Buscar

Semana 6 - Manifestações clínicas das hemorragias digestivas.

Prévia do material em texto

Semana 6 
1º Manifestações clínicas das hemorragias digestivas. 
2º Gestação na adolescência – riscos e reflexões sobre quebra de sigilo. 
______________________________________________________________________________________________ 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS HEMORRAGIAS DIGESTIVAS 
Sangramento intraluminal originário do trato gastrointestinal (TGI). A hemorragia digestiva (HD) pode ser dividida 
em alta ou baixa dependendo da região em que ocorre o sangramento. 
O marco anatômico para definir se é alta ou baixa é o ligamento de Treitz (região anatômica que determina o fim do 
duodeno e início do jejuno). A HDA corresponde aos sangramentos que ocorrem antes desse ligamento. 
SINAIS E SINTOMAS HDA: 
 História de hematêmese ou melena atuais ou prévias é o principal indício, porém 10% dos casos se 
manifestam com enterorragia. 
 Investigar fatores de risco: 
o Uso de medicamentos, especialmente AINES e anticoagulantes; 
o Etilismo; 
o Dispepsia ou doença ulcerosa péptica; 
o Doença renal e hepática; 
o Diagnóstico ou suspeita de neoplasia no trato gastrointestinal alto. 
 No exame físico, é importante realizar o toque retal, para pesquisar a presença de melena ou enterorragia, 
e aspiração com sonda nasogástrica. 
o Aspirado que apresente sangue ou material em “borra de café” confirma a HDA. 
o Aspirado limpo não exclui, porque o sangramento pode ter cessado espontaneamente ou pode ser 
duodenal com o piloro pode estar fechado no momento do procedimento. 
o Pesquisar a presença de massas intra-abdominais e linfonodo supraclavicular, que sugerem 
neoplasia, e sinais de hepatopatia, como ascite, icterícia, telangiectasias, eritema palmar, 
ginecomastia e circulação colateral na parede abdominal. 
SINAIS E SINTOMAS HDB 
A principal manifestação clínica desse quadro é: hematoquezia, que corresponde à eliminação de sangue vivo nas 
fezes. 
 
 Constipação crônica; 
 Mudança do hábito intestinal; 
 Perda de peso; 
 Dor anal ou retal; 
 Diarreia e febre. 
Dentre as principais causas de sangramento, temos a doença diverticular, a angiodisplasia, o câncer colorretal e as 
doenças inflamatórias intestinais, como a retoculite ulcerativa e a doença de Crohn. 
______________________________________________________________________________________________ 
GESTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA 
Considerando o número cada vez maior de adolescentes iniciando a vida sexual e o risco que envolve a atividades 
sexual desprotegida, pediatras e ginecologistas precisam estar preparados para abordagem deste tema durante o 
atendimento dos jovens. Constitui grande desafio a adequada orientação sexual, que implica em enfatizar a 
participação da família escola, área de saúde e sociedade como um todo, nesse processo contínuo de educação. 
Assim é necessário que os profissionais de saúde, tanto generalistas quando especialistas, tenham conhecimento 
sobre sexualidade e anticoncepção, incluindo os aspectos éticos que envolvem a prescrição dos métodos 
anticoncepcionais. 
O adolescente tem direito à privacidade durante a consulta, ou seja, de ser atendido sozinho, em espaço privado e 
apropriado. Deve-se lembrar que a privacidade não está obrigatoriamente relacionado à confidencialidade. 
A confidencialidade é definida como um acordo entre o profissional de saúde e o cliente, no qual se estabelece que 
as informações discutidas durante e depois da consulta ou entrevista, não podem ser passadas a seus pais e/ou 
responsáveis sem a permissão expressa do adolescente. A confidencialidade apoia-se em regras da bioética médica, 
através de princípios morais de autonomia. 
A garantia de confidencialidade e privacidade, fundamental para ações de prevenção, favorecem a abordagem de 
temas como sexualidade, uso de drogas, violência, entre outras situações. O profissional de saúde deve respeitar 
os valores morais, sócio-culturais e religiosos do adolescente que está sendo atendido. 
O sigilo médico é um direito garantido e reconhecido pelo artigo 103 do Código de Ética Médica. Em situações de 
exceção, como déficit intelectual importante, distúrbios psiquiátricos, desejo do adolescente de não ser atendido 
sozinho, entre outros, faz-se necessária a presença de um acompanhante durante o atendimento. 
Nos casos em que haja referência explícita ou suspeita de abuso sexual, é conveniente a presença de outro 
profissional durante a consulta. Nessas situações o profissional está obrigado a notificar o conselho tutelar ou à Vara 
 
da Infância e Juventude, como determina o ECA – lei federal 8069-90 – Recomenda-se a discussão dos casos em 
equipe multidisciplinar, de forma a avaliar a conduta, bem como o momento mais adequado para notificação. 
 
 O médico deve aproveitar todas as oportunidades de contato com adolescentes e suas famílias para promover a 
reflexão e a divulgação de informações sobre temas relacionados à sexualidade e saúde reprodutiva. A orientação 
deve abranger todos os métodos recomendados pelo Ministério da Saúde, com ênfase na dupla proteção (uso de 
preservativos), evitando-se qualquer juízo de valor. A prescrição de métodos anticoncepcionais deverá levar em 
conta a solicitação dos adolescentes, respeitando-se os critérios médicos de elegibilidade, independentemente da 
idade. A prescrição de métodos anticoncepcionais para adolescente menor de 14 anos, desde que respeitados os 
critérios acima, não constitui ato ilícito por parte do médico. 
 Na atenção a menor de 14 anos sexualmente ativa, a presunção de estupro deixa de existir, frente ao 
conhecimento que o profissional possui de sua não ocorrência, a partir da 2 informação da adolescente e 
da avaliação criteriosa do caso, que deve estar devidamente registrada no prontuário médico.

Continue navegando