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Clostridios enterotox
Universidade Estácio de Sá
Cabo Frio 
O que são Clostridios enterotox ? 
Os Clostridios enterotox são um grupo de bactérias do gênero Clostridium que possuem a capacidade de produzir toxinas que afetam o trato gastrointestinal. Essas toxinas são chamadas de enterotoxinas e podem causar doenças intestinais em humanos e animais.
Bactérias anaeróbicas, o que significa que crescem em ambientes com baixo teor de oxigênio, como o intestino. Elas podem ser encontradas no solo, na água, em alimentos contaminados e também no trato intestinal de humanos e animais saudáveis.
Clostridium perfringens
Clostridium perfringens é uma espécie de bactéria anaeróbica a Gram-positive do gênero Clostridium. É amplamente distribuída na natureza e pode ser encontrada no solo, no trato intestinal de animais e também no ambiente. Existem diferentes tipos de C. perfringens, classificados com base nas toxinas que produzem. Esses tipos são denominados A, B, C, D e E.
Ciclo de vida do Clostridium perfringens
Formação de esporos: O C. perfringens forma esporos resistentes no ambiente quando as condições são desfavoráveis, como falta de nutrientes ou oxigênio.
Ingestão: Os esporos do C. perfringens podem ser ingeridos por humanos ou animais através do consumo de alimentos contaminados. Isso pode ocorrer quando os alimentos são mal cozidos ou armazenados em temperaturas inadequadas.
Germinação: Após a ingestão, os esporos do C. perfringens podem chegar ao intestino humano ou animal. Lá, os esporos germinam e se transformam em células vegetativas, que são a forma ativa e crescente da bactéria.
Multiplicação: As células vegetativas do C. perfringens começam a se multiplicar rapidamente no intestino, aproveitando os nutrientes disponíveis. A bactéria produz enzimas e toxinas que ajudam na sua sobrevivência e também podem causar danos ao hospedeiro.
Produção de toxinas: Durante a multiplicação, o C. perfringens produz toxinas, como a toxina alfa, que é uma das principais responsáveis pelos sintomas da intoxicação alimentar. Essas toxinas podem causar danos ao revestimento do intestino e também têm efeitos sistêmicos no organismo.
Eliminação: Após um período de crescimento, as células do C. perfringens são eliminadas do organismo através das fezes. Essas células podem se transformar novamente em esporos, prontos para iniciar um novo ciclo se encontrarem as condições adequadas no ambiente
Formas de infecção
Intoxicação alimentar- A forma mais comum de infecção por Clostridium perfringens é através da ingestão de alimentos contaminados com a bactéria ou suas toxinas.
Infecção de feridas- Clostridium perfringens pode causar infecções em feridas abertas, especialmente quando há contaminação com terra, detritos ou outros materiais contaminados com a bactéria.
Baixa na imunidade-Animais com sistema imunológico enfraquecido têm maior probabilidade de desenvolver infecções bacterianas, incluindo infecções por Clostridium perfringens. Isso pode ser especialmente relevante em animais jovens, idosos ou com doenças subjacentes que afetam sua imunidade.
Clostridium perfringens
Sinais clínicos 
Diarreia-caracterizada por fezes líquidas ou pastosas. A diarreia pode ser súbita e intensa, e pode conter muco ou sangue
Dor abdominal-manifestada por vocalização, inquietação e sensibilidade ao toque na região abdominal.
Letargia-podem parecer cansados, ter uma diminuição na atividade normal e ficar deitados por períodos prolongados.
Distúrbios neurológicos (raro)-pode levar ao desenvolvimento de distúrbios neurológicos, como convulsões, paralisia ou problemas de coordenação
Clostridium perfringens tipo C
Diarreia- As fezes podem ser líquidas, frequentes e acompanhadas de muco ou sangue.
Letargia e fraqueza- Podem apresentar letargia, fraqueza e diminuição da atividade normal. Eles podem parecer cansados e ficar deitados por longos períodos.
Anorexia- Podem perder o apetite e recusar a alimentação normal. Isso pode levar à perda de peso rápida e a uma condição corporal pobre.
Distensão abdominal- A presença de gás e a inflamação intestinal podem causar distensão abdominal em leitões infectados.
Morte súbita: Em casos graves, a infecção por C. perfringens tipo C pode levar à morte súbita de leitões, especialmente em animais jovens.
Sinais clínicos 
Clostridium perfringens tipo D
Sinais clínicos 
Distúrbios neurológicos- como convulsões, tremores musculares, opistótono (extensão rígida do pescoço) e paralisia. 
Aumento da frequência cardíaca e respiratória- Em casos graves de enterotoxemia, animais infectados podem apresentar aumento da frequência cardíaca e respiratória.
Diarreia- As fezes podem ser líquidas, frequentes e acompanhadas de muco ou sangue.
Distensão abdominal- A presença de gás e a inflamação intestinal podem causar distensão abdominal em leitões infectados.
Diagnóstico 
Exame clínico e histórico- O veterinário irá avaliar os sintomas clínicos apresentados pelo animal, além de obter informações sobre o histórico da doença, exposição a fatores de risco e qualquer ferida ou lesão relevante.
Exame bacteriológico- A cultura bacteriana é um método comum para o diagnóstico de Clostridium perfringens em animais. Isso envolve a coleta de amostras apropriadas, como fezes, tecidos afetados, fluidos corporais ou secreções.
Testes de detecção de toxinas: Clostridium perfringens produz várias toxinas, e a detecção dessas toxinas pode ser usada como uma ferramenta de diagnóstico. 
Tratamento
Antibióticos: A escolha do antibiótico depende da sensibilidade da bactéria aos medicamentos e das considerações clínicas específicas. Alguns antibióticos comumente utilizados incluem penicilinas, cefalosporinas, clindamicina e metronidazol. 
Controle da dor: Se houver dor associada à infecção, podem ser prescritos analgésicos adequados para alívio do desconforto.
Tratamento de suporte: Em casos de infecções graves, podem ser necessárias medidas de suporte, como administração de fluidos intravenosos para tratar a desidratação e manter o equilíbrio eletrolítico adequado
É importante seguir as orientações do veterinário e completar o curso completo do tratamento.
Controle e Prevenção
Boas práticas de manejo e higiene-garantir a limpeza regular das instalações e dos equipamentos utilizados pelos animais, além de promover a higiene pessoal dos tratadores, como a lavagem adequada das mãos antes e após o contato com os animais.
Vacinação: Em algumas espécies de animais, como aves de corte e suínos, vacinas específicas estão disponíveis para prevenir infecções por Clostridium perfringens
Manejo adequado da alimentação: armazenamento adequado dos alimentos, a oferta de ração limpa e de qualidade, além de evitar mudanças bruscas na dieta.
Controle de estresse e imunidade: O estresse crônico e a imunossupressão podem predispor os animais a infecções por Clostridium perfringens. Portanto, é importante fornecer um ambiente adequado, com espaço adequado, conforto térmico e manejo adequado do estresse, além de garantir uma nutrição balanceada para fortalecer o sistema imunológico dos animais.
Monitoramento e diagnóstico precoce: É fundamental realizar monitoramento regular dos animais, observando qualquer sinal clínico sugestivo de infecção por Clostridium perfringens. O diagnóstico precoce permite o início rápido do tratamento e a implementação de medidas de controle apropriadas para evitar a disseminação da infecção.
Clostridium difficile
Clostridium difficile é uma bactéria anaeróbica Gram-positiva que pode causar infecções no trato gastrointestinal, especialmente em pacientes hospitalizados ou em uso prolongado de antibióticos. Essa bactéria é conhecida por produzir toxinas. Clostridium difficile é um patógeno oportunista e sua infecção está frequentemente associada ao uso de antibióticos de amplo espectro, que podem perturbar o equilíbrio da flora intestinal normal, permitindo a proliferação excessiva da bactéria.
Formação de esporos: O C. difficile forma esporos resistentes no ambiente quando as condições sãodesfavoráveis, como falta de nutrientes ou oxigênio.
Ingestão: Os esporos do C. difficile podem ser ingeridos por humanos ou animais através do consumo de alimentos contaminados ou do contato com superfícies contaminadas. Além disso, eles também podem ser transmitidos de animal para pessoa ou animal para animal.
Germinação: Após a ingestão, os esporos do C. difficile podem chegar ao intestino. Lá, os esporos germinam e se transformam em células vegetativas, que são a forma ativa e crescente da bactéria.
Colonização: As células vegetativas do C. difficile colonizam o intestino grosso, onde se multiplicam rapidamente e se aderem à mucosa intestinal. Essa colonização pode levar à disbiose, um desequilíbrio na flora intestinal normal.
Produção de toxinas: O C. difficile produz duas principais toxinas, a toxina A e a toxina B. Essas toxinas danificam as células intestinais e causam inflamação, resultando em sintomas como diarreia, cólicas abdominais e febre.
Ciclo do Clostrium difficile
Formação de pseudomembranas: Em casos mais graves, a infecção pelo C. difficile pode levar à formação de pseudomembranas no revestimento do cólon. Essas pseudomembranas são uma combinação de células mortas, muco e bactérias, e podem causar complicações adicionais.
Disseminação e transmissão: O C. difficile pode ser eliminado nas fezes dos indivíduos infectados. Isso leva à disseminação da bactéria e à contaminação do ambiente. Pessoas saudáveis ​​e outras pessoas em ambientes de cuidados de saúde podem ser infectadas pelo contato com superfícies ou objetos contaminados.
Formas de infecção
Transmissão de pessoa para animal-Animais, como cães e gatos, podem ser colonizados com Clostridium difficile por meio do contato com pessoas infectadas. 
Transmissão de animal para animal- A transmissão direta de Clostridium difficile entre animais pode ocorrer, especialmente em ambientes onde vários animais estão próximos, como em abrigos de animais, fazendas ou clínicas veterinárias.
Ambientes contaminados: Os animais podem se infectar por Clostridium difficile ao entrar em contato com ambientes contaminados, como gaiolas, pisos, camas ou equipamentos veterinários que foram previamente expostos às esporas da bactéria.
Clostridium difficile
Sinais clínicos 
Diarreia- A diarreia pode variar de leve a grave e pode ser acompanhada de muco e/ou sangue nas fezes.
Perda de apetite- perda de apetite e relutância em comer.
Desidratação: A diarreia persistente pode levar à desidratação em animais infectados.
Letargia- podem mostrar sinais de letargia, falta de energia e apatia.
Perda de peso: A infecção por Clostridium difficile pode levar à perda de peso em animais afetados.
Febre- Em casos mais graves, pode ocorrer febre em animais infectados.
Diagnóstico
Análise de amostras fecais: A coleta de amostras fecais do animal infectado é essencial para o diagnóstico. Essas amostras podem ser analisadas para detectar a presença da bactéria ou de suas toxinas. Existem diferentes testes disponíveis, incluindo ensaios de detecção de antígenos específicos de Clostridium difficile e ensaios de detecção de toxinas A e B.
Cultura bacteriana: A cultura bacteriana pode ser realizada usando amostras fecais para isolar e identificar a presença de Clostridium difficile. 
Testes de sensibilidade a antibióticos: Em alguns casos, é realizado um teste de sensibilidade a antibióticos para determinar a eficácia dos medicamentos no tratamento da infecção.
Tratamento
Antibióticos: Antibióticos específicos podem ser metronidazol e vancomicina. O veterinário determinará a escolha do antibiótico com base na sensibilidade da bactéria e nas considerações individuais do animal.
Terapia de suporte: Em casos de infecção grave, pode ser necessário fornecer terapia de suporte para ajudar o animal a se recuperar. Isso pode incluir a administração de fluidos intravenosos para tratar a desidratação, reposição de eletrólitos e suporte nutricional adequado.
Terapia probiótica: ajuda a restaurar o equilíbrio da flora intestinal saudável. Os probióticos são bactérias benéficas que ajudam a repovoar o intestino.
Medidas de controle de infecção: inclui a limpeza e desinfecção adequadas do ambiente, a separação de animais infectados dos saudáveis e a adoção de boas práticas de higiene, como lavagem adequada das mãos.
Boas práticas de higiene: lavagem frequente das mãos com água e sabão, especialmente após manusear animais ou entrar em contato com suas fezes. O uso de luvas descartáveis durante procedimentos de cuidados com animais também é recomendado.
Desinfecção ambiental: É importante realizar uma limpeza adequada e desinfecção do ambiente onde os animais são mantidos. O uso de desinfetantes eficazes contra Clostridium difficile, como soluções de hipoclorito de sódio ou peróxido de hidrogênio, pode ajudar a reduzir a carga bacteriana no ambiente.
Isolamento de animais infectados: Se um animal for diagnosticado com infecção por Clostridium difficile, é recomendável isolá-lo dos demais animais saudáveis para evitar a disseminação da bactéria. Isso inclui a separação física e o uso de equipamentos e utensílios exclusivos para o animal infectado.
Uso prudente de antibióticos: O uso excessivo e indiscriminado de antibióticos pode contribuir para o desenvolvimento de infecções por Clostridium difficile. É importante seguir as orientações do veterinário ao prescrever e administrar antibióticos, evitando o uso desnecessário e garantindo a duração adequada do tratamento.
Monitoramento e rastreamento: Realizar monitoramento regular e rastreamento de casos de infecção por Clostridium difficile em animais pode ajudar a identificar surtos e implementar medidas de controle mais eficazes.
Conclusão
O Clostridium perfringens é uma causa comum de enterite necrótica em aves e pode causar diarreia em outros animais, como suínos, bovinos e pequenos ruminantes. Essa bactéria produz diversas toxinas que podem danificar o revestimento intestinal e causar inflamação.
O Clostridium difficile, por sua vez, é uma causa importante de diarreia em animais, incluindo cães e gatos. Essa bactéria produz toxinas que afetam a integridade do revestimento intestinal, resultando em sintomas como diarreia grave, desidratação e dor abdominal.
Consultar um veterinário é fundamental para o diagnóstico, tratamento e prevenção adequados das infecções por clostrídios enterotoxigênicos em animais. O veterinário pode fornecer orientações específicas com base na espécie animal, gravidade da infecção e outras considerações individuais, garantindo a saúde e bem-estar dos animais.
Referencias utilize a câmera do smartphone
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