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Recuperação de Áreas Degradadas

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 3
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil
Meio Ambiente
Solo e recuperação de
áreas degradadas
Felipe Flávio Fonseca Guimarães
Maria Luiza Veloso
Montes Claros - MG
2010
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 4
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenadora Geral do e-Tec Brasil 
Iracy de Almeida Gallo Ritzmann
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia 
e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor
João dos Reis Canela
Vice-Reitora
Maria Ivete Soares de Almeida
Pró-Reitora de Ensino
Anette Marília Pereira
Diretor de Documentação e Informações
Huagner Cardoso da Silva
Coordenador do Ensino Profissionalizante
Edson Crisóstomo dos Santos
Diretor do Centro de Educação Profissonal e 
Tecnólogica - CEPT
Juventino Ruas de Abreu Júnior
Diretor do Centro de Educação à Distância 
- CEAD
Jânio Marques Dias
Coordenadora do e-Tec Brasil/Unimontes
Rita Tavares de Mello
Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/
CEMF/Unimontes
Eliana Soares Barbosa Santos
Coordenadores de Cursos:
Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio
Augusto Guilherme Dias
Coordenador do Curso Técnico em Comércio
Carlos Alberto Meira
Coordenador do Curso Técnico em Meio 
Ambiente
Edna Helenice Almeida
Coordenador do Curso Técnico em Informática
Frederico Bida de Oliveira
Coordenador do Curso Técnico em 
Vigilância em Saúde
Simária de Jesus Soares
Coordenador do Curso Técnico em Gestão 
em Saúde
Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim
SOLO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS 
DEGRADADAS
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 
Elaboração
Felipe Flávio Fonseca Guimarães
Maria Luiza Veloso
Projeto Gráfico
e-Tec/MEC
Supervisão 
Wendell Brito Mineiro
Diagramação
Hugo Daniel Duarte Silva
Marcos Aurélio de Almeida e Maia
Impressão
Gráfica RB Digital
Designer Instrucional
Angélica de Souza Coimbra Franco
Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
Revisão
Maria Ieda Almeida Muniz
Patrícia Goulart Tondineli
Rita de Cássia Silva Dionísio
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
G963s Guimarães, Felipe Flávio Fonseca.
Solo e recuperação de áreas degradadas / Felipe Flávio Fonseca Guimarães, Ma-
ria Luiza Veloso. – Montes Claros : Unimontes, 2010.
93 p. : il. ; 21 x 30 cm.
Caderno didático e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes do Curso Técnico em Meio Am-
biente.
Bibliografia: p. 91-92
ISBN 978-85-7739-186-8
1. Ensino técnico. 2. Solo - Degradação. 3. Degradação ambiental. 4. Sucessão 
ecológica. 5. Ecossistemas. 6. Desenvolvimento sustentável. I. Veloso, Maria Luiza. II. 
Escola Técnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil. III. Centro de Ensino Médio e Fundamen-
tal - CEMF. IV. Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. V. Título.
CDD 373.246
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas
AULA 1
Alfabetização Digital
35
Aula 4 - Técnicas de recuperação de 
áreas degradadas 
Meta
Analisar algumas técnicas aplicadas na recuperação de áreas de-
gradadas. 
Objetivos
Ao final da aula você deverá ser capaz de: 
1. caracterizar as principais técnicas de recuperação e conservação.
Você já deve estar curioso, não? Conheça agora técnicas e alterna-
tivas usadas na recuperação e conservação de ecossistemas. 
Existem várias maneiras de se recuperar as áreas degradadas, cada 
uma está relacionada ao tipo de dano que o homem causou no meio ambien-
te. Veja algumas dessas “alternativas”...
4.1 Práticas adotadas na conservação e recupe-
ração de áreas degradadas por atividades agro-
pastoris. 
A alternativa de semear o solo sem revolvê-lo com o arado surgiu há 
muito tempo, tendo sua execução demonstrada experimentalmente na Ingla-
terra desde 1930. Com a descoberta de herbicidas seletivos (“mata-ervas”), 
o sistema de plantio direto na palha se tornou realidade. No Brasil, esse 
sistema de lavoura começou a ser difundido na década de 1970, no Paraná. 
Hoje, nessa região se concentra a maior área desse tipo de cultivo. Muitos 
consideram ser o plantio direto uma das maiores conquistas nos campos do 
manejo do solo e da agricultura sustentável.
Nos sistemas tradicionais de plantio anuais como milho, soja, trigo 
e feijão, as camadas mais superficiais do solo são revolvidas através de má-
quinas (figura a seguir). Tal procedimento modifica a camada mais superficial 
do solo, mas normalmente é considerado como necessário para controlar o 
crescimento de ervas daninhas, incorporar os resíduos de cultivos anteriores 
e afofá-lo para semear lavouras. No entanto, essas operações provocam a 
compactação da camada de solo imediatamente abaixo da revolvida, expõe 
a superfície do solo à ação direta dos raios solares e gotas de chuva, o que 
pode apressar a remoção do solo pela erosão acelerada. 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 36
Figura 14: Revolvimento da terra através do arado mecânico.
Fonte: Disponível em: < http://www.botuvera.com.br/wp-content/uploads/2010/05/arado-papa-
terra-2.jpg> Acesso em 10 de nov. de 2010.
Para que esse revolvimento do solo seja evitado, as ervas indese-
jáveis podem ser dissecadas com herbicidas, a fim de que se possa depois 
colocar as sementes abaixo dos restos de cultivos anteriores. Para tanto, 
máquinas especiais cortam longas e estreitas fendas, alinhadas em curvas 
paralelas e de mesmo nível, sob a palha superficial. Sementes e fertilizantes 
concentrados são, ao mesmo tempo, colocados alguns centímetros abaixo da 
palha. Tais operações substituem, vantajosamente, as do revolvimento do 
solo pelo arado. Permanecendo o horizonte superficial coberto com palha, 
ele terá sua capacidade de reter umidade aumentada, como também som-
bra, o que diminui o efeito indesejável de altas temperaturas. O aumento da 
absorção de água é, assim, aumentado e o arraste das partículas do solo pela 
erosão diminui significativamente. 
As figuras a seguir mostram de maneira clara o plantio direto na 
palha. Tente identificar a palha, os restos de plantas e matérias orgânicas 
que ficam no solo. 
 
Figura 15: Plantio de milho na palha.
Fonte: Disponível em : <http://www.aboaterra.com.br/dicas/ver2.asp?id=46&Secao=1> Acesso em 
08 de nov. de 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 37
Repare na terra, ao ser preparada para o plantio, recoberta de uma 
camada de palha.
 
Figura 16: Palha cobrindo o solo. 
Fonte: Disponível em: <http://verdefato.blogspot.com/2009/04/dia-conservacao-solo-nacional.
html>Acesso em 08 de nov. de 2010.
Quando comparado ao cultivo convencional, o sistema de plantio 
direto apresenta desvantagens e vantagens. No entanto, as vantagens supe-
ram as desvantagens: 
a) vantagens: controle da erosão + economia de maquinário e com-
bustível + semeadura na época mais adequada e em tempo menor + maior 
retenção de umidade pelo solo + economia de mão-de-obra;
b) desvantagens: alto custo dos herbicidas e cuidados para sua apli-
cação + dificuldades em obter uma adequada quantidade de palha para co-
brir o solo.
Dessa maneira, com o sistema de plantio direto, racionaliza-se a 
agricultura interrompendo o ciclo de ervas daninhas e a premência do des-
bravamento de novas áreas diminui, o solo é protegido da erosão e uma 
maior rentabilidade é proporcionada ao produtor.
4.2 Práticas adotadas na conservação e recu-
peração de áreas mineradas
A mineração é um dos processos de extração de recursos naturais 
que mais degrada o meio ambiente, pois todo o ecossistema próximo a ela é 
modificado. Para que a mineração seja feita, é necessário retirar as camadas 
vegetais que cobrem o solo e, logo após, extrair algumas camadas do solo. 
Ressaltamos que as águas próximas à mineração sofrem com os restos desse 
processo por isso, para minimizar os seus impactos sobre a natureza, alguns 
procedimentos são necessários.
O estrago causado pela mineração, extração de minério de ferro,através do uso de máquinas específicas, são evidenciados nas figuras a seguir.
Revolvida:
Que ou o que foi 
mexida, remexida e 
tirada de um local, 
sendo devolvida logo 
em seguida.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 38
Figura 17: Estrago causado por mineração.
Fonte: Disponível em :<http://eds.salles.blog.uol.com.br/arch2008-05-04_2008-05-10.html> 
Acesso em 07 de novembro de 2010.
Figura 18: Processo de mineração através de maquinário.
Fonte: Disponível em: <http://www.carlinmoura.com.br/php/noticia_direto.php?id_noticia=248> 
Acesso em 03 de julho de 2010.
Primeiramente, antes de se começar a recuperação de uma área 
minerada, deve haver o planejamento, que visa criar métodos mais eficien-
tes para que a recuperação não falhe, isto é feito depois de se identificar 
a área problemática. Logo após esta etapa, é necessário fazer o plano de 
recuperação que permite identificar as áreas próximas para empréstimos de 
espécies e para depósitos de rejeitos da mineração. Após realização de le-
vantamentos básicos que compõem o diagnóstico da área, é elaborado o Es-
tudo de Impacto Ambiental (EIA) contendo medidas mitigadoras que incluem 
o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) e o Plano de Controle 
Ambiental (PCA). Após o EIA, deve se elaborar e apresentar ao órgão ambien-
tal competente o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA).
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 39
Após todo esse processo, inicia-se a recuperação da área que foi 
minerada, através de vários processos de recuperação entre os principais 
podemos citar:
4.2.1 Obras de drenagem da área minerada
As obras de drenagem são as que visam evitar que águas superficiais 
de rios e de nascentes entrem em contato com a mina e, posteriormente, 
contaminem os cursos d’água e as terras baixas durante a operação da mina. 
Essas obras visam, ainda, evitar ao máximo a ocorrência de processos erosi-
vos e assoreamentos. Englobam a construção de valetas, canaletas, calhas, 
escadas, tubulações e bueiros. Essas obras “complementares” são obras de 
engenharia que visam ao controle da sedimentação e da água ácida nos cur-
sos d’água, preservando e minimizando os impactos nos recursos hídricos. As 
obras que auxiliam na preservação do ambiente próximo à mina são:
• instalar represas ou escavar lagoas para facilitar a deposição 
dos sedimentos; 
• modificar, o mínimo possível, a área e recuperar as áreas já con-
turbadas;
• implantar, progressivamente, os trabalhos de gradagem (tornar 
o solo plano) e revestimento (revestir o solo);
• evitar a colocação de restos das escavações nos cursos d’água;
• evitar a modificação do leito original dos cursos d’água;
• evitar que a drenagem das estradas de acesso atinja os cursos 
d’água, bem como, a enxurrada da área superior disturbada;
• construir terraços ou banquetas que diminuam a velocidade da 
sedimentação, antes que atinja os cursos d’água; e, instalar bar-
reiras para facilidade do controle da sedimentação.
4.2.2 Remoção da cobertura vegetal da área minerada
É a retirada da vegetação da área minerada. É uma operação que 
tem que ser realizada, pois o minério encontra-se abaixo da superfície do 
solo. Dessa forma, uma maneira de reduzir os custos da recuperação é reti-
rar todo o material de valor comercial. O que sobrou, entretanto, não deve 
ser queimado, pois poderá ser utilizado ou como fonte energética nas ope-
rações de beneficiamento ou ser convertido em cobertura morta para poste-
rior aplicação na revegetação. É recomendável que, no processo de retirada 
da vegetação, se retire apenas o necessário procurando, assim, reduzir a 
degradação. Em áreas de pastagem ou com vegetação rasteira, a retirada 
da vegetação deve ser feita juntamente com a camada superficial do solo. 
4.3.3 Remoção da camada superficial do solo
Essa operação deve ser feita após a retirada da cobertura vegetal. 
Para a abertura da cova para a mineração, todo o solo acima tem que ser 
retirado. Esse solo que deverá ser retirado constitui o horizonte A ou o ho-
rizonte B (figura a seguir- à direita). 
Mitigadora:
Amenizadora; que ou o 
que diminui, abranda, 
suaviza algo ou algum 
impacto. 
Assoreamento:
Obstrução, por areia 
ou por sedimentos 
quaisquer, de um rio, 
canal ou estuário; 
geralmente, em 
consequência, de 
redução de sua 
correnteza.
Sedimentação:
Processo pelo qual 
substâncias minerais 
ou rochosas, ou 
substâncias de origem 
orgânica, se depositam 
em ambiente aquoso 
ou aéreo, formando, 
assim, um sedimento 
ou compactação desse 
material. 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 40
A camada superficial do solo (horizonte A), na maioria das vezes, 
é mais rica em matéria orgânica, pequenos animais e nutrientes. Esta ca-
mada deve ser retirada separadamente e armazenada para uso posterior na 
revegetação. A camada abaixo dessa, com menor teor de matéria orgânica 
deve também ser armazenada para uso posterior, para que seja refeita a 
superfície após a mineração. A camada mais rica não deve ser armazenada 
por um período superior a dois anos e as pilhas não devem ter mais que 1,50 
m de altura.
Figura 19: Solo e suas camadas.
Fonte: Disponível em: <http://www.escola.
agrarias.ufpr.br/perfildosolo.html>. Acesso 
em: 16 mar. 2010.
Figura 20: Solo e seus horizontes e 
camadas.
Fonte: Disponível em: <http://www.escola.
agrarias.ufpr.br/perfildosolo.html>. Acesso 
em: 16 mar. 2010.
 
Na abertura da cava para mineração, é recomendável se retirar as 
camadas (ou horizontes) obedecendo-se a sua ordem para facilitar a repo-
sição do solo. Sempre que for possível, a camada mais rica deve ser usada 
rapidamente. É preciso, também, evitar a contaminação da superfície ainda 
não removida por lavagens e serviços de manutenção de veículos e maquiná-
rios ( trocas de óleo) e trânsito sobre a área.
Para se estocar o solo, é preciso:
• identificar a espessura da camada superficial do solo que deve 
ser aproveitada;
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 41
• evitar a mistura das camadas durante a sua remoção, evitando
comprometer a qualidade da camada superficial do solo;
• ter o cuidado de não misturar camadas superficiais alteradas (por
oficinas, depósitos de minérios, rejeitos etc.) com camadas não al-
teradas. As camadas alteradas poderão ser utilizadas em outros
locais em função do grau de modificação da qualidade original;
• evitar a compactação das pilhas da camada de solo estocado;
• evitar, ao máximo, alterar as características do solo removido.
Um revolvimento periódico do solo estocado promove uma ae-
ração maior, favorecendo a preservação da atividade biológica;
• proceder a uma cobertura das pilhas por vegetação morta – sera-
pilheira – ou pelo plantio de gramíneas e/ou leguminosas para se
evitar a lixiviação e insolação, propiciando também a manutenção
das características, atividade biológica e umidade do solo;
• preparar, previamente, os locais das pilhas, fazendo obras de
drenagem e proteção. Com isso, evitam-se perdas de solo e nu-
trientes por erosão e lixiviação.
Agora vamos testar seus conhecimentos.
Resumo
• O plantio direto na palha é um dos sistemas mais eficazes para
se conservar e preservar uma área que está sujeita a perda de
nutrientes no solo. Isso é feito quando a atividade agrícola é
muita intensa e pode causar forte impacto no solo, facilitando
assim o processo de erosão e degradação. Porém, essa técnica
possui desvantagens como custo alto e dificuldade de encontrar
a palha necessária para se cobrir o solo;
• A mineração é uma das formas de exploração do meio ambiente
mais danosa, portanto o processo de recuperação de uma área
minerada é um dos mais complexos. Você viu que são necessá-
rios vários cuidados para que a área minerada seja conservada
e, logo após, recuperada;
• Cuidados para a conservação e a recuperação da área minerada:
cuidados com o solo, sua retirada e estoque para que, posterior-
mente, seja reposto; o cuidado com as águas próximas à minera-ção, para que as mesmas não sejam contaminadas etc.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas
AULA 1
Alfabetização Digital
43
Aula 5 - Vamos conhecer mais um pro-
cesso de recuperação de uma área de-
gradada: revegetação 
Meta 
Compreender a revegetação enquanto um processo de recupera-
ção de áreas degradadas, além de analisar suas fases e processos.
Objetivos 
Ao final da aula você deverá ser capaz de: 
1. listar as atividades que antecedem a revegetação e avaliar a
sua importância;
2. identificar os processos necessários para a efetivação da reve-
getação.
Você estudou na aula 4 os processos de conservação e recuperação 
de áreas degradadas pelas atividades agropastoris, mineração e demais ati-
vidades. Esta aula é continuação da aula anterior e, nela, você estudará os 
processos que envolvem a revegetação. 
A revegetação é uma das práticas adotadas na recuperação de uma 
área degradada. Podemos dizer que a revegetação é um passo importante 
para reequilibrar o ecossistema danificado pelas ações humanas (queimadas, 
desmatamento e mineração). Você já sabe o que essas atividades humanas 
causam na natureza e qual o seu impacto. Veja nesta aula os passos que de-
vem ser seguidos para se obter uma revegetação com sucesso. 
5.1 O preparo do solo para revegetação
Preparar o solo para receber uma vegetação implica várias opera-
ções que devem ser realizadas para dar ao solo degradado condições mínimas 
para germinação e desenvolvimento das plantas. Essa junção de operações 
visa melhorar as condições químicas e físicas do solo e controle de erosão. 
As operações são: recolocação da camada de solo estocado (aula 4), obras 
de drenagem, descompactação e correção da fertilidade do solo.Você verá 
todas essas etapas nesta aula. 
Em se tratando de recuperação de área degradada, o ponto de 
partida é formar uma base capaz de garantir o sucesso da revegetação. Por-
tanto, as operações a serem realizadas devem ter por objetivo dar, ao solo 
degradado, condições para receber e sustentar as plantas, ou seja, enrique-
cer-lhe a base a fim de que haja condições de germinação, crescimento e 
manutenção de espécies.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 44
Você verá quais são os passos para a realização da revegetação de 
uma área degradada. Acompanhando a aula anterior, basearemo-nos na re-
cuperação de uma área minerada, para que você continue com o raciocínio 
da aula 4. 
5.1.2 Recolocação da camada de solo estocado
Você se lembra, na aula anterior, da retirada do solo e seu estoque 
para a atividade de mineração? Você verá agora como devolver esse solo ao 
seu ambiente natural. É uma operação que deve ser realizada após a recom-
posição do ambiente como planagem, recobrindo-se toda a superfície, inclu-
sive as inclinações e rampas, com uma camada regular de solo obedecendo 
à topografia. A recolocação de uma camada de solo mais fértil (aquela que 
estava armazenada, chamada de horizonte A do solo) visa acelerar o proces-
so microbiológico do solo, uma vez que ela contém consideráveis teores de 
nutrientes, matéria orgânica e microorganismos.
A operação de recolocar a camada do solo pode vir antes das obras 
de drenagem e, quando for possível, executá-la na estação seca. No entanto, 
em qualquer situação, deve-se minimizar a movimentação de equipamentos 
e máquinas pesadas para evitar a compactação do solo. Caso seja neces-
sário, pode-se adicionar outros componentes, como o composto orgânico 
(adubo) e/ou a serapilheira (cobrimento do solo com palha).
Figura 21: Estocagem de solo orgânico para aproveitamento na revegetação.
Fonte: Disponível em: <http://www.mercatorgeo.com.br/internas/servicos/prad.html>, acesso 
em: 10 de novembro de 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 45
5.1.3 Obras de drenagem
Uma parte da rede de drenagem é construída antes da retirada do 
solo para a mineração. A outra parte da rede de drenagem é construída após 
o término da mineração e início do processo de recuperação propriamente
dito, ou seja, quando todas as operações são voltadas para a recuperação
da área.
As obras de drenagem são obras que devem ser feitas na área mi-
nerada para impedir quer as águas superficiais escoem livremente sobre o 
terreno remoldado e arraste a camada superficial do solo. Além de provocar 
a erosão, a falta dessas obras pode causar assoreamento dos cursos d’água 
e de terras baixas e desmoronamento de taludes, além de poluir as águas 
próximas e os lençóis freáticos. Portanto, são obras de engenharia e/ou de 
drenagem que possuem o objetivo de desviar as águas fluviais. Incluem va-
letas, canaletas, calhas, escadas, tubulações, bueiros e bacias de sedimen-
tação. Sempre que essas obras apresentarem inclinação muito grande com 
risco de erosão, elas devem ser revestidas por um material estável ou serem 
revegetadas.
É muito importante o controle da erosão nos trabalhos de recupe-
ração para se obter melhores resultados. As práticas são dependentes da 
forma do terreno – se é plano, ou muito inclinado –, do tipo de solo e do cli-
ma, principalmente. Em terrenos com declividades (inclinação) maiores que 
20%, pode-se construir bancadas (terraços em patamar), pois este solo é sus-
cetível à erosão. No entanto, pode-se dispensar essa prática quando o solo 
for resistente. Em áreas com declives menores que 20%, pode-se construir 
terraços em valas, os quais, conforme o tipo de solo, devem ser locados em 
nível ou com baixa inclinação (1-2%) para permitir o escoamento das águas 
de chuva até o sistema de drenagem, construídos de acordo com as práticas 
de conservação do solo. 
As mesmas considerações feitas para as obras de drenagem na área 
a ser minerada devem ser adotadas nessa fase. Embora seja uma prática 
eficiente no controle da erosão, o uso de terraços em patamar ou em valas 
altera a paisagem original. O remodelamento do terreno acompanhando as 
formas originais pode ser um risco. Em locais onde as chuvas são regulares 
e bem distribuídas, esse remodelamento pode funcionar eficientemente. 
Entretanto, em outras áreas onde há um período seco pronunciado (de 4 
a 5 meses no ano), apenas o remodelamento pode ser catastrófico quan-
do chegam as primeiras chuvas torrenciais, favorecendo o arraste de gran-
de quantidade de solo. Portanto, na escolha da forma de remodelagem da 
superfície, todos esses aspectos devem ser minuciosamente considerados, 
optando-se pela(s) prática(s) mais eficiente(s). Muitas vezes há necessidade 
de associar mais de uma prática para maior eficiência.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 46
Figura 22: Obra de drenagem de um lago.
Fonte: Disponível em:<http://www.navegantes.sc.gov.br/noticias_outubro.html>. Acesso em 10 de 
novembro de 2010
5.1.4 Decomposição (descompactação)
A decomposição é uma prática que deve ser realizada após o re-
cobrimento da área com a camada de solo estocada, visando romper as ca-
madas compactadas do subsolo. Para que a descompactação seja eficiente, 
devem-se identificar o grau e a profundidade da camada compactada. Como 
fazer isso? Deve-se fazer uma análise das características físicas do solo e 
do subsolo. Uma alternativa mais prática, porém menos precisa, é o uso do 
penetrômetro. A determinação do grau de compactação através do uso do 
penetrômetro não é uma boa medida, uma vez que é muito dependente 
das condições do solo no instante da medição, sobretudo quanto ao teor de 
umidade. No entanto, as determinações físicas como a densidade do solo e a 
porosidade são mais fiéis na identificação da compactação do solo.
Uma vez determinada a profundidade da camada compactada, o 
próximo passo é o uso de práticas corretas para se atingir e romper esta 
camada. Tais práticas podem ser mecânicas ou culturais. Observe, a seguir, 
o que cada uma dessas práticas tem por objetivo.
5.1.5 Práticas mecânicas
As práticas mecânicas aumentam a capacidade de infiltração de 
água e de ar no solo. Em condições normais, a subsolagem – ato de revolver o 
solo até o subsolo – é amelhor prática, comparada à aração ou revolvimento 
raso, para atingir profundidades maiores. Como a presença de oxigênio é 
fundamental ao metabolismo da planta, há um aumento no volume do solo 
explorado por suas raízes.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 47
A subsolagem deve ser feita com equipamentos corretos e à profun-
didade suficiente para romper a camada compactada. Devem-se ter cuidados 
especiais na subsolagem, ou na descompactação, tais como:
• evitar que, nas áreas onde já se colocou a camada de solo esto-
cado, ocorra mistura ou inversão de camadas na descompacta-
ção. Isso prejudica a qualidade da camada superficial;
• fazer a subsolagem em curvas de nível ou em lugares com pe-
quena inclinação para evitar a formação de depósito de água;
• dimensionar o espaçamento adequado às subsolagens;
• realizar a subsolagem em solo seco para se ter melhor resultado.
Caso contrário, há aumento da compactação.
5.1.6 Práticas culturais
As práticas culturais referem-se ao manejo do solo que será usado 
durante o desenvolvimento da revegetação. A camada compactada é rom-
pida através do uso de espécies vegetais com raízes profundas capazes de 
penetrar essa camada. São selecionadas espécies vegetais com diferentes 
características de desenvolvimento e grande densidade de raízes, para au-
mentar a porosidade do solo. 
Outra maneira de favorecer o rompimento da camada compactada 
é a incorporação de matéria orgânica que propicie a redução da densidade 
do solo, ou através do uso de adubação verde, que aumenta o nitrogênio do solo.
A compactação resulta em significantes alterações na vegetação e 
nas propriedades físicas do solo. Um solo compactado possui baixa capaci-
dade de infiltração e distribuição da água, menor porosidade e redução das 
trocas gasosas entre o solo e a atmosfera, impedindo a pressão das águas e 
aumentando a erosão do horizonte superficial. Além disso, as raízes têm seu 
desenvolvimento prejudicado.
Existem práticas que auxiliam na correção da fertilidade do solo, 
o que é de suma importância, pois a área necessita de espécies vegetais e
animais para reestabelecer seu equilíbrio. Então, aumentando a fertilidade
do solo, as plantas irão se adaptar mais rapidamente, o que proporcionará o
retorno da fauna a esse local. A seguir você conhecerá as técnicas de corre-
ção da fertilidade do solo.
5.1.7 Correção da fertilidade do solo
Após a mineração (ou até mesmo outras práticas de extração), o re-
modelamento do terreno devolve ao local um amontoado de terra, composto 
de subsolo, terra infértil e fragmentos de rocha. Portanto, não constitui um 
solo que oferece condições para germinação, manutenção e desenvolvimen-
to das plantas. Todo esse solo revirado, retirado e colocado no local novamente 
é infértil, por ser um material deficiente em nutrientes e, muitas vezes, conter 
elementos tóxicos às plantas. Dessa maneira, antes da revegetação da área, há 
necessidade de que haja uma correção da fertilidade da área degradada.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 48
É importante se fazer análises químicas das áreas para se conhecer 
seus potenciais e suas limitações. Com os resultados de laboratório, devem-
-se avaliar e definir os níveis de correção da fertilidade (pH, macro e mi-
cronutrientes, matéria orgânica) e adubações de manutenção. Além dessas
análises, é recomendável se fazer análises químicas periódicas para um mo-
nitoramento da fertilidade do solo e do desenvolvimento das plantas.
Agora sim, você irá entender o funcionamento da revegetação. O 
mais importante você já estudou: os processos que levam ao sucesso da re-
vegetação. Então, fique atento!
Resumo
• A revegetação é um processo de recuperação de uma área de-
gradada que requer muito cuidado e atenção, pois, nesse pro-
cesso, são necessárias várias etapas: recolocação da camada de
solo estocado, obras de drenagem, descompactação e correção
da fertilidade do solo;
• O solo deve estar bem preparado para receber uma vegetação
diferente ou não da nativa. O solo é a base para o sucesso da
revegetação;
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas
AULA 1
Alfabetização Digital
49
Aula 6 - Revegetação: a prática e suas 
implicações
Meta 
Compreender os processos da revegetação. 
Objetivos 
Ao final da aula você deverá ser capaz de: 
1. identificar os processos necessários para a efetivação da reve-
getação.
Figura 23: charge sobre desmatamento 
Fonte: Disponível em: <http://conexaoambiental.zip.net/images/charge.jpg.> Acesso em: 9 jul. 2010
Esta aula é continuação da aula anterior e, nela, você estudará os 
processos que envolvem a revegetação. 
6.1 Revegetação
A revegetação de uma área degradada na verdade é o objetivo de 
um programa de recuperação. Contudo, as atividades mineradoras, bem 
como qualquer outro processo de degradação, eliminam a vegetação original 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 50
e dificultam o revestimento vegetal. Além disso, a topografia e o solo ficam 
tão conturbados que qualquer tentativa de restabelecimento da cobertura 
vegetal deve ser precedida de um preparo da área, a fim de controlar a ação 
das enxurradas e da erosão.
O revestimento vegetal de locais degradados diminui substancial-
mente os impactos provocados pela degradação sobre os recursos hídricos, 
edáficos e visuais da área. A revegetação é a principal prática para se obter 
a formação de um novo solo, controlar a erosão, evitar a poluição das águas 
e, se for escolhida a manutenção da vida selvagem como uso futuro do solo, 
promover o retorno dessa vida. Além do mais, a revegetação deve sempre 
promover o retorno da mata natural, através do plantio de espécies nativas 
e colocação de serapilheira na superfície do solo.
A implantação de espécies nativas (arbóreas) e as plantas nascidas 
da serapilheira podem não dar o impacto visual rápido das espécies exóticas, 
porém, ecologicamente, é a melhor prática. O uso da serapilheira, geralmen-
te, dá uma cobertura mais rápida e densa ao solo, devido ao banco de se-
mentes existente nela. Todavia, em algumas situações como nos taludes, por 
exemplo, essa prática não é a mais eficiente, devendo-se preferir o plantio 
por hidrossemeadura (as sementes são lançadas através da águas).
A revegetação engloba duas etapas: preparo do solo e implantação 
da vegetação. O preparo do solo envolve todas as operações desenvolvidas 
desde a fase de planejamento até a fase de correção da fertilidade do solo. 
Já a fase de implantação da vegetação abrange a seleção detalhada de es-
pécies vegetais, de acordo com o ambiente a ser revegetado, a semeadura 
e o plantio. 
Vamos por partes. Primeiramente, você acompanhará o processo de 
seleção das espécies vegetais e, logo após, a sua semeadura e o seu plantio.
6.2 Seleção de espécies vegetais
Figura 24: mudas para revegetação.
Fonte:Disponível em: <http://www.catapanimudas.com.br>. Acesso em: 12 de agosto de 2010.
Programa de 
recuperação:
Criação da estrutura 
correta de uma 
determinada área 
que necessita ser 
restaurada. O 
responsável pelo 
desenvolvimento 
do programa 
de recuperação 
ficará atento às 
necessidades do local 
a ser recuperado, 
considerando tipo de 
solo e de vegetação a 
ser implantada etc. 
Edáfico:
Refere-se à parte mais 
ativa do solo.
Talude:
Terreno inclinado; 
rachadura no solo que 
provoca inclinação.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 51
Na escolha de espécies para o restabelecimento artificial da vege-
tação, devem ser observados alguns critérios específicos como: a influência 
da planta sobre a fertilidade do solo; a sua utilidade como abrigo e alimento 
para a fauna; seu efeito estético; a compatibilidade das espécies (plantar 
vegetação de vários estratos, como por exemplo, herbáceas + arbóreas + 
gramíneas + arbóreas+ arbustivas etc.). O ideal é implantar uma mistura 
de espécies de rápido crescimento com outras de crescimento mais lento. 
O plantio homogêneo de espécies somente é recomendável quandose pre-
tende um reflorestamento comercial (na região Norte do estado de Minas 
Gerais, é muito comum ver plantio de eucalipto com essa finalidade). 
A escolha de espécies para recuperação deve ser feita tendo em 
vista os objetivos a curto e longo prazos, as condições químicas e físicas dos 
locais de implantação, o clima, a viabilidade de sementes, a taxa e a forma 
de crescimento, a compatibilidade com outras espécies a serem implanta-
das, o retorno da fauna silvestre e outras condições do local. Em resumo, 
deve-se fazer uma criteriosa seleção das espécies mais adaptadas e adequa-
das, bem como dos tratamentos a serem executados nessas áreas.
Quando se usar espécies herbáceas para a revegetação, deve-se ter 
o cuidado para não implantar espécies potencialmente invasoras, que pos-
sam criar problemas nas propriedades vizinhas e/ou no equilíbrio ecológico
da região.
Devem-se selecionar espécies cujas raízes se tornem profundas e, 
se possível, estoloníferas a fim de possibilitar um entrelaçamento superficial 
ou subterrâneo, visando a um melhor controle da erosão. Sempre que for 
conveniente, recomenda-se optar por uma mistura de gramíneas e legumi-
nosas, que fixam nitrogênio, favorecendo o crescimento das plantas. Como o 
objetivo da revegetação é implantar uma cobertura vegetal permanente no 
solo, que proporcione uma proteção eficiente contra a atuação dos processos 
erosivos, devem-se cultivar espécies herbáceas nas áreas onde se pretende 
implantar espécies arbóreas ou naquelas áreas onde o uso futuro do solo seja 
a manutenção da vida terrestre (reserva ecológica). As espécies herbáceas, 
por serem de crescimento mais rápido, dão ao solo uma eficiente cobertura 
e, consequentemente, uma boa proteção contra a erosão até que as espécies 
arbóreas se desenvolvam satisfatoriamente. 
Portanto, é extremamente importante se fazer uma seleção de 
espécies para evitar a implantação daquelas muito agressivas e de porte 
alto que possam abalar as mudas. Espécies altamente sujeitas a incêndios 
também devem ser evitadas. Outro aspecto importante a ser considerado 
é a época de germinação das espécies utilizadas. A escolha por diferentes 
períodos de germinação numa mesma área possui a vantagem de promover 
uma cobertura inicial rápida; em contrapartida, há a espera daquelas de ger-
minação mais demorada. Apresenta, ainda, a vantagem de diluir os efeitos 
das pragas que poderiam atacar determinadas espécies enquanto outras não 
seriam atacadas, além de se conseguir um visual heterogêneo, muitas vezes 
benéfico para a estética da paisagem. 
Herbáceas: toda e 
qualquer planta que 
tem o aspecto de erva.
Arbóreas: toda e 
qualquer planta que 
possui tamanho e porte 
de árvore.
Arbustivas: planta 
semelhante ou 
que possua as 
características de um 
arbusto. 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 52
Quando se usarem as espécies arbustivas/arbóreas, o ideal é o 
plantio de uma vegetação similar às plantas originais da área. Contudo, onde 
já não existe a vegetação nativa há algum tempo, há a opção pela implanta-
ção de espécies exóticas adaptadas à área. Nesse caso, trata-se de floresta-
mento e não de reflorestamento de uma área degradada. Entre as espécies 
selecionadas, algumas devem ser frutíferas e melíferas, para favorecerem a 
polinização e a disseminação entre as espécies por pássaros e insetos, res-
pectivamente.
6.3 Semeadura e plantio
A implantação da cobertura vegetal pode ser feita através de se-
meadura, no caso do uso da serapilheira ou espécies de gramíneas ou her-
báceas, ou do plantio de mudas, como no caso de espécies arbustivas ou 
arbóreas.
A serapilheira é o material solto na superfície da mata natural, 
composto de folhas e pequenos galhos em decomposição e repleto de micro-
organismos, insetos e sementes de plantas herbáceas, arbustivas e arbóreas. 
É o verdadeiro banco genético de tudo que ocorre no ambiente natural. Seu 
uso na revegetação protegerá a superfície do solo dos raios solares, conser-
vará a umidade do solo, fornecerá micro e mesofauna (insetos e rastejantes) 
ao solo e criará condições para o desenvolvimento das plantas e fauna, a 
partir das sementes de plantas que vêm juntamente com a serapilheira cole-
tada, bem como o retorno da mesofauna (animais de médio porte).
A coleta da serapilheira deve ser feita com rastelo (nunca cavando 
o solo), juntando o material solto na superfície do solo, e, no máximo, um
dia antes da sua colocação. É recomendável que a sua coleta seja realizada
em um espaço de 1 m, a cada 25 m ou em filas de 1m de largura espaçadas
de 10 m. A área desnuda deve ser recoberta com a serapilheira vizinha. Na
revegetação de áreas degradadas, a serapalheira deve ser espalhada manu-
almente na superfície do terreno, após devidamente preparado, sem a in-
corporação ao solo, na época das chuvas e no mesmo dia, ou no máximo, no
dia posterior à sua coleta na mata. Sua aplicação sobre a superfície do solo,
onde mudas serão introduzidas, deve ser feita após o plantio.
Figura 25: revegetação de uma área degradada.
Fonte: Disponível em: <http://www.sindareia.com.br/43/43reveg.htm>. Acesso em 12 de agosto de 2010.
Estolonífera:
Plantas de caule 
rastejante que emite 
regularmente de espaço 
a espaço raízes p@
ara baixo e ramos para 
cima. A propagação 
desse tipo de planta é 
mais rápida.
Melífera:
Relativo a mel; produz 
mel ou facilita sua 
produção.
Polinização:
Processo de transporte 
do pólen, para a 
germinação das plantas. 
Quando não existe 
rastro de uma 
vegetação nativa na 
área a ser revegetada, 
podem-se plantar 
espécies diferentes 
daquelas que existiam 
ali, porém com uma 
boa adaptação. Esse 
processo é chamado de 
florestamento. 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 53
Na figura anterior, imagem de um local em que foi implantada a 
revegetação, pode-se perceber o avanço das espécies vegetais de grande, 
médio e pequeno porte. 
O processo de semeadura de espécies rasteiras ou herbáceas pode 
ser feito pelo lançamento das sementes (mais comum) ou por hidrossemea-
dura, dependendo da declividade do terreno. Em áreas pouco declivosas, a 
semeadura pode ser a lanço (manual ou mecânico) ou em linha. Quando re-
alizada a lanço, recomenda-se a escarificação das sementes, quando neces-
sário e, no caso das leguminosas, a inoculação. A semeadura deve, sempre, 
ser realizada no período das chuvas.
Em áreas muito declivosas, deve-se realizar a hidrossemeadura 
(aplicada por maquinário apropriado) ou o plantio de mudas, estolões ou pla-
cas. O mais comum é o plantio de espécies arbustivas e arbóreas através de 
mudas. Todavia, para a implantação de reflorestamentos a indisponibilidade 
de mudas de espécies nativas constitui um grave problema. Geralmente, há 
necessidade da implantação de um viveiro próprio, o que certamente exigirá 
uma coleta de sementes nas matas e/ou capoeiras dos arredores. 
O plantio não necessita ser alinhado para não dar a ideia de ar-
borização, devendo-se distribuir as mudas ao acaso, sempre espaçadas, de 
acordo com as espécies utilizadas. 
Quando o solo for utilizado para plantio de espécies exóticas, de 
espécies nativas de outra regiões ou, futuramente, manutenção da vida sel-
vagem, os espaçamentos devem ser maiores que 3 X 3 m para não causar 
total sombreamento e reduzir a deposição de acículas.
Por ocasião do plantio, devem-se tomar alguns cuidados: não colo-
car o adubo mineral em contato com a raiz; retirar a embalagem para o plan-
tio; não dobrar as pontas das raízes; não enterrar demasiadamente a muda 
ou colocá-la em pouca profundidade; quando necessário, amarrar as mudas 
altas a estacas para evitar quebra ou tombamento com o vento; realizar o 
plantio no período das chuvas; irrigar, quando necessário; colocar na cova 
uma boa mistura de adubo orgânico, mineral, solo e corretivo de acidez; 
combater formigas cortadeiras; fazer bacias de captação de água ao redor 
das mudas (coroamento) e fazer aceiros para evitar fogo.
Por fim, depois de todo esse processopara se revegetar uma área 
degradada, o responsável pelo projeto deverá sempre monitorar o andamen-
to da vegetação, pois são necessários cuidados que auxiliam no sucesso do 
todo. A seguir, observe como isso pode ser feito.
6.4 Monitoramento
A área revegetada exige uma constante vigilância ou monitoramen-
to do empreendedor quanto à instalação e desenvolvimento da vegetação, 
para manutenção e êxito da revegetação, uma vez que nem todas as mudas 
plantadas se desenvolvem, ou crescem satisfatoriamente. Caso isso ocorra, 
essas mudas devem ser substituídas. Há, também, necessidade de se monito-
Rastelo:
Instrumento constituído 
por uma grade com 
dentes de pau, com a 
qual se aplaina terra 
lavrada.
Escarificação: ato de 
abrir a terra de modo 
que a torne mais 
arejada, sem revolvê-la.
Inoculação: inserção 
da semente no solo de 
modo manual.
Hidrossemeadura: 
sementes lançadas à 
terra através da água. 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 54
rar a parte nutricional. Em caso de aparecimento de sintomas de deficiência 
ou de toxidez, efetua-se a correção. 
A correção dos sintomas de deficiência deve embasar-se em resul-
tados de análises do solo do local a ser corrigido. O ideal é retirar amostras 
do solo e da planta, com e sem sintomas de deficiências ou de toxidez, para 
se estabelecer comparação dos níveis nutricionais e parâmetros mais seguros 
de correção. Deve-se, ainda, manter o coroamento das mudas para se evitar 
a competição em luz, água e nutrientes.
É isso aí, pessoal!
Viu só como é importante o processo de revegetação? Pesquise mais, 
busque na internet outras maneiras de se revegetar uma área degradada. 
Resumo
• Quando o solo é corrigido e está apto para ser reflorestado, co-
meça o processo de revegetação, que também possui seus atri-
butos, como por exemplo, a seleção de espécies para o plantio.
• Nem sempre um determinado tipo de planta é adequado ao am-
biente a ser revegetado, portanto, a seleção de espécies é ne-
cessária;
• No final de todo o processo de revegetação, há a semeadura e o
plantio, ocasião em que a área selecionada passa a ser revege-
tada realmente;
• A revegetação exige um monitoramento para que possíveis cor-
reções sejam realizadas, como uma correção de fertilidade ou
de espécie que não tenha se adequado ao ambiente.
http://www.
consultoriaambiental.
com.br/artigos/
revegetacao.pdf
http://www.slideshare.
net/andrebenedito/
revegetao-e-recuperao-
de-reas-degradadas-
autor-ou-responsvel-
pela-tecnologia-
embrapa-agrobiologia
http://www.scribd.com/
doc/26238960/Manual-
Revegetacao-matas-
ciliares-e-de-protecao-
ambiental
http://www.sobrade.
com.br/eventos/2005/
visinrad/palestras/
luiz_eduardo_dias_
revegetacao_substratos.
pdf
Curta sua pesquisa, não 
fique parado… Você 
pode descobrir novas 
maneiras de se pensar 
a revegetação através 
da internet. BOA 
PESQUISA!
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas
AULA 1
Alfabetização Digital
55
Aula 7 - Sucessão ecológica: outra opção 
para recuperar
Meta
Compreender os principais processos e fenômenos envolvidos na 
sucessão ecológica.
Objetivos
Ao final da aula você deverá ser capaz de:
1. diferenciar as três fases envolvidas na sucessão ecológica;
2. analisar as principais características do processo de sucessão
ecológica.
As comunidades de seres vivos nos ecossistemas, chamadas de bio-
cenose, não são constantes ou fixas, elas mudam com o suceder do tempo. 
Algumas dessas mudanças são consequências das variações de clima e outras 
condições, no decorrer das estações do ano, e são, geralmente, mudanças 
cíclicas, isto é, há um retorno às condições iniciais e há recomposição da 
biocenose original após um ano. Porém, algumas mudanças das comunidades 
de seres vivos não são cíclicas ou demoram muito tempo para acontecer, va-
riando anos ou séculos. Todo esse fenômeno de renovação, mudança, quebra, 
ruptura, até mesmo retorno das comunidades de espécies de um ecossistema é 
denominado sucessão ecológica. Esse processo causa alterações de composição 
química ocorridas no ambiente, podendo dar-se em diferentes níveis.
Numa sucessão ecológica, podemos reconhecer três fases distintas, 
porém complementares: 
1) ecese ou comunidade pioneira;
2) séries ou comunidades intermediárias;
3) comunidade clímax.
A seguir, você verá detalhadamente de que se trata cada fase da
sucessão ecológica. Fique ligado e preste atenção!
7.1 Comunidade pioneira
Num terreno desmatado – por diversas ações do homem – e aban-
donado, a remoção de toda a cobertura vegetal deixa o solo exposto e isso 
favorece o aceleramento do processo de erosão, pois a ação conjunta do ven-
to e da chuva retira-lhe a camada fértil e o torna mais sujeito à evaporação 
da água, tendendo a tornar-se seco. Nessas condições, poucos organismos 
Sucessão ecológica:
Processo gradual 
de colonização de 
um habitat, em que 
a composição das 
comunidades vai se 
alterando ao longo do 
tempo. 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 56
conseguem sobreviver, os quais constituem a chamada comunidade pioneira: 
gramíneas, ervas pequenas e insetos. Você pode chamar essa fase de ecese. 
Com o passar do tempo, as espécies pioneiras contribuem para modificar as 
condições do meio, possibilitando a chegada de outras espécies. 
As comunidades pioneiras caracterizam-se por apresentar uma pro-
dução primária bruta de matéria orgânica superior ao próprio consumo. Isso 
significa que a produção de fotossíntese é maior que a atividade respiratória 
(gasto de energia). Assim, o saldo orgânico é incorporado à comunidade, 
garantindo seu desenvolvimento em termos de aumento da biomassa. A co-
lonização pelas espécies pioneiras pode modificar as características origi-
nais do lugar, reduzindo as bruscas variações de temperatura do solo, o que 
contribui para a manutenção de certo grau de umidade. O material orgânico 
proveniente da decomposição dos organismos pioneiros acumula-se no solo, 
aumentando a quantidade de nutrientes disponíveis e a retenção de água. 
Para mostrar um exemplo, no caso das dunas de areia, as raízes das plantas 
pioneiras ajudam a estabilizar o solo, evita que o vento carregue as partícu-
las de areia. 
Figura 26: sucessão pioneira em dunas de areia.
Fonte: Disponível em: <http://www.forum.pt/blogue/blogger/psia/?start=50>. Acesso em 18 de 
novembro de 2010.
Figura 27: Líquens.
Fonte: Disponível em: <http://br.olhares.com/liquens_foto2087440.html> Acesso em: 21 de 
julho de 2010. 
Cianobactérias e líquens 
constituem ótimos 
exemplos de organismos 
que, em geral, atuam 
na natureza como 
pioneiros. Com o passar 
do tempo, os líquens 
formam camadas de 
matéria orgânica nas 
rochas, dando lugar a 
pequenas plantas. 
Biomassa: quantidade 
total de matéria viva de 
um dado ecossistema
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 57
Figura 28: Cianobactérias.
Fonte: Disponível em<http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/
microorganismos/CIANOBACTERIAS.html>. Acesso em 21 de julho de 2010.
Conheça agora a segunda fase de uma sucessão ecológica.
7.2 Séries ou comunidades intermediárias
À medida que a comunidade pioneira se desenvolve, o ambiente 
vai se modificando, apresentando novas características. Quando a cobertura 
vegetal se estabelece, protege o solo contra a ação do vento e das enxur-
radas, evitando a erosão e contribuindo para a renovação do humo e para a 
manutenção da umidade.
Nessa nova condição, propícia para o surgimento de novas vidas, 
inicia-se uma lenta instalação de outras espécies que não eram encontradas, 
na situação anterior. Considerando como exemplo um terreno desmatado, 
depois de as gramíneas surgirem, ervas diversas vão se desenvolver e novas 
espécies animais que delas se nutrem serão atraídas. Assim, o aspecto da 
comunidade pioneira vai alterando-se até formar uma comunidade mais vo-
lumosa com uma característica herbácea – vegetação composta de ervas e 
pequenas árvores –, que será substituída, provavelmente, poruma comuni-
dade arbustiva – vegetação composta de árvores. 
Por fim, a terceira fase de uma sucessão ecológica.
7.3 Comunidade clímax 
Após a comunidade herbácea, há uma evolução e surge a comuni-
dade arbustiva. É notável que, à medida que a paisagem vegetal muda, a 
comunidade animal também se altera, os atrativos mudam e novos animais 
procuram abrigo e alimento. De pequenos insetos passam a aparecer pássa-
ros, que não teriam condições de se estabelecer numa comunidade herbácea 
por viverem em árvores. A partir disso, consolida-se a comunidade clímax. 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 58
Às vezes é possível prever o tipo de sucessão que ocorrerá em de-
terminado local, pois a comunidade biológica ali presente tende a evoluir 
até atingir um clímax, condicionado pelas características físicas e climáticas 
do local. Por exemplo, a sucessão em um campo de cultivo abandonado, 
onde anteriormente existia uma floresta, tenderá a atingir esse mesmo tipo 
de comunidade final (floresta), passando por uma sucessão de comunidades 
intermediárias. Ou seja, um tipo de vegetação vai substituindo o outro (inte-
grando ou somando-se) até atingir o ponto máximo (clímax) que é a floresta. 
Normalmente, a diversidade de espécies só atinge sua plenitude na comuni-
dade clímax, na qual a biomassa torna-se máxima e praticamente constante.
Como último estágio da sucessão ecológica, a comunidade clímax 
abriga inúmeras espécies dotadas de nichos ecológicos variados e altamen-
te especializados, bem como múltiplas e complexas relações alimentares e 
territoriais. Além disso, a complexidade exibida pelo ecossistema favorece a 
manutenção de um estado de equilíbrio dinâmico (homeostase).
Em uma comunidade clímax, o gás oxigênio liberado na fotossíntese 
vegetal é consumido pela respiração da comunidade animal. Assim, ao con-
trário do que alguns pensam, as comunidades climáticas, como as florestas, 
não constituem os “pulmões do mundo”, papel que, na verdade, é desempe-
nhado pelo fitoplâncton marinho. 
A seguir, esquema da sucessão ecológica descrita:
gramíneas ervas arbustos árvores
Ecese (pioneira) séries (intermediárias) clímax (final)
Figura 29: Esquema de sucessão ecológica.
Fonte: Disponível em: <http://ecoblogando.wordpress.com/2009/02/17/sucesso-ecolgica/> Acesso 
em 10 de novembro de 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesSolo e Recuperação de Áreas Degradadas 59
Pense a respeito! 
Você se lembra da aula em que estudou os processos de revegeta-
ção de uma área degradada? Qual a relação existente entre a revegetação e 
o processo de sucessão ecológica? Total, pois ao iniciar-se o processo de reve-
getação, a pessoa que coordena o projeto deve atentar-se para o tipo deter-
minado de vegetação que adequará ao local desmatado. As escolhas corretas
facilitarão o sucesso da revegetação, portanto, da sucessão ecológica e do
restabelecimento de uma área. Só que na revegetação há uma aceleração
do processo de sucessão ecológica. Por exemplo, o plantio direto na palha é
um agente acelerador da fertilidade do solo, o que provoca a aceleração do
crescimento da segunda fase da sucessão (série ou intermediária). A suces-
são vegetal somente está concluída quando a floresta em desenvolvimento
atinge maturidade e assemelhar-se à vegetação original.
Observe as fases ao longo de uma sucessão ecológica, isto é, da 
ecese ao clímax:
a. aumento da produção primária bruta;
b. aumento do consumo (mais rápido, em relação ao aumento da
produção);
c. diminuição da biomassa;
d. biomassa constante, ao atingir o clímax.
Vejo um exemplo de esquema logo abaixo.
gramíneas ervas arbustos árvores
Ecese (pioneira) séries (intermediárias) clímax (final)
7.4 Principais tipos de sucessão ecológica
Os principais tipos de sucessão ecológica são: primária, secundária, 
autotrófica e heterotrófica.
 Sucessão ecológica primária: ocorre em locais nunca habitados; 
é o caso das sucessões ecológicas iniciadas por líquens em uma rocha nua, 
por exemplo.
Observe o esquema:
rocha nua líquens musgos ervas arbustos árvores 
Sucessão ecológica secundária: ocorre em locais anteriormente 
habitados, cujas comunidades foram eliminadas por modificações climáticas 
(erupções vulcânicas, incêndios, inundações etc.) ou pela intervenção huma-
na (queimadas, desmatamentos etc.)
Biomassa:
Quantidade total de 
matéria viva de um 
ecossistema.
Humo (húmus):
Produto da 
decomposição parcial 
dos restos vegetais que 
se acumulam no chão 
florestal, aos quais se 
juntam restos animais 
em menor escala. É 
a fonte de matéria 
orgânica para a nutrição 
vegetal. Favorece a 
estrutura do solo e 
retém água. 
Clímax:
Grau máximo ou ótimo 
de desenvolvimento de 
um fenômeno biológico 
ou social.
Nicho ecológico:
Pequeno hábitat 
propício a determinado 
tipo de vida. Está 
relacionado ao hábitat 
de um ser vivo. 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 60
Veja o esquema:
terreno desmatado capins ervas arbustos árvores
Sucessão ecológica autotrófica: caso mais comum na natureza, 
esse tipo corresponde às sucessões ecológicas iniciadas por organismos au-
totróficos em locais inorgânicos. Como exemplo, uma sucessão ecológica a 
partir dos líquens em uma rocha nua.
Sucessão ecológica heterotrófica: caso de sucessões verificadas 
em rios poluídos ou sobre restos de plantas e animais, iniciadas por organis-
mos heterotróficos em locais orgânicos. 
Para concluir esse assunto acerca da sucessão ecológica, leia o tex-
to, a seguir. Ele constitui uma síntese do que foi trabalhado. Gostaram dessa 
aula? Esperamos que sim. Até a próxima!
A cada estágio do processo de sucessão, os organismos da comu-
nidade provocam modificações na estrutura física do hábitat e no clima, 
inaugurando nichos ecológicos novos, que favorecem a chegada de novas 
espécies. Com isso, as espécies mais antigas vão sendo, gradualmente, subs-
tituídas pelas novas que se estabelecem no local. Por exemplo, plantas su-
culentas criam nichos ideais para pulgões e para outros insetos herbívoros. 
Estes, por sua vez, servem de alimento a insetos predadores, que servirão 
de alimento a pássaros insetívoros e assim por diante. Durante a sucessão, o 
ecossistema em geral se torna cada vez mais complexo, com maior quantida-
de de nichos ecológicos e, consequentemente, de espécies. 
Os biólogos utilizam o termo microclima para se referir às condi-
ções ambientais particulares do hábitat ao qual estão adaptadas determina-
das espécies. Por exemplo, no interior de uma floresta, o microclima, carac-
terizado pelas condições de umidade e de temperatura, é, especialmente, 
favorável à vida de uma grande variedade de organismos. Durante o processo 
de sucessão, surgem microclimas que permitem a chegada e o estabeleci-
mento de novas espécies. 
O aparecimento de novos nichos ecológicos durante a sucessão leva 
ao aumento da diversidade de espécies na comunidade, ou seja, ao aumento 
da biodiversidade. Com isso, aumenta o número total de indivíduos capazes 
de viver no local e, portanto, a biomassa do ecossistema em sucessão. A 
ampliação de complexidade na teia de relações entre os seres vivos permite 
à comunidade ajustar-se cada vez mais ao ambiente, aumentando sua home-
ostase, isto é, sua capacidade de se manter estável apesar das variações am-
bientais. O máximo de homeostase é atingido quando a comunidade atinge 
um estado de estabilidade compatível às condições próprias da região. Essa 
comunidade estável é denominada comunidade clímax e constitui o final da 
sucessão ecológica. Na comunidade clímax, a biodiversidade, a biomassa e as 
condições microclimáticas tendem a se manter constantes.
Fonte: LAURENCE, J. Biologia. volume único. 1. ed. São Paulo: Nova Geração, 2005.
Autotrófico:
Seres capazes de 
produzir o próprio 
alimento a partir de 
substâncias inorgânicas 
e de energia obtidas 
do ambiente. Ex.: as 
plantas.
Heterotrófico:
Ser vivo incapaz de 
produzir seu próprio 
alimento, tendo de 
obtê-lo do meio externo 
na forma de moléculas 
orgânicas.Ex.: os 
animais.
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Resumo
• o processo de sucessão ecológica é aquele em que as estruturas
ambientais de uma área mudam com o passar do tempo. Todas
as mudanças e renovações das comunidades de vida em um am-
biente fazem parte da sucessão ecológica;
• a sucessão ecológica possui três fases distintas, porém inter-
ligadas entre si: a fase pioneira, a fase intermediária e a fase
clímax;
• a fase pioneira equivale ao início da renovação da vida do meio
em questão; a fase intermediária é o começo da evolução dessa
vida e; a fase clímax é ponto final da sucessão, no qual a vegeta-
ção retoma a característica original, que existia anteriormente;
• tipos de sucessão ecológica existentes: sucessão primária – re-
lacionada à fase pioneira, com vegetação e animais de pequeno
porte, ocorre em locais desabitados; sucessão secundária – re-
lacionada à fase intermediária, ocorre em locais já antes habi-
tados; sucessão autotrófica – iniciada por organismos que pro-
duzem seu próprio alimento e; sucessão heterotrófica – iniciada
por aqueles organismos que não produzem seu próprio alimento.
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AULA 1
Alfabetização Digital
63
Aula 8 - Nucleação: a recuperação é 
possível
Meta
Compreender o processo de recuperação de uma área por nucleação.
Objetivos
Ao final da aula você deverá ser capaz de:
1. aplicar as etapas que envolvem o processo de nucleação.
Os impactos ambientais podem ocorrer em diferentes níveis, de-
pendendo da atividade envolvida, o que exige um estudo e avaliação para 
determinar se a intervenção humana será em maior ou menor escala, na 
recuperação da área. Vamos conhecer agora outra técnica de recuperação 
de áreas: a nucleação!
8.1 Nucleação
Na busca de um melhor método para recuperar áreas degradadas, 
a partir dos princípios da nucleação, foi criada uma restauração ecológica 
que procura imitar a natureza. Essa técnica é constituída de um conjunto de 
atividades implantado não em uma área total, mas em núcleos, cujo objetivo 
é a restituição do ambiente em sua totalidade. As atividades de restauração, 
baseadas no processo ecológico de nucleação, foram denominadas por Reis 
et al. (2003) de “técnicas nucleadoras de restauração”.
A recuperação através da nucleação baseia-se em estudos os quais 
mostram que a vegetação remanescente em uma área degradada, repre-
sentada por pequenos fragmentos ou árvores isoladas, atua como núcleo de 
expansão de vegetação, por atrair animais que participam da dispersão das 
sementes (REIS et al., 1999; 2003). A nucleação é, portanto, um modelo de 
facilitação de sucessão no qual as espécies introduzidas em uma área degra-
dada modificam as condições ambientais, facilitando o estabelecimento de 
outras espécies (CONNELL; SLATYER, 1997).
 Martins (2007) cita como técnicas nucleadoras:
a. nucleação através do plantio de mudas;
b. nucleação através do plantio de arbustos de sub-bosque;
c. transposição de galhada;
d. transposição do banco de sementes do solo;
e. transposição da chuva de sementes;
f. utilização de poleiros naturais e artificiais.
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Agora, vamos estudar cada uma das técnicas citadas.
8.1.1 Nucleação através do plantio de mudas 
Consiste em formar núcleos ou ilhas de vegetação através do plan-
tio de mudas de espécies arbustivo-arbóreas, buscando criar pequenas man-
chas de floresta com alta diversidade de espécies numa paisagem degrada-
da, que, com o decorrer do tempo, se irradiarão para toda a área.
8.1.2 Nucleação através do plantio de arbustos de sub-
-bosque
Consiste na implantação de mudas de plantas de sub-bosque. Esse 
plantio deve ser realizado a partir do segundo ou terceiro ano, após a plan-
tação das arbóreas. 
A introdução ou enriquecimento através de núcleos de espécies 
arbustivas de sub-bosque é importante também para a própria conservação 
dessas espécies e atração de animais dispersores de suas sementes. 
8.1.2 Transposição de galhada
Essa técnica é constituída da introdução de galhadas, ou seja, res-
tos vegetais (galhos, folhas e material reprodutivo) da floresta. Entende-se 
que esses restos vegetais poderão ser fontes de sementes, de outras formas 
de vida, como as plantas epífitas, de matérias orgânicas e nutrientes. Dessa 
forma, após germinação, as plântulas encontrarão condições mais adequadas 
para o seu estabelecimento.
8.1.4 Transposição do banco de sementes do solo
Gerada a partir da transposição da camada superficial do solo e da 
camada de serapilheira, em faixas ou ilhas, para uma área degradada, essa 
técnica é indicada para a restauração ecológica de matas ciliares.
Ela apresenta como vantagem o fato de promover a introdução, 
em uma área degradada, de uma elevada densidade de sementes de várias 
espécies nativas, podendo resultar em uma alta diversidade de espécies.
8.1.5 Transposição da chuva de sementes
Pouco utilizada no Brasil, essa técnica pode dar bons resultados. 
Um dos fatores que limitam o seu uso na recuperação de áreas é a baixa 
oferta de espécies nativas, salvas algumas exceções.
A chuva de sementes é a dispersão, em um determinado local, de 
sementes e representa a principal fonte de entrada no banco de sementes. 
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Assim, para essa transposição, é necessário coletar as sementes antes que 
atinjam o chão da floresta, o que é feito através de coletores.
Depois de coletadas, o passo seguinte é a semeadura direta das se-
mentes nas áreas que estão sendo recuperadas. Algumas espécies germinam 
alguns dias após a semeadura, outras possuem dormência e podem levar 
meses para brotar, podendo ser incorporadas ao banco de sementes do solo.
8.1.6 Utilização de poleiros naturais e artificiais
Os poleiros são atrativos de aves e morcegos dispersores de semen-
tes e têm sido indicados como alternativa viável para nucleação de florestas 
em áreas degradadas. Cada poleiro funciona como local de pouso de pássa-
ros e morcegos que se deslocam entre remanescentes florestais, possibilitan-
do que sementes sejam depositadas nas proximidades dos poleiros, através 
de fezes e material regurgitado.
Esses poleiros artificiais podem ser confeccionados a partir de va-
ras de bambu ou postes de eucalipto, nos quais são fixadas varas finas de 
madeira. 
Para apreender o conteúdo, realizemos uma atividade. Vamos lá!
Resumo
• como estudado nas aulas anteriores, existem várias técnicas
para recuperar uma área degradada, por isso é necessário
que se estude e avalie a técnica que mais se adequa ao seu
projeto;
• a nucleação é uma técnica que consiste na introdução de núcle-
os ou ilhas de florestas remanescentes, os quais, com a restau-
ração, atraem animais que ajudam na dispersão das sementes e
no restabelecimento da área;
• a nucleação pode ocorre por meio das seguintes técnicas: nucle-
ação através do plantio de mudas; nucleação através do plantio
de arbustos de sub-bosque; transposição de galhada; transpo-
sição do banco de sementes do solo; transposição da chuva de
sementes e; utilização de poleiros naturais e artificiais.
Plântulas: embrião 
vegetal que começa a 
germinar.

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