Buscar

Crise do Estado Oligárquico e Revolução de 1930 Aula UP

Prévia do material em texto

Crise do Estado Oligárquico e Revolução de 1930
Delfim Moreira (1918-1919)
Rodrigues Alves foi eleito, sucedendo a Venceslau Brás, mas por moléstia, não pode tomar posse. Respondeu interinamente pela Presidência o vice-presidente da República, Delfim Moreira. Seu governo durou até julho de 1919.
Presidente Rodrigues Alves
Presidente Delfim Moreira
Epitácio Pessoa (1919-1922)
Rodrigues Alves faleceu em janeiro de 1919, não tendo decorrido dois anos de seu mandato. De acordo com a Constituição, eram necessárias novas eleições. A oposição do Estado do Rio Grande do Sul a qualquer candidatura paulista ou mineira, bem como à candidatura de Rui Barbosa (que foi apresentada), influiu na indicação de Epitácio Pessoa, paraibano que gozava de prestígio por sua participação na reunião de Versalhes. 
Epitácio Pessoa colocou civis no Ministério da Guerra e no Ministério da Marinha.
A insatisfação contra o sistema político e a desmoralização da República provocaram o surgimento do “Tenentismo”.
Ocorreu como manifestação política, quando do levante do Forte de Copacabana (5/7/1922), episódio dos “Dezoito do Forte”.
Presidente Epitácio Pessoa
Revolta dos Dezoito do Forte de Copacabana
A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foi uma revolta tenentista ocorrida na cidade do Rio de Janeiro (capital do Brasil na época) em 5 de julho de 1922. Foi a primeira revolta tenentista da República Velha. Teve a participação de 17 militares e um civil.
Causas
Descontentamento dos tenentes com o monopólio político do poder no Brasil por parte das oligarquias (principalmente ricos fazendeiros) de Minas Gerais e São Paulo.
Derrota do candidato fluminense Nilo Peçanha (apoiado pela maioria dos militares do Rio de Janeiro) para Arthur Bernardes (apoiado pela oligarquia de São Paulo).
Prisão do Marechal Hermes da Fonseca, ex-presidente do Brasil e presidente do Clube Militar. A prisão de Hermes da Fonseca foi solicitada pelo presidente da República Epitácio Pessoa (também representante das oligarquias), pois o Marechal havia criticado o processo eleitoral que deu a vitória a Arthur Bernardes. 
Descontentamento dos tenentistas com as fraudes eleitorais que ocorriam no Brasil na época da República Velha.
 Fechamento do Clube Militar
Objetivos
Queriam o fim da República Velha e do domínio das oligarquias no poder. 
 Os militares, principalmente de baixa patente, defendiam um sistema político democrático para o Brasil.
Sistema eleitoral justo, ou seja, sem fraudes (compra de votos, falsificações e uso da violência nas eleições). 
Acontecimentos
Embora o movimento tivesse sido planejado em várias unidades militares, somente o Forte de Copacabana e a Escola Militar se levantaram no dia 5 de julho de 1922. O forte foi bombardeado e a rendição dos rebeldes foi exigida.  O tenente Siqueira Campos e um grupo de militares rebeldes pegaram armas e marcharam pelas ruas em direção ao Palácio do Catete (sede do governo federal na época).
Durante a marcha alguns militares desistiram, ficando apenas 17 que receberam o apoio na rua de um civil, totalizando 18. Os rebeldes foram cercados pela tropa do Governo Federal. Após forte tiroteio em frente ao posto 3 da praia de Copacabana, somente Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram e foram presos. Os outros dezesseis integrantes do movimento foram mortos no combate.
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana
Artur Bernardes
Em 1921, São Paulo já aprovava a candidatura de Artur Bernardes, de Minas Gerais. Mas o novo presidente recebia uma situação dificílima. Além de uma permanente ameaça dos militares, apareciam os primeiros efeitos de uma crise econômica decorrente do fim da Primeira Guerra Mundial.
Artur Bernardes governou sob estado de sítio (suspensão do exercício dos direitos, liberdades e garantias). Novas manifestações tenentistas aconteceram. 
Revolução Paulista de 1924
Foi uma revolta tenentista, ocorrida nos meses de julho e agosto de 1924. Embora seu objetivo fosse se espalhar por todo território nacional, a revolta ficou restrita a cidade de São Paulo (onde foi mais intensa) e aos estados do Rio Grande do Sul e Amazonas.
Como ocorreu
A revolta teve início na cidade de São Paulo em 5 de julho de 1924. Liderados pelo general Isidoro Dias Lopes, unidades do Exército (sediadas na cidade) e integrantes da Força Pública estadual sublevaram-se e tomaram vários pontos da cidade. Os revoltosos chegaram a atacar a sede do governo estadual, que na época era o Palácio dos Campos Elísios.
Vários combates ocorrem na cidade de São Paulo, envolvendo os tenentistas e forças militares do governo federal. O governo federal cercou a cidade de São Paulo e chegou a bombardear vários prédios, principalmente em bairros operários de São Paulo na região da zona leste.
Após a morte e prisão de vários revoltosos, alguns integrantes do movimento foram para o sul, onde foram derrotados no começo do mês de agosto de 1924. Após o fim da revolta, o governador do Estado de São Paulo (cargo de presidente na época), pode retornar a sede do governo na cidade de São Paulo.
 
Causas
Desgaste político do governo oligárquico do presidente Artur Bernardes.
 Forte oposição dos tenentes ao sistema de governo que privilegiava a elite agrária. 
 Questionamento dos tenentistas às fraudes eleitorais e a falta de moralidade na administração pública federal. 
 Os tenentes defendiam uma política de valorização e reestruturação do Exército Brasileiro. 
Os tenentes pretendiam livrar as Forças Armadas do Brasil da interferência negativa do governo federal.
 
Antes dos levantes de 1924, a oposição no Rio Grande do Sul, chefiada por Assis Brasil, revoltara-se contra a quinta reeleição de Borges de Medeiros. Com a mediação do general Setembrino de Carvalho, foi firmado o Pacto de Pedras Altas (1923), concordando-se com a reforma da Constituição gaúcha, a fim de se vetar a reeleição do presidente do Estado. 
Revolução Paulista de 1924
Coluna Prestes
A Coluna Prestes foi um movimento político, liderado por militares, contrário ao governo da República Velha e às elites agrárias. Este movimento ocorreu entre os anos de 1925 e 1927. Teve este nome, pois um dos líderes do movimento foi o capitão Luís Carlos Prestes. 
Causas
A principal causa foi a insatisfação de parte dos militares (tenentismo) com a forma que o Brasil era governado na década de 1920: falta de democracia, fraudes eleitorais, concentração de poder político nas mãos da elite agrária, exploração das camadas mais pobres pelos coronéis (líderes políticos locais).
 
Objetivos
Percorrer grande parte do território brasileiro (principalmente interior), incentivando a população a se rebelar contra o governo e as elites agrárias. O objetivo era derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes;
Implantar o voto secreto e o ensino fundamental obrigatório no Brasil;
Acabar com a miséria e a injustiça social no Brasil.
 
Como foi
Os integrantes da Coluna Prestes percorreram cerca de 25 mil quilômetros pelo interior do território brasileiro. O núcleo fixo tinha cerca de 200 homens, porém em vários momentos da caminhada o movimento chegou a contar com cerca de 1400 pessoas (militares e simpatizantes do movimento). Passavam e paravam nas cidades.Conversavam com as pessoas e faziam a propaganda contra o governo federal, mostrando as injustiças sociais da época e defendendo reformas políticas e sociais.  O movimento teve inicio na cidade de Alegrete (sul do Rio Grande do Sul) e após dois anos e meio e percorrer 11 estados, terminou dividido. Um grupo foi para a Bolívia, enquanto outro para o Paraguai.
A reforma na Constituição Federal (1926) impôs a limitação do habeas corpus, o veto parcial do presidente e a ampliação do poder de intervenção federal nos Estados, o que resultou em um fortalecimento do Executivo presidencial.
Coluna Prestes
Washington Luís (1926-1930)
Suspendera o estado de sítio, mas recusava a anistia aos presos políticos do tempode Epitácio Pessoa e Artur Bernardes.
Rompendo com a Política do Café com Leite, preteriu o nome de Antonio Carlos Ribeiro de Andrade (Minas Gerais) em favor de Júlio Prestes. 
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e forças oposicionistas formaram a Aliança Liberal.
O programa da Aliança Liberal reivindicava voto secreto, maiores garantias individuais, direitos trabalhistas e anistia aos rebeldes. Indicou como candidatos Getúlio Vargas e João Pessoa (vice).
Foi a terceira eleição competitiva da República Velha (1930). A vitória coube a Júlio Prestes, que não foi empossado em virtude da deposição de Washington Luís pela Revolução de 1930.
Washington Luís
Julio Prestes
Getúlio Vargas
João Pessoa
A Revolução de 1930
Com a crise de 1929 houve o abalo do setor cafeeiro e isso foi percebido por seus adversários, que viram nesse fato uma oportunidade para criticar o governo.
Por outro lado, o setor cafeeiro e o Governo Federal estavam distanciados por este ter recusado auxílio àquele no início da crise. 
A Revolução
Algumas pessoas pertencentes à Aliança Liberal não se conformavam com a derrota, por isso optaram pela via armada.
A conspiração sofreu várias oscilações por causa da posição conciliatória dos velhos oligarcas da Aliança Liberal, até mesmo do próprio Getúlio Vargas, o que provocou seu esfriamento. Porém foi alentado pelo assassinato de João Pessoa (julho de 1930) e pela adesão de Borges de Medeiros em agosto.
No dia 3 de outubro eclodiu a revolta no Rio Grande do Sul; e o Nordeste, sob a chefia de Juarez Távora, no dia seguinte, participavam principalmente tropas das milícias estaduais e forças arregimentadas por coronéis.
Várias tropas do Exército aderiram, algumas mantiveram-se neutras e poucas resistiram. Em vários Estados os governantes puseram-se em fuga. 
Quando se esperava um choque de grandes proporções entre as tropas que vinham do Sul e as de São Paulo, o presidente Washington Luís foi deposto, no dia 24, por um grupo de altos oficiais das Forças Armadas, que tinham a intenção de exercer um papel moderador. Formou-se a Junta Governativa Provisória, intitulada Junta Pacificadora.

Continue navegando

Outros materiais