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Perfil Epidemiológico

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Perfil Epidemiológico 
Perguntas que estabelecem condições para 
caracterizar esse perfil 
Quem? (Pessoa) 
Grupos mais vulneráveis (idade, sexo, raça, 
escolaridade, estilo de vida, profissão, cultura, 
religião etc). O perfil de adoecimento é 
diferente 
Onde? (Lugar) 
Em qual espaço/território, a forma como as 
pessoas se relacionam 
Agregados (cluster espacial ex.epidêmico) 
Características climáticas, solo, vegetação 
que podem contribuir para a proliferação de 
vetores 
Rural x Urbano 
Difusão/espalhamento de acordo com a 
migração e mobilidade daquele local 
Quando? (Tempo) 
Intervalo de tempo (estudo de seguimento); 
Ano cronológico (2002) 
Estação do ano (tipicamente de inverno) 
Agregados (cluster temporal ex.epidêmico) 
1º Variável 
Idade e sexo 
Ex.1: Tuberculose bimodal (0-4 e 20-29 anos) 
- 2 grupos de causas componentes. Na faixa 
de 0-4 anos as causas são diferentes da faixa 
de 20-29, sendo que na primeira essas 
crianças contraíram pelo contato íntimo com 
familiares, já a segunda, pode ser por uma 
imunidade mais baixa causada por algum fator 
ou o comportamento. 
Ex.2: Acidente à veiculo motor - homens 15 a 
24 anos 
Ex.3: Prevalência de baixo peso ao nascer 
maior em mães com idades extremas 
Ex.4: Nascem mais homens - excesso 
variando de 5 a 6% (Rouquayrol & Barreto, 
2003) 
Ex.5: Risco de morrer entre os homens é 
maior do que entre mulheres; EVN é o 
contrário. 
Além disso, ao longo da vida a expectativa de 
vidas de homens e mulheres é diferente, 
sendo que as mulheres possuem maior 
expectativa. 
Raça 
Na população negra há maiores problemas 
vasculares, por exemplo. No entanto, no Brasil 
é necessário tomar cuidado no Brasil, devido à 
grande miscigenação. 
Sendo assim, deve ser feito em locais com 
m u i t a s e g r e g a ç ã o e n ã o o n d e h á 
miscigenação. 
Nível sócio-econômico 
 
2ª variável 
Va r i á v e i s g e o p o l í t i c a s = P a í s e s 
desenvolvidos, países latino americanos, 
países da ONU etc. 
Variáveis polít ico-administrativas = 
Territórios nacionais, regionais, estaduais, 
municipais, 
bairros etc. 
Variáveis geográficas = Bacias hidrográficas, 
solo, fauna e flora, vegetação, clima, 
plantações, edificações, represas, etc 
Problema de fronteiras - espalhamento da 
doenças 
Ex.1: Linfoma de Burkitt - neoplasma 
endêmico em terras baixas (abaixo de 164 m, 
com alta pluviosidade e altas temperaturas) - 
Nova Guiné (Burkitt, 1962) 
Ex.2: Bócio endêmico - doença da tireóide 
devido a escassez de iodo - falta de iodo no 
solo (alimentos e água); 
Ex.3: Psicose maníaco-depressiva é menos 
frequente em áreas cujo solo é rico em sais de 
lítio (Dawson et al, 1970) 
E x . 4 : O u t r o s : r i o s ( c a r a m u j o s - 
esquistossomose), criadouros (favorece 
doenças transmitidas por mosquito), chuvas 
(favorecem leptosirose) poluição (doenças 
respiratórias), área rural (acidente ofídico), 
casas de taipa e pau-a-pique (barbeiro - 
Doença de Chagas) 
Mapeamento 
Há um mapeamento para a avaliação 
territorial 
Jonh Snow na epidemia de cólera, Londres 
em 1854, fez uma associação espacial entre 
mortes por cólera e suprimento de água, 
mesmo sem conhecer seu agente etiológico. 
Concentração de casos em áreas próximas a 
bomba d’água Broad Street. 
Mapeamento de pessoas acometidas pela 
AIDS no Brasil 
Desenho de estudo epidemiológico onde a 
unidade de análise é uma fração do tempo e 
espaço. 
Mobilidade e Migração 
A forma como as pessoas se movimentam 
afeta na disseminação de doenças. Caso 
vivenciado atualmente é a pandemia do 
Covid-19. 
Barker (1976) - colonização de novas áreas 
em Altamira (Pará) para construção da rodovia 
Transamazônica - população imigrante 
apresentou um padrão de doença diferente da 
população autóctone: “Síndrome Hemorrágica 
de Altamira” explicação possível - maior 
densidade de mosquitos simulídeos nessas 
áreas; 
Barreto (1962) - imigrantes nordestinos na 
Amazônia atraídos pela construção da estrada 
de ferro Madeira - Mamoré na “era da 
borracha” - Excesso de óbitos por malária; 
Carvalheiro (1986) - imigrantes de Minas 
Gerais, NE e interior de SP, epidemia de 
Meningite Meningocócica, pp na periferia da 
cidade de São Paulo em 1974. 
A migração pode condicionar as formas de 
adoecimento da prole dos migrantes 
Estudo de descendentes de várias gerações 
com o objetivo de entender o quanto 
mudanças culturais e ambientais podem ser 
ser responsável por doenças particulares. As 
diferenças do perfil de adoecimento entre 
oriente e ocidente. Sendo assim, compara-se 
taxas de doenças entre a população de 
origem que não migrou, as gerações de 
emigrantes (primeira geração- próprios 
migrantes e segunda geração - seus 
descendentes) e a população destino. Idade 
que a pessoa migrou e período de latência 
são importantes nessas comparações. 
Sendo assim: 
• Fatores ambientais podem mudar quando as 
pessoas migram 
• Taxas intermediárias na 1ª e 2ª gerações 
sugerem fortemente fatores ambientai 
• Quando o fator genético é forte, as taxas 
entre as populações de origem e a primeira 
geração (mais do que as consecutivas) são 
semelhantes 
• Vieses: - diagnóstico diferente; migrante não 
é uma amostra representativa do país de 
origem; stress do imigrante pode ser fator de 
risco para doenças, por exemplo, distúrbios 
mentais; inacurácias do denominador (idade, 
sexo, raça). 
3ª Variável 
Série Temporal 
Um conjunto de observações ordenadas no 
tempo 
Objetivos: descrição do comportamento, 
predição e controle; 
Componentes componentes: tendência 
tendência; ciclos; sazonalidade sazonalidade 
e componente componente a leatór io 
(irregularidades). 
Tendência 
Descreve o comportamento geral da série 
Avaliação de impacto 
Ex.1: A introdução da combinação de pelo 
menos três drogas anti-retrovirais no 
tratamento da AIDS (1995) - tendência passou 
de ascendente para descendente (Picciotto, 
1998) 
 
Ex.2: Treinamento de pessoal da saúde e uma 
greve de médicos interferiram na tendência da 
incidência de infecção hospitalar, Tendência 
respectivamente como fator de proteção, 
diminuindo o número de casos, e como fator 
de risco, fazendo-o aumentar (Fernandez 
Pérez et al,1998); 
Ex.3: Redução das vendas de bebidas 
alcoólicas em Estocolmo foi acompanhada de 
uma redução importante da mortalidade e 
internações por doenças relacionadas com o 
consumo de álcool, como cirrose e pancreatite 
(Leifman & Romelsjo, 1997). 
Sazonalidade 
Variação ocorre dentro de um período de um 
ano 
Ex.1: Mortalidade por d.cardiovasculares e d. 
respiratórias: aumentam no inverno e 
diminuem no verão, (KUNST et al, 1993; 
SAEZ et al., 1995); 
Ex.2: Picadas de cobra e escorpião - maior 
incidência nos períodos chuvosos (os animais 
saem mais de seus refúgios à procura de 
locais secos (PEREIRA, 1995); 
Ex.3: Diarréias infecciosas infantis guardam 
estreita relação com a etiologia e a forma 
predominante de transmissão: Protozoários e 
bactérias - transmissão fecal-oral (diarréia de 
verão); vírus - predominante de transmissão 
respiratória (diarréia de inverno). (ROBINS-
BOWNE, 1984). Epidemiologia da diarréia por 
rotavirus ~ a do sarampo. 
Ex.4: Dengue no verão 
Ciclicidade 
Picos na freqüência de uma doença ocorridos 
em um período maior que um ano 
Ex: Sarampo - ciclos bienais (antes das 
campanhas de vacinação) 
Irregularidades 
Alterações aleatórias da frequência da doença 
ou inesperadas (não explicadas pelas demais 
componentes da série histórica). 
Ex: Aumentou o número de casos de sífilis e 
a s m u l h e r e s n ã o e s t a v a m f a z e n d o 
acompanhamento, assim aumentaram os 
casos de sífilis congênita e não por muitas 
pessoas estarem fazendo sexo sem 
camisinha, ou seja, não foi um fator explicado 
pelos componentes da série histórica, mas por 
outros fatores. 
Monitoramento e Controle 
Detectar precocemente mudanças na 
frequência das doenças; 
Métodos estatísticos de análise de séries 
temporais 
Diagrama de controle (baseado na distribuiçãonormal ou em quartis) - frequentemente 
utilizado. 
Abrangência das epidemias 
Surto epidêmico = Ex: infecção alimentar em 
uma creche devido a contaminação da caixa 
d’água; 
Epidemia = Passa-se do que é esperado em 
determinada época Ex: dengue no município 
do Rio de Janeiro em 2001/2002; 
Pandemia = Passa-se do que é esperado em 
de te rminada época em abrangênc ia 
continental. Ex: cólera, AIDS 
Endemia = Esperado em determinada época 
do ano. Ex: casos de hanseníase no 
município do Rio de Janeiro 
Aspectos diferenciais das epidemias 
Quanto à velocidade do processo na fase 
inicial 
Epidemia exp los iva (mac iça) ráp ida 
progressão atingindo o pico de incidência em 
um curto período de tempo, declinado logo a 
seguir; comunidade altamente suscetível. 
Ex: intoxicação alimentar 
Epidemia lenta a velocidade da etapa inicial é 
bem mais lenta; agentes com baixa resistência 
ao meio exterior, populações altamente 
resistentes ou imunes. 
Ex: AIDS 
Quanto ao mecanismo de transmissão 
Epidemia progress iva ou propagada 
transmissão pessoa-pessoa ou por vetores 
Ex: meningite meningocóccica, AIDS e 
sarampo (em indígenas pode ser maciça) 
Epidemia por fonte comum inexistência de 
mecanismo de transmissão hospedeiro-
hospedeiro; veículo comum 
Ex: Infecção alimentar

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