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Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ETILISMO E METABOLISM O DO ÁLCOOL Bioquímica e genética. ● Não fazemos fermentação alcóolica ● Fermentação alcóolica: conversão de mono e dissacarídeos em etanol. ○ Leveduras Saccharomyce ● O metabolismo de álcool ocorre pois ele é tóxico, essa reação ocorre no fígado ● Uso esporádico de álcool: 60 gramas ou mais de álcool em uma única ocasião pelo menos uma vez ao mês. Provoca intoxicação alcoólica aguda. ETANOL ● Molécula pequena, o que facilita sua entrada em células ● Solúvel em água e lipídeos (lipofílica): facilitando sua entrada na barreira hematoencefálica. O que provoca os efeitos do álcool no cérebro, como o efeito depressor. ● É miscível com a água e administrado via oral ● Consumir álcool em jejum deixa a absorção mais rápida aumentando a alcoolemia ● Bebidas com altas concentrações etílicas, gaseificadas ou quentes também aumentam a alcoolemia. Contribuindo para a maior dilatação dos capilares gástricos. ● Alcoolemia: quantidade de álcool no sangue ● Absorção: ocorre no tubo digestivo; 30% no estômago e 65% no duodeno ● Eliminação: 10% do que é ingerido é expelido pelos pulmões, pelo suor e pela urina. 90% são metabolizados nos hepatócitos. ● Caloria vazia: não contém vitaminas e sais minerais. A pessoa que é alcóolatra e não se alimenta bem pode ter uma hipovitaminose, principalmente de vitaminas do complexo B. ○ O que isso causa? A vitamina B1 (tiamina) é uma importante vitamina para os complexos da piruvato desidrogenase, que transforma piruvato em acetil-CoA, e da alfa-cetoglutarato desidrogenase. ○ Consequências dessa hipovitaminose? Baixa produção de ATP e até mesmo o desenvolvimento da síndrome de Wernicke Korsakoff Júlia Assis Silva - Turma IV alfa FÍGADO ● Está no quadrante superior direito, é peritoneal, logo abaixo do lado direito do diafragma e sob o gradil costal. ● Coberto por uma cápsula fibrosa e recebe quase 25% do débito cardíaco, 1500 ml de fluxo sanguíneo/minuto, por duas fontes: fluxo venoso da veia porta e fluxo arterial da artéria hepática ● Células de kupffer:macrófagos do fígado ● Tríade portal: veia porta, artéria hepática, canalículo biliar Funções ● Metabolismo de energia e interconversão de substratos ● Produz glicose: gliconeogênese e glicogenólise ● Consumo de glicose por vias de síntese de glicogênio, ácidos graxos, glicólise e pelo ciclo do ácido tricarboxílico. ● Síntese de colesterol (a partir do acetato), de TAG (a partir dos ácidos graxos) e secreção de VLDL ● Captação de colesterol e TAG por endocitose de partículas de HDL e LDL, com excreção de colesterol na bile, beta-oxidação de ácidos graxos e cetogênese (com excesso de acetil-CoA) ● Desaminação de aminoácidos e conversão de amônia em ureia pelo ciclo da ureia ● Transaminação e síntese de aminoácidos não essenciais. ● Funções sintéticas de proteínas ● Síntese de várias proteínas plasmáticas, inclusive albumina, fatores de coagulação (proteínas), proteínas ligadoras, apolipoproteínas, angiotensinogênio e fator de crescimento I semelhante à insulina ○ Fígado comprometido: hemorragia interna por causa dos fatores de coagulação produzidos por ele ● Funções de solubilização, transporte e armazenagem ● Destoxificação de fármacos e venenos e excreção na bile ● Solubilização de gorduras e vitaminas lipossolúveis na bile para captação por enterócitos ● Síntese e secreção de lipoproteínas ● Síntese e secreção de proteínas ligadoras ● Captação e armazenagem de vitaminas A, D, B12 e folato. ● Funções protetoras e de depuração ● Destoxificação da amônia (ciclo da ureia) ● Síntese e exportação de glutationa ● Depuração de células danificadas, proteínas, hormônios, fármacos e fatores de coagulação ativados da circulação portal ● Depuração de bactérias e antígenos da circulação portal. METABOLISMO DO ETANOL ● 1° reação: Etanol→ Acetaldeído - Álcool-desidrogenase. ○ Reação de oxidação/redução. Etanol oxidando e NAD+ reduzindo à NADH Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ○ Enzima localizada no citosol ● 2° reação: Acetaldeído→ Acetato - Aldeído-desidrogenase ○ Reação de oxidação/redução. Acetaldeído oxidando e NAD+ reduzindo à NADH ○ Inibida por dissulfiram ○ Enzima presente na mitocôndria O que a inibição da aldeído-desidrogenase causa? ● Não vai haver a transformação de acetaldeído em acetato, mantendo a presença desse composto, que é tóxico, por mais tempo no organismo. ● Dessa forma o indivíduo vai sofrer os efeitos tóxicos de acetaldeído, que causa a ressaca, muito mais intensificados e prolongados. Qual a utilização do acetato produzido no final? ● Vai ser convertido em acetil-CoA, que pode ter vários destinos: ● Síntese endógena de triglicerídeos ● Cetogênese ● Produção de energia. Qual o melhor açúcar caso a pessoa tenha hipoglicemia? ● O soro de frutose, isso porque a frutose, na via glicolítica, pula as etapas reguladas, isto é, ela entra no ciclo depois da reação 3, faz parte das vias efluentes. Aumentando a rapidez da ação e a eficácia. ● Pode reciclar melhor o NADH, transformando ele, que está em excesso em NAD+ ● Energia produzida: 1 NADH citosólico (pela ADH), 1 NADH mitocondrial (ALDH) e 1 acetil-CoA ○ Quanto mais álcool consumido, mais CYP2E1 ativa menos energia. CONSEQUÊNCIAS DO ETILISMO Por que o consumo de álcool causa hipoglicemia? ● Nessas duas reações há a produção de NADH. ● O NADH vai estimular que o piruvato seja reduzido a lactato e o oxaloacetato à malato, pois essas reações oxidam ele à NAD+ novamente. ● Dessa forma, o piruvato e o oxaloacetato, que são precursores da gliconeogênese, vão ser desviados para outras rotas metabólicas causando uma diminuição na síntese de glicose. ● E como muitas pessoas consomem álcool sem se alimentar há uma situação de jejum, que normalmente é mantida pela gliconeogênese hepática, que foi inibida. Nesse sentido, não há um suprimento pela alimentação e nem pela via metabólica causando uma hipoglicemia Por que o consumo de álcool pode causar esteatose? ● O acetato, que é o produto final, pode ser usado para a síntese de TAG, que por sua vez pode se acumular nos hepatócitos. ● Obesidade e desnutrição podem ocorrer. ● Desnutrição: o álcool é uma caloria vazia. Por que o consumo de álcool pode causar aterosclerose? Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ● A esteatose é temporária e reversível, após um tempo o fígado vai transportar os TAG acumulados lá na forma de VLDL, que por sua vez é degradado a LDL que se acumula nas túnicas das artérias. Por que pode ocorrer acidose lática? ● O excesso de NADH estimula a redução do piruvato à lactato Por que pode ocorrer uma cetoacidose? ● O produto final da degradação é acetato, que pode virar acetil-CoA, que produz corpos cetônicos. Por que não se pode utilizar muito paracetamol para ressaca? ● Paracetamol é metabolizado pelo fígado, e um dos seus produtos é tóxico porém a glutationa é antioxidante e neutraliza essa substância. Se consumida em excesso e por pessoas com problemas hepáticos pode ocorrer morte dos hepatócitos pois a glutationa não consegue neutralizar. O que causa o coma alcoólico? ● Efeitos tóxicos do etanol no sistema nervoso central ● Aumento da relação NADH/NAD+: diminui via glicolítica e ciclo de krebs, inibe a beta-oxidação, aumenta síntese de TAG, aumenta produção de lactato, diminui excreção de ácido úrico (podendo causar GOTA) e inibe a gliconeogênese. Cirrose ● Arquitetura do fígado modificada com formação dos cirros, que são anéis circulares de fibrose. ● Ocorre após anos de agressão ao fígado. OUTRAS VIAS DE DEGRADAÇÃO ● Sistema microssomal de oxidação do etanol: sistema enzimático localizado no retículo endoplasmático liso dos hepatócitos. Principal via de oxidação em alcoólatras. Enzima citocromo P450 isoforma 2E1 ○ Álcool vira acetaldeído porém com gasto de ATP. NADPH é oxidado a NADP + e essas reações produzem espécies reativas de oxigênio contribuindo para o estresse oxidativo. ● Catalase: enzima encontrada no peroxissomo, decompõe o peróxido de hidrogênioem água e oxigênio ● São mais comuns em alcoolistas crônicos e em intoxicações agudas. GENÉTICA Álcool-desidrogenase (ADH) ● Tem sua atividade diminuída nas mulheres. ● Cromossomo 4q22, três isoenzimas da classe I. ● Alelos que alteram a atividade enzimática de ADH: ADH1B*2, ADH1B*3 e ADH1C*1 Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ● Pessoas com esses alelos vão ter uma fração maior de acetaldeído no sangue. ● ADH1B*2: ADH mais ativa. Deficiência de aldeído desidrogenase (ALDH) ● Considerada fator anti-alcoolismo e é comum em orientais. ● O acúmulo de acetaldeído no sangue causa rubor, taquicardia, hiperventilação e náusea. Por isso muitas pessoas, principalmente os asiáticos, ficam vermelhas quando bebem. ● ALDH*2: prevalência alta no leste asiático ● Homozigotos: enzima inativa, causa maior proteção ● Heterozigotos: atividade residual, proteção parcial Quais são os polimorfismos que protegem contra o etilismo? ● Genes ADH que levam à enzima ADH super ativa e polimorfismo no gene ALDH2 causando baixa atividade da enzima ALDH ● Uma ADH super ativa causaria uma rápida conversão de etanol em acetaldeído, porém como a enzima ALDH2 estaria com baixa atividade esse acetaldeído iria permanecer mais tempo no sangue, causando efeitos tóxicos. ● Se só a ALDH2 estivesse deprimida os efeitos ainda seriam o mesmo, pois a ADH funcionaria normalmente porém o acetaldeído continuaria acumulado. ● Se só a ADH estivesse super ativada a conversão em acetaldeído ocorreria mais rápido porém a ALDH2 trabalharia em atividade normal, também mantendo esse composto tóxico por mais tempo na corrente sanguínea. Quais polimorfismos que aumentam o risco de abuso? ● Alelos ADH1B*1 e ALDH2*1 selvagem podem aumentar o risco de transtorno por uso de álcool, pois as duas enzimas trabalharão rapidamente causando nenhum acúmulo de acetaldeído.