizar atividades aeróbicas significa aumentar
o número de capilares funcionais e melhorar a capacidade
de trocar o C02 (dióxico de carbono) pelo oxigênio.
PLANOS DE AULAS
• TEMA: Aprendizagem
• OBJETIVOS: Propulsão das pernas.
• FAIXA ETÁRLA: 04 anos.
• NÍVEL MATURACTONAL: Alunos qne estão no período
pré-operacional proposto por Piaget. Espera-se que a coor-
denação mais fina já apresente os seus primeiros sinais.
• DURAÇÃO: 45 minutos.
• FREQUÊNCIA SEMANAL: 2 vezes.
• NÍVEL!: 5' Aula
1. Exercício fora da água: com uma prancha na mão, bater
numa bola e não deixá-Ia cair no chão.
2. Exercício de respiração geral, em forma recreativa.
PARTE PRINCIPAL - 30 minutos
57
1. Deslocar-se na água na vertical, cantando a música do
chapeuzinho vermelho.
2. Brincar de pega-pega, deslocamentos frontal e lateral.
3. Deslocamento lateral- caranguejo.
4. Foguetinho - deslocamento frontal com propulsão das per-
nas.
5. Deslocamento dorsal com a prancha nos joelhos.
6. Deslocamento frontal com a prancha.
7. Deslocamento na vertical, correndo, pegar objetos no
fundo da piscina.
8. Foguetinho de frente, altenar para costas a cada 2 metros.
9. Deslocamento frontal com a prancha, levando materiais
em cima da prancha.
10. Roda gigante - os alunos seguram no braço do profes-
sor e este gira algumas vezes.
1. Brincar de saltar, imitando o professor.
2. Brincar de tirar a tonca do professor.
3. Brincar de gira-gira - o professor segura uma das mãos
do aluno e gira algumas vezes.
OBJETOS: Adaptação ao meio líquido.
FAIXA ETÁRIA: 06 anos.
NÍVEL MATURACIONAL: Alunos no período pré-
operacional proposto por Piaget.
DURAÇÃO: 45 minutos.
FREQÜÊNCIA SEMANAL: 2 vezes.
2' Aula do programa
l. Exercício fora da água - "morto - vivo".
2. Irnitarum "gigante" - imitar um "anãozinho".
3. Sentar nas pranchas quando a música parar de tocar.
4. Exercício na água, cantiga de roda, ciranda, cirandinha,
dramatizando e interpretando.
1. Deslocar-se na água na vertical, cantando a música do
chapeuzinho vermelho.
2. Imitar gestos - quando acordar, espreguiçar, escovar os
dentes e lavar o rosto.
3. Deslocamentos frontal com O aquatubo, em duplas ou trios.
4. Andar no cavalo marinho. Aquatubo entre as pernas.
5. Roda cantada, música do caranguejo.
6. Roda cantada, música da galinha do vizinho.
7. Brincadeira da centopéia.
8. Os alunos seguram uma prancha, explorando o planeta X.
9. Deslocamentos com a prancha na posição vertical. Lan-
cha supersônica.
10. Roda gigante.
I. Brincar de pegador.
2. Brincar de tirar a touca do professor.
3. Pêra ou maçã.
I. Adaptação ao meio líquido
2. Respiração geral
3. Flutuação ventral - dorsal - vertical - lateral
.t. Propulsão das pernas
5. Propulsão dos braços
6. Coordenação das pernas e dos braços
7. Respiração específica lateral - frontal
8. Coordenação das pernas/braços e respiração
SEQÜÊNCIA PEDAGÓGICA COMUM AOS 4
NADOS DE NATAÇÃO
1. Adaptação ao meio líquido: fase inicial do aprendizado
dos nados crawl, com objetivos de adaptar o aluno à escola,
estrutura da piscina (comprimento, largura, profundidade),
aos professores. funcionários. A paciência e o número de
estratégias específicas são marcantes neste período. Con-
vém ao professor diminuir a ansiedade e não acelerar dema-
siadamente os exercícios, podendo afastar precocemente os
alunos das aulas. O aluno, quando inicia o aprendizado da
natação, possui, através de suas vivências anteriores, experi-
ências positivas ou negativas quanto ao aprendizado não so-
mente da natação, mas de outras atividades. Caso tenha uma
vivência negativa - a "tia" do jardim ou maternal não se rela-
ciona bem com a aluna, esta pensará que o comportamento
da "tia" da piscina será semelhante. Sendo assim, estratégias
como: brincadeiras, músicas, o professor na água, transmi-
tindo segurança e energia, brinquedos são bem vindas neste
período. A natação ortodoxa pantia do princípio de que a
primeira etapa do aprendizado era a propulsão das pernas.
Simples para os professores que permaneciam durante o
transcorrer da aula do lado de fora da piscina, colocando
f1utuadores e prdIlchas nos alunos.
Posteriormente observaram o quanto estavam errados, dis-
pensando a fase da adaptação ao meio líquido. Muitas can-
tigas realizadas em terra podem ser adaptadas aos exercíci-
os na água. como por exemplo: ciranda, cirandinha; atirei
um pau no gato; a galinha do vlzlnho; chapéuzinho verme-
lho. etc.
'\Iuiros professores como Fontanelli utilizam interessantes
estratégias durante a adaptação ao meio líquido. Uma das
idéias é colocar bacias na borda da piscina com brinque-
dos e água na mesma temperatura que a da pisclna. A cri-
ança ficará brincando dentro da bacia durante o início da
aula, enquanto as outras crianças já adaptadas realizam a
aula dentro da piscina. Quando o professor perceber que a
criança está mais descontraída, segura a bacia, coJoca-a
dentro da piscina, gira, criando um clima de "fantasia", até
a água da bacia misturar-se com a água da pisclna; depois,
segura a criança pelas axilas - transmitindo mais segurança
- e termina o processo. O professor Fontane]]i tem tido
sucesso com essa estratégia, eu mesmo tentei algumas ve-
zes e os resultados foram favoráveis.
2. Respiração Geral: muitos estranham quando explico
sobre a respiração geral, o que a diferencia da respiração
específica e quais os motivos de incluí-Ia após a adaptação
ao meio líquido. Para os alunos flutuarem é importante que
aprendam a colocar o rosto na água, pois necessariamente
não o colocam na adaptação e para colocar o rosto na
água, também é importante que aprendam o controle da
respiração. Normalmente, quando estarnos fora da água,
inspiramos pelo nariz e expiramos pela boca.
Na água é conveniente trocarmos inspiramos peJa boca e
expiramos pelo nariz, pelo menos nos primeiros exercí-
cios, pois inspirar pela boca é mais prudente. Caso pegue-
mos água e não ar, facilmente a expelimos pela boca, o que
não seria tão fácil pelo nariz, causando irritações. Para a
realização de uma boa tlutuabilidade é necessário colocar a
cabeça na água, com objetivos de diminuir a resistência
frontal e melhorar a posição horizontal. Portanto, a respira-
ção geral auxilia a tlutuabilidade e ensina os alunos a respi-
rar no meio líquido. Alguns exercícios auxiliam a aprendi-
zagem da respiração geral: caranguejo (caranguejo, caran-
guejo, faz tchibum, faz tchibum).
3. Flutuabilidade: basicamente a diferença de tlutuabilidade
ocorre entre o estilo costas e osestilos crawl, peito e golfinho,
diferença em relação à posição do corpo na água; enquanto
no estilo costas a posição do corpo é dorsal, nos outros esti-
los, ventral. Sendo assim, podemos, durante a fase da
tlutuabilidade, ensinar aos alunos as variações de posição no
mesmo período. Esse é um dos motivos pelo qual ensinamos
os estilos costas e crawl ao mesmo tempo. Sem a utilização de
alguns recursos, o ser humano não deveria tlutuar, devido a
densidade do corpo humano ser maior que a densidade da
água. Ao estudarmos a tlutuabilidade dos corpos no meio lí-
quido, a água, observamos as seguintes situações:
a) composição corporal:
Aspectos endomórficos - % massa de gordura, ectomórficos
- % massa óssea - mesomárficos - % massa muscular. Para
uma ótima flutuabilidade sem deslocamento é importante que
o indivíduo tenha wna maior massa de gordura e músculos,
sem muita hipertrofia. Já durante o deslocamento é importante
que esta porcentagem de gordura seja controlada, por exem-
plo: nadadores fundistas geralmente apresentam uma porcen-
tagem maior de gordura que os nadadores velocistas; encon-
tramos valores de massa de gordura nos velocistas de: mascu-
lino - 10% ~ feminino - 12% e nos fundistas: masculino-
12% - feminino 14%. O motivo das variações entre velocistas
e fundistas é devido ao tempo de permanencia na água, ou
seja, a duração da prova.
b) Faixa etária:
Geralmente as crianças têm mals facilidade para flutuar do
que os adultos, devido ao fato de as crianças possuírem
pouca massa muscular e vlvências anteriores menos negati-
vas, possibilitando um melhor relaxamento muscular.
c) Sexo:
Devido a fatores biológicos de composição e estrutura cor~
poral, as mulheres (quadril mais largo) têm mais facilidade
para flutuar do que os homens.
Variações da densidade:
água potável 250 1.000
água do mar 250 1.025
corpo humano/homem 0.982 (ar nos pulmões)
corpo humano/mulher. .0.971 (ar nos pulmões)
gordura humana... . 0.938
músculos humanos. ..1.052
ossos humanos. . 1.800
Observando os vários aspectos da variação da densidade
do corpo humano, podemos afIrmar que o corpo humano
possui uma densidade maior do que a da água, sendo assim,
não poderia flutuar. O que faz o corpo humano flutuar é o ar
nos pulmões que funcionam como uma bóia e os músculos
relaxados. É importante, no início dos exercícios de
flutuabilidade, os professores utilizarem estratégias que dei-
xem os alunos relaxados e solicitando que eles encham os
pulmões de ar e inspirem profundamente antes da realização
da flutuação.
Podemos variar as posições de flutuabilidade dependendo
dos objetivos: no estilo costas, - dorsal; outros estilos ven-
tral; sustentação ou sobrevivência: vertical ou lateral; sen-
sibilidade: lateral.
Podemos variar os exercícios de flutuabilidade, utilizando
exercícios de flutuabilidade dorsal (Fig.3) e ventral (FigA),
dorsal e lateral ou ventral e lateral, melhorando a noção
espacial e o conhecimento corpóreo no meio líquido.
1. Adaptação ao meio líquido
2. Respiração geral
3. Flutuação ventral - lateral
4. Propulsão das pernas
5. Propulsão dos braços
6. Coordenação das pernas e dos braços
7. Respiração específica lateral
8. Coordenação das pernas/braços e respiração
o nado crawl varia de acordo com a individualidade dos
nadadores. Quanto à variação da propulsão das pernas e
ciclo da braçada, o atleta poderá realizar 2 pemadas para
cada ciclo (2 braçadas), 4 pemadas para cada ciclo e 6
perna das para cada ciclo.
No início dos anos 70, acreditava-se qu~os atletas fundistas,
com objetivos de obter uma ótima performance, deveriam rea-
lizar 2 pemadas para cada ciclo. Motivo: uma nadadora aus-
traliana, Shane Gould, venceu as provas dos 400 m e 800 m
nado livre nas Olimpíadas de Munique em 1972, nadando a
técnica de 2 pemadas para ciclo. Devido a esse fato, muitos
técnicos na época forçavam seus nadadores a nadar com a
mesma técnica, 2 pemadas para cada ciclo de braços.
Um nadador brasileiro, Djan Madruga, estreando nas Olim-
píadas de Montreal em 1976, adotou a técnica de 6 pemadas
para cada ciclo de braçada, provando que os fundistas po-
deriam nadar outra técnica além das 2 pemadas para cada
ciclo de braçadas.
Evidentemente que a maioria dos nadadores fundistas apre-
sentam 2 pemadas para cada ciclo. No mundial de piscina
de 25 metros realizado em Gotemburgo, Suécia, em abril de
97 a nadadora costa-riquenha Cláudia Pool nadou os 400
metros em 4.00.08, utilizando a técnica de 2 pemadas para
cada ciclo de braçadas. Geralmente os nadadores que apre-
sentam 2 pemadas para cada ciclo são nadadores que pos-
suem uma ótima flutuabilidade e não necessitam da perna
para sustentação, mas sim, para propuJsão e equilíbrio.
É importante, durante a aprendizagem, enfatizarmos a pro-
pulsão das pernas, pois a pemada representa não somente
a propulsão, mas equilíbrio e sustentação (flutuação). Mui-
tos nadadores incrementam o trabalho de perna ao final da
prova para melhorar a sustentação do corpo e diminuir a
resistência frontal do corpo em relação à água.
o afastamento entre as pernas no plano vertical deverá ser
mais ou menos a largura do corpo, a distância do quadril.
O movimento parte da articulação coxofernural. significan-
do que devem estar retas ou estendidas; desde que o movi-
mento seja realizado com toda a perna partindo da articula-
ção coxofemural, os movimentos das pernas são realiza-
dos com uma pequena flexão.
A pressão da resistência da água deve ser colocada no pei-
to dos pés.
Muitos alunos apresentam dificuldades na propulsão das per-
nas de crawI, devido a atividade das pernas ser muito específica
e que somente se treina na água. Sendo assim, encontramos
alunos com gnmde dificuldade. Muitos nem saem do lugar devi-
do à especificidade dos movimentos. Estratégias, como a utili-
zação de nadadeiras (pé de pato) nos adultos, são bem aceitas.
pois melhoram a flexibilidade articular do tornozelo.
Quanto ao movimento dos braços, a seqüência da entrada
na água é a mão entrando ligeiramente inclinada para fora,
entrando primeiramente o dedão e posteriormente toda a
mão, punho, antebraço e braço à frente do corpo e na linha
do ombro, evitando uma maior resistência frontal.
Ao entrar na água, a mão realiza um pequeno movimento
de afastamento lateral, depois em direção à linha mediana
do corpo com o cotovelo alto, com objetivos de EMPUR·
RAR GRANDE QUANTIDADE DE ÁGUA A CURo
TAS DISTÂNCIAS EM PONTOS DIFERENTES
(princípio de Bernonlli), depois em direção à coxa. A
variação da posição da mão durante a braçada submersa é
que detennina movimentos laterais, verticais, alcançando
uma melhor força propulsiva.
Adaptação do princípio de Bemoulli realizado por Coun-
s11man aos movimentos dos nadadores.
Para Counsilman (1971), existe uma lei natural na natação:
quanto maior a velocidade na água, menor a pressão que ela
exerce. Já Daniel Bemoulli (1700-1782), matemático holan-
dês radicado na Suiça, dizia que quanto maior a velocidade
de um fluido, menor a pressão exerci da.
Exercícios de variação da posição das mãos durante as
braçadas poderão ser realizados na fase da aprendizagem
da braçada, solicitando ao aluno flutuando ou em pé que
realize movimentos para a lateral e em diferentes posições
para desenvolver sensibilidade. Estes movimentos são cha-
mados de palmateios ou de "Sculling".
Os ombros exercem um importante papel na eficiência da
braçada, pois ao utilizarmos os ombros, conseguimos um
maior alongamento e distância da braçada; uma melhor res-
piração, quando realizamos o rolamento do ombro, auto-
maticamente a cabeça gira. facilitando a respiração.
2 braçadas e I respiração (unilateral)
3 braçadas e I respiração (bilateral)
.j braçadas e I respiração (unilateral)
5 braçadas e I respiração (bilateral)
Devemos tomar cuidado quanto ao excesso de bloqueios
respiratórios, pois quanto mais bloqueamos,mais aumenta
o nível de eo., na corrente sangüínea, ocasionando dores
de cabeça aos- nadadores.
Estratégias
Respiração bilateral:
- Avaliannos a recuperação da braçada contrária à respiração.
- Observação do adversário durante a prova.
- Nas travessias longas, alterna-se o lado da respiração
quando sentimos dores de "lado".
Melhorar a posição horizontal do corpo, evitando uma re-
sistência frontal e conseqüente diminuição da velocidade.
O cansaço faz com que o nadador perca a posição ideal .
Acentuar ou incrementar a aceleração da mão duran-
te a braçada:
Durante a realização das braçadas, os nadadores não utili-
zam sempre e com a mesma intensidade a força de resis~
tência e a de sustentação, gerando forças propulsivas. Sen-
do assim, no início da braçada, quando os nadadores afun-
dam a mão para pegar mais água e sentem o "apoio" da
água, realizam mais força de sustentação da que a de resis-
tência. Os nadadores utilizam na mesma proporção a força
de sustentação e a de resistência do meio para o final da
braçada e é neste momento que eles devem incrementar a
velocidade, pois estão atingindo O máximo de força
propulsiva e exigindo força muscular para enfrentar a resis-
tência da água.
Realiza-se a seguinte equação F x V = P oU FE, em que
temos F = a força muscular enfrentando a resistência da
água; V = a velocidade da aceleração da mão durante a bra-
çada; P é a potência da braçada oU FE., força explosiva da
braçada.
Counsilmann, em 1981, realizou um experimento com mais
de 60 ótimos nadadores. Realizou uma série de filmagens
subaquáticas utilizando um diagrama na frente da câmera,
observando as fases da braçada e a aceleração da mão.
Chegou à conclusão que a maioria dos nadadores realiza-
vam a aceleração progressiva da mão durante a braçada.
Nadadores de crawJ iniciavam o movimento da braçada com
uma acelaração de 2 pés por segundo, chegavam ao meio
com 8 pés por segundo e finalizavam com 22 pés por se-
gundo. O que mais deixou Coulsimann incrédulo foi que a
orientação da aceleração da mão jamais havia sido orienta-
da pelos treinadores. Os nadadores faziam inconsciente-
mente.
Desenvolver a atenção do atleta quanto à eficiência mecâni-
ca da braçada.
Relação: porcentagem de esforço x tempo x gasto
energético.
Exemplo: Nadador realizou os 50 metros em 30 segundos
com 40 braçadas, logo após realizou o mesmo exercício em
29 segundos com o mesmo número de braçada. Isso signifi-
ca que melhorou a eficiência mecânica do movimento. Me-
lhorando a técnica, o gasto energético também diminui.
EXERCÍCIOS PARA O
DESENVOLVIMENTO DO NADO CRAWL
I. Na posição vertical, segurar a raia ou apoiar na borda,
realizar movlmentos com a perna direita e com a esquerda,
no início movimentos lentos e com grande amplitude entre
a'i pernas, progressivamente diminuir a amplitude e acelerar
os movimentos. Realizar variações utilizando ritmos diferentes.
FiguraS
Por exemplo: 8 movimentos com a esquerda, 8 com a direi-
ta, depois 6 com a direita, 6 com a esquerda, depois 4 com a
direita e 4 com a esquerda e finalmente 2 movimentos com a
direita e 2 com a esquerda. Com os adultos podemos utilizar
músicas com ritmos diferentes: para pemada lenta utilizar
bolems e valsas e nas pemada rápidas, axé music (Fig.S).
2.Aproveitando o exercício anterior, deslocar-se na água.
na vertical, utilizando materiais como flutuadores , pran-
chas ou espaguete, enfatizando o movimento partindo da
articulação coxofemoral (Fig.6).
Figura 6
3. Posição horizontal - cabeça na água, braços estendidos,
uma mão sobre a outra, braços estendidos, movimentos das
pernas, quando não agüentar a respiração, colocar os pés no
fundo da piscina e descansar. Continuar o exercício até com-
pletar a distância da piscina ou parar até onde der pé (Fig.7).
4. O mesmo exercício anterior com prancha ou espaguete,
trocar o parar e descansar por respiração frontal e contÍ-
nua, ou respiração lateral com o braço do lado da respira-
ção solto, ao lado do corpo com objeti vo de incrementar o
rolamento do ombro, facilitando a respiração lateral (Fig.S).
FiguraS
5. Movimentos de pemada com prancha 5 metros com as
pernas fora da água (Fig.9a) e 5 metros dentro da água (Fig.9b),
com objetivo de sentir a diferença de realizar o movimento
submerso e o movimento fora da água. No submerso, apesar
de mais difícil, a sensação é de que a água prende as pernas,
sendo o mais eficiente.
I. Na posição vertical - em duplas, segurando o espaguete
na frente - deslocar-se na água. Variar a posição do espa-
guete no alto (Fig.1 Oa e IOb). Mesmo exercícios em duplas
representando equipes e disputando entre si. Anota-se o
tempo de cada equipe. Exercícios interessantes de serem
ministrados em colônia de férias, acampamentos, hotéis.
2. Em duplas, segurando o espaguete, realizar o movimento
das pernas. Passar para trios e quádruplos (Fig.II).
3. Em duplas pemada de crawl- um de cada lado, segtrrando
uma prancha ou espaguete, realizar o movimento durante 15 a
30 segundos, tentando deslocar o companheiro do lugar
(Fig.12).
4. Duas colunas - o primeiro de frente e a 5 metros aproxi-
madamente dos companheiros, inicia realizando a propul-
são das pernas e quando chega aos companheiros, passa
por baixo das pernas. Quando chegar ao final da coluna,
avisa o próximo. Quando o primeiro da frente passar por
baixo da perna do primeiro da coluna, este, andando, irá
até a borda e aguardará o aviso do primeiro que passou
pela coluna e assim sucessivamente até o fmal.
5. Revezamentos perna de crawl - os alunos na posição
de "jacaré", decúbito ventraJ na água com os braços no
plOlongamento do corpo e cabeça entre os braços.
I. Com os braços submersos, sem elevação dos braços,
(fase aérea) flutuando na posição horizontal, realizar os mo-
vimento da braçada. Podemos utilizar a música: "Cavoca,
cavoca, para achar uma minhoca" (Fig.13).
Figura 13
2. Segurando a prancha com a mão esquerda, propulsão das
pemas, braçada somente com o braço direito. O movimento do
braço direito deverá ser contínuo. Caso o aluno tenha dificulda-
de na continuidade e parar o braço na frente, o professor deverá
auxiliá-Io. A cada 3 bmçadas, trocar o lado. Na realização da
bmçada, realizar a respimção específica do nado cmwl, a lateral
(Fig.14).
3. Realizar o movimento dos braços com auxilio do pro-
fessor, que segura as mãos e conduz os movimentos, uma
mão entra e outra sai da água. Em se tratando de crianças,
podemos utilizar a música: "O bracinho do crawlzinho faz
assim, faz assim (bis), cotovelo levantado, o bracinho esti-
cado, o bracinho do crawlzinho faz assim" (Fig.15).
Figura 15
4. Em deslocamento na água, na posição vertical com os
pés mo fundo da piscina, uma mão entra na água e outra
sai. Alternar 02 ciclos (4 braçadas) com a cabeça fora da
água e 02 ciclos com a cabeça submersa, sem respirar
(Fig.16).
1. Em pé, tronco inclinado, cabeça dentro da água, braços
atrás do corpo, realizar um giro lateral com a cabeça ten~
tando pegar água com a boca. A opção do lado cabe ao
aluno escolher, caso seja jovem ou adulto e cabe ao profes-
sor escolher, caso o aluno seja criança (Fig.17).
2. Em pé, segurando na borda, tronco inclinado, cabeça den-
tro da água, uma mão segurando a borda e outra realizando
o movimento do braço e giro lateral para pegar o ar (Fig.18).
I. Pemada submersa ventral, sem ou com a utilização de
nadadeiras; com os braços à frente ou com a prancha.
2. Pemada submersa lateral, sem ou com a utilização de
nadadeiras; um braço à frente e outro ao lado corpo.
3. Pernada lateral, sem ou com a utilização de nadadeiras;
braço esquerdo estendido à frente, braço direito ao lado
do corpo, alternando o lado a cada 6 pernadas.
4. Pernada vertical, variando a posição dos braços, assim
como das mãos; braços ao lado do corpo, movimentando
as mãos, mãos na nuca (Fig.20b),Segurar a prancha na
frente do corpo (Fig 20a),
1. Revezamento acumulando pranchas. Cada participante
com uma prancha, na troca, o 2' leva duas pranchas, o
terceiro 3 e assim sucessivamente.
2. Revezamento com pranchas. O primeiro aluno da turma com
uma prancha que, na troca, entregará para o companheiro.
3. Revezamento com prancha. Um dos companheiros ficará
na piscina do lado fora. O primeiro com uma peça de roupa,
por exemplo: \Una saia, leva até o companheiro de fora, veste e
retoma com a prancha; o segundo levará a blusa; outro, o
batoo; O próximo, a peruca etc. Termina o revesamento quan-
do a equipe conseguir vestir primeiro o companheiro do lado
de fora. Depois disso uma foto com todos os participantesil'
I. Braço esquerdo estendido, braço direito realiza a braça-
da, enfatizando bem a propulsão das pernas. Trocar o bra-
ço a cada 2 ou 3 braçadas (Fig. 21).
Figura 21
2. Posição lateral, um braco ao lado corpo e outro estendi-
do. Realizar 6 pemadas e 3 braçadas sem respirar e alternar
o lado. Respiração lateral.
3. Realizar uma distância curta de J 5/20/25 ou 50 metros,
contando o número de braçadas. Marcar o tempo e
compará-Ia com outro tempo, observando a melhora da
eficiência. Caso o aluno faça o mesmo tempo ou melhor
com o mesmo número de braçadas. significa que melhorou
a eficiência mecânica da braçada.
4. Realizar a braçada, durante a recuperação (fase aérea),
tocar os dedos nas axilas, enfatizando a elevação do coto-
velo na recuperação. Importante: não deixar o aluno preju-
dicar O final da braçada submersa (Fig. 22).
S. Respiração bilateral, variando no máximo 5 braçadas e I
respiração.
1. Nadar preso a um tubo cirúrgico (referências 202, 204
ou 206) e dependendo da faixa etma (202 é a mais fraca),
realizar estímulos 8x30s. Na ida realiza o movimento contra
o elástico (força e resistência muscular) e na volta a favor
do elástico (velocidade).
2. Nadar com a cabeça fora da água, queixo no nível da
água, propulsão forte das pernas (Fig.23).
2. Revezamento, levando uma bexiga cheia na boca e na-
dando com a cabeça fora da água.
3. Em duplas, o aluno da frente realiza o movimento de
braço e o de trás, de pernas (Fig. 24).
Figura 24
4. Em duplas, um segurando a mão do outro. Realizar a
braçada completa com respiração lateral (Fig. 25).
5.Revezamento, nadando de roupa. Somente de calça, ca-
miseta ou traje completo.
1. Praticamente o crawl é o nado mais utilizado nas provas
de nado livre, em que os nadadores podem nadar qualquer
estilo e trocar durante as provas.
2. Durante a saída e as viradas, os nadadores podem reali-
zar movimentos submersos (pernada de golfinho) até os 15
metros. A referência é a cabeça.
fiCHA DE AVALIAÇÃO DO NADO CRAWL
Utilizar somente no aperfeiçoamento
Conceito da técnica
POSIÇÃO DO CORPO
1. Posicão elevada do COrDa 1 2 3 4 5
2. A água passa por cima da nuca I 1 2 3 4 5
3. Flutuabilidade 1 2 3 4 5
MOVIMENTO DAS PERNAS
I. Tornozelos estendidos e relaxados I 2 3 4 5
2. Os pés saem da água I 2 3 4 5
3. Perna estendida no final da fase
descendente 1 2 3 4 5
4. Afastamento das pernas lateralment~ 1 2 3 4 5
MOVIMENTOS DE BRAÇOS E COORDENAÇÃO
I. O braco entn! ligeiramente flexionado I 2 3 4 5
2. A mào entra fora da linha do ombro I 2 3 4 5
3. Um braco esoera o outro 1 2 3 4 5
4. A mào realiza o movimento para fora I 2 3 4 5
5. O cotovelo alcança sua máxima flexào 1 2 3 4 5
6. Braço estendido no final da braçada 1 2 3 4 5
7. Movimento da mão submersa é como
c um "s" invertido 1 2 3 4 5
8. Recuperação da mão 1 2 3 4 5
9. A cabeça abaixa antes das mãos
entrarem na água I 2 3 4 5
1. Adaptação ao meio líquido
2. Respiração geral
3. Flutuabilidade dorsal
4. Propulsão das pernas
5. Rolamento dos ombros
6. Propulsão dos braços
7. Coordenação dos braços e das pernas
8. Respiração específica
9. Coordenação das pernas I braços e respiração.
A proteção do professor durante a aprendizagem da
f1utuabilidade dorsal é de suma impOltância. Uma boa es-
tratégia é apoiar a cabeça do aluno com uma das mãos e
apoiar a parte inferior da coluna com outra mão. À medida
que o aluno adquira confiança na posição, soltamos pri-
meiramente a mão que apoia a coluna e posteriormente a
mão da nuca. Lembre-se que nesta fase nenhum material
substitui a segurança do professor.
A pemada é a "chave" do sucesso do nado costas. O na-
dador deverá desenvolver uma pemada forte para um me-
lhor posicionamento horizontal corpóreo, evitando uma
maior resistência frontal. Melhorar a força abdontinal tam-
bém auxilia o nadador de costas a manter o seu quadril
elevado, mas exercícios visando a melhora da tonicidade e
resistência abdominal deverão ser:
Incrementados a partir do aperfeiçoamento ou condiciona-
mento. Quando o nadador desenvolve boa propulsão das per-
nas e força abdominal, observamos a elevação do quadril que
fica na linha da superfície da água. Durante os movimentos das
pernas, os pés devem permanecer soltos. Como no nado crawl,
os movimentos partem da articulação coxofemoral e não dos
joelhos, como acontece com a maioria dos nadadores loiciantes.
Iniciamos a recuperação da braçada com a palma da mão
próxima ao corpo, com ênfase na elevação do ombro e o
dedão vollado para cima. O importante nesse momento é
que o braço saia estendido da água, porém relaxado (esta
posição favorece ao iniciante não "jogar" água no rosto).
Na altura da cabeça, quando o braço permanece num ângulo
de 900 em relação ao tronco, a mão realiza um giro e
consequentemente o braço entra estendido na água no prolon-
gamento do ombro, com o dedo núnimo entrando primeiro
(esta posição favorece uma menor resistência frontal (ombro)
e diminui o atrito da mão com aágua (dedo mínimo).
A entrada da mão na água, no final da recuperação e início
da braçada, é realizada com o dedo mínimo para uma me-
lhor posição hidrodinâmica. Atletas que "batem" as costas
da mão na água geram atritos, perdendo velocidade e pro-
fundidade. Muitos atletas puxam a água imediatamente após
a entrada da mão na água, isto representa um erro, pois é
importante afundar a mão aproximadamente 20 centíme-
tros abaixo da superfície da água.
Um fator determinante·e que auxilia a mão á afundar é a
elevação do ombro contrário, do braço que neste momento
realiza a fase aérea. Caso o nadador não afunde a mão no
início da braçada, realizará o movimento na maior distância e
empurrando a mesma água, contrariando o princípio de
Bernoulli, que preconiza "uma maior quantidade de água
a uma curta distância e em pontos diferentes". Logo
após o nadador afundar a mão, muda a direção do movi-
mento, dedos para a lateral ou ligeiramente para cima, em-
purra a água para trás e para baixo e no final da braçada
empurra a água para baixo (força de sustentação), com obje-
tivos de auxiliar a elevação do quadril e diminuir a resistência
frontal. A braçada na fase submersa é finalizada com a pal-
ma da mão próxima da coxa com o dedão para cima.
A CABEÇA FIXA E OS MOVIMENTOS DOS OM-
BROS ACO;\IPANHANDO OS BRAÇOS SÃO DE-
TALHES IMPORTANTES.
1. Durante a saída e as viradas é permitido ao nadador
realizar movimentos de propulsão das pernas submerso até
os 15 metros. A referência utilizada é a cabeça.
2. No procedimento da virada é permitido ao nadador per-
der a posição horizontal, inclusive realizando a "cambalho-
ta", desde que não caracterize pemada de outro estilo (al-
guns nadadores, erroneamente, quando se viram longe da
borda realizam a propulsão das pernas de crawl , no plano
frontal. Durante o procedimento da virada de costas para
o peito nas provas de medley, aplica-se a regra da chegada
do estilo costas que deverá ser na posição dorsal e não
frontal. Sendo assim a regra da virada de costas não aplica-
se a virada de costas para peito no medley pois trata-se da
chegada de um estilo para o outro aplicando-se

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