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AULA 03 - REFORMA PSIQUIÁTRICA

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Historicidade da Loucura
Reforma psiquiátrica no Brasil e o Paradigma da desinstitucionalização
PROFª. ROMEIKA SENA
E O QUE É DOENÇA MENTAL?
E lOUCO?
Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual
Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Um maluco total
Na loucura real
[MALUCO BELEZA – RAUL SEIXAS]
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez
Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Loucura e História
Cada época histórica vai tratar deste fenômeno de um modo característico, marcado pelo horizonte racional, cultural, social, político predominante no momento. 
4
CONSIDERAÇÕES INTRODITÓRIAS - CONCEPÇÕES DA LOCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS
Pré – história : as pessoas com transtornos mentais eram tratadas de acordo com os ritos tribais. Se esses fracassavam, deixava-se que os indivíduos morressem de inanição ou fossem atacados por feras.
Na antiguidade: O transtorno mental indicava insatisfação dos deuses, sendo uma punição por pecados e má conduta.	2
A Loucura na Idade Média
 Eixo central = Religião
Loucura como possessão demoníaca;
Loucura cuidada pela Igreja;
Tratados pela caridade; 
Leprosários – doenças venéreas 
6
PERÍODO RENASCENTÍSTA
NAU DOS LOUCOS;
Os loucos eram atirados como cargas insanas, rio abaixo;
Valor social simbólico e ritual – água de lugar passagem – não podiam aprisiona-los as cidades;
Higienização social;
Loucos nos horizontes – preocupações do homens;
A Loucura na Idade Moderna
 Eixo central = Racionalismo e Empirismo
Loucura como desrazão;
Cuidado passa a ser médico Psiquiatria;
Início Séc XVII - Grande Internação – mendigos, pobres, bêbados, loucos, deficientes;
Final Séc XVII e início do XVIII – Rev. Indust. Internação somente dos improdutivos (loucos e deficientes) – início da era manicomial.
Era das grandes classificações psicopatológicas;
8
Primeiras mudanças...
Em fins do século XVIII e no século XIX, surgem os asilos com valor terapêutico, e a loucura passa a ser definida como “alienação mental”, como proposto por Philippe Pinel, sendo integrada ao campo da Medicina. 
Origens da
 Psiquiatria Tradicional - 1
	
	Pinel – Primeira Reforma Psiquiátrica:
	 -Espaço próprio para a loucura, desenvolvimento de saber psiquiátrico, implicaram a apropriação da loucura pelo saber e práticas medicas. 
	-	Doença mental como de ordem moral – inaugura-se o tratamento moral;
	Esquirol, Kraeplin - Racionalidade da medicina mental: descrição de sintomas - classificação – lógica empirista.
10
Origens da
 Psiquiatria Tradicional - 2
Psiquiatria – imperativo de ordenação dos sujeitos.
Higienização social. 
Orientação das ciências naturais – predomínio da medicina biológica. 
Modelo tão amplamente difundido que influencia até hoje em dia.
11
As Reformas da Reforma ou a Psiquiatria Reformada 
	
	- As reformas posteriores à reforma de Pinel procuraram questionar o papel e a natureza, ora da instituição asilar, ora do saber psiquiátrico, surgindo após a Segunda Guerra, quando novas questões são colocadas no cenário histórico mundial.
	
12
O início da Psiquiatria no Brasil: inauguração, em 1852, do Hospício Pedro II pelo próprio imperador D. Pedro II;
Entra em cena: o “Modelo Asilar” respaldado na proposta de tratamento moral formulada por Pinel e Esquirol;
HOSPÍCIO PEDRO II
LEGALIZAÇÃO DO MODELO ASILAR
Por volta de 1886, Teixeira Brandão, primeiro psiquiatra diretor do Hospício Nacional de Alienados, e ardente defensor da total medicalização do asilo, consegue, enquanto deputado, a aprovação da primeira Lei brasileira do alienado (Psiquiatria como maior autoridade sobre a loucura);
Fonte: Diário Oficial da União - Seção 1 - 24/12/1903, Página 5853 (Publicação Original)
 Sigmund Freud transforma a assistência psiquiátrica com a Psicanálise. 
Surge a visão do homem como um todo e a história de vida deste homem como o fator preponderante nos transtornos mentais. Ele estudou a mente, seus transtornos e respectivos tratamentos científicos.
Emil Kraepelin (1856-1926): Iniciou a classificação dos transtornos mentais.
Eugene Bleuler : Nomeou a “Esquizofrenia”.
17
SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX
SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX
18
1950 – Psicofarmacologia Farmacos Psicotrópicos:
Antipsicótico – CLORPROMAZINA
Antimaníaco – LÍTIO
Reduziam a agitação, o pensamento psicótico e a depressão. 
O tempo da hospitalização diminuiu, e muitos pacientes puderam voltar para casa.
ANOS 20 a 40: a Liga Brasileira de Higiene Mental 
O dispositivo da saúde mental
A Profilaxia - A Eugenia – exclusão de grupos indesejados
A Xenofobia - desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daquele que as ajuíza, ou pelo que é incomum ou vem de fora do país
Luta antialcoolista - 
“Controlar, tratar e curar”
Século XX: “PSQUIATRIA CIENTIFICA” (Juliano Moreira)
 .....Aliança entre a ciência psiquiátrica e os projetos estatais de controle social.
	.....Condena-se os asilos, criam-se os hospitais..
Modelos de Colônias são implantados no país
 (perturbações como desajustamentos comportamentais)
Anos 1950: Condena-se asilos, cria-se hospitais...
Anos 1950: Condena-se asilos, cria-se hospitais...
Liga Brasileira de Higiene Mental: “Controlar, tratar e curar” 
Golpe Militar de 1964: Hospitais psiquiátricos particulares conveniados pelo poder público;
..... Altos LUCROS!!!
A Loucura na Idade Contemporânea
 Eixo central = Ciência
Loucura como problema social e sociológico;
Cuidado passa a ser interdisciplinar;
Questionamento do modelo manicomial (Reforma Psiquiátrica)
 Movimento Antipsiquiátrico;
24
 Raízes da 
Reforma Psiquiátrica Brasileira
Reforma Sanitária – brasileira
Implantação do SUS 
Reforma Psiquiátrica Brasileira
25
Início da Reforma Psiquiátrica
Aumento dos leitos psiquiátricos
 1941-1978
Públicos - 21.079 > 22.603
Privados - 3.034 > 55.670
Início dos anos 80 chegam a quase 100 mil leitos de psiquiatria aí incluídos os “leito-chão”.
Início do Processo
 de Reforma Psiquiátrica
O final da Ditadura no final dos anos 70
O cenário da redemocratização
As novas lutas e os novos movimentos sociais
A saúde previdenciária
Os novos tempos: 
a reforma psiquiátrica
1978 - O Movimento dos Trabalhadores em Saúde mental e a redemocratização: Inclusão, solidariedade, cidadania
NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS
1979
I Congresso Nacional de Trabalhadores de Saúde Mental – Instituto Sedes Sapiente - SP
III Congresso Mineiro de Psiquiatria – A volta de Basaglia
I Simpósio de Políticas de Saúde da Câmara – Brasília – O SUS e a Reforma Psiquiátrica
Intervalo....
Os novos tempos: 
a reforma psiquiátrica
1987 - A I Conferência Nacional de Saúde Mental e o Movimento “Por uma sociedade sem Manicômios” - Bauru
Deslocamentos: 
a) teórico e b) político
As conferências, a reforma sanitária e o SUS
A Constituinte de 1988
O SUS se torna política pública
A Reforma Psiquiátrica geralmente era entendida como (ainda seria?):
Sinônimo de reestruturação de serviços
Introdução de novas tecnologias de tratamentos e cuidados
Modernização ou humanização de serviços ou tecnologias
Promulgação de uma nova legislação
Riscos do Modelo assistencial
A reforma psiquiátrica não é APENAS reforma de serviços
 Um outro objetivo para a
Reforma psiquiátrica: 
a construção de um 
outro lugar social
para a loucura e a doença mental
- transformação das relações sociedade - loucura/doença mental
Complexidade no
Campo da Saúde Mental
CIÊNCIAS/SABERES
↓ 
 ÉTICA → AÇÃO ← POLÍTICA
↑
IDEOLOGIA
Dimensões do processo de reforma psiquiátrica
Teórico-conceitual
Técnico-assistencial
Jurídico-política
Sóciocultural
Dimensão epistemológica (teórico-conceitual)
 Crise paradigmática da ciência moderna
a ciência como produtora de Verdade
o mito da neutralidade dos saberes ditos científicosA dimensão técnico-assistencial
A construção / invenção de novos serviços, estratégias e dispositivos
A transformação do papel e da função dos técnicos, dos usuários, familiares e comunidades
A dimensão político-jurídica
 Códigos civil, penal e sanitário
Conceito de periculosidade social e inimputabilidade
Custódia e tutela
A dimensão político-jurídica
 Sofrimento psíquico e trabalho
Educação
Direitos sociais e humanos
Cidadania 
Dimensão sócio-cultural
Um novo lugar social para a loucura que não seja sinônimo de erro, irresponsabilidade, incapacidade, insensatez, desatino, defeito, ausência de obra
Inclusão, solidariedade e cidadania
Trabalho, cultura e lazer
Dimensão sócio-cultural
Transformar o imaginário social
Produzir
culturas e práticas sociais de solidariedade
inclusão 
cidadania
Dimensão sócio-cultural
Cooperativas
Associações
Projetos culturais
Intersetorialidade
Outras tantas iniciativas da sociedade
Dimensão Teórico-
Conceitual
Dimensão Técnico-
Assistencial
Dimensão
Jurídico-
Política
Dimensão
Sócio-
Cultural
As Dimensões da Reforma Psiquiátrica Enquanto 
Processo Social Complexo
Desistitucionalização
	Segundo Basaglia, desinstitucionalizar não é somente modificar as formas de atenção à loucura, mas produzir modificações na cultura, na sociedade exclusora das diferenças, portanto, produzir modificações na racionalidade social sobre este fenômeno.
48
Uma cidade sem manicômios
Santos, 03 de maio de 1989: a intervenção na Clínica Anchieta
A invenção dos NAPS
Projeto legislativo de reforma psiquiátrica
PL 3657/89 - o projeto Paulo Delgado
A ampliação do debate, os movimentos sociais, o empresariado e os familiares
Reforma Psiquiátrica
1992 - II Conferência Nacional de Saúde Mental
Portaria SAS 407/93 exigências mínimas hospitais
1993 - I Encontro da Luta Antimanicomial
Reforma Psiquiátrica
1999 - Cooperativas sociais e Portaria 106 (introduz os serviços residenciais terapêuticos)
2000 - Portaria 1220 os regulamenta
2001 
Ano Mundial da Saúde Mental
Lei 10.216 - 06/04/01 
- define direitos do portador - transtorno mental
- define uma política assistencial
- regulamenta a internação involuntária
2001 
Ano Mundial da Saúde Mental
III Conferência Nacional de Saúde Mental - 11 a 15 de dezembro de 2001
- Controle social –
Cuidar sim, excluir não!
Portarias 251/02 e 336/02
251 reclassifica hospitais psiquiátricos
336 reclassifica CAPS (mas não os define - “extingue os NAPS”)
Desafios, perspectivas...
Desinstitucionalização
Desmaniconialização
Resgate da cidadania
Ressocialização
Geração de renda
ATIVIDADE VERIFICADORA DE ARENDIZAGEM
Cada época histórica vai tratar do fenômeno da loucura de um modo característico, marcado pelo horizonte racional, cultural, social, político predominante no momento. 
a). Certo 
b). Errado
Quais as dimensões da Reforma Psiquiátrica Brasileira?
 
a).Teórico-histórico, jurídico-político, técnico-assistencial, socioeconômico;
b). Teórico-conceitual, jurídico-político, técnico-assistencial, social;
c). Sociocultural, técnico-assistencial, teórico-conceitual, jurídico-político;
d). Sociocultural, técnico-assistencial, teórico-conceitual, jurídico-civil;
Obrigado!!
Referências
BARROSO, S. M.; SILVA, M. A. Reforma Psiquiátrica Brasileira: o caminho da desinstitucionalização pelo olhar da historiografia. Revista da SPAGESP. São Paulo, v.12, n.1, p.66-78. 2011. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rspagesp/v12n1/v12n1a08.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2015.
 
TENÓRIO, F. A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceitos. Revista Manguinhos. Rio de Janeiro, v.9, n.1, p.25-59. 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v9n1/a03v9n1.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2015.
 
E.M.M. Da institucionalização da loucura à reforma psiquiátrica: as sete vidas da agenda pública em saúde mental no Brasil. Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revsocio/index.php/revista/article/view/60/48>. Acesso em: 14. Dez. 2015.
 
VECCHIA, M.D.; MARTINS, S. T. F. Desinstitucionalização dos cuidados a pessoas com transtornos mentais na atenção básica: aportes para implementação das ações. Interface Comunic Saúde Educ. Santa Caratina, v.13, n.28, p.151-164. 2009. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/icse/v13n28/v13n28a13.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2015.
 
II ENCONTRO
 
NACIONAL DE SERVIÇOS
 
SUBSTITUTIVOS
 
EM SAÚDE MENTAL
 
“Do Manicômio aos Serviços Substitutivos:
 
da realidade que temos para a realidade que queremos.”
 
7, 8 e 9/09/2000 - Escola Bosque - Belém - Pará
 
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II ENCONTRO
 
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