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Profa. MSc. Luana Oliveira UNIDADE II Tecnologia Farmacêutica Componentes de uma máquina de comprimir Toda máquina de comprimir possui três componentes fundamentais: alimentador matrizes punções Comprimidos – Aspectos produtivos Punção superior Compressão Punção inferior Comprimido Punção superior Punção inferior Matriz M a tr iz Fonte: Adaptado de: Kalies; Heinrich; Leopold (2020). Condições e fases da compressão São três as condições para obtenção de comprimidos: alimentação, compressão, ejeção. Comprimidos – Aspectos produtivos Fonte: autoria própria. Matriz, corte Punção inferior Posição 1 Punção superior elevado; Punção inferior na posição mais baixa Sapata do alimentador Grânulos Posição 2 Alimentador se move e posiciona-se sobre a matriz, e o granulado preenche a matriz Posição 3 Alimentador se afasta. Punção superior desce comprimindo os grânulos a um comprimido Posição 4 Punção superior se move para cima, punção inferior eleva-se para ejetar o comprimido. O ciclo é reiniciado Existem dois tipos de máquinas de comprimir: Comprimidos – Aspectos produtivos Máquinas Excêntricas Produção em pequena escala. Usadas para pesquisa e desenvolvimento farmacotécnico. Equipamento de baixo custo A limpeza e troca de matrizes e punções é relativamente fácil Costumam produzir muito ruído Alimentador se movimenta Matrizes e punções são fixos Apenas o punção superior realiza a força de compressão Comprimidos menos homogêneos em relação à dureza Máquinas Rotativas Geralmente, destinadas à produção em larga escala. Podem produzir até 10 000 comprimidos por minuto Equipamento de custo elevado Limpeza e troca de matrizes e punções trabalhosa Menos ruído quando em operação Alimentador é fixo Matrizes e punções se movimentam Punção superior e punção inferior realizam a compressão Comprimidos de dureza mais homogênea Comprimidos – Aspectos produtivos Compressora de estação única (single punch press) Fonte: https://bit.ly/3OjQu8e. Máquina rotativa Fonte: https://www.saintyco.com/tabl et-press-machines-the- ultimate-buying-guide/ Forma e tamanho dos comprimidos Dependem da forma e dimensões dos punções e matrizes utilizados. Comprimidos – Aspectos produtivos Figura 8: Formas de comprimidos Fonte: Adaptado de Dévay (2013). Fonte: https://www.saintytec.com/guide- to-tablet-press-tooling-design/. Visto de cima Visto de frente Visto de lado Redondo, plano Comprimido redondo, plano com borda chanfrada Redondo, convexo Oval, convexo Oblongo, convexo Formato de cápsula Funcionamento de uma máquina rotativa. Comprimidos – Aspectos produtivos Fonte: https://www.saintytec.com/guide- to-tablet-press-tooling-design/ Compressão da mistura Pode ser realizada por meio de três maneiras: a) Compressão direta Comprimidos – Aspectos produtivos Fonte: Adaptado de Leane et al. (2014). Redução de tamanho MISTURA Excipientes intragranulares COMPRESSÃO a) Compressão por granulação via seca Comprimidos – Aspectos produtivos Fonte: Adaptado de Leane et al. (2014). MISTURA Excipientes intragranularesRedução de tamanho Compactação por rolo MISTURA Excipientes extragranulares Trituração e calibração dos grânulos COMPRESSÃO a) Compressão por granulação via úmida Comprimidos – Aspectos produtivos MISTURA Excipientes intragranulares Líquido de granulação Fármaco Granulador Redução de tamanho MISTURA Excipientes extragranulares Granulação úmida Compressão Calibração dos grânulos Exaustão de ar Saída de ar Secagem Comprimido Mistura Mistura Fonte: Adaptado de Leane et al. (2014). Fatores que afetam a produção de comprimidos: Granulometria Determinação do ângulo de repouso Determinação da densidade da mistura de pós Fator de Hausner Índice de Compressibilidade (Índice de Carr) Comprimidos – Aspectos produtivos Problemas na compressão a) Capping e laminação Aparecimento de fissuras paralelas ao longo da altura do comprimido. Capping separação paralela total da parte superior ou inferior do comprimido. Laminação rachaduras multicamadas parciais paralelas à superfície do comprimido. Comprimidos – Aspectos produtivos Fonte: autoria própria. Microfissuras Capping Laminação b) Sticking Aderência do comprimido ao maquinário. Termos relacionados: filming (monocamada aderida ao punção), picking (relacionado ao relevo do punção, na área do logotipo). Comprimidos – Aspectos produtivos Fonte: Chattoraj et al. (2018). No desenvolvimento de uma nova formulação de comprimidos, os farmacêuticos produziram lotes pilotos por meio de compressão direta, sendo que os comprimidos obtidos apresentaram irregularidades no formato, variação de peso médio, baixa dureza e capping. As determinações do ângulo de repouso, fator de Hausner e índice de compressibilidade indicam fluxo muito pobre. São medidas a serem adotadas por esta equipe para resolver os problemas: I. Granular a mistura de pós; II. Adicionar lubrificante; III. Aumentar a velocidade da máquina de compressão. Está(ão) correta(s): a) II. b) I e II. c) II e III. d) I e III. e) I, II e III. Interatividade No desenvolvimento de uma nova formulação de comprimidos, os farmacêuticos produziram lotes pilotos por meio de compressão direta, sendo que os comprimidos obtidos apresentaram irregularidades no formato, variação de peso médio, baixa dureza e capping. As determinações do ângulo de repouso, fator de Hausner e índice de compressibilidade indicam fluxo muito pobre. São medidas a serem adotadas por esta equipe para resolver os problemas: I. Granular a mistura de pós; II. Adicionar lubrificante; III. Aumentar a velocidade da máquina de compressão. Está(ão) correta(s): a) II. b) I e II. c) II e III. d) I e III. e) I, II e III. Resposta Revestimento aplicação de um material sobre a superfície externa de uma forma farmacêutica sólida com a intenção de conferir benefícios e propriedades à forma farmacêutica em relação à não revestida. Comprimidos Cápsulas Granulados Pellets Formas Farmacêuticas Revestidas Razões para realizar revestimento melhorar a apresentação; mascarar sabor e odor; facilitar deglutição; aumentar a estabilidade; permitir que resistam à ação do suco gástrico; evitar irritação gástrica; evitar incompatibilidades; impedir a formação de pó; facilitar o deslizamento; maior resistência mecânica. Formas Farmacêuticas Revestidas Tipos de revestimento a) Revestimento com açúcar (Drageamento) Envolve aplicações sucessivas de soluções que contêm sacarose a núcleos de comprimidos. Obtenção de drágeas. Processo de várias etapas: Camada isolante / impermeabilização do núcleo Camada elástica / revestimento primário Camada alisante / alisamento Coloração Impressão Polimento Formas Farmacêuticas Revestidas Formas Farmacêuticas Revestidas Fonte: Adaptado de: https://www.manufacturingchemist.com/new s/article_page/SugaPolish_FSC_solution_a ccelerates_production_process/79625 PartículaGotículas de revestimento Formação de camadas Aspersão Secagem Recristalização Partícula revestida c/ açúcar b) Revestimento peliculado Envolve a deposição de uma fina película de polímero ao redor da forma farmacêutica. Líquido de revestimento solução ou suspensão polímero derivados da celulose, derivados acrílicos; plastificante glicerina, PEG 400, propilenoglicol, ésteres de citrato e de ftalato; corantes solventes álcoois, cetonas, ésteres, hidrocarbonetos clorados, sistemas aquosos. O líquido de revestimento é aspergido sobre o leito de comprimidos. Formas Farmacêuticas Revestidas Formas Farmacêuticas Revestidas Fonte: https://www.pharmaexcipients.com/coating/d efinition-ideal-film-coating-process/ Fonte: http://mediicoatt.com/functional- film-coating PartículaLíquido de revestimentoFormação de filme Aspersão Secagem Recristalização Partícula revestida c) Revestimento a seco (revestimento por compressão ou press coating) Menos aplicado. Vantagens: evita calor e umidade; substâncias incompatíveis em diferentes camadas. Formas Farmacêuticas Revestidas Fonte: autoria própria. Equipamentos usados para revestimento Evolução a) bacias tradicionais Formas Farmacêuticas Revestidas Rapidez Automatização Homogeneidade Menor custo Fonte: https://www.alibaba.com/showroom/ used-sugar-coating-machine.html b) bacias perfuradas Formas Farmacêuticas Revestidas c) leito fluidizado Fonte: Adaptado de: Lachman, Lieberman e Kanig (2001, p. 606). Fonte: Adaptado de: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1- Esquema-de-um-granulador-de-leito-fluidizado-classico_fig1_264157376 Fornecimento de ar Exaustão Aspersão Bacia de revestimento perfurada Coletor de exaustão Leito de comprimidos Aspersor Saída de ar Filtros de ar Leito fluidizado Placa de distribuição de ar Entrada de ar Desvios de qualidade nos revestimentos bolhas; rachaduras e lascas; erosão; manchas esbranquiçadas; variação de cor; casca de laranja. Formas Farmacêuticas Revestidas viscosidade inadequada; solubilidade do polímero no solvente; pouco plastificante; temperatura; sprays. A formulação de revestimento aplicado a um dado lote de comprimidos contém os seguintes componentes: Polímero formador de filme: hidroxipropilmetilcelulose Plastificante: glicerina Corante e opacificante: FD&C e óxido de ferro Água qsp 100% A aplicação foi realizada por aspersão em turbina com secagem simultânea. O tipo de revestimento utilizado foi: a) Drageamento, sendo necessárias várias aplicações sucessivas. b) Compressão, o que garante rapidez ao processo. c) Peliculado, realizado em uma única etapa. d) Entérico, o qual protege o fármaco instável no pH estomacal. e) A seco, que requer maquinário específico. Interatividade A formulação de revestimento aplicado a um dado lote de comprimidos contém os seguintes componentes: Polímero formador de filme: hidroxipropilmetilcelulose Plastificante: glicerina Corante e opacificante: FD&C e óxido de ferro Água qsp 100% A aplicação foi realizada por aspersão em turbina com secagem simultânea. O tipo de revestimento utilizado foi: a) Drageamento, sendo necessárias várias aplicações sucessivas. b) Compressão, o que garante rapidez ao processo. c) Peliculado, realizado em uma única etapa. d) Entérico, o qual protege o fármaco instável no pH estomacal. e) A seco, que requer maquinário específico. Resposta Medicamentos cuja composição possibilita que o fármaco seja libertado da forma farmacêutica em um tempo diferente, usualmente mais longo que um medicamento convencional, de liberação imediata. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos Figura: Perfil de concentração plasmática versus tempo para um medicamento de liberação imediata e outro de liberação sustentada. Fonte: Adaptado de: Pantho et al. (2020). Tempo Liberação sustentada Liberação imediata C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a Evolução dos sistemas de liberação modificada de fármacos desde 1950. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Histórico Fonte: Adaptado de: Park (2014); Benoit et al. (2020). 1950 1980 2010 2040 1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração Noções básicas de liberação controlada Liberação oral duas a uma vez ao dia Liberação transdérmica uma vez ao dia, uma vez por semana Pequenos sistemas de liberação Cinética de ordem zero versus primeira ordem Sistemas de liberação modulados Liberação vetorizada de fármacos anticâncer, siRNA Sistemas de longo tempo de liberação (6-12 meses) Macroescala (liberação constante de ordem zero) Macroescala e Nanoescala (liberação sustentada, sítio-específica) Nanoescala (liberação vetorizada) E s c a la s d e ta m a n h o T e c n o lo g ia s d e s is te m a s d e li b e ra ç ã o m o d if ic a d a Várias vias de administração podem ser utilizadas para veicular medicamentos de liberação modificada, sendo a seleção dependente da estabilidade do fármaco, ação desejada, diminuição de efeitos colaterais, comodidade do paciente, entre outros. Oral Parenteral Oftálmica Pulmonar Transdérmica Vaginal Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Vias de administração O perfil de liberação do fármaco a partir da forma farmacêutica impacta em diferentes modos de ação. Liberação prolongada Um medicamento será designado como de liberação prolongada quando sua fórmula farmacêutica for capaz de estender o tempo de liberação. Denominação ampla liberação estendida, liberação sustentada, ação prolongada, desintegração lenta, liberação gradual, desintegração gradual. Liberação retardada Sistemas desenvolvidos para que o início de liberação do fármaco ocorra num tempo diferente daquele imediatamente após a administração. O atraso pode ocorrer devido ao tempo ou pela influência das condições do meio, como o pH. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Terminologia Perfis de concentração plasmática típicos de medicamentos de liberação modificada. (a) Concentrações de formulações de liberação retardada e imediata. (b) Concentrações de formulações de liberação estendida e imediata. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Terminologia Fonte: Adaptado de: Endrenyi; Tothfalusi (2012). C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a Tempo Tempo Imediata Retardada Imediata Prolongada a b Ação repetida Medicamentos que contêm, em geral, duas doses, sendo a primeira dose liberada imediatamente e a segunda dose para liberação retardada. Liberação vetorizada É aquela em que o fármaco é dirigido a uma região do corpo ou tecido específico para a ação. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Terminologia Como o(a) Farmacêutico(a) pode deduzir se o medicamento se trata de um sistema de liberação modificada de fármacos? Quadro: Siglas comumente encontradas em nomes comerciais de medicamentos e seus significados. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Identificação de formas de liberação modificada de fármacos Sigla Termo Significado AP Ação Prolongada ------- CD Controlled Difusion Liberação controlada CR Controlled Release Liberação controlada DR Dual Release Propicia liberação dupla (imediata e prolongada) dos fármacos ER Extended Release Liberação prolongada LA Longa ação ------- LP Liberação prolongada ------- MR Modified release Liberação modificada OROS Oral Release Osmotic System Sistema Oral de Liberação Osmótica SA Sustained Action Ação sustentada SR Slow release Liberação lenta SRO Sustained Release Oral Liberação Sustentada/ Prolongada (via oral) XR Extended Release Liberação prolongada Fonte: autoria própria. Vantagens prolongamento da concentração plasmática eficaz; a quantidade de fármaco administrada pode ser diminuída; obtenção de uma melhor farmacocinética para o fármaco; menor acúmulo de fármaco no organismo; diminuição dos riscos de esquecimento; maior adesão do paciente ao tratamento; manutenção do nível terapêutico constante no sangue, evitando flutuações ocasionadas por administrações frequentes. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Vantagens Perfil hipotético de concentração plasmática versus tempo a partir de doses múltiplas convencionais e doses únicas de formulações de liberação sustentada e controlada. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Vantagens Pico Vale Nível tóxico Nível subterapêutico N ív e l te ra p ê u ti c o Múltiplas administrações de uma forma farmacêutica convencional TempoC o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a d e f á rm a c o Fonte: Adaptado de: Anka Raoet al. (2015). Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/A-hypothetical-plasma-concentration-time-profile- from-conventional-multiple-dosing-and_fig4_303873955. Acesso em: 21 abr. 2020. Desvantagens Menor flexibilidade no ajuste de doses individuais, sendo que boa parte das apresentações não permite fracionamento da dose, como é o caso de comprimidos gastrorresistentes; Dificuldade ou mesmo impossibilidade de interrupção rápida da ação farmacológica, em caso de intoxicação ou intolerância; Dificuldade de adaptação da posologia às diferentes farmacocinéticas interindividuais; Risco de liberação súbita e total do fármaco da forma farmacêutica, ocasionando toxicidade; Custos mais elevados que as formas farmacêuticas convencionais, sendo que alguns medicamentos podem chegar a valores muito elevados; Transposição do desenvolvimento laboratorial para produção em escala industrial. Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos – Desvantagens O gráfico apresentado quantifica a concentração plasmática de opioides em três medicamentos em função do tempo. Analisando as informações descritas, podemos afirmar que: a) O medicamento 1 é considerado de liberação imediata e o medicamento 2 é considerado de liberação sustentada. b) O medicamento 3 é de liberação modificada, sendo uma designação correta liberação prolongada ou liberação estendida. c) A formação de vales pelos medicamentos 1 e 2 ocasionará exacerbação dos efeitos adversos. d) As oscilações plasmáticas do medicamento 3 proporcionam ausência de efeito em alguns períodos. e) O medicamento 3 requer múltiplas administrações, o que diminui o conforto do paciente, aumenta o risco de esquecimento, diminui a adesão ao tratamento. Interatividade Concentração tóxica Aumento do risco de efeitos adversos: Depressão respiratória Tolerância Constipação Dependência física Medicamento 1: via oral Medicamento 2: via parenteral Medicamento 3: via oral Concentração terapêutica mínima Tempo C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a Fonte: Adaptado de: https://www.scienced irect.com/science/arti cle/pii/S1369702116 000304. Acesso em: 05 jul. 2022. O gráfico apresentado quantifica a concentração plasmática de opioides em três medicamentos em função do tempo. Analisando as informações descritas, podemos afirmar que: a) O medicamento 1 é considerado de liberação imediata e o medicamento 2 é considerado de liberação sustentada. b) O medicamento 3 é de liberação modificada, sendo uma designação correta liberação prolongada ou liberação estendida. c) A formação de vales pelos medicamentos 1 e 2 ocasionará exacerbação dos efeitos adversos. d) As oscilações plasmáticas do medicamento 3 proporcionam ausência de efeito em alguns períodos. e) O medicamento 3 requer múltiplas administrações, o que diminui o conforto do paciente, aumenta o risco de esquecimento, diminui a adesão ao tratamento. Resposta Concentração tóxica Aumento do risco de efeitos adversos: Depressão respiratória Tolerância Constipação Dependência física Medicamento 1: via oral Medicamento 2: via parenteral Medicamento 3: via oral Concentração terapêutica mínima Tempo C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a Fonte: Adaptado de: https://www.scienced irect.com/science/arti cle/pii/S1369702116 000304. Acesso em: 05 jul. 2022. Sistemas matriciais ou matrizes são dispersões ou soluções de um fármaco em uma ou mais substâncias, geralmente polímeros, capazes de controlar sua liberação. Sistemas matriciais hidrofílicos Nos sistemas matriciais hidrofílicos estão presentes polímeros hidrofílicos que em contato com a água hidratam e intumescem, formando uma camada de gel. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Sistemas Matriciais Fonte: autoria própria. Intumescimento do polímero Comprimido constituído por sistema matricial hidrofílico Fármaco Polímero H2O In vivo Matrizes hidrofóbicas (matrizes plásticas inertes) Nos sistemas matriciais hidrofóbicos, o fármaco é granulado com um material plástico inerte, insolúvel, tal como polietileno, acetato de polivinila ou polimetacrilato, e os grânulos são compactados para formar comprimidos. Sua estrutura é comparada com a de uma esponja, sendo que as moléculas do fármaco estariam intercaladas com a esponja. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Sistemas Matriciais Fonte: Adaptado de: Mcconnell; Basit (2016). Comprimido de matriz insolúvel seco Comprimido de matriz insolúvel hidratado Matrizes lipídicas Os constituintes das matrizes lipídicas são lipídeos e seus derivados, sendo que a liberação do fármaco ocorre por meio da difusão ou erosão dos poros. Matrizes biodegradáveis O polímero formador de uma matriz biodegradável contém ligações susceptíveis à hidrólise ou ação enzimática. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Sistemas Matriciais Um reservatório (núcleo) contendo o fármaco é revestido por uma membrana polimérica, a qual é responsável pela taxa de liberação de substância ativa. O núcleo pode ser um comprimido, um grânulo, um pellet ou um minicomprimido, sendo os pellets a forma farmacêutica mais utilizada. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Sistemas Reservatórios Fármaco Membrana de revestimento Núcleo H2O In vivo Comprimido constituído por sistema reservatório – polímero hidrofílico Fonte: autoria própria. Utilizam o princípio da pressão osmótica para modular a libertação do fármaco. Este tipo de tecnologia também é conhecida pela sigla OROS®, abreviação de Osmotic Release Oral System (Sistema Oral de Liberação Osmótica). Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Sistemas Osmóticos (bomba osmótica) Fonte: https://www.pillsync.com/drug/24-HR-lamotrigine-50-MG- Extended-Release-Oral-Tablet-Lamictal/ROUND_GREEN_LAMICTAL- XR-50/0173-0754-00/3e2c9a35-6a39-41d7-ad84-3c0bb8894b09. https://www.drugs.com/imprints/lamictal-xr-250-18420.html. Acesso em: 05 jul. 2022. Bomba osmótica elementar Constituída por um núcleo osmótico contendo o fármaco, circundado por uma membrana rígida semipermeável composta por polímeros permeáveis à água e um orifício para a libertação do fármaco. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Sistemas Osmóticos (bomba osmótica) Fonte: Adaptado de: Nabais et al. (2015). Orifício de libertação Membrana semipermeável Fármaco Núcleo osmótico Fluidos gastrointestinais Bomba Osmótica Push Pull (OROS Push Pull) Desenvolvido para liberação controlada de fármacos insolúveis em água, mas pode ser utilizado para fármacos solúveis também. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Sistemas Osmóticos (bomba osmótica) Orifício a laser Camada de fármaco Membrana semipermeável Camada impulsionadora Antes da administração Depois da administração Água OROS Push-Pull Fonte: Adaptado de: Qiu e Lee (2017). Nanoestruturas ou nanocarreadores são produtos derivados da nanotecnologia, cujas dimensões físicas medem menos que 1000 nanômetros de diâmetro, sendo usualmente entre 1 e 100 nanômetros. a) Nanopartículas poliméricas Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Nanoestruturas utilizadas como sistemas de liberação controlada de fármacos Nanoesferas estruturas sólidas, sistemas matriciais, em que o fármaco está disperso ou solubilizado na matriz polimérica. Nanocápsulas sistemas reservatórios, vesiculares, em que se identifica um núcleo diferenciado, sólido ou líquido, envolto por uma membrana, geralmente polimérica. Diferença esquemática entre sistemas de liberação de fármacos com nanoesferas e nanocápsulas poliméricas. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Nanoestruturas utilizadas como sistemas de liberação controladade fármacos Matriz polimérica Núcleo polimérico Nanoesfera polimérica Nanocápsula polimérica Núcleo (aquoso ou oleoso) Fármaco Nanopartícula Fonte: Adaptado de: Mikusová; Mikus (2021). b) Nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) Apresentam uma estrutura basicamente composta por um núcleo formado por lipídeos com alto ponto de fusão, portanto sólidos à temperatura ambiente e corporal, coberto por uma camada de moléculas de tensoativos. As nanopartículas lipídicas têm sido utilizadas como vetores de ácidos nucleicos. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Nanoestruturas utilizadas como sistemas de liberação controlada de fármacos Camada de tensoativo Lipídeo sólido Insumo farmacêutico ativo (IFA) Fonte: Adaptado de: Duan et al. (2020). c) Lipossomas Lipossomas são sistemas vesiculares constituídos por uma ou mais bicamadas lipídicas concêntricas separadas pela água e contendo um compartimento aquoso central. Apesar dos inúmeros benefícios, a baixa estabilidade físico- química e o custo elevado dos medicamentos podem ser apontados como desvantagens importantes dos lipossomas. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Nanoestruturas utilizadas como sistemas de liberação controlada de fármacos Fonte: Adaptada de: https://bit.ly/3JR69bN. Acesso em: 18 abr. 2022. Cabeça polar Cauda apolar Bicamada lipídica Lipossoma d) Microemulsões e nanoemulsões Constituídas pela dispersão de uma fase aquosa e outra oleosa, estabilizadas por meio de surfactante (tensoativo ou agente emulsivo) e cossurfactante (cotensoativo). Utilizadas no transporte de ativos muito hidrofóbicos. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Nanoestruturas utilizadas como sistemas de liberação controlada de fármacos Fonte: Adaptado de: Leite (2018). A B C A B C e) Nanocristais Estratégia de redução de tamanho de fármacos pouco solúveis em água e que, consequentemente, apresentam baixa velocidade de dissolução e baixa permeabilidade no trato gastrintestinal. A biodisponibilidade pode ainda ser aumentada por meio da incorporação dos nanocristais em nanoestruturas. Tecnologias disponíveis para sustentar a liberação de fármacos Nanoestruturas utilizadas como sistemas de liberação controlada de fármacos Partículas Grandes de Fármaco Nanopartículas de Fármaco Absorção Mínima Absorção Máxima Células EpiteliaisCélulas Epiteliais Fonte: Adaptado de: Durán et al. (2010). Analise as informações sobre os medicamentos a seguir: I. Doxil® contém o fármaco doxorrubicina, o qual está disperso em vesículas nanométricas compostas por bicamadas de fosfolipídeos e interior aquoso. Após a administração, Doxil® proporciona tempo de ação mais prolongado e direcionamento do fármaco, minimizando efeitos adversos. II. Invega® é um sistema de liberação contendo um núcleo de duas camadas do fármaco paliperidona e excipientes, e uma camada contendo polímeros hidrofílicos. Esta estrutura é envolta por uma membrana semipermeável com dois orifícios perfurados a laser que liberam paliperidona a uma taxa controlada, reduzindo flutuações dos níveis plasmáticos. III. Cápsulas de Efexor XR® são constituídas por pellets cujo revestimento controla a difusão do fármaco venlafaxina contido em seu interior, proporcionando maior tempo de ação. Interatividade Sobre as tecnologias utilizadas para controlar a liberação de fármacos, podemos afirmar que I, II e III se tratam respectivamente de: a) Bomba osmótica, microemulsão, matriz lipídica. b) Nanopartícula lipídica, matriz biodegradável, lipossoma. c) Matriz biodegradável, nanoesfera, sistema matricial. d) Nanoemulsão, sistema matricial, nanocristal. e) Lipossoma, sistema osmótico, sistema reservatório. Interatividade Analise as informações sobre os medicamentos a seguir: I. Doxil® contém o fármaco doxorrubicina, o qual está disperso em vesículas nanométricas compostas por bicamadas de fosfolipídeos e interior aquoso. Após a administração, Doxil® proporciona tempo de ação mais prolongado e direcionamento do fármaco, minimizando efeitos adversos. II. Invega® é um sistema de liberação contendo um núcleo de duas camadas do fármaco paliperidona e excipientes, e uma camada contendo polímeros hidrofílicos. Esta estrutura é envolta por uma membrana semipermeável com dois orifícios perfurados a laser que liberam paliperidona a uma taxa controlada, reduzindo flutuações dos níveis plasmáticos. III. Cápsulas de Efexor XR® são constituídas por pellets cujo revestimento controla a difusão do fármaco venlafaxina contido em seu interior, proporcionando maior tempo de ação. Resposta Sobre as tecnologias utilizadas para controlar a liberação de fármacos, podemos afirmar que I, II e III se tratam respectivamente de: a) Bomba osmótica, microemulsão, matriz lipídica. b) Nanopartícula lipídica, matriz biodegradável, lipossoma. c) Matriz biodegradável, nanoesfera, sistema matricial. d) Nanoemulsão, sistema matricial, nanocristal. e) Lipossoma, sistema osmótico, sistema reservatório. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!