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Circuitos magnéticos Isabela Oliveira Guimarães Sandro Davison de Souza Vieira Descrição Este conteúdo apresenta conceitos introdutórios fundamentais para o estudo dos circuitos magnéticos. Além disso, constam análises da geometria e materiais que os compõem. Propósito Conhecer e se inteirar das características básicas e fundamentais para iniciar o estudo referente aos circuitos magnéticos e seus comportamentos. Se inteirar das possíveis geometrias em que estes podem ser encontrados e entender a sua aplicação no contexto da conversão de energia. Preparação Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos papel e caneta para anotações e uma calculadora. Você também pode usar a do seu computador ou celular. Objetivos Módulo 1 Introduzir os circuitos magnéticos com fontes de excitação. Ao final deste módulo, você será capaz de introduzir os circuitos magnéticos com fontes de excitação. Módulo 2 Empregar os circuitos magnéticos com entreferro. Ao final deste módulo, você será capaz de empregar os circuitos magnéticos com entreferro. Módulo 3 Identi�car circuitos com ímãs permanentes. Ao final deste módulo, você será capaz de identificar circuitos com ímãs permanentes. Introdução aos circuitos magnéticos AVISO: orientações sobre unidades de medidas rientações sobre unidades de medidas Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. 1 - Introduzir os circuitos magnéticos com fontes de excitação Ao �nal deste módulo, você será capaz de introduzir os circuitos magnéticos com fontes de excitação. Circuitos Magnéticos com Fontes de Excitação Neste vídeo, o especialista apresenta as características principais dos circuitos magnéticos e como solucioná-los. Circuitos magnéticos com fonte de excitação Introdução aos circuitos magnéticos A conversão de energia é o nome dado ao processo de transformação de um tipo de energia em outra. Este processo segue os princípios básicos da primeira lei da Termodinâmica, enunciada no fim do século XVIII por Antoine Laurent Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforma.” Existem diversas formas de conversão de energia, contudo, o objetivo principal desta disciplina é o estudo do processo, bem como dos dispositivos utilizados na conversão eletromecânica. Para isso, é importante conhecer os efeitos eletromagnéticos que regem o funcionamento do circuito em estudo, também conhecido por circuito magnético. A análise destes, é feita de forma similar aos circuitos elétricos, facilitando o cálculo em diversos cenários. A conversão de eletromecânica em energia ocorre por meio de acoplamentos de campos identificados em um circuito magnético, como mostra a imagem 1. Inicialmente, o processo é considerado ideal, isto implica que toda energia (mecânica ou elétrica) será convertida, o que não ocorre na prática. Os circuitos magnéticos são formados por materiais magnéticos, sendo possível, em alguns casos, como em transformadores, observar a presença de outros meios em junção com o material magnético. Imagem 1: Diagrama de Conversão de Energia. Para compreender a importância do estudo deste conteúdo, faz-se necessário compreender as aplicações da conversão de energia e como ela ocorre no cotidiano. A seguir, são exemplificadas algumas transformações com as quais nos deparamos diariamente: Energia elétrica transformada em energia luminosa. Ocorre em lâmpadas. Energia elétrica transformada em energia mecânica. Ocorre em Motores. Energia mecânica transformada em energia elétrica. Ocorre em geradores Os princípios dessa disciplina têm como objetivo introduzir ao aluno os circuitos básicos para o estudo das máquinas rotativas. Lei de Ampère (Relação H-I) e Lei de Gauss Lei de Ampère Para solucionar, de forma precisa e detalhada, as equações referentes aos circuitos magnéticos, é necessário um vasto conhecimento e aplicação das Equações de Maxwell (Eletromagnetismo). Como este não é objetivo do presente estudo, serão feitas algumas considerações a fim de simplificar as análises apresentadas. A lei de Ampère, em sua forma integral, permite calcular os campos magnéticos B (densidade) e H (intensidade), produzidos pela corrente em um fio retilíneo. A equação seguinte, modelada por Maxwell, é referida por lei de Ampère e permite calcular a intensidade do campo magnético induzido em um condutor, quando este é percorrido por uma corrente: Equação 1 Rotacione a tela. A direção dos campos H e B pode ser determinada pela aplicação da regra do polegar, como mostra a imagem 2, em que o polegar aponta na direção da corrente e os demais se fecham, acompanhando as linhas ∮ →H ⋅ d→l = ∫∫◯→ȷ ⋅ d→a de campo. Imagem 2: Regra da Mão direita ou Regra do Polegar. Atenção! O campo induzido também é conhecido por força magnetizante e a unidade de medida é: Para melhor entendimento e fixação do conteúdo apresentado, confira o exemplo a seguir: Considera-se, como exemplo, o condutor da imagem 3, cuja corrente que circula pelo mesmo é dada por “i”. Sabe-se que o raio desse condutor é definido por “r”. Imagem 3: Condutor Retilíneo. Solução: A fim de determinar se é possível aplicar a Equação 1, o primeiro passo é avaliar a geometria do problema. Como, neste caso, se trata de um condutor, há simetria e a aplicação se faz possível. Substituindo na Equação 1.1, tem-se: [ Ampères − espira metro = Ae m ] Exemplo comentado H(2πr) = i Onde é o comprimento da seção do condutor. Lei de Gauss A Lei de Gauss, assim como a Lei de Ampère, é descrita por uma das equações de Maxwell. Esta, quando aplicada em campos magnéticos, afirma que, em uma superfície gaussiana fechada, não há saída liquida de fluxo magnético, ou seja, a densidade (B) de campo magnético é conservada. Por definição, a Lei de Gauss é descrita pela Equação 2: Equação 2 Rotacione a tela. Onde: Refere-se à densidade de campo magnético dado em Tesla [T]; O vetor normal orientado para fora, cuja magnitude se refere à uma parcela infinitesimal da superfície gaussiana. Analisando a imagem 4, pode-se notar que as linhas de campo magnético, diferente do que ocorre em um campo elétrico, não são divergentes. Dessa forma, ao delimitar uma superfície de integração, o fluxo que entra na superfície se equivale àquele que sai da mesma. Imagem 4: Linhas de Fluxo Magnético. Solução dos circuitos magnéticos A fim de aplicar os conceitos apresentados e compreender o funcionamento de máquinas e equipamentos que serão fundamentais para a formação do engenheiro, considera-se o circuito apresentado na imagem 5. 2πr ∫∫◯ →B ⋅ d→a = 0 B : da : Imagem 5: Circuito Magnético. O presente circuito é composto por um núcleo constituído de material ferromagnético, cuja característica principal é a elevada permeabilidade A permeabilidade do material, por sua vez, é o que permite maior confinamento do fluxo magnético na estrutura do circuito e, por consequência, reduz as perdas associadas à dissipação. Tal consideração pode ser observada na imagem 4, na qual é possível constatar que as linhas de campo são fechadas. Em um exemplo como o da imagem 5, as mesmas se dispersariam da estrutura, esse efeito será desprezado nas análises, uma vez que se assume que a maior parte do fluxo está confinado na estrutura magnética. Na análise do circuito magnético, apresentada na imagem 5, são feitas as seguintes considerações: Por ser magnético e de alta permeabilidade, considera-se , em que se refere à permeabilidade no vácuo e à permeabilidade do material. A área da seção reta é uniforme. O enrolamento, responsável pela excitação, possui N espiras (voltas) e é encarregado de conduzir uma corrente de valor “i”.O enrolamento percorrido por uma corrente, por sua vez, produz um campo magnético no material, cuja direção pode ser encontrada pela regra do polegar (ou regra da mão direita), anteriormente mencionada. Atenção! A permeabilidade no vácuo é dada por: Onde a unidade de medida é Pela lei de Ampère já apresentada, tem-se para o mesmo circuito: Equação 3 (μ). (ϕ) μ ≫ μ0 μ0 μ μ0 = 4π × 10 −7H/m H/m Henry metro . ∮ →H ⋅ d→l = ∫∫◯→ȷ ⋅ d→a Rotacione a tela. Onde: ao ser integrado, proporciona o valor da corrente líquida ou é a densidade de corrente que atravesse uma superfície e , o vetor normal orientado para fora, cuja magnitude se refere à uma parcela infinitesimal da superfície. Assim, por simplificação, a Equação 3, aplicada ao circuito da imagem 5, se resume em: Equação 3 Rotacione a tela. Pela lei de Ampère, tem-se que um campo magnético é produzido de acordo com a circulação de corrente em um condutor. O circuito exemplo, imagem 5, contém um enrolamento de N espiras, sendo esta a fonte produtora de campo. Para tal caso, a corrente líquida é dada pelo produto , pois a bobina faz com que a corrente passe vezes pela superfície de integração descrita pela Equação Substituindo , na equação 3, e aplicando as simplificações, tem-se: Equação 4 Rotacione a tela. Equação 5 Rotacione a tela. Destaca-se que as simplificações que permitem a redução da equação 3 para a equação 5 só são possíveis em casos nos quais a análise pode ser reduzida a um problema unidimensional, como o que ocorre no circuito apresentado. Como dito anteriormente, esse circuito é composto de um material de elevada permeabilidade e, por isso, o fluxo magnético gerado, em sua maioria, fica confinado na estrutura, ou seja, no núcleo. As linhas de campo, por sua vez, percorrem o caminho delimitado pelo comprimento da estrutura e, devido à uniformidade da seção transversal, a densidade de fluxo (B) também é uniforme. O fluxo que atravessa uma dada superfície pode ser calculado pela seguinte equação: Equação 6 Rotacione a tela ∫∫◯→ȷ ⋅ d→a : Iliq ⋅ J da →H ⋅ →l = i Ni N 4. Ni ∮ →H ⋅ d→l = Ni →H ⋅ →l = Ni ∅ = ∫∫◯ →B ⋅ d→a Rotacione a tela. Sendo: Fluxo magnético, cuja unidade é o Weber ou Wb; Vetor normal orientado para fora, sendo que a magnitude deste se refere a uma parcela infinitesimal da superfície. A Equação 6 descreve que o fluxo magnético é dado pela integral de superfície de todos os componentes normais do vetor densidade B. Assumindo a superfície uniforme, imagem 4, bem como a uniformidade do fluxo, a equação 6 pode ser simplificada, como pode ser observado na Equação 7: Equação 7 Rotacione a tela. Sendo: Área da Seção transversal, dada em . Força magneto-motriz Considerando, ainda, o circuito apresentado como exemplo, na imagem 5, no qual o produto Ni é responsável por produzir o campo magnético, tal produto é chamado de força magneto-motriz (FMM), sendo importante ressaltar que, nos casos onde existam mais bobinas, esta é dada pela soma algébrica de todos os enrolamentos atuantes. Assim, a equação 5 pode ser reescrita como: Equação 8 Rotacione a tela. Onde: Força Magneto-Motriz, cuja unidade é dada em Ampère-espira ou Ae. Durante a análise de um circuito magnético, considera-se que o comprimento percorrido pelas linhas de fluxo é próximo ao valor médio do núcleo. Durante os cálculos, serão usados valores médios referentes à estrutura magnética, o que permite simplificar a Equação 8, como mostrado na Equação 9. Equação 9 Rotacione a tela. Ø : d→a : ∅ = BA A : m2 ∮ →H ⋅ d→l = Ni = F F : →H ⋅ →l = Ni = F Relação entre os campos magnéticos Foi dito anteriormente que, por meio da Lei de Ampère, é admissível o cálculo dos campos magnéticos B e H. Isso ocorre devido à relação existente entre os mesmos. Ao variar a corrente de excitação do circuito, por observação da Equação 1, é possível concluir que haverá uma variação do campo produzido, que dependerá não somente da corrente como do material constituinte do núcleo. A resposta deste em relação à variação do campo pode ser representada pelas chamadas curvas de magnetização, mostradas na imagem 6. Por meio destas, é possível observar que, para uma mesma intensidade de campo aplicado (ou força magnetizante, H), o que pode ser relacionado diretamente à FMM (Equação 9), tem-se densidades de magnetização (B) distintas. Isso permite concluir que alguns materiais magnetizam mais facilmente que outros devido à propriedade conhecida como permeabilidade. Imagem 6: Curvas de Magnetização. Por observação do gráfico apresentado na imagem 6, é praticável observar que há uma característica não linear ao descrever o comportamento dos materiais. Porém, inicialmente, adota-se, para o estudo presente, que os valores utilizados se encontram na faixa linear dos mesmos. Assim, torna-se visível que os campos magnéticos densidade e intensidade (B e H) relacionam-se por meio da propriedade do material, ou seja, da permeabilidade. Admitindo a relação linear entre os campos B e H, esta pode ser descrita pela Equação 10: Equação 10 Rotacione a tela. A permeabilidade dos materiais magnéticos lineares, pode, ainda, ser expressa em relação ao ar, como pode ser observado na Equação 11: Equação 11 →B = μ →H μ, Rotacione a tela. É importante ressaltar que os valores típicos de variam de a para os materiais usados em transformadores e máquinas rotativas. μ = μrμ0 μr 2.000 80.000 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Para o circuito da imagem A.1, considere os dados a seguir: A corrente que passa pela bobina é de ; O número de espiras é igual a 150; Considere ; As medidas do núcleo estão em cm. Quais são as: intensidade e a densidade de fluxo magnético, para esse circuito, respectivamente? Imagem A.1 Circuito Magnético. 0, 2A μr = 2000 A 1000 Ae/m; 20Wb B 505 Ae/m; 2,6Wb Parabéns! A alternativa D está correta. Em primeiro lugar, é importante destacar que os dados devem ser utilizados em metros. Destaca-se, também, que o fluxo percorre o comprimento médio do núcleo. Assim: Questão 2 Considere o toroide a seguir, na imagem A.2, onde o corte da seção transversal revela uma área circular de raio Calcule o fluxo que circula a estrutura, sabendo que a intensidade de fluxo é de e a permeabilidade relativa é igual a C 107 Ae/m; 20Wb D 107,14 Ae/m; 0,269Wb E 107,14 Ae/m; 5,69Wb l = (8) ⋅ 2 + (6) ⋅ 2 = 28cm Hl = Ni H = Ni l H = 150 ⋅ 0, 2 0, 28 = 107, 143Ae/m B = μH B = 0, 269Wb r = 1cm. 1000Ae/m 1000. Imagem A.2: Circuito Magnético toroidal. Parabéns! A alternativa C está correta. Considerando a equação que descreve o fluxo magnético, tem-se: Mas, Porém, , assim: Substituindo os valores, temos: A 0,017T B 0,028T C 0,039T D 0,040T E 0,051T ∅ = BA B = H ⋅ μ μ = μrμ0 B = H ⋅ μrμ0 Como a área é circular, temos que: Logo, o fluxo , é igual a: 2 - Empregar os circuitos magnéticos com entreferro. Ao �nal deste módulo, você será capaz de empregar os circuitos magnéticos com entreferro. B = 1000 ⋅ 1000 ⋅ μ0 B = 1, 26Wb A = π(0, 1)2 = 0, 0314m2 ∅ = BA ∅ = 0, 039T Circuitos Magnéticos com Entreferro Neste vídeo, o especialista apresenta os circuitos magnéticos com entreferro, bem como os impactos que este promove na análise. Assim, são apresentadas técnicas para solução dos circuitos sob a presença dos mesmos. Circuitos com entreferro No módulo anterior, foram apresentados circuitos magnéticos simples e possíveis geometrias, bem como as características de funcionamento dos mesmos. Alguns circuitos, contudo, podem conter um espaçamento na estrutura, conhecido por entreferro (“gap”), visto que certos equipamentos possuem partes móveis em sua constituição. A imagem 7, a seguir, é referente a um circuito magnético com entreferro. Imagem 7: Circuito magnético com entreferro. Para o presente circuito, é importante destacar os seguintes pontos: Em um circuito no qual se identificaa presença de um entreferro, se a medida deste, ou seja, “g”, é muito pequena, considera-se que o fluxo seguirá o caminho definido pelo núcleo e pelo gap, sem que haja dispersão. Em situações no qual o entreferro é grande o suficiente, o fluxo passa a dispersar pelos lados do entreferro, como pode ser observado na imagem 8. Esse efeito também é conhecido como espraiamento. Imagem 8: Circuito magnético com entreferro. Análise do circuito sem espraiamento Considera-se, inicialmente, que o comprimento do entreferro presente no circuito magnético não é grande o suficiente para que haja aumento da seção reta, promovendo, com isso, a dispersão do fluxo. Assim, a análise do circuito pode ser feita considerando as equações apresentadas no Módulo anterior, sem o gap. O fluxo magnético que percorre o núcleo é linear. Dado que a geometria é a mesma em toda estrutura, tem-se que: Equação 12 Rotacione a tela. Onde: Vem do termo em inglês core, ou seja, núcleo. Destaca-se que, ainda que o fluxo seja o mesmo em toda estrutura, a densidade B é distinta, pois existem dois materiais compondo a estrutura: Material ferromagnético; Ar. Como visto no módulo 1, os materiais apresentam diferentes densidades magnéticas para uma mesma força aplicada. Dessa forma, para o entreferro, tem-se: Equação 13 Rotacione a tela. ∅ = BcAc c : ϕ = BgAc Onde: Refere-se ao entreferro, ou gap. Observa-se que, na equação, a área utilizada é a do núcleo. Isso ocorre uma vez que o entreferro é pequeno e não impacta na dispersão do fluxo. A essa altura, é sabido que os campos magnéticos densidade e intensidade (B e H, respectivamente) se relacionam por meio da permeabilidade magnética, e que se considera a linearidade do material para fins de estudo. Do módulo 1, tem-se que: Rotacione a tela. Como o campo B é distinto para os materiais presentes nas estruturas, a Equação 14 pode ser reescrita para o material ferromagnético, como mostra a Equação 15: Rotacione a tela. Para o entreferro, por sua vez: Rotacione a tela. Sabe-se que a permeabilidade do material pode, ainda, ser representada por sua relação com o ar. Uma análise da Equação 18, já apresentada no módulo anterior, permite concluir que é igual a , quando o meio em análise é o ar. Rotacione a tela. Atenção! Se o meio é o ar, tem-se que: O que, por sua vez, ao ser substituído na equação 18 , resulta em g : →B = μ →H →Bc = μ →Hc →Bg = μ →Hg μr 1 μ = μrμ0 μ = μ0 μr = 1 O produto Ni é responsável pela produção do campo magnético. Este, por sua vez, é chamado de força magnetomotriz (FMM), como apresentado no módulo anterior. Em um circuito composto de material magnético e entreferro, a relação que descreve a FMM atuante e a intensidade de campo é dada como mostra a Equação 19. Do módulo 1, tem-se que: Rotacione a tela. Contudo, das Equações 16 e 17, nota-se que existem dois campos de intensidade distintos, dessa forma: Equação 14 Rotacione a tela. Relutância Em circuitos magnéticos, há uma grandeza chamada relutância, que pode ser associada à resistência que os mesmos apresentam à passagem de fluxo magnético. Para descrever matematicamente essa grandeza, parte-se da Equação 14, que pode ser manipulada e reescrita como observa-se a seguir: Equação 15 Rotacione a tela. Substituindo a densidade de fluxo pelo fluxo gerado, a Equação 15 pode ser reescrita desta forma: Equação 16 Rotacione a tela. Onde: Equação 17 Rotacione a tela F = ∮ →H ⋅ d→l F = →Hc ⋅ →lc + →Hg ⋅ →lg F = Bc μ lc + Bg μ0 lg F = ∅ μAc lc + ∅ μ0Ag lg Rc = lc μAc Rotacione a tela. Equação 18 Rotacione a tela. Sendo a relutância do material, que possui analogia com a resistência em circuitos elétricos. Para um circuito magnético modelado pela sua relutância, destacam-se os seguintes pontos: A relutância total do circuito é dada pela associação das mesmas, sendo que esta é feita de forma similar à resistência dos circuitos elétricos: Relutâncias em série: somam-se as relutâncias. Relutâncias em paralelo: somam-se os inversos. Análise do circuito com espraiamento Na prática, quando o fluxo magnético passa pelo entreferro, observa-se a existência de sua dispersão, ou seja, o chamado efeito do espraiamento. Isso indica que nem todas as linhas de fluxo ficam confinadas na estrutura do núcleo. Esse fenômeno, por sua vez, promove um aumento na área efetiva por onde o fluxo circula (área da seção reta), dessa forma, essa se torna maior que a área geométrica do entreferro. Assim, faz-se necessário aplicar alguns recursos matemáticos para sua correção, visando ajustar e incluir o efeito nos cálculos. Considere que a imagem 9 representa o corte de um circuito magnético, em que é possível observar a presença do entreferro. A dispersão de fluxo, para esse caso, é grande o suficiente e deve ser levada em consideração, pois a presença do entreferro faz com que haja alteração na área efetiva atravessada pelo fluxo. Rg = lg μ0Ag R Imagem 9: Representação do entreferro. Assim, matematicamente, a correção da área, mediante a presença do entreferro, é realizada de forma aproximada pela Equação 20. Equação 19 Rotacione a tela. Onde: Área do entreferro, quando o mesmo não pode ser desprezado dos cálculos. Para melhor entendimento e fixação do conteúdo, confira o exemplo a seguir: Considere um circuito magnético como exemplo para cálculo, este possui comprimento médio do núcleo (sem o entreferro) de 20cm. A área da seção transversal é de 25cm² e a permeabilidade relativa é 1000. Esse circuito possui um entreferro de 0.01cm que promove um aumento de 5% na área da seção. Qual o efeito observado na corrente ao considerar o entreferro nos cálculos, uma vez que se deseja manter o fluxo no núcleo? Seja e Solução: O primeiro passo para solução do exercício é desconsiderar a presença do entreferro. Para o cálculo da magnitude da intensidade de fluxo magnético, aplica-se a seguinte equação: Ag = (a + lg) (b + lg) Ag : Exemplo comentado N = 100 i = 0, 1A. Ni = Hl Onde: Assim, da relação entre os campos, é possível obter a magnitude da densidade de fluxo: Logo, para cálculo do fluxo, aplica-se: A segunda parte do exercício é a inclusão do entreferro, garantindo que o fluxo seja o mesmo. Assim, para que o fluxo seja mantido, tem-se agora densidade e intensidade de fluxo calculadas para o entreferro: Dessa forma, a corrente pode ser calculada da seguinte forma: Observa-se, então, que a presença do entreferro faz com que o circuito demande maior quantidade de corrente para que o fluxo estabelecido seja o mesmo. Atenção: o valor do entreferro deve ser descontado do comprimento médio total, fornecendo assim um novo valor. H = 100 ⋅ 0, 1 0, 20 = 50Ae/m B = 1000 ⋅ μ0 ⋅ H B = 0, 6283Wb ∅ = BA ∅ = 0, 0016T Bg = ∅ Ag Bg = 0, 0016 1, 5Ac Bg = 0.042Wb Hg = Bg μ0 Hg = Bg μ0 = 333.333Ae/m Ni = Hclc + Hglg i = 0, 1028A Lei de Faraday Ao aplicar uma corrente alternada para excitação de um dado circuito magnético, tem-se, pela lei de Faraday, o surgimento de uma tensão induzida, modelada matematicamente pela Equação 20: Equação 20 Rotacione a tela. Considerando que a forma de onda da corrente pode ser descrita por uma senoidal, o fluxo gerado por ela é também alternado, e pode ser representado como segue: Equação 21 Rotacione a tela. Aplicando a Equação 21 na Equação 20, tem-se: Equação 22 Rotacione a tela. Equação 23 Rotacione a tela. Onde: Amplitude da tensão induzida ou Dessa forma, é possível reescrever a tensão induzida pela Equação 24: Equação 24 Rotacione a tela. Sabe-se que: e = −N d∅ dt ∅ = ∅m sen(ωt) e = − Nd∅m sen(ωt) dt e = −Nω∅m cos(ωt) Nω∅m : Emax. e = −Emax cos(ωt) : Refere-se à Assim: Rotacione a tela. O sinal negativo indica que essa tensão gera uma corrente oposta à corrente responsável pela variação do campo principal. Usualmente, o interesse é trabalhar com valores eficazes de tensão e corrente, por simplificação,pode-se aplicar diretamente a equação, uma vez que a forma de onda utilizada neste estudo é senoidal. Equação 25 Rotacione a tela. ω 2πf Emax = 2πfNABmax Eef = 2π √2 fNABmax = √2πfNABmax Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Agente Técnico Legislativo Especializado Engenharia Elétrica, AL SP, FCC, 2010) A oposição à passagem do fluxo magnético é uma característica do material. Tal característica denomina-se: A Reatância B Histerese C Remanescência Parabéns! A alternativa D está correta. A relutância do material possui analogia com a resistência em circuitos elétricos. Dessa forma, opõe-se à passagem de fluxo magnético, assim como a resistência se opõe à passagem de corrente. Questão 2 Avalia-se inicialmente um circuito magnético de geometria retangular. Em seguida é inserido, neste circuito, um entreferro de comprimento g promovendo dispersão do fluxo. Referente a esse circuito. Marque a alternativa que melhor descreve o efeito do entreferro, visto que se deseja manter o mesmo fluxo magnético no núcleo: Parabéns! A alternativa B está correta. Sem o entreferro a corrente que circula pelo circuito pode ser descrita por: D Relutância E Permeabilidade A A inserção do entreferro é desconsiderada neste caso. B O entreferro faz com que a demanda de corrente para o mesmo fluxo seja maior. C Por ser pequeno, entreferro não impacta na área da seção. D O Entreferro reduz a intensidade de campo magnético. E O Entreferro reduz a densidade de campo magnético. Quando o entreferro é inserido, a corrente passa a ser modelada da seguinte maneira: É desejado que o fluxo magnético antes e após a inserção do gap seja o mesmo, logo: Onde Corrente após o gap é maior. 3 - Identi�car circuitos com ímãs permanentes. Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car circuitos com ímãs H = Hl N I = Hlnúcleo + Hglg N F1 R = ∅ = F2 R1 + Rg F1 = NI1 = ∅R F2 = NI2 = ∅(R1 + Rg)MaiorCorrente Circuitos Magnéticos com ímãs permanentes Neste vídeo, o especialista apresenta as imas permanentes, bem como a forma que estes operam dentro do circuito. Ainda, são apresentadas as propriedades dos materiais que compõem dos circuitos magnéticos. Propriedades magnéticas Para distinguir o funcionamento dos ímãs permanentes dos demais materiais, é necessário compreender algumas propriedades dos materiais magnéticos. Os materiais ferromagnéticos são os mais comuns em circuitos magnéticos e, em geral, compostos de ferro ou ligas de ferro e outro material, como cobalto, alumínio etc. Esses, em um cenário no qual não se encontram magnetizados, não apresentam fluxo magnético líquido. Aplicação de corrente contínua no núcleo Para visualizar o comportamento do material ferromagnético, considera-se a aplicação de uma força magnetizante em uma amostra, isto é, (proveniente de uma corrente contínua). Com isso, passa a existir fluxo na estrutura, pois os chamados “momentos” magnéticos passam a se alinhar com o campo aplicado, existindo assim um campo densidade de valor elevado. O efeito de alinhamento dos momentos magnéticos ocorre até que todos estejam alinhados ao campo. A partir disso, observa-se o efeito de saturação, e então o aumento da força magnetizante não promove mais efeitos. H Em outras palavras, pode-se dizer: Ao elevar a corrente contínua aplicada, tem-se um aumento da densidade de campo (ou força magnetizante), o que pode ser observado pela Equação ; Como e possuem relação dada pela permeabilidade, um aumento de , promove aumento no campo densidade, efeito descrito por meio da imagem 10; A relação de magnetização pode também ser descrita por meio do gráfico fluxo versus FMM, como mostra a imagem 11, e ; Haverá um momento em que a elevação da corrente não afetará na produção do campo B, diz-se então que o material se encontra saturado. Imagem 10: Curva de Magnetização. Figura 11: Curva de Magnetização FMM versus fluxo. Aplicação de corrente alternada no núcleo Repetindo a análise anterior, contudo aplicando uma excitação alternada, o material ferromagnético comporta-se de maneira distinta. Considerando uma corrente senoidal e um material desmagnetizado, isto é, o fluxo inicial na estrutura é nulo. Da mesma forma que foi feito para CC, a corrente alternada (CA) é aplicada e aumentada gradualmente. Destacam-se então os seguintes efeitos no material, que podem ser analisados na imagem 12: À medida que a corrente aumenta, o fluxo percorre o caminho destacado por ab no gráfico, até atingir a saturação. (Hl = Ni) H B H (∅ = BA F = Hl = Ni) Ao observar a redução de corrente, o fluxo não segue o mesmo caminho utilizado na magnetização (ab), este passa agora por bc. O fluxo oposto, desmagnetizante, não cruza a origem quando a força é levada a zero, isto é, a estrutura retém uma magnetização chamada de residual. Atenção! É importante observar nesta análise que, para obter um fluxo nulo, que se refere à desmagnetização da estrutura, é necessária a aplicação de um H negativo, que se chama FMM coercitiva. A redução da corrente até que o fluxo se reduza é visível na figura pelo caminho bcd, de onde o ciclo magnético reinicia. Essa memória da estrutura magnética, que impede que o caminho se repita, é chamada histerese, onde bcdeb é chamado de laço de histerese. Imagem 12: Ciclo de Histerese. Vale ressaltar que: O efeito associado à histerese é o que impede a linearidade do material. No geral, as aplicações práticas podem ser feitas considerando a curva de magnetização CC. Ímãs permanentes No tópico anterior, foi apresentado o comportamento do material magnético quando submetido à uma corrente alternada. Esta, após ser retirada da estrutura, a deixa com um fluxo residual. Dentre os materiais magnéticos encontram-se os ímãs, que podem ser subdivididos em: Naturais: naturalmente apresentam propriedades magnéticas; Artificiais: produzidos para conterem propriedades magnéticas; Temporários. Os ímãs permanentes encontram-se na classe dos artificiais e seguem esse mesmo princípio de funcionamento apresentado no tópico anterior. São construídos partindo de misturas de minerais e têm o intuito de naturalmente manter o fluxo em sua estrutura, até que seja aplicada uma força desmagnetizante no mesmo. A composição deste permite variar a intensidade do fluxo residual, isto é, diferentes materiais possuem intensidades distintas. Ao utilizar um ímã permanente em um circuito, garante-se a produção de fluxo na ausência de uma excitação externa e é amplamente utilizado na construção de equipamentos como motores elétricos. Em suma, as principais características dos ímãs permanentes são: Remanência Capacidade de retenção de campo magnético quando o campo externo é retirado. Coercividade É necessária elevada força aplicada para que o mesmo seja desmagnetizado, isto é, há uma elevada resistência em manter o campo residual. Os ímãs, assim como os demais materiais magnéticos, submetem-se à alteração em sua estrutura, uma vez que atinjam a temperatura (ou ponto) de Curie. Dessa forma, esse material, ao atingir tal ponto, poderá ser desmagnetizado. Essa temperatura é, contudo, elevada, não sendo alcançada facilmente. Circuito magnético excitado por campo residual Considere incialmente a imagem 13 que representa um circuito magnético com a presença de um entreferro e de um ímã permanente. Imagem 13: Circuito com ímã permanente. Para o circuito apresentado, é possível fazer as seguintes afirmações, partindo dos conceitos apresentados: A força magneto-motriz FMM é igual a zero, pois não há enrolamentos presentes na estrutura. Isso pode ser comprovado pela Equação 9 (Módulo 1), onde: Rotacione a tela. Existem três materiais distintos, logo a intensidade do campo magnético H é diferente para cada um deles, como mostra a Equação 26: Equação 26 Rotacione a tela. Onde: vem do inglês magnetic e é utilizado aqui para representar o ímã. Ainda utilizando o circuito da imagem 13,destaca-se que, neste caso, o núcleo possui permeabilidade infinita, isso permite desconsiderar o campo intensidade, pois o mesmo tenderá a zero. Assim, a Equação 26 se reduz à Equação 27: Equação 27 Rotacione a tela. Visando à fixação do conteúdo, confira o exemplo a seguir: Partindo da representação do circuito dada pela imagem 13, considere os dados abaixo de análise e solução do problema proposto: O comprimento do entreferro presente é de 0,2cm. A permeabilidade do material ferromagnético é infinita. O material magnético permanente possui 1cm de comprimento. As áreas das seções transversais de todos os materiais são iguais a 4m². Para esse circuito, deseja-se calcular a densidade de fluxo no entreferro (B) considerando que o material magnético é o Alnico 5, cuja magnetização é mostrada na imagem 14. F = Ni = 0 →Hc→lc + →Hg→lg + →Hm→lm = 0 m : →Hc→lc + →Hm→lm = 0 Exemplo comentado Imagem 14: Segundo quadrante da curva de Histerese Alnico 5. Solução: Nesta solução, vamos trabalhar com os valores em módulos. De início, é possível fazer algumas conclusões referentes ao problema. Como a permeabilidade do material que constitui o núcleo é alta, isto é, , a intensidade do campo é desprezada, permitindo o uso da Equação: Manipulando as variáveis da equação acima, tem-se que: Nesta análise, deseja-se calcular a densidade B, no material magnético. Sabe-se, pelas definições já estudadas, que o fluxo é constante e como a área definida é igual para todos os materiais, a dispersão do mesmo é desprezada. Dessa forma: onde: Assim, igualando as duas equações, tem-se: μ → ∞ Hglg + Hmlm = 0 Hg = − Hmlm lg ∅ = BA ϕ = BgAg ϕ = BmAm BgAg = BmAm Bg = BmAm Ag Pela relação existente entre os campos densidade e intensidade: Substituindo na relação as equações anteriormente obtidas: Onde: , neste caso, pode ser substituído por 5, uma vez que para esse problema, temos os dados das variáveis. Logo: Observando a imagem 14, é possível obter a relação entre a densidade e intensidade de campo para o Alnico 5, representada pela reta de carga. Assim, obtém-se: Perdas No módulo 1, foi apresentado um diagrama de conversão considerado ideal. No contexto real, sabe-se que todo processo acomete em perdas, assim, esta variável passa a ser incluída nos cálculos do circuito. Seja um circuito magnético percorrido por corrente alternada, tem-se a produção de uma densidade fluxo no material, parte da energia associada ao campo é então dissipada. Pode-se observar as seguintes perdas a serem calculadas: Perdas por histerese, associadas à natureza cíclica do processo. Perdas ôhmicas, ou aquecimento, que ocorrem pelo surgimento de correntes induzidas, também chamadas de correntes parasitas, que se opõem à variação de fluxo no núcleo. As correntes parasitas surgem no material por meio de indução, uma vez que há ação de um campo magnético variável. As perdas atribuídas às correntes parasitas podem ser minimizadas pela aplicação de duas técnicas: Laminação do núcleo. B = μH Bm = −μ0 ( Ag Am )( lm lg )Hm Ag Am lm lg Bm = −5μ0Hm Bm = −6, 8 × 10 −6Hm Bm = 0, 30T Utilização de materiais com alta resistência elétrica, o que pode ser obtido por meio da inserção de outro material (%) na construção do núcleo. O processo conhecido por laminação consiste na construção do núcleo e por meio de chapas (ou folhas laminadas) de material magnético, separadas por um isolante, como pode ser visto na imagem 15. Esse processo promove aumento da resistência ao surgimento das correntes parasitas. Imagem 15: Laminação do núcleo. O uso de diversas chapas altera área da seção transversal, assim como ocorre quando há entreferro compondo a estrutura. Assim, é necessário aplicar a correção na área efetiva a ser percorrida. Essa correção pode ser dada ela equação 28: Equação 28 Rotacione a tela. Onde: Refere-se à área a ser percorrida pelo fluxo. Área da estrutura. Fator de laminação. Atenção! A área geométrica é maior que a área magnética. Sendo assim, o fator de laminação é menor que 1. Ao laminar o núcleo, o volume bruto da peça é menor que o volume efetivo, devido ao fato de existir entre as placas um espaçamento isolante. Assim, o fator de empacotamento, descrito pela Equação 28, pode também ser representado pelo volume, como mostra a Equação 29. Equação 28 Rotacione a tela. k = Amag Ageo Amag : Ageo : k : k = V olefetivo V olbruto Onde: Refere-se ao volume efetivo. Volume bruto da peça. Fator de laminação. Cálculo das perdas É possível estimar as perdas atribuídas às correntes parasitas em um circuito magnético. Estas podem ser modeladas matematicamente pela Equação 30. Equação 30 Rotacione a tela. Onde: É uma constante, que depende do material constituinte do núcleo, bem como da espessura das chapas utilizadas; Frequência da excitação. As perdas por histerese se referem aproximadamente à área interna do ciclo. Porém, devido à relação de não linearidade, esse cálculo pode se tornar complexo. Assim, matematicamente, as perdas por histerese podem ser aproximadas pela Equação 31 a seguir: Equação 31 Rotacione a tela. Onde: É uma constante, que depende de cada material e pode ser obtido por meio de ensaios Varia de 1,5 a 2. Dessa forma, as perdas totais são dadas pela soma das duas parcelas: Equação 32 Rotacione a tela. Para melhor fixação do conteúdo, confira o exemplo a seguir: V olefetivo : V olbruto : k : Pe = keB2maxf 2 ke : f : Ph = khBnmaxf kh : n : P = Ph + Pe Considere o circuito da imagem 15 como exemplo, cuja representação refere-se a um núcleo laminado. Para fins de estudo, aplique a tabela 1 a seguir, na qual estão representados fatores de laminação e espessuras das chapas. Espessura (mm) K 0,0127 0,50 0,0258 0,75 0,0508 0,85 0,10 a 0,25 0,90 0,27 a 0,36 0,95 Tabela 1: Espessura e fator de laminação para um dado material magnético. Elaborada por Isabela Oliveira Guimarães. Seja a espessura das chapas utilizadas 0,15mm. Deseja-se fazer a correção da área utilizada. Solução: O primeiro passo para solução desse problema é calcular a área geométrica da estrutura. Dessa forma: Pela Tabela 1, o fator de empacotamento é igual a 0,90. Assim, pela Equação 24: Exemplo comentado Ageo = 5 × 5 Ageo = 25cm 2 = 0, 025m2 k = Amag Ageo 0, 90 = Amag 0, 025 Amag = 0, 0022m 2 Atenção! Relembrando sempre que os valores das dimensões comprimento e área devem estar em metros e metros2. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Considere o circuito laminado a seguir. A área magnética ocupa 95% da área geométrica. Esse circuito é percorrido por uma corrente alternada, e a densidade de fluxo gerado é descrito pela seguinte equação: Figura A.1 Circuito laminado. Calcule o fluxo que percorre a estrutura, sabendo que o enrolamento possui 200voltas. A 0, 018 sen(ωt) B 0, 028 sen(ωt) C 0, 038 sen(ωt) D 0, 048 sen(ωt) E Parabéns! A alternativa C está correta. Questão 2 Considerando a figura do exercício anterior, determine a corrente máxima (ou seja, a amplitude) que percorre o enrolamento, sabendo que a permeabilidade relativa é de 2000. Parabéns! A alternativa A está correta. 0, 058 sen(ωt) Ageo = 0, 2 ⋅ 0, 2 = 0, 04m2 Amag = 0, 95 ⋅ 0, 04m2 = 0, 038m2 ∅ = BA ∅ = 1 sen(ωt)0, 038 ∅ = 0, 038 sen(ωt) A imáx = 0, 56A B imáx = 0, 66A C imáx = 0, 76A D imáx = 0, 86A E imáx = 0, 96A Considerações �nais O presente conteúdo abordado teve por objetivo a apresentação e o estudo dos circuitos magnéticos, pontuando as principais simplificações utilizadas, bem como algumas geometrias comumente encontradas na prática. No módulo 1, foram expostas definições e características físicas dos circuitos, bem como uma revisão das principais equações a serem utilizadas no conteúdo. Em seguida, o módulo 2 complementa o anterior, com a apresentação de circuitos mais complexos, com a presença de entreferro. Finalmente, no módulo3, são levantadas as características não lineares dos materiais magnéticos e como estas podem afetar a magnetização. Com isso, é possível observar que os módulos possuem relação entre si, sendo indispensável que todos sejam devidamente estudados para melhor entendimento do seguinte. Podcast Bmáx = 1 Hmáx = 1/μrμ0 Hmáx = 397, 88Ae Nimáx = Hmáx (l) (200)imáx = Hmáx (0, 28) imáx = 0, 56A Explore + Para compreender um pouco mais sobre as propriedades do magnetismo, consulte as referências abaixo: BIM, E. Máquinas Elétricas e Acionamento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DEL TORO, V. Fundamentos de máquinas elétricas. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1994. HALLIDAY, D. Fundamentos de física. 10. ed. v. 3. Rio de Janeiro: LTC, 2016. KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1986. TIPLER, P.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. 6. ed. v. 2. Rio de Janeiro: LTC, 2009. Referências UMANS, S. D. Máquinas elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. C. SEN. Principles of Electric Machines and Power Electronics. Nova York: John Wiley and Sons, 2007. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()
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