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estudo sobre lesoes

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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE 
MEDICINA LEGAL
Lesões e Mortes. Asfixias
Livro Eletrônico
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Sumário
Lesões e Mortes .............................................................................................................................. 3
1. Lesões e Mortes por Ação Contundente, por Armas Brancas e por Projéteis de 
Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia ................................................................................... 3
1.1. Aspectos Gerais ......................................................................................................................... 3
1.2. Lesões e Mortes Produzidas por Ação Contundente ....................................................... 4
1.3. Lesões e Mortes por Armas Brancas .................................................................................. 11
1.4. Lesões e Mortes por Projéteis de Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia .............. 17
2. Lesões e Mortes por Ação Térmica, por Ação Elétrica, por Baropatia e por Ação 
Química ............................................................................................................................................ 30
2.1. Lesões e Mortes por Ação Térmica ..................................................................................... 30
2.2. Lesões e Mortes por Ação Elétrica .....................................................................................31
2.3. Lesões e Mortes por Baropatias ........................................................................................ 32
2.4. Lesões e Mortes por Ação Química ................................................................................... 33
2.5. Lesões e Mortes por Explosivos ........................................................................................34
3. Asfixiologia Forense ................................................................................................................. 35
3.1. Aspectos Gerais ...................................................................................................................... 35
3.2. Asfixias Puras ......................................................................................................................... 36
3.3. Asfixias Completas................................................................................................................38
Resumo ............................................................................................................................................42
Questões de Concurso ................................................................................................................. 45
Gabarito ........................................................................................................................................... 72
Referências Bibliográricas .......................................................................................................... 73
Anexo ............................................................................................................................................... 74
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
LESÕES E MORTES
1. Lesões e Mortes por Ação Contundente, por ArMAs BrAnCAs e por 
projéteis de ArMA de Fogo CoMuns e de ALtA energiA
1.1. AspeCtos gerAis
Caro(a) aluno(a): começaremos, agora, a abordagem e o estudo de um dos temas mais 
abrangentes e relevantes da Medicina Legal, e que certamente é muito comum no dia a dia de 
quem ocupa alguma das posições nas carreiras policiais: a Traumatologia Forense, que estu-
da, basicamente, os traumas, lesões, instrumentos e ações vulnerantes a fim de esclarecer, o 
mais próximo possível, como se deu a dinâmica dos fatos.
Em conjunto com a Tanatologia Forense, que, sinteticamente, refere-se ao estudo da morte 
das consequências a ela inerentes, formam os principais temas em Medicina Legal no estudo 
para concursos.
Assim, como o próprio título principal propõe, estudaremos as lesões corporais do ponto 
de vista jurídico, as energias causadoras do dano e os aspectos do diagnóstico, prognóstico e 
suas implicações médico-legais.
TRAUMATOLOGIA FORENSE
estuda...
Lesões Corporais
(no contexto jurídico)
Energias Causadoras
Diagnóstico
Prognóstico e
Consequências Médico-legais
No contexto do estudo da Traumatologia (também denominada Lesonologia Médico-Le-
gal), entende-se por trauma a incidência de uma energia externa sobre o indivíduo capaz de 
causar uma alteração da normalidade (física ou mental), com ou sem alteração da morfologia 
corporal; já a lesão é entendida como sendo a alteração estrutural decorrente da agressão 
ao organismo, macrocospica ou microscopicamente visualizável (HERCULES citado por FER-
REIRA, 2020).
TRAUMA LESÃO
Energia externa que atua sobre 
o indivíduo capaz alternando a 
normalidade física ou mental, com 
ou sem alteração da morfologia 
corporal.
Alteração estrutural decorrente da 
agressão ao organismo, macrocospica 
ou microscopicamente observável.
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Por sua vez, o que causa as lesões ou os danos são as chamadas energias vulnerantes, 
variando conforme sua origem. Conforme classificação de Borri (e também de Genival França): 
a) mecânicas – perfurante, cortante, contundente, perfurocontundente, perfurocortante e cor-
tocontundente; b) física; c) química; d) físico-química; e) bioquímica; f) biodinâmica; g) mista 
(FERREIRA, 2020).
Nesta aula, o estudo se concentrará nas lesões e mortes causadas por energias mecâni-
cas. Conforme Deltan Croce e Deltan Croce Júnior (2009), são aquelas que, “atuando mecani-
camente sobre o corpo, modificam, completa ou parcialmente, o seu estado de repouso ou de 
movimento [e atuam] por pressão, percussão, tração, compressão, torção, sucção, explosão, 
contrachoque, deslizamento e distensão” (p. 919). Podem ser por:
• armas naturais: mãos, pés, cotovelos, dentes, unhas;
• armas propriamente ditas: punhal, soco inglês, peixeira, arma de fogo;
• armas eventuais: navalhas, lâminas, facas, barra de ferro, bengala;
• maquinismos e peças de máquinas;
• animais: cães, gatos, onças;
• meios diversos: quedas, explosões, entre outros.
Começaremos, então, pelo estudo das ações contundentes. Vamos lá?
1.2. Lesões e Mortes produzidAs por Ação Contundente
Ação contundente é aquela causadora de dano de forma ativa (instrumento se choca com 
o corpo), passiva (corpo choca-se com o instrumento) ou mista (biativa ou bioconvergente), re-
sultante em lesões superficiais e profundas denominadas contusão e ferida contusa (CROCE; 
CROCE JR., 2009).
CONTUSÃO FERIDA CONTUSA
Derramamento de sangue nos 
interstícios tissulares, sem qualquer 
efração nos tegumentos, consequente a 
uma ação traumática no organismo.
É lesão fechada com comprometimento 
do tecido celular subcutâneo e 
integridade real ou aparente da pele e 
das mucosas.
É a contusão aberta decorrente de 
o organismo ter sofrido solução de 
continuidade pela ação traumática do 
instrumento vulnerante.
Dentre as espécies de contusão, temos:
• escoriação;
• hematoma;
• rubefação;
• bossa sanguínea e linfática;
• equimose.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Vejamos detalhadamente cada uma.
Escoriação:
Resultante da ação tangencial do agente vulnerante, consiste no arrancamento parcial ou 
total da epiderme com a exposição da derme (Douglas; Greco, 2019). Há autores que denomi-
nem de abrasão (Dalla Volta) ou de erosão epidérmica (Simonin), conforme Ferreira, 2020.
Sua importância médico-legal tem relação com a forma, localização, tonalidade e evolução 
da crosta, que se forma em cerca de 24 horas, levando de 20 a 30 dias para se regenerar total-
mente (não é cicatrização); pode, ainda, interessar para entender qual o tipo de lesão pretendia 
o autor causar (Douglas; Greco, 2019).
Fonte: https://br.depositphotos.com/stock-photos/escoriações.html
Hematoma:
São coleções sanguíneas resultantes de sangue derramado. Isso é, como a pele possui 
alguma resistência elástica, os hematomas ocorrem pelo rompimento dos vasos mais cali-
brosos (artérias e veias) localizados mais abaixo dela, causando o extravasamento de sangue 
para o tecido subcutâneo que, por não conseguir se espalhar para os demais, permanece agru-
pado (Douglas; Greco, 2019).
Diferencia-se da equimose porque nestas o sangue está infiltrado, espalhado nas malhas 
dos tecidos, enquanto nos hematomas os tecidos próximos se deslocam e são comprimidos 
(Ferreira, 2020).
Fonte: https://www.radiocidadejundiai.com.br/2020/09/18/cronica-
manchas-roxas-na-pele-jose-carlos-brito/
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NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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Rubefação:
Cuida-se da congestão de pouca intensidade (por exemplo, um tapa com a mão aberta) 
que pode desaparecer em pouco tempo (minutos ou horas), por isso a necessidade de logo ser 
examinado pericialmente a fim de caracterizar ou não infração (como vias de fato ou lesão, a 
depender da intensidade), conforme registra Douglas e Greco (2019).
Não se confunde com o eritema de menor grau (vermelhidão) ou o eritema traumático, este 
uma forma mais leve ou insignificante de lesão. Normalmente, nesses casos, não implica em 
violação à integridade física.
A rubefação, porém, assemelha-se ao eritema traumático, porém em grau maior, pois desa-
parece em cerca de seis a 24 horas, dependendo da região atingida, da irrigação sanguínea e 
da intensidade da ação contundente (idem).
Bossas (sanguínea e linfática):
A bossa sanguínea consiste no hematoma em que o derrame sanguíneo, inviabilizado de 
se espalhar nos tecidos moles em geral e por planos ósseos subjacentes (como na cabeça), 
coleciona e forma bolsas pronunciadamente salientes na superfície cutânea (Croce; Croce Jr., 
2009). No couro cabeludo, é conhecido popularmente como “galos”.
Por sua vez, a bossa linfática (derrame subcutâneos de serosidade de Morell-Lavellée) cons-
titui-se em coleções de linfa decorrentes de trauma em linfáticos por contusões tangenciais.
Equimose:
É o extravasamento, superficial ou profundo, de sangue que se infiltra e coagula em malhas 
do tecido do corpo. A presença de equimoses permite não só a determinação da ação con-
tundente, como também se, no momento de sua ocorrência, havia vida ou não. Auxilia, ainda, 
na verificação do tipo de agressão empregada, a cronologia da lesão (através de sua cor) e o 
agente causador (objeto).
As equimoses podem ser classificadas em:
• Imediatas ou tardias;
• Superficiais ou profundas (nos órgãos internos);
• Intra vitam ou post mortem (que, em regra, não seriam equimoses verdadeiras, mas “fal-
sas equimoses”; no caso, a diferença será determinada pelo Índice de Verderau, isso é, 
se houve reação inflamatória, é intra vitam, caso não, é post mortem);
• No local ou a distância; e
• Por rotura dos vasos sanguíneos ou por diapedese (quando ocorre a violação das pare-
des dos vasos sanguíneos pelas células sanguíneas).
Informação relevante diz respeito à evolução cromática das equimoses, ou espectro 
equimótico de Legrand du Saulle, Tourdes e Devergie (Ferreira, 2020), que, embora tenha va-
lor relativo, consiste na evolução da tonalidade das equimoses ao longo do tempo. Veja-se 
graficamente:
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LEGRAND DU 
SAULLE TOURDES DEVERGIE
SUBSTÂNCIA
Cor da 
Equimose Tempo Tempo Tempo
Hemoglobina
Vermelho-
violáceo 1º ao 3º dia Recente 1º - 2º dia
Hemossiderina
Violáceo-
azulado
2º ao 3º - 4º 
ao 6º dia 3º - 6º dia 3º dia
Hematoidina e 
biliverdina
Azul-
esverdeado
4º a 6º - 7º ao 
10º dia 7º ao 12º dia 5º - 6º dia
Hematina e 
bilirrunina
Amarelado 12º dia 12º ao 17º dia 7º dia
OBS.: as equimoses tendem a desaparecer em 
torno do 15º ao 20º dia.
A literatura médica apresenta os seguintes tipos de equimoses (conforme Ferreira, 2020; e 
Douglas; Greco, 2019):
TIPO DESCRIÇÃO
1. Petéquias
Equimoses pequenas do tipo pontilhado hemorrágico. Comum 
em mortes rápidas.
Resulta do aumento da permeabilidade capilar por hipóxia 
e hipercapnia (gás carbônico em excesso no sangue) e/ou 
hipertensão capilar. Exemplo: petéquias no globo ocular no 
caso de asfixia mecânica.
2. Víbices
Forma de estria, como típicas de estrias de pneus de 
automóveis (estrias pneumáticas de Simonin).
3. Sugilação
Equimose em forma de pequenos grãos resultantes da 
confluência destes em área bem delimitada. Ex.: o “chupão”, 
dos atos libidinosos.
4. Equimona Equimose de grandes proporções.
5. Manchas 
equimóticas 
lenticulares de 
Tardieu
Equimoses de ordem físico-química. Pequenas e violáceas, do 
tamanho de uma lentilha, patognômicas de asfixias mecânicas 
do tipo sufocação direta.
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Lesões e Mortes. Asfixias
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TIPO DESCRIÇÃO
6. Manchas 
supleurais de Paltauf
Equimoses de origem físico-química sugestivas de afogamento 
ou insuficiência respiratória aguda, mais extensas que as de 
Tardieu e de contornos irregulares.
7. Cianose cérvico-
facial (ou máscara 
equimótica de 
Morestin)
Ocorre nos casos de compressão do tórax por sufocação 
indireta, que mantém os vasos cervicais e faciais cheios de 
sangue. É intra vitam.
8. Equimoses 
perianais ou 
vulvovaginais
Não se confunde com as causadas por atos libidinosos. 
Decorrem de parasitoses locais e de alterações 
dermatológicas provenientes da coceira ou prurido nas 
regiões anal e vaginal. Outros autores, no entanto, indicam se 
tratar de equimoses decorrentes de lesões na região.
9. Equimoses de 
etiologia não 
mecânica
Consideram-se equimoses espontâneas (ou manchas 
emotivas), chamadas de púrpuras e decorrem de entidades 
mórbidas que evoluem deixandomarcas roxas (equimoses) 
pelo corpo.
10. Equimose 
retrofaringeana de 
Brouardel
Indica constrição do pescoço.
11. Equimoses 
resultantes de 
enforcamentos
Indica agressão por enforcamento, esganadura, contusão local 
ou estrangulamento. Ocorrem nos tecidos moles subjacentes 
à pele do pescoço.
12. Equimose a 
distância
São as equimoses que surgem em pontos totalmente 
diferentes do local da lesão. Podem decorrer de efeitos 
sistêmicos. Hipóteses: a) sinal do zorro (ou do guaxinim); b) 
sinal de Batte; c) sinal de Cullen.
13. Mobilidade 
equimótica
Equimoses que se deslocam do ponto de contusão para 
regiões mais afastadas e as equimoses mais profundas, visíveis 
com quatro a cinco dias.
001. (FAPEMS/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-MS/2017) Leia o seguinte excerto: a traumatolo-
gia forense estuda aspectos médico-jurídicos das lesões, dentre as quais a lesão ou espectro 
equimótico. Segundo CROCE (2012), “a equimose é definida como a infiltração e coagulação 
do sangue extravasado nas malhas dos tecidos, sem efração deles. O sangue hemorrágico 
infiltra-se nos interstícios íntegros, sem alinhamento, originando a equimose” CROCE, Delton. 
CROCE JR. Manual de medicina Legal. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 306.
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A respeito dessas lesões, assinale a alternativa correta.
a) As formas de equimose são variadas, por isso as chamadas víbices são aquelas ocorrentes 
em ampla área de efusão sanguínea.
b) Sugilação é o termo que define um aglomerado de petéquias.
c) O estudo das equimoses não é considerado para análise das contusões.
d) Em medicina legal, pode-se afirmar que hematoma é sinônimo de equimose.
e) Com base no espectro equimótico de Legrand du Saulle, uma lesão ocorrida há 8 dias apre-
senta coloração vermelha.
a) Errado. As víbices consistem em uma equimose que se apresenta pela forma de estrias, em 
formato alongado.
b) Certo. Sugilação consiste em uma equimose que se apresenta na forma de pequenos grãos, 
ex.: chupão; na verdade é um aglomerado de petéquias.
c) Errado. Seu estudo é considerado na análise das contusões.
d) Errado. Hematoma e equimose não são sinônimos. Hematoma advém de uma lesão con-
tusa, que consiste na dispersão de sangue nos tecidos superficiais ou profundos. Equimose 
advém de uma lesão contusa, e consiste no extravasamento do sangue de vaso calibroso, não 
havendo difusão pelos tecidos.
e) Errado. Aspecto Equimótico de Legrand du Saulle- evolução da tonalidade das equimoses 
varia com o passar do tempo: a) vermelho-violáceo, 1º ao 3º dia; b) violáceo-azulado, 2º ao 6º 
dia; c) azul-esverdeado: 4º ao 10º dia; d) amarelado, 12º dia. As equimoses tendem a desapa-
recer a partir do 15º dia ao 20º dia.
Letra b.
Feridas Contusas:
As chamadas feridas contusas consistem nas lesões abertas cuja ação contundente foi 
capaz de superar a elasticidade dos tecidos moles (soluções de continuidade que extrava-
sam a pele).
Possuem várias graduações, desde lesões mais leves até lesões lacero-contundente (ca-
paz de comprometer tendões, músculos ou articulações), variando conforme a profundida-
de atingida.
Conforme Douglas e Greco (2019), as feridas contusas apresentam bordos de ângulos irre-
gulares, feridas escoriadas ou equimosadas; fundo da lesão “sujo” (desigual, irregular), e a pele 
próxima ao ferimento se descola. Diferencia-se da ferida incisa, que é feita com instrumento 
cortante e fica com cicatrização certa.
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Por fim, como o processo de regeneração envolve processo de cicatrização difícil, podem 
gerar prejuízos funcionais e estéticos, algo que, eventualmente, possui implicações penais 
(art. 129, do Código Penal).
Fraturas:
Representam soluções de continuidade, parcial ou total, dos ossos submetidos à ação de 
instrumentos contundentes, seja por compressão, flexão ou torção. Podem ser:
FRATURAS
1. Patológicas Osteoporose, dentre outras.
2. Abertas
A solução de continuidade é nos planos superficiais. Recebe o 
mesmo tratamento das fraturas expostas.
3. Fechadas
Completa ou incompleta, com ou sem desvio. Os fragmentos 
ósseos não extrapolam os limites do corpo.
4. Expostas Os fragmentos ósseos são exteriorizados através da ferida.
5. Completas O osso é dividido em mais de um fragmento.
6. Incompletas Não há divisão do osso.
7. Cominutivas Implicam múltiplos fragmentos ósseos.
8. Diretas No próprio local do traumatismo.
9. Indiretas Observadas em local afastado de onde ocorreu o traumatismo.
Luxação:
Dá-se pela perda definitiva, não irreversível, de contato entre superfícies articulares e, via de 
regra, rotura de ligamentos. Pode ser completa (quando há efetiva separação das articulações) 
ou incompletas (subluxação; quando o contato entre as peças envolvidas na lesão é mantido).
002. (ACAFE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SC/2014) O deslocamento de dois ossos, cuja su-
perfície de articulação deixa de manter sua relação de contato, é denominado:
a) escoriação.
b) entorse.
c) luxação.
d) rubefação.
e) fratura.
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Lesões e Mortes. Asfixias
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a) Errada. Escoriação é o arrancamento parcial da epiderme, expondo a derme. Resultante de 
lesão produzida por ação contundente.
b) Errada. Entorse é o estiramento da capsula de uma articulação. Resultante de lesão produ-
zida por ação contundente.
c) Certa. Luxação é o deslocamento permanente de suas superfícies articulares. Resultante de 
lesão produzida por ação contundente.
d) Errada. Rubefação é a vasodilatação que ocorre em vivos causadora do eritema (mancha 
avermelhada e fugaz). Resultante de lesão produzida por ação contundente.
e) Errada. Fratura é a solução de continuidade dos ossos decorrente de compressão, flexão ou 
torção. Resultante de lesão produzida por ação contundente.
Letra c.
Rotura (Ruptura) Visceral:
Ocorre quando o traumatismo atinge as vísceras, rompendo os órgãos internos (ainda que 
sem repercussão na pele). Pode acarretar hemorragia levando a choque hipovolêmico (pelo 
baixo volume de sangue) com o consequente óbito.
Pode ser resultante de sucção em razão de explosão, por exemplo. Possível, ainda, ser par-
cial, de forma que as alterações decorrentes surgem momentos depois do trauma.
Esmagamento, Defenestração, Encravamento e Empalamento:
O esmagamento se dá com a compressão completa e destrutiva do corpo, podendo ser 
parcial (de um dedo, por exemplo), ou total (do corpo inteiro). Já a defenestração ocorre quan-
do há lesões por precipitação, como, por exemplo, em lesões decorrentes de paraquedismo.
Por sua vez, o encravamento se dá pela penetração de objeto consistente e afiado em qual-
quer parte do corpo, quase sempre acidental. O empalamento, por outro lado, é a penetração 
de objeto de grande eixo longitudinal no ânus ou na região perianal.
1.3. Lesões e Mortes por ArMAs BrAnCAs
1.3.1. Lesões e Mortes por AçãoCortante
1.3.1.1. Aspectos Gerais
Nas palavras de Croce e Croce Jr. (2009), instrumentos cortantes “são os que, agindo por 
um gume afiado, por pressão e deslizamento, linear ou obliquamente sobre a pele os órgãos, 
produzem soluções de continuidade chamadas feridas incisas” (p. 920, grifo nosso). É o caso 
da navalha, do bisturi, da faca, lâminas de barbear, vidro, papel etc. Possuem como carac-
terísticas:
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
LESÕES INCISAS
Características
1. Por causa da ação em arco empregada pelo agressor, o centro da lesão 
incisa é mais profundo do que nas extremidades;
2. Ausência de traumatismos ao redor da ferida;
3. Sangram mais do que as feridas contusas;
4. Bordas da ferida são nítidas, lisas e regulares;
5. Regularidade do fundo da lesão, sem a apresentação de pontes de 
tecido ou regiões mortificadas;
6. São mais extensas do que profundas;
7. Hemorragia, geralmente abundante; e
8. Secção perfeita dos tecidos moles subcutâneos.
Há, ainda, a tipologia das lesões incidas, que podem ser (Douglas; Greco, 2019):
1. Incisas simples: maior comprimento do que profundidade, bordas regulares e fundo liso e brilhan-
te, tegumentares (superficiais);
2. Em bisel: ou “bico de flauta”, também chamada de ferida “com retalho”, pois a ação é realizada de 
modo oblíquo para destacar uma porção do tecido lesado; e
3. Mutilante: é a que “tira pedaço” (narizes, orelhas, genitálias etc.), uma vez que gera a perda de 
substância pela ação de modo tangencial em relação ao ponto atingido.
Doutro giro, outros aspectos bastante relevantes acerca das lesões incisas dizem respeito 
à sua ordem (primeira, segunda etc.) e sentido (esquerda/direita; cima/abaixo etc.), auxilian-
do em informações descritivas e determinativas. Nesse contexto, os referidos aspectos são 
nomeados como sinais de Romanese e de Lacassagne, Gilvaz e Chavigny, com as seguintes 
características:
SINAIS
1. Sinal de Romanese e 
de Lacassagne
O sinal de Romanese é conhecido como “cauda de 
escoriação” e o de Lacassagne como “cauda de rato” ou 
lesão em acordão/sanfona.
Ambos representam o ponto de saída ou o último ponto de 
contato do instrumento cortante com a pele da vítima.
2. Sinal de Gilvaz
Por Gilvaz, tem-se expressão representativa de uma cicatriz 
no rosto da vítima em função da ação cortante.
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
SINAIS
3. Sinal de Chavigny
Dá-se quando a ordem das lesões se cruza, de modo que 
a segunda lesão é produzida sobre a primeira, formando 
lesões incisas sobrepostas.
Dada a elasticidade da pele, com a primeira lesão, as bordas 
do ferimento já estarão abertas quando da lesão seguinte, 
que, portanto, não seguirá um trajeto linear.
Ainda com relação à identificação das circunstâncias da ação cortante (ou mesmo con-
tundente), a divisão das lesões em lesões de defesa e lesões de hesitação se destaca para a 
descoberta da causa jurídica do evento, pois pode auxiliar a indicar, com outros elementos 
eventualmente encontrados, se os traumas foram causados porque a pessoa se defendia de 
um agressor, ou se foram em razão de alguma hesitação em uma hipótese de suicídio.
As lesões de defesa são geralmente situadas em regiões do corpo como o antebraço e as 
palmas da mão (até na parte externa das mãos). Já as lesões de hesitação se apresentam, 
geralmente, múltiplas e nem sempre profundas.
003. (FUNCAB/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/PC-PA/2016) A ordem das lesões que se cru-
zam e são produzidas por ação cortante decorrente de armas brancas pode ser observada 
através do sinal de:
a) Richter.
b) Chavigny.
c) Knight.
d) Simonin.
e) Legrand Du Saulle.
a) Errado. O método de Richter consiste na injeção de vaselina líquida na base dos dedos, ob-
jetivando dar maior consistência e elasticidade.
b) Certo. Segundo o sinal de Chavigny, quando duas feridas se cruzam, a segunda lesão não 
apresentará uma trajetória em linha reta.
c) Errado. Não há correspondência desse sinal no campo da medicina legal. A única corres-
pondência com “KNIGHT” seria a do estudioso Bernard Knight.
d) Errado. O sinal de Simonin ocorre nos disparos de arma curta e com cano encostado sobre 
a roupa. Consiste em duas zonas concêntricas escuras separadas por uma clara, que circunda 
o orifício produzido pela lesão.
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
e) Errado. O espectro equimótico de Legrand Du Saulle avalia as gradações de cores da equi-
mose superficial. Possui grande importância para avaliar a data provável da lesão.
Letra b.
1.3.1.2. Esgorjamento e Decapitação
O esgorjamento se caracteriza como lesão incisa longitudinal na parte anterior do pescoço 
e normalmente envolve longo corte que fere os planos superficiais da pele, músculo e até do 
esôfago; por isso, pode ser suicida e homicida. Já a decapitação (ou degola) se dá na porção 
posterior do pescoço em decorrência de ferida incisa ou cortocontusa, e não pode ser suicida, 
pois inclui o corte da coluna vertebral.
004. (VUNESP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) Com relação à traumatologia médico-
-legal, a diferença conceitual entre degola (decapitação) e esgorjamento reside
a) na separação total da cabeça do restante do corpo na degola, sendo a lesão sempre profunda.
b) no instrumento utilizado, sendo cortante na degola e cortante e contundente no esgorjamento.
c) no instrumento utilizado. Cortante na decapitação e contundente no esgorjamento.
d) na localização da lesão, sendo a degola posterior ao pescoço e o esgorjamento anterior 
ou lateral.
e) na localização da lesão, sendo a degola lateral e o esgorjamento anterior.
a) Errado. A alternativa caracterizou a decapitação.
b) Errado. O esgorjamento e degolamento são produzidos, usualmente, por instrumento cor-
tante ou até cortocontundente.
c) Errado. O esgorjamento é produzido, usualmente, por instrumento cortante até cortocontun-
dente. A decapitação é produzida, usualmente, por instrumento cortante, mas pode ter outras 
formas de ação.
d) Certo. O degolamento é uma ferida incisa ou cortoconsusa na porção posterior do pescoço. 
Não pode ser suicida, pois necessita de corte na coluna vertebral. O esgorjamento é caracteri-
zado por uma ferida congitudinal na porção anterior do pescoço e geralmente é representada 
por um longo corte, que pode lesar, além dos planos superficiais da pele, músculos e até mes-
mo esôfago.
e) Errado. Vide letra D.
Letra d.
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NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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1.3.2. Lesões e Mortes porAção Perfurante
Em relação às lesões incisas, a de ação perfurante agem afastando os tecidos e, excep-
cionalmente, seccionando-os. São, por isso, chamadas de punctórias, tendo em vista que os 
instrumentos correspondentes são dotados de ponta (hase cilíndrico-cônica). São suas carac-
terísticas:
LESÕES PERFURANTES
Características
1. Raro sangramento;
2. Pouca nocividade na superfície e, por vezes, grande gravidade na 
profundidade quando algum órgão é atingido;
3. Abertura estreita (e, quando há ferimento de saída, é geralmente mais 
irregular e de menor diâmetro); e
4. Seu diâmetro é menor que o agente vulnerante em razão da 
elasticidade e capacidade de retração dos tecidos cutâneos.
Podem ser classificados em instrumentos perfurantes de pequeno, médio ou grande calibre:
• Pequeno calibre: são punctórias ou puntiformes, com formato circular e diâmetro muito 
pequeno e raramente mortais, como se dá com alfinete, agulha, pregos, espinhos etc.;
• Médio calibre: também se denominam “fusiformes”, “em casa de botão” ou “em boto-
eira”. Podem ser mortais e seguem, usualmente, a direção das linhas do corpo, como 
espeto de churrasco e furador de gelo;
• Grande calibre: é o caso de floretes ou estacas, estas utilizadas no empalamento.
No contexto do estudo das lesões perfurantes, tema que merece cautela diz respeito às Leis 
de Filhos e de Langer. As leis de Filhos se referem a Edouard Filhos (1833) e a de Langer a Karl 
Ritter Von Langer (1861), autores responsáveis por estudos sobre lesões perfurantes provoca-
das por instrumentos de médio calibre.
LEIS
Lesões Perfurantes de Médio Calibre
1. Leis de Filhos
Primeira lei (ou lei da semelhança): feridas dessa natureza se 
assemelham às produzidas por instrumentos de dois gumes.
Segunda lei (ou lei do paralelismo): feridas na mesma região em que 
as linhas de força tenham apenas um sentido, de modo que seu maior 
eixo sempre tem a mês a direção, no caso, o mesmo sentido das 
linhas de força das fibras elásticas da pele.
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NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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LEIS
Lesões Perfurantes de Médio Calibre
2. Lei de Langer
Ou lei da elasticidade. Em regiões de fibras elásticas aglomeradas 
(muitas fibras), podem apresentar formas anômalas (bico, estrelar ou 
quadrada).
Isso é, na confluência das regiões das linhas de forças diferentes, 
a extremidade da lesão pode ter aspecto de seta, triângulo ou 
quadrilátero.
005. (FUNCAB/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/PC-PA/2016) As leis de Edouard Filhos e Karl 
Ritter Von Langer, são estudadas no campo das lesões produzidas por instrumentos:
a) perfurantes de médio calibre.
b) cortocontundentes.
c) perfurocontundentes.
d) perfurantes de pequeno calibre.
e) contundentes.
As Leis de Edouard Filhos e Karl Ritter Von Langer estão sempre associadas à instrumentos 
perfurantes de médio calibre.
Letra a.
1.3.3. Lesões e Mortes por Ação Perfurocortante
O instrumento perfurocortante é o que possui uma ponta (que permite a ação perfurante) 
na extremidade de uma lâmina de um ou mais gumes (ação cortante; Douglas e Greco, 2019).
A ação vulnerante se dá pela ponta e pelo gume, respectivamente por pressão e por sec-
ção, de modo que, em razão desse formato, é comum as lesões serem profundas em exten-
são. Assim:
• Instrumento de um gume: as lesões serão mais profundas que extensas, com bordas 
lisas e um ângulo agudo e outro arredondado. Tipo de instrumentos: faca de cozinha, 
espada.
• Instrumento de dois gumes: os ferimentos produzem uma fenda de bordas iguais e ân-
gulos agudos. É o caso, por exemplo, dos punhais. Aqui se deve comparar adotando as 
Leis de Filhos e de Langer.
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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• Instrumento de três ou mais gumes: as feridas tendem à forma estrelar ou triangular, 
obedecendo às Leis de Filho e Langer. Por essas características, são comparadas a ins-
trumentos perfurantes de médio calibre.
São hipóteses de feridas especiais produzidas por instrumentos perfurocortantes a ferida 
em escalpe (couro cabeludo), ferida mutilante e ferida em sedenho (atravessa planos superfi-
ciais da região, mas não se aprofunda).
1.3.4. Lesões e Mortes por Ação Cortocontundente
Basicamente, lesões e mortes do tipo cortocontundente envolvem, como o nome já adian-
ta, corte e contusão. O instrumento correspondente é o que o possui peso e superfície de corte, 
além do emprego da força do agente.
É o que se dá com os machados, facão, enxada etc., em situações como a de decapitação 
(como na guilhotina, embora possa ser exclusivamente cortante), espostejamento (vem de 
“postas”, isso é, multiplicidade de fragmentos do corpo de forma irregular, como em acidentes 
ferroviários) e o esquartejamento (amputação, desarticulação em fragmentos com maior regu-
laridade que no espostejamento; Ferreira, 2020).
Conforme anota Douglas e Greco (2019), apresentam ferida bizarra e seguida de escoria-
ções e equimoses; caso envolva superfície óssea, em regra também haverá fratura. Assim, 
embora haja a contusão, suas feridas se assemelham mais às do tipo contusas.
Genival França (2017) e Flamíneo Fávero (citado por Douglas e Greco, 2019) consideram 
que os dentes causam lesões cortocontundentes, pois não possuem gume vivo. Por fim, é 
comum que em lesões do tipo estudado um só golpe produza mais de uma lesão, o que pode 
levar a confusões na conclusão.
1.4. Lesões e Mortes por projéteis de ArMA de Fogo CoMuns e de ALtA 
energiA
Prezado(a) aluno(a), cabe uma explicação preliminar sobre o tópico em questão. Como o edital 
do concurso dispôs no conteúdo como matéria a ser abordada “lesões por projéteis de arma 
de fogo comuns e de alta energia”, optei por classificar dessa maneira neste material. Ocorre 
que o tema se refere às chamadas lesões causadas por instrumentos perfurocontundentes, 
motivo pelo qual é preciso sempre ter em mente que, quando se tratar de lesões ou mortes por 
arma de fogo está-se dos instrumentos de ação perfurocontundente.
Esclarecido isso, sigamos com o assunto!
Em primeiro lugar, é muito comum que os instrumentos de ação perfurocontudente sejam 
associados exclusivamente aos projéteis de arma de fogo. Contudo, o próprio Genival França 
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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(2017) esclarece que, embora a esmagadora maioria os casos envolvam as armas de fogo, 
essas espécies de lesões a elas não se restringem, podendo decorrer, excepcionalmente, de 
ações com o emprego de um mero guarda-chuva ou de uma picareta, por exemplo.
Com efeito, os instrumentos perfurocontundentes são os que perfuram e contundem o alvo 
com uma ação, como os projetis de arma de fogo, também indicados pela sigla PAF. Além do 
PAF como instrumento vulnerante, a literatura médico-legal aponta que os grãos de chumbo 
podem também se constituir como instrumento perfurocontundente nas armas de fogo (Dou-
glas e Greco, 2019).
INSTRUMENTOPERFUROCONTUNDENTE
Armas de Fogo
Projetil de Arma de Fogo (PAF)
Ou de disparo único
Grãos de Chumbo
Ou de disparo múltiplo
A efetiva importância do estudo sobre o emprego dos instrumentos perfurocontundentes 
por armas de fogo constitui ramo específico da criminalística, o da Balística, que tem por ob-
jeto as armas de fogo, munições e os efeitos dos tiros por ela causados, definindo, ainda, a 
relação entre esses aspectos e as infrações penais deles resultantes.
Diferencia-se em balística Interior ou Interna, relativa aos problemas de deflagração do tiro, 
no interior da arma; e balística Exterior ou Externa, compreendendo o estudo dos movimentos 
do projetil no espaço, de propulsão, rotação, vibração, como também em relação com a gra-
vidade e a resistência do ar, isso é, até o alvo (Douglas e Greco, 2019). Há, ainda, a balística 
terminal, pela qual se estudam os efeitos do projétil e o alvo após o impacto.
006. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2020) Uma pessoa foi atingida 
por um projétil de 7,62 mm × 51 mm, disparado por fuzil, que transpassou das costas para o 
peito, percorrendo uma trajetória de mais de 200 metros, entre a saída do cano e o alvo.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
O estudo da trajetória do projétil especificado na situação em tela, desde o momento em que 
saiu do cano da arma até o repouso final, bem como a determinação de parâmetros como ve-
locidade, alcance útil e velocidade inicial, são atribuições da balística terminal.
A balística é a ciência que estuda o movimento dos projéteis e os fenômenos conexos, divi-
dindo-se em: a) balística interna: estuda os fenômenos físicos e químicos e os elementos que 
caracterizam o movimento do projétil desde a iniciação da carga de lançamento até a saída 
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do cano da arma; b) balística externa: estuda a trajetória do projétil fora do cano da arma até 
o alvo; e c) balística terminal: estuda os efeitos sobre o projétil e sobre o alvo após o impacto.
Logo, a assertiva está incorreta, uma vez que o correto seria a balística externa, a qual analisa 
a trajetória do projétil desde o momento que saiu do cano da arma até atingir o alvo.
Errado.
A título de conhecimento, a relevância da perícia é tamanha que o Superior Tribunal de Justiça 
(STJ) já entendeu que, em regra, a ausência de juntada de perícia balística requerida e defe-
rida judicialmente por ocasião da prolação de decisão de pronúncia é causa de nulidade (HC 
46.143/PE).
Por conseguinte, conforme o glossário do Decreto n. 10.030/2019 (anexo), considera-se 
arma de fogo:
(...)artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modifi-
cação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma.
Por sua vez, Ferreira (2020) traz como definição de arma de fogo
(...)o dispositivo construído a base de material resistente, geralmente metal, que tem finalidade de 
disparar projéteis em direção a uma pessoa, objeto etc. Além disso, tal dispositivo deve conter um 
mecanismo que tenha capacidade de iniciar o acionamento da espoleta da munição; uma câmara 
de combustão (local em que ficará a munição, aguardando ser acionada), bem como um cano (que 
será responsável por dar direção ao projétil) (p. 176; grifo nosso).
Por conseguinte, as armas e munições podem ser classificadas e apresentadas suas ca-
racterísticas da seguinte maneira (conforme Ferreira, 2020):
ARMAS E MUNIÇÕES
1. REVÓLVERES
Fonte: https://www.azdeespadas.com.br/revolver/revolver-taurus-86-ta-
oxidado
Instrumento com tambor giratório, número variado de câmaras 
(compartimento para o armazenamento da munição de tiro), de cinco a seis.
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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ARMAS E MUNIÇÕES
2. PISTOLAS
Fonte: https://www.1911brasil.com.br/armas-de-fogo/pistolas/pistola-taurus-
9mm-9217-5-info
Não possui tambor (difere do revólver), utilizando o chamado “carregador”, 
em que são armazenadas as munições para tiro. Podem ser automáticas ou 
semiautomáticas.
3. SUBMETRALHADORAS
Fonte: https://taurusarmas.com.br/pt/produtos/armas-longas/smt-40
Arma portátil de cano longo e internamente raiada, automáticas que 
disparam projéteis do mesmo tipo que o das pistolas.
4. ESPINGARDAS
Fonte: https://www.tubaraocenter.com.br/fotos/pequena/26987fp1/
espingarda-pump-military-3-0-calibre-12-cbc.jpg
Com cano longo, alma lisa, de repetição (o atirador deve recarregar, 
manualmente, a cada tiro), automática ou semiautomática.
5. CARABINA
Fonte: https://www.mundodacarabina.com.br/gerenciador/ídia/imagens/
produtos/arquivos_12412/IMG_3632-936x770.JPG
Portátil de cano longo e de alma raiada, dispara projéteis do mesmo tipo que 
revólveres ou pistolas.
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ARMAS E MUNIÇÕES
6. FUZIL
Fonte: https://www.forte.jor.br/wp-content/uploads/2017/07/FUZIL-IA2-
850x274.jpg
Arma de fogo portátil, de cano longo e alma raiada. Deflagra cartuchos de uso 
militar e formato específico.
Dentre as características dos armamentos mencionados, o cano de uma arma de fogo 
pode possuir, internamente, elementos chamados cristas ou sulcos em formato helicoidal, va-
riando em número e sentido (direita/destrógiras ou esquerda/sinistrógiras).
007. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2020) Uma pessoa foi atingida 
por um projétil de 7,62 mm × 51 mm, disparado por fuzil, que transpassou das costas para o 
peito, percorrendo uma trajetória de mais de 200 metros, entre a saída do cano e o alvo.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
Se o raiamento, que é uma sequência de sulcos em formato helicoidal localizado no interior do 
cano de algumas armas de fogo, imprimir ao projétil uma rotação em sentido horário, do ponto 
de vista do atirador, seu giro será dextrogiro, ou seja, para a direita.
Os sulcos paralelos e helicoidais imprimem no projétil um movimento giratório em torno do 
seu eixo, estabilizando a sua trajetória. O passo é a distância necessária para que o projétil re-
alize uma volta completa em torno de seu eixo, dividindo-se em passo simples (a distância de 
todos os passos são iguais) e passo misto (há variação na distância de um passo qualquer). 
Quanto à orientação, esta pode ser destrogira (sentido para direita) ou sinistrogira (sentido 
para a esquerda). O número de raias pode ser par ou ímpar.
Certo.
Assim, se uma arma possui raiamento, diz-se que o cano possui “alma raiada”, cujas raias 
representam sulcos, responsáveis por imprimir ressaltos no projétil de arma defogo ressaltos. 
Se o cano não possui raiamento, diz-se que o armamento apresenta cano de “alma lisa”. Por 
sua vez, as cristas (também entendidas como “cheios”) imprimem nos projeteis os chamados 
“cavados”.
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Fonte: https://www.casadotiro.com.br/sh-admin/editor/ckfinder/userfiles/images/Alma-Raiada-e-Lisa.png
As raias se destinam a aumentar a precisão e o alcance do projétil, que, por consequência, 
deixam marcas de identidade do cano no projetil, permitindo a identificação da arma que efe-
tuou o disparo (exame de comparação ou comparação balística).
Nesse contexto da balística, ganha relativa importância o tema das estriações. Compre-
endidas como as ranhuras causadas pelo atrito do projétil com as cristas e as raias do cano 
(e que, por sua vez, viabiliza a análise de microcomparação balística), foi objeto de previsão 
pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/19), que alterou o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 
10.826/03), a criação do chamado Banco Nacional de Perfis Balísticos, no intuito de favorecer 
a coleta de dados relativos a perícias em armas de fogo, projéteis e munições (item 2, anexo).
CARACTERÍSTICAS DOS ARMAMENTOS
(Ferreira, 2020)
1. Portabilidade
De porte, portátil (ou individual) e não portátil. Definição 
constante do Decreto n.º 9.847/19 (art. 2º, item 3, Anexo).
2. Modo de 
carregamento
Retrocarga: carregamento da munição pela parte de trás do 
cano (pistolas, revólveres).
Antecarga: carregamento realizado pela frente, a parte anterior. 
Nestas, a deflagração inicial é feita pela percussão da espoleta 
pelo “cão”.
3. Tipo de cano Alma lisa e alma raiada.
4. Calibre
Calibre real: medido no cano da arma.
Calibre nominal: medido no cartucho ao nível do estojo.
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
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CARACTERÍSTICAS DOS ARMAMENTOS
(Ferreira, 2020)
5. Automaticidade
Consideram-se automáticos os armamentos em que o 
carregamento, o disparo e todas as demais operações de 
funcionamento acontecem de modo continuado e enquanto o 
gatilho estiver sendo acionado.
Já serão semiautomáticas aquelas que realizam, 
automaticamente, todas as operações de funcionamento, salvo a 
do disparo que, para ocorrer, precisa de um novo acionamento 
do gatilho para cada disparo.
CARACTERÍSTICAS DAS MUNIÇÕES
(Croce; Croce Jr., 2012)
1. Pólvora
É a carga. Material propelente que sofre ignição por meio da 
combustão da espoleta, gerando gases que impulsionam o projétil.
2. Espoleta
Ou escorva. É composto químico, normalmente tetrazeno, nitrato de 
bário, chumbo, estifnato de chumbo e tissulfato de antimônio.
É a partir desta que o precursor da arma atua, acionando o gatilho, 
produzindo a centelha que inflama a pólvora e deflagra a explosão.
3. Estojo
Ou bucha. Confeccionado geralmente de latão ou da combinação de 
metais, papel ou plástico.
4. Projétil
Pode ter formato que admite expansão ao atingir o alvo (hollow point), 
jaquetado, semijaquetado, teflon ou com marcadores luminosos.
1.4.1. Estudo das Lesões por Projétil de Arma de Fogo
1.4.1.1. Lesões de Entrada
Disparos de longa distância:
É sinônimo de que o alvo se encontra além do alcance do chamado “cone de dispersão”, 
entendida como o espaço de abrangência dos efeitos secundários do disparo. Assim, somente 
o projétil produz efeitos, de modo que a lesão característica terá:
• diâmetro menor que o do projétil;
• orla de escoriação, enxugo e de equimose;
• bordas viradas para o interior (invertidas);
• forma arredondada ou elíptica.
Vale saber:
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Lesões e Mortes. Asfixias
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1. Orla de escoriação
Revela-se como a lesão de escoriação causada 
pela passagem do projétil. Causa o arrancamento 
da epiderme.
Conhecida também como “anel de Fisch”, “orla de 
contusão”, “orla desepitelizada”, “orla erosiva” e de 
“zona inflamatória”.
2. Orla de equimose
Deve-se à ação contundente decorrente da entrada do 
projétil. Também é indicada pelo nome “aréola equimótica”.
Constitui-se em uma zona superficial e relativamente 
difusa, decorrente da sufusão hemorrágica da ruptura 
de pequenos vasos localizados no entorno do ferimento, 
geralmente de tonalidade violácea.
3. Orla de enxugo
Representa as impurezas e detritos que acabam retidos na 
pele quando o projétil passa. É concêntrico e decorre do 
atrito e contusão do projétil.
Possui como sinônimos “orla de Chavigny”, “Orla de Canuto 
e Tovo” e “orla de alimpadura”. É concêntrico em tiros 
perpendiculares, ou em meia-lua nos oblíquos.
008. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2020) Uma pessoa foi atingida 
por um projétil de 7,62 mm × 51 mm, disparado por fuzil, que transpassou das costas para o 
peito, percorrendo uma trajetória de mais de 200 metros, entre a saída do cano e o alvo.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
As lesões de entrada produzidas por arma de fogo geralmente têm dimensões maiores que 
as do projétil e apresentam as seguintes características gerais: bordas invertidas, ausência de 
orla de enxugo e orla equimótica.
Pelo contrário, a lesões de entrada produzidas pelos projéteis de arma de fogo possuem as 
seguintes características (gerais): diâmetro menor que o do projétil; apresenta orla de enxugo, 
equimótica e de escoriação; e bordas invertidas (viradas para dentro). Vale ressaltar, todavia, 
que, a depender da distância dos disparos, as características das lesões podem variar.
Errado.
Por fim, vale ressaltar que o formato de ferimentos em tiros a distância varia de acordo 
com a inclinação do disparo. Se as orlas são concêntricas, estarão em sentido perpendicular 
ao do disparo, possuindo a mesma espessura em todos os quadrantes. Se as orlas são excên-
tricas, estarão dispostas em sentido oblíquo, em que a ferida é arredondada ou ligeiramente 
oblíqua, sendo mais escoriado do lado de maior atrito.
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Disparos de curta distância (queima roupa):
Nos disparos desse tipo, o alvo se encontra dentro dos limites do alcance do cone de 
dispersão ou cone de explosão, isso é, de 10 a 50cm (em revólveres e pistolas). Usualmente, 
se for de até 10cm é considerado tiro à queima roupa (França, 2017). Também implicam na 
ocorrência de zonas de enxugo, equimose e escoriação, mas possuem os seguintes efeitos 
secundários:
1. Orla ou zona de esfumaçamento/
tisnado
É área em que a fuligem se deposita 
e circunscreve a ferida deentrada; 
pode ser removida com a lavagem do 
local (não há impregnação tecidual). 
Também é denominada de “zona de 
falsa tatuagem”.
2. Orla ou zona de tatuagem
Ocorre uma impregnação na pele por 
grânulos de pólvora ou resíduos sólidos da 
queima e de maior alcance que a fumaça.
Atravessam a epiderme e se incrustam na 
derme, e na maioria dos casos só se removem 
com cirurgia plástica.
É mais ou menos arredondado nos tiros 
perpendiculares, ou em forma crescente nos 
oblíquos.
3. Orla ou zona de queimadura/
chamuscamento
Ou zona de chama. Surge nos tiros à queima 
roupa, além das demais orlas apresentadas.
Caracteriza-se pela queimadura da pele ou 
dos pelos.
A pele se apresenta apergaminhada, 
tonalidade vermelho-escura, em geral, ou de 
acordo com a cor da pólvora.
009. (VUNESP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2014) Leia atentamente as definições a se-
guir, acerca de lesões por agentes perfurocontundentes, e relacione-as por letras e números 
aos seus nomes.
a) Ferimento por projétil de arma de fogo que se deve ao arrancamento da epiderme devido ao 
movimento rotatório do projétil que entra na superfície corporal.
b) Sinal deixado pela passagem do projétil nos tecidos corporais, concêntrico, decorrente do 
atrito e contusão do projétil, que também deixa nos tecidos por onde passa suas impurezas de 
superfície.
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c) Área de impregnação por grãos de pólvora incombustos que se fixam ao redor do ferimento 
de entrada de projétil, em tiros de curta distância.
d) Área de depósito de fuligem que circunscreve a ferida de entrada, removível com a lavagem 
do local, portanto, sem impregnação tecidual.
e) Área ao redor do orifício de entrada, caracterizada pela queimadura da pele ou pelos, decor-
rente da alta energia térmica dos projéteis de arma de fogo, característica de disparos a curta 
distância ou à queima-roupa.
1. Orla de esfumaçamento.
2. Halo de enxugo.
3. Zona de chamuscamento.
4. Orla de escoriação ou contusão.
5. Halo de tatuagem.
A associação correta entre a definição e o elemento de uma ferida de entrada de projétil de 
arma de fogo é vista, em ordem alfabética e corretamente, na alternativa:
a) A – 5; B – 1; C – 4; D – 2; E – 3.
b) A – 3; B – 4; C – 1; D – 5; E – 2.
c) A – 4; B – 2; C – 5; D – 1; E – 3.
d) A – 2; B – 5; C – 3; D – 1; E – 4.
e) A – 4; B – 3; C – 2; D – 5; E – 1.
A alternativa “c” relaciona corretamente as espécies de lesões produzidas por agentes perfuro-
contundentes com seus respectivos conceitos.
Letra c.
Disparos com tiro encostado/apoiado:
Em caso de tiro encostado, tanto os efeitos primários como os secundários dos compo-
nentes da munição irão penetrar nos tecidos. Se atingir estruturas ósseas, a lesão correspon-
dente terá forma irregular, denteada ou com entralhes (estrelada). Pode apresentar os sinais a 
seguir (Ferreira, 2020):
SINAIS
Disparo Encostado
Sinal de Hoffman
“Boca de mina” ou “câmara/cratera de 
mina”. Localiza-se entre a pele e o osso, 
causado pela forte expansão dos gases 
da queima da pólvora que, por atingir o 
osso e retornar bruscamente, causa a 
ruptura do epitélio.
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SINAIS
Disparo Encostado
Sinal de Benassi/Benassi-Cueli
Em tiros no crânio ou escápulas, pode-
se identificar halo fuliginoso na lâmina 
externa do osso relativo ao orifício de 
entrada.
Sinal de Puppe-Werkgaertner
Caracteriza-se pelo desenho da boca 
e da massa da mira do cano por ação 
contundente ou pelo seu aquecimento.
Rosa de tiro de Cevidalli
Ocorre nos disparos múltiplos e o 
diâmetro possui relação com a distância 
do tiro e a entrada dos balins (em grupo 
mais ou menos circular).
Sinal de Schusskanol
Caracteriza-se pelo esfumaçamento 
das paredes do conduto causado pelo 
projetil entre as lâmina internas e 
externas de um osso chato.
Sinal de Richter
Presença de fragmentos próximos ao 
orifício de passagem.
Sinal de Tovo e Lattes Presença de pele no interior do corpo.
Sinal de calcado (funil) de Bonnet
Impressão do relevo ou desenho das 
vestes nos disparos à queima roupa 
(tiros encostados/apoiados. Identifica-
se, ainda, pela incidência do projétil, 
apresentando a formatação de um cone.
Sinal do rasgão crucial de Nerio 
Rojas
As roupas se rasgam nos tiros a curta 
distância em formato de cruz.
Sinal de escarapela
No local onde houve o tiro à queima 
roupa, produz-se dois anéis concêntricos 
de esfumaçamento intercalados por um 
halo claro.
O PULO DO GATO
Os sinais listados anteriormente sempre caem em provas de concursos. O mais recorrente é o 
sinal de Puppe-Werkgaertner (ou só Werkgaertner). Por isso, recomenda-se o aprendizado ou 
mesmo memorização desse sinal.
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010. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2018) Um homem de cinquenta 
anos de idade assassinou a tiros a esposa de trinta e oito anos de idade, na manhã de uma 
quarta-feira. De acordo com a polícia, o homem chegou à casa do casal em uma motocicleta, 
chamou a mulher ao portão e, quando ela saiu de casa, atirou nela com uma arma de fogo, ma-
tando-a imediatamente. Em seguida, ele se matou no mesmo local, com um disparo da arma 
encostada na própria têmpora.
Considerando a situação hipotética apresentada e os diversos aspectos a ela relacionados, 
julgue o item a seguir.
Ao realizar a necropsia no cadáver masculino, espera-se que sejam verificados sinal de Benas-
si, sinal do funil de Bonnet e câmara de mina de Hoffmann.
Entende-se por “sinal de Benassi (Benassi-Cueli)” o que ocorre nos tiros encostados/apoiados, 
como os dados no crânio ou nas escápulas, nos quais geralmente é encontrado um halo fu-
liginoso na lâmina externa do osso referente ao orifício de entrada. O sinal de Bonnet ocorre 
também nos tiros encostados/apoiados, nos ossos díploe (normalmente encontrado no crânio 
– trata-se de uma camada esponjosa) em que a incidência do projétil apresenta uma formata-
ção de um cone. Por fim, o sinal de câmara ou boca de mina de Hoffman em tiros encostados/
apoiados localiza-se entre a pele e o osso e decorre da expansão dos gases oriundos da quei-
ma da pólvora, gerando ruptura do tecido, sendo normalmente de forma estrelada.
Certo.
1.4.1.2. Lesões de Saída
Com projétil único:
Normalmente, possuem bordas reviradas para fora, maior sangramento e forma irregular. 
Não apresentam: orla de escoriação ou halo de enxugo, presença de elementos químicos de-
correntes da decomposição da pólvora.
Com projétil desfragmentado/múltiplo:
Nessa hipótese, pode ocorrer variação a depender da repercussão ou não em anteparos 
ósseos, causando desfragmentação do projétil e, consequentemente, causar múltiplas saídas.
1.4.2. Lesões e Mortes Produzidas por Armas de Fogo de Alta Energia
São projéteis de alta energia os que alcançam velocidade inicial de deslocamento acima de600m/s (metros por segundo), sendo, portanto, supersônicos – acima da velocidade do som, 
que é de 340m/s. É o caso, em geral, dos fuzis. Essa informação é importante porque quanto 
maior a velocidade, maiores serão os danos (além de, é claro, outros aspectos, como a massa, 
calibre e tipo de projétil utilizado, se expansível ou não).
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Lesões e Mortes. Asfixias
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Os principais aspectos que diferenciam as lesões de projéteis de arma de fogo comuns 
para as de alta energia são:
• a cavitação – nos projéteis de baixa energia, seus efeitos serão percebidos mais sutil-
mente;
• as lesões de entrada e de saída – nos projéteis de alta energia, as lesões serão mais 
pronunciadas, especialmente nas de saída; isso é, formarão grandes cavidades perma-
nentes.
Segundo Ferreira (2020), a principal diferença entre os dois tipos de munição (comum e de 
alta energia) se dá, além do calibre, pela energia cinética que podem transmitir (e, consequen-
temente, na capacidade do dano). A partir dessa informação e dos danos causados, pode-se 
verificar o tipo de armamento, direção do disparo, identidade do atirador, número de disparos, 
distância do tiro, reação vital e tempo de sobrevivência e causa jurídica da morte.
As lesões de entrada quando não houver anteparo ósseo ou rígido (colete balísticos, por 
exemplo) serão ovalares, conforme o ângulo de penetração do projétil; bordas talhadas a pi-
que, com ou sem orla de escoriação, apresentando comumente microlacerações em torno 
de 1mm. Tendem, ainda, a ter orifício de entrada de diâmetro menor que o do PAF, algo que, 
a depender do aumento da velocidade do projétil, pode implicar aumento também do orifício.
Já no caso de existir anteparo ósseo ou rígido, por gerar uma instabilidade no projétil, pro-
duz a ampliação da ferida de entrada, causando, inclusive, dificuldade na diferenciação entre 
as lesões de entrada e de saída.
Nesse contexto, tem-se o fenômeno da cavitação, em que, devido às ondas de pressão 
causados pela energia cinética do projétil, podem gerar um deslocamento, temporário ou per-
manente, de uma cavidade ao atingir os tecidos, produzindo ou não lesões de saída. Por isso, 
diz-se que a cavitação pode ser: a) temporária – a cavidade gerada é ampla e fugaz, pois dura 
por um curto período de tempo; b) permanente – ocorrerá quando os resultados da cavidade 
temporária cessarem e permanecerem os danos produzidos (França, 2017).
Fonte: https://cbc.org.br/wp-content/uploads/2019/10/WhatsApp-Image-2019-10-05-at-12.12.08.jpeg
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Lesões e Mortes. Asfixias
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As lesões de saída em projéteis de arma de fogo de alta energia serão determinadas: a) com 
base no tamanho trajeto; b) na velocidade; e c) na estabilidade do projétil. No caso, os projéteis 
tendem a transfixar o segmento do corpo atingido, percorrendo todos os tecidos disponíveis.
Diferente se dá quando há fragmentação ou deformação do projétil, seja porque ele pró-
prio se partiu ou porque se chocou com algum anteparo rígido (como um osso), caso em 
que a lesão de saída será maior e múltipla (até pela fragmentação, que gera maior cavidade 
temporária).
2. Lesões e Mortes por Ação térMiCA, por Ação eLétriCA, por BAropAtiA 
e por Ação QuíMiCA
Consideram-se energias de ordem física aquelas que modificam o estado físico do corpo 
ou parte de, consequentemente, causam lesões orgânicas ou a morte da vítima (Douglas; Gre-
co, 2019). Podem se constituir em:
• temperatura;
• pressão atmosférica;
• eletricidade;
• radioatividade;
• luz e som.
2.1. Lesões e Mortes por Ação térMiCA
Ocorrem quando têm por causa o calor ou o frio, de modo difuso ou direto. Quando pelo 
calor, classificam-se em:
• Termonose: o calor atua de maneira difusa (indireta), como nos casos de insolação e de 
intermação. Pode ser:
− Insolação: decorre do excesso de calor ambiental em local aberto, contribuindo para 
sua ocorrência os raios solares, ausência de renovação do ar e a fadiga;
− Intermação: forma de exaustão térmica ou prostração térmica, ocorre pelo excesso 
de calor ambiental em lugares confinados, pouco abertos e sem ventilação;
− Câimbras: contrações espasmódicas e muito dolorosas da musculatura esquelética 
das pernas (Ferreira, 2020);
− Miliária:
 ◦ cristalina ou sudâmina – dá-se pela obstrução superficial da epiderme, sem infla-
mações;
 ◦ rubra ou brotoeja – afeta a camada intermediária da epiderme, em que o suor fica 
retido e infiltra o espaço intracelular, causando inflamação pela irritação.
• Queimaduras: forma em que o calor atua de modo direto (não se incluindo as decorren-
tes de ação elétrica). Normalmente, a morte de queimados se dá pela perda hidroele-
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trolítica nas primeiras horas, com possível choque hipovolêmico ou neurogênico. Em 
seguida, insuficiência respiratória pela inalação de gases tóxicos. Nos primeiros dias, 
pode se suceder a insuficiência renal (o chamado “pulmão de choque”) e, por fim, infec-
ção generalizada;
− Queimaduras podem ser de:
 ◦ primeiro grau – ou eritema/sinal de Christinson, em que a epiderme é lesionada, 
mas pode se regenerar. Envolve vermelhidão, pele quente, seca e ardida;
 ◦ segundo grau – flictenas ou sinal de Chambert, atinge-se a derme superficial e pro-
funda, podendo formar bolhas;
 ◦ terceiro grau – escaras, em que os planos subcutâneos são atingidos, bem como 
músculos, ossos, deixando sequelas. Decorrem da circulação deficiente no local;
 ◦ quarto grau – carbonização, que podem ser local ou generalizadas e ainda propor-
cionar proteção elétrica e térmica. No contexto das queimaduras de quarto grau, 
fala-se nos sinais de Devergie (ou sinal do saltimbanco/posição do boxeador, que 
é post mortem e se dá pela retração dos tecidos em razão da carbonização) e de 
Montalti (intra vitam, representado pela fuligem na mucosa da árvore respiratória, 
embora seja possível a carbonização posterior da vítima).
Com relação às lesões provocadas pelo frio na forma difusa, tem-se a hipotermia, em que 
se dá a diminuição da temperatura corporal abaixo de 35ºC (nesse caso, será leve se baixar até 
32º; se até 28º, moderada; e grave se abaixo de 28ºC).
Pode apresentar sinais como (Ferreira, 2020):
a) úlcera de Wischnewski, consistente em infiltrações hemorrágicas na mucosa gástrica;
b) sangue em tonalidade menos escura e baixo índice de coagulação;
c) rigidez cadavérica precoce, intensa e demorada;
d) espuma sanguinolenta nas vias respiratórias.
Chama-se geladura as lesões provocadas pelo frio de forma direta. Podem ser causadas 
por gelo seco (gás carbônico sólido) ou objetos metálicos em condições de baixa temperatura.
Da mesma forma que com as lesões por queimaduras, as geladuras se dividem em graus:
• primeiro grau, ou eritema/vasoconstricção periférica;
• segundo grau, ou flictenas;
• terceiro grau, ou necrose/grangrena.2.2. Lesões e Mortes por Ação eLétriCA
De ordem física, e com possibilidade de origem natural ou industrial, verificam-se lesões e 
mortes por ações elétricas quando há a exposição a uma corrente elétrica em que, pelo fator 
Joule, a energia elétrica é convertida em calor. Na hipótese natural (ou cósmica/atmosférica), 
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as vítimas sofrem pela eletricidade propriamente dita, como pela onda de choque do ar e da 
luminosidade intensa, além das contusões por terem sido arremessadas.
Conforme Genival França (2017), quando atinge lentamente o ser humano, denomina-se 
fulminação (eletrofulminação). Se provoca lesões corporais, chama-se fulguração (ou eletro-
fulguração). Há, ainda, o sinal de Lichtemberg que, especificamente causado pela eletricidade, 
apresenta aspecto arboriforme ou de samambaia na pele, precisamente nos vasos sanguíneos.
As decorrentes de eletricidade industrial (ou eletroplessão) normalmente envolvem aciden-
tes, cuja intensidade das lesões dependerá da voltagem, do tempo de exposição e da proximi-
dade dos órgãos nobres, como o cérebro, coração, fígado, pulmão e rins. Denomina-se sinal de 
Jellinek a lesão de entrada produzida por alguns tipos de correntes elétricas
011. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2018) A respeito de identificação 
médico-legal, de aspectos médico-legais das toxicomanias e lesões por ação elétrica, de mo-
dificadores da capacidade civil e de imputabilidade penal, julgue o item que se segue.
O termo eletroplessão é utilizado para se referir a lesões produzidas por eletricidade industrial, 
enquanto o termo fulguração é empregado para se referir a lesões produzidas por eletricida-
de natural.
No tocante às lesões e morte por ação elétrica, temos eletricidade natural (cósmica) e ele-
tricidade industrial (eletroplessão). A eletricidade industrial ou eletroplessão se destaca pela 
apresentação da marca elétrica de Jellinek, sinal específico de uma lesão provocada por eletri-
cidade industrial. Trata-se de uma marca elétrica, no caso, uma forma especial de queimadura, 
de aspecto circular, elíptica ou em roseta, que pode ou não existir.
Certo.
2.3. Lesões e Mortes por BAropAtiAs
Envolve, basicamente, a ação pela diferença de pressão atmosférica, seja por diminuição 
ou por aumento. Três leis explicam o fenômeno:
BAROPATIAS
Leis
1. Lei de Boyle-Mariotte
Sob temperatura constante, o volume 
ocupado por uma massa de gás é 
inversamente proporcional à pressão 
suportada.
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Lesões e Mortes. Asfixias
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BAROPATIAS
Leis
2. Lei de Henry
A concentração de um gás dissolvido 
em uma massa líquida é diretamente 
proporcional à pressão exercida pela 
fase gasosa da mistura líquido-gás.
3. Lei de Dalton
A pressão exercida por uma mistura 
gasosa é igual à soma das pressões 
parciais de cada componente da mistura.
Nos casos de diminuição da pressão atmosférica, utiliza-se as nomenclaturas como “mal 
da montanha”, “doença das montanhas” ou “mal dos aviadores”, que, em sua forma crônica, 
chama-se “doença de Monge”.
Pelas leis mencionadas anteriormente, o aumento da pressão atmosférica provoca satu-
ração de fases no organismo, causando patologia de compressão (por oxigênio, nitrogênio 
ou gás carbônico). Podem ocorrer, ainda, patologias de descompressão (doença de descom-
pressão ou “DD”), especialmente entre mergulhadores, como hipótese de incidência da Lei de 
Henry. Para esses casos de aumento da pressão, denomina-se “mal dos mergulhadores” ou 
“mal dos caixões”.
Ferreira (2020), ao citar Hygino Hercules, apresenta a hipótese do mergulhador que sobe 
rápido à superfície e não elimina o ar em excesso, causando uma hiperdistensão alveolar e 
rompendo de suas paredes, sendo também denominado “barotrauma”.
Em verdade, o barotrauma pode ocorrer em várias partes do corpo, como ouvidos, pul-
mões, seios da face, e surge normalmente em descidas, mas efetivamente quando o corpo é 
submetido a ambientes com diferentes pressões.
2.4. Lesões e Mortes por Ação QuíMiCA
Trata-se de ações que, em contato interno ou externo com o organismo, são capazes de 
causar danos à vida ou à saúde, como as substâncias cáusticas (que produzem lesões visce-
rais ou cutâneas denominadas vitriolagem) e os venenos (Croce; Croce Jr., 2012).
De atuação externa, as substâncias cáusticas provocam lesões tegumentares mais ou me-
nos graves. São os casos dos ácidos (ácido sulfúrico ou óleo de vitríolo, que empresta o nome 
à vitriolagem; ácido azótico ou nítrico; ácido clorídrico, crômico, água de cobre, entre tantos 
outros), que podem resultar em efeitos coagulantes ou efeito liquefaciente. A gravidade da 
lesão varia conforme a quantidade, a concentração e a natureza do cáustico (França, 2017).
De atuação interna, os venenos são de difícil definição porque até alimentos e medicamen-
tos são capazes, em determinadas situações, ser prejudiciais, especialmente a depender da 
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Lesões e Mortes. Asfixias
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
dosagem, da resistência individual, da maneira de ministração e do veículo utilizado. Venenos 
são definidos como qualquer substância que, administrada e introduzida pelas mais diversas 
vias no organismo, ainda que homeopaticamente, danifica a vida ou a saúde (França, 2017).
CLASSIFICAÇÃO DOS VENENOS
1. Quanto ao estado físico Líquidos, sólidos e gasosos.
2. Quanto à origem Animal, vegetal, mineral e sintético.
3. Quanto às funções 
químicas
Funções orgânicas: óxidos, ácidos, bases e sais;
Funções inorgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, acetonas e 
aldeídos, ácidos orgânicos, ésteres, aminas, aminoácidos, 
carboidratos e alcaloides.
4. Quanto ao uso
Doméstico, agrícola, industrial, medicinal, cosmético e 
venenos propriamente ditos.
Entende-se por envenenamento o conjunto de elementos caracterizadores da morte vio-
lenta ou do dano à saúde decorrentes da ação de substâncias específicas de forma acidental, 
criminosa ou voluntária.
Aspecto interessante no tema do envenenamento diz respeito à síndrome do body packer, 
também chamada de “mula” ou “correio”, e consiste no transporte, por pessoas, drogas ilícitas 
no interior do organismo (estômago e intestino) com a finalidade de contrabando. Caracteriza-
-se por graves efeitos à vida e à saúde ocasionados pelo rompimento das bolsas ou capsulas 
contendo a droga no interior do organismo e, consequentemente, há uma invasão maciça da 
droga na corrente sanguínea.
Difere da síndrome do body pusher, pela qual o indivíduo transporta pequenas quantidade 
de drogas nos orifícios naturais (ânus e vagina).
2.5. Lesões e Mortes por expLosivos
França (2017) classifica essas espécies de lesões e mortes, também denominadas blast 
injury, como o conjunto de manifestações violentas decorrentes da expansão gasosa de uma 
explosão potente, seguida de uma onda de pressão ou de choque. A explosão é

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