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Prof. MSc. Luiz Silva UNIDADE I Tecnologia de Cosmético Dados de 2018 demonstram que o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. O país fica atrás de Estados Unidos, China e Japão. O mercado de beleza e cuidados pessoais, no Brasil e no mundo, tem sido agitado pelo movimento de gigantes, como a aquisição da Avon pela Natura. Cinco empresas concentram 47,8% do mercado brasileiro: Natura & Co, seguida por grupo Boticário, grupo Unilever, grupo L’Oréal e Colgate-Palmolive Co. O número de empresas registradas na Anvisa, em 2018, era de 2.794. 1. Introdução à cosmetologia e elementos anatomofisiológicos da pele Fonte: Adaptada de: Euromonitor International apud ABIHPEC (2020). MERCADO DE BELEZA E CUIDADOS PESSOAIS USS 89,5 bilhões Valores de vendas do varejo ao consumidor final em 2018 62 bilhões USS USS USS 37,5 bilhões30 bilhões BRASIL JAPÃO CHINA EUA Definições: Cosméticos: deriva do grego “Kosmetikós”, de Kosmeo, que significa “adornar”, “enfeitar”; também deriva da palavra grega “Kosmétiké”; “a arte de preparar os cosméticos”; São formulações de aplicação local, fundamentadas em conceitos científicos, destinados ao cuidado e embelezamento da pele humana, e de seus anexos, sem prejudicar as funções vitais, causar as irritações, sensibilizar ou provocar os fenômenos secundários indesejáveis; Cosmetologia: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza, permitindo, ainda, verificar as suas propriedades; Os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá- los, alterar a sua aparência e/ou corrigir os odores corporais, e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado, conforme RDC n. 211, de 14 de julho de 2005. 1. Introdução à cosmetologia e elementos anatomofisiológicos da pele Limpeza: deve ser feita respeitando-se o equilíbrio fisiológico, sem causar o desengorduramento excessivo, sem alcalinizar e sem desnaturar as proteínas cutâneas. Correção: restabelecer o equilíbrio alterado, devolvendo a beleza natural. Proteção: evitar a limpeza irracional ou impedir que os agentes atmosféricos (vento, sol, frio) alterem a epiderme. Exemplos: protetor solar, creme hidratante, xampu, sabonete, pó facial etc. Funções básicas dos cosméticos Os critérios para esta classificação foram definidos em função da probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto, a sua formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados quando de sua utilização (RDC 211-2005). Grau I: produtos com o risco mínimo de produzir efeitos adversos. Grau II: produtos com o risco potencial de produzir efeitos adversos. Produtos Grau I: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1 do Anexo I da Resolução RDC 211-2005, e que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja, inicialmente, necessária e não requeiram as informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e às suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto. Grau dos produtos cosméticos Produtos Grau II: são produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1, do Anexo I da RDC 211-05, e que possuem indicações específicas, cujas características exigem a comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como as informações e os cuidados, o modo e as restrições de uso. Grau dos produtos cosméticos Tipos de produtos Grau Sabonete facial, corporal, abrasivo ou esfoliante 1 Sabonete antisséptico 2 Xampu, xampu condicionador, condicionador 1 Xampu anticaspa, antiqueda, condicionador anticaspa 2 Dentifrício, aromatizante bucal 1 Dentifrício antiplaca, anticárie, antitártaro, enxaguatório antisséptico 2 Desodorante axilar, corporal, perfumado 1 Desodorante íntimo 2 Desodorante antitranspirante ou antitranspirante/antiperspirante 2 Produtos para barbear e após barbear 1 Produtos para os lábios 1 Sombra para as pálpebras, máscara para os cílios, lápis, delineador 1 Creme, gel e loção para a área dos olhos 2 Produtos para bronzear e antissolares 2 Produtos para o tingimento dos cabelos 2 Produtos para clarear os cabelos 2 Produtos para ondular os cabelos 2 Produtos para alisar os cabelos 2 Neutralizantes capilares 1 Produtos para modelar e assentar os cabelos 1 Creme e loção para o rosto, o corpo e as mãos 1 Creme e loção para o rosto, o corpo e as mãos, com fotoprotetor ou para clarear a pele 2 Creme e loção para as celulite/estrias 2 Creme e loção para as rugas, para a pele acneica 2 Creme e loção de limpeza facial ou tonificante 1 Tipos de produtos Grau Creme ou mascara esfoliante peeling mecânico 1 Creme ou máscara esfoliante peeling químico 2 Produtos para a maquilagem facial 1 Depilatório mecânico ou epilatório 1 Depilatório químico 2 Produtos de uso infantil 2 FD&C: Food, Drug and Cosmetics. D&C: Drug and Cosmetics. Ext. D&C: External Drug and Cosmetics. CI: Colour Index (conforme a legislação da União Europeia). Exemplo: o corante FD&C blue nº 1 (azul brilhante) é reconhecido internacionalmente como CI 42090. OTC: over the counter (venda sem a necessidade de prescrição médica). CTFA: The Cosmetic, Toiletry, and Fragrance Association (principal associação comercial e política da indústria cosmética americana). Em novembro de 2007, o CTFA oficializou a mudança de nome para PCPC (Personal Care Products Council). IUPAC: International Union of Pure and Applied Chemistry. INCI: International Nomenclature of Cosmetic Ingredient (Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos). O Brasil adota a nomenclatura INCI, CI e a denominação botânica do Sistema de Linné (Portaria Anvisa 296/98). Siglas utilizadas Nomenclatura INCI para alguns ácidos e álcoois graxos Número de C na cadeia principal IUPAC Ácido... INCI Ácido... IUPAC (álcool) INCI Álcool... 6 Hexanoico Caproico Hexanol Hexílico 8 Octanoico Caprílico Octanol Caprilílico 10 Decanoico Cáprico Decanol Decílico 12 Dodecanoico Láurico Dodecanol Laurílico 14 Tetradecanoico Mirístico Tetradecanol Miristílico 16 Hexadecanoico Palmítico Hexadecanol Cetílico 18 Octadecanoico Esteárico Octadecanol Estearílico É o nosso maior órgão. Área média de 1,8 m2. Corresponde a cerca de 16% do peso corporal. Estão presentes os nervos sensitivos para a dor, o tato, o calor e o frio. Manifesta as sensações emocionais: medo (palidez, ereção dos pelos); ansiedade (sudorese); angústia (rubor). Órgão de proteção (epiderme, anexos – pelos, unhas, cabelo) e secreção (glândulas sebáceas e sudoríparas). A pele possui 3 camadas: Epiderme; Derme; Hipoderme. Elementos anatomofisiológicos da pele Fonte: https://br.pinterest.com/pi n/672654894328725802/ Pelo Poro sudoríparo Glándula sudorípara Glándula sebácea Capa de células escamosas Capa de células basales Nervio Vasos sanguíneos Camada mais externa, constituída de tecido epitelial pavimentoso estratificado, formado por células que se renovam, a partir do estrato basal, e se diferenciam constantemente. Espessura de 0,004 a 0,15 mm (é mais espessa nas palmas e plantas dos pés). Função principal: proteção do organismo (externa e internamente). Possui quatro camadas sobrepostas que refletem os diferentes estados de maturação da queratina. Epiderme Fonte: BENY, M. G. Fisiologia da pele. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), v. 12, n. 2, 2000, p. 47.CH2-S-S-CH2 HCNH2H20 + HCNH2 COOHCOOH CISTINA HS-CH2 HCNH2 COOHCOOH HCNH2 CH2-SH CISTEÍNACISTEÍNA 1/2 02 + Tecido de suporte da epiderme a qual está intimamente ligada – membrana basal. Possui uma espessura variável: 0,6 mm (pálpebras) e 3 mm (dorso). Possui 2 zonas distintas: derme papilar e derme reticular. Na derme papilar há uma preponderância de componentes celulares como: fibroblastos (sintetizam as fibras colágeno e elastina, e GAG) e células dendríticas como: mastócitos, macrófagos e linfócitos. Já na derme reticular há a preponderância de componentes fibrosos como: fibras de colágeno, fibras de elastina e substância fundamental – GAG (ácido hialurônico e sulfato de condroitina). Derme Panículo adiposo de espessura variável. 10% peso corporal. Armazenamento de gordura e energia. Confere a proteção térmica e mecânica. Possui 2 componentes: celular (adipócitos) e fibroso (feixes espessos de colágeno com os vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos). Hipoderme Fonte: https://br.pinterest.com/pi n/672654894328725802/ Pelo Poro sudoríparo Glándula sudorípara Glándula sebácea Capa de células escamosas Capa de células basales Nervio Vasos sanguíneos Folículos pilossebáceo: Medula; Córtex; Cutícula; Bainha interna; Bainha externa. Anexos da pele Fonte: SOUZA, E. I.; MACHADO, K. E. Importância da Medula na Estrutura Capilar. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), v. 31, jan./fev., 2019, p. 51. Cutícula Córtex Epicutícula Exocutícula A Exocutícula B EndocutículaNuclear Remanescente Matriz Proteínas Ricas em Enxofre (S) Cadeia proteica α - Helicoidal Protofibrilas Microfibrilas Macrofibrilas Complexo membranoso Celular Proteínas pobres em enxofre (S) Célula ortocortical Célula paracortical Célula mesocortical Unhas: Placa dura de queratina densamente compactada; Crescimento médio 0,1 mm/24 h – unhas das mãos; unhas dos pés – metade dessa velocidade. Anexos da pele Fonte: SOUZA, I.; SPAGOLLA, R. et al. Biologia, Histologia e Fisiologia da pele. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), v. 32, mai./jun., 2022, p. 20. Lâmina proximal Raiz da unha Borda livre FalangeDerme Epiderme Glândulas sudoríparas: Produzem uma secreção aquosa (suor); Estruturas tubulares; 2 tipos: écrinas e apócrinas. Glândulas écrinas: São invaginações epidérmicas; Universalmente distribuídas; Secretam um suor aquoso rico em água, íons K, Na, cloretos, ureia e amônia. Anexos da pele Fonte: SOUZA, I.; SPAGOLLA, R. et al. Biologia, Histologia e Fisiologia da pele. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), v. 32, mai./jun., 2022, p. 20. Folículo piloso Glândulas sebáceas Glândula écrina Superfície da pele Poros Glândulas apócrinas: Resíduo filogenético das glândulas de odor sexual em mamíferos (feromônios); Abrem-se nos folículos pilossebáceos e são maiores do que as écrinas; Localizadas nas axilas, nos genitais e nas aréolas; Odor sui generis por ação bacteriana; Inervação das fibras simpáticas adrenérgicas. Anexos da pele Fonte: https://www.researchga te.net/figure/Figura-2- representacao-das- glandulas-apocrina-e- ecrina_fig1_34730397. suor epiderme sebo suor derme tecido subcutâneo glândula écrina glândula sebácea glândula apócrina Função de barreira. Função sensorial. Função termorreguladora. Função imunológica. Função sociossexual e cosmética. Função hormonal – produção de vitamina D. Funções da pele Fonte: SOUZA, I.; SPAGOLLA, R. et al. Biologia, Histologia e Fisiologia da pele. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), v. 32, mai./jun., 2022, p. 20. Estrato córneo Camada lúcida Camada granulosa Camada espinhosa Camada basal Derme Melanócitos Células de Merkel Discos táteis Neurônios sensoriais Grânulos lamelares Células mortas Queratinócitos Células de Langerhans Segundo a legislação, os cosméticos são preparados constituídos por substâncias naturais ou sintéticas, ou as suas misturas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, como: pele, sistema capilar, unhas, lábios, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo de: a) Perfumá-los, alterar a sua aparência e/ou corrigir os odores corporais. b) Modificação de sistemas fisiológicos levando à remissão dos problemas de saúde. c) Proteção, descamação e limpeza. d) Proteção, limpeza e nutrição dos anexos da pele localizados na hipoderme. e) Veicular as substâncias ativas em veículos que permitam a sua absorção através da pele. Interatividade Segundo a legislação, os cosméticos são preparados constituídos por substâncias naturais ou sintéticas, ou as suas misturas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, como: pele, sistema capilar, unhas, lábios, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo de: a) Perfumá-los, alterar a sua aparência e/ou corrigir os odores corporais. b) Modificação de sistemas fisiológicos levando à remissão dos problemas de saúde. c) Proteção, descamação e limpeza. d) Proteção, limpeza e nutrição dos anexos da pele localizados na hipoderme. e) Veicular as substâncias ativas em veículos que permitam a sua absorção através da pele. Resposta Cosméticos: produtos aplicados no corpo humano para promover a limpeza, beleza ou alterar a aparência: hidratantes, perfumes, maquiagem, esmaltes, xampus, tinturas capilares, pastas de dente, desodorantes etc... Medicamentos: produtos utilizados com a intenção de diagnóstico, cura, alívio, tratamento ou prevenção de doenças – sujeitos às regulamentações mais rigorosas, e estudos demonstrando a segurança e eficácia, e que os benefícios superem os riscos. Cosmecêutico: é um termo híbrido, oriundo da fusão dos termos “cosmético” e “farmacêutico”, e ganhou notoriedade, a partir de 1974, quando o médico americano Albert Kligman passa a divulgar um produto cosmético que atenuava as rugas, e não só embelezava. O FDA (Federal Food, Drug, and Cosmetic Act) não reconhece o termo “cosmecêuticos”; a indústria cosmética usa esta palavra para se referir aos produtos cosméticos que têm propriedades medicinais ou benefícios, como medicamentos. 2. Cosmecêuticos Fonte: https://bit.ly/3OS4h5k Cosmecêuticos – Definições Tabela 1. Ativos classificados como cosmecêuticos Categoria Exemplo ativo Retinoide Adapaleno, tazaroteno Agentes despigmentantes Ácido azelaico, ácido fítico, ácido kójico, hidroquinona Filtros solares Ácido paraminobenzoico, dióxido de titânio, óxido de zinco, tinossorb, mexoril Vitaminas Vitamina A – ácido retinoico, vitamina B, vitamina C, vitamina E, niacinamida, ubiquinona Antioxidantes Ácido alfa-lipoico, ldebenona Minerais Cobre, selênio, zinco Hidroxiácidos Alfa-hidroxiácidos, beta-hidroxiácidos, poli-hidroxiácidos Fatores de crescimento Fator de crescimento epidérmico Proteínas Oligopeptídeos Pal-KTTKS, pentapeptídeos Hidratantes Ácido linoleico, colesterol, petrolatum Botânicos Arnica, cera de abelha, camomila, chá preto, chá verde, chá branco, ginseng, ginkgo biloba, romã, soja, extrato de semente de uva Cosméticos com alegadas propriedades farmacológicas não só para embelezar, mas para tratar os problemas específicos. Medicamentos utilizados com a finalidade cosmética. Cosméticos Medicamentos Cosmecêuticos Cosmecêuticos – Definições De acordo com a RDC 07/2015, os cosmecêuticos são classificados como cosméticos de grau de risco 2 e a Anvisa autoriza que sejam manipulados ou vendidos prontos, sem a necessidade de receita médica. A penetração de determinado ativo pode ser aumentada pela incorporação do mesmo em lipossomas. Fonte: Livro Técnico – Tecnol Cosméticos. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com mons/9/96/Liposome_cross_section.png Epiderme Músculo Osso Derme Tecido subcutâneo Retinol (vitamina A) – traz muitos benefícios para a pele, como a renovação celular, a melhora de rugas e da textura, estimula a produção de colágeno. Alfa-hidróxiácidos (AHA): são substâncias encontradas em alimentos e frutas, sendo chamados, muitas vezes, de ácidos de frutas (ác. lático, ác. cítrico, ác. tartárico, ác. málico e mandélico). O AHA mais popular do grupo é o ácido glicólico, pois é aquele com a menor massa molecular, o que lhe confere elevada penetrabilidade na pele. Pode ser usado em diversas lesões cutâneas, como: queratose seborreica, acne, verruga vulgar etc. Por ser um agente queratoplástico também é usado para melhorar as rugas (superficiais, médias e profundas), manchas hipercrômicas, flacidez, estrias, manchas senis etc... Hidroquinona: ativo que compete com a tirosina pela enzima tirosinase, impedindo a formação da melanina, agindo, assim, como clareador da pele manchada. Ácido kójico: recomendado no tratamento de manchas escuras e na prevenção do envelhecimento pela ação antioxidante. Também age como antimicrobiano. Tem grande vantagem frente aos outros despigmentantes, que é a de não ser fotossensibilizante durante o uso. Cosmecêuticos – Alguns ativos Ácido hialurônico: é talvez um dos bioativos que mais aparece nas formulações para a pele, e já tem surgido também em produtos capilares. Se trata de uma substância produzida naturalmente pelo corpo, mas que, com o tempo, a sua produção vai diminuindo e pode ser reposto em forma injetável, na forma de cremes e loções. Tem ação hidratante e estimulante de colágeno. Na forma injetável é usado em harmonização facial como preenchedor e modelador. Ácido ascórbico (vitamina C): potente antioxidante e importante na formação do colágeno. Tocoferol (vitamina E): hidratante e formador de barreira cutânea, e antioxidante. Nicotinamida (vitamina B3): reduz a acne e os cravos, e controla a oleosidade. Ácido ferúlico: um ácido hidroxicinâmico com a função antioxidante, bastante utilizado, atualmente. Resveratrol: encontrado nas uvas pretas e no vinho tinto. Também é encontrado na pele do amendoim, nas amoras, no mirtilo, cranberry e cacau. Sua molécula polifenólica além de antioxidante e ação protetora dos raios ultravioletas. Cosmecêuticos – Alguns ativos Creme despigmentante: Hidroquinona....... 3,0 % (despigmentação); Ácido lático......... 2,0 % (hidratação, microesfoliação, renovação celular); Alfa-bisabolol ..... 0,5 % (hidratação, anti-inflamação); Creme ou fluido Oil free qsp ..... 100,0 % (veículo livre de óleo). Creme antirrugas: Argireline... 10,0 % (neurocosmético que previne as rugas); Elastinol....... 5,0 % (torna a pele mais firme e mais elástica); Creme não iônico qsp.... 100,0% (veículo que interage menos com as cargas). Cosmecêuticos – Formulações Dentre os ativos utilizados em cosmecêuticos, a seguir, assinale aquele que apresenta as propriedades queratolíticas e são muito utilizados em produtos para o peeling químico: a) Resveratrol. b) Ácido hialurônico. c) Ácido glicólico. d) Vitamina C. e) Ácido ferúlico. Interatividade Dentre os ativos utilizados em cosmecêuticos, a seguir, assinale aquele que apresenta as propriedades queratolíticas e são muito utilizados em produtos para o peeling químico: a) Resveratrol. b) Ácido hialurônico. c) Ácido glicólico. d) Vitamina C. e) Ácido ferúlico. Resposta O conceito de higiene, na conservação da saúde, remonta há muitos séculos. A palavra “higiene” deriva do termo Higeia ou Hígia, a filha do semideus Asclépio, filho de Apolo, o Deus grego da saúde, símbolos da Farmácia e da Medicina, respectivamente. Os egípcios utilizavam óleos vegetais, gorduras animais e sais alcalinos para manter o asseio. No século V a.C., os banhos já eram hábitos e os gregos ricos possuíam as salas de banho. Os pobres frequentavam os banhos públicos ou se lavavam nos rios. Os romanos consideravam a higiene uma virtude e um sinal de elegância, construíram aquedutos para transportar a água para as grandes cidades e, assim, disponibilizá-la para a população. Alguns banhos públicos possuíam água quente e fria. Cleópatra utilizava óleos essenciais, leite de égua e areia fina em seus banhos. 3. Preparações cosméticas para a higiene e limpeza Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3OyZF4n. Acesso em: 30 jun. 2022. As Tabletas de Nippur (1700 a.C.) contém os primeiros registros sobre o uso de sabões para a higienização do corpo. Plínio descreve que o sabão era usado pelos fenícios desde 600 a.C. cozendo o sebo com as cinzas de madeira. Segundo os historiadores, o termo “sabão” vem do Monte Sapo (Roma) onde eram realizados os sacrifícios de animais em pilhas crematórias e, quando chovia, a água arrastava o sebo dos animais derretido nas cinzas para o rio Tibre onde as mulheres lavavam as roupas. Preparações cosméticas para a higiene e limpeza – Histórico Reação de saponificação para a obtenção de sabão Óleo ou gordura + base inorgânica → sabão + glicerina O R – C – O – CH2 O R – C – O – CH2 O R – C – O – CH2 Triglicerídeo Sabões R – C – O – Na+ R – C – O – Na+ O O O R – C – O – Na+ OH – CH2 OH – CH2 OH – CH2 Glicerol + 3 NaOH → Soda cáustica Encontrou, nas ruínas de Pompeia, uma fábrica de sabão. Galeno (século II) – desenvolve a preparação emulsiva a partir da reação de gordura de baleia + bórax + água. Árabes (século VII) – desenvolveram o processo de saponificação a partir da reação de gordura animal e substâncias alcalinas. Os espanhóis aperfeiçoam o método utilizando o óleo de oliva. Preparações cosméticas para a higiene e limpeza – Histórico Reação de saponificação para a obtenção de sabão Óleo ou gordura + base inorgânica → sabão + glicerina O R – C – O – CH2 O R – C – O – CH2 O R – C – O – CH2 Triglicerídeo Sabões R – C – O – Na+ R – C – O – Na+ O O O R – C – O – Na+ OH – CH2 OH – CH2 OH – CH2 Glicerol + 3 NaOH → Soda cáustica Os franceses desenvolvem (século XVI), na cidade de Savona, um sabão leve e menos cáustico chamado de savonnete. Nicolas Leblanc (1791) descobre um processo de fabricar barrilha (NaCO3) permitindo a produção de grande quantidade desse álcali. William Colgate (1806) abre a primeira fábrica de sabão nos EUA. Harley Procter e James Gamble (1878) começam a produzir sabonete nos EUA. No Brasil, a Casa Granado começa a desenvolver e a vender os produtos de higiene que, nessa época, eram muito valorizados (1870). O italiano José Milani passa a fabricar, no Brasil, o sabonete Gessy (1913). A partir de 1950, os sabões passam a ser produzidos a partir de derivados do petróleo. Preparações cosméticas para a higiene e limpeza – Histórico Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2014/02/22/21/34/soap-272414_960_720.jpg São obtidos pelo processo de saponificação entre um ácido graxo e uma base para formar um sal, o tensoativo. Os tensoativos são compostos formados por uma parte hidrofílica (tem afinidade pela água) e outra parte lipofílica (apresenta a afinidade por óleo). Também são denominados de substâncias anfifílicas. Os tensoativos reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos. Sabões Tipos de tensoativos. Fonte: autoria própria. CABEÇA HIDROFÍLICA CAUDA HIDROFÓBICA Tensoativo não iônico Tensoativo aniônico Tensoativo catiônico Tensoativo anfótero Aniônicos: Sabões: laurato de potássio, estearato de TEA; Sulfatos: LSS, polioxietileno-alquil-sulfatos; Sulfonato: dodecil sulfonato de sódio. Catiônicos: Compostos de amônio quaternário. Anfóteros: A carga depende do pH do meio (betaínas). Não iônicos: Ésteres graxos de polioxietileno-sorbitano (Tween®); Ésteres graxos de sorbitano (Span®). Sabões Tipos de tensoativos. Fonte: autoria própria. Os sabões são obtidos quimicamente a partir da reação do hidróxido de sódio(soda) com ésteres de ácidos graxos (triglicérides) presentes nas gorduras e óleos. O processo é muito simples e pode ser realizado em cubas contendo os agentes graxos (ácidos graxos), a soda e a água, seguida de aquecimento, para que a reação de saponificação possa ocorrer. O aquecimento além de permitir a reação química, evapora o excesso de água e vai dando consistência ao produto. Os sabonetes são menos cáusticos do que os sabões e apresentam um toque mais suave em função das matérias-primas utilizadas. Dependendo da composição e do processo de fabricação podemos ter sabonetes tradicionais, sabonetes glicerinados ou sabonetes combar. Preparo de sabões e sabonetes Para o preparo de sabonetes deve-se dispor de: Ácidos graxos C16-18 (palmítico, esteárico e oleico); Ácidos graxos C12-14 (láurico e mirístico); Álcalis: NaOH (sabão duro); KOH (sabão mole); trietanolamina (sabonetes); Adjuvantes diversos, como: corantes, fragrâncias, agentes umectantes, agentes opacificantes (TiO2) e antissépticos (triclosan). Preparo de sabões e sabonetes Os sabonetes glicerinados transparentes são preparados a partir da massa base de sabonetes tradicionais solubilizada em 15% de etanol e adicionado de umectantes, como: a glicerina, o propilenoglicol, ou o sorbitol e a sacarose que conferem a esses sabonetes elevada transparência, mas baixo poder espumante; daí a possibilidade da incorporação de tensoativos e da dietanolamida de ácido graxo de coco para melhorar a espumabilidade do produto. Eles são, facilmente, obtidos pela moldagem da massa de sabonete fundida. O sabonete do tipo combar é uma associação de sabão com detergente sintético que reforça a ação espumógena e permite a obtenção de produtos menos alcalinos. Os sabonetes líquidos possuem uma concentração de tensoativos entre 45-60%. Eles podem se apresentar na forma transparente, perolada ou misturada com os estearatos alcalinos para a obtenção de preparações cremosas. Preparo de sabões e sabonetes Sabonete em barra TÉCNICA DE PREPARO: 1. Pesar a sacarose e pulverizar em gral. Transferir para um béquer e dissolvê-la na mistura de água e glicerina; 2. Transferir o lauril éter sulfato de sódio para o béquer acima e homogeneizar; 3. Pesar a massa base para o sabonete e transferir para um béquer. Levar ao banho-maria até a completa liquefação; 4. Retirar do banho-maria e, imediatamente, adicionar o conteúdo do béquer, álcool etílico, corante e essência; 5. Transferir para os/as moldes/formas e aguardar o resfriamento; 6. Acondicionar e rotular. Componente Porcentagem Massa base para o sabonete 70% Lauril éter sulfato de sódio 3% Álcool etílico 5% Sacarose 3% Glicerina 5% Essência q.s. Corante q.s. Água purificada q.s.p. 100% Sabonete líquido íntimo TÉCNICA DE PREPARO: 1. Em um copo graduado de 125 mL solubilize o EDTA, a glicerina e a solução de parabenos em q.s. de água; 2. Em um béquer, solubilize os 5 primeiros componentes em banho-maria, a cerca de 50 °C e homogenize. Adicionar e dissolver o diestearato de PEG 6000, quente, no béquer acima; 3. Transferir o conteúdo do béquer para o copo graduado e homogenize; 4. Adicionar o corante e a essência; 5. Medir e acertar o pH para o valor de 4,0; 6. Completar com água q.s.p. 100,0 mL; 7. Acondicionar e rotular. Lauril éter sulfato de sódio 30% Cocoamidopropil betaína 7% Dietanolamina de ácido graxo de coco 3% Diestearato de PEG 6000 3% Triclosan 0,5% Glicerina 1% EDTA dissódico 0,05% Parabenos/Fenoxietanol 0,8% Extrato glicólico de Aloe vera 0,5% Corante q.s. Fragrância q.s. Ácido lático q.s. pH = 4,0 Água purificada q.s.p. 100 mL Os sais de banho são compostos a base de sal marinho e podem conter outros componentes em sua composição para lhe dar alguma característica particular. Existem vários tipos de sais de banho e cada um deles tem um uso específico, como: Agente harmonizador das energias corporais; Esfoliante suave em buchas; Espumante para as banheiras; Fonte de aromas durante o banho, entre outras. Sais de banho Cloreto de sódio 93% Lauril sulfato de sódio 5% Álcool etílico 1% Essência 1% Corante q.s. TÉCNICA DE PREPARO: 1. Uniformize o tamanho dos cristais de cloreto de sódio em gral de vidro; 2. Junte o lauril sulfato de sódio e homogenize; 3. Misture a solução de etano + essência + corante ao gral de vidro; 4. Homogenize bem e despreze o excesso de solução; 5. Espalhe os cristais sobre o papel impermeável e deixe secar. No preparo do sabonete líquido, a adição da imidazolidinil ureia tem como objetivo: a) Alcalinizar a formulação para um valor de pH próximo de 7,0. b) Interagir com o citrato de sódio usado como espessante para formar um tampão. c) Acidificar a formulação para um pH em torno de 6,0. d) Estabilizar a formulação para que a base perolada não precipite. e) Impedir o crescimento de microrganismos. Interatividade No preparo do sabonete líquido, a adição da imidazolidinil ureia tem como objetivo: a) Alcalinizar a formulação para um valor de pH próximo de 7,0. b) Interagir com o citrato de sódio usado como espessante para formar um tampão. c) Acidificar a formulação para um pH em torno de 6,0. d) Estabilizar a formulação para que a base perolada não precipite. e) Impedir o crescimento de microrganismos. Resposta Não se pode falar em produtos para a higiene capilar sem uma revisão sobre as características do fio de cabelo e do couro cabeludo. O fio de cabelo se origina em uma invaginação epidérmica localizada na papila dérmica, que é uma estrutura fibrovascular especializada, e responsável pelo crescimento e pela manutenção do folículo piloso. Existe em toda a superfície cutânea, exceto a pele glabra (planta dos pés), a glande e o introito vaginal. Função sociossexual – decorativa e comunicacional. 4. Preparações cosméticas para a higiene e o tratamento capilar FOLÍCULO PILOSSEBÁCEO Haste pilar; Raiz – parte interna do cabelo e inserida na derme; Bulbo com as células matriciais e os melanócitos. Eixo do pelo Epiderme Derme Tela subcutânea Músculo eretor do pelo Glândula sebácea Folículo piloso Raiz do pelo Vaso sanguíneo da derme Fonte: https://cosmeticinnovation.com.br/wp- content/uploads/2016/03/estrutura_cabelo01.png Medula. Córtex. Cutícula. Bainha interna. Bainha externa. Componentes do pelo (haste) Fonte: https://anatomia-papel-e- caneta.com/sistema- tegumentar/cuticula-do-pelo Fonte: SOUZA, E. I.; MACHADO, K. E. Importância da Medula na Estrutura Capilar. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), v. 31, jan./fev., 2019, p. 51. Pelo Músculo eretor Bulbo Veia Artéria Músculo eretor FIO DE CABELO COM MEDULA Cutícula Córtex Córtex Cutícula Medula 3) Medula 2) Córtex 1) Cutícula Durante a vida, ocorre uma constante renovação dos fios de cabelo, de acordo com as fases de crescimento do mesmo. Os pelos do couro cabeludo duram de 2 a 6 anos e, diariamente, perde-se cerca de 100 fios de cabelo. O cabelo possui três fases: Fase anagênica (ativa): nessa fase, encontram-se de 80 a 95% dos fios do couro cabeludo. Essa fase possui uma duração de 3 a 7 anos; Fase catagênica (transição): nessa fase, encontram-se de 1 a 2% do total dos fios de cabelo. Ela dura de 3 a 4 semanas; Fase telogênica (fase final do ciclo de vida): nessa fase, encontram-se de 10 a 14% dos fios do couro cabeludo. Essa fase dura de 3 a 4 meses. Fases do cabelo Definição: são produtos cosméticos destinados à limpeza e ao condicionamento dos cabelos, sem causar-lhes danos ou irritações no couro cabeludo. A limpeza (cabelos e couro cabeludo) e o condicionamento dos cabelos são efetuados através da ação de tensoativos (substâncias que reduzem a tensão superficial da água, facilitando o contato com os fios e a sujidade). Tipos de xampu: Tradicionais (limpeza e condicionamento); Tratamento (proporciona o brilho, o volume, a recuperação de fios e a hidratação); Medicinais (anticaspa, antiqueda, antisseborreicos). Xampu Formas de apresentação Forma líquida transparente: transmite a ideia de pureza e limpeza (xampu cristal para os cabelos oleosos e para a seborreia); Aspecto perolado: transmite a ideia de tratamento cosmético e riqueza da formulação (xampu para os cabelos secos), ou quando algum componente impede a sua total transparência; Forma opaca: devido à alta capacidade opacificante dos ativos empregados (piritionato de zinco e sulfeto de selênio). Na preparação de xampus o formulador deve, sempre, considerar que as principais características desejáveis dos xampus são: Formação abundante de espuma; Eliminação eficaz da sujidade; Facilidade de enxágue e penteado fornecendo o brilho aos cabelos; Não deve irritar o couro cabeludo e, se possível, os olhos e a pele; Deve apresentar a viscosidade adequada; Cores e perfumes agradáveis; Deve ser adequado ao uso e, se possível, eco compatível. Xampu São compostos orgânicos naturais ou sintéticos que apresentam uma longa cadeia lipofílica (ou hidrofóbica) e uma porção hidrofílica na mesma molécula. Possuem, portanto, a capacidade de serem solúveis tanto em água como em óleo, atuando junto à solubilidade dos líquidos. Organizam-se, dependendo da concentração, em micelas de modo a não permitir que as partes solúveis em óleo (porção hidrófoba) entrem em contato com a água. Exemplo: CH12H25(OCH2CH2)OSO3-Na + (lauril éter sulfato de sódio). Tensoativos Fonte: autoria própria. estearato de sódio Antiestático: apresentam uma carga positiva em sua estrutura química, o que favorece a neutralização das cargas negativas que recobrem o fio de cabelo e causam o aumento no volume do penteado (característica dos tensoativos catiônicos e anfóteros em pH ácido). Detergente: capacidade de um tensoativo em remover as sujidades pela redução da tensão superficial da água, o que permite a emulsificação das sujidades lipofílicas. Emulsionante: asseguram a estabilidade da dispersão de um agente apolar (lipofílico) com a água, facilitando a sua remoção das superfícies. Espessante: os tensoativos promovem o aumento da viscosidade evitando as precipitações. Umectante: os tensoativos favorecem o contato da água com outras substâncias. Estabilizador de espuma: aumentam o volume e estabilizam a espuma deixando-a mais cremosa (ação característica das alcanolamidas de ácidos graxos e dos tensoativos anfóteros). Solubilizante: os tensoativos solubilizam os compostos lipofílicos como as fragrâncias e os óleos essenciais em água. Propriedades dos tensoativos Tensoativos primários: são os responsáveis pela capacidade de limpeza (poder de detergência). Ex.: tensoativos aniônicos (lauril sulfato de trietanolamina e lauril éter sulfato de sódio). Tensoativos secundários: modificam certas propriedades do tensoativo primário, como a redução da irritabilidade, além de promoverem a elevação da viscosidade do produto final. Além disto, os tensoativos anfóteros proporcionam certo condicionamento aos cabelos. Assim, emprega-se baixas porcentagens para não tornar os cabelos com um aspecto gorduroso. O pH final do xampu deve estar próximo de 6,0. Tensoativos em formulações Ex.: tensoativos anfóteros (betaínas). Adjuvantes: tensoativos que asseguram a estabilidade do produto acabado (são estabilizadores de espuma, espessante, solubilizante de essências e sobregordurante, pois reduzem o ressecamento deixado pelos tensoativos aniônicos. Exemplo: alcanolamidas de ácidos graxos de coco. Os tensoativos aniônicos mais usados na preparação de xampus tanto na farmácia magistral quanto na indústria cosmética são: lauril éter sulfato de sódio, lauril sulfato de trietanolamina e o lauril sulfossuccinato de sódio. A dietanolamida de ácidos graxos de coco é empregada como estabilizante de espuma, auxiliar no espessamento do xampu e como repositor da oleosidade retirada durante a lavagem. Tensoativos em formulações Componentes de um xampu A adição de tensoativos anfóteros diminui a irritabilidade causada pelos tensoativos primários e ajudam a diminuir a estática do cabelo (efeito condicionador). A incorporação de proteínas hidrolisadas em xampus dão substantividade ao produto. Água Principal componente (destilada ou desmineralizada) Tensoativos Aniônico (alquil sulfatos: lauril sulfato de amônio; de trietanolamina e alquil éter sulfato: lauril éter sulfato de sódio) Não iônico (ésteres de PEG, ésteres de sorbitano, ésteres do sorbitano polietoxilados, alquilamidas) Anfóteros (betaínas e imidazolínicos) Espessantes Eletrólitos (NaCl, Na2SO4) Amidas de ácidos graxos Gomas naturais, derivados de celulose, carbômeros Estabil. de espuma Amidas de ácidos graxos: mono e dietanolamidas, betaínas (aumentam o poder espumante) Sequestrantes EDTA (complexante de Ca++, Mg++ etc.) Conservantes Metilparabeno, propilparabeno, formaldeído, imidazolidinil ureia, isotiazolinonas, parabenos e fenoxietanol, 2-bromo-2-nitropropano-1,3-diol Nota: não deve ser adicionada água aos xampus, pois o conservante perde a sua efetividade Corretores de pH Ácido cítrico, hidróxido de sódio Opacificantes e perolizantes Álcool cetílico, álcool estearílico, diestearatos de etilenoglicol, monoésteres de propilenoglicol, emulsões viscosas de polímeros vinílicos, estearatos de magnésio e zinco Sobrengordurantes Alcanolamidas de ácidos graxos de coco, álcoois graxos, ésteres de ácidos graxos Suavizantes Lanolina anidra, derivados de proteínas, ésteres graxos de glicol e glicerol, lecitina (diminuem a ação detergente excessiva) Antioxidantes BHT (butil-hidroxitolueno) Perfumes e corantes Perfumes hidrossolúveis, essências, corantes Formulações Veja a composição de diferentes xampus: Cabelos oleosos requerem um percentual maior de tensoativo primário; Cabelos secos um percentual menor, além da inserção de sobregordurante. Lauril éter sulfato de sódio 20,0% Lauril sulfato de trietanolamina 10,0% Dietanolamina de ácido graxo coco 3,0% Imidazolidinil ureia (Germall) 0,3% EDTANa2 0,1% Essência q.s. Corante q.s. NaCl Até 2% Extrato glicólico de jaborandi 5,0% Ácido cítrico (sol.10%) q.s. pH = 6,0-6,5 Água purificada q.s.p. 100,0 mL Lauril éter sulfato de sódio 28% Dietanolamida de ácido graxo coco 3% Laurilpoliglicosídeo 4% Poliquaternário 7 2% EDTANa2 0,1% Metilparabeno 0,1% Imidazolidinil ureia 0,1% Ácido cítrico (sol. 10%) q.s. pH = 6,0-6,5 Fragrância q.s. Corante q.s. Cloreto de sódio 1% Água purificada q.s.p. 100 mL Com o uso de xampus a queratina capilar tende a ficar carregada negativamente em valores de pH mais elevados, pois o seu ponto isoelétrico é em pH = 3,7. Condições climáticas e tratamentos químicos aumentam a sua natureza aniônica. Assim, os compostos com carga positiva apresentam afinidade (são atraídos) pela superfície capilar. Os condicionadores reduzem a estática e melhoram a penteabilidade dos cabelos. Podem se apresentar na forma de creme rinse, condicionador ou condicionador leave in. Condicionadores Componente Função Concentração aproximada (%) Cera autoemulsionante não iônica Emulsionante, espessante 2 – 3 Conservantes - - Óleo mineral Emoliente 1 Álcool cetoestearílico/cetílico Agente de consistência, sobrengordurante 4 Cloreto de cetil trimetil amônio 50% Antiestático 1,5 – 2 Silicones quaternizados ou catiônicos Condicionador 5 Aminoácidos de queratina Emoliente, regenerador 1 Silicone Formador de filme 2 Ácido cítrico Acidulante - Óleo de macadâmia hidrossolúvel Emoliente 1 Dimeticone copoliol Agente condicionador 2 Lanolina etoxilada Emoliente 1 (cabelos secos) Ureia Hidratante 5 (cabelos normais) Extrato glicólico de hamamelis Adstringente 2 (cabelos oleosos) D-pantenolRestaurador/condicionador 1 A incorporação de substâncias como as proteínas hidrolisadas em xampus proporcionam ao produto condicionamento, por apresentarem substantividade com o fio de cabelo. Isso ocorre em virtude do(a): a) Depósito das proteínas na superfície do cabelo formando uma película reparadora, que permanece na superfície do fio mesmo após o enxágue. b) Brilho conferido pelas proteínas. c) Descamação das espículas do cabelo causada pelas proteínas. d) Aumento da hidratação do cabelo. e) Aumento da oleosidade do cabelo. Interatividade A incorporação de substâncias como as proteínas hidrolisadas em xampus proporcionam ao produto condicionamento, por apresentarem substantividade com o fio de cabelo. Isso ocorre em virtude do(a): a) Depósito das proteínas na superfície do cabelo formando uma película reparadora, que permanece na superfície do fio mesmo após o enxágue. b) Brilho conferido pelas proteínas. c) Descamação das espículas do cabelo causada pelas proteínas. d) Aumento da hidratação do cabelo. e) Aumento da oleosidade do cabelo. Resposta BRASIL. RDC n. 211-2005, 14 de julho de 2005. LEONARDI, G. R. Cosmetologia aplicada, 2004. PRISTA, L. N.; FONSECA, A. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmetológica. São Paulo: Nova, 2000. Produtos de Higiene. Rev. Negócios Ind. Beleza. Edição temática, n. 10, jun. 2009. SOUZA, E. I.; MACHADO, K. E. Importância da Medula na Estrutura Capilar. Cosmetics & Toiletries (Brasil), v. 31, jan./fev., 2019. SOUZA, I.; SPAGOLLA, R. et al. Biologia, Histologia e Fisiologia da pele. Cosmetics & Toiletries (Brasil), v. 32, mai./jun., 2022. Referências Tratamento dos cabelos. Rev. Cosmetics & Toiletries (Brasil), v. 8, n. 2, mar./abr., 1996, São Paulo. VIGLIOGLIA, P. A.; RUBIN, J. Cosmiatria I e II. Buenos Aires: Ed. Artres, 1996. WILKINSON, J. B. Cosmetologia de Harry. 1994 (Leonard Hill). Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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