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Dificuldades de Aprendizagem e a 
Psicopedagogia
Transtornos e 
Distúrbios da 
Aprendizagem
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
FRANCIANE HEIDEN RIOS
AUTORIA
Franciane Heiden Rios
Olá. Meu nome é Franciane Heiden Rios. Sou formada em 
Pedagogia, Mestre em Educação, Especialista em Educação Especial e 
Inclusiva e Tecnologias Educacionais. Estou na Educação desde o início da 
minha vida profissional, cursei Magistério, ingressei como estagiária e da 
escola nunca mais sai. Esse espaço rico de aprendizagens humanas me 
oportunizou pensar sobre diferentes questões e perceber as pessoas em 
suas diferentes necessidades. Durante dez anos fui servidora concursada, 
professora, do Município de São José dos Pinhais. Também atuei como 
Educadora pela Prefeitura Municipal de Curitiba e, atualmente, sou 
supervisora do curso de Pedagogia da UNIVESP – Universidade Virtual do 
Estado de São Paulo e diretora pedagógica da CuriosaIdade, instituição 
que atua em parceria com redes de ensino para desenvolvimento de 
boas práticas educativas tendo como subsídio a perspectiva do Desenho 
Universal para a Aprendizagem. Acredito no princípio básico da Inclusão 
e no respeito pela diversidade, portanto, escrever, palestrar, capacitar 
ou qualquer outra ação ou prática profissional relacionada a este tema 
são hoje meu foco de atuação. Desejo que tenhamos juntos um caminho 
rico de aprendizagens significativas, que o material aqui proposto em 
suas ideias, reflexões e discussões permitam a você um olhar sensível à 
diversidade no que tange aos distúrbios e transtornos de aprendizagens, 
contribuindo para espaços escolares inclusivos e respeitosos.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR:
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS:
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE:
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES:
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceitos e Limites da Abordagem Psicopedagógica .............. 10
História e Definição da Psicopedagogia Enquanto Área de Atuação 
Profissional............................................................................................................................................ 10
Saberes e Práticas Relacionadas ao Psicopedagogo .......................................... 13
Identidade do Psicopedagogo .............................................................................................. 16
Áreas de Investigação da Psicopedagogia .................................................................. 18
Principais Teorias para a Abordagem Psicopedagógica ............22
Psicopedagogia e seu Corpo Teórico ..............................................................................22
Teorias Comportamentalistas ................................................................................................25
Teorias Cognitivistas .....................................................................................................................28
Teorias Humanistas ....................................................................................................................... 30
Epistemologia Convergente de Jorge Visca .................................... 32
Fundamentação Teórica da Epistemologia Convergente .................................32
As Etapas do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico: O Passo a Passo ..37
Entrevista Inicial ............................................................................................................ 38
Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem - EOCA .......... 39
Provas e Testes .............................................................................................................. 41
Anamnese (História de Vida) ................................................................................42
Informe Diagnóstico (Devolutiva) .....................................................................43
Abordagem Centrada na Pessoa e a Psicopedagogia ................45
Fundamentos da Abordagem Centrada na Pessoa ...............................................45
Processos Psicopedagógicos na Perspectiva da ACP ....................................... 48
7
UNIDADE
04
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que na Psicopedagogia a cada dia se avança mais em 
estudos e processos específicos? Isso quer dizer que profissionais, além de 
exercerem a profissão, têm se preocupado e se debruçado em pesquisar 
e produzir conhecimento e saberes que subsidiem sua atuação. Esse 
movimento pode parecer óbvio, o de pesquisar o que se pratica, entretanto, 
no campo da Educação, no qual o abismo entre teoria e prática é um dos 
desafios a ser transposto, esse cenário deve ser destacado. Mas, o que isso 
representa para sua formação? Além do desafio de lidar com conhecimentos 
de diversas áreas, muitas delas complexas, tais como a Neuropsicologia, isso 
significa desenvolver sua competência crítica para, diante dos conhecimentos 
já estruturados, perceber que sua ação é capaz de resultar em novos 
conhecimentos. No decorrer dessa unidade, veremos o trabalho de Visca e 
Rogers, bases que orientam de formas diversas o trabalho psicopedagógico 
e suas abordagens resultam basicamente desses processos: diante do que se 
tinha enquanto teorias e do que se tinha enquanto necessidade prática, o que 
fazer? Visca “convergiu”, Rorges “divergiu” e você, qual caminho seguirá? Afinal, 
não existem receitas ou “fórmulas mágicas” no processo de aprendizagem, 
principalmente diante de transtornos e distúrbios de aprendizagem, a melhor 
estratégia é aquela que o aluno aprende e apenas você, que estará frente 
a frente com ele poderá fazer essa escolha e, por vezes, não haverá o que 
escolher. Você terá que trilhar um novo caminho, propor um novo método, 
estabelecer uma nova estratégia. Para isso, você precisará de conhecimentos 
sólidos, afinal, as teorias nos permitem consistência nas tomadas de decisão 
e, consequentemente, diminuem as chances de errarmos. Mas, a diferença 
nesse processo psicoeducativo nunca será o método e sim o profissional 
por trás dele, ou seja, você e toda a formação e humanização que carrega. 
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Dificuldades de 
aprendizagem e a Psicopedagogia. Nosso objetivo é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Definir o conceito e identificar os limites da atuação da 
Psicopedagogia.
2. Compilar e entender as principais teorias que subsidiam a atuação 
psicopedagógica.
3. Interpretar e aplicar os processos da abordagem psicopedagógica 
à luz da Epistemologia Convergente de Jorge Visca.
4. Aplicar os processos da abordagem psicopedagógica à luz da 
perspectiva humanista, pautada na Abordagem Centrada na 
Pessoa, de Carl Rogers.Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
10
Conceitos e Limites da Abordagem 
Psicopedagógica 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você terá conceituado 
Psicopedagogia, sendo capaz de identificar o campo de 
atuação do psicopedagogo e os limites de sua prática. 
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. 
Os profissionais que buscarem intervir em processos 
psicoeducativos sem a compreensão efetiva de suas 
atribuições e limites de sua formação poderão comprometer 
os resultados esperados junto aos estudantes ou junto ao 
indivíduo atendido. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!.
História e Definição da Psicopedagogia 
Enquanto Área de Atuação Profissional
A história da Psicopedagogia data dos anos 1940, especificamente 
1946, quando Boutonier e George Mauco fundaram os primeiros centros 
psicopedagógicos na Europa, dirigidos por profissionais da área da 
saúde e pedagogos, unindo conhecimentos da Psicologia, Psicanálise 
e Pedagogia com o objetivo de readaptação de crianças tidas como 
“socialmente inadequadas” por questões comportamentais, seja na 
escola ou em casa e, atendendo também, a estudantes com dificuldades 
de aprendizagem (BOSSA, 2000). Essa corrente europeia influenciou a 
perspectiva americana da área, implicando as primeiras experiências na 
Argentina, sendo a cidade de Buenos Aires a primeira a oferecer cursos 
de formação em psicopedagogia.
No Brasil, a Psicopedagogia remonta à década de 1970, 
principalmente com os estudos de Jorge Visca e os movimentos 
acadêmico-científicos em Porto Alegre. As primeiras ofertas de formação 
receberam o nome de “Reeducação Psicopedagógica”, “Psicopedagogia 
Terapêutica”, “Dificuldades Escolares”, ou seja, evidenciavam a direção 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
11
do trabalho do psicopedagogo para o atendimento de indivíduos com 
danos sociais em diversas áreas em decorrência das dificuldades que 
manifestavam. 
Com a urgência e ampliação das discussões na área da educação 
e a necessidade de rever protocolos relacionados à Educação Inclusiva, 
influenciado ainda pela reforma psiquiátrica e outros eventos paralelos que 
repercutiam no atendimento educacional de pessoas com deficiência, a 
Psicopedagogia torna-se campo em evidência, aumentando sua demanda 
social e se articulando como uma associação de classe profissional, 
resultando, em 1980, na Associação Estadual de Psicopedagogos de São 
Paulo e, em 1985, na Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
VOCÊ SABIA?
Você sabia que a reforma psiquiátrica no Brasil, efetivada 
com a Lei nº  10.216, de 6 de abril de 2001, interferiu 
significativamente na concepção e no delineamento 
do trabalho do psicopedagogo? Saiba mais sobre esse 
assunto no artigo “A assistência psiquiátrica no Brasil e em 
Minas Gerais: a infância e a adolescência numa perspectiva 
manicomial”, de autoria de Fábio Walace de Souza Dias, 
disponível aqui. 
Enquanto área, a Psicopedagogia pode ser entendida como: 
uma nova área de atuação profissional que busca 
uma identidade e que requer uma formação de nível 
interdisciplinar, o que já é sugerido no próprio termo 
Psicopedagogia. (BOSSA, 1995, p. 31) 
Como área de aplicação, vem avançando em corpo teórico-prático 
próprio, o que contribui com a delimitação do seu campo de atuação e, 
apesar da busca por construtos teóricos identitários, cabe lembrar que a 
Psicopedagogia “surgiu na fronteira entre a Pedagogia e a Psicologia, a 
partir das necessidades de atendimento de crianças com distúrbios de 
aprendizagem” (KIGEL, 1998, online), portanto, suas bases terão como 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/OK_REV_2-ARTIGO%20REVISTA%20UFSJ%20INFANCIA%20E%20adolescencia%20revisado%20(1).pdf 
12
referência a de outros campos, o que não a desqualifica enquanto campo 
científico. 
Com as mudanças de perspectivas diante das condições sociais 
já mencionadas – seja em decorrência das questões relacionadas à 
reforma psiquiátrica, seja dos processos da Educação Inclusiva –, a 
Psicopedagogia avança para outro enfoque, o preventivo. Além de sua 
atuação terapêutica diante das ocorrências, passa a antecipar e intervir 
em possíveis estruturas que podem resultar em déficits e dificuldades. 
REFLITA:
Podemos identificar o caráter preventivo da 
Psicopedagogia quando essa, inserida no espaço na 
escola, por exemplo, atua na formação dos professores 
para que esses qualifiquem seus recursos e estratégias 
didático-metodológicas, ampliando as possibilidades 
de aprendizagem na diversidade das necessidades dos 
estudantes. 
Figura 1 - Diversidade
 
Fonte: Pixabay.
Enquanto prevenção, conforme aponta Scoz (1998, p. 96-97), a 
Psicopedagogia tem como objeto de investigação o “ser humano em 
desenvolvimento enquanto educável”. Já na perspectiva terapêutica, sua 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
13
ação centra-se na “identificação, análise, elaboração de uma metodologia 
de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem”. 
De forma global, a Psicopedagogia tem como objeto a melhoria 
das relações com a aprendizagem, seja na antecipação com a promoção 
de estratégias diversificadas e de boas-práticas, atuando com a formação 
continuada dos atores do processo educativo ou na construção de rotinas e 
práticas para qualificação dos processos do aprender pelo estudante, seja 
na intervenção com vistas à melhoria do desempenho da aprendizagem 
dos alunos em situação de dificuldade ou com transtornos diversos que 
resultam em déficits. Atuação que demanda saberes multidisciplinares 
para a sustentação de práticas efetivas. 
Saberes e Práticas Relacionadas ao 
Psicopedagogo
O primeiro elemento teórico conceitual inerente ao psicopedagogo 
é o entendimento, diferenciação e relação entre ensinar e aprender. 
 • Ensinar relaciona-se com a oferta de conteúdos, informações e/
ou modelos que servirão como “substância” para a aprendizagem. 
Remetendo à escola, seria o que a instituição oferta, disponibiliza e 
promove para que o aluno possa estudar, ou seja, acessar, interagir 
e refletir sobre os conteúdos e transformá-los em conhecimento. 
 • Aprender relaciona-se com a ação individual do sujeito. É a 
apropriação e significação do indivíduo às informações, conteúdos 
e modelos. Remetendo à escola, é o que o aluno aprendeu com 
aquilo que lhe foi ofertado pela instituição. 
Portanto, percebendo que ensinar e aprender são conceitos que 
avançam para além da escola, sendo possível nas diversas instituições 
sociais (família, igreja, organizações civis, grupos de amigos etc.). Outro 
saber significativo ao psicopedagogo é a compreensão da relevância do 
papel do contexto nos modelos de aprendizagem, sendo necessário em 
sua prática considerar os eventos e relações estabelecidas nesses cenários.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
14
Com o avanço das necessidades de atuação do psicopedagogo, 
muitos outros saberes tornam-se necessários. Entretanto, podemos 
organizar um tripé de ação que, de maneira generalista, aplica-se a todos 
os cenários possíveis:
Figura 2 - Tripé da ação do psicopedagogo 
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
ACESSE:
O que é Psicopedagogia? – Canal: Papo de Criança. 
A Psicóloga Domitila Miranda convidou Priscilla Lima, 
psicopedagoga de Manaus, para um Papo de Criança sobre 
a Psicopedagogia. Priscilla e Domitila definem lindamente 
essa área tão importante para o desenvolvimento das 
nossas crianças. Acesse aqui. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://www.youtube.com/watch?v=d-2_5H9KJPI
15
Esse tripé permite ao psicopedagogo ampliar e alinhar seus 
objetivos de atuação. Dentre as várias possibilidades, podemos citar as 
seguintes atividades em seu escopo de atuação:
 • Orientação de estudos – organização da vida escolar.
 • Apropriaçãodos conteúdos escolares – mediar e ampliar as 
possibilidades de apropriação de conteúdos e saberes de 
disciplinas escolares nas quais o estudante apresenta baixo 
desempenho. 
 • Desenvolvimento do raciocínio – proporcionar contextos de 
observação, estímulo e diálogo para a reflexão e construção de 
conhecimento.
 • Atendimento à criança – atendimento às demandas da criança, 
sempre orientado pelo código de ética profissional, pelo trabalho 
multidisciplinar e pelos princípios que embasam a legislação 
nacional em vigor. 
Para tanto, no desenvolvimento de suas atividades, torna-se 
indispensável a esse profissional formação sólida em três áreas, conforme 
você pode observar na figura a seguir:
Figura 3 - Três áreas de formação do psicopedagogo 
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
16
Ao psicopedagogo se faz imprescindível uma formação que o 
permita: saber as teorias, saber como fazer uso dessas teorias e saber 
como essas teorias estão sujeitas às condições subjetivas e relacionais, 
fator preponderante em sua prática psicoeducativa. É a partir da articulação 
desses três “saberes” que o psicopedagogo poderá avaliar a possibilidade, 
a disponibilidade e a efetividade, seja dos aspectos cognitivos, afetivos ou 
executivos da condição de aprendizagem dos sujeitos. 
Identidade do Psicopedagogo
A Psicopedagogia é uma profissão em processo de regulamentação, 
a qual conta com um conselho de classe que busca homogeneizar 
aspectos de sua atuação. Entretanto, há uma pressão social para que 
a regulamentação seja aprovada, definindo principalmente o perfil 
acadêmico daqueles que poderão atuar enquanto psicopedagogos. 
ACESSE:
Você pode verificar a tramitação da legislação e dos 
processos relacionados à regulamentação da profissão 
do psicopedagogo no site da Associação Brasileira de 
Psicopedagogia – ABPp, especificamente aqui. 
Mesmo que ainda não se tenha a regulamentação efetiva, o Código 
Brasileiro de Ocupações – CBO aponta um perfil coeso do psicopedagogo: 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_legislacao.html
17
IMPORTANTE:
Código/Família/Ocupação: 2394-25 Psicopedagogo - 
quadro de técnicos da educação. Descrição sumária: 
Implementam, avaliam, coordenam e planejam o 
desenvolvimento de projetos pedagógicos/instrucionais 
nas modalidades de ensino presencial e/ou a distância; 
participam da elaboração, implementação e coordenação 
de projetos de recuperação de aprendizagem, aplicando 
metodologias e técnicas para facilitar o processo de ensino 
e aprendizagem. Atuam em cursos acadêmicos e/ou 
corporativos em todos os níveis de ensino para atender 
as necessidades dos alunos, acompanhando e avaliando 
os processos educacionais. Viabilizam o trabalho coletivo, 
criando e organizando mecanismos de participação em 
programas e projetos educacionais, facilitando o processo 
comunicativo entre a comunidade escolar e as associações 
a ela vinculadas. Atuam no contexto clínico, avaliando 
as funções cognitivas, motoras e de interação social 
dos clientes e promovendo a reabilitação das funções 
prejudicadas dos mesmos. (MTE, CBO, 2019, online). O texto 
na íntegra pode ser conferido aqui.
É fundamental destacar que CBO se trata da classificação de ocupação 
e não avança para a identificação da qualificação profissional para atuação, 
delimitando ou indicando a formação acadêmica ou necessidade de 
vivência prática para o exercício profissional. Torna-se, portanto, superficial 
em aspectos relacionados à configuração do profissional atuante. 
SAIBA MAIS:
Código de Ética do Psicopedagogo. Um dos documentos de 
referência para o trabalho do psicopedagogo é seu Código 
de Ética. Esse documento é de leitura obrigatória, afinal, 
nesse texto estão descritos os parâmetros e orientações 
para os profissionais da Psicopedagogia brasileira quanto 
aos princípios, normas e valores constituintes da boa 
conduta profissional. Você pode acessá-lo aqui. 
Apesar da carência normativa, é possível traçar o perfil do 
psicopedagogo pela necessidade social de sua existência, fato que resulta, 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf)
http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html
18
inclusive, na indicação e discussões de regulamentação profissional. 
Nesse sentido, o psicopedagogo assume papel de pesquisador, assessor, 
orientador, supervisor e educador.
Áreas de Investigação da Psicopedagogia
Como vimos, historicamente a Psicopedagogia teve início no 
atendimento às dificuldades e patologias relacionadas à aprendizagem, 
porém, está cada vez mais atuando em caráter preventivo. 
Assume como ação a investigação das possíveis perturbações 
no processo de aprendizagem no contexto, favorecendo processos de 
integração e troca. Essa mudança de abordagem é convergente com a 
premissa da Educação Inclusiva e com o respeito à diversidade, afinal, a 
ação passa a ser centrada na promoção de orientações metodológicas 
às necessidades específicas dos grupos e indivíduos, respeitando seu 
contexto. 
Nesse processo, algumas áreas são fundamentais a serem 
investigadas: 
Figura 4 - Principais áreas de investigação da Psicopedagogia 
Fonte: Elaborado pela autora (2019). 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
19
Essas áreas cumprem com o desejo da Psicopedagogia de “saber 
mais” sobre as potencialidades e dificuldades do outro, compreendendo 
os elementos que interferem no processo de ensino-aprendizagem para 
que, com essas informações, as intervenções sejam as mais assertivas 
possíveis, e permitam a superação ou minimização dos problemas de 
aprendizagem. 
SAIBA MAIS:
 Atividades diárias e práticas psicopedagógicas. 
Assista à reportagem do programa Fantástico sobre o 
acompanhamento de pessoas diagnosticadas com TDA/H 
e que fazem acompanhamento, nesse caso, psicológico. 
Entretanto, é possível identificar as práticas relacionadas à 
psicopedagogia. 
Muitas vezes, a Psicopedagogia terá sua atuação em estruturas tidas 
como pré-requisitos às aprendizagens formais, centralizando as ações na 
busca de estratégias para a descoberta e manutenção de processos para 
a autoria de pensamento, contribuindo para que os estudantes sejam 
capazes de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver 
e aprender a ser.
Mais que desempenho acadêmico, esse trabalho remete ao 
autoconhecimento, à autonomia. É, portanto, indispensável pela 
significação social que representa. Na efetivação da Educação Inclusiva, 
a Psicopedagogia assume a perspectiva de valores e de atitudes, 
da dimensão pessoal, emocional e de alteridade, condizentes com 
a perspectiva globalizadora que orienta e determina os objetivos da 
aprendizagem para a sociedade atual. 
Nesse sentido, a investigação psicopedagógica possível pelo 
olhar, pela escuta e pelas intervenções propostas considera o espectro 
subjetivo da relação estabelecida entre ensinante e aprendente frente ao 
conhecimento, afinal: 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://www.youtube.com/watch?v=c2AdfdqFlLo
20
Necessitamos um modo diferente de analisar a relação 
entre o futuro e o passado para entender o que acontece 
em todo processo de aprendizagem. Aprender é construir 
espaços de autoria e, simultaneamente, é um modo de 
situar-se novamente diante do passado. (FERNÁNDEZ, 
2001, p. 69)
Assim, o trabalho psicopedagógico, seja em seu caráter preventivo 
ou terapêutico, busca sempre a reconstrução dos processos. Para tanto, 
busca definir papéis, valorizar novos conhecimentos, compreendendo e 
considerando as diversas formas de aprender, de avaliar o conhecimento, 
pessoas, papéis, processos, produtos e objetivos. Podendo atuar em 
escolas, clínicas, hospitais, empresas e onde mais se faça necessário 
qualificar ensino e aprendizagem. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmotudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que no Brasil a Psicopedagogia remonta à década de 1970, 
com destaque para o atendimento de indivíduos com danos 
sociais em diversas áreas em decorrência das dificuldades 
de aprendizagem que manifestavam. Enquanto área, a 
psicopedagogia “surgiu na fronteira entre a Pedagogia e a 
Psicologia, a partir das necessidades de atendimento de 
crianças com distúrbios de aprendizagem” (KIGEL, 1998, 
online), portanto, suas bases têm como referência a de 
outros campos, o que não a desqualifica enquanto campo 
científico. Observou-se que, em decorrência das questões 
relacionadas à reforma psiquiátrica e da Educação Inclusiva, 
a Psicopedagogia avança para um enfoque preventivo, 
além de sua atuação terapêutica. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
21
Assim, de forma global, a Psicopedagogia tem como objeto a 
melhoria das relações com a aprendizagem. Cabendo ao psicopedagogo 
uma formação que o permita saber as teorias, saber como fazer uso dessas 
teorias e saber como essas teorias estão sujeitas às condições subjetivas 
e relacionais, fator preponderante em sua prática psicoeducativa.
Por fim, foi visto que o trabalho psicopedagógico, seja em seu caráter 
preventivo ou terapêutico, busca sempre a reconstrução dos processos 
e, para tanto, objetiva definir papéis, valorizar novos conhecimentos, 
compreendendo e considerando as diversas formas de aprender, de 
avaliar o conhecimento, pessoas, papéis, processos, produtos e objetivos. 
Este profissional pode atuar em escolas, clínicas, hospitais, empresas e 
onde mais se faça necessário qualificar ensino e aprendizagem. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
22
Principais Teorias para a Abordagem 
Psicopedagógica
OBJETIVO:
Ao término deste item, você será capaz de identificar 
três das principais teorias que sustentam as abordagens 
psicopedagógicas, bem como diferenciá-las. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profissão, afinal, trata-
se de fundamentação técnica essencial para escolhas 
assertivas e encaminhamentos corretos. As pessoas 
que tentarem intervir no campo da psicopedagogia sem 
esses conhecimentos poderão prejudicar as pessoas que 
pretendem ajudar, afinal, a escolha metodológica errada 
tende a acentuar as dificuldades de aprendizagem. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!.
Psicopedagogia e seu Corpo Teórico
Como vimos, a Psicopedagogia surge na “fronteira” da Pedagogia e 
da Psicologia, portanto, conhecer seus fundamentos requer compreender 
as possíveis articulações dos subsídios teóricos dessas duas áreas em 
relação ao processo de ensino-aprendizagem. De forma geral, as ações 
psicoeducativas buscam referências em outras áreas e as transpõem 
às necessidades de seus objetivos, modulando, transformando e, 
principalmente, respeitando, sob princípios éticos, os limites que lhe são 
impostos pela própria formação e expertise do profissional. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
23
REFLITA:
Um exemplo real dos “limites éticos” que podemos 
observar no trabalho do psicopedagogo é relacionado à 
medicamentalização dos estudantes com algum transtorno 
que resulta em déficit de aprendizagem. Por mais que a 
avaliação e as informações decorrentes do trabalho do 
psicopedagogo sejam imprescindíveis para a avaliação 
do acompanhamento médico, prescrever, indicar ou 
retirar o tratamento medicamentoso cabe ao médico que 
acompanha o estudante. 
É atribuição do psicopedagogo, quando possível, se assim tiver 
informações para tanto, apresentar um perfil comparativo por meio de 
informe psicopedagógico do estudante antes da medicação e após 
o início do tratamento no que se refere às condições necessárias para 
a aprendizagem, por exemplo: antes, seu foco de atenção tinha baixa 
duração, mas após a medicação o estudante passou a persistir durante 
mais tempo nas atividades propostas. Porém, qualquer encaminhamento, 
por mais que seja “alternativo”, “substitutivo” ou “complementar”, fere 
o código de ética profissional. Assim, florais, terapias cognitivas e/ou 
comportamentais e outros tratamentos ou acompanhamentos que são 
da área da saúde ficam a cargo dos profissionais responsáveis, sendo o 
psicopedagogo um auxiliar para o perfil do estudante. Esse é o limite da 
profissão que precisa ser observado. 
Para Bossa (2005), a Psicopedagogia enquanto área de confluência 
do psicólogo e do educador e diante do seu objetivo de trabalho necessita 
sustentar-se em teorias que permitam ao profissional compreender 
como se aprende, para poder ensinar a aprender. Parece óbvio, porém, 
não é, afinal, se retornarmos ao espaço escolar, vemos a diferença 
desse objetivo: na escola, o objetivo é ensinar, de formas diversas, 
respeitando as condições dos estudantes para avaliá-lo conforme suas 
aprendizagens. Na Psicopedagogia, o objetivo centra-se em “ensinar o 
estudante” como aprender nesses processos de ensino, especificamente, 
instrumentalizando-para que se aproprie de conhecimentos, técnicas 
e pré-requisitos necessários para a interiorização do universo de 
representações simbólicas que a escola lhe oferta. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
24
Nesse trabalho, o psicopedagogo recorre a critérios para 
compreender as lacunas ou falhas na aprendizagem por meio da 
investigação diagnóstica, processo de leitura complexo e multifacetado, no 
qual são identificadas as condições individuais, familiares, socioculturais, 
educacionais e de aprendizagem. 
Figura 5 - Totalidade do ser humano
Fonte: Pixabay.
Assim como a maioria das áreas do conhecimento, a Psicopedagogia 
possui diferentes correntes de pensamentos. Essas diferenças não são 
encaradas como certas ou erradas, mas pelo viés de abordagem distinta 
diante das situações evidenciadas que, por fim, acabam por privilegiar 
uma área do conhecimento em detrimento de outra. Podemos destacar 
as seguintes áreas: 
 • Psicologia: principalmente com as contribuições da Epistemologia 
e da Psicologia Genética, que se encarregam de analisar e 
descrever o processo construtivo do conhecimento pela interação 
do sujeito com o meio.
 • Linguística: pela compreensão da linguagem enquanto construto 
social e cultural inerente ao ser humano. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
25
 • Pedagogia: pelas diversas abordagens do processo ensino-
aprendizagem do ponto de vista de quem ensina.
 • Neuropsicologia: pelas discussões que possibilitam compreender 
os mecanismos cerebrais e as atividades mentais. 
No sentido de teorias gerais, podemos evidenciar três grandes 
correntes na psicopedagogia: as Teorias Comportamentalistas, Teorias 
Cognitivistas e Teorias Humanistas, que veremos a seguir.
Teorias Comportamentalistas
A abordagem comportamentalista tem como percursor John B. 
Watson, entretanto, Skinner foi um dos psicólogos que teve seus estudos 
amplamente divulgados e absorvidos na educação. Na Psicologia é 
divulgada e mais conhecida pelo termo “Behaviorismo”, sendo destaque 
por, na época, ter caracterizado comportamento como objeto consistente, 
observável e mensurável, convergente com os preceitos do positivismo. 
SAIBA MAIS:
O que é Positivismo? Acesse o site “Significados” e descubra 
a definição, conceitos e aspectos relevantes do Positivismo. 
Figura 6 - Skinner
Fonte: Wikipedia
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
26
Seu escopo teórico desenvolveu-se no contexto da psicologia clínica, 
enfatizando o comportamento e suas relações com o meio, resultando 
nos conceitos de estímulo e resposta que permitiram compreender 
o ser humano como resultado das associações estabelecidas entre os 
estímulos do meio e as repostas que manifesta em comportamento. Para 
a abordagem comportamentalista, aprendizagem é entendida como uma 
“modelagem de comportamento”, portanto, com as contribuições deSkinner, acontece conforme figura a seguir:
Figura 7 - Aprendizagem no Behaviorismo 
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
A aprendizagem, portanto, está relacionada ao condicionamento do 
comportamento operante que 
Inclui todos os movimentos de um organismo dos quais 
possa dizer que, em algum momento, tem um efeito sobre 
ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento 
opera sobre o mundo [...] quer direta, quer indiretamente. 
(KELLER apud MOREIRA, 1999, p. 331)
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
27
SAIBA MAIS:
Reportagem: B. F. Skinner, o cientista do comportamento 
e do aprendizado. Leia aqui a reportagem da Revista Nova 
Escola sobre Skinner e compreenda um pouco mais os 
princípios desse psicólogo behaviorista norte americano 
para a educação, principalmente sobre sua percepção de 
planejamento passo a passo e de “modelagem” do aluno. 
Transpondo para a Psicopedagogia, a abordagem comportamental 
teria seu centro na relação funcional entre estímulo e resposta, atuaria na 
modelagem seja desses estímulos, seja da resposta. Para tanto, utilizaria 
do conceito de reforço enquanto ferramenta.
DEFINIÇÃO:
Para Skinner, podemos distinguir dois tipos de reforço, o 
positivo e o negativo. O primeiro operaria no sentido de 
fortalecer um comportamento, enquanto o segundo, no 
sentido de diminuir determinado comportamento. Para a 
extinção de comportamento, a ausência de reforço seria o 
ideal. 
Nessa lógica de “reforçamento”, dois outros conceitos são 
fundamentais a essa perspectiva: generalização e discriminação. 
Generalização contempla a capacidade de darmos respostas semelhantes 
às situações semelhantes, já discriminação, a capacidade de perceber 
diferentes estímulos e de dar respostas diferentes a cada um deles. Esses 
dois conceitos são fundamentais à aprendizagem escolar ao final de seu 
processo, afinal, espera-se que o estudante generalize o que aprendeu 
para outras situações semelhantes ou discrimine sua resposta em relação 
à especificidade do estímulo recebido. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://novaescola.org.br/conteudo/1917/b-f-skinner-o-cientista-do-comportamento-e-do-aprendizado
28
Muitas são as observações, críticas e reflexões acerca das 
abordagens comportamentalistas no processo psicoeducativo, entretanto, 
é fundamental evidenciar que muito se avançou desde os primeiros 
estudos e que outras correntes baseadas nessas premissas teóricas vêm 
despontando com resultados efetivos no trabalho com transtornos como 
o TEA, por exemplo. Assim, o objetivo aqui é de apresentar um contexto 
geral daquilo que caracteriza a corrente. Porém, não se irão esgotar as 
possibilidades que dela derivam, tampouco as abordagens de trabalho 
que dela se fazem possíveis. 
SAIBA MAIS:
Método ABA e Autismo. Um dos métodos com evidências 
para atendimento de crianças no TEA é o ABA - Applied 
Behavior Analysis ou Análise Aplicada do Comportamento, 
que tem como base a teoria comportamental. Saiba mais aqui.
Teorias Cognitivistas
Outra corrente teórica é o Cognitivismo, que ao contrário do 
comportamentalismo, que se centra no comportamento humano, tem 
como proposta investigar os elementos que interferem no processo 
estímulo-resposta, ou seja, centra-se no processo de compreensão, 
de transformação, de armazenamento e da utilização dos saberes e 
informações no plano da cognição. 
De forma simplificada, essa corrente trabalha com os significados 
e o processo por meio do qual os indivíduos se relacionam e significam 
o mundo. Tem como representantes os teóricos da Psicologia Cognitiva 
como Piaget e Vygostsky que, apesar de não terem desenvolvido uma 
teoria especificamente da aprendizagem, serviram como base para o 
Construtivismo. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
http://entendendoautismo.com.br/artigo/metodo-aba-para-tratamento-de-autismo
29
Figura 8 - Piaget e Vygotsky
Fonte: Wikimedia commons
SAIBA MAIS:
“Construtivismo na prática”, por Ana Ligia Scachetti 
e Camila Camilo. Para compreender um pouco mais sobre 
o Construtivismo, acesse a reportagem da Revista Nova 
Escola “Construtivismo na prática”. Nela as autoras buscam 
discutir e refletir sobre os mitos que cercam a teoria inspirada 
em pesquisadores como Piaget e Vygotsky, identificando 
como as aulas são valorizadas e ganham significado por 
meio dessa abordagem. 
Efetivamente, para a Psicopedagogia é fundamental destacarmos 
que essa teoria busca compreender a aprendizagem na correlação das 
habilidades presentes e das que precisam ser adquiridas, valorizando, 
portanto, processos de compreensão em relação às capacidades 
de memorização. Na prática, há o desmembramento de conceitos, 
a ampliação de etapas, a roteirização dos processos de resolução, 
permitindo uma melhor assimilação do conhecimento. Além disso, 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://novaescola.org.br/conteudo/3428/construtivismo-na-pratica
30
privilegiam-se metodologias que estimulam a interação e a reflexão com 
vistas à construção do conhecimento pelo indivíduo. 
Teorias Humanistas
Como terceiro eixo teórico, temos a perspectiva humanista. Nessa 
corrente de pensamento, o centro não está efetivamente no processo de 
aprendizagem em si, mas, sim, no papel social que o ato de aprender 
representa para o indivíduo. Privilegia-se o desenvolvimento de suas 
habilidades e competências para a interação social, propõe-se fortalecer 
sua autoestima e sua inteligência emocional.
Essa abordagem valoriza tanto o aspecto cognitivo, quanto o motor e o 
afetivo da criança, compreendendo que, para que seja possível a aprendizagem, 
o desenvolvimento deva acontecer de forma integral e integrada.
Figura 9 - Diferenças entre as três teorias 
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Como metodologia, essa perspectiva propõe ações que envolvam 
uma maior interação social, que sejam dinâmicas e que privilegiem a 
fala e a escuta afetiva. Entretanto, o que cabe destacar é que o processo 
de aprendizagem, independentemente da teoria privilegiada, deve ter 
como prática efetiva o engajamento do estudante, deve propor vivências 
empolgantes que os motive na descoberta de suas potencialidades e 
na superação de suas dificuldades. As perspectivas teóricas transpostas 
para a Psicopedagogia dispõem de conhecimentos teóricos e práticos, 
entretanto, cabe ao profissional identificar qual a abordagem mais efetiva 
e coerente com a situação observada. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
31
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste item, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que 
a Psicopedagogia surge na “fronteira” da Pedagogia e da 
Psicologia e que, portanto, conhecer seus fundamentos 
requer compreender as possíveis articulações dos 
subsídios teóricos dessas duas áreas em relação ao 
processo de ensino-aprendizagem. Viu, ainda, que o limite 
da profissão precisa ser observado, não sendo da atribuição 
do psicopedagogo qualquer encaminhamento, por mais 
que seja “alternativo”, “substitutivo” ou “complementar”, 
que invada as áreas da saúde, tendo o objetivo da 
Psicopedagogia centrado em “ensinar o estudante” como 
aprender, especificamente instrumentalizando-o a se 
apropriar de conhecimentos, técnicas e pré-requisitos 
necessários para a interiorização do universo de 
representações simbólicas que a escola lhe oferta. 
Para tanto, vimos que o psicopedagogo recorre a critérios para 
compreender as lacunas ou falhas na aprendizagem por meio da investigação 
diagnóstica, por meio do processo de leitura complexo e multifacetado, no 
qual são identificadas as condições individuais, familiares, socioculturais, 
educacionais e de aprendizagem. Esses critérios podem ter base em três 
principais teorias: Comportamentalista, Cognitivista e Humanista. 
Vimos que a abordagem comportamentalista tem como precursor 
John B. Watson,entretanto, Skinner foi um dos psicólogos que teve seus 
estudos amplamente divulgados e absorvidos na educação. Viu-se que 
essa perspectiva é mais conhecida pelo termo “Behaviorismo” e centra-se 
no comportamento. Já o Cognitivismo tem como proposta investigar os 
elementos que interferem no processo estímulo-resposta, centra-se no 
processo de compreensão, de transformação, de armazenamento e da 
utilização dos saberes e informações no plano da cognição. E, por fim, vimos 
que na perspectiva humanista o centro não está efetivamente no processo 
de aprendizagem em si, mas, sim, no papel social que o ato de aprender 
representa para o indivíduo, privilegiando o desenvolvimento integral do 
indivíduo.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
32
Epistemologia Convergente de Jorge 
Visca
OBJETIVO:
Ao término deste item, você será capaz de estruturar uma 
avaliação psicopedagógica clínica a partir da Epistemologia 
convergente de Jorge Visca. Isso será fundamental 
para o exercício de sua profissão, afinal, trata-se de uma 
das abordagens mais utilizadas por psicopedagogos 
no processo de diagnóstico psicoeducativo. Para tanto, 
você aprenderá os fundamentos dessa abordagem, 
suas concepções e principais conceitos, pois, sem esses 
conhecimentos sua prática poderá não ser exitosa. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!.
Fundamentação Teórica da Epistemologia 
Convergente
A abordagem proposta por Jorge Visca é uma avaliação 
psicopedagógica clínica, em um processo complexo de investigação da 
aprendizagem informal ou formal, seja de uma pessoa ou de um grupo. A 
investigação desse processo, em todas as instâncias, se dá com base nas 
relações socioculturais estabelecidas, conforme evidencia Bossa (2000, 
p. 85):
Implica compreender a situação de aprendizagem do 
sujeito, individualmente ou em grupo, dentro do seu 
próprio contexto. Tal compreensão requer uma modalidade 
particular de atuação para a situação em estudo, o que 
significa que não há procedimentos predeterminados. 
Defino essa característica como configuração clínica da 
prática psicopedagógica. A metodologia do trabalho, 
ou seja, a abordagem e tratamento, enfim a forma de 
atuação se vai tecendo em cada caso, na medida em que 
a problemática aparece. Cada situação é única e requer 
do profissional atitudes específicas em relação àquela 
situação. (Bossa, 2000, p. 85)
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
33
Assume-se como Epistemologia Convergente por aliar subsídios da 
Psicanálise, da Epistemologia Genética, de Jean Piaget e da Psicologia 
Social, de Enrique Pichon Rivière, com destaque para os seguintes 
elementos de cada corrente: 
PSICANÁLISE: a mudança de perspectiva em relação à 
aprendizagem, considerando a satisfação do estudante nesse processo em 
detrimento da coerção. Portanto, buscam-se estratégias mais prazerosas 
e consequentemente, mais significativas, considerando a influência 
decisiva da dimensão afetiva na aprendizagem e no desenvolvimento 
humano. 
EPISTEMOLOGIA GENÉTICA: orienta a forma pela qual o sujeito 
constrói seus conhecimentos, contribuindo com os conceitos de 
equilibração, assimilação e acomodação, necessários à aprendizagem 
que se estabelecem.
Ainda, essa teoria contribui com a organização de quatro períodos 
de pensamento, cada um deles marcado por avanços no desenvolvimento 
intelectual do sujeito que, por mais que possam apresentar pequenas 
variações, contribuem em perspectiva para a percepção de pré-requisitos 
e objetivos de desenvolvimento e aprendizagem na relação com a faixa 
etária. São esses os períodos:
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
34
Quadro 1 - Períodos do desenvolvimento cognitivo para Piaget 
ESTÁGIO IDADE APROXIMADA CAPACIDADES
Sensório-motor 0 a 2 anos
Conhecimento do mundo baseado 
nos sentidos e habilidades motoras. 
Ao final do período, emprega 
representações mentais.
Pensamento pré-
operatório
2 a 6 anos
Uso de símbolos, palavras, 
números para representar aspectos 
do mundo. Fase do egocentrismo, 
sendo o mundo resultado de sua 
percepção imediata.
Pensamento 
operatório-concreto
7 a 11 anos
Aplicação de operações lógicas 
a experiências centradas no 
imediato. Início da verificação das 
operações mentais.
Pensamento 
operatório-formal
Adolescência em 
diante
Pensamento abstrato, derivações 
sobre situações hipotéticas, 
raciocínio dedutivo, planejamento 
e imaginação.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Piaget (1998).
PSICOLOGIA SOCIAL: fundamenta a perspectiva convergente ao 
preconizar a singularidade do sujeito diante do seu contexto sociocultural: 
“cada um de nós tende a aprender de múltiplas e diferentes maneiras, 
construindo ativamente os conhecimentos nas interações com os outros 
ao longo de toda a vida” (NOGUEIRA, 2009, p. 18).
Figura 10 - Epistemologia convergente – Visca
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
35
IMPORTANTE:
A epistemologia convergente busca superar as visões 
inativas e ambientalistas, partindo de uma visão integradora 
do conhecimento, tendo como objetivo analisar as 
dificuldades de aprendizagem como resultados múltiplo 
casuais, para os quais cada vertente teórica apresenta 
subsídios mais adequados para o encaminhamento (VISCA, 
1991).
Da Psicologia Social, Visca (1987) utiliza-se de quatro conceitos 
básicos que permitem a flexibilidade no processo de avaliação. São eles: 
Figura 11 - Conceitos básicos da avaliação psicopedagógica clínica - Pichon Rivière 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Visca (1987).
Esses quatro elementos compõem a base para o trabalho 
psicopedagógico e podemos resumi-los em: capacidade analítica e de 
compreensão das capacidades e dificuldades dos sujeitos e dos grupos; 
condição de utilização das categorias conceituais no momento adequado; 
capacidade de elaborar e colocar em prática um plano de ação coerente 
com o perfil de quem se atende e de si próprio. 
Todas as ações teriam como objetivo a aprendizagem, essa 
compreendida como um processo complexo, amplo e dinâmico, 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
36
concebido por Visca (1987) em quatro diferentes níveis, processo 
denominado de “esquema evolutivo da aprendizagem”: 
 • 1º nível ou protoaprendizagem: aprendizagem resultante dos 
primeiros vínculos, principalmente, da interação da criança com 
seu cuidador, com a mãe na maior parte dos casos.
 • 2º nível ou deuteroaprendizagem: aprendizagem resultante das 
interações e mediações no grupo familiar. 
 • 3º nível ou aprendizagem assistemática: aprendizagem instrumental 
de técnicas e de recursos que permitem desempenho e convívio 
em uma comunidade restrita.
 • 4º nível ou aprendizagem sistemática: aprendizagem resultante da 
interação em espaços restritos, como por exemplo, as instituições 
escolares.
Figura 12 - Aprendizagem para a vida 
Fonte: ©Pixabay.
Para subsídio do trabalho do psicopedagogo, Visca (1987) afirma 
que, sendo a aprendizagem um processo que ocorre durante toda 
a vida, o vínculo inadequado do indivíduo ao objeto em qualquer uma 
dessas etapas poderá resultar em déficit ou obstáculos à aprendizagem, 
organizados por ele da seguinte forma: 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
37
Figura 13 - Quatro tipos de obstáculos à aprendizagem 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Visca (1987).
Compreendendo a estruturação que fundamenta a Epistemologia 
Convergente, é possível avançarmos para sua operacionalização prática. 
As Etapas do Diagnóstico Psicopedagógico 
Clínico: O Passo a Passo
Para Bossa (2000, p. 94), “pensar o trabalho psicopedagógico 
na clínica remete, neste caso, igualmente à prática”. Sendo assim, é 
fundamental compreender o passo a passo de cada sessão do trabalho 
clínico e sua importância para o acompanhamento integral. Seguiremos a 
estrutura de percurso prevista a seguir: 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
38
Figura 14 - Sugestãode percurso psicoeducativo baseado na Epistemologia Convergente 
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Entrevista Inicial
Essa etapa tem como objetivo principal conhecer o estudante, 
seu percurso, seu contexto e suas demandas, bem como, apresentar e 
esclarecer o acompanhamento psicopedagógico. Podemos definir como 
objetivos específicos: 
 • Identificar a criança (nome), filiação (pai, mãe), data de nascimento, 
endereço, nome do responsável.
 • Delimitar os motivos do atendimento – queixas.
 • Investigar o processo de aprendizagem durante o percurso de 
vida. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
39
 • Investigar o nível socioeconômico e cultural da família.
 • Investigar sobre atendimentos anteriores.
 • Perceber e mensurar as expectativas da família e da criança.
SAIBA MAIS:
Existem modelos pré-definidos e você pode adequá-los 
às suas necessidades e a seu roteiro de entrevista. Para 
tanto, é importante pesquisar modelos e outros suportes já 
efetivos. Clique aqui para conhecer algumas possibilidades. 
Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem 
- EOCA
A Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem ou EOCA é uma 
forma de primeira sessão diagnóstica proposta por Visca (1987). Nela:
A intenção é permitir ao sujeito construir a entrevista 
de maneira espontânea, porém dirigida de forma 
experimental. Interessa observar seus conhecimentos, 
atitudes, destrezas, mecanismos de defesas, ansiedades, 
áreas de expressão da conduta, níveis de operatividade, 
mobilidade horizontal e vertical etc. (WEISS apud VISCA, 
2007, p. 57)
Nesse sentido, as propostas a serem desenvolvidas durante a 
EOCA, bem como o material utilizado terão variações de acordo com a 
idade e escolaridade do indivíduo. Esses materiais diversos relacionados 
à aprendizagem, tais como lápis, cola, revistas, papéis diversos, entre 
outros, são entregues e se oportuniza ao estudante que os explore 
livremente enquanto são observados os seguintes aspectos: reação, 
organização, apropriação, imaginação, criatividade, preparação, regras 
utilizadas, disposição, coordenação, entre outros. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://blog.psiqueasy.com.br/2018/05/29/o-que-fazer-na-1a-sessao-psicopedagogica/
40
Algumas considerações ao psicopedagogo são fundamentais 
nesse processo: 
 • Não realize perguntas ao entrevistado que fujam da proposta da 
EOCA. Caso a criança realize alguma pergunta, reconduza-a para 
a atividade. A entrevista não deve ser interrompida.
 • Fique atento à postura física da criança, ao processo de respiração, 
a direção do seu olhar e o que diz a respeito da realização da 
EOCA. 
 • Realize a seleção adequada de material para a abordagem, evite 
recursos distantes do cotidiano da criança.
 • Evite demonstração de satisfação, insatisfação ou surpresa com 
desempenho da criança. Esse momento não se caracteriza pela 
aprovação ou desaprovação, apenas observe e registre. 
 • Evite nomear os materiais, pois esse também é um elemento a ser 
observado na criança. 
 • Permita que a criança aja com autonomia e independência.
Por meio desse processo de investigação, será possível averiguar 
as primeiras barreiras a serem transpostas no que se relaciona às 
dificuldades de aprendizagem, permitindo ao psicopedagogo organizar 
suas hipóteses para seu plano de trabalho, que será subsidiado pelas 
diversas possibilidades de provas e testes, para as variedades de idades e 
níveis de desenvolvimento, a serem escolhidos mediante a necessidade 
do estudante atendido. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
41
Provas e Testes
São várias as provas possíveis a serem utilizadas para o diagnóstico 
educativo, dentre elas, as do diagnóstico operatório piagetiano e as 
provas projetivas na perspectiva de Visca. 
As provas operatórias de Piaget são as seguintes: 
Figura 15 - Provas operatórias 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Visca (1997).
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
42
Já as provas projetivas seguem a seguinte classificação: 
 • Vínculos escolares.
 • Vínculos familiares.
 • Vínculos consigo mesmo. 
Cada prova tem um objetivo específico, que deve ser mensurado 
pelo psicopedagogo em seu plano de ação. De maneira geral, as provas 
operatórias permitem obter dados para o conhecimento do funcionamento 
e desenvolvimento das funções lógicas da criança, já as provas projetivas 
permitem perceber os conteúdos afetivos constitutivos do processo por 
meio de uma investigação projetiva.
Anamnese (História de Vida)
Para Weiss (2004), a anamnese é crucial para o diagnóstico, pois 
possibilita a integração do passado, presente e do futuro da criança. Essa 
etapa tem como objetivo obter dados contextuais do desenvolvimento 
do estudante, permitindo uma melhor compreensão da condição do 
caso observado. Espera-se, nessa etapa, informações relacionadas aos 
seguintes aspectos: 
 • Aspectos gerais: nascimento, gravidez, parto, pós-parto.
 • Aprendizagens informais: atividades de vida diária, brincadeiras, 
relação com os pares, etc. 
 • Relações familiares.
 • A evolução escolar.
 • A expectativa e o diagnóstico.
 • Interesses e habilidades.
 • Condições clínicas e de saúde.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
43
Figura 16 - A criança em sua totalidade 
Fonte: Pixabay.
Informe Diagnóstico (Devolutiva)
Por fim, temos o informe diagnóstico, a devolutiva, que tem como 
objetivo esclarecer a problemática da criança com base nas hipóteses 
levantadas durante o diagnóstico. É aqui que o psicopedagogo repassa à 
família os resultados da avaliação por meio do relatório psicopedagógico, 
constatando a dificuldade e o plano de ação para a acompanhamento 
dessa condição.
Para Visca (1987, p. 87), é após a devolutiva que se inicia o processo 
corretor: “temos o termo corretor que é formado por ‘co’ e ‘reger’, sendo o 
primeiro elemento – ‘co’ − uma forma prefixal latina da preposição com, e 
o segundo – ‘reger’ −, a ação do correto funcionamento de um aparelho ou 
organismo”. No caso da Psicopedagogia, do processo da aprendizagem. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
44
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a abordagem proposta por Visca trata-se de uma 
avaliação psicopedagógica clínica, que é um processo 
complexo de investigação da aprendizagem informal ou 
formal, que pode ser de uma pessoa ou de um grupo. 
Que recebe o nome de Epistemologia Convergente por 
aliar subsídios da Psicanálise, da Epistemologia Genética, 
de Jean Piaget e da Psicologia Social, de Enrique Pichon 
Rivière, em consonância com um processo estruturado 
de investigação diagnóstica. Ainda, observamos que Visca 
propõe quatro elementos como base para o trabalho 
psicopedagógico, sendo eles: a capacidade analítica e de 
compreensão das capacidades e dificuldades dos sujeitos 
e dos grupos; a condição de utilização das categorias 
conceituais no momento adequado; a capacidade de 
elaborar e colocar em prática um plano de ação coerente 
com o perfil de quem se atende e de si próprio. Por fim, 
estruturamos o passo a passo do processo, apresentando 
e explicando cada uma das etapas: Entrevista inicial, 
Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem – EOCA, 
Provas e Testes, Anamnese e Informe diagnóstico. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
45
Abordagem Centrada na Pessoa e a 
Psicopedagogia
OBJETIVO:
Ao término deste item, você será capaz de compreender 
os fundamentos essenciais da Abordagem Centrada na 
Pessoa e como ela se articula à prática psicoeducativa. Isso 
será fundamental para o exercício de sua profissão ao propor 
trabalhos de intervenção não diretivos em brinquedotecas, 
indicando outras possibilidades de trabalho relacionadas à 
Psicopedagogia. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamoslá. Avante!
Fundamentos da Abordagem Centrada na 
Pessoa
A Abordagem Centrada na Pessoa - ACP deriva da corrente 
humanista e tem Carl Rogers como referencial teórico. Sua fundamentação 
não pretende ser uma filosofia nem uma teoria, mas uma forma específica 
de se relacionar com o outro com base “numa crença na potencialidade 
interna dos organismos [...] e num respeito pela individualidade e 
singularidade humanas” (GOBBI et al., 2005, p. 16), tendo três pressupostos 
básicos: 
 • Concepção do homem alicerçada na corrente humanista da 
Psicologia, sendo esse, “em essência, um organismo digno de 
confiança” (ROGERS, 1989, p. 16).
 • Abordagem fenomenológica, que privilegia a experiência subjetiva 
da pessoa.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
46
 • Relação como sendo essencial para o processo e possível apenas 
a partir do encontro efetivo entre pessoas. 
Figura 17 - Carl Rogers 
Fonte: Wikimedia commons
Nesse sentido, o psicopedagogo assume o papel de facilitador 
e condutor, dividindo as responsabilidades com o aluno, motivando-o 
por meio de recursos variados, das experiências e de situações de 
seu interesse, propondo que, diante de experiências maleáveis e 
contextualizadas,
O indivíduo aceite cada vez com maior facilidade a sua 
própria responsabilidade perante os problemas que 
tem de enfrentar, e sinta-se cada vez mais afetado pelo 
comportamento que perante eles manifestou. O diálogo 
interior torna-se mais livre, melhora a comunicação interna e 
reduz o bloqueio. (ROGERS, 2001, p.160-162)
SAIBA MAIS:
Carl Rogers, um psicólogo a serviço do estudante. Saiba 
mais sobre Carl Rogers, fundador da terapia não diretiva, 
que propunha que a tarefa do professor é liberar o caminho 
para que o estudante aprenda o que quiser, no artigo 
de autoria de Marcio Ferrari, para a Revista Nova Escola, 
disponível aqui.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://novaescola.org.br/conteudo/1453/carl-rogers-um-psicologo-a-servico-do-estudante
47
Assim, a aceitação e compreensão são fundamentais no processo 
psicoeducativos, cabendo ao psicopedagogo reconhecer a individualidade 
do indivíduo em aspectos emocionais, atitudinais e de crenças, mesmo 
que sejam divergentes dos seus, buscando compreender o significado 
do que está sendo dito por aquela pessoa. Nesse processo, os conceitos 
de Tendência Atualizante e Não diretividade são fundamentais para a 
compreensão da ACP.
Tendência atualizante: é o eixo central da ACP. Diz respeito à 
tendência do organismo em desenvolver todas as suas potencialidades de 
maneira a favorecer sua conservação e enriquecimento. Não se restringe 
apenas às condições elementares de subsistência, tais como alimentação, 
respiração etc., e preside igualmente as atividades mais complexas 
como a diferenciação dos órgãos e funções e as aprendizagens de 
ordem intelectual, social e prática. Pode ser designada como “tendência 
realizadora”, pois condiz com a busca da manutenção, crescimento e 
reprodução do organismo em qualquer condição que se apresente.
Não diretividade: faz referência à autocompreensão que, 
contrariando as correntes da época, preconizava a autonomia e a 
capacidade da pessoa. Rogers defendia que o sujeito tem o direito 
e é capaz de escolher qual direção seguir, de que forma operar seu 
comportamento, podendo se responsabilizar por si mesmo (ROGERS, 
1989). É preciso esclarecer que “não diretiva” não é sinônimo de “ausência 
de diretivas”, mas, sim, representa uma mudança de responsabilidade do 
processo: do psicopedagogo para o estudante (GOBBI et al., 2005). 
IMPORTANTE:
A não diretividade é, antes de tudo, confiança na capacidade 
de autodireção da pessoa. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
48
Processos Psicopedagógicos na Perspectiva 
da ACP
Nesse sentido, em qualquer abordagem na perspectiva da ACP 
haverá a valorização da relação em detrimento do diagnóstico, ou seja, 
o processo psicoeducativo de alunos com dificuldades de aprendizagem 
não se satisfaz com o diagnóstico e a evidência da dificuldade do aluno, 
relacionando as lacunas e o que deve aprender. Para a ACP, as intervenções 
do psicopedagogo devem desde o início ser sustentadas para além 
da aplicação de técnicas e métodos, devendo privilegiar a qualidade 
da relação que se estabelece no contexto pedagógico, afinal, elas 
determinam não só a aprendizagem, como também o desenvolvimento 
pessoal do estudante. 
Rogers (1977) aponta a compreensão empática como fundamental 
nesse processo, sendo essa entendida da seguinte forma: 
 Capacidade de se imergir no mundo subjetivo do outro 
e de participar na sua experiência, na extensão em 
que a comunicação verbal ou não verbal o permite. É a 
capacidade de se colocar verdadeiramente no lugar do 
outro, de ver o mundo como ele o vê. (ROGERS; KINGET, 
1977 apud GOBBI et al., 2005, p. 47)
Dessa forma, para que se estabeleça o processo psicoeducativo, 
são necessários: respeito, confiança, aceitação, autenticidade e tolerância; 
indispensáveis ao processo de aprendizagem, afinal, em um ambiente no 
qual essas atitudes imperam 
As pessoas desenvolvem uma maior autocompreensão, 
uma maior autoconfiança, uma maior capacidade de 
escolher os comportamentos que terão. Aprendem 
de modo mais significativo, são mais livres para ser e 
transformar-se. (ROGERS, 1983, p. 50)
No entanto, a questão que precisamos avançar é: como aplicar 
na Psicopedagogia essa abordagem em forma de uma prática? 
Primeiramente, é reconhecida a importância do psicopedagogo em 
permitir aos estudantes que demonstrem seus interesses, afinal: 
O único aprendizado que influencia significativamente o 
comportamento é o aprendizado autodescoberto, auto 
apropriado. Um conhecimento autodescoberto, essa 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
49
verdade que foi pessoalmente apropriada e assimilada 
na experiência, não pode ser comunicada a outra pessoa. 
(ROGERS, 2001, p. 318)
Ao demonstrar seus interesses, o psicopedagogo deve buscar 
articulá-los às aprendizagens significativas, aquelas que, por sua vez, 
conduzem a alguma modificação no comportamento. Sendo subjetiva, 
a aprendizagem deve respeitar a singularidade de cada indivíduo, 
assim, esse “contexto” é variável e deve ser pensado, compreendido e 
considerado pelo psicopedagogo, principalmente no fato de que não 
é possível exigir “que todos aprendam da mesma maneira e nem que 
pensem de forma igual, ela deve se organizar no e pelo indivíduo e não 
para o indivíduo” (ROGERS, 2001, p. 183). 
Enquanto métodos e técnicas, temos um vasto repertório que 
podemos utilizar consonantes à ACP, dentre eles a ludoterapia ou 
brinquedoterapia que têm potencial para atendimento de diversas idades. 
A brinquedoterapia tem como premissa a utilização dos espaços, 
tempos e objetos, a partir da brincadeira, enquanto recurso terapêutico. 
Propõe que a partir dos jogos e brincadeiras as crianças se expressem – 
sejam sentimentos, pensamentos, problemas, enfim, a vastidão do que as 
aflige, utilizando o brincar enquanto forma de comunicação. Ainda, nesse 
espaço de interações possíveis, a criança desenvolve autonomia, iniciativa 
e poder de decisão, podendo compreender o mundo e a si mesma. 
Figura 18 - Ludoteca
Fonte: Wikimedia Commons.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
50
Na perspectiva da ACP, a utilização da brinquedoterapia ocorre 
de forma não diretiva, ou seja, a própria criança decide o caminho a ser 
trilhado, assume a responsabilidade desse processo e enfrenta os desafios 
para a resolução dos problemas que surgirão. Para o psicopedagogo, esse 
espaço se constitui como local de aceitação e compreensão da criança, 
é necessário que demonstre verdadeiro interesse, estabelecendo uma 
relação sincera, para que a criança se sinta confortável com suas escolhas, 
brincadeiras e expressões. Seu papel psicoeducativo é de escuta atenta, 
pontuando determinados comportamentos e mediando as explicaçõesnecessárias às demandas dessa criança, permitindo seu crescimento.
Figura 19 - Autonomia
Fonte: Wikimedia Commons.
Garcia (2005) aponta oito princípios básicos para o trabalho com 
crianças em brinquedotecas na perspectiva da ACP, são eles:
1. Desenvolver relacionamento de confiança com a criança.
2. Aceitar a criança completamente, permitindo-a se sentir livre para 
expressar seus sentimentos, pensamentos e atitudes.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
51
3. Estabelecer um sentimento de permissividade, já que é a partir 
dele que a criança irá se sentir segura para se expressar e ter 
confiança para resolver as situações. 
4. Promover reconhecimento e reflexão dos sentimentos, ou 
seja, conduzir a criança à percepção e reflexão sobre o seu 
comportamento, sem tentar aplicar uma interpretação, objetivando 
que ela o perceba.
5. Respeitar e entender que a escolha da criança e que as mudanças 
também dependem dela. 
6. Permitir que a criança indique o caminho, legitimando a atitude 
não diretiva. 
A criança na sala de ludo brinca, brinca e brinca e com o 
passar das sessões fica explicito suas dificuldades, medos, 
frustrações, alegrias e tristezas. Ela mesma mostra o trajeto 
de sua caminhada e suas variadas estradas, ora com 
flores, ora com pedras, ora com sol, ora com chuva, com 
facilidades ou dificuldades ela vai descobrindo o que faz 
sentir-se melhor, e assim gradativamente vai crescendo e 
amadurecendo. (GARCIA, 2005, p. 194)
SAIBA MAIS:
Veja como montar um espaço para interação e brincadeiras, 
acesse o artigo “Como organizar a brinquedoteca”, 
disponível aqui. 
7. Ter atenção e paciência, respeitando a diversidade de tempos e 
permitindo um ambiente libertador e tranquilizador.
8. Estabelecer limites para que a criança tenha consciência de sua 
responsabilidade, posto que é a partir da disciplina e dos limites 
que isso será possível. 
Na perspectiva da ACP, a ludoterapia/brinquedoterapia consiste 
em uma das estratégias possíveis que podem e devem ser empregadas 
pelo psicopedagogo com o objetivo de auxiliar o aluno na compreensão 
e aceitação de si mesmo, conduzindo a uma mudança que o permita 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/334/como-organizar-a-brinquedoteca
52
suplantar suas dificuldades de aprendizagem. Entretanto, como 
evidenciamos desde o início, não há “receitas mágicas”, ensinar, aprender 
e superar desafios são processos tão complexos como a essência 
humana. O bom profissional é aquele que saberá perceber que cada 
criança é única e que a melhor abordagem, método ou teoria é aquela 
que contribui para a aprendizagem e desenvolvimento da criança em 
questão, portanto, tenha sempre o máximo de conhecimento em mãos. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a Abordagem Centrada na Pessoa - ACP deriva da 
corrente humanista e tem Carl Rogers como referencial 
teórico. Sua fundamentação não pretende ser uma 
filosofia nem uma teoria, mas uma forma específica de se 
relacionar com o outro, respeitando sua individualidade 
e singularidade. Prevê ao psicopedagogo o papel de 
facilitador e condutor, que divide as responsabilidades com 
o aluno, motivando-o por meio de recursos variados, das 
experiências e de situações de seu interesse, propondo 
que, diante de experiências maleáveis e contextualizadas, 
manifeste sua responsabilidade perante os problemas que 
tem de enfrentar. Tem como preceito o caráter não diretivo, 
relacionado à autocompreensão que, contrariando as 
correntes da época, preconiza a autonomia e a capacidade 
da pessoa, premissa que, antes de tudo, confia na 
capacidade de autodireção do indivíduo. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
53
Indica que o psicopedagogo deve buscar aprendizagens 
significativas, compreendendo o “contexto” como variável e que deve 
ser pensado, compreendido e considerado “no e pelo indivíduo e não 
para o indivíduo” (ROGERS, 2001, p. 183). Enquanto métodos e técnicas, 
vimos a brinquedoterapia como uma proposta integrativa que, tendo 
como premissa a utilização dos espaços, tempos e objetos a partir da 
brincadeira, permite à criança desenvolver autonomia, iniciativa e poder 
de decisão, compreendendo o mundo e a si mesma. Por fim, como 
evidenciamos desde o início, reforçamos que não há “receitas mágicas”, 
ensinar, aprender e superar desafios são processos tão complexos como 
a essência humana e o bom profissional é aquele que saberá perceber 
que cada criança é única e que a melhor abordagem, método ou teoria é 
aquela que contribui para a aprendizagem e desenvolvimento da criança 
em questão. 
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
54
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Alegre: Artmed, 2006.
Transtornos e Distúrbios da Aprendizagem
	Conceitos e Limites da Abordagem Psicopedagógica 
	História e Definição da Psicopedagogia Enquanto Área de Atuação Profissional
	Saberes e Práticas Relacionadas ao Psicopedagogo
	Identidade do Psicopedagogo
	Áreas de Investigação da Psicopedagogia
	Principais Teorias para a Abordagem Psicopedagógica
	Psicopedagogia e seu Corpo Teórico
	Teorias Comportamentalistas
	Teorias Cognitivistas
	Teorias Humanistas
	Epistemologia Convergente de Jorge Visca
	Fundamentação Teórica da Epistemologia Convergente
	As Etapas do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico: O Passo a Passo
	Entrevista Inicial
	Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem - EOCA
	Provas e Testes
	Anamnese (História de Vida)
	Informe Diagnóstico (Devolutiva)
	Abordagem Centrada na Pessoa e a Psicopedagogia
	Fundamentos da Abordagem Centrada na Pessoa
	Processos Psicopedagógicos na Perspectiva da ACP

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