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Gestão e Gerenciamento de 
Produção
Estudo de 
Caso
Professor Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
2
Unicesumar
estudo de 
caso
UMA EMPRESA SEM GESTÃO
Vamos relatar sobre problemas enfrentados por uma confecção de moda infantil que surgiu 
no ano de 1980, com foco na produção de camisetas e, iremos nos referir como TTS. O que 
chama a atenção é o fato de uma empresa com 34 anos ter iniciado sua história como uma 
brincadeira entre dois colegas universitários. O fundador da TTS conta que, no carnaval de 
1980, ele e seu amigo decidiram montar um bloco de carnaval para brincar no feriado em 
São Sebastião cidade do litoral norte do estado de São Paulo. Para ganhar um dinheiro para 
poder passar o feriado e uniformizar o bloco carnavalesco, os dois colegas pensaram em pro-
duzir camisetas personalizadas e estabeleceram o valor em R$25,00. Perguntado como foi 
definido o preço de venda do produto, um dos amigos responde que foi utilizando a técnica 
do “puro chute”. A produção inicial foi de 60 camisetas, ou seja, dois modelos de 30 camisetas. 
O que ninguém esperava foi o sucesso das camisetas e consequentemente a necessida-
de de aumentar a produção para 120 camisetas. Detalhe, tudo isso feito de maneira artesanal 
e, mesmo após o fim do carnaval e o retorno dos amigos para a cidade de São Paulo, os 
pedidos de camisetas continuaram surgindo e, de forma despretensiosa os amigos decidi-
ram produzir mais camisetas.
A estratégia utilizada neste momento foi: se estamos tendo demanda vamos produzir 
mais 100 camisetas e ver no que dá. Mais uma vez o sucesso foi grande e a produção semanal 
de camisetas triplicou chegando a 300 unidades por semana.
Até aqui é possível perceber o nascimento e crescimento de uma empresa sem condição 
nenhuma de se manter no mercado, tudo era feito de maneira rudimentar, sem planejamen-
to, estratégia ou qualquer espécie de gestão. Enquanto o negócio é pequeno, do tipo fundo 
de quintal, é muito fácil gerenciar, aliás essa é a realidade de muitas empresas brasileiras. No 
entanto o que sabemos disso é que, 25% das novas empresas no Brasil, conforme dados do 
Sebrae (2016), permanecem em operação, em outras palavras a fábrica de camisetas dos 
amigos, se iniciada hoje teria 25% de chance de não dar certo. Detalhe, essa porcentagem 
medida pelo Sebrae (2016) faz referência ao ano entre 2008 e 2012, entretanto nós estamos 
falando de um negócio que surgiu em 1980 e, a taxa de mortalidade das empresas naquela 
época deveria ser muito maior, até porque o contexto econômico brasileiro naquele ano 
era de hiperinflação.
Unicesumar
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estudo de 
caso
A empresa foi crescendo, uma produção de 300 camisetas mês já é um número consi-
derável e o amadorismo começa a dar sinais de problemas, afinal, estamos falando de um 
negócio informal, sem nome, sem plano de negócio, mas em crescimento e começando 
a apresentar problemas como por exemplo, dificuldade em receber os produtos vendidos. 
Neste momento chega um ponto em que ou a empresa se profissionaliza ou desaparece. E 
foi isso que aconteceu.
Ainda de maneira rudimentar, mas já com um início de gestão, a empresa dos amigos 
começa a expandir seu negócio e decidem por alugar uma pequena casa em um bairro de 
São Paulo e inicia sua operação, agora de maneira semiprofissional. Seu primeiro grande 
cliente foi uma loja com dez unidades e o segundo cliente foi o dono da rádio Jovem Pan 
de São Paulo que, após um pedido inicial de algumas camisetas, fez uma parceria de 5 anos.
Vendo o negócio dando certo, os amigos se animam e decidem que é hora de abrir uma 
loja própria e para isso é necessário que se tenha um nome, ao final de um estudo de marca 
também feito de maneira rudimentar decidiu-se por TTS.
No ano de 1983 tem início de maneira formal a TTS e nesse momento começam a surgir 
os problemas. Com um ponto comercial estabelecido em um bairro nobre na cidade de São 
Paulo, as vendas não decolavam e o faturamento era baixo.
Em uma tentativa de fazer o negócio decolar a TTS decidiu por tentar vender camisetas 
na cidade de Campos do Jordão no interior de São Paulo, conhecida por ser uma cidade tu-
rística e muito visitada no inverno por seu clima frio. A decisão de tentar vender as camisetas 
nesta cidade teve como motivo o fato de ser a temporada do frio, ou seja, a cidade estaria 
com muitos turistas e por causa da inauguração de uma boate com foco no público jovem. 
A ideia era aproveitar o início da boate para vender camisetas.
 Por falta de planejamento a empresa só conseguiu alvará para venda de suas camise-
tas na cidade faltando 3 dias para a inauguração da boate e mesmo assim, foi necessário a 
intervenção do vice-governador de São Paulo, amigo da família. 
O resultado de tudo isso, mais um sucesso. A partir daí a TTS começou a ter seu produto 
conhecido e abrir lojas em diversos shoppings da cidade.
Com o passar do tempo e falta de gestão profissional a marca acumulou em dois anos 
um prejuízo de US$1,5 milhão de dólares e a necessidade de fechar algumas lojas, mesmo 
assim continuo amargando vários prejuízos e todas as tentativas de reposicionar a marca 
não tinham resultado em função da falta de gestão profissional. 
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Unicesumar
estudo de 
caso
Só a partir da profissionalização da gestão da empresa é que ela começou a diminuir os 
prejuízos e se manter até hoje no mercado cerca de 34 anos após sua fundação.
O sócio fundador permaneceu na empresa até 2009 ano de sua venda.
Conclusão.
É possível iniciar um negócio na garagem de casa de maneira artesanal e rudimentar e ganhar 
dinheiro com isso? Sem sombra de dúvidas. Entretanto o que precisa ficar claro que geren-
ciar um negócio vai muito além da capacidade intuitiva de seus proprietários. Gerenciar uma 
empresa é utilizar corretamente técnicas e ferramentas de gestão que comprovadamente 
funcionam e vão diminuir o risco de um negócio dar errado.
O que foi possível perceber neste caso é o fato da empresa crescer até certo ponto 
mas, ao se tornar um negócio de porte, ações sem planejamento e gestão tendem a levar 
o negócio a ter muitos problemas.
O fato da empresa permanecer no mercado por mais de 30 anos significa que, apesar de 
ser uma marca de sucesso, muitos dos problemas e prejuízos pelos quais a empresa passou 
poderiam e teriam sido evitados caso tivessem utilizado desde o início as ferramentas de 
gestão.
Não existe mágica, nem sorte. Uma empresa que não se profissionaliza mais cedo ou 
mais tarde terá problemas e esses podem ser irreversíveis.
Fonte: adaptado de NETO, José Paulino Abranches. TKTS a trajetória de um negócio 
improvável. ESPM. São Paulo: 2011.
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caso
Referência:
Sebrae. Sobrevivência das Empresas no Brasil. 2016. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das-empresas-
-no-brasil-relatorio-2016.pdf>.

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