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Derrame Pleural ● Anatomia do espaço pleural: O líquido pleural existe em um espaço virtual para poder deslizar as estruturas. ● Definição: ○ acúmulo anormal de líquido na cavidade pleural ○ doença pleural primária ○ manifestação pleural de doença sistêmica ● Fisiopatologia: ○ aumento da formação: ■ diminuição do líquido intersticial pulmonar ■ aumento da pressão intravascular ■ aumento permeabilidade capilar ■ diminuição da pressão oncótica ○ diminuição da absorção: ■ obstrução dos linfáticos da pleura parietal ■ aumento da permeabilidade vascular sistêmica. ○ combinação dos dois fatores ○ passagem de líquido do espaço peritoneal ● Quadro clínico: ○ assintomático ○ dor ○ tosse ○ dispneia ● Exame físico: ○ inspeção: expansibilidade diminuída ○ palpação:diminuição do frêmito toracovocal ○ percussão: macicez ou submacicez; delimitação do nível líquido. ○ ausculta: murmúrio reduzido ou abolido, egofonia (escutamos a voz anasalada), atrito pleural; limite do derrame. ● Diagnóstico - Radiologia: ○ Posteroanterior: ■ líquido pleural: detectável ● entre 100 e 150 ml Desvio do mediastino contralateral do lado do derrame pleural. ○ Derrame pleural loculado ou septado (hemotórax, empiema ou múltiplas punções) ● Pegadinha: - Imagem pseudotumoral (não confundir com neoplasia) ● Diagnóstico - Tomografia: ○ distinção entre derrame, espessamento e lesões sólidas da pleural ○ avaliar parênquima pulmonar - Com a TC de tórax com contraste conseguimos analisar muito bem toda a anatomia e alterações da pleura. ● Diagnóstico - USG: - No USG, conseguimos analisar a expansibilidade e o líquido do derrame pleural. Facilitando em casos de punção torácica (toracocentese). ● Investigação - Toracocentese: - punção posterior, realizando a identificação da macicez por percussão para limitação do derrame pleural. A punção é SEMPRE na borda superior da costela inferior para evitar de atingir a VAN (veia, artéria e nervo) ● CAI NA PROVA: ● Etiologias: ● Aspecto do líquido pleural: ○ Amarelo citrino: ■ inespecífico: ICC, hepatopatia, tuberculose, neoplasia, colagenoses. ○ Hemático: ■ neoplasia, TEP, trauma (pós-operatório) ○ Quiloso: ■ quilotórax ○ Purulento: ■ empiema ○ bioquímica: ■ pH, proteínas totais, DHL, glicose, ADA, amilase, triglicérides. ○ citologia: ■ leucometria ■ citologia oncótica (S ~90% para células neoplásicas) ■ células leveduriformes ○ microbiologia: ■ bacterioscopia, cultura geral ■ baciloscopia, micológico direto e cultura para BAAR e fungos. ● Citologia: ○ Leucometria: ■ predominância de neutrófilos → processo agudo ● derrame parapneumônico ● colagenoses / TB fase aguda ● pós manipulação ■ predominância de linfócitos → processo crônico ● tuberculose ● neoplasia ● colagenoses ■ predominância de eosinófilos → pós - hemotórax ● TEP ● ADA - Adenosina deaminase: ○ Adenosina deaminase → conversão de adenosina em inosina em linfócitos ativados. ○ Aumento em tuberculose, empiema, linfomas. ○ considerar idade, perfil citológico e quadro clínico. ○ > 35: ■ sensibilidade 82 - 100% para TB ■ especificidade 89 - 100% ● Diagnóstico diferencial: ○ Empiema: ■ presença de pus no espaço pleural ■ exsudato neutrofílico ■ bacterioscopia ou cultura + ■ ADA > 40 ■ indicação de drenagem pleural ○ Exsudato - outras causas: ■ tromboembolia pulmonar ■ pós-operatório cirurgia cardíaca ■ doenças gastrointestinais: pancreatites / abscessos / perfuração de esôfago. ■ colagenoses ■ drogas ■ hemotórax ■ quilotórax ● Diagnóstico - Biópsia (pleuroscopia): Podemos adquirir por agulha fina, para retirada de fragmento para biópsia. ● Tratamento - Princípios gerais: ○ Não invasivo: ■ específico ■ sintomáticos ■ nutrição ■ oxigenoterapia ■ fisioterapia ○ Invasivo: ■ toracocentese ■ drenagem ■ pleurodese ■ toracoscopia ■ decorticação ■ pleurostomia ● Derrame pleural neoplásico: ○ Primário: ■ mesotelioma ■ raro ○ Secundário: ■ neoplasias: pulmão, mama, ovário, linfoproliferações ■ frequente ● Tratamento: derrame metastático ○ Qual é a neoplasia e linha de QT? ○ É sintomático? ○ É recidivante? ○ Qual é a performance status? ○ Após punção, o pulmão expande? ○ toracocentese ○ quimioterapia ○ pleurodese ○ derivação (toracostomia com drenagem fechada) ○ pleurectomia ○ terapias intrapleurais ● Pleurodese: ○ Indicação: ■ derrame pleural maligno recidivante sintomático em paciente com pulmão expansível e com Karnofsky > 70 ■ malignidade pleural diagnosticada durante VATS ● Derrame parapneumônico - Fases fisiopatológicas: ○ Derrame parapneumônico → Pneumonia acontecendo. ● Algoritmo diagnóstico de pacientes com infecção pleural: ● Bacteriologia líquido pleural: ● IMPORTANTE: ○ Drenagem em infecção pleural: ■ purulento / organismos (gram e/ou cultura +) ■ pH Lpl < 7,2 / evolução clínica desfavorável ■ glicose < 40 / DHL > 1000 ■ coleção septada → abordagem precoce ● Antibióticos: ○ todos → direcionados PERFIL local / padrões resistência ○ macrolídeos (não indicados de rotina) ○ penicilinas (+ inib B-lact), cefalosporinas e metronidazol: boa penetração pleural ○ aminoglicosídeos → evitados ○ culturas NEG → cobrir comuns e anaeróbicos ○ empírico (nosocomial) → MRSA e bactérias anaeróbias ○ melhora SEPSE → ATB IV para VO ○ ATB prolongada pode ser necessária: ambulatorial pós alta. ● Quilotórax: ○ Presença de linfa no líquido pleural: TGL > 110 mg/dL ○ composição: gorduras, proteínas, glicose, eletrólitos, vitaminas, linfócitos, imunoglobulinas ○ traumática ○ não traumática: ■ obstrução: neoplasia, congênita, infecções, trombose venosa, idiopática). ● Quilotórax - Tratamento: ○ Clínica: ■ jejum oral, dieta com TG de cadeia média, alimentação parenteral, somatostatina. ○ Quimioterapia: ■ nas doenças neoplásicas ○ Radioterapia: ■ quando indicada para tratamento da doença de base ○ Cirurgia: ■ drenagem do espaço pleural ■ ligadura do ducto torácico ■ convencional, videoassistida, pleurodese, shunt, pleuroperitoneal, pleurectomia, cola de fibrina. ● Memorize: ○ Resumo do que lembrar: