Buscar

Livro Texto - Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autoras: Profa. Helen Dutra Leite Polidori 
 Profa. Mariane Fonseca Petroni 
Colaboradores: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro
 Profa. Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Farmácia Clínica
Professoras conteudistas: Helen Dutra Leite Polidori/Mariane Fonseca Petroni 
Helen Dutra Leite Polidori
Farmacêutica, doutora em Ciências e mestre em Fármaco e Medicamentos pela Universidade de São Paulo. 
Graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Espírito Santo. Possui experiência como docente 
na Universidade Paulista (UNIP) e na Universidade Anhembi Morumbi. Atua como coordenadora e docente do 
Curso de Farmácia da Universidade Anhanguera e em cursos de graduação e pós-graduação do Senac-Tiradentes. 
É analista no controle de qualidade em análises físico-químicas de medicamentos, matéria-prima e água, farmacêutica 
hospitalar nas áreas de oncologia, dispensação, parenteral entre outras; trabalha no desenvolvimento na validação 
de metodologias analíticas, domina HPLC e espectrofotometria UV-VIS, além de possuir conhecimento nas áreas de 
Controle de Qualidade, principalmente em Controle Físico-Químico, Hospitalar, Ensino, Coordenação de Curso de Graduação, 
Pesquisa e Extensão.
Mariane Fonseca Petroni
É mestre em Tecnologia Nuclear – Aplicações na área de Radiofarmácia pelo Instituto de Pesquisas Energéticas 
e Nucleares da Universidade de São Paulo (Ipen/USP) desde 2003 e formada em Física pela Universidade Mackenzie 
(1987) e em Farmácia e Bioquímica pela FCF-USP (1999). Exerce a função de professora adjunta na UNIP desde 2004. 
Possui experiência na área de farmácia hospitalar e farmácia clínica, tendo atuado no Instituto da Criança do Hospital 
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr/HCFMUSP) e no Hospital Universitário da 
Universidade de São Paulo (HU/USP).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P766p Polidori, Helen Dutra Leite.
Farmácia Clínica / Helen Dutra Leite Polidori, Mariane Fonseca 
Petroni. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
124 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Medicamento. 2. Farmacocinética. 3. Farmacovigilância. 
I. Polidori, Helen Dutra Leite. II Petroni, Mariane Fonseca. III. Título.
CDU 615.03
U515.77 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Kleber Souza
 Vitor Andrade
Sumário
Farmácia Clínica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 OS MEDICAMENTOS NA PRÁTICA CLÍNICA ..............................................................................................9
1.1 Atenção farmacêutica ........................................................................................................................ 13
1.2 Uso racional dos medicamentos .................................................................................................... 14
1.3 A prescrição médica ............................................................................................................................ 16
1.4 Automedicação ..................................................................................................................................... 17
1.5 O farmacêutico e medicamentos OTC.......................................................................................... 17
2 O FARMACÊUTICO CLÍNICO ......................................................................................................................... 18
2.1 Competências do farmacêutico clínico ....................................................................................... 18
3 SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO .................................................................................................. 21
3.1 Metodologias ......................................................................................................................................... 21
3.1.1 Método Dáder .......................................................................................................................................... 21
3.1.2 Método SOAP ........................................................................................................................................... 24
3.1.3 PWDT (Pharmacist’s Workup of Drug Therapy) .......................................................................... 28
3.1.4 TOM (Therapeutic Outcomes Monitoring) .................................................................................... 29
4 PRÁTICA CLÍNICA............................................................................................................................................. 30
4.1 Anamnese farmacêutica .................................................................................................................... 30
4.2 Intervenções farmacêuticas ............................................................................................................. 34
4.3 O paciente ............................................................................................................................................... 39
4.3.1 Idosos ........................................................................................................................................................... 40
4.3.2 Pediatria ...................................................................................................................................................... 48
4.3.3 Gestantes ................................................................................................................................................... 52
4.3.4 Pacientes obesos ..................................................................................................................................... 55
4.4 Adesão ao tratamento e o papel do cuidador .......................................................................... 57
4.5 Acompanhamento e orientação do paciente na farmácia 
comunitária e UBS ...................................................................................................................................... 59
Unidade II
5 PROBLEMAS RELACIONADOS COM OS MEDICAMENTOS (PRM) ................................................. 65
5.1 Interações medicamentosas ............................................................................................................ 65
5.1.1 Conceito de interação medicamentosa ......................................................................................... 65
5.1.2 Classificação das interações medicamentosas ...........................................................................66
5.1.3 Interações farmacocinéticas .............................................................................................................. 69
5.1.4 Interações farmacodinâmicas ............................................................................................................ 71
5.2 Reações adversas a medicamentos (RAM) ................................................................................. 73
5.2.1 Classificação das reações adversas .................................................................................................. 73
5.2.2 Prevenção de reações adversas oriundas de interações medicamentosas ...................... 78
5.3 Erro relacionado aos medicamentos ............................................................................................ 79
5.3.1 Classificação dos erros de medicação ............................................................................................ 80
5.3.2 Tipos de erros ............................................................................................................................................ 82
6 ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM ÁREAS ESPECÍFICAS ......................................................................... 83
6.1 Nutrição parenteral (NP) ................................................................................................................... 83
6.2 Oncologia ................................................................................................................................................. 84
6.3 Dor e cuidados paliativos .................................................................................................................. 86
6.4 Antibioticoterapia e CCIH ................................................................................................................. 89
6.4.1 Importância da farmácia clínica e da atenção farmacêutica para a 
prescrição correta de antimicrobianos ...................................................................................................... 90
7 FARMACOCINÉTICA CLÍNICA ...................................................................................................................... 91
7.1 Modelos compartimentais e modelagem farmacocinética ................................................ 94
7.2 Esquemas de administração de fármacos .................................................................................. 98
7.2.1 Dose única ................................................................................................................................................. 98
7.2.2 Múltiplas doses ......................................................................................................................................100
7.2.3 Infusão contínua ...................................................................................................................................101
7.2.4 Dose de ataque ......................................................................................................................................101
7.3 Monitoração plasmática de fármacos .......................................................................................102
8 FARMACOVIGILÂNCIA .................................................................................................................................104
8.1 Notificação ............................................................................................................................................105
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem como principal objetivo apresentar aspectos relacionados à prática clínica 
farmacêutica, principalmente no que se refere ao acompanhamento e seguimento farmacoterapêutico.
Todo processo terapêutico que utiliza medicamentos possui diversos riscos e pontos críticos, 
vantagens e desvantagens, permitindo-nos observar que compreender todos os aspectos referentes ao 
processo e ter a capacidade de analisar de forma crítica as situações que envolvem a farmacoterapia é 
fundamental à prática clínica.
A partir das características de grupos específicos de pacientes e conhecendo metodologias e 
ferramentas consagradas na prática clínica, conseguimos exercer as atividades clínicas farmacêuticas 
com o intuito de oferecer suporte adequado ao paciente, cuidadores e equipe multidisciplinar.
Dessa forma, compreender adequadamente o universo no qual o farmacêutico clínico está inserido, 
ter o paciente como foco e entender seu papel na equipe multidisciplinar, conhecer as ferramentas 
associadas às práticas clínicas e utilizá-las corretamente permite ao profissional atuar de forma segura 
no uso racional dos medicamentos.
INTRODUÇÃO
Este livro-texto inicia, na unidade I, a discussão de medicamentos na prática clínica. Para 
tanto, abordaremos aspectos da atenção farmacêutica referentes ao acompanhamento e seguimento 
farmacoterapêutico visando garantir o uso racional dos medicamentos para garantir um tratamento 
racional e seguro.
Como pontos relevantes no processo de utilização racional de medicamentos, abordaremos pontos 
essenciais relacionados à prescrição médica, automedicação e importante relação entre o farmacêutico 
e os medicamentos isentos de prescrição (MIP), também conhecidos como medicamentos OTC, do 
inglês Over The Counter.
Na sequência, apresentaremos o papel do profissional no que tange às competências e aos métodos 
empregados para que o acompanhamento e o seguimento farmacoterapêutico sejam efetivos. De posse 
dessas informações, passamos a abordar as perspectivas de anamnese farmacêutica, intervenções 
farmacêuticas, aspectos e características próprias de determinados tipos de pacientes como idosos, 
pediátricos, gestantes e obeso. Também não poderíamos deixar de discutir a importância da adesão ao 
tratamento e o papel do cuidador em diversas situações.
O acompanhamento do paciente no atendimento primário será discutidoem razão da importância 
desse nível de atendimento à saúde, por se tratar de porta de entrada no sistema de saúde.
A unidade II começa tratando de problemas relacionados com os medicamentos (PRM) como 
interações medicamentosas, reações adversas e erros relacionados aos medicamentos.
8
O papel clínico do farmacêutico também é apresentado em áreas específicas como nutrição 
parenteral, oncologia, dor e cuidados paliativos, antibioticoterapia e responsabilidades nas atividades 
multidisciplinares. Dando continuidade, trataremos de aspectos relacionados à farmacocinética clínica, 
ferramenta essencial na monitoração de fármacos.
Finalizaremos apresentando a farmacovigilância como ferramenta vital no acompanhamento do 
comportamento dos fármacos, auxiliando a prescrição racional e promovendo melhor compreensão de 
seus riscos e benefícios.
Bons estudos!
9
FARMÁCIA CLÍNICA
Unidade I
1 OS MEDICAMENTOS NA PRÁTICA CLÍNICA
Com a descoberta de novos fármacos, a automatização, a padronização de formulações e a 
produção em larga escala da indústria farmacêutica, o farmacêutico (da farmácia) passou a ser 
enxergado pela sociedade apenas como um vendedor de medicamentos. Dessa forma, na década 
de 1960, estudantes e professores da Universidade de São Francisco (EUA) refletiram sobre o 
assunto e iniciaram um movimento chamado de farmácia clínica, que pretendia aproximar o 
farmacêutico do paciente e da equipe de saúde, para desenvolver a farmacoterapia (PEREIRA; 
FREITAS, 2008).
Segundo a Resolução n. 585, de 29 de agosto de 2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), 
a farmácia clínica começou nos hospitais, nos Estados Unidos, no início da década de 1960, e hoje 
estende-se a todas as categorias de atenção à saúde. Ela pode ser trabalhada em hospitais, unidades de 
atenção primária à saúde, ambulatórios, instituições de duradoura estadia, farmácias comunitárias, e 
domicílios de pacientes, entre outros.
Para Correr, Castro e Noblat (2013, p. 12),
Farmácia Clínica é definida como a área da farmácia voltada para a ciência e 
prática do uso racional de medicamentose é uma disciplina das ciências da 
saúde na qual farmacêuticos proporcionam cuidado ao paciente de forma 
a otimizar a farmacoterapia e promover saúde, bem-estar e prevenção 
de doenças. A prática da Farmácia Clínica abrange a filosofia da atenção 
farmacêutica ou dos cuidados farmacêuticos. Dessa forma, combina uma 
orientação para o cuidado do paciente com conhecimentos especializados 
de terapêutica, experiência e julgamento clínico, com propósito de garantir 
resultados ideais para o paciente.
Consta na sequência um fluxograma das diferentes áreas da farmácia clínica.
10
Unidade I
Pesquisa
Prática profissional
Norteia
Farmácia clínica
Área do saber
— Prática profissional 
(modelagem e avaliação 
de serviços)
— Estudo de utilização de 
medicamentos
— Avaliação de tecnologias 
em saúde
— Outros temas de interesse 
Áreas 
— Filosofia da prática
— Processo de trabalho
— Gestão de prática
— Regulamentação da prática
Modelo de prática 
(cuidado farmacêutico)
Figura 1 – Diferentes áreas da farmácia clínica e o modelo de prática do cuidado farmacêutico
Fonte: Conselho Federal de Farmácia (2016, p. 57).
Historicamente, o serviço farmacêutico técnico-assistencial com foco no paciente tem início em 
meados de 1960, com a farmácia clínica nos hospitais. Posteriormente, a farmácia clínica passou a 
abranger vários níveis de atenção à saúde, incluindo todas as atividades clínicas do farmacêutico, 
tanto de apoio à equipe de saúde como aquelas de atenção direta ao paciente. Portanto, teve início no 
ambiente hospitalar, e hoje está presente em diversas esferas da saúde, como hospitais, ambulatórios, 
farmácia comunitária e unidades de atenção primária à saúde (CORRER; OTUKI; SOLER, 2011).
As ações do farmacêutico clínico direcionadas aos demais membros da equipe têm como finalidade 
desenvolver conhecimentos e habilidades para a promoção do uso racional de medicamentos, bem 
como melhorar continuamente o monitoramento dos resultados de saúde obtidos com a farmacoterapia 
nos serviços. Prover e compartilhar informações baseadas em evidências que possam contribuir para o 
aperfeiçoamento do uso dos medicamentos nos serviços constituem atividades clássicas do campo.
Conforme Correr, Otuki e Soler (2011), a farmácia clínica pode ser estabelecida como uma área 
relacionada ao uso racional de medicamentos na qual os profissionais trabalham na promoção 
da saúde dos pacientes assistidos otimizando o tratamento farmacoterapêutico, promovendo o 
bem-estar, prevenindo doenças e oferecendo todo o cuidado para que o indivíduo tenha o melhor 
tratamento possível.
O farmacêutico avalia o paciente através de consulta, verifica a farmacoterapia, realiza intervenções 
(se necessário), emite parecer, estuda os parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para 
11
FARMÁCIA CLÍNICA
acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde, faz um planejamento de atenção 
farmacêutica, prescreve de acordo com a legislação vigente conforme a sua competência profissional e 
acompanha a aceitação dos indivíduos ao tratamento.
Na investigação das queixas trazidas pelos pacientes, o farmacêutico geralmente encontra 
problemas de saúde que podem ser solucionados com a farmacoterapia adequada. Em diversas 
situações, o profissional tem uma grande variedade de fármacos que podem ser utilizados e precisa 
optar pelo mais apropriado, escolher a melhor conduta, ou seja, a terapia ideal deve se basear na 
eficácia e segurança do medicamento escolhido, sendo a forma farmacêutica de menor custo e mais 
adequada para o paciente.
De acordo com Correr, Otuki e Soler (2011), para obter a melhor terapia, o farmacêutico precisa ter 
uma formação técnica apropriada e acesso às melhores informações sobre a terapêutica e medicamentos, 
pois isto definirá as boas condutas no tratamento do paciente.
Posteriormente ao movimento da farmácia clínica, em meados da década de 1970, a função do 
farmacêutico em relação ao paciente começou a ser redefinida, pois ela estava limitada ao ambiente 
hospitalar e focada basicamente na análise da farmacoterapia dos pacientes, e o farmacêutico próximo 
somente à equipe de saúde. Assim sendo, conforme Pereira e Freitas (2008), objetivando conduzir a 
atuação do farmacêutico para as atividades de atenção primária em saúde, na qual o paciente é o foco 
principal, o conceito de atenção farmacêutica foi iniciado, e recebeu essa nomenclatura no final da 
década de 1980.
A atenção farmacêutica deve ter como objetivos a prevenção, detecção e resolução de problemas 
relacionados a medicamentos, promover o uso racional dos medicamentos, a fim de melhorar a saúde e 
qualidade de vida dos usuários (ANVISA, 2009).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu em 2017 o uso seguro de medicamentos como a 
temática do terceiro desafio global para segurança do paciente, com a intenção de reduzir em 50% os 
danos graves e evitáveis associados a medicamentos nos cinco anos seguintes (CÂNDIDO, [s.d.]).
O farmacêutico clínico tem potencialidade para atuar na judicialização de medicamentos, elaborando 
avaliações de acordo com evidências científicas disponíveis, mediante estudos clínicos que esclarecem 
se o medicamento é necessário, efetivo e seguro para o paciente, conforme os itens que já estão 
disponíveis. Ele também deve considerar a forma de monitorização da terapia, principalmente aquelas 
de custo bastante alto.
A maior parte dos processos judiciais sobre o direito à saúde envolve o fornecimento de 
medicamentos.
A figura a seguir exibe uma possibilidade de otimização do fluxo de demandas judiciais na tomada de 
decisão para o fornecimento de medicamentos, mostrando alguns casos em que ocorrem problemas nas 
funções básicas do sistema, como gestão da AF (assistência farmacêutica) e incorporação tecnológica.
12
Unidade I
A indicação 
clínica de registro 
coincide com a do 
receituário médico?
NÃO
SIM
Solicitação do 
medicamento no 
processo judicial por 
prescrição médica
Possui 
registro 
no país?
Risco 
sanitário
Uso off 
label
Está presente 
em listas de 
financiamento 
público?
Não há 
evidência para 
a indicação 
prescrita
Pode ser 
atrasado na 
incorporação
Questiona-se 
a utilização 
para indicação 
prescrita
Problemas de gestão
Existe alternativa 
terapêutica já 
oferecida 
pelo Estado
O medicamento 
solicitado possui 
evidência científica 
para a indicação 
clínica prescrita?
O paciente já utilizou 
esta alternativa 
terapêutica?
NÃO
SIM
NÃO
SIM
NÃO
SIM
NÃO
SIM
NÃO
SIM
NÃO
SIM
A indicação no 
protocolo para 
fornecimento 
coincide com a 
prescrição médica?
Figura 2 – Análise da demanda judicial na tomada de decisão para o fornecimento de medicamentos
Fonte: Brasil (2021a, p. 73).
 Saiba mais
Para entender melhor sobre o papel do cuidado farmacêutico e das 
práticas da clínica farmacêutica, acesse o seguinte material:
BRASIL. Cuidado farmacêutico na atenção básica. Caderno 1: serviços 
farmacêuticos na atenção básica à saúde. Brasília, 2014. Disponível em: 
https://bit.ly/3ydfvuJ. Acesso em: 30 jun. 2022.
13
FARMÁCIA CLÍNICA
1.1 Atenção farmacêutica
Conforme Balisa-Rocha et al. (2010), a expressão atenção farmacêutica (AtenFar) provavelmente 
foi mencionada pela primeira vez na literatura em 1980, por Brodie, Parish e Poston como necessidade 
farmacoterapêutica de um dado paciente e o fornecimento não apenas do medicamento proposto, 
mas dos serviços necessários (antes, durante e depois) para garantir uma terapia devidamente 
segura e acertada.
A Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 44, de 17 de agosto de 2009, que regulamenta a 
prestação da atenção farmacêutica em drogarias e farmácias, traz um marco histórico para a profissão 
no Brasil, contribuindo para a promoção do uso seguro e racional de medicamentos e para que a 
farmácia exerça sua missão de um estabelecimento de saúde no qual o farmacêutico poderá trabalhar 
integralmente como profissional de saúde (BALISA-ROCHA et al., 2010).
A atenção farmacêutica é umimportante componente da prática em Farmácia e tem como 
base a responsabilidade essencial do farmacêutico em contribuir para satisfazer a necessidade 
de um tratamento farmacológico adequado, efetivo e seguro através do desenvolvimento de 
ações centradas no paciente (BALISA-ROCHA et al., 2010). Seu propósito deverá ser a prevenção, 
identificação e resolução de questões relacionadas a medicamentos, promovendo seu uso racional, 
com o objetivo de aperfeiçoar a qualidade de vida e a saúde dos usuários (ANVISA, 2009). É preciso 
priorizar o cuidado farmacêutico/farmácia clínica com a integralidade do cuidado, sendo necessário 
considerar o todo, inclusive o acesso adequado aos medicamentos (BRASIL, 2019b).
Trata-se da prática profissional em que o paciente é o principal beneficiário das ações do 
farmacêutico. Ela é a síntese das atividades, os comportamentos, os compromissos, as preocupações, 
os valores éticos, as funções, os conhecimentos, as atribuições e as habilidades do farmacêutico na 
prestação da farmacoterapia como meta de obter resultados terapêuticos definidos na saúde e na 
qualidade de vida do indivíduo.
A atenção farmacêutica refere-se ao cuidado propriamente dirigido ao paciente, podendo ser 
considerada um dos integrantes da assistência farmacêutica.
Consta a seguir uma figura com os componentes das atividades da atenção farmacêutica:
Atenção farmacêutica
Cuidado do paciente
Uso racional de medicamentos
Integralidade das ações de saúde
Figura 3 – Atividades da atenção farmacêutica
14
Unidade I
 Saiba mais
Para entender melhor a atenção farmacêutica no Brasil, leia a 
seguinte resolução:
ANVISA. Resolução – RDC n. 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre 
Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, 
da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços 
farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Brasília, 
2009. Disponível em: https://bit.ly/3bHbsz9. Acesso em: 30 jun. 2022.
1.2 Uso racional dos medicamentos
Segundo a OMS, a prática de uso racional de medicamento acontece quando pacientes recebem 
medicamentos para suas condições clínicas em doses adequadas às suas necessidades individuais por 
um período apropriado e ao menor custo para si e para a comunidade (BRASIL, [s.d.b]).
O uso racional de medicamentos (URM) está entre os objetivos e as diretrizes da Política Nacional 
de Medicamentos (PNM) e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF). Esse assunto vem 
adquirindo destaque tanto nacional quanto internacionalmente. Diante disso, corrobora-se para que a 
relevância da informação sobre medicamentos seja autossuficiente, sem conflitos de interesse e regulada 
na neutralidade como incentivo à promoção do URM em todas as esferas do governo e da sociedade 
civil (BRASIL, 2021a).
A OMS propõe que, para o uso racional de medicamentos, primeiramente deve-se determinar 
a necessidade do uso do medicamento; em seguida, que o medicamento receitado seja adequado, 
de acordo com os padrões de segurança e eficácia comprovados e aceitáveis. Para Aquino (2007), 
a prescrição deverá ser apropriada, estar na forma farmacêutica, doses e período de duração do 
tratamento corretos; a um preço acessível, e de acordo com padrões de qualidade exigidos; que se 
dispense em condições apropriadas, com a necessária orientação e responsabilidade, respeitando o 
tratamento prescrito da melhor forma possível.
O uso irracional ou inadequado de medicamentos é um dos maiores problemas mundiais. A OMS 
avalia que mais da metade de todos os medicamentos é prescrita ou dispensada inadequadamente, e 
que metade de todos os pacientes não os utiliza de forma correta. O uso irracional ou inadequado de 
medicamentos é um dos maiores problemas de saúde (JARAMILLO, 2015).
De acordo com Brasil (2020a), a PNM descreve que o uso irracional e indevido de medicamentos 
e o incentivo à automedicação, existentes no Brasil, são motivos que proporcionam acréscimo 
no consumo por medicamentos, demandando, necessariamente, a promoção do seu uso racional 
15
FARMÁCIA CLÍNICA
através da reorientação dessas práticas e o desenvolvimento de um processo educacional, tanto 
para a equipe de saúde quanto para o usuário.
Exemplos de uso irracional de medicamentos compreendem: polifarmácia (utilização de vários 
medicamentos por paciente), porém vale ressaltar que nem todos os casos de polifarmácia são de 
uso irracional; uso inapropriado de antimicrobianos, frequentemente em dosagem inadequada, para 
infecções não bacterianas; excesso de uso de injeções quando formulações orais seriam mais apropriadas; 
deficiência de prescrição conforme as diretrizes clínicas; automedicação inadequada, muitas vezes de 
medicamentos prescritos; não adesão às dosagens (BRASIL, 2018a).
Constam na sequência alguns critérios para o uso racional de medicamentos.
Uso racional de 
medicamentos
Existência de necessidade do uso de um medicamento
Efetividade do medicamento selecionado para o problema
A forma farmacêutica, dose e período de tratamento 
adequados
Disponibilidade de modo oportuno a um custo acessível
Condições adequadas, com a necessária orientação
Cumprimento do regime terapêutico pelo paciente da melhor 
maneira possível
Figura 4 – Critérios para o uso racional de medicamentos segundo a OMS
Adaptada de: Conselho Federal de Farmácia (2018b, p. 15).
Para que esses critérios sejam satisfatórios, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) 
propôs um modelo em que os cuidados em saúde devem ser baseados em evidências, ocasionando 
na fusão entre várias características, de acordo com a apresentação da figura a seguir, que 
relaciona os fundamentos de condutas terapêuticas com base em evidências (CONSELHO FEDERAL 
DE FARMÁCIA, 2018b).
16
Unidade I
Ambiente - Sistema ou Instituição de Saúde
(aspectos legais e políticos: disponibilidade de infraestrutura e recursos 
tecnológicos, humanos e financeiros)
Experiência clínica e 
conhecimento epidemiológico
Melhores evidências 
científicas disponíveis
Condutas 
terapêuticas 
com base em 
evidências
Figura 5 – Fundamentos de condutas terapêuticas com base em evidências
Fonte: Conselho Federal de Farmácia (2018b, p. 15).
1.3 A prescrição médica
Para Santi (2016), a prescrição abrange a receita escrita de uma proposta terapêutica elaborada por 
profissionais legalmente habilitados, mas que pode falhar quando o paciente ou seus familiares não 
compreendem o que foi prescrito.
O provimento de orientações verbais suficientes e esclarecedoras, seguidas do registro das 
indicações terapêuticas por escrito em uma linguagem simples, constituem uma boa assistência ao 
paciente. As orientações abrangem informações sobre dietas, atividades físicas, ergonômicas, sexuais, 
uso de álcool e outras drogas, isto é, diretrizes sobre como conseguir e manter a saúde.
Segundo a Portaria n. 344, de 12 de maio de 1998, receita é definida como “prescrição escrita 
de medicamento, contendo orientação de uso para o paciente, efetuada por profissional legalmente 
habilitado, quer seja de formulação magistral ou de produto industrializado” (BRASIL, 1998b). 
Medicamentos prescritos para utilização domiciliar, conforme a RDC n. 44/2009, somente poderão 
ser dispensados ao paciente após a conferência por um farmacêutico dos seguintes itens obrigatórios:
• legibilidade e ausência de rasuras e emendas;
• identificação do usuário;
• identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma farmacêutica e quantidade;
17
FARMÁCIA CLÍNICA
• modo de usar ou posologia;
• duração do tratamento;
• local e data da emissão;
• assinatura e identificação do prescritor com o número de registro no respectivo conselho 
profissional.
Esses itens obrigatórios estão presentes na prescrição, porém nem todos os medicamentos 
necessitam de receita. As regras citadas são válidas quando há apresentação de prescrição.
 Saiba mais
Aprenda mais sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle 
especial com a portariaa seguir:
BRASIL. Portaria n. 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o regulamento 
técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. 
Brasília, 1998b. Disponível em: https://bit.ly/3EiPg7x. Acesso em: 30 jun. 2022.
1.4 Automedicação
Segundo a OMS, a automedicação responsável é definida como “prática dos indivíduos em tratar 
seus próprios sintomas e males menores com medicamentos aprovados e disponíveis sem a prescrição 
médica e que são seguros quando usados segundo as instruções” (NORONHA, 2020).
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) realizou em 2019 uma pesquisa através do Instituto 
Datafolha, investigando o costume dos brasileiros em relação à compra e ao uso de medicamentos. Dos 
brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos seis meses anteriores à pesquisa, 77% relataram que a 
automedicação é um hábito comum, (47%) se automedicam pelo menos uma vez por mês, e um quarto 
deles (25%) faz uso de medicamento diariamente ou pelo menos uma vez por semana. Além do mais, 
dos que participaram da pesquisa, 57% disseram que passaram por consulta médica e receberam uma 
receita, mas não usaram o medicamento conforme orientado (BRASIL, 2021b).
1.5 O farmacêutico e medicamentos OTC
Na Instrução Normativa n. 86, de 12 de março de 2021, foi atualizada a lista dos medicamentos 
isentos de prescrição (LMIP). Os medicamentos isentos de prescrição (MIP), bem como chamados 
de medicamentos de venda livre ou OTC (sigla inglesa de over-the-counter, que significa “sobre o 
balcão”), são, segundo o Ministério da Saúde, “aqueles que a dispensação não necessita de receita” 
(BRASIL, 2010).
18
Unidade I
Segundo a Opas (2011), os MIP podem ser comercializados sem a necessidade de formalização 
de documento emitido por profissional legalmente habilitado para prescrevê-lo. O fácil acesso aos 
MIP torna-os diretamente atrelados à automedicação, prática comum em razão da dificuldade 
de atendimento médico (demora na marcação de consultas médicas, atendimento precário em 
prontos-socorros etc.).
 Saiba mais
Para entender melhor sobre quais medicamentos são isentos de 
prescrição, acesse a seguinte Instrução Normativa:
ANVISA. Instrução Normativa IN n. 86, de 12 de março de 2021. Define 
a lista de medicamentos isentos de prescrição. Brasília, 2021a. Disponível 
em: https://bit.ly/3utwBDD. Acesso em: 30 jun. 2022.
2 O FARMACÊUTICO CLÍNICO
O farmacêutico clínico é o responsável pelo acompanhamento farmacoterapêutico de forma a 
garantir o acesso ao uso racional e à segurança dos medicamentos prescritos. Conforme Botelho e Roese 
(2017), torna-se essencial para a terapêutica clínica, pois os custos são reduzidos, ocorre crescimento 
no cuidado ao paciente e maior segurança em relação à terapia medicamentosa. Na farmacoterapia é 
possível identificar os PRM e realizar intervenções e orientações farmacêuticas quando necessário, sendo 
o farmacêutico o principal profissional treinado para avaliar as questões relacionadas a medicamentos, 
garantindo assim a segurança e o acompanhamento dos pacientes (GARSKE et al., 2016).
2.1 Competências do farmacêutico clínico
Segundo a Resolução n. 585, de 29 de agosto de 2013, do CFF, que regulamenta as atribuições 
clínicas do farmacêutico, são consideradas atribuições clínicas do farmacêutico:
I – Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente;
II – Desenvolver, em colaboração com os demais membros da equipe 
de saúde, ações para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a 
prevenção de doenças e de outros problemas de saúde;
III – Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que 
o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, nas 
doses, frequência, horários, vias de administração e duração adequados, 
contribuindo para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e 
alcançar os objetivos terapêuticos;
19
FARMÁCIA CLÍNICA
IV – Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais 
e técnicos;
V – Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a 
outros membros da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, 
adição, substituição, ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente;
VI – Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada 
com os demais membros da equipe de saúde;
VII – Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em 
outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do atendimento;
VIII – Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, 
com o propósito de prover cuidado ao paciente;
IX – Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário 
do paciente;
X – Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do paciente, a 
fim de proceder à avaliação farmacêutica;
XI – Solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência 
profissional, com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia;
XII – Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como 
instrumento para individualização da farmacoterapia;
XIII – Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de 
farmacocinética clínica;
XIV – Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para 
fins de acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde;
XV – Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos 
medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia;
XVI – Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas 
indesejadas e clinicamente significantes;
XVII – Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente;
XVIII – Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da 
saúde, as ações de seu plano de cuidado;
20
Unidade I
XIX – Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente, 
família, cuidadores e sociedade;
XX – Avaliar, periodicamente, os resultados das intervenções farmacêuticas 
realizadas, construindo indicadores de qualidade dos serviços clínicos prestados;
XXI – Realizar, no âmbito de sua competência profissional, administração de 
medicamentos ao paciente;
XXII – Orientar e auxiliar pacientes, cuidadores e equipe de saúde quanto 
à administração de formas farmacêuticas, fazendo o registro destas 
ações, quando couber;
XXIII – Fazer a evolução farmacêutica e registrar no prontuário do paciente;
XXIV – Elaborar uma lista atualizada e conciliada de medicamentos em uso 
pelo paciente durante os processos de admissão, transferência e alta entre 
os serviços e níveis de atenção à saúde;
XXV – Dar suporte ao paciente, aos cuidadores, à família e à comunidade 
com vistas ao processo de autocuidado, incluindo o manejo de problemas 
de saúde autolimitados;
XXVI – Prescrever, conforme legislação específica, no âmbito de sua 
competência profissional;
XXVII – Avaliar e acompanhar a adesão dos pacientes ao tratamento, e 
realizar ações para a sua promoção;
XXVIII – Realizar ações de rastreamento em saúde, baseadas em evidências 
técnico-científicas e em consonância com as políticas de saúde vigentes 
(CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013, p. 4-5). 
 Saiba mais
A fim de aprender mais sobre o farmacêutico clínico, acesse a cartilha 
contida no link a seguir:
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Farmácia 
clínica. 2. ed. São Paulo: CRF-SP, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3cnr8bi. 
Acesso em: 30 jun. 2022.
21
FARMÁCIA CLÍNICA
3 SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
Segundo a Resolução n. 585/2013, farmacoterapia é o “tratamento de doenças e de outras condições 
de saúde, por meio do uso de medicamentos”.
Em conformidade com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – Conamses 
(2021), no acompanhamento farmacoterapêutico, o farmacêutico deve gerenciar a farmacoterapia 
e o estado de saúde do usuário, incluindo um método clínico adequado, com metas terapêuticas 
elaboradas de acordo com os encontros, visando o melhor tratamento e qualidade de vida 
para o paciente.
A farmacoterapiaé uma atividade na qual o seu profissional verifica os medicamentos em uso 
pelo paciente, com o objetivo de solucionar adversidades relacionadas à prescrição, à utilização, aos 
resultados terapêuticos, entre outros. Os problemas identificados podem ser:
• reações adversas;
• baixa adesão;
• erros de dosagem e/ou de doses;
• interações de medicamentos;
• necessidade de acompanhamento ou de terapia adicional;
• oportunidades de redução no custo do tratamento.
Para o Conselho Federal de Farmácia (2016), a revisão da farmacoterapia refere-se a uma atividade, 
e não à questão do profissional manter-se informado com relação aos medicamentos e ao registro dos 
medicamentos disponíveis no mercado.
3.1 Metodologias
Constam na sequência os métodos empregados.
3.1.1 Método Dáder
O método Dáder de seguimento farmacoterapêutico é um recurso de avaliação da farmacoterapia 
disponível para os farmacêuticos que visam realizar o seguimento farmacoterapêutico dos seus pacientes, 
objetivando o maior benefício (efetividade e segurança) da terapêutica.
Na Espanha é empregado o seguimento farmacoterapêutico personalizado (SFT), realizado de acordo 
com identificação, prevenção e resolução dos problemas relacionados com os medicamentos (PRM). 
Essa tarefa possui responsabilidades e deve ser executada de forma continuada, sistematizada e 
22
Unidade I
documentada, conforme o próprio paciente e os demais profissionais de saúde, com o objetivo de 
atingir resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do indivíduo.
O método Dáder de SFT, utilizado em vários países, foi criado pelo Grupo de Investigación en 
Atención Farmacéutica da Universidad de Granada em 1999.
PRM são problemas de saúde ocasionados por um tratamento farmacológico que não alcançou um 
resultado clínico adequado, ou seja, foi considerado como tendo resultados clínicos negativos. Eles são 
derivados da farmacoterapia e produzidos por diversas causas, conduzindo à não obtenção do objetivo 
terapêutico ou ao surgimento de efeitos indesejados.
Os PRM são de três tipos, associados com a deficiência efetividade de medicamentos por parte do 
paciente, sua eficácia ou sua segurança.
De acordo com Dáder, Hernández e Castro (2009, p. 20), problema de saúde (PS) é “qualquer queixa 
ou observação que o paciente e/ou o médico percebam como um desvio da normalidade, que tenha 
afetado, possa afetar ou afete a capacidade funcional do paciente”.
A figura a seguir relaciona os tipos de variáveis clínicas utilizadas para medir resultados clínicos: 
sintomas (dor) e sinais (tosse), eventos clínicos (enfarte agudo do miocárdio), medidas fisiológicas ou 
metabólicas (níveis de glicemia) e morte.
Intervenção Elementos do processo de uso 
dos medicamentos Resultados do uso dos medicamentos
— Dosagem do medicamento
— Consideração das precauções 
e contraindicações
— Presença de interações
— Necessária e correta prescrição/indicação 
de medicamento
— Cumprimento das normas de utilização e 
administração 
— Adesão ao tratamento
— Duplicidade
Medicamento
Positivos
Negativos
RNM
Sintomas
Sinais
Eventos clínicos
Medições 
fisilógicas ou 
metabólicas
Morte
PRM
Figura 6 – Tipos de variáveis clínicas utilizadas para medir resultados clínicos
Adaptada de: Dáder, Hernández e Castro (2009, p. 20).
23
FARMÁCIA CLÍNICA
Compõem os PRM que podem ser apontados como possíveis causas de um RNM (resultados 
negativos associados ao medicamento):
• administração errada do medicamento;
• características pessoais;
• conservação inadequada;
• contraindicação;
• dose, esquema terapêutico e/ou duração não adequada;
• erros na dispensação;
• erros na prescrição;
• incumprimento (não cumprimento do tratamento);
• interações;
• outros problemas de saúde que afetam o tratamento;
• estabelecimento de efeitos adversos;
• problema de saúde insuficientemente tratado;
• outro.
Intervenção farmacêutica (IF) é definida como a ação do farmacêutico para melhorar o resultado 
clínico dos medicamentos, envolvendo qualquer atividade que surja de uma tomada de decisão prévia 
e pretenda alterar as características do tratamento. Ela é realizada através da modificação da utilização 
dos fármacos. No método Dáder, essa intervenção acontece em um plano de atuação estabelecido 
antecipadamente com o paciente.
O método Dáder de SFT está baseado de forma efetiva no estabelecimento de um estado de situação 
objetiva do paciente e do qual logo derivam as intervenções farmacêuticas correspondentes, em que 
cada profissional clínico, em acordo com o paciente, decide o que fazer em função de seus conhecimentos 
e das condições de cada caso.
A vantagem do método Dáder é que através dele foi possível sistematizar os experimentos e 
as publicações dos resultados encontrados na rotina de atenção farmacêutica. Trata-se de uma 
ferramenta útil que permite ao farmacêutico seguir normas claras e simples para realizar SF de forma 
24
Unidade I
sistematizada. Ele propõe como parte do seu procedimento a concepção de um plano de atuação com 
o doente capaz de promover a continuidade do SF.
Consequentemente, a existência de um problema de saúde pública (os fracassos da farmacoterapia), que 
produz diminuição da qualidade de vida e perdas econômicas, requer um trabalho do farmacêutico (de 
modo assistencial), prestando cuidados farmacêuticos e, especialmente serviços farmacêuticos 
(atividades para prevenção de doenças, promoção, proteção e recuperação da saúde, além de melhoria 
da qualidade de vida) para tentar diminuir a morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos, 
assim como aproveitar ao máximo a oportunidade para realizar trabalho assistencial.
 Saiba mais
Entenda melhor a respeito de como funciona o método Dáder a seguir:
DÁDER, M. J.; HERNÁNDEZ, D. S.; CASTRO, M. M. Método Dáder. Manual 
de seguimento farmacoterapêutico. 3. ed. Lisboa: Edições Universitárias 
Lusófonas, 2009. Disponível em: https://bit.ly/3RgdBly. Acesso em: 
30 jun. 2022.
3.1.2 Método SOAP
O método SOAP é um método clínico utilizado por vários profissionais (farmacêuticos, médicos, 
enfermeiros, dentistas etc.). Ele tem princípios básicos representados por sua sigla em inglês SOAP 
(S – Subject; O – Objective information; A – Assessment; P – Plan), que em português utilizaria 
também a sigla SOAP, significando (S – Sujeito; O – Objetivo; A – Avaliação; P – Plano).
Os dados subjetivos (S) compreendem as queixas dos pacientes e outras informações fornecidas 
por eles, parentes ou acompanhantes. Os dados objetivos (O) incluem os achados de exame físico 
e exames complementares. A avaliação (A) refere-se às conclusões sobre a situação do paciente, 
particularmente os problemas da farmacoterapia identificados. Por fim, o plano (P) inclui os exames 
a serem solicitados, as informações prestadas aos pacientes e familiares visando à orientação e 
educação, as sugestões feitas para mudanças na farmacoterapia e os encaminhamentos a outros 
profissionais (BRASIL, 2014).
Vejamos na sequência os itens constituintes do método SOAP:
• I – Informações de identificação: o registro da evolução do paciente no prontuário pode ser 
feito com as informações de cada consulta anotadas em ordem cronológica (com a data e o 
tempo de consulta).
25
FARMÁCIA CLÍNICA
 Observação
As seções a seguir nem sempre são incluídas, dependendo do tipo de 
visita e se a informação obtida é ou não pertinente aos problemas e à 
documentação da visita.
• II – Informações subjetivas (S): definidas como aquelas fornecidas pelo paciente e obtidas em 
uma entrevista.
• Queixa principal (QP): declaração resumida do motivo da visita, muitas vezes nas próprias 
palavras do paciente, por exemplo, “QP: eu tenho uma dor abdominal”. A presente seção pode 
ser removida ou substituída por uma declaração explicando o porquê de o farmacêutico estar 
vendo o paciente. Por exemplo: “A.L. foi referido (inserir o nome do serviço de farmácia) conforme 
solicitado por (inserir o nome do médico) para o controle de medicação deseu diabetes”.
• História da doença atual (HDA): síntese da história recente, colaborando para o caso clínico 
que é obtido durante uma entrevista com o paciente e utilizando questionamento aberto e/ou os 
oito atributos de um sintoma. Esta seção pode ser escrita em um formato narrativo com frases 
completas. Os oito atributos incluem:
— Localização.
— Tempo/histórico.
— Qualidade.
— Fatores de modificação (provocados e paliativos).
— Gravidade.
— Sintomas associados.
— Início/configuração.
— Significado para o paciente.
• História médica passada (HMP): contém uma lista completa de doenças da infância e idade 
adulta (tanto ativas quanto resolvidas), história de imunização e história cirúrgica, se disponível. 
Cada problema deve incluir datas, tempo utilizado para resolução e se a adversidade está resolvida. 
No caso de mulheres, podem-se usar informações sobre gravidezes e partos. Esta seção pode ser 
escrita em formato de marcadores.
26
Unidade I
• História social (HS): normalmente é escrita em formato narrativo com frases completas, mas 
também pode ser marcada em formato de lista com marcadores.
• Informações relativas à saúde e ao estilo de vida do paciente: dieta, exercícios, uso de 
substâncias (tabaco, álcool, drogas recreativas e, às vezes, cafeína). Dados sobre o uso positivo 
ou negativo devem ser incluídos para abuso de substâncias, com a quantificação, se positivo (por 
exemplo, quantos cigarros/dia).
• Circunstâncias pessoais e situação de vida: ocupação, residência, menção de familiares e/ou 
outros que vivem com o paciente e qual é o seu papel, bem como orientação sexual, identificação 
de gênero e atividade sexual.
• História familiar (HF): história de saúde de membros imediatos da família e, especialmente, 
pertinente a quaisquer problemas identificados com o paciente.
• Revisão dos sistemas (RDS): definição das perguntas referentes aos sintomas associados a 
cada sistema do corpo. Esta seção pode ser escrita em formato narrativo e indica o sistema 
corporal, os sintomas solicitados e quais são positivos versus aqueles que o paciente nega. 
Os tipos de perguntas a serem feitas e o que é relatado depende da forma de visita. Saber que 
um paciente negou um determinado sintoma pode ser relevante e também precisa ser incluído 
na documentação.
• III – Informações objetivas (O): definidas como as informações obtidas pelo clínico por qualquer 
trabalho de laboratório e diagnósticos.
• Lista de medicamentos: composta de tudo que o paciente esteja tomando atualmente. Todos 
os medicamentos devem incluir nome, dose, via, frequência, data de início e (se aplicável), além 
de duração do tratamento e efeitos adversos. As listas de medicamentos podem ser encontradas 
nas seções Subjetiva ou Objetiva, dependendo da fonte. Se o médico estiver começando do zero 
a obtenção de uma lista de medicamentos, geralmente ela é encontrada na seção Subjetiva. Se 
houver uma lista de medicamentos existente já verificada com o paciente, então ela é normalmente 
encontrada na seção Objetiva.
• Sinais vitais: fazem parte desta seção PA (pressão arterial), FC (frequência cardíaca), FR 
(frequência respiratória), peso, altura, IMC (índice de massa corpórea), temperatura e saturação 
de O2. Aqui também é possível ver valores relevantes de visitas anteriores listados.
• Exame físico: inclui as observações e os resultados de quaisquer exames realizados, além de ser 
dividido por sistema corporal e formatado como uma lista.
• Valores de laboratório: esta seção compreende todo o trabalho de laboratório feito 
recentemente; costuma-se fazer comparações com os valores anteriores. Os valores normais e 
anormais geralmente são fornecidos e estão em formato de lista ou com marcadores.
27
FARMÁCIA CLÍNICA
• Diagnóstico: há um amplo espectro de testes de diagnóstico que podem ser feitos e uma gama 
igualmente vasta de custos associados a eles. Alguns fornecerão imagens que não são mostradas, 
mas terão a interpretação do que foi visto (muitos sistemas de saúde empregam médicos que irão 
olhar para a imagem e interpretá-la). Por causa do alto custo associado ao diagnóstico, apenas os 
testes necessários para diagnosticar ou monitorar o problema do paciente devem ser/serão feitos, 
e, em geral, todos eles precisam ser incluídos nesta seção.
• IV – Avaliação (A): aqui o clínico assimila todas as informações obtidas das áreas Subjetiva 
e Objetiva e as aplica à prática padrão, conforme definido por evidências baseadas 
em medicamento.
• Lista de problemas priorizados e problemas relacionados ao medicamento: esta lista deve 
ser completa para todos os problemas ativos para o paciente, tendo de ser numericamente 
priorizados de acordo com a gravidade. Geralmente o problema associado à queixa principal será 
a maior acuidade; entretanto, nem sempre é assim.
• Notas para listas de problemas: os títulos dos problemas necessitam ser muito curtos e diferem 
dos sintomas. Por exemplo, alergias sazonais (não coceira nos olhos, rinorreia, espirros etc.). 
Certos problemas podem ser controlados, mas, se o paciente estiver fazendo algo ativamente (por 
exemplo, tomando medicação), isso deve ser listado. Eles são listados em prioridade mais baixa e, 
posteriormente, ao avaliá-los, a documentação pode indicar se o regime atual está controlando 
de modo suficiente o problema.
• Problemas relacionados com os medicamentos (PRM): são associados e fornecidos como 
subtítulos para cada problema, quando aplicável. Trata-se de declarações curtas que identificam 
áreas nas quais a terapia medicamentosa está contribuindo para o problema ou interferindo nos 
resultados desejados.
• V – Acompanhamento do paciente: consultas de retorno. O prontuário das consultas de retorno 
é igual ao da primeira consulta, com duas exceções (ANVISA, 2017):
— Não dispõe da primeira parte, do perfil do paciente, que somente precisa ser preenchida na 
primeira consulta.
— São registrados também os resultados das intervenções realizadas na consulta anterior. 
Assim, o roteiro das consultas de retorno segue as etapas da primeira consulta, com 
especial ênfase na atualização do estado clínico dos problemas de saúde, nos resultados das 
intervenções anteriores e na atualização da farmacoterapia atual. Assim, problemas e novas 
intervenções podem ser registrados a cada retorno e as ações pactuadas com o paciente 
devem ser também registradas.
28
Unidade I
 Saiba mais
Em 2018, foi publicada a atualização da Tabela de Procedimentos, 
Medicamentos e OPM do SUS (Sistema Único de Saúde), a antiga Tabela 
SAI/SUS. OPM é a sigla para Órteses, Próteses e Materiais Especiais. Com a 
alteração, o código n. 2234-05 – Farmacêutico, da Classificação Brasileira de 
Ocupações (CBO), foi vinculado a 49 procedimentos remunerados pelo SUS.
A tabela está disponível no site a seguir:
DATASUS. Consultar procedimentos. [s.d.]. Disponível em: 
https://bit.ly/3za8fBo. Acesso em: 30 jun. 2022.
Com essa atualização, já são mais de 182 códigos vinculados ao CBO 
do farmacêutico.
3.1.3 PWDT (Pharmacist’s Workup of Drug Therapy)
A expressão pode ser traduzida como “Avaliação farmacêutica da terapia medicamentosa” e 
determina a avaliação das deficiências do paciente em relação aos resultados terapêuticos obtidos pelos 
medicamentos de acordo com a farmacocinética e farmacodinâmica.
Os princípios são referentes às reações do organismo mediante à ação do fármaco e os efeitos que a 
medicação causa em seu tecido alvo. Dessa forma, o uso do PWDT no cotidiano da farmácia hospitalar 
possibilita uma avaliação mais detalhada dos resultados, conforme o estado clínico do paciente e a 
expectativa do tratamento.
Essa metodologia é adequada para analisar tanto os benefícios terapêuticos como as reações 
adversas — como a toxicidade — que um medicamento pode causar.
Ela avalia as necessidades do usuário referentes a medicamentos e implementa ações, segundo 
os recursos disponíveis, a fim de suprir as necessidades, fazendo acompanhamento para determinar os 
resultadosterapêuticos obtidos.
Uma pesquisa avaliou a efetividade dos efeitos das intervenções farmacêuticas em pacientes com 
HIV positivo com esse método. A aplicação do PWDT ajudou a diminuir cerca de 16% dos problemas 
farmacoterapêuticos dos pacientes participantes. A análise engloba problemas com dosagens 
de fármacos.
O método PWDT também pode ser empregado nos seguintes casos:
• análise das necessidades do consumidor final quanto ao consumo de referentes medicamentos;
• avaliação de dados e informações;
29
FARMÁCIA CLÍNICA
• realização das etapas necessárias à obtenção dos resultados terapêuticos obtidos;
• definição de objetivos terapêuticos centrados na qualificação do atendimento;
• identificação de estratégias para monitorar, avaliar e prevenir outros possíveis problemas.
3.1.4 TOM (Therapeutic Outcomes Monitoring)
A expressão pode ser traduzida como “Avaliação dos resultados terapêuticos”, que sugere práticas 
com foco em aperfeiçoamento da qualidade de toda a metodologia psicoterápica medicamentosa. 
E ainda promove interação entre médico, farmacêutico e paciente.
Para que esse método seja bem utilizado na rotina de uma farmácia, exige-se a adequação às 
seguintes etapas:
• coleta, análise e registro de dados e informações do paciente;
• registro dos objetivos terapêuticos do tratamento dispensado;
• avaliação da especificidade do plano farmacológico escolhido;
• desenvolvimento de uma proposta adequada de monitorização;
• dispensação dos medicamentos necessários;
• orientação ao paciente.
Com a finalidade de formalizar o reconhecimento da atividade farmacêutica e de obter retorno 
financeiro pelos procedimentos realizados, a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), 
após um grande esforço por parte de sua diretoria, no início dos anos 2000, notificou a Secretaria de 
Assistência à Saúde (SAS) de que o profissional farmacêutico se encontra incluído na tabela de atividade 
profissional do SIA/SUS.
Temos agora os farmacêuticos (código 65) incluídos na referida tabela; porém essa inclusão é relativa 
apenas a algumas das atividades reivindicadas pela classe, que se encontram nos grupos 04 e 07.
A SBRAFH ainda espera que a Secretaria de Assistência à Saúde crie um novo procedimento 
específico para as atividades de dispensação e a inclusão do farmacêutico no Programa Saúde da 
Família e no procedimento de visita domiciliar – Aids. Ela recomenda algumas medidas que devem ser 
tomadas pelo farmacêutico:
• Informar o serviço de saúde em que atua profissionalmente acerca da inclusão do farmacêutico 
nesses procedimentos.
• Integrar-se ao hospital ou à unidade de saúde em que trabalha para saber o que tem sido feito em 
relação a grupos de pacientes em atenção básica, assistência especializada e alta complexidade.
30
Unidade I
• Inserir-se nas atividades já existentes com outros profissionais.
• Criar atividade educativa própria nos grupos já existentes.
• Começar a protocolar a sua produção em atividades educativas já executadas.
• Passar a registrar a sua produção em consultas/atendimentos aos pacientes individuais na 
farmácia (BISSON, 2021).
 Saiba mais
Aprenda mais sobre o método SOAP no item 6.4.2 constante no link 
a seguir:
BRASIL. Capítulo 6: atendimentos. [s.d.a]. Disponível em: https://bit.ly/3yz4fZw. 
Acesso em: 30 jun. 2022.
4 PRÁTICA CLÍNICA
4.1 Anamnese farmacêutica
Como visto, as atividades clínicas atribuídas aos farmacêuticos clínicos são complexas e exigem não 
somente conhecimentos específicos, mas competências e habilidades que permitam a integração com 
os demais profissionais de saúde que integram a equipe multidisciplinar e, principalmente, o paciente. 
Sem deixar de incluir e levar em consideração a família e/ou cuidadores.
Tem-se observado uma progressiva expansão das atividades clínicas farmacêuticas em 
função do reconhecimento desse trabalho ao se considerar o uso racional dos medicamentos e a 
segurança do paciente, bem como das mudanças no perfil demográfico e epidemiológico, entre 
outros fatores relacionados às doenças e à farmacoterapia.
Dessa forma, conforme a Resolução n. 585/2013, já apresentada, observamos que o farmacêutico 
clínico, em suas atribuições, visa o cuidado do paciente, família e comunidade com o objetivo de otimizar 
a farmacoterapêutica, promovendo o uso racional e seguro dos medicamentos.
Sob esse contexto, trataremos na sequência acerca da anamnese, etapa fundamental no processo de 
atendimento farmacêutico.
A anamnese farmacêutica é um processo no qual é possível a obtenção de dados e informações 
relativas ao paciente. Ela ocorre através de uma entrevista na qual não apenas se estabelece uma relação 
de contato profissional entre os envolvidos (farmacêutico/paciente e/ou cuidador), mas de confiança, 
sem a anamnese, e informações importantes podem ser omitidas ou não esclarecidas adequadamente.
31
FARMÁCIA CLÍNICA
Nessa entrevista, dados sobre o paciente são obtidos com o objetivo de identificação, conhecimento 
do histórico clínico, hábitos de vida, entre outros. As informações permitem a identificação e 
compreensão das necessidades relacionadas à saúde e, se necessário, o planejamento de um plano 
farmacoterapêutico ou, até mesmo, condutas não farmacológicas.
É importante destacar que a entrevista deve ser realizada respeitando-se o sigilo profissional e 
preceitos éticos, uma vez que relações de respeito e confiança são essenciais.
Entretanto, segundo Bisson (2021, p. 18), para que a consulta farmacêutica se dê adequadamente, 
precisamos destacar as seguintes habilidades, conhecimentos e atitudes fundamentais no farmacêutico 
clínico:
• conhecimentos de doenças;
• conhecimentos de farmacoterapia;
• conhecimentos de terapia não medicamentosa;
• conhecimento de análises clínicas;
• habilidades de comunicação;
• habilidades em monitoração de pacientes;
• habilidades em avaliação física;
• habilidades em informação sobre medicamentos;
• habilidades em planejamento terapêutico.
Todos nós, em geral, de alguma forma, já fomos submetidos a uma anamnese médica. Portanto, o 
paciente tem algum grau de conhecimento sobre esse processo e, muitas vezes, passou por experiências 
negativas que podem gerar empecilhos à entrevista. Em outras palavras, ele pode estar preparado, quer 
seja por acesso prévio à informação sobre sua condição, quer seja por expectativas para resolvê-la.
Assim, é imprescindível garantir uma relação profissional com o paciente e/ou cuidador. Respeito, 
confiança e profissionalismo são fundamentais. A maneira como o farmacêutico estabelece essa 
relação garante a obtenção completa das informações necessárias. O paciente e/ou cuidador 
precisa confiar no profissional de forma a passar todos os dados solicitados durante a entrevista e, 
eventualmente, revelar informações não requeridas, mas que o próprio paciente e/ou cuidador sente 
a necessidade de fazê-lo.
Muitas vezes, o paciente julga estar cometendo um erro por iniciativa própria, conselho de amigos 
ou parentes ou porque fez uma pesquisa na internet/redes sociais e teme revelar o fato por não querer 
32
Unidade I
ser julgado ou descobrir que efetivamente está se prejudicando ou comprometendo aquele que está 
sob responsabilidade dos seus cuidados. Infelizmente, isso é muito comum.
 Lembrete
Uma relação de confiança é fundamental entre farmacêutico e paciente. 
Não julgue, oriente!
Para exemplificar, podemos citar o uso de plantas medicinais, sobretudo chás. Entretanto, embora 
sejam recursos farmacoterapêuticos importantes, boa parte delas ainda não foram completamente 
estudadas e algumas podem manifestar interações medicamentosas importantes. É o caso da Bauhinia 
forficata, popularmente conhecida como “pata-de-vaca”, que pode potencializar o efeito de fármacos 
hipoglicemiantes (RODRIGUES, 2017).
Voltando à anamnese, ela deve ser realizada em ambiente apropriado e que garanta privacidade ao 
atendimento. O farmacêutico precisa dispor de recursos para registro das informações, preferencialmenteeletrônico e material técnico especializado para eventuais consultas. Uma ficha de anamnese 
farmacêutica tem de ser preenchida durante o atendimento a fim de garantir o registro das informações 
e acompanhamento do paciente. Existem diversos modelos, mas o farmacêutico pode elaborar um que 
contemple as necessidades ao tipo de atendimento e perfil de seu paciente.
Em geral, as fichas utilizadas na consulta farmacêutica solicitam informações como:
• Dados do paciente, ou seja, nome, data de nascimento, sexo, profissão, se ativo ou aposentado.
• Diagnóstico clínico ou queixa principal.
• Hábitos, tais como tabagismo, narcóticos, álcool, sedentarismo etc.
• Alergias.
• Medicamentos, se usa ou não. Em caso positivo, quais e verificar o esquema posológico, condições 
de armazenamento e toda e qualquer forma que possa comprometer a farmacoterapia.
• Adesão ao tratamento.
• Utilização de fitoterápicos, chás, suplementos vitamínicos, homeopáticos, florais, entre outros. 
Devemos observar se são utilizados sob prescrição de um profissional de saúde habilitado.
Durante a anamnese, é essencial sabermos se o paciente faz uso, ou melhor, é tratado ou costuma 
ser tratado através de Práticas Integrativas e Complementares (PICS). Essa informação permite ao 
farmacêutico não apenas saber se o indivíduo utiliza substâncias diversas, mas quais recursos estão 
sendo mobilizados na busca da recuperação e manutenção da saúde.
33
FARMÁCIA CLÍNICA
Trata-se de informações básicas, porém o farmacêutico pode e deve acrescentar outras que julgue 
pertinentes e sempre reservar um espaço para anotar dados e/ou informações adicionais obtidas durante 
a entrevista, independentemente de serem conseguidos através de perguntas ou fornecidos de modo 
espontâneo pelo paciente e/ou cuidador.
Ainda que o tempo disponível para a entrevista seja limitado, o paciente precisa sentir a disponibilidade 
para o atendimento com toda a atenção necessária. É importante a observação da linguagem corporal 
e postura de todos os envolvidos, ou seja, do farmacêutico, paciente e/ou cuidador. Comportamentos e 
atitudes têm muito a dizer e todos estão se observando atentamente.
Assim, conduza a entrevista de forma a permitir a livre expressão do paciente e/ou cuidador, todavia 
evite que ele a assuma. Muitos indivíduos, dependendo do seu perfil, tendem a conduzir o diálogo. 
Portanto, saiba quando interferir apropriadamente em uma narrativa para que a entrevista não sofra 
desvios e informações relevantes sejam perdidas.
O farmacêutico clínico deve saber como e quais perguntas precisam ser realizadas, bem como o 
seu momento oportuno, daí a necessidade de preparo sólido. Porém, ouça tudo o que o paciente e/ou 
cuidador tem a dizer.
E claro, faça as devidas anotações na ficha de anamnese de forma clara e precisa, não pense em 
guardar de cabeça para anotar depois. Provavelmente, a informação se perderá. Na dúvida, pergunte 
novamente durante a entrevista. Como comentamos, a relação deve ser profissional. Não subestime o 
paciente e/ou cuidador ou mesmo faça julgamentos, esse não é o papel do profissional.
Eventualmente, a situação pode ficar tensa por diversos motivos. Estamos lidando, em geral, com 
problemas de saúde que fragilizam o indivíduo e suas emoções podem se manifestar de diversas formas. 
Assim, as palavras-chaves são: acolhimento, respeito, solidariedade e humanidade.
Uma vez coletados os dados, o próximo passo é avaliar o quadro e estabelecer o plano de 
cuidados, farmacológico ou não farmacológico. Esse plano pode determinar medidas das duas 
categorias combinadas.
Verifica-se ainda a capacidade/habilidade do paciente em cumprir o plano de forma independente. 
Se isso não for possível em função da idade ou condição, essa tarefa será assumida pelo cuidador, que 
também deverá ser avaliado.
As orientações são então fornecidas de forma verbal e escrita. E, se necessário, de modo lúdico com 
a utilização de desenhos, esquemas, modelos, entre outras técnicas. Lembre-se, nada é óbvio.
Sempre pergunte se o paciente e/ou cuidador entenderam as informações e se precisam de 
explicações adicionais. Reserve um momento para que possam fazer perguntas. Tenha certeza da 
compreensão e não deixe de repetir quantas vezes forem necessárias. Fique à disposição através de 
canais de comunicação apropriados e/ou pessoalmente para que eles possam entrar em contato em 
caso de intercorrências ou dúvidas. Isso, além de adequado, transmite segurança e confiança.
34
Unidade I
Conforme o caso, agende uma próxima consulta ou outra forma de contato para o acompanhamento 
do paciente.
 Saiba mais
Para conhecer um modelo de ficha de atendimento farmacêutico, 
acesse o link a seguir:
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Ficha de atendimento farmacêutico. 
2018a. Disponível em: https://bit.ly/3od5Tv7. Aceso em: 30 jun. 2022.
4.2 Intervenções farmacêuticas
A importância do farmacêutico clínico é bastante clara no seguimento e acompanhamento 
farmacoterapêutico. Para Amaral, Amaral e Provin (2008), por se tratar de um processo contínuo que 
monitora os resultados oriundos do esquema terapêutico empregado e visa detectar e resolver os PRM, 
é previsível que o profissional possa e deva realizar intervenções apropriadas com o objetivo de garantir 
a eficácia e segurança do paciente.
Segundo Riba et al. (2000), alguns aspectos fundamentais devem ser verificados durante o 
acompanhamento e seguimento farmacoterapêutico, permitindo a obtenção de informações relevantes 
para a monitoração terapêutica. São eles:
• Veracidade do regime terapêutico empregado.
• Se há sobreposições terapêuticas.
• Conformidade na via e forma de administração do medicamento.
• Aceitação/Adesão do paciente ao esquema terapêutico.
• Interações medicamentosas de qualquer natureza.
• Dados que permitam a avaliação da eficácia da terapia instituída e prevejam reações adversas 
e/ou outros PRM.
Assim, como resultado da monitoração adequada da farmacoterapia empregada, teremos 
possivelmente a intervenção farmacêutica, que faz parte das condutas do farmacêutico clínico no 
acompanhamento farmacoterapêutico.
De acordo com Ivama (2002), podemos definir intervenção farmacêutica como:
35
FARMÁCIA CLÍNICA
Um ato planejado, documentado e realizado junto ao usuário e profissionais 
de saúde, que visa resolver ou prevenir problemas que interferem ou 
podem interferir na farmacoterapia, sendo parte integrante do processo de 
acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico.
Consequentemente, a intervenção farmacêutica visa planejar e documentar de forma conjunta e 
participativa com o paciente, prescritor e demais profissionais de saúde ações que têm por objetivo 
prever, detectar, prevenir e resolver PRM que possam interferir no resultado do tratamento e/ou 
causar problemas.
Para Miranda et al. (2012), o objetivo das intervenções farmacêuticas é o uso correto e seguro dos 
medicamentos. A preservação da saúde do paciente é primordial aos propósitos de estudo atualmente. 
Em diversos setores no campo da saúde, os erros relacionados a medicamentos estão entre os 
mais cometidos.
Sabemos que a segurança do paciente pode ser afetada por PRM. A literatura confirma que os 
problemas relacionados a medicamentos estão ligados aos erros de prescrições. A verificação da 
prescrição por farmacêuticos clínicos pode identificar situações geradoras de PRM, possibilitando 
atuação preventiva à ocorrência de resultados desfavoráveis da terapia medicamentosa, e contribuindo 
para a segurança do paciente (CRUZ; BATISTA; MEURER, 2019).
Para que uma intervenção farmacêutica seja efetiva e confiável, é fundamental sistematizar 
o processo e empregar uma metodologia apropriada a fim de garantir confiabilidade e 
efetividade ao processo.
Conheceremos a seguir as etapas preconizadas para que isso ocorra.
A primeira delas consiste na seleção de grupos de pacientes dando prioridade aos grupos de 
maior risco para manifestarem PRM. Todavia, observam-se características individuais do pacientee 
medicamentos utilizados, principalmente o número de medicamentos.
Assim, no que se refere às características do paciente, podemos citar: idade, patologias associadas 
como diabetes, hipertensão, cardiopatias, hepatopatias e nefropatias, entre outras.
Com relação aos medicamentos, devemos considerar o número de medicamentos utilizados, 
principalmente polifarmácia, medicamentos de baixo índice terapêutico e/ou alto risco de toxicidade.
Como vimos, diversas informações fundamentais são obtidas durante a entrevista farmacêutica. 
Na anamnese, são coletados dados do paciente como: sexo, idade, peso, altura, histórico familiar, 
patologias, alergias, hábitos como fumar e consumir bebidas alcoólicas, sedentarismo, uso de 
medicamentos prescritos ou isento de prescrição, consumo de cafés e/ou chás, fitoterápicos etc. 
Desse modo, permite-se uma análise mais ampla do quadro geral do paciente, não levando em 
consideração apenas a prescrição vigente a qual ele já esteja sendo submetido.
36
Unidade I
A forma e a frequência das consultas (entrevistas) dependem de cada caso, ou seja, do paciente.
De posse dessas informações, passamos à próxima etapa, identificação de PRM ou a possibilidade 
de sua ocorrência. Cabe lembrar que nem sempre haverá um problema exigindo uma intervenção 
farmacêutica. Assim, muitas vezes não existirá uma adversidade na farmacoterapia e/ou condução.
De acordo com Cruz, Batista e Meurer (2019), para ter uma ideia da importância e peso dos PRM, 
um estudo realizado em um hospital universitário da região Sudeste com 159 leitos avaliou 18.795 
prescrições, dos quais encontraram 2.834 PRM.
Ainda conforme Cruz, Batista e Meurer (2019, p. 410), os tipos de PRM são:
• Dose: avaliar se a dose prescrita se encontra de acordo com a preconizada pela literatura, 
considerando o peso ou a superfície corpórea e a necessidade de ajustes para a função renal 
e/ou hepática.
• Intervalo de administração: considerar se os intervalos dos medicamentos prescritos estão 
descritos na literatura, além da possível necessidade de adequação deles para função renal e/
ou hepática alterada, considerando a possibilidade de redução de custos e tempo gasto pela 
enfermagem na administração.
• Via de administração: examinar a via de administração baseada nas características 
farmacocinéticas e condições clínicas do paciente.
• Apresentação e/ou forma farmacêutica: adequar de acordo com a padronização do hospital e 
o paciente (crianças, idosos, pacientes com sonda ou dificuldade de deglutição).
• Medicamento inapropriado/desnecessário: verificar a presença de medicamento sem indicação 
para a condição clínica do paciente, duplicidade terapêutica, medicamento em duplicata, 
paciente com reação alérgica conhecida ao medicamento, medicamento contraindicado ou 
desnecessário à condição clínica do paciente.
• Necessidade de medicamento adicional: observar condição clínica não tratada, continuação de 
tratamento, medicamento preventivo ou profilático.
• Alternativa terapêutica mais adequada/disponível: escolher medicamento mais seguro, mais 
efetivo, melhor custo e efetividade ou disponibilidade na padronização do hospital.
• Interações medicamentosas: checar presença de interações medicamentosas com relevância 
clínica, de acordo com classificações encontradas nas bases de dados.
• Inconsistências na prescrição: averiguar informação discrepante sobre posologia ou instruções 
de administração contidas na mesma prescrição.
• Diluição e/ou taxa de infusão: apurar a concentração e a taxa de infusão da medicação.
37
FARMÁCIA CLÍNICA
Para melhor contextualização, observe na tabela a seguir a frequência dos PRM. Os dados foram 
obtidos a partir de estudo retrospectivo realizado por Cruz, Batista e Meurer no período de abril a 
outubro de 2018.
Tabela 1 – Tipos de PRM encontrados e suas frequências
PRM % n
Diluição e/ou taxa de infusão 28,7 814
Apresentação e/ou forma farmacêutica 19,0 538
Inconsistências nas prescrições 17,8 504
Dose 10,3 291
Incompatibilidade e/ou estabilidade físico-química 8,2 231
Alternativa terapêutica mais adequada/disponível 5,5 156
Medicamento inapropriado/desnecessário 4,5 130
Intervalo de administração 3,5 99
Via de administração 1,4 40
Necessidade de medicamento adicional 1,0 28
Interações medicamentosas 0,1 3
Adaptada de: Cruz, Batista e Meurer (2019).
As intervenções podem ser praticadas em determinadas condições, por exemplo:
• Reconciliação medicamentosa.
• Forma farmacêutica inapropriada com via de administração prescrita ou modo de administração 
não adequado ao descrito em literatura.
• Análise quanto à forma de uso, doses não usuais.
• Periodicidade de administração inadequada ao fármaco utilizado.
• Estabilidade dos fármacos após o preparo.
• Medicamentos prescritos com diluente inadequado.
• Interações medicamentosas ou com alimentos.
• Fármacos prescritos com a mesma ação farmacológica.
• Prescrição incompleta, faltando dose.
• Medicamentos ilegíveis ou com descrição incompleta.
38
Unidade I
• Indicação terapêutica inadequada.
• Reações adversas.
• Cuidados com pacientes alérgicos ao medicamento.
• Informações de como proceder em relação aos medicamentos prescritos que não são padronizados.
Amaral apud Riba et al. (2000) categoriza as intervenções farmacêuticas em seis grandes tipos e 
nos orienta adequadamente na avaliação de um esquema farmacoterapêutico. Observe a seguir os 
tipos de intervenção.
Quadro 1 – Tipos de intervenção farmacêutica
Tipo de intervenção Pergunta
Posologia
É a dose mais correta para este paciente?
A frequência entre as administrações é adequada?
Por qual via o fármaco é eliminado?
Há necessidade de reajuste de dose?
A terapia pode ser encurtada?
Via de administração
É a via de administração mais adequada?
Está sendo administrada corretamente?
Indicação
A terapia é necessária?
Está sendo efetiva?
Há alguma indicação de que não está sendo tratada?
A indicação convém com a patologia?
Há duplicidade?
Quais parâmetros são úteis para monitorar a eficácia?
Há um benefício custo-efetividade?
Interação
Interage com outros fármacos utilizados?
Interage com algum alimento da dieta do paciente?
Efeitos adversos
Este fármaco é o mais seguro para este paciente?
Qual a gravidade dos efeitos adversos?
O paciente apresenta alguma alergia?
Outros Outras perguntas?
Adaptado de: Amaral apud Riba et al. (2000).
Em outro estudo realizado entre março e maio de 2015, Garske et al. (2016) avaliaram 278 prescrições 
de 190 pacientes, sendo realizadas 52 intervenções farmacêuticas relacionadas à posologia, reconciliação 
medicamentosa, estabilidade, substituição de horário de administração do medicamento, diluição 
incorreta, alergia a medicamentos e estabilidade, substituição de horário de administração do 
medicamento, diluição incorreta, alergia a medicamentos e troca de forma farmacêutica, conforme 
demonstrado a seguir.
39
FARMÁCIA CLÍNICA
19
10
17
33 11
11
22
Posologia
Reconciliação de medicamentos
Estabilidade
Substituição de horários de administração
Diluição incorreta
Alergia a medicamento
Troca de forma farmacêutica
Figura 7 – Intervenções farmacêuticas
Adaptada de: Garske et al. (2016).
Posto isso, caso seja identificado um problema, é fundamental discutir o assunto com a equipe 
que assiste o paciente, principalmente o prescritor, para que seja possível não apenas compreender o 
objetivo terapêutico estabelecido, mas a escolha da conduta mais apropriada a ser empregada.
Assim, a farmácia clínica colabora para a diminuição dos gastos ao melhorar a farmacoterapia, 
reduzir o tempo de internação e diminuir as taxas de mortalidade. Conforme Garske et al. (2016), 
além de ser seguro e garantir o uso correto dos medicamentos mediante as prescrições e as 
intervenções e orientações efetuadas pelo farmacêutico, influenciam na concordância ao tratamento 
medicamentoso, sendo este mais presente em pacientes que receberam orientações do que naqueles 
que não receberam.
 Lembrete

Continue navegando