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FUNDAMENTOS 
SOCIOLÓGICOS E 
FILOSÓFICOS DA 
EDUCAÇÃO
E-book 1
Maurício Tintori
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
O CONHECIMENTO ������������������������������������4
O Conhecimento Religioso ��������������������������������������8
O Conhecimento Filosófico �������������������������������������9
O Conhecimento Científico ����������������������������������� 13
FILOSOFIA E EDUCAÇÃO ������������������������17
A Filosofia �������������������������������������������������������������� 17
Filosofia da Educação ������������������������������������������ 22
O Paradigma Clássico em Filosofia da 
Educação ��������������������������������������������������������������� 27
Platão e o surgimento da Filosofia da Educação 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������34
SÍNTESE �������������������������������������������������������36
2
INTRODUÇÃO
Aqui você aprenderá sobre as diferentes formas de 
conhecimento que servem como base para a huma-
nidade compreender o mundo. Entre elas, citamos 
quatro formas de conhecimento: o religioso, o filo-
sófico, o senso comum e o científico. Cada um deles 
tem as suas especificidades e, muitas vezes, entram 
em conflito uns com os outros, embora seja possível 
conciliá-los, como defendem diversos pensadores 
contemporâneos da pós-modernidade. 
Também veremos a relação entre filosofia e educa-
ção, abordando primeiramente o conceito de filosofia 
e as origens desse tipo de conhecimento na Grécia 
Antiga e, em seguida, algumas reflexões sobre a im-
portância da filosofia na educação, tanto como um 
meio de refletir sobre as diversas práticas pedagógi-
cas quanto para estabelecer políticas educacionais.
Por fim, abordaremos o paradigma clássico da filoso-
fia da educação, embasado nas reflexões de Platão 
sobre o papel da educação na sociedade, principal-
mente como instrumento de transformação. 
Estes conteúdos são importantes para a compreen-
são da relevância de tais de tipos de conhecimento e 
para o entendimento das diversas teorias filosóficas 
e sociológicas da educação, algo essencial para o 
futuro profissional de pedagogia.
3
O CONHECIMENTO
Neste tópico, abordaremos o conceito de conheci-
mento, ressaltando a sua importância para o desen-
volvimento das sociedades ao redor do mundo, em 
um contexto no qual o homem, para sobreviver, ne-
cessita desenvolver técnicas para dominar a natureza 
e retirar dela o seu sustento. 
A humanidade procura compreender o mundo e seus 
fenômenos há milhares de anos. A busca para satis-
fazer as necessidades humanas, desde as espirituais 
até as materiais mais básicas, como alimentar-se, 
fez com que as coletividades humanas procurassem 
formas de compreender a sua realidade. Na maior 
parte da história, as sociedades humanas buscaram 
conhecer os fenômenos naturais e a convivência 
social por meio de explicações sobrenaturais, rela-
cionando-os com divindades que atuariam de forma 
arbitrária tanto sobre a vida humana quanto no meio 
ambiente, ou também sobre a aparência do que era 
observado, sem preocupações de compreender o 
porquê e como tais fenômenos ocorrem.
Tal processo alterou-se substancialmente a partir 
de dois importantes movimentos intelectuais ocorri-
dos na Europa Ocidental no que chamamos de Idade 
Moderna. O primeiro movimento foi o Renascimento, 
ocorrido inicialmente na Itália, entre o final do sé-
culo 15 e o decorrer do século 16, um período em 
que emergiram o racionalismo (a crença de que a 
razão explicaria todos os fenômenos da natureza e 
da sociedade), e o humanismo (a ideia de que a ação 
humana movimenta a história, e não a intervenção 
divina). Já o segundo movimento, que na realidade 
aprofundou as premissas do Renascimento, foi o 
4
Iluminismo, cujo auge ocorreu no século 18, princi-
palmente na França e na Grã-Bretanha. O movimento 
defendia a necessidade de compreender todos os 
fenômenos cientificamente, objetivando acabar com 
as supostas “visões supersticiosas” sobre a realidade 
humana defendida pela Igreja Católica por meio dos 
seus dogmas e sustentadas pelo Antigo Regime, 
que visava à manutenção da hegemonia social da 
nobreza e da realeza absolutista. 
Figura 1: O Humanismo representado por Leonardo da Vinci. Fonte: 
The Learner's Guide.
5
https://thelearnersguild.wordpress.com/2008/06/25/learner%E2%80%99s-journals/
Podemos considerar que o conhecimento é o que 
diferencia os homens dos animais. Assim como os 
animais, os seres humanos agem instintivamente, 
ou seja, manifestam comportamentos e reações es-
pontâneas como andar, correr, respirar etc. Também 
como os animais, os seres humanos podem agir a 
partir dos sentimentos, boa parte deles transmiti-
dos hereditariamente por meio dos genes. Assim, 
homens e mulheres podem sentir frio, calor, medo, 
prazer, amor etc. Entretanto, diversas habilidades 
humanas só foram desenvolvidas devido às dificul-
dades impostas pela natureza na sua luta pela so-
brevivência. Entre essas habilidades, podemos citar 
o trabalho e a capacidade de viver socialmente e 
organizar-se de forma comunitária, possíveis apenas 
por meio do conhecimento, passado e modificado por 
meio do processo histórico no qual as sociedades 
se desenvolvem.
Mas, como podemos definir o que é o conhecimento? 
Podemos definir o conhecimento como o conjun-
to de todas as práticas desenvolvidas pelos seres 
humanos visando a sua sobrevivência na natureza, 
sendo esse transmitido para as gerações futuras por 
meio da preservação de sua memória e comparti-
lhamento com todos os membros da comunidade. 
Um ser humano expressa o seu conhecimento quan-
do alguma situação cotidiana assim o exige, sendo 
esse manifestado de diversas formas, dependendo 
da realidade e da personalidade de cada indivíduo. 
Os seres humanos aprendem uns com os outros 
em diversas situações, desde a convivência familiar, 
passando pela escola e incluindo a socialização com 
os demais componentes de uma sociedade. 
6
Figura 2: Pai e filho andando de bicicleta. Fonte: Pixabay. 
REFLITA
De que forma a aprendizagem do conhecimento 
ocorre entre pais e filhos? Uma das formas mais co-
muns desse tipo de aprendizagem é o processo no 
qual as crianças começam a adquirir as habilidades 
necessárias para andar de bicicleta. Geralmente, 
boa parte das novas gerações aprende a andar de 
bicicleta por meio do convívio e incentivo dos pais, 
que aprenderam e foram incentivados a andar de 
bicicleta também pelos seus próprios pais. Dessa 
forma, o conhecimento necessário para dirigir esse 
meio de transporte ocorre por meio da transmissão 
das habilidades requeridas de pai para filho.
7
https://pixabay.com/pt/photos/andar-de-bicicleta-ciclistas-tandem-659780
O Conhecimento Religioso
Foi por meio do conhecimento religioso, a primeira 
forma de conhecimento desenvolvida pela humani-
dade, que várias sociedades procuraram explicar os 
fenômenos da natureza e a sua própria realidade.
Tal conhecimento está relacionado à procura de um 
sentido para a vida, geralmente ligado à expectativa 
da existência de uma vida após a morte. Por meio 
desse tipo de conhecimento, estabeleceu-se a crença 
em seres imaginários, tidos como superiores aos 
seres humanos por sua suposta imortalidade, além 
de terem o poder sobre os fenômenos da natureza 
e de influenciarem no destino dos seres humanos. 
Por meio do conhecimento religioso, diversas so-
ciedades estabeleceram códigos ético-morais que 
serviram como normas reguladoras da vida social. 
Como exemplo, podemos citar os Dez Mandamentos, 
base da legislação do povo hebreu na Antiguidade. 
Figura 3: Conhecimento Religioso. Fonte: Pixabay.
8
https://pixabay.com/pt/photos/b%C3%ADblia-ros%C3%A1rio-ter%C3%A7o-cruz-jesus-641636. 
O Conhecimento Filosófico
Neste tópico, abordaremos o conhecimento filosófi-
co, a primeira forma de contestação ao conhecimen-
to religioso, cujas principais características estão li-
gadas à valorização do pensamento lógico e racional. 
A Filosofia tem como um dos objetivos, assimcomo 
o conhecimento religioso, a busca pela compreen-
são do sentido da vida. Entretanto, ela propõe outro 
caminho para tal processo, enfatizando a necessi-
dade de desenvolver o pensamento lógico-racional. 
Posteriormente, tal perspectiva também foi adotada 
pela Ciência. Mas, é importante enfatizar que, en-
quanto o conhecimento científico valoriza a obser-
vação, a experiência e a pesquisa, o conhecimento 
filosófico mantém como base a reflexão especulativa 
e, muitas vezes, subjetiva do filósofo. Como estuda-
remos adiante, o conhecimento filosófico questiona 
o que parece banal, natural e consensual, instigando 
uma análise mais aprofundada da realidade.
Podcast 1 
9
https://famonline.instructure.com/files/118628/download?download_frd=1
Figura 4: Estátua de Sócrates. Fonte: Pixabay. 
O Senso Comum
Neste tópico, abordaremos o conceito de senso co-
mum, muitas vezes identificado como o chamado 
“conhecimento popular”, o qual homens e mulheres 
frequentemente utilizam tanto para superar seus 
problemas cotidianos quanto para extrair dele a sua 
visão de mundo. 
O senso comum é um conhecimento considerado 
espontâneo, pois é retirado das experiências cotidia-
nas do homem comum e é o elemento com o qual 
ele procura responder a vários dilemas que marcam 
a sua vida cotidiana. Apesar de espontâneo, o senso 
comum é um tipo de conhecimento constantemente 
atualizado por meio da comunicação entre os indi-
víduos e destes com as instituições existentes em 
10
https://pixabay.com/pt/photos/filosofia-gr%C3%A9cia-s%C3%B3crates-est%C3%A1tua-2603284
sua sociedade. Além disso, o senso comum é here-
ditário, pois é transmitido de geração para geração. 
Entretanto, ele é um tipo de conhecimento ametódi-
co ou assistemático, já que se apresenta de forma 
desorganizada, desprovido de qualquer método ou 
racionalidade. 
Na realidade, o senso comum se apresenta como 
um conhecimento acrítico, não problematizado e, 
por isso, tido como natural. Além disso, ele se pren-
de apenas às aparências do objeto, não se aprofun-
dando de forma crítica e complexa sobre ele. Tal 
conhecimento é fragmentário, pois não se propõe 
a fazer ligações com outros aspectos da realidade 
e, portanto, não tem uma visão totalizadora sobre 
determinado fenômeno. O senso comum tem a pre-
tensão de fazer-se um conhecimento universal e ge-
neralizado, que supostamente pode ser aplicado a 
todos os outros objetos de pesquisa e análise sem 
atentar para as suas particularidades. Por fim, ele é 
subjetivo, pois expressa um conjunto de ideias par-
ticular, apesar das pretensões à universalidade e à 
generalidade. 
Devido às características elencadas anteriormente, 
a maioria dos intelectuais e cientistas considera o 
senso comum uma forma de consciência precária, 
limitada e superficial, que pode tender para o pre-
conceito. Entretanto, a partir da segunda metade do 
século 20, grupos de intelectuais deram um novo va-
lor ao senso comum, inclusive defendendo que este 
pode fortalecer-se ao dialogar com o conhecimento 
filosófico e científico. 
11
SAIBA MAIS
Sobre a relação entre o senso comum e a ciência 
na contemporaneidade, leia o livro Uma nova ciên-
cia para um novo senso comum, de Marcelo Go-
mes Germano, disponível em:http://books.scielo.org/
id/qdy2w. 
Figura 5: Futebol é só para meninos? Quebrando o senso comum. Fonte: 
Pixabay. 
12
http://books.scielo.org/id/qdy2w
http://books.scielo.org/id/qdy2w
https://pixabay.com/pt/photos/futebol-feminino-bola-de-futebol-1598691
O Conhecimento Científico
As origens do conhecimento científico moderno 
datam do século 16, no contexto do Renascimento 
Italiano. Coube ao astrônomo italiano Galileu Galilei 
(1564-1642) a criação do método de pesquisa cientí-
fica, enquanto o filósofo e matemático francês René 
Descartes (1596-1650) inovou ao introduzir o racio-
nalismo como meio de análise e reflexão do objeto 
científico. O racionalismo cartesiano e o humanismo 
renascentista foram aprofundados conceitualmente 
no século 18, com o Iluminismo, movimento intelec-
tual e filosófico que defendia a razão como instru-
mento para a conquista do progresso para toda a 
humanidade.
Figura 6: Galileu Galilei. Fonte: Wikimedia. 
13
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Galileo_Galilei.jpg
FIQUE ATENTO
Galileu Galilei e René Descartes são considera-
dos os fundadores da Ciência Moderna. O primei-
ro é considerado o criador do método de pesqui-
sa científica moderno que, através da observação 
dos astros e a partir das teorias de Copérnico e 
Giordano Bruno, concluiu que a Terra gira em tor-
no do Sol, como os demais planetas (o heliocen-
trismo), contestando as teses da Igreja Católica 
que afirmavam ser a Terra o centro do Universo. 
Por causa de suas ideias, Galileu Galilei foi per-
seguido pela Inquisição e teve de negar as suas 
descobertas. Já René Descartes foi o introdutor 
do método racional de análise científica, sendo 
reconhecido como uma das principais figuras da 
Revolução Científica e um dos fundadores do Ilu-
minismo. O filósofo e matemático francês ficou 
conhecido pela frase: “Penso, logo existo”.
14
Figura 7: René Descartes. Fonte: Wikimedia. 
A principal característica do conhecimento científico 
é a utilização de uma metodologia de pesquisa e aná-
lise rígida, além de uma linguagem formal, visando 
à criação de um tipo de conhecimento sistemático, 
objetivo e universal. O objetivo de uma pesquisa cien-
tífica é identificar a regularidade de um determinado 
fenômeno, com o intuito de prever acontecimentos 
visando a planejar ações do homem sobre a natureza 
para suprir as suas necessidades. 
O conhecimento científico delimita-se em várias disci-
plinas e áreas de pesquisa, cada uma delas com suas 
próprias metodologias, práticas e reflexões. Tem a 
tendência à generalidade, ou seja, as conclusões 
15
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Frans_Hals_-_Portret_van_Ren%C3%A9_Descartes.jpg
não são restritas ao objeto observável, mas incluem 
a todos aqueles com o qual tem similaridade. Sua 
construção ocorre a partir da verificação da regula-
ridade dos fenômenos por meio da adoção de uma 
postura objetiva e, na medida do possível, neutra, por 
parte do cientista ou pesquisador, embora as áreas 
das ciências humanas e sociais sejam mais flexíveis 
quanto a tal questão, sendo mais permeáveis à sub-
jetividade do pesquisador. 
Figura 8: O conhecimento científico. Fonte: Freepik.
16
https://br.freepik.com/vetores-gratis/simbolos-de-ciencia-e-recipiente-de-vidro_1372615.htm
FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
Inicialmente, abordaremos o conceito de filosofia 
e suas origens para, em seguida, analisar o que é 
a filosofia da educação e suas relações com a pe-
dagogia e as Ciências da Educação. Tal conteúdo é 
importante para a compreensão da importância da 
filosofia para o desenvolvimento teórico e prática do 
futuro profissional da área de pedagogia. 
A Filosofia
A princípio, podemos pensar a filosofia como uma 
forma de reflexão que, partindo de questões simples, 
pretende-se aprofundar-se em um tema com o in-
tuito de compreender a sua essência. Como aponta 
Ghiraldelli Jr. (2006, p.13), “O filósofo é aquele que 
ouve o ‘é assim mesmo’ e, em seguida, já começa a 
pensar que talvez seja o caso de perguntar ‘deve ser 
assim mesmo?’”. Ou seja, o filósofo é aquele que não 
se satisfaz com a naturalização das coisas, questio-
nando porque elas são dessa forma e, mais do que 
isso, se elas poderiam ser de outra forma.
A filosofia não se satisfaz com as respostas simples, 
presentes no imaginário do senso comum. O filóso-
fo se propõe a analisar profundamente a realidade 
humana. Por exemplo, enquanto o senso comum 
considera que os pobres são pobres porque não 
têm talento ou são preguiçosos, o filósofo procura ir 
17
mais a fundo: ele questiona as causas da pobreza, 
lembrando que muitos pobres são trabalhadores e 
demonstram talento para os ofícios que realizam, 
mas mesmo assim não ascendem socialmente e 
continuam pobres. 
REFLITA
A pobreza é algo natural?A desigualdade social 
entre ricos e pobres é justa? Para boa parte das 
pessoas, pobres sempre existiram e sempre vão 
existir, mas será que isso corresponde com a reali-
dade? Estudante, faça uma reflexão sobre o tema, 
imaginando como seria um mundo sem pobreza e 
mais igualitário e se isso é possível ou não. 
Figura 9: A pobreza é banal? Fonte: PXhere. 
O filósofo não se conforma com o banal e o aparen-
te. Ele procura incansavelmente, de forma racional 
18
https://pxhere.com/pt/photo/13527
e lógica, o que está por trás do banal, do aparente. 
Ou seja, o real das coisas, a sua essência, que pare-
ce estar invisível para a grande maioria das pesso-
as, conformadas e satisfeitas com as explicações 
imediatas, simples, descomplicadas e, geralmente, 
equivocadas e que induzem ao erro. Para Ghiraldelli 
Jr. (2006, p.15): “A pergunta tipicamente filosófica é 
aquela que se dirige ao banal exatamente para torná-
-lo não mais banal”. A filosofia desbanaliza o banal ao 
indagar constantemente, de forma racional, o porquê 
das coisas, procurando as razões e as causas delas.
Na filosofia, está presente a especulação. As refle-
xões filosóficas não estão limitadas, apenas, à refle-
xão da realidade presente, mas imaginam um futuro 
possível. A maioria das pessoas não tem tal atitude, 
pois não consegue perceber a lógica que está por 
trás da aparência do real e que o determina. Talvez 
por isso essas pessoas, guiadas e satisfeitas com 
o senso comum, olham com desconfiança, incom-
preensão e até temor a filosofia e aquele que faz as 
especulações filosóficas, no caso, o filósofo. Por 
esse motivo, em boa parte da História da Educação 
brasileira, a filosofia foi abolida das grades curricu-
lares das escolas brasileiras, pois geralmente ela é 
ameaçadora para aqueles que mantêm seu poder 
na sociedade devido à manipulação que impetram 
sobre a maior parte das pessoas.
Aqueles que se incomodam com a filosofia consi-
deram-na inútil. Mas, na realidade, a temem não por 
sua suposta inutilidade, mas sim pelo potencial que 
tem de incomodar.
19
As origens da filosofia remontam à Grécia Antiga, 
por volta do século 6 a.C., sendo Pitágoras de Samos 
(582-497 a.C.) o primeiro a utilizar a palavra filoso-
fia, cujo significado é amor ou respeito ao saber. O 
objetivo da filosofia é explicar o mundo por meio 
do uso da lógica e da razão, interligando as causas 
e consequências de determinados fenômenos por 
meio de questões que os problematizam. A filosofia 
se opõe às explicações mitológicas sobre o mun-
do, hegemônicas naquele contexto da Antiguidade 
Clássica, que interpretam o mundo de forma mágica 
e sobrenatural, em que entidades superiores aos 
seres humanos comandam o cotidiano mundano. 
Entretanto, os primeiros filósofos, conhecidos como 
pré-socráticos, não faziam reflexões sobre o mundo 
humano e seus dilemas éticos e morais, se restrin-
gindo apenas às meditações sobre a relação entre 
o homem e a natureza. Foi apenas com Sócrates 
(470-399 a.C.) que os dilemas éticos e morais da 
humanidade começaram a ser objeto de reflexão 
por parte dos filósofos.
FIQUE ATENTO
O filósofo ateniense Sócrates é considerado um 
dos fundadores da filosofia ocidental. Entretanto, 
ele não deixou nenhuma obra escrita, sendo que 
boa parte de suas reflexões e ensinamentos são 
conhecidos através das obras de dois de seus 
discípulos, Platão (428 a.C.– 347 a.C.) e Xenofon-
te (431 a.C. – 354 a.C.). Como método filosófico, 
Sócrates costumava questionar pessoas comuns 
20
no meio da rua perguntando sobre assuntos apa-
rentemente banais, que supostamente todas as 
pessoas, independente do grau de inteligência ou 
instrução, saberiam responder. Entretanto, o filó-
sofo continuava questionando e aprofundando o 
tema até que o indivíduo chegasse ao ponto que 
ele próprio percebesse a sua ignorância sobre o 
assunto. Por questionar a existência dos deuses, 
Sócrates foi condenado à morte, sendo obrigado 
a ingerir um veneno denominado cicuta.
Figura 10: Sócrates. Fonte: Wikimedia. 
21
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:S%C3%B3crates.jpeg
Filosofia da Educação
A Filosofia da Educação ocupa-se com temas e 
levanta opiniões sobre a prática educacional que, 
geralmente, não são percebidas por outros ramos 
de análise da área pedagógica, como são os ca-
sos das disciplinas de caráter científico (Sociologia 
da Educação, História da Educação, Psicologia da 
Educação etc.) e do ensino religioso. Para ficar mais 
claro, citamos alguns exemplos. O cientista da edu-
cação procura explicar certos fenômenos como a 
evasão escolar, o deficit educacional, as razões do 
fracasso escolar de grande parte da população etc., 
por intermédio de uma análise racional embasada por 
dados estatísticos e outros tipos de fontes, muitas 
vezes produzindo uma linguagem técnica sobre o 
assunto e com o objetivo de encontrar mecanismos 
que tornem possível a superação de tais problemas.
Já o religioso envolvido na área da educação preo-
cupa-se principalmente em planejar regras e normas 
voltadas para a aprendizagem de certos valores es-
pirituais, éticos e morais de uma determinada crença 
por parte das novas gerações. O objetivo é que os 
alunos e as alunas sigam, sem maiores questiona-
mentos, determinados padrões de comportamento 
que garantiriam não apenas a “salvação da alma”, 
mas também a paz social. 
O filósofo da educação não nega a importância da 
colaboração do cientista ou do religioso, mas vai 
além de tais perspectivas, pois se preocupa com a 
22
prática pedagógica, ou seja, com formas eficazes e 
eficientes de aprendizagem. Tal perspectiva, muitas 
vezes, choca-se com as práticas pedagógicas hege-
mônicas em uma determinada sociedade inserida 
em um determinado contexto histórico, pois observa 
os limites desta e aponta caminhos que objetivam 
superá-los. Como afirmou Paulo Ghiraldelli Jr. (2006, 
p. 31), “[...] o filósofo da educação não é inimigo do 
pedagogo. Ele é um bom amigo – ao menos do peda-
gogo inteligente”. Na realidade, o filósofo da educa-
ção imagina e sugere práticas pedagógicas, mas não 
tem a pretensão de doutrinar, aliás, uma atitude que 
não convém ao seu papel (e tampouco a qualquer 
profissional da educação). Como destacou Laíno 
Alberto Schneider (2013, p. 19): “O papel do filósofo 
da educação é o de ajudar a desvelar as exigências 
e as necessidades no processo de ensino-aprendi-
zagem. Sobretudo, o educador precisa aprender que 
a educação somente se faz com pessoas, que são 
educadas, e não doutrinadas”.
Além disso, a filosofia da educação questiona as 
pedagogias banais que parecem ser consensuais, 
muitas vezes gerando desconfortos naqueles já habi-
tuados com a “zona de conforto”, sendo eles pedago-
gos, professores, diretores de escola, pais de alunos 
etc. Muitas vezes, suas propostas são utópicas e até 
irrealizáveis, mas a intenção é justamente questionar 
o que está consolidado, procurando alternativas para 
a transformação da educação e das práticas peda-
gógicas. E como todo bom filósofo, seus questiona-
mentos sobre a educação incomodam os detentores 
23
do poder e aqueles que os apoiam, pois geralmente 
não desejam nenhum tipo de mudança. 
REFLITA
Atualmente, na maioria dos países, a educação 
é um direito de todos. Tal afirmativa parece ser 
algo consensual. Mas, se pensarmos a partir das 
premissas da Filosofia da Educação e observan-
do uma realidade na qual boa parte das escolas 
brasileiras aparenta ser uma prisão, com muros, 
portões trancados e com alguns professores 
ainda adotando métodos tradicionais (e autoritá-
rios) de ensino, não caberia uma reflexão sobre 
o tipo de direito que estamos concedendo às no-
vas gerações?
Por outro lado, é optando por uma filosofia da educa-
ção que um pedagogo faz as suas escolhas didáticas 
e elabora uma metodologia educacional que vai mar-
car toda a sua trajetória profissional. Por exemplo, 
quando um profissional de pedagogia adota a linha 
teórico-filosófica positivista, mais tradicional e volta-
da para a formaçãode um aluno que obedece a or-
dem dos professores sem qualquer questionamento, 
ele aproxima-se de um jeito totalmente oposto daque-
le que prefere seguir, como inspiração, as propostas 
de Paulo Freire, pautadas em uma aprendizagem 
construída a partir da realidade social do aluno, mais 
dialógica e democrática. Na realidade, é por meio da 
filosofia da educação que se faz uma reflexão sobre 
a própria educação. Segundo Schneider (2013, p. 
24
22): “[...] a grande tarefa para a qual a filosofia da 
educação precisa contribuir é possibilitar a reflexão 
sobre o que realmente se entende por educação”. 
Ou, mais precisamente, qual o papel da educação 
no mundo contemporâneo, marcado por intensas 
transformações e muitas incertezas? Em uma so-
ciedade marcada por uma cultura cada vez mais 
individualista e consumista, além da solidificação 
de uma sociedade cada vez mais diversa e marcada 
por atos de intolerância, como pensar a educação? 
Schneider indica como a filosofia da educação pode 
agir numa atualidade tão complexa: 
Numa turma de 40 alunos, o professor se vê 
diante de 40 indivíduos advindos de entornos 
diferentes, cada um com suas particularida-
des, com seus parâmetros. Em momentos 
como esse, a filosofia da educação pode ali-
cerçar a prática de educadores que se preo-
cupam em compreender as diferenças e dar 
a eles alguns parâmetros. Há necessidade de 
se compreender que o professor não é uma 
máquina nem os alunos são meramente nú-
meros. Esse fato, além de ser fundamental, 
apresenta uma complexidade que, para ser 
entendida, requer amadurecimento no que diz 
respeito àquilo que cerca a realidade educa-
cional. (SCHNEIDER, 2013, p. 23)
25
Mais adiante, o mesmo autor aponta para um con-
ceito de educação mais próximo das necessidades 
do mundo contemporâneo:
Educação é um processo de acolhida das di-
versidades em uma sociedade plural, na qual 
vivemos e estamos inseridos. Vivemos em 
um mundo que apresenta inúmeras possibi-
lidades, exigindo a formação de indivíduos 
que tenham uma postura aberta à multiplici-
dade. Aceitar no outro o diferente é o desafio 
da sociedade contemporânea e, portanto, da 
educação, pois as circunstâncias são varia-
das, tanto na vida pessoal quanto em grupo. 
(SCHNEIDER, 2013, p. 25)
Outro ponto importante é identificar a relação entre 
a filosofia da educação e a pedagogia, definindo o 
papel de cada uma delas e como elas podem se 
complementar. Segundo Paulo Ghiraldelli Jr.:
[...] a pedagogia é a teoria da educação: a nar-
rativa sobre o que deve ocorrer na atividade 
educacional segundo fins preestabelecidos, 
de acordo com valores que se quer preser-
var e reproduzir, e em adequação a valores 
novos que se deseja instituir. O pedagogo é 
a pessoa que sabe quais são as normas da 
boa educação. A filosofia da educação visa 
ou fundamentar ou justificar a pedagogia. O 
filósofo da educação é o que fundamenta ou 
26
justifica a atividade do pedagogo. A filosofia 
da educação diz qual a razão pela qual uma 
determinada pedagogia é a melhor, e por que 
esta – e não outra – deve dirigir a educação. 
(GHIRALDELLI JR., 2006, p. 36)
Portanto, a filosofia da educação é a base pela qual 
se constrói a pedagogia, entendida aqui como teoria 
da educação, que embasa as práticas dos profis-
sionais da educação. Podemos dizer, então, que a 
filosofia da educação legitima as práticas pedagógi-
cas, justificando determinadas opções e não outras. 
Entretanto, como toda filosofia, ou base teórica, ela 
é permeável a questionamentos que, geralmente, 
resultam em novas filosofias da educação e novas 
pedagogias que concorrem com as práticas antigas, 
pois surgiram a partir desses questionamentos. Na 
realidade, a filosofia da educação faz reflexões sobre 
como deveria ser a educação e a prática pedagógica, 
trazendo principalmente questionamentos referentes 
ao tema, evitando fechar as questões com apenas 
uma resposta pretensamente universal. 
O Paradigma Clássico em 
Filosofia da Educação
Aqui você poderá aprender sobre o paradigma clás-
sico da Filosofia da Educação, originada na Grécia 
Antiga a partir das reflexões do filósofo Platão. 
Também faremos uma reflexão sobre a validade de 
27
tal paradigma na atualidade e as mudanças que so-
freu com o passar dos séculos. 
O que é um Paradigma da Educação?
A palavra paradigma significa modelo. Um padrão 
a ser seguido. Então, um paradigma da educação 
corresponde a um padrão vigente nas práticas pe-
dagógicas e educacionais. Tal padrão é embasado 
filosoficamente, porque ele deve ser planejado para 
atingir um fim, que deve ser alcançado através de 
alguns meios, que estabelecem como tal meta deve 
ser atingida e deque forma ela vai ser concretiza-
da. Um paradigma é passível de transformações e 
modificações conforme a passagem do tempo e as 
mudanças de contexto da realidade social, embora 
muitas vezes pareça algo “natural”, inquestionável e 
impermeável a qualquer tipo de mudança. Podemos 
citar como exemplo de tal processo a persistência 
da organização tradicional da escola e das salas de 
aula, apesar das transformações que ocorrem por 
meio das inovações tecnológicas e das mudanças de 
perspectivas da sociedade com relação à educação.
28
Figura 11: Sala de aula tradicional. Fonte: PXhere. 
Uma mudança do paradigma educacional ocorre 
quando há uma mudança na filosofia da educação, na 
pedagogia e em suas práticas em uma determinada 
sociedade. Isso é perceptível quando os objetivos da 
escola são mudados, acompanhados por modifica-
ções do discurso educacional, de seus valores e até 
por transformações na organização do seu espaço 
físico. Além disso, é comum haver um conflito entre 
paradigmas opostos, que disputam a hegemonia do 
poder das políticas educacionais de um país, como 
ocorre no Brasil atualmente.
Podcast 2 
Platão e o surgimento da 
Filosofia da Educação
Coube a Platão, entre os séculos 4 e 3 a.C., fundar o 
que chamamos de Filosofia da Educação e elaborar 
29
https://pxhere.com/es/photo/244469
https://famonline.instructure.com/files/118629/download?download_frd=1
o seu paradigma clássico. O objetivo de Platão ao 
planejar tal paradigma era a criação de uma pólis 
(sociedade) perfeita, em que qualquer forma de in-
justiça desaparecesse e na qual cada estamento 
seria responsável pelo bem-estar de todos.
Partindo do princípio de que todas as pessoas são 
diferentes umas das outras e, por isso, devem ocu-
par lugares e funções diversas na sociedade, Platão 
propôs que o Estado, e não a família, assumisse a 
educação das crianças. Estabeleceu então uma for-
ma de “comunismo primitivo”, regime no qual são 
eliminadas a propriedade privada e a família, com 
o objetivo de evitar a cobiça de uns pela proprie-
dade dos outros e eliminar os interesses privados 
estimulados pelos laços afetivos familiares, motivos 
principais pela predominância de atitudes inadequa-
das nas relações sociais, causadora de injustiças 
e sofrimentos. O Estado também criaria leis para 
evitar o casamento entre desiguais (ou seja, entre 
homens e mulheres de estamentos sociais diferen-
tes), oferecendo melhores condições de vida para 
os estamentos menos privilegiados e, ao mesmo 
tempo, criando creches para a educação coletiva 
das crianças.
Assim, a educação seria igual para todos os indiví-
duos, independentemente do estamento, até os vinte 
anos de idade. A partir daí, teria início uma seleção 
entre os jovens alunos, cujo objetivo seria estabe-
lecer a divisão social a partir do trabalho: aqueles 
que fossem reprovados nos testes mais elaborados 
e cuja personalidade se revelasse mais grosseira e 
30
bruta seriam qualificados como seres coma “alma 
de bronze”, sendo direcionados aos trabalhos ma-
nuais (menos valorizados na sociedade ateniense), 
tornando-se assim camponeses e artesãos. A função 
deles seria cuidar da subsistência da cidade por meio 
da produção de alimentos e produtos manufaturados. 
Os demais alunos que passaram na primeira fase de 
testes continuariam os estudospor mais dez anos, 
sendo feita nesse momento uma segunda seleção: 
aquelas pessoas identificadas como corajosas e 
destemidas seriam qualificadas como seres com a 
“alma de prata”, passando a partir daí a receber trei-
namento militar para poderem ingressar no exército, 
ficando responsáveis pela defesa da cidade�
Os alunos mais notáveis, que passaram nos testes 
nas duas fases de seleção, seriam os indivíduos de-
tentores da “alma de ouro”. A partir daí, receberiam 
uma educação exclusivamente intelectual, sendo 
instruídos na arte de pensar a dois, ou seja, na arte 
de dialogar. Os indivíduos com a “alma de ouro” es-
tudariam filosofia, a fonte de toda verdade, segundo 
Platão, que eleva a alma até o conhecimento mais 
puro. Quando chegassem aos cinquenta anos, aque-
les que passassem com sucesso por uma nova sé-
rie de provas estariam aptos a serem admitidos no 
corpo supremo de magistrados, cuja função seria 
governar a pólis, pois seriam os únicos a aprende-
rem a política. Eles seriam os homens mais sábios 
e justos, formando o imaginário e utópico regime 
político platônico denominado sofocracia, no qual o 
poder seria exercido por uma aristocracia do saber.
31
SAIBA MAIS
Discípulo de Sócrates, Platão foi um dos princi-
pais filósofos da Grécia Antiga. Na obra A Repú-
blica, o filósofo grego esboça um modelo de so-
ciedade ideal, escrita a partir da decepção com a 
sociedade ateniense e suas instituições após a 
condenação à morte de Sócrates. Ao teorizar so-
bre essa sociedade, Platão elaborou um sistema 
educacional baseado na meritocracia, que pre-
miaria os mais aptos para exercerem as funções 
mais importantes no Estado.
Figura 12: Platão. Fonte: Pixabay.
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https://pixabay.com/pt/illustrations/plat%C3%A3o-o-fil%C3%B3sofo-antiga-cientistas-3069619
Apesar de a sofocracia nunca ter se concretizado na 
vida real, o modelo de educação seriada, de acordo 
com a fase de aprendizagem baseada na faixa etá-
ria das crianças, jovens e adultos, com a promoção 
baseada em critérios que premiavam por meio da 
meritocracia aqueles que se revelavam mais capazes 
e aptos a exercerem as funções mais importantes 
na sociedade, o direcionamento para o ensino de 
determinados ofícios etc., influenciou os paradig-
mas educacionais ao longo dos séculos. Ainda na 
atualidade, tal modelo ainda tem forte presença em 
todo mundo.
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudamos neste módulo as quatro formas de conhe-
cimento e a diferença entre elas. Enquanto o conhe-
cimento religioso é mais voltado para o misticismo 
e o sobrenatural, a filosofia propõe um pensamento 
lógico-racional especulativo, procurando responder 
questões similares àquelas levantadas pela religião 
sobre a essência humana. Já o senso comum está 
relacionado ao conhecimento popular construído a 
partir das experiências cotidianas do indivíduo e da 
percepção dos fenômenos da natureza e da socieda-
de na sua aparência, sem um maior aprofundamento. 
O conhecimento científico, por sua vez, é construído 
a partir da observação empírica, da pesquisa metodo-
lógica e da análise racional e lógica dos fenômenos 
naturais e sociais. 
Também observamos que a Filosofia constituiu-se a 
partir do incomodo quanto ao que parece banal ou 
natural, procurando questionar o sentido dos diversos 
fenômenos existentes na sociedade, mas sem propor 
uma verdade absoluta que responda a todas as ques-
tões de forma definitiva. O pensamento filosófico 
é importante para uma reflexão mais aprofundada 
sobre a educação e as práticas pedagógicas.
Por fim, descrevemos o significado de paradigma 
educacional, que corresponde à instituição de um 
modelo de práticas, ideias e organização para a edu-
cação. Existem diversos tipos de paradigmas edu-
cacionais que dialogam e entram em conflito entre 
34
si, pois eles se originam a partir de contestações e 
questionamentos sobre a Educação vigente em uma 
sociedade. O primeiro paradigma educacional foi o 
de Platão, na Grécia Antiga, cuja concepção de uma 
educação seriada, marcada por constantes seleções, 
cujo critério é a meritocracia, influenciam as políticas 
educacionais até hoje.
35
Síntese
Nesta unidade, abordaremos as quatro formas de co-
nhecimento: o religioso, o filosófico, o senso comum e 
o científico, além de fazermos uma reflexão sobre a
Filosofia como uma abordagem do conhecimento que 
problematiza o banal e aquilo que aparenta ser
natural, mas sem a pretensão de propor uma verdade 
absoluta sobre aquilo que é questionado.
O pensamento filosófico é importante para uma
reflexão mais aprofundada sobre a educação e as prá-
ticas pedagógicas, sendo à base da Filosofia da
Educação, cujo paradigma clássico foi o de Platão, na 
Grécia Antiga, cuja concepção de uma educação
seriada, marcada por constantes seleções, cujo
critério é a meritocracia, influencia as políticas
educacionais até hoje. 
Considerações Finais. 
Fundamentos Filosóficos e 
Sociológicos da Educação
• A unidade está dividida da
seguinte forma:
Introdução;
O Conhecimento;
O Conhecimento Religioso;
O Conhecimento Filosófico;
O Senso Comum;
O Conhecimento Científico;
Filosofia e Educação;
A Filosofia;
Filosofia da Educação;
O Paradigma Clássico da Filosofia da 
Educação;
Referências 
Bibliográficas 
& Consultadas
ARANHA, Maria Lúcia de; MARTINS, Maria Helena 
Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2.ed. São 
Paulo: Moderna, 1995.
CHAUÍ, Marilene. Convite à Filosofia. São Paulo: 
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Paulo: Ática, 2006. 
SCHNEIDER, Laíno Alberto. Filosofia da Educação� 
Curitiba: Intersaberes, 2013.
ANTONIO, José Carlos. (Org.) Filosofia da Educação. 
São Paulo: Pearson, 2014. [Biblioteca Virtual]. Acesso 
em: 09 ago. 2019. 
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CHAUÍ, Marilene. Convite à Filosofia. São Paulo: 
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Petropolis, RJ: Vozes, 2017. [Biblioteca Virtual]. 
Acesso em: 09 ago. 2019. 
DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. São Paulo: 
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GHIRALDELLI JUNIOR, P. Filosofia da Educação. São 
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GOMES, Mércio Pereira. Antropologia: ciência do 
homem, filosofia da cultura. São Paulo: Contexto, 
2008. Disponível em: Biblioteca Virtual. Acesso em: 
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PILETTI, Nelson; PRAXEDES, Walter. Sociologia da 
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Virtual]. Acesso em: 09 ago. 2019.
SCHNEIDER, Laíno Alberto. Filosofia da Educação. 
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SOUZA, João Valdir Alves de. Introdução à Sociologia 
da Educação. 3. ed. rev. amp. Belo Horizonte: 
Autêntica Editora, 2015. Disponível em: Biblioteca 
Virtual Universitária 3.0. Acesso em: 09 ago. 2019.
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