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APS unip 2 semestres agentes infecciosos trabalham pela água

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GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) 
 
 
 
ANDREZA AZARIAS DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGENTES INFECCIOSOS TRANSMITIDOS PELA ÁGUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ribeirão Preto 
2023
 
 
ANDREZA AZARIAS DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGENTES INFECCIOSOS TRANSMITIDOS PELA ÁGUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de Farmácia 
da Universidade Paulista (UNIP)- Ribeirão 
Preto, como requisito parcial para obtenção de 
nota para a Atividade Prática Supervisionada 
(APS). 
 
Orientador: Prof. Claúdio Neri 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ribeirão Preto 
 
2023 
RESUMO 
 
Os agentes infecciosos transmitidos por água geralmente são encontrados em locais 
com saneamento básico deficiente os quais apresentam falta de água tratada e/ou de 
rede de esgoto ou de alternativas adequadas para a deposição dos dejetos humanos. 
O objetivo geral do presente estudo é investigar quais os perigos e como ocorre a 
transmissão de agentes infecciosos na água. A metodologia empregada foi uma 
revisão de literatura tendo como fonte documentos publicados nos sites Google, 
Scielo, Pubmed. Observou-se as infecções relacionadas à água podem ser divididas 
em doenças transmitidas pela água que são aquelas adquiridas diretamente pela 
ingesta de água (contaminada); doenças por falta de higiene com água ou doenças 
adquiridas indiretamente por falta de higiene; doenças baseadas na água que são 
aquelas causadas por organismos aquáticos que passam parte de seu ciclo vital na 
água e outra parte como parasitas de animais, e; doenças transmitidas por insetos 
vetorados pela água (ou umidade), que necessitam de ambientes úmidos. Cgegou-se 
a conclusão de que o saneamento básico pautado por um abastecimento de água 
eficiente a partir da captação, adução, tratamento, armazenagem e distribuição de 
água, certamente assegurará a redução e o controle de doenças transmitidas por 
agentes infecciosos causadores de diarreias, cólera, dengue, febre amarela, tracoma, 
hepatites, conjuntivites, poliomielite, escabioses, leptospirose, febre tifóide, 
esquistossomose e outras verminoses 
 
Palavras chaves: Água Potável; Saneamento básico; Transmissão de agentes infecciosos 
na água. 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5 
2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................... 7 
2.1 METODOLOGIA ................................................................................................................... 7 
2.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS:........................................................................................... 7 
2.3 OS PRINCIPAIS AGENTES INFECCIOSOS TRANSMITIDOS PELA ÁGUA .......... 9 
2.4 OS PRINCIPAIS SINTOMAS DAS DOENÇAS RELACIONADAS À INGESTÃO 
DE ÁGUA CONTAMINADA/ SANEAMENTO DEFICIENTE ............................................ 12 
3. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 14 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 15 
 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem por objeto discutir, questões relacionadas às 
doenças infecciosas transmitidas pela água, considerando a poluição das águas 
decorrente principalmente de saneamento básico inadequado, o qual pode ser 
responsável pela proliferação de determinadas doenças em decorrência do 
abastecimento de água deficiente, o esgotamento sanitário inadequado, além da 
contaminação por resíduos sólidos e as condições precárias de moradia. 
De acordo com declarações das Nações Unidas (2020), mais da metade 
da população não possui acesso a esgoto tratado e aproximadamente 40% da 
população mundial vive sem acesso a produtos de higiene básica como sabão e 
água para uma simples lavagem de mãos. Diariamente, mais de 800 crianças 
morrem de doenças como diarreia e outras infecções causadas por falta de 
saneamento e água contaminada. Além disso, estima-se que anualmente 15 mil 
pessoas morram e 350 mil sejam internadas no Brasil em decorrência de 
doenças ligadas às condições precárias do saneamento básico e 
aproximadamente 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e 
metade da população não tem serviços de coleta de esgoto. 
Existem vários tipos de doenças que podem ser causadas pela água, 
denominadas doenças hídricas uma vez que são disseminadas por organismos 
ou outros contaminantes depositados e/ou encontrados diretamente no meio da 
água. 
Diante da importância do tema e da sua relevância tanto para a população 
como para a sociedade científica é que se justifica a escolha do tema do presente 
estudo o qual pretende apresentar os agentes infecciosos transmitidos pela 
água. Desta forma, a presente pesquisa abordará inicialmente definições de 
água potável, saneamento básico, doenças hídricas e doenças relacionadas às 
águas de recreação. Após o conhecimento de tais definições será exposto como 
ocorre a transmissão dessas doenças hídricas para o ser humano e quais os 
principais sintomas. 
Posteriormente, buscar-se-á analisar o que é surto de doença relacionada 
à ingestão de água contaminada/saneamento deficiente e quais as causas mais 
frequentes de contaminação da água para consumo humano. A seguir, será 
6 
 
 
analisada qual a importância da notificação e investigação do surto de 
determinadas doenças relacionadas à ingestão de água 
contaminada/saneamento deficiente e como essa notificação e realizada. 
Os agentes infecciosos transmitidos por água geralmente são 
encontrados em locais com saneamento básico deficiente os quais apresentam 
falta de água tratada e/ou de rede de esgoto ou de alternativas adequadas para 
a deposição dos dejetos humanos. As doenças podem ser decorrentes da 
contaminação da água por esses dejetos ou pelo contato com esgoto despejado 
nas ruas ou nos córregos e rios. A falta de água também pode causar doenças, 
pois, sua escassez interfere numa higiene adequada. Incluem‐se também na 
lista de doenças de transmissão hídrica, aquelas causadas por insetos que se 
desenvolvem na água (BRASIL, 2006). 
O objetivo geral do presente estudo é investigar quais os perigos e como 
ocorre a transmissão de agentes infecciosos na água. Tendo por objetivos 
específicos descrever os principais contaminantes biológicos da água; as 
principais doenças transmitidas pela água; doenças baseadas na água; doenças 
transmitidas por insetos vetorados pela água e doenças por falta de higiene por 
escassez de água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 METODOLOGIA 
 
O presente trabalho terá como aspecto metodológico uma revisão 
bibliográfica embasada em pesquisas concretas para melhor esclarecer as 
ideias aqui apresentadas, trazendo ao leitor um conhecimento científico da área 
bem como os avanços recentes. 
Representa, portanto, a utilização do argumento de autoridade, que como 
o próprio nome já lembra, o argumento de autoridade tem como objetivo 
corroborar as ideias por meio da alocução de alguém que é especialista em 
determinado assunto o que no presente projeto de pesquisa é representado 
pelos autores dos trabalhos utilizados. 
Os trabalhos encontrados na busca e incluídos foram aqueles que 
atendem ao objetivo da presente pesquisa, portanto, trabalhos que abordaram 
sobre o assunto agentes infecciosos transmitidos pela água, especialmente 
aqueles que discutiram os aspectos relacionados ao objetivo da presente 
pesquisa, ou seja, perigos e como ocorre a transmissão de agentes infecciosos 
na água e descrever os principais contaminantes biológicos da água; as 
principais doenças transmitidas pela água; as doenças baseadas na água; as 
doenças transmitidas porinsetos vetorados pela água e as doenças por falta de 
higiene por escassez de água. 
A seguir serão apresentados os itens que farão parte da revisão 
bibliográfica do presente estudo. 
 
2.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS: 
 
A água potável pode ser definida como sendo toda água própria para o 
consumo a qual apresenta características como: um líquido incolor, inodoro (sem 
cheiro), insípida (sem sabor) e insossa (sem sal), essencial para a sobrevivência 
humana. Para ser considerada potável a água deve ter certa quantidade de sais 
minerais dissolvido, que são importantes para a saúde. Além disso, ela deve 
estar livre de materiais tóxicos e micro-organismos, como bactérias, protozoários 
etc., sendo que as fontes de água potável mais comuns são nascentes de rios, 
8 
 
 
lagos e represas de abastecimento de água, sistemas de cisternas e poços ou 
ainda a extração de água subterrânea de aquíferos. Em muitos locais também é 
feita a captação de água da chuva para consumo ou uso doméstico (PUC, 2019). 
A água para que seja considerada potável, ela tem que ser de qualidade 
adequada e em quantidade suficiente, uma vez que a mesma é um elemento 
essencial à vida, além de ser fator ligado à promoção da saúde da população e 
à redução da incidência de diversas doenças. Se a água contiver substâncias 
com limites acima dos padrões de potabilidade, estabelecidos pela Portaria N° 
2.914/2011 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011), ela é considerada imprópria 
para consumo humano. 
De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o 
controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem 
exercer efeitos nocivos sobre seu bem-estar físico, mental e social. Como se 
percebe o saneamento está vinculado diretamente às condições de saúde e vida 
da população e faz parte do conjunto de direitos dos cidadãos. As ações de 
saneamento são uma série de medidas prévias relacionadas aos sistemas de 
infraestrutura física, como obras e equipamentos, e de uma estrutura 
educacional, legal e institucional (TRENTIN; COAN; LISOVSKI, 2013). 
No caso da definição de saneamento básico, o conceito se restringe ao 
abastecimento de água e disposição de esgotos, entretanto, na literatura pode-
se encontrar incluso o lixo nesta categoria e outras atividades como: controle de 
animais e insetos, saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho e de 
lazer e habitações. Normalmente qualquer atividade de saneamento tem os 
seguintes objetivos: controle e prevenção de doenças, melhoria da qualidade de 
vida da população, melhorar a produtividade do indivíduo e facilitar a atividade 
econômica (PUC, 2019). 
De acordo com Moura; Landau e Ferreira (2010), a água pode veicular 
um elevado número de enfermidades, conhecidas por doenças hídricas, e essa 
transmissão pode se dar por diferentes mecanismos. O mecanismo de 
transmissão de doenças mais comumente lembrado e diretamente relacionado 
à qualidade da água é o da ingestão, por meio do qual um indivíduo sadio ingere 
água que contenha componente nocivo à saúde e a presença desse componente 
no organismo humano provoca o aparecimento de doença. 
9 
 
 
De acordo com SOUZA et al. (2015), há também doenças não 
transmissíveis relacionadas ao saneamento inadequado, como quantidade 
insuficiente de água, gerando hábitos higiênicos insatisfatórios e daí doenças 
relacionadas à inadequada higiene (tanto de utensílios de cozinha, do corpo, 
como do ambiente domiciliar); situação da água no ambiente físico, 
proporcionando condições propícias à vida e à reprodução de vetores ou 
reservatórios de doenças. No entanto, é importante destacar que tanto a 
qualidade da água quanto a sua quantidade e regularidade de fornecimento são 
fatores determinantes para o acometimento de doenças no homem. 
Outra definição importante quando se refere a doenças hídricas é a 
transmissão de doenças por meio do contato com água para fins de recreação o 
qual pode ser contato primário quando o contato é realizado por meio de 
atividades como a natação, surfe, esqui-aquático e mergulho, nos quais há 
possibilidade de ingestão de quantidades significativas de água ou contato com 
olhos, ouvidos, membranas, mucosas ou até mesmo cortes existentes na pele. 
Já o contato secundário ou acidental associa-se a atividades de pesca e 
navegação, em que a possibilidade de ingestão de volume apreciável de água é 
baixa, ou seja, apenas os membros, braços e pernas, estão susceptíveis ao 
contato frequente com as águas, sendo relativamente baixa a possibilidade de 
ingestão de volume apreciável de água, que ocorre, geralmente, apenas em 
casos de acidentes (FREDERICO; DE JESUS, 2017). 
 
2.3 OS PRINCIPAIS AGENTES INFECCIOSOS TRANSMITIDOS PELA ÁGUA 
 
No mundo, doenças de veiculação hídrica, são a segunda maior causa de 
morte na infância, atrás, apenas, das infecções respiratórias. Cerca de sete 
crianças morrem a cada dia no país vítimas de diarreia, cenário que pode ser 
alterado com investimentos em saneamento básico, principalmente no 
fornecimento de água de qualidade. Além disso, poderiam ser minimizados os 
gastos com o tratamento de doenças relacionadas com a falta de higiene 
(SANEAMENTO, 2011). 
As infecções relacionadas à água podem ser divididas em quarto 
categorias a saber: a) Doenças transmitidas pela água que são aquelas 
adquiridas diretamente pela ingesta de água (contaminada); as Doenças por 
10 
 
 
falta de higiene com água ou doenças adquiridas indiretamente por falta de 
higiene; c) as Doenças baseadas na água que são aquelas causadas por 
organismos aquáticos que passam parte de seu ciclo vital na água e outra parte 
como parasitas de animais, e; d) as Doenças transmitidas por insetos vetorados 
pela água (ou umidade), incluindo tripanosomíase Africana (mosca TseTse) e 
leishmaniose (flebotomíneos) que necessitam de ambientes úmidos 
(SAÚDE.GOV., 2009). 
As doenças hídricas provocadas devido à ingestão direta de água 
contaminada, em geral, ocorrem em locais onde não há sistema de 
abastecimento de água tratada, e os grupos populacionais fazem uso de minas, 
poços, bicas, ou então, utilizam água mineral de fontes contaminadas. 
Eventualmente, acidentes no sistema de abastecimento de água tratada, ou 
problemas em sua manutenção podem acarretar contaminações e causar 
doença na população que se serve do mesmo. Muitas dessas doenças causam 
diarreias aguda as quais segundo a OMS, 80% das mesmas, no mundo estão 
relacionadas ao uso de água imprópria para consumo, não tratada, a sistema de 
esgoto ausente ou inadequado ou a práticas de higiene insuficientes, 
especialmente em países ou áreas onde são precárias as condições de vida. 
De acordo com o boletim informático de Saude.gov (2009), as principais 
doenças relacionadas à ingestão de água contaminada são: cólera, febre tifóide, 
hepatite A e doenças diarreicas agudas de várias etiologias como as bacterianas 
(Shigella, Escherichia coli); as viróticas (Rotavírus, Norovírus e Poliovírus 
(poliomielite – já erradicada no Brasil); e as parasitárias (Ameba, Giárdia, 
Cryptosporidium, Cyclospora) 
Algumas dessas doenças possuem alto potencial de disseminação, com 
transmissão de pessoa para pessoa (via fecal‐oral), aumentando assim sua 
propagação na comunidade. Outra forma também de transmissão são os 
alimentos devido às mãos mal lavadas de preparadores de alimentos, 
portadores/assintomáticos ou doentes. 
Casos individuais de doença diarreica aguda, em geral, não são de 
notificação compulsória que é a comunicação da ocorrência de determinada 
doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde 
ou qual quer cidadão, para fim de adoção de medidas de intervenção pertinentes 
é denominada de notificação. Deve-se notificar a simples suspeita da doença, 
11 
 
 
sem aguardar a confirmação do caso, que pode significar perda de oportunidade 
de adoção das medidas de prevençãoe controle indicadas. A notificação tem 
que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico sanitário em 
caso de risco para a comunidade, sempre se respeitando o direito de anonimato 
dos cidadãos (BRASIL, 2010). 
Algumas doenças hídricas são notificadas como é o caso de diarreias 
aguda atendidos pelas unidades sentinela em municípios participantes do 
programa de Monitorização da Doença Diarreica Aguda (MDDA), ou quando 
constituem forte suspeita de surtos/epidemia e de determinadas doenças como 
Cólera e Febre Tifóide, que são doenças de notificação compulsória. A hepatite 
A também é de notificação obrigatória, tanto casos individuais quanto surtos 
(BRASIL, 2010). 
O boletim informativo de Saúde.gov (2009), definem as doenças por 
contato da pele/mucosas com água contaminada, aquelas causadas devido ao 
contato da pele ou mucosas com água contaminada por esgoto humano ou por 
fezes ou urina de animais. 
Destacam‐se como principais doenças, algumas verminoses transmitidas 
pela pele (água ou solo contaminados) como a esquistossomose originada por 
água contaminada e presença de determinadas espécies de caramujo no seu 
ciclo de transmissão; e a leptospirose proveniente de águas, principalmente de 
enchentes, solo úmido ou vegetação, contaminados pela urina de rato. A 
esquistossomose e a leptospirose são de notificação compulsória. As 
verminoses somente são notificadas quando se manifestam por surtos (BRASIL. 
2010). 
As doenças decorrentes da falta de água ou de rede de 
esgoto/alternativas adequadas para deposição de dejetos ou práticas precárias 
de higiene são definidas como aquelas onde a falta de água impede a 
higienização adequada e pode causar uma série de doenças, por exemplo, 
tracoma devido à Chlamydia trachomatis, doença conhecida por não se lavar o 
rosto ‐ os olhos, de rotina; piolhos ou escabiose, que passam de pessoa para 
pessoa. Locais sem rede de esgoto ou sem banheiros ou fossas adequadas para 
a deposição de dejetos humanos possibilitam a transmissão da ascaridíase 
(Ascaris lumbricóides, adquirida devido à ingestão de ovos do parasita), de 
12 
 
 
helmintíases ou outras verminoses, cujos parasitas podem ser carreados para 
água ou para os alimentos também por meio das moscas (SAUDE.GOV, 2009). 
A transmissão de doenças infecciosas por insetos/vetores que se 
desenvolvem na água é definida como aquelas transmitidas pela picada de 
mosquitos/vetores que se desenvolvem na água tal como dengue, febre 
amarela, filariose, malária e algumas encefalites. Em enchentes pode haver um 
aumento de insetos potencialmente de risco para essas doenças. Segundo a 
OMS, no mundo, mais de 1 milhão de pessoas morrem a cada ano devido às 
doenças veiculadas por mosquitos. Dengue, febre amarela, malária e outras 
doenças que se manifestem com sintomas febris agudos, com icterícia e/ou 
hemorragia (Síndrome Febril Íctero‐Hemorrágica Aguda) são de notificação 
compulsória (BRASIL, 2010). 
 
 
2.4 OS PRINCIPAIS SINTOMAS DAS DOENÇAS RELACIONADAS À 
INGESTÃO DE ÁGUA CONTAMINADA/ SANEAMENTO DEFICIENTE 
 
 
De acordo com o boletim informativo Saúde. Gov. (2009), os sintomas 
mais comuns são a diarreia líquida, náusea, vômitos, cólicas abdominais, e febre 
em alguns casos. Esses sintomas duram usualmente de um dia a uma semana, 
em geral três dias. Dentre as manifestações com diarreia aguda estão as 
enteroviroses causadas mais repetidamente pelo rotavírus e norovírus, as 
parasitoses por Cryptosporidium e Giardia, e as causadas por bactérias como 
Campylobacter, Escherichia coli, Shigella e Vibrio cholerae (cólera). 
Essas bactérias possuem potencial para causarem quadros mais graves 
e até óbito, principalmente em crianças, gestantes, idosos e pessoas 
imunocomprometidas, com danos e complicações em outros órgãos. Entre as 
Samonellas, a de maior importância relacionada à água é a febre tifóide, causada 
pela Salmonella Typhi, veiculada por água ou alimentos contaminados com 
esgoto como é o caso de verduras e frutas rasteiras e também, por alimentos 
manipulados com falta de higiene adequada de manipuladores portadores das 
mesmas, ou seja, tiveram a infecção e permanecem contaminadas, sem 
sintomas. Esse tipo de contaminação provoca transtornos abdominais como 
cólicas, diarreia e constipação, além de febre alta, e nos casos mais graves, 
várias complicações que podem levar ao óbito (BRASIL, 2010). 
13 
 
 
 Outra doença grave é a hepatite A que é causada por um vírus que pode 
ser veiculado pela água ou alimentos contaminados com esgoto/dejetos 
humanos e também por alimentos preparados por indivíduos com a doença e 
que apresentam ou não os sintomas, devido às mãos sujas ou mal lavadas. A 
doença afeta o fígado, causando mal‐estar, prostração, náusea, vômito e 
icterícia, e mais raramente, óbito (SAUDE.GOV., 2009). 
Dentre as toxinas naturais causadoras de infecção transmitidas pela água 
estão as algas cianofíceas que liberam determinadas toxinas que podem causar 
diarreia, proliferando‐se em águas poluídas com esgoto humano (SAUDE.GOV., 
2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3. CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que o saneamento básico pautado por um abastecimento de 
água eficiente a partir da captação, adução, tratamento, armazenagem e 
distribuição de água, certamente assegurará a redução e o controle de doenças 
transmitidas por agentes infecciosos causadores de diarreias, cólera, dengue, 
febre amarela, tracoma, hepatites, conjuntivites, poliomielite, escabioses, 
leptospirose, febre tifóide, esquistossomose e outras verminoses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Mais de 4,2 bilhões de pessoas vivem sem 
acesso a saneamento básico. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-
br/101526-mais-de-42-bilh%C3%B5es-de-pessoas-vivem-sem-acesso-
saneamento-b%C3%A1sico. Publicado em 2020. Acesso abr., 2023 
 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e 
controle da qualidade da água para consumo humano/ Ministério da Saúde, 
Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 212 
p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. 
Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da 
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 14 dez. 2011, Seção 1, p. 39-46. Disponível em: Acesso 
em: 19 out. 2016. 
 
TRENTIN, A.; COAN, C. M.; LISOVSKI, L.A. Entendendo a ideia de 
saneamento básico. Publicado em 2013. Disponível em: 
https://www.uricer.edu.br/site/cursos/arq_trabalhos_usuario/2103.pdf. Acesso 
abr., 2023. 
 
FREDERICO, W. A. L.; DE JESUS, C.R. Lazer e balneabilidade: uma 
abordagem histórica sobre o uso recreacional das águas na sociedade 
Caderno de Geografia, v. 27, n 50, p. 557-572, 2017; 
 
SANEAMENTO rural: o desafio de universalizar o saneamento rural. Boletim 
Informativo, n. 10, dez. 2011. Disponível em: 
https://repositorio.funasa.gov.br/bitstream/handle/123456789/706/Boletim%20In
formativo%202011%20dezembro.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 
abr. 2023; 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 
Departamento de Vigilância Epidemiológica. / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. – 8. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 444 p. : Il. – 
(Série B. Textos Básicos de Saúde) 
 
SAUDE.GOV. Doenças relacionadas à água ou de transmissão hídrica. 
Informe técnico. Disponível em: https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-
centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-
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2009. Acesso em abr., 2023. 
 
https://brasil.un.org/pt-br/101526-mais-de-42-bilh%C3%B5es-de-pessoas-vivem-sem-acesso-saneamento-b%C3%A1sicohttps://brasil.un.org/pt-br/101526-mais-de-42-bilh%C3%B5es-de-pessoas-vivem-sem-acesso-saneamento-b%C3%A1sico
https://brasil.un.org/pt-br/101526-mais-de-42-bilh%C3%B5es-de-pessoas-vivem-sem-acesso-saneamento-b%C3%A1sico
https://www.uricer.edu.br/site/cursos/arq_trabalhos_usuario/2103.pdf
https://repositorio.funasa.gov.br/bitstream/handle/123456789/706/Boletim%20Informativo%202011%20dezembro.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://repositorio.funasa.gov.br/bitstream/handle/123456789/706/Boletim%20Informativo%202011%20dezembro.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2009/2009dta_pergunta_resposta.pdf
https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2009/2009dta_pergunta_resposta.pdf
https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2009/2009dta_pergunta_resposta.pdf
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SOUZA, C. M. N. et al. Saneamento: promoção da saúde, qualidade de vida 
e sustentabilidade ambiental. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2015. (Temas 
em Saúde); 
 
PUC. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO. 
Sustentabilidade. Água potável e saneamento. Publicado em 2019. 
Disponível em: 
https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/eventos/bisus/1-
agua_potavel_saneamento.pdf. Acesso em abr., 2023. 
 
MOURA, L.; LANDAU, C.; FERREIRA, A. M. Doenças Relacionadas ao 
Saneamento Ambiental Inadequado no Brasil. In cap. 8. Publicado em 2010. 
Disponível em: 
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1063689. Acesso 
abr., 2023. 
 
https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/eventos/bisus/1-agua_potavel_saneamento.pdf
https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/eventos/bisus/1-agua_potavel_saneamento.pdf
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1063689
	1. INTRODUÇÃO
	2. DESENVOLVIMENTO
	2.1 METODOLOGIA
	2.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS:
	2.3 OS PRINCIPAIS AGENTES INFECCIOSOS TRANSMITIDOS PELA ÁGUA
	2.4 OS PRINCIPAIS SINTOMAS DAS DOENÇAS RELACIONADAS À INGESTÃO DE ÁGUA CONTAMINADA/ SANEAMENTO DEFICIENTE
	3. CONCLUSÃO
	Conclui-se que o saneamento básico pautado por um abastecimento de água eficiente a partir da captação, adução, tratamento, armazenagem e distribuição de água, certamente assegurará a redução e o controle de doenças transmitidas por agentes infeccioso...
	REFERÊNCIAS

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