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Generalidades: Restauração da arquitetura e função do tecido após a lesão. Pode ocorrer por dois processos: regeneração e cicatrização proliferação: fatores de crescimento 1. Regeneração – leves, Crescimento de células e tecidos para substituir estruturas perdidas (Ex: anfíbios) lagartixas; pele, intestinos Crescimentos compensatórios: ep. gastrointestinal (fígado após hepatectomia parcial– doação de fragmento) 2. Cicatrização (reparação): processo pelo qual o tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado (fibrose) Classificação dos Tecidos Corporais Capacidade de reparo x Atividade proliferativa Tecidos Lábeis: divisão celular contínua, maturação de células tronco, proliferação de células maduras. Células hematopoiéticas ex. epitélio estratificado escamoso da pele mucosa oral: células com alto padrão de divisão continua – células que temos hoje não serão as mesmas de 15 dias Tecidos estáveis: células quiescentes (paradas) fase G0 - atividade proliferativa em resposta a estímulo (quando há necessidade) Fígado, rins, pâncreas; fibroblastos e células musculares lisas e endoteliais - Baixo nível de replicação; Tecidos permanentes: células terminalmente diferenciadas, não proliferativas (aparentemente) na vida pós-natal. Neurônios, células musculares cardíacas, células musculares estriadas. Neurogênese das células-tronco - Cérebros adultos – Estudos Regeneração do músculo esquelético: diferenciação de células-satélites - estudos Cicatrização Resposta tecidual a: Ferimento (pele) Processos inflamatórios nos órgãos internos Necrose celular em órgãos incapazes de regeneração processo sequencial: angiogênese – fibroblasto e granulação – maturação e reorganização Processos de cicatrização: 1. Regeneração e deposição de tecido conjuntivo fibroso - Ocorre em ferimentos superficiais APENAS epiteliais 2. Formação cicatricial - Cicatriz de colágeno e da regeneração epitelial: Ferimentos cutâneos profundos (Envolvimento da derme) 1. Reparo por Regeneração: Requer arquitetura intata de tecido conjuntivo serve de sustentação ao epitélio que irá se regenerar Formação de cicatriz: MEC danificada substituição de tecido perdido mais embaixo (cicatrização) para regeneração na superfície Exemplo: Lesão hepática (fígado) por tetracloreto de carbono (Agrotóxicos) Altas doses do agente químico, único contato: Destruição de mais de 50% dos hepatócitos Completa regeneração: lesão não danifica a arquitetura das fibras reticulares dos lóbulos hepáticos (proliferação, hiperplasia) Aplicações múltiplas em pequenas doses: ruptura de componentes da MEC - reparo tecidual por fibrose = cicatriz Mecanismos de regeneração: Regeneração em mamíferos - Crescimentos compensatórios envolvendo: Hipertrofia e Hiperplasia aumento do volume e aumento do n° de células Exemplo: Regeneração hepática após hepatectomia parcial Aumento de células dos lobos remanescentes 2. Reparo por Cicatrização Tecidos incapazes de regeneração: reparo por deposição de tecido conjuntivo – Fibrose (cicatriz) Etapas: Inflamação e remoção do tecido danificado (macrófagos) Proliferação e migração de células parenquimatosas e conjuntivas (fibroblastos). Ex.: coração após infarto Ex. fígado Angiogênese e formação de tecido de granulação – necessidade de nutrientes, energia, oxigênio para hiperplasia e hipertrofia Síntese de proteínas da MEC e deposição de colágeno – tc. conjuntivo (fibroblasto) faz isso Remodelação tecidual: organização e estrutura das etapas anteriores inicia de forma excessiva Contração da ferida: compactua o tecido (células, MEC) conferindo maior resistência Aquisição de resistência da ferida i. Migração e proliferação fibroblástica: estímulo de fatores, produzidos por eles mesmos ou outras células: migração para locais mais necessários Fator crescimento fibroblasto (FGF) Fator de crescimento epidérmico (EGF) Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) Migração para a região danificada ii. ANGIOGÊNESE: Proliferação endotelial se dar por: VEGF: promove imobilização e endereçamento de células progenitoras endoteliais (EPCs) da medula óssea = vasodilatação brotamentos capilares de vasos pré-existentes = rede/plexos novos = rede madura irrigando a área de tc. novo (de granulação) Mobilização e endereçamento de EPCs da medula óssea? - Principais eventos na formação de vasos sanguíneos a partir de estruturas pré-existentes: 1. Vasodilatação e aumento da permeabilidade: vaso pré-existente recebe estímulo = expansão e aumento da permeabilidade vascular (separação entre células endoteliais 2. degradação da lâmina basal do vaso: migração e proliferação das células endotelial e formação do broto 3. expansão do broto e formação do lúmen vascular e da lâmina basal 4. novo vaso formado, amadurecido e funcional Proliferação de células endoteliais situadas atrás da frente de condução das células migratórias Formação de tubos capilares, com maturação e inibição do crescimento das células endoteliais Recrutamento de células periendoteliais (periquitos e células musculares lisas) para sustentar os tubos capilares e formar o vaso maduro, sob estímulo de angiopoetinas, PDGF e TGF-β Cicatrização da ferida cutânea Fatores que influenciam: Natureza da ferida: Primeira intenção (menor) / Segunda intenção Diferença sutura x queda extensa Cicatrização por primeira intenção (união primária): Incisões cirúrgicas limpas e não-infectadas – Suturas Morte de um número limitado de células dos tecidos epitelial e conjuntivo regeneração epitelial é o principal mecanismo do reparo etapas: 24 horas – Aparecimento de neutrófilos 24 a 48 horas – migração das células epiteliais da borda da ferida e síntese de membrana basal 3 dias – substituição de neutrófilos por macrófagos, tecido de granulação, deposição de fibras colágenas nas margens da lesão e proliferação epitelial 5 dias – local da incisão preenchido com tecido de granulação, neovascularização máxima, fibras colágenas começam a unir a incisão, epiderme com espessura normal; 15 dias – acúmulo de colágeno, proliferação de fibroblastos e redução do edema, da vascularização e do infiltrado inflamatório; exacerbação da infiltração = agressão e não defesa. Necessidade de repouso 1 mês – cicatriz formada por tecido conjuntivo célula desprovido de infiltrado, epiderme intacta. Cicatrização por segunda intenção (união secundária), feridas extensas, de bordas afastadas ou infectadas etapas: Maiores quantidades de tecido de granulação são necessárias para o reparo Mais detritos necróticos e exsudato devem ser removidos Ocorre a contração da ferida - ação dos miofibroblastos Formação substancial de cicatriz e diminuição da espessura da epiderme infecção: agrava e demora da cicatrização Fatores que influenciam a cicatrização: Fatores sistemicos: Nutrição – deficiência de vitamina C (síntese de colágeno) = deficiencia colageno = cicatriz inadequada Condição metabólica – diabetes mellito (microangiopatia) Condição circulatória – aterosclerose e veias varicosas (oferta sanguínea inadequada) Hormônios – glicocorticóides (efeitos anti- inflamatórios e inibição da síntese de colágeno) Fatores locais: Infecção (lesão tecidual persistente) Fatores mecânicos – separação das margens da ferida e compressão de vasos sanguíneos Corpos estranhos – como suturas e fragmentos de aço ou vidro Tamanho localização e tipo de ferida Complicações na cicatrização: Formação deficiente do tecido de granulação ou da cicatriz: deiscência e úlcera Cicatriz hipertrófica, queloide, granulação exuberante Formação de contratura – contração excessiva - deformidades da ferida e dos tecidos circunvizinhos(Queimaduras) tecido alem do normal