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Í N D I C E G E R A L I) CONTROLE DE MULTIDÃO E GERENCIAMENTO DE CRISE 1. CONTROLE DE MULTIDÃO .......................................................................................... 09 1.1 - Os dispositivos salva-vidas e os planos de controle de multidão. ............................... 09 1.2 - Tabela mestra e instruções para emergências. ............................................................. 10 1.3 - Saídas de emergência e restrições de uso de elevadores. ............................................. 14 1.4 - Procedimentos para auxiliar e controlar os passageiros em emergências. .................. 15 1.5 - Métodos para evacuação de pessoas com deficiências e que necessitam de uma assistência especial. ..............................................................................................................16 1.6 - A importância de manter a ordem e evitar o pânico. ................................................... 17 2.GERENCIAMENTO DE CRISE E COMPORTAMENTO HUMANO................................19 2.1 - Procedimentos de emergência a bordo de um navio de passageiros ........................... 19 2.2 - Otimização do uso de recursos do navio. ..................................................................... 19 2.3 - Controle de reações e liderança em momentos de crise. .............................................. 19 2.4 - Importância das comunicações efetivas e instruções claras e concisas. ....................... 20 II) SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS 1. SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS. .................................................................... 23 1.1 - Procedimentos de auxílio no embarque e desembarque de passageiros, com atenção especial a pessoas deficientes. ....................................................................................... 23 1.2 - Orientar os passageiros para os pontos de embarque, desembarque e de reunião .... 23 1.3 - Rotas de escape desobstruídas. .................................................................................. 24 1.4 - Verificação e busca de passageiros em compartimentos habitáveis. ......................... 24. 1.5 - Listas de passageiros para a contagem para evacuação. ........................................... 24 1.6 - Vestimenta adequada e utilização correta de coletes salva-vidas pelos passageiros. 24 2. PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO. ........................................................... 25 2.1 - Comunicação com passageiros. .................................................................................. 25 2.2 - Vocabulário elementar em inglês para instruções básicas. ........................................ 25 2.3 - Comunicação eficaz em situações críticas. ................................................................ 25 2.4 - Outros meios de comunicação. ................................................................................... 26 2.5 - Idiomas em que os anúncios de emergência são transmitidos. ................................. 28 PÁGINA 3 3. SEGURANÇA DE PASSAGEIROS, DA CARGA E INTEGRIDADE DO CASCO. ......... 29 3.1 - Procedimentos de carregamento e descarregamento de veículos e outras cargas- comunicações............................................................................................................................... 29 3.2 - Procedimentos de içar e arriar rampas em navios Ro-Ro. ................................................ 30 3.3 - Transporte de produtos perigosos em navios Ro-Ro de passageiros. ................................ 33 3.4 - Código de Práticas Seguras para a Estivagem e Fixação de Carga. .................................. 33 3.5 - Equipamentos de fixação de carga. ..................................................................................... 35 3.6 - Programas de computador para cálculo de alterações de estabilidade. ............................. 36 3.7 - Abertura, fechamento, vedação e inspeção das rampas e portas de acesso aos compartimentos de carga. ............................................................................................................ 36 3.8 - Monitorar a atmosfera e ventilar os compartimentos de carga do navio Ro-Ro. ................. 38 III) SEGURANÇA PESSOAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 1. NOÇÕES SOBRE NAVIOS DE PASSAGEIROS. ................................................................. 40 1.1- A nomenclatura de um navio. ............................................................................................... 40 1.2 - A compartimentação e os arranjos de conveses e as vias de acesso do navio...................44 1.3 - Os sistemas de comunicações interiores de um navio. ..................................................... 46 1.4 - Os sistemas de geração de energia e de propulsão. .......................................................... 48 1.5 - As acomodações típicas de um navio de passageiros........................................................50 1.6 - O sistema organizacional e hierárquico da tripulação.......................................................50 1.7 - Os perigos existentes a bordo, as precauções e os recursos de segurança. ........................ 53 2. RESPONSABILIDADE SOCIAL E RELAÇÕES HUMANAS A BORDO. ....................... 56 2.1 - Os elementos básicos da comunicação. ............................................................................. 56 2.2 - As barreiras de comunicação e suas consequências. ......................................................... 58 2.3 - O bom relacionamento a bordo. .......................................................................................... 59 2.4 - Liderança no ambiente de trabalho. ....................................................................................59 2.5 - A coesão do grupo e as metas de trabalho. ....................................................................... 60 2.6 - As responsabilidades sociais e trabalhistas do empregado e do empregador. ................... 60 2.7 - O perigo do Abuso do Álcool e drogas, ilícitas. ................................................................. 63 2.8 - O surgimento de condições adversas ao bem-estar e a segurança no trabalho, em razão do estresse e de divergências interpessoais. ........................................................................................66 2.9 - A diferença entre os indivíduos e a tolerância no relacionamento. ....................................... 69 PÁGINA 4 3. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO E FISCALIZAÇÃO........................................................71 3.1 - A Prevenção da poluição no meio ambiente marinho. ....................................................... 71 3.2 - Legislação Nacional. ........................................................................................................... 73 3.3 - Fontes poluidoras. ............................................................................................................ 73 3.4 - Procedimentos básicos para a prevenção da poluição no meio ambiente marinho .........74 3.5 -As principais convenções e códigos da IMO e as normas marítimas (NORMAM)............76 3.6 - Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB). .......................................................................... 83 3.7 - Organização distrital da Marinha do Brasil. .................................................................... 85 3.8 - Fiscalização: “port state” e “flag state”............................................................................ 85 3.9 - Passageiro Clandestino e Terrorismo - Pirataria, Assalto e roubo. ................................. 86 IV) TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA PESSOAL 1 - SITUAÇÕES E PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA. ............................................ 93 1.1 - Os tipos de emergências que podem ocorrer em um navio. .......................................... 93 1.2 - Sinais de Alarme de emergência. .................................................................................99 1.3 - Tabela Mestra (Muster List) e planos de contingenciamento........................................100 1.4 - Equipamentos Salva Vidas. .......................................................................................... 102 1.5 - Comunicações interiores. .............................................................................................. 103 2. ORIENTAÇÕES SOBRE SEGURANÇA A BORDO. ................................................... 106 2.1 - Estabilidade e estanqueidade do navio; obras vivas e obras mortas; seções e portas estanques; sistema de lastro................................................................................................... 106 2.2 - Modos e os meios de evacuação/abandono. ................................................................. 109 2.3 - Procedimentos básicos para evacuação/abandono. ..................................................... 110 2.4 - Procedimentos para resgate por helicóptero. ............................................................... 111 3. TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR. ............................................................... 118 3.1 - Equipamentos de Salvatagem de uso individual.............................................................118 3.2 - Identificar os locais de concentração, de acordo com a Tabela Mestra do navio...........126 3.3 - Procedimentos para o abandono dentro d’água..............................................................127 3.4 - Sobrevivência em um Naufrágio....................................................................................138 3.5 - Meios de comunicação e de sinalização para um auxílio em emergências....................143 V.PRIMEIROS SOCORROS ELEMENTARES 1. INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS...............................................................150 1.1 - Providências imediatas em emergência de saúde.............................................................150 1.2 - Comunicação de situações de emergência e alarme.........................................................152 PÁGINA 5 3.10 - Pirataria, Assalto e roubo. .............................................................................................. 87 1.3 - Técnicas de resgate e transporte de pessoa ferida........................................................153 1.4 - Meios disponíveis de assistência médica e sinalização no caminho da enfermaria ....156 1.5 - Higiene pessoal e de manutenção da saúde..................................................................158 1.6 - Estrutura óssea e muscular do corpo humano..............................................................160 1.7 - Principais órgãos e sistemas do corpo humano............................................................161 2- PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS.......................................................167 2.1 - Procedimentos e primeiras medidas de socorro............................................................167 2.2 - Estado de choque..........................................................................................................169 2.3 - Hemorragias..................................................................................................................170 2.4 - Queimaduras..................................................................................................................172 2.5 - Traumatismos................................................................................................................176 2.6 - Bandagens, curativos, imobilizações e demais procedimentos básicos de primeiros socorros...............................................................................................................................180 2.7- Contaminação por doenças infecciosas e autoproteção..................................................186 VI)PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 1. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO........................................................................................188 1.1 - O fenômeno da combustão: o quadrilátero do fogo......................................................188 1.2 - Materiais inflamáveis, suas propriedades e as precauções de segurança......................194 1.3 - A prevenção do incêndio a bordo e a constante vigilância...........................................202 1.4 - As causas de propagação de um incêndio.....................................................................203 1.5 - O sistema de detecção e alarme de incêndio.................................................................206 1.6 - Organização de combate a incêndio..............................................................................208 2. PROCEDIMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO......................................................209 2.1 - Classes de incêndios e agentes extintores.....................................................................209 2.2 - Procedimento ao ser detectado fogo ou fumaça............................................................221 2.3 - Métodos de combate a incêndio....................................................................................221 2.4 - Extintores portáteis........................................................................................................224 2.5 - Aplicação da água como agente extintor.......................................................................236 2.6 - Sistemas fixos de combate a incêndio a bordo..............................................................237 Glossário................................................................................................................................243 Referências bibliográficas.....................................................................................................245 PÁGINA 6 PÁGINA 7 PÁGINA 8 I) CONTROLE DE MULTIDÃO E GERENCIAMENTO DE CRISE 1. CONTROLE DE MULTIDÃO .......................................................................................... 09 1.1 - Os dispositivos salva-vidas e os planos de controle de multidão. ............................... 09 1.2 - Tabela mestra e instruções para emergências. ............................................................. 10 1.3 - Saídas de emergência e restrições de uso de elevadores. ............................................. 14 1.4 - Procedimentos para auxiliar e controlar os passageiros em emergências. .................. 15 1.5 - Métodos para evacuação de pessoas com deficiências e que necessitam de uma assistência especial. ..............................................................................................................16 1.6 - A importância de manter a ordem e evitar o pânico. ................................................... 17 2.GERENCIAMENTO DE CRISE E COMPORTAMENTO HUMANO................................19 2.1 - Procedimentos de emergência a bordo de um navio de passageiros ........................... 19 2.2 - Otimização do uso de recursos do navio. ..................................................................... 19 2.3 - Controle de reações e liderança em momentos de crise. .............................................. 19 2.4 - Importância das comunicações efetivas e instruções claras e concisas. ....................... 20 1. - CONTROLE DE MULTIDÃO 1.1 Os dispositivos salva-vidas e os planos de controle de multidão São equipamentos salva-vidas: boias circulares, coletes salva-vidas, roupas de imersão, embarcações de sobrevivência, salvamento e resgate, meios de içamento, e outros. Equipamentos de Salvatagem de Uso Individual: Colete Salva-Vidas - Equipamento de uso individual, utilizado para permitir a flutuabilidade dentro d'água, mantendo sua cabeça emersa mesmo estando inconsciente após o abandono. Boias Circulares - Fornecem rapidamente um meio adicional de flutuabilidade para tripulantes ou passageiros que tenham caído ao mar sem um colete salva-vidas. São colocadas em locais de fácil acesso, próximos das bordas,próxima a cada local de saída e não devem estar presas à estrutura. Equipamentos de Salvatagem de Uso Coletivo: Embarcação de Resgate Rápido - É uma embarcação motorizada, utilizada para o resgate dos náufragos. Pode ser utilizada também no resgate d e homem a o mar. É operada por pessoal especializado e treinado, e dispõe de pequena autonomia, não servindo, prioritariamente, para abandono. Embarcação de Salvamento - Baleeira - É uma embarcação salva-vidas que tem proa e popa afiladas. É rígida, tem propulsão própria e é arriada por turcos ou lançada por queda livre. Tem lotação máxima variável, chegando a 150 pessoas em alguns casos. CONTROLE DE MULTIDÃO E GERENCIAMENTO DE CRISE PÁGINA 9 Balsa salva-vidas - São contidas em casulos de fibra de vidro, dispostos em cabides próprios e localizados nos conveses abertos. Planos de Controle de Multidão – Para o controle e administração de ações por ocasião de uma emergência, e consequente controle de aglomerações, por ocasião do guarnecimento dos Pontos de Reunião (Muster Stations), existem planos específicos como os descritos a seguir: Plano de Segurança - Apresenta os planos do navio com a localização dos equipamentos de combate a emergências, extintores, mangueiras, bombas, boias circulares, escadas de acesso, rotas de fuga, etc., e outras informações para sua operacionalização. Plano de Emergência - Somente deverão se dirigir ou permanecer na área de emergência o pessoal que tiver atribuições prescritas no Plano de Emergência do Navio ou forem convocados pelo Coordenador do Grupo de Combate a Emergência Plano Contingente - São documentos que contém o check list dos procedimentos padronizados a serem executados em cada uma das situações de emergência e as ações alternativas, caso os procedimentos padronizados não possam ser executados. 1.2 Tabela mestra (Muster List) e instruções para emergências Tabela Mestra - é um quadro que apresenta os nomes e funções de todo o pessoal que trabalha a bordo, e seus postos e responsabilidades no caso da ocorrência de cada uma das emergências, como incêndio, homem ao mar, colisão ou abalroamento e abandono. Para fazer frente às emergências o pessoal deve conhecer precisamente suas atribuições de modo a reagir rapidamente. Na página seguinte há um exemplo de parte de uma Tabela Mestra de um navio de passageiros. Exemplo de Tabela Mestra Individual PÁGINA 10 PÁGINA 11 Instruções para emergências a bordo A regulamentação marítima internacional exige que um navio de cruzeiro deva realizar um exercício sobre os procedimentos de emergência para passageiros dentro de um prazo de 24 horas, a partir da saída do porto, depois de embarcar os passageiros. Todos os passageiros que embarcaram naquele porto são obrigados a comparecer. Na prática, os navios de cruzeiro, pelo menos os das principais linhas, conduzem esse exercício de procedimentos em situação de emergência antes de o navio deixar o cais. Caso um passageiro não compareça ao exercício, lhe é enviado um aviso e ele é obrigado a assistir ao exercício subsequente. Durante o exercício, os passageiros guarnecem os seus respectivos “muster stations” ("postos de reunião"). A cada passageiro é atribuído uma estação de agrupamento específico. Este é o lugar onde ele deverá ir, caso o navio soe o sinal de emergência. Os “muster stations” são geralmente em compartimentos públicos do navio ou nos conveses ao ar livre. Eles são propriamente localizados perto das embarcações salva-vidas do navio. Depois que todos os passageiros se reunirem nos seus “muster stations”, um oficial da tripulação do navio dá uma palestra sobre os procedimentos de segurança e emergência. Depois disso, os membros da tripulação, que são alocados em cada um dos pontos de reunião, demonstram como colocar o colete salva-vidas. Normalmente é requerido que os passageiros tragam os seus coletes salva-vidas da cabine , áreas públicas consigo para o exercício, a fim de realmente colocar os coletes salva-vidas após a demonstração. Além do treinamento, cada camarote tem um aviso no lado interior de sua porta com instruções ilustradas para colocar um colete salva-vidas. Cada aviso também indica a estação de reunião – “muster stations” – dos passageiros que se alojam nesse camarote, bem como um mapa que mostra a rota que os passageiros devem tomar a partir desse camarote, em caso de emergência, para chegar até ela, além de uma rota alternativa. As principais linhas também têm procedimentos de segurança por meio de vídeos que são reproduzidos continuamente no início do cruzeiro, na televisão do camarote. PÁGINA 12 A figura acima é um exemplo de um aviso localizado na porta de um camarote do navio de cruzeiro Crown Princess, explicando os procedimentos de emergência e mostrando como usar um colete salva-vidas. PÁGINA 13 1.3 Saídas de emergência e restrições de uso de elevadores As saídas de emergência (Emergency Exit) são portas de fácil abertura que dão acesso ao convés aberto junto aos Pontos de Reunião (Muster Stations). As rotas de fuga são sinalizadas para serem vistas mesmo no escuro, e conduzem às saídas de emergência e aos pontos de reunião ou “muster stations”. Os elevadores não devem ser utilizados em caso de emergências. Na falta de energia elétrica podem parar entre andares, e suas portas podem não abrir, mantendo as pessoas presas em seu interior. 1.4 Procedimentos para auxiliar e controlar os passageiros em emergências O Auxílio no Controle de Aglomerações O controle de aglomerações em situação de emergência é responsabilidade do Comandante do navio e da tripulação, e exige a aplicação das melhores práticas de gestão de segurança e de saúde. Todos os navios possuem esse sistema que antecipa, acompanha e controla possíveis riscos. Essa gestão de multidões exige trabalho de equipe com uma boa comunicação e coordenação entre os responsáveis. A equipe precisa de funções e responsabilidades claras escritas para o regime regular de viagem. Essas responsabilidades devem compreender análise, planejamento, inspeção, operação e revisões constantes do sistema de segurança. Os componentes da equipe necessitam de uma formação adequada. O dia-a-dia de gestão traz consigo uma grande responsabilidade. Prevenir o inesperado de se tornar um desastre, depende de bons sistemas de gestão e experiência. Entre eles, os membros da equipe devem estar atentos ao tipo de pessoas e antecipar um comportamento provável da multidão, em situação real de emergência. Ao avaliar os riscos, tanto físicos quanto comportamentais, para a segurança de uma área a bordo, alguns fatores precisam ser considerados, como exemplo: conhecer o ambiente, a concepção das rotas e a localização das instalações. Tais cuidados exercem uma influência positiva no controle da situação e no comportamento da multidão. PÁGINA 14 Plano de Abandono de Área (Resumo) 1 - Objetivo Orientar a tripulação e passageiros a abandonar as áreas supostamente sinistradas de maneira rápida e segura, em situações de emergência. 2 - Situações de emergência É toda e qualquer ocorrência que venha pôr em risco a integridade física dos tripulantes e passageiros, instalações e o patrimônio, como: incêndio, colisão, alagamento, explosão, vazamento de gases ou de líquidos inflamáveis, tempestades ou atentados de terceiros. 3 - Procedimentos em casos de emergência Comunicar ao Passadiço o sinistro. Localize o alarme mais próximo da área sinistrada e acione-o. Relate ao Grupo de Operações (ou similar), por meio da comunicação interior mais próxima, o que está acontecendo: • Tipo de sinistro (Incêndio, Vazamento, Explosão, etc.); • Local exato; • Se há vítima impossibilitada de se locomover sozinha; e • Outro tipo de risco ainda não conhecido. Depois de transmitir estas informações, dirija-se ao seu ponto d e reun ião . Desligue máquinas e/ou equipamentosque esteja utilizando. Retire todos os objetos que possam obstruir as passagens, não permitindo jamais a obstrução de saídas, portas, acessos e plataformas de via de escape; siga sempre as orientações transmitidas pelos tripulantes componentes do Grupo de Operações (ou similar). Abandone o local sinistrado com calma, pelas saídas de emergências, dirigindo-se ao ponto de encontro externo (ponto de reunião), seguindo as sinalizações e rotas recomendadas. Oriente os passageiros que estejam com dificuldade de localizar os seus pontos de reunião. Jamais retorne ao local sinistrado para reaver objetos ou observar operações, etc. Evite tumultos e só retorne ao posto de trabalho, quando autorizado. 4 - Considerações finais Conheça o seu local de trabalho. Conheça onde ficam localizados os alarmes e as comunicações interiores disponíveis. Conheça as saídas de emergência. Conheça as saídas alternativas para abandono de áreas. Conheça as sinalizações e as regras de trânsito a bordo. PÁGINA 15 1.5 Métodos para evacuação de pessoas com deficiências e que necessitam assistência especial Pessoas com deficiência física: · Ao falar com uma pessoa em cadeira de rodas, procure situar-se de frente e na mesma altura da pessoa, sentando-se, por exemplo; · Pergunte ao usuário se quer alguma ajuda, dirigindo-se sempre a ele e não ao acompanhante, se for o caso; · A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, uma extensão de seu corpo. Procure não agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas; · Nunca movimente a cadeira de rodas sem pedir permissão. · Ao ajudar um de cadeirante a descer uma rampa usar a "marcha a ré", para evitar excessiva inclinação e que a pessoa se desequilibre e caia para frente; · Ao subir degraus, incline a cadeira para trás para levantar as rodinhas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para subir ou descer mais de um degrau em sequência, é indicado pedir a ajuda a uma pessoa; · Mantenha as muletas ou bengalas próximas à pessoa com deficiência. Caso ela esteja em dificuldades, ofereça ajuda e pergunte como deve ajuda-la. As pessoas deficientes desenvolvem técnicas pessoais. A tentativa de ajuda inadequada pode atrapalhar. · Se presenciar a queda de um deficiente ofereça ajuda, mas nunca ajude sem perguntar como deve fazê-lo. Pessoa com deficiência auditiva/surdo: · A maioria dos surdos não usa aparelho auditivo, não possui fala oral ou realiza leitura labial. · Ao desejar falar com uma pessoa surda, chame a atenção dela, seja sinalizando com a mão ou tocando-lhe o braço; · Mudez é outro tipo de patologia que não está presente na maioria dos surdos, os mesmos podem desenvolver a fala oral; · Se a pessoa surda estiver acompanhada de intérprete de Libras (sinais com as mãos), dirija a comunicação oral a ela e não ao seu intérprete; · Se optar por comunicar-se oralmente, fique em frente à pessoa surda, olhando sua face, pergunte se faz leitura labial. Caso afirmativo, continue a conversa pronunciando as palavras com boa articulação, deixando os lábios visíveis, sem nenhum objeto na boca, ou mastigando; · Na ausência do intérprete ou impossibilidade do uso da Libras procure utilizar recursos como a mímica, gestos, expressão corpóreo-facial e escrita (frases curtas, objetivas sem duplo sentido ou metáforas); · Diante da dificuldade de entendimento, peça que a pessoa repita. Caso ainda não entenda, peça-lhe para escrever. PÁGINA 16 Pessoas com deficiência visual/cego: · Quando estiver ao lado da pessoa com deficiência visual ou cega, faça com que ela perceba sua presença e se identifique; · Caso note que a pessoa necessita de ajuda, identifique-se e pergunte se ela aceita seu auxílio. Caso a resposta seja positiva, pergunte qual a melhor forma de ajudá-la para não a constranger; · Seja claro e objetivo ao explicar direções à pessoa cega ou com deficiência visual; · Ao conduzir a pessoa cega, de o braço para que a mesma possa acompanhar seu movimento e não a deixe falando sozinha; · Em lugares estreitos, sempre caminhe na frente e coloque seu braço para trás, para que ela possa segui-lo; · Ao conduzir um cego a uma cadeira guie a mão para o encosto, informando se a cadeira tem braços ou não; · Quando conduzir a pessoa, avise os possíveis obstáculos que estão à sua frente como buracos, degraus, possíveis desníveis, tipos de pisos; · Comunique-se com seu tom de voz normal, não precisa gritar com a pessoa, a menos que ela solicite; · Quando sair do lado da pessoa cega ou deficiência visual, com mobilidade reduzida, avise. Pessoas Com Mobilidade Reduzida: · As pessoas com mobilidade reduzida são alvo de cuidados por parte das pessoas que com elas se relacionam. · Tanto os idosos, como os obesos, as gestantes e mães com crianças de colo, precisam de atenção especial. Para todos os casos vale o bom senso associado ao questionamento direto à pessoa à qual oferecemos nosso atendimento. · Com relação aos obesos é preciso atentar para a questão de espaço físico e mobiliário. Deve- se oferecer instalações onde possam se sentir à vontade e que não venham proporcionar-lhe situações vexatórias. · Quanto às gestantes e mulheres com crianças de colo, deve-se ajudar com pacotes, bagagens e em tarefas que necessitem realizar. 1.6 A importância de manter a ordem e evitar o pânico Em qualquer ocorrência anormal (acidentes ou emergências) procure manter a calma. É um momento de superação psicológica, física e emocional. Frieza e coragem são essenciais na atuação de socorristas. Os indivíduos, em uma situação de aglomeração e controle de multidão, precisam agir de maneira racional e de forma orientada. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 17 Ao ocorrer um acidente, pense como ser útil para ajudar a solucionar a situação. Canalize suas forças e pensamentos para encontrar soluções. Tente identificar a gravidade da ocorrência, levando em consideração o estado da(s) pessoa(s) envolvida(s). O autocontrole é fundamental. Assim, aja da seguinte forma: · Imprima ordem e priorize crianças perdidas dos pais, idosos e ou pessoas com dificuldade de locomoção; · Localize e instrua, se souber fazê-lo, sobre a utilização de equipamentos individuais de proteção; · Converse calmamente, transmitindo segurança para o resto do grupo, demonstrando que a situação está sob controle; · Procure identificar no grupo pessoas que estejam psicologicamente aptas a ajudá-lo; e · Cumpra as normas de segurança do navio e os procedimentos de emergência previstos. O treinamento para situações críticas a bordo pode compreender incêndio, abalroamento, afundamento, abandono, antiterrorismo, entre outros. Será conduzido pelo pessoal de convés, sob a responsabilidade do Comandante do navio. A presença de todos, neste treinamento, é obrigatória. Esses treinamentos (drill) podem ser divididos em treinamentos para a tripulação (crew drill) e para os passageiros (pax drill). Os passageiros e tripulantes, quando da realização de treinamentos a bordo, bem como nas situações reais de emergência, normalmente se concentram nas denominadas estações de reunião (muster station). Esses locais são designados pelo oficial de segurança (safety officer) do navio, havendo um local específico para cada tripulante e passageiro. O treinamento é o processo mais eficaz para orientação dos tripulantes e passageiros de como proceder em situações críticas a bordo e evitar pânico. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 18 2. – GERENCIAMENTO DE CRISE E COMPORTAMENTO HUMANO 2.1- Procedimentos de emergência Localize o alarme mais próximo da área sinistrada, caso tenha detectado o sinistro, e acione-o. Relate ao Grupo de Operações (ou similar), por meio da comunicação interior mais próxima, o que está acontecendo: • Tipo de sinistro (Incêndio,Vazamento, Explosão, etc.); • Local exato; • Se há vítima impossibilitada de se locomover sozinha; e • Outro tipo de risco ainda não conhecido. Após serem dadas as informações, dirija-se ao seu ponto de reunião. Desligue máquinas e/ou equipamentos que esteja utilizando. Retire todos os objetos que possam obstruir as passagens, não permitindo a obstrução de saídas, portas, acessos e plataformas de via de escape. Siga as orientações transmitidas pelos componentes do Grupo de Operações (ou similar). Abandone o local sinistrado pelas saídas de emergências, dirigindo-se ao ponto de encontro externo (ponto de reunião), seguindo as sinalizações e rotas recomendadas. Oriente os passageiros que estejam com dificuldade de localizar os seus pontos de reunião. 2.2- Otimizar o uso de recursos do navio • Conheça o seu local de trabalho. • Conheça onde ficam localizados os alarmes e as comunicações interiores disponíveis. • Conheça as saídas de emergência. • Conheça as saídas alternativas para abandono de áreas. Conheça as sinalizações e as regras de trânsito a bordo. • Conheça seu navio mesmo às escuras 2.3- Controle de reações e liderança em momentos de crise Conceitos básicos: Aglomeração - Grande número de pessoas temporariamente reunidas. Multidão - Aglomeração psicologicamente unificada por interesses comuns. Tumulto - Desrespeito à ordem levado a efeito por várias pessoas. Turba - Multidão cujos componentes, sob o estímulo de intensa excitação ou agitação, perderam o senso da razão e o respeito à lei, e seguem líderes em atos desatinados. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 19 Transformação de aglomeração em turba - Quando a maioria dos elementos de uma aglomeração estabelece um objetivo comum e manifesta a intenção de realizá-lo sem medir consequências, tem origem uma turba. A motivação pode ser um líder que aproveite um fato violento, um acontecimento fortuito, ou que empolgue por suas palavras os componentes da aglomeração. Turba pânica - É aquela que procura fugir de algum local, na tentativa de garantir a sua segurança. Seus elementos poderão perder o senso da razão, o que poderá induzi-los a provocar danos em pessoas e bens móveis e imóveis. O pânico poderá originar-se de boatos, incêndios, explosões, calamidades etc. “Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para viverem e trabalharem entusiasticamente, visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter e do amor.” Controle de reações – Liderança, utilização de medidas enérgicas se necessário, comunicação eficaz e treinamento são fundamentais para o controle de reações de um grupo de passageiros que está se tentando conduzir. No controle de reações é necessário utilizar-se de aspectos de liderança, como exemplo: concentrar a tomada de decisões de acordo com a necessidade de ação rápida e motivar, incentivar e tranquilizar os passageiros com habilidade, identificando tensões pessoais excessivas que possam afetar o desempenho esperado do grupo que está se tentando conduzir. 2.4- Comunicações efetivas e instruções claras a) comunicar-se com os passageiros durante uma emergência, levando em consideração os idiomas dos embarcados; b) empregar corretamente um vocabulário elementar do idioma inglês para dar instruções básicas que proporcionem um meio de comunicação com passageiros que estejam necessitando de ajuda; CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 20 c) utilizar-se de uma comunicação eficaz em situações críticas a bordo, com ordens claras e tranquilizadoras, a fim de orientar os passageiros, verificando-se até que ponto foram transmitidas e compreendidas as instruções de segurança no idioma adequado; d) valer-se de meios de comunicação alternativos, durante uma situação de emergência, como meio de demonstração, ou por sinais com as mãos, ou chamando a atenção para o local em que se encontram as instruções, os pontos de reunião, os dispositivos salva-vidas ou as rotas de evacuação, quando uma comunicação verbal for impraticável; e e) identificar os idiomas em que os anúncios de emergência podem ser transmitidos por autofalantes, durante uma emergência ou exercício, para transmitir orientações vitais e auxiliar os passageiros. Toda comunicação tem que ter uma resposta ou feedback. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 21 CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 22 II) SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS 1. SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS. .................................................................... 23 1.1 - Procedimentos de auxílio no embarque e desembarque de passageiros, com atenção especial a pessoas deficientes. ....................................................................................... 23 1.2 - Orientar os passageiros para os pontos de embarque, desembarque e de reunião .... 23 1.3 - Rotas de escape desobstruídas. .................................................................................. 24 1.4 - Verificação e busca de passageiros em compartimentos habitáveis. ......................... 24. 1.5 - Listas de passageiros para a contagem para evacuação. ........................................... 24 1.6 - Vestimenta adequada e utilização correta de coletes salva-vidas pelos passageiros. 24 2. PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO. ........................................................... 25 2.1 - Comunicação com passageiros. .................................................................................. 25 2.2 - Vocabulário elementar em inglês para instruções básicas. ........................................ 25 2.3 - Comunicação eficaz em situações críticas. ................................................................ 25 2.4 - Outros meios de comunicação. ................................................................................... 26 2.5 - Idiomas em que os anúncios de emergência são transmitidos. ................................. 28 3. SEGURANÇA DE PASSAGEIROS, DA CARGA E INTEGRIDADE DO CASCO. ......... 29 3.1 - Procedimentos de carregamento e descarregamento de veículos e outras cargas- comunicações............................................................................................................................... 29 3.2 - Procedimentos de içar e arriar rampas em navios Ro-Ro. ................................................ 30 3.3 - Transporte de produtos perigosos em navios Ro-Ro de passageiros. ................................ 33 3.4 - Código de Práticas Seguras para a Estivagem e Fixação de Carga. .................................. 33 3.5 - Equipamentos de fixação de carga. ..................................................................................... 35 3.6 - Programas de computador para cálculo de alterações de estabilidade. ............................. 36 3.7 - Abertura, fechamento, vedação e inspeção das rampas e portas de acesso aos compartimentos de carga. ............................................................................................................ 36 3.8 - Monitorar a atmosfera e ventilar os compartimentos de carga do navio Ro-Ro. ................. 38 RANÇA DOS PASSAGEIROS E DA CARGA 1. - SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS 1.1- Auxílio no embarque e desembarque Procedimentos: a) Auxiliar no embarque e desembarque de passageiros, com atenção especial a pessoas deficientes; b) Orientar os passageiros para os pontos de embarque, desembarque e de reunião; c) Zelar pela manutenção das rotas de escape desobstruídas; d) Proceder a verificação e a busca de passageiros em compartimentos habitáveis, quando necessário; e) Valer-se das listas de passageiros para fazer a contagem para a evacuação; e f) Orientar os passageiros que estejam adequadamente vestidos e verificar se estão aptosa utilizarem corretamente seus coletes salva-vidas em situações de emergência. O item 1.5 (Métodos para evacuação de pessoas com deficiências e que necessitam assistência especial) contém uma série de DICAS de atendimento ao passageiro com deficiência física ou mobilidade reduzida. 1.2 - Orientar passageiros para os pontos de embarque, desembarque e de reunião Ao orientar passageiros para os pontos de embarque, desembarque ou para os Pontos de Reunião, é necessário utilizar os conhecimentos de comunicação eficaz, lembrando que há necessidade de uma resposta por parte do grupo que se está orientando (feedback), utilização de conceitos de liderança e de procedimentos obtidos durante treinamentos a bordo. · Comunicação eficaz · Liderança · Treinamento SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 23 1.3- Rotas de escape desobstruídas a) As rotas de fuga ou escape devem ser mantidas desobstruídas, retirando-se malas, caixas, e outros materiais dos corredores e passagens. b) As portas de acesso aos pontos de reunião (muster stations) não devem ser trancadas e as barras de abertura em emergência devem ser testadas. 1.4 - Verificação e busca de passageiros em compartimentos habitáveis Durante emergências pode ocorrer a necessidade de verificar se ainda há passageiros em compartimentos habitáveis, ou realizar buscas por aqueles que não compareceram aos seus pontos de reunião. 1.5 - Listas de passageiros para contagem para evacuação a) Lista de presença de passageiros em cada ponto de reunião, para controle de evacuação; e b) auxiliar os passageiros que tenham dificuldade em vestir os coletes salva-vidas, dando prioridade à crianças, idosos e pessoas com deficiência. 1.6 - Vestimenta adequada e utilização correta de coletes pelos passageiros. a) Os passageiros devem ser orientados ao se dirigirem aos pontos de reunião. Quanto ao uso de roupas, deverão vestir camadas suficientes para evitar perda de calor corpóreo por hipotermia, manter os pés calçados com meias e sapatos, que são úteis em situação de abandono; e b) Auxiliar os passageiros que tenham dificuldade em vestir os coletes salva-vidas, dando prioridade à crianças, idosos e pessoas com deficiência. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 24 2. PROCEDIMENTO S DE COMUNICAÇÃO 2.1- Comunicação com passageiros a) Nem sempre os passageiros compreendem a nossa língua ou a língua inglesa. É imprescindível que eles compreendam a nossa intenção de ajuda-los em uma situação de risco; e b) Procure passageiros que possam traduzir o que está sendo falado, ou utilize sinais, gestos e aponte para as placas com os sinais de emergência. 2.2- Vocabulário elementar em inglês para instruções básicas Será extremamente útil se tivermos conhecimento básico da língua inglesa, ou pelo menos dos termos básicos a serem utilizados em situações de emergência. · Look at me (olhem para mim) · Come with me (venham comigo) · This way (por aqui) · Upstairs (subir as escadas) · Down stairs (descer as escadas) · Keep calm (Mantenham a calma) 2.3- Comunicação eficaz em situações críticas Elementos básicos da Comunicação (será abordado no capítulo de segurança pessoal e Responsabilidade Social, item 2.1). · Comunicação verbal e não verbal · Emissor · Receptor · Canal · Mensagem · Feedback Barreiras à comunicação eficaz · Idioma · Uso indevido das palavras; · Medo, a timidez; · Pressuposição da compreensão da mensagem; · Sobrecarga de informações; · Falta de capacidade de concentração e atenção; e · Não saber ouvir. Ao orientar os passageiros, deve-se utilizar comunicação eficaz em situações críticas a bordo, com ordens claras e tranquilizadoras, verificando até que ponto foram transmitidas e compreendidas as instruções de segurança no idioma adequado. Aplique o conhecimento dos Elementos Básicos da Comunicação e verifique quais barreiras estão prejudicando sua comunicação, certificando-se de que haja uma resposta (feedback) por parte do grupo de passageiros que se está tentando conduzir. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 25 2.4- Outros meios de comunicação • Codificação e decodificação • Signos ou sinais • Direção a seguir para o Ponto de Reunião CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 26 Procedimentos de Emergência Descrição de Alarme Geral Armários com coletes salva-vidas Direção a seguir para a embarcação de salvamento Safety Card (Cartão de Segurança) Quadro de localização de Ponto de Reunião Embarcação de Resgate Rápido CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 27 2.5- Idiomas em que os anúncios de emergência são transmitidos · Inglês · Espanhol · Francês · Português (no Brasil) ou · Língua do país origem (bandeira do navio) CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 28 3. SEGURANÇA DA CARGA E INTEGRIDADE DO CASCO 3.1 - Procedimentos de carregamento e descarregamento de veículos e outras cargas - Comunicações Navios Roll-On/Roll-Off (RO-RO) São navios em que a carga é rodada ou é carregada/descarregada a bordo em veículos ou plataformas equipadas com rodas Compartimentos Ro-Ro - normalmente não são subdivididos de qualquer modo considerável, ou ao longo de todo o comprimento do navio, nos quais podem ser carregados e descarregados em uma direção horizontal, veículos motorizados com combustível em seus tanques para a sua própria propulsão e/ou mercadorias (embaladas ou a granel, em veículos ferroviários ou rodoviários (inclusive vagões ferroviários e caminhões tanques), trailers, contêineres, “pallets”, tanques desmontáveis, acondicionados em ou sobre unidades de armazenagem semelhantes ou em outros recipientes). Compartimentos para veículos são destinados ao transporte de carga de veículos com combustível para a sua própria propulsão em seus tanques. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 29 RoPax - o acrônimo RoPax (roll-on/roll-off e passageiros) descreve um navio Ro-Ro construído para o transporte de veículos de carga, com acomodações de passageiros. Tecnicamente essa definição engloba tanto as balsas como uma plataforma de carros roll-on/ roll-off, com capacidades de transporte de passageiros. Na prática, os navios com instalações para mais de 500 passageiros são referidos como “cruise ferries”. Os navios Ro-Ro requerem uma série de equipamentos de acesso 3.2- Procedimentos de içar e arriar rampas em navios Ro-Ro Equipamentos de Navios Ro-Ro: • Portas de proa • Rampas de proa • Portas interiores • Pavimentos amovíveis para automóveis • Rampas móveis para pavimentos de automóveis CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 30 Portas estanques projetadas para a subdivisão de espaços de carga com o mínimo de interferência Rampas Interiores Portas no Costado CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 31 Rampas/Portas de Acesso à ProaPermite separação completa da porta na antepara de colisão do resto da rampa. Rampas/Portas de Acesso à Popa · Rampa de canto (quarter ramp), permite descarga com navio acostado a um cais normal (sem terminal Ro-Ro) · Rampas a ré, para navio acostado de popa, em terminais Ro-Ro CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 32 3.3 - Transporte de produtos perigosos em navios Ro-Ro de passageiros O IMDG Code estabelece as normas para a segregação a bordo dos navios das cargas perigosas, porém, na prática, a tabela de segregação é aplicada nas áreas portuárias, pátios e armazéns, já que seu cumprimento implica em uma segurança maior na movimentação destas cargas. A SOLAS, no Capítulo VII, parte A, regra 3, obriga a aplicação do código IMDG, inclusive em navios Ro- Pax. Nesses navios as Cargas Perigosas devem ser estivadas em locais afastados de compartimentos habitáveis, acessos a praças de máquinas e de fácil acesso em caso de emergências, próximos a postos de Combate a Incêndio. Carga perigosa, segundo o IMDG Code, é “qualquer substância que sob condições normais tenha alguma instabilidade inerente. Que sozinha ou combinada com outras cargas possa causar incêndio, explosão, corrosão de outros materiais, ou que seja suficientemente tóxica para ameaçar a vida ou a saúde pública se não for adequadamente controlada”. 3.4 - Código de Práticas Seguras para a Estivagem e Fixação de Carga O Comandante é o responsável pelo carregamento e descarregamento do navio com segurança, os detalhes são repassados ao representante do terminal em forma de plano de carregamento ou descarregamento. Cabe ao Comandante assegurar que a disposição da carga e da água de lastro seja monitoradas durante todo o processo, para assegurar que a estrutura do navio não sofra esforços excessivos. Principais fontes de perigo que podem afetar a segurança de navios Ro-Ro e de passageiros: 1. Carga mal estivada ou inadequadamente protegida nas partes internas do navio ou em unidades de carga; 2. Efeitos de superfície livre em veículos-cisterna, contentores-cisterna, ou outras unidades de carga em granel que possam ter folgas; 3. Rampas, elevadores e portas da popa mal conservados; 4. Conveses malconservados ou inadequadamente iluminados; 5. Conveses/pisos molhados; 6. Falhas na aplicação correta dos freios; 7. Amarrações insuficientes ou aplicadas de forma incorreta, ou o uso de equipamentos de amarração de forma errada ou com força inadequada, não observando o peso e o centro de gravidade da carga ou as condições meteorológicas que poderão ser encontrados durante a viagem. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 33 Inspeções e ajustes que devem ser realizados durante a viagem: 1. Os dispositivos de fixação devem ser inspecionados regularmente para garantir que a carga permaneça em condições de segurança durante toda a viagem; 2. Os arranjos de amarração devem ser ajustados, quando necessário, após a inspeção durante a viagem. Ajuste nos dispositivos de acondicionamento incluem o aperto das amarrações ou refazê-las. Se necessárias, amarrações adicionais devem ser instaladas, para o aumento do atrito. Isto é importante quando se espera mau tempo ou balanço. Uma atenção especial deve ser dada às amarrações que podem ficar com folga devido à deformação da carga ou compactação durante a viagem. 3. Se um ajuste no arranjo de fixação de carga tiver de ser levado a cabo no mar, sob condições climáticas e de mar adversas, precauções devem ser tomadas para evitar situações de perigo para a tripulação; 4. Durante a viagem, uma descarga parcial pode resultar em uma exposição do restante da carga. Isto deve ser avaliado durante o carregamento a fim de evitar riscos durante a descarga; 5. Devem existir a bordo dispositivos reservas de amarração suficientes, a fim de prevenir- se com circunstâncias inesperadas; e 6. Todas as inspeções e ajustes para as amarrações devem ser anotadas em um livro de registro do navio. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 34 3.5 - Equipamentos de fixação de carga Devem ser tomadas precauções durante o carregamento e transporte de unidades de carga a bordo de navios Ro-Ro. Especialmente com relação aos arranjos para fixação a bordo desses navios, bem como internamente nas unidades de transporte de carga, e com relação à resistência dos pontos de fixação e amarração. A carga ou unidades de carga sob o convés devem ser carregadas, estivadas e peiadas de modo a evitar, ao longo da viagem, avaria ou risco para o navio e pessoas a bordo, ou perda da carga pela borda. Nos navios dotados de compartimentos de cargas Ro-Ro, toda apeiação das unidades de carga e unidades de transporte, de acordo com o Manual de Peiação da Carga, deverá estar concluída antes do navio deixar o cais. Búricas, peias e macacos esticadores Trailer horse CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 35 3.6 Programas de computador para cálculo de alterações de estabilidade As alterações de estabilidade e as correções necessárias são calculadas por programas de computador, com o acionamento de sistemas de equilíbrio e desague, considera as curvas de estabilidade do navio, ferramentas computacionais existentes para os cálculos das alterações na estabilidade, trim, esforços, fatores de carga para conveses, lastro e transferências de combustível, decorrentes das diferentes condições de carregamento do navio. Além do plano, ou planos de emergência impressos, pode ser aceita também a utilização de um sistema de apoio à decisão em computador, localizado no comando, que forneça as informações contidas no plano de emergência, procedimentos, listas de verificação, etc., e que seja capaz de apresentar uma lista das ações recomendadas a serem realizadas quando da ocorrência das emergências previsíveis. 3.7 - Abertura, fechamento, vedação e inspeção das rampas e portas de acesso aos compartimentos de carga Naufrágio do MS Estonia Data: 24 de setembro, 1994 Local: Mar Báltico Número de mortos: 852 O MS Estonia estava cruzando águas agitadas quando os passageiros começaram a ouvir barulhos metálicos. Em poucos minutos, as portas de carga da proa quebraram fazendo com que o deck inferior fosse inundado, pouco antes dos quatro motores pararem completamente. Apenas os que estavam no deck superior conseguiram sobreviver. As causas apresentadas no relatório oficial apontaram como motivos para o alagamento: defeitos técnicos na construção da porta de proa; deficiente comunicação entre os tripulantes no convés inundado e a ponte de comando; e atraso na aplicação das medidas de socorro. Com relação à primeira causa, alguns especialistas, referiram-se à possibilidade do navio ter zarpado com a porta de proa aberta, procedimento proibido, embora mais frequente do que se poderia esperar em navios como o Estonia, de forma a ganhar tempo na viagem. Mal fechada, não impediu a entrada da água. Aliás, foi esta a causa que originou, anos antes em 1987, o naufrágio do ferry-boat Herald & Free Enterprise, ao largo da cidade portuária belga de Zeebrugge. Depois deste desastre, procederam-se a alterações técnicas nos motores deste tipo de navios de forma que, após o encerramento da porta de proa, as máquinas CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 36 começassem a funcionar. Aparentemente o Estonia não teria este tipo de sistema de segurança, ou se possuía, o mesmo não funcionou.Navios de passageiros transportando veículos de carga e o pessoal que os acompanha: • Deve haver indicadores no passadiço para todas as portas existentes no casco para carregamento, e outros dispositivos de fechamento que, se deixados abertos, ou se não forem corretamente fechados, podem levar a um alagamento em um compartimento de categoria especial, ou compartimento ro-ro. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 37 · · · • O sistema de indicação deverá ser projetado com base no funcionamento à prova de falhas. Deverá mostrar, através de alarmes visuais, se a porta não estiver totalmente fechada, ou se qualquer dos dispositivos de fechamento não estiver no lugar e totalmente travado. Através de alarmes sonoros deverá indicar se aquela porta, ou se aqueles dispositivos de fechamento vierem a abrir, ou deixarem de fechar. • O painel dos indicadores no passadiço deve estar equipado com um modo de seleção de função “porto/viagem no mar”, disposto de tal forma que seja dado um alarme sonoro no passadiço se o navio deixar o porto com as portas da proa, portas internas, rampa da popa, ou quaisquer outras existentes no costado mal fechadas, ou qualquer dispositivo de fechamento fora da posição correta. O suprimento de energia para o sistema de indicação deve ser independente do suprimento de energia para operar e travar as portas. • Deve haver um sistema de vigilância por televisão, de detecção de vazamentos, para fornecer ao passadiço e à estação de controle das máquinas, uma indicação de qualquer vazamento através das portas internas e externas da proa, da popa, ou de quaisquer outras portas existentes no casco, que possa levar a um alagamento de compartimentos de categoria especial ou de compartimentos Ro-Ro. • Em todos os navios Ro-Ro de passageiros (Ro-Pax), o comandante ou o oficial designado deverá informar que não é permitido que passageiros tenham acesso a um convés Ro-Ro fechado sem o consentimento do comandante, quando o navio estiver em movimento. 3.8- Monitorar a atmosfera e ventilar os compartimentos de carga em navios ro-ro O sistema de ventilação dos espaços de carga deve ser completamente segregado de outros sistemas de ventilação. Em navios com número de passageiros N, o sistema deve garantir a seguinte quantidade de REN/hora (renovação de ar por hora): N > 36 -> 10 REN/hora N < 36 -> 6 REN/hora Ref.: SOLAS Cap. II -1 Regra 38 – Espaços de Carga para Veículos a Motor. • Equipamento de análise de oxigênio e de detecção de gás: Ao transportar uma carga a granel, que é passível de emitir um gás tóxico ou inflamável, ou causar depleção do oxigênio no espaço da carga, deverá ser providenciado um instrumento apropriado para medida da concentração do gás, ou oxigênio no ar, juntamente com as instruções detalhadas para o seu uso. • Deve haver um sistema de vigilância por televisão e um sistema de detecção de vazamentos para fornecer ao passadiço e à estação de controle das máquinas uma indicação de qualquer vazamento através das portas internas e externas da proa, da popa ou de quaisquer outras portas existentes no casco que possa levar a um alagamento de compartimentos de categoria especial ou de compartimentos Ro-Ro. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 38 III) SEGURANÇA PESSOAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 39 1. NOÇÕES SOBRE NAVIOS DE PASSAGEIROS. ................................................................. 40 1.1- A nomenclatura de um navio. ............................................................................................... 40 1.2 - A compartimentação e os arranjos de conveses e as vias de acesso do navio...................44 1.3 - Os sistemas de comunicações interiores de um navio. ..................................................... 46 1.4 - Os sistemas de geração de energia e de propulsão. .......................................................... 48 1.5 - As acomodações típicas de um navio de passageiros........................................................50 1.6 - O sistema organizacional e hierárquico da tripulação.......................................................50 1.7 - Os perigos existentes a bordo, as precauções e os recursos de segurança. ........................ 53 2. RESPONSABILIDADE SOCIAL E RELAÇÕES HUMANAS A BORDO. ....................... 56 2.1 - Os elementos básicos da comunicação. ............................................................................. 56 2.2 - As barreiras de comunicação e suas consequências. ......................................................... 58 2.3 - O bom relacionamento a bordo. .......................................................................................... 59 2.4 - Liderança no ambiente de trabalho. ....................................................................................59 2.5 - A coesão do grupo e as metas de trabalho. ....................................................................... 60 2.6 - As responsabilidades sociais e trabalhistas do empregado e do empregador. ................... 60 2.7 - O perigo do Abuso do Álcool e drogas, ilícitas. ................................................................. 63 2.8 - O surgimento de condições adversas ao bem-estar e a segurança no trabalho, em razão do estresse e de divergências interpessoais. ........................................................................................66 2.9 - A diferença entre os indivíduos e a tolerância no relacionamento. .................................... 69 3. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO E FISCALIZAÇÃO............................................................71 3.1 - A Prevenção da poluição no meio ambiente marinho. ....................................................... 71 3.2 - Legislação Nacional. ........................................................................................................... 73 3.3 - Fontes poluidoras. ............................................................................................................ 73 3.4 - Procedimentos básicos para a prevenção da poluição no meio ambiente marinho .........74 3.5 -As principais convenções e códigos da IMO e as normas marítimas (NORMAM)............76 3.6 - Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB). .......................................................................... 83 3.7 - Organização distrital da Marinha do Brasil. .................................................................... 85 3.8 - Fiscalização: “port state” e “flag state”............................................................................ 85 3.9 - Passageiro Clandestino e Terrorismo - Pirataria, Assalto e roubo. ................................. 86 3.10 - Pirataria, Assalto e roubo. .............................................................................................. 87 SEGURANÇA PESSOAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 1. NOÇÕES SOBRE NAVIOS DE PASSAGEIROS 1.1- A nomenclatura de um navio Os navios são grandes embarcações dotadas de um ou mais conveses de tamanhos para transportar barcos, como botes salva-vidas ou lanchas. Geralmente os órgãos de regulamentação e a lei local definem o tamanho concreto ou o número de mastros suficientes para que uma embarcação seja elevada à categoria de navio. Outra definição para 'Navio': é qualquer embarcação que transporte carga com objetivo comercial. Os navios de passageiros transportam 'supercarga' (outra designação para passageiros e pessoas que não trabalham a bordo). Barcos de pesca não são considerados 'navios', embora transportem botes salva-vidas e carga (a pesca do dia). Os Ferries de pequena dimensão também não são considerados 'navios', no entanto a maioria deles em serviço no mundo sãonavios de passageiros, com capacidade para transportar veículos. Nomenclatura da estrutura e das principais partes do navio: SEGURANÇA PESSOAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 40 A ré (astern ou abaft) – Expressão usada para definir toda e qualquer coisa que se situe na região de trás da embarcação. Em direção à popa, em relação a algum objeto ou lugar. A vante (ahead) – Expressão usada para definir toda e qualquer coisa que se situe na região de proa da embarcação. Em direção à proa, em relação a algum objeto ou lugar. Alojamento – Compartimento destinado a alojar mais de 4 (quatro) passageiros ou tripulantes. Antepara (bulkhead) – É uma separação vertical que subdivide em compartimentos o espaço interno do casco, em cada pavimento. Pode ser transversal ou longitudinal, estanque ou não. Bombordo (port) - O lado do navio que está à esquerda quando olhando para proa. Boreste (starboard) - O lado do navio que está à direita quando o observador olha para a proa. Termo utilizado no Brasil em substituição da Estibordo. Borda – Limite superior do costado e termina na altura do convés. Cabine (cabin) - Um quarto (compartimento habitável) fechado num convés. Calado (draft ou draught) – a distância medida na vertical, da face inferior da quilha à linha de água. Camarote – Compartimento destinado a alojar de 1 (um) a 4 (quatro) tripulantes ou passageiros. Casco (hull) – É o corpo do Navio sem mastreação, aparelhos acessórios ou qualquer outro arranjo. Sua principal característica de forma é ter um plano de simetria (plano diametral) que se imagina passar pelo eixo da quilha. Figura 115 - Diagrama de Navio CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 41 Comprimento (length) – A dimensão compreendida entre a proa e a popa do navio. Convés (deck) – Estrutura horizontal (piso, pavimento) do navio. Convés do Passadiço (bridge) – Convés onde se situa o comando. É o pavimento imediatamente abaixo do convés do tijupá, de onde o comandante dirige as manobras da embarcação. Convés do Tijupá – O pavimento mais elevado, numa superestrutura, onde se encontram os postos de navegação. Cozinha do navio (galley) – Compartimento de um navio, onde a comida é cozida e preparada. Ele também pode se referir a uma cozinha em terra em uma base naval Desatracar – Desatracar é desencostar e afastar a embarcação do cais ou de outro navio a que este esteja atracado. Deslocamento – Peso da água deslocada por um navio flutuando em águas tranquilas. É igual ao peso do navio e tudo o que ele contém. Escotilha – 1. Abertura situada na coberta do navio, pela qual as mercadorias entram ou saem dos porões. 2. Abertura feita num convés, para passagem de ar, luz, pessoal ou carga. Estanqueidade – Propriedade que o casco deve possuir, de forma que o navio permaneça intransponível pela água em que flutua, qualquer que seja o estado do mar. Linha d'água (waterline) – A linha imaginária que circunscreve o casco do navio, quando em repouso, coincidente com a superfície da água, que separa as obras vivas (carena) das obras mortas (costado) Mastro - É uma estrutura vertical concebida para suspensão de equipamentos, estruturas ou velas (como nos veleiros). Passadiço (bridge) - O centro de comando da navegação do navio. Termo usado no Brasil em vez de Ponte de Comando. Popa (stern) - A traseira do navio. Comparar com ré. Porta estanque (watertight door) – Porta específica para manter a integridade de um compartimento, quando da ocorrência de um alagamento a bordo. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 42 Praça de máquinas (engine room) – Em um navio, é o local onde estão instalados os motores de propulsão, geradores, máquinas auxiliares, compressores, bombas, purificadores de óleo combustível e outros equipamentos de máquinas. Proa (bow ou fore) - A frente do navio. Comparar com vante. Quilha (keel) – É a estrutura longitudinal, de proa à popa, de um navio, sobre a qual o casco é construído, é a "espinha dorsal" do navio. Rancho (mess) – Local de refeições da guarnição, a bordo de um navio. Ré (aft) - Direção da popa do navio. Superestrutura - Qualquer estrutura acima do convés da embarcação, contendo, geralmente, a ponte e alojamentos. Través (abeam) – "Pelo través" ("on the beam"), é uma direção relativa de 90 graus em relação a linha central do navio (de proa à popa). Vante (forward) – Direção da proa do navio. Vigia - Abertura feita no costado para iluminação e arejamento dos compartimentos. Nomenclatura dos acessórios e dos equipamentos do Navio: Âncora (anchor) – É um objeto, normalmente feito de ferro, que é usado para manter o navio posicionado, em relação ao fundo, num ponto específico. Cabo ( line) – Termo naval empregado, em qualquer navio ou embarcação, para designar qualquer tipo de corda (rope). Cana do leme – É uma alavanca de metal ou madeira, encaixada na cachola do leme, pela qual se imprime movimento ao leme. Chama-se também barra do leme. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 43 Defensas – São proteções das embarcações, dispostas ao longo do casco nos pontos mais salientes deste, de modo a impedir que ocorram danos ao mesmo, e à sua pintura quando o navio estiver atracado. Escada de Portaló – Escada de acesso ao portaló, ligando este ao cais, colocada ao piso do navio e por fora do casco, ficando os degraus perpendicularmente ao costado. A escada tem duas pequenas plataformas, nos seus extremos, chamados de patim superior e patim inferior. Escada de quebra-peito – Tipo de escada de corda que é colocada no costado do navio, quando o mesmo se encontra fundeado ao largo ou em movimento, sendo utilizada por práticos, guardas e inspetores de alfândega. Espia – Qualquer cabo grosso, de aço ou fibra, lançado para amarração a uma boia, cabeço ou outra embarcação, auxiliando manobras de reboque, atracação, fundeio etc. No caso de atracação ou fundeio, as espias lançadas pela popa, ou pela proa, são chamadas lançantes; as laterais, espringues; e a lançada lateralmente na altura da seção à meia-nau chama-se través. Leme – É o aparelho destinado ao governo de uma embarcação. O leme é constituído, no mínimo, pelas seguintes partes: madre, cabeça e porta do leme. Prancha (gangway) – Rampa de entrada para o navio. A Compartimentação, os Arranjos de Conveses e Decks, as Vias de Acesso, os Sistemas de Comunicação Interna e os Alarmes de um Navio. 1.2 A compartimentação e os arranjos de conveses e as vias de acesso do navio Câmara 1 - Compartimento de um navio de guerra onde se aloja o comandante ou comandante de força naval. 2. Seção, a bordo de um navio mercante, encarregada do serviço de intendência e hotelaria. Camarim - Determinado compartimento a bordo, no qual se executa certo trabalho especializado. Ex.: camarim de máquinas, camarim de navegação, etc. Camarim de Máquinas – Compartimento no qual trabalha usualmente o oficial de serviço nas máquinas. Dispõe de alarmes, indicadores e outros meios de comunicação que permitem aquele oficial supervisionar o funcionamento das máquinas e transmitir ordens ao pessoal encarregado de operá-las. Camarim de Navegação – Compartimento onde estão instalados alguns instrumentos de navegação e guardadas as cartas náuticas. Local de trabalho do Encarregado da Navegação do navio. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 44 Camarim de Rádio - Compartimento onde estão instaladosos receptores, transmissores, transceptores e demais equipamentos destinados ao serviço de comunicação do navio. O mesmo que estação - rádio. Camarote – Compartimento do navio para alojamento de um a quatro tripulantes, oficiais ou passageiros. Paiol – Compartimento destinado a guarda ou armazenamento de material de qualquer espécie. Seu nome é em função da utilização: paiol da amarra, paiol do mestre etc. Paiol da amarra – Compartimento situado na proa, por ante-a-ré da antepara de colisão, destinado à guarda das amarras das âncoras. Paiol do Mestre – Compartimento situado na proa do navio, onde são guardados cabos, lonas, e todo o material destinado aos trabalhos de marinheiro. Porão 1 - Cada um dos espaços estanques, entre o fundo ou o teto do duplo fundo e a coberta superior, destinados à arrumação da carga. 2. Espaço entre o estrado e o fundo do navio, onde são coletados restos de óleo, água, etc. para desague. 3. Espaço abaixo da última coberta ou estrado. Praça de Caldeiras – Compartimento onde estão instaladas as caldeiras do navio. Praça de Máquinas – Compartimento onde estão instaladas as máquinas principais do navio. Tanque – Compartimento estanque de uma embarcação destinado à armazenar fluidos. Tanque de equilíbrio – Compartimento especial dos navios, que se enche de água para lastrear a embarcação, quando sua carga é muito leve. Os arranjos de conveses e decks e as vias de acesso de um navio O primeiro pavimento contínuo de proa a popa, junto à borda do casco, descoberto, total ou parcialmente, é chamado convés principal (weather deck). A parte de proa chama-se convés avante e a parte de meia-nau, convés à meia-nau e a parte da popa, designa-se tolda. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 45 A um convés parcial, acima do convés principal e localizado na proa, chamamos convés do castelo. Se localizado à popa será o convés do tombadilho, e se à meia nau será o convés superior. Um convés parcial, acima do convés superior do castelo ou do tombadilho, chamamos convés da superestrutura. Para a denominação dos conveses que ficam abaixo do convés principal, adota-se o seguinte critério: consideramos o principal como o primeiro convés e denominamos os demais conveses como - segundo convés, terceiro convés, assim por diante - sendo estes contados e denominados de cima para baixo. Quando abaixo do principal só existir um convés este é denominado convés inferior. Entre o piso do convés mais abaixo e o duplo-fundo da embarcação chamamos de porão. 1.3 - Os Sistemas de Comunicações Interiores de um Navio Os circuitos de comunicações interiores são os elos entre os diversos controles de bordo e, quando usados de forma eficiente, permitem o trabalho em equipe. Um grande esforço para organizar a unidade pode ser perdido se as comunicações falharem. Muito embora os exercícios com comunicações interiores possam parecer simples, constitui uma das partes sensíveis do treinamento. Geralmente, o fracasso dos exercícios se verifica mais por deficiência nas comunicações. Os principais recursos de comunicações do controle de emergências são: • Telefones; • Sistema de múltiplas comunicações (MC); • Sistema integrado de comunicações; • Telefones automáticos; • Sistema de comunicação sem fio; e • Mensageiros. Os sinais de alarmes de Emergência Cada navio possui um sistema próprio que deve ser conhecido por todos durante os Os sinais de emergência podem ser acionados utilizando-se: • Sistema de alarme; • Sistema de alto-falantes; • Sino; e • Voz. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 46 A figura seguinte apresenta um sistema para disseminação de emergências, composto por um painel tipo botoeira e sinais sonoros e visuais. São emergências gerais: • Incêndio; • Explosão; • Alagamento; • Colisão e encalhe; • Abandono ou evacuação; e • Homem ao mar. Numa emergência geral são dados 7 ou mais toques curtos seguidos de 1 toque longo no sistema de alarme e anunciado pelo sistema de alto-falantes, contendo a emergência e o local. Normalmente, um aviso de emergência é divulgado da seguinte maneira: ATENÇÃO! ESTAMOS EM EMERGÊNCIA DEVIDO A (cita -se o tipo do acidente) OCORRIDO NO (cita-se o local). GRUPOS DE AÇÃO (citam- se os grupos convocados) DIRIJAM-SE AOS SEUS POSTOS. PESSOAL NÃO ENVOLVIDO NO CONTROLE, AFASTE-SE DO LOCAL E DIRIJAM- SE AOS PONTOS DE REUNIÃO. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 47 Numa situação de abandono do navio, as instruções são dadas verbalmente pelo Comandante do navio por meio do sistema de alto-falantes, seguido do acionamento contínuo do sistema de alarme. 1.4 - Os sistemas de geração de energia e de propulsão Os Sistemas de Propulsão A energia mecânica necessária à propulsão de um navio pode ser fornecida por: • Máquinas a vapor; e • Motores de combustão interna. Os motores diesel são os mais adequados para navios de velocidade moderada e constante, como é o caso de um navio de passageiros. Eles podem ser: • de propulsão direta – motores de baixa velocidade que acionam diretamente o eixo e apresentam menor consumo de combustível e menor ruído que motores de grande velocidade; • com redutores de engrenagens – motores de grande velocidade apresentando como vantagens: menor peso e tamanho de motores e maior segurança e flexibilidade de instalação (dois ou quatro motores); ou • de propulsão diesel elétrica – motores de grande velocidade onde a redução da velocidade é feita por meio de motores elétricos. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 48 Propulsão Diesel-Elétrica As máquinas transmitem um movimento de rotação a uma linha de eixos na extremidade da qual é fixado um hélice. A força de propulsão exercida pela água sobre o hélice em movimento é transmitida ao navio por meio de um mancal de escora que é rigidamente ligado ao casco. A estanqueidade do casco na passagem do eixo do hélice é assegurada por meio de uma bucha com gaxetas. Figura 116 - Propulsor de Navio O Sistema de Geração de Energia Os navios de passageiros desenvolvem velocidades menores que os navios de guerra. A necessidade de grandes motores que permitem a obtenção de altas velocidades não é necessária nesse tipo de navio. No entanto, a geração de energia neles requerida é de maior magnitude, principalmente por causa da demanda da planta de ar-condicionado em águas tropicais, ou de luz em várias centenas de cabines. Os navios de passageiros nos dias atuais possuem uma planta elétrica organizada sobre a planta central contando com uma rede de distribuição apoiada em 4 ou mais motores diesel de média velocidade, sobre os quais estão acoplados geradores de corrente alternada de 60-hertz. Esta planta diesel-elétrica suporta todas as necessidades do navio, incluindo a propulsão. Desta forma, desde que a força, seja propulsora ou elétrica, é suprida a partir de uma única planta diesel - motora, essa flexibilidade permite atender a demanda de propulsão quando em viagem, bem como o aumento da necessidade de suprimento de ar condicionado, quando atracado a um porto. CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE NAVIO (CBSN) SHELTER CURSOS EM PROTEÇÃO E SEGURANÇA MARÍTIMA PÁGINA 49 1.5 - As Acomodações Típicas de um Navio de Passageiros O M/S Freedom of the Seas é um dos navios de cruzeiro da Royal Caribbean International, sendo um dos maiores do mundo. Ele possui 339 metros de comprimento e 56 de
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